Professional Documents
Culture Documents
RelSustentabilidade Navigator 2022 FINAL CMVM
RelSustentabilidade Navigator 2022 FINAL CMVM
VISÃO GERAL
A NOSSA IDENTIDADE
DESEMPENHO DE SUSTENTABILIDADE
1. Visão Geral 5
1.3 EM DESTAQUE 13
1.4 DISTINÇÕES 16
2. A NOSSA IDENTIDADE 18
2.1 PROPÓSITO 19
3.2 MATERIALIDADE 42
ANEXO 177
Valorizar faz parte de nós. Numa lógica inclusiva e disponível para abraçar os desafios que são coletivos, incorporando
uma visão de longo prazo, que afirmámos novamente com confiança ao longo de 2022. Foi um ano em que levámos
ainda mais longe a materialização do nosso propósito corporativo, traduzindo nas nossas decisões a noção de que “são
as pessoas, a sua qualidade de vida e o futuro do planeta que nos inspiram e nos movem”.
Na Navigator, assumimos esta motivação e procurarmos, diariamente, desenvolver o nosso impacto positivo. Agimos
com o melhor de nós, do nosso saber, experiência e recursos, para concretizar o compromisso, lavrado no nosso
propósito, com a criação de valor sustentável para a sociedade, deixando às futuras gerações um planeta melhor,
através de produtos e soluções sustentáveis naturais, recicláveis e biodegradáveis, que contribuem para a fixação de
carbono, para a produção de oxigénio, para a proteção da biodiversidade, para a formação de solo e para o combate às
alterações climáticas.
Este é um posicionamento proativo e atento perante as transformações constantes do mundo em que vivemos,
mobilizando a nossa organização e estimulando a comunicação com todos aqueles que interagem com ela. Foi com este
espírito que, no último trimestre de 2022, conduzimos um processo de revisão dos tópicos materiais da nossa Agenda
2030 de Negócio Responsável, seguindo os princípios da “dupla materialidade”, de acordo com as indicações da Global
Reporting Initiative (GRI) e antecipando a Diretiva sobre o Reporte Corporativo de Sustentabilidade da Comissão
Europeia, que foi publicada no começo de 2023.
Pessoas e planeta enquanto propósito, vertido nos dois grandes eixos operacionais desta Agenda 2030 – “Pela
Sociedade” e “Pelo Clima e Natureza” – guiam e dão coerência à nossa estratégia de sustentabilidade. E garantem que os
esforços da companhia se mantêm orientados para as áreas onde esta pode gerar maior impacto positivo.
A estratégia de negócio responsável da The Navigator Company tem a dimensão do seu impacto na sociedade. Na nossa
meta de contribuir para que essa sociedade seja mais descarbonizada, valorizamos o papel crucial das florestas
plantadas e bem geridas na transição de um modelo fóssil e linear sem futuro, para um modelo de bioeconomia circular,
neutra para o clima e favorável para a natureza.
O ano de 2022 foi especialmente marcante neste âmbito, com a apresentação dos resultados do Inpactus, o maior
investimento até hoje realizado em Portugal num projeto de I&D no domínio da bioeconomia de base Florestal, ou com o
impulso da agenda “From Fossil to Forest", aprovada pelo PRR, tendo como meta central o desenvolvimento e
comercialização de soluções de embalagem a partir da fibra de eucalipto, com vista à substituição das atuais embalagens
de plástico. Durante 2022, lançámos ainda as bases para a produção de e-SAFs, combustíveis sustentáveis para a
Prosseguimos, assim, um programa de investimento fortemente orientado pelo cumprimento dos compromissos da nossa
Agenda de Gestão Responsável 2030 e demos passos sólidos para a criação de uma nova geração de bioprodutos
sustentáveis, promovendo a descarbonização da economia e a redução da dependência dos recursos fósseis.
E porque “valorizar faz parte de nós”, partilhámos os resultados alcançados em 2022 com os nossos Colaboradores,
através do reforço de incentivos remuneratórios e do investimento no desenvolvimento de percursos profissionais
capazes de responder às exigências do negócio e aos anseios das nossas pessoas.
Empenhados em promover os direitos fundamentais, publicámos a nossa Política de Direitos Humanos. Expressamos,
deste modo, o nosso compromisso de promover o respeito pelos direitos humanos e direitos laborais nas nossas
operações, e em impulsionar o seu respeito nos diferentes níveis das nossas cadeias de valor. Rejeitamos qualquer
atuação discriminatória e valorizamos a diversidade, a equidade de género e a inclusão. Reformulámos também o nosso
canal de comunicação de irregularidades, que passou a designar-se Canal de Denúncias, um serviço independente de
comunicação de eventuais práticas irregulares, conforme as regras de conduta estabelecidas pela Navigator, observando
os princípios de anonimato, confidencialidade, salvaguarda e não retaliação nas relações com os denunciantes, assim
como o cumprimento das normas de proteção de dados e segurança da informação.
As florestas plantadas que gerimos ao longo de cerca de 106.000 hectares em todo o País estão na origem não só de
bens e serviços valorizados pelo mercado, mas também de externalidades positivas que as nossas práticas de gestão
sustentável potenciam, tais como o sequestro de carbono, a produção de oxigénio, a promoção da biodiversidade, a
proteção do solo, regulação dos regimes hidrológicos torrenciais ou a criação de amenidades paisagísticas – um conjunto
de serviços de ecossistema que são crescentemente valorizados pela sociedade, mas não são ainda devidamente
remunerados pelo mercado.
Neste modelo de atuação, as florestas plantadas e bem geridas reduzem a pressão da procura de produtos florestais
sobre áreas de floresta nativa, permitindo que estas zonas sejam geridas exclusivamente para efeitos de conservação e
proteção.
Em 2022, 12,3% das florestas sob gestão da Navigator correspondiam a Zonas com Interesse para a Conservação. Este
foi também o ano em que o número de espécies e subespécies identificadas, catalogadas e protegidas nas nossas
florestas sob gestão aumentou para cerca de 900 de flora e 252 de fauna. A dedicação à conservação da biodiversidade é
um dos testemunhos da estratégia de sustentabilidade da floresta promovida pela Navigator, cruzando a investigação e
monitorização com o trabalho de campo continuado e sistemático, numa ação que, acreditamos, não tem par em
nenhuma outra instituição nacional.
Este esforço constante pela valorização da floresta em todas as suas vertentes multiplica-se em ações de proximidade
das nossas equipas no terreno, na requalificação florestal e na capacitação dos produtores, aos quais prestamos apoio
técnico gratuito. Trata-se de iniciativas que fazem parte de um investimento consistente e duradouro em investigação,
desenvolvimento e inovação florestal, para acrescentar valor à floresta, para a adequar às características diversas do
território e alterações do clima, para combater as doenças e pragas, e para levar esse conhecimento para o mundo rural,
onde – num esforço conjunto com milhares de produtores florestais – é possível evoluir, crescer e gerar riqueza para as
regiões onde estamos presentes, de norte a sul de Portugal.
Como reconhecimento da nossa atuação em matéria de Sustentabilidade, particularmente no domínio da ação climática,
ficámos, em 2022, posicionados no nível de Leadership pelo CDP – Disclosure Insight Action – “A” no Climate e “A-” no
Forest –, o que vem reforçar o nosso compromisso em gerir o risco climático e o risco de perda de biodiversidade, bem
A solidez da nossa Companhia, e a aposta no crescimento sustentável, baseado num comportamento ético e
transparente, são a nossa melhor garantia de honrarmos o compromisso que assumimos com a criação de impacto
positivo na Sociedade.
GOVERNANCE RESPONSÁVEL
2.000 0 +7,7%
Colaboradores com formação em Casos confirmados de corrupção Mulheres contratadas vs. 2021
políticas internas no domínio de e de discriminação
compliance
2,54 mil M€
Valor económico direto gerado
2,12
Valor económico direto
mil M€ 40%
Financiamento sustentável
distribuído
INVESTIGAÇÃO E INOVAÇÃO
12,3
Investimento em IDI1
M€ 20
Patentes submetidas pelo RAIZ
3.246
Colaboradores2
185,2
Salários e benefícios dos
M€ 95%
Colaboradores com contrato sem
Colaboradores termo
17% Mulheres
83% Homens
1
Despesa global de IDI da Navigator com base no montante elegível para SIFIDE (o valor apresentado é relativo a 2021, pois o valor final de 2022 só estará apurado
em junho de 2023).
2
Inclui os Colaboradores da Portucel Moçambique. No âmbito deste reporte, encontram-se consolidados os indicadores ambientais e sociais referentes a 3.115
Colaboradores.
93%
Colaboradores internos
1.857
Colaboradores abrangidos pelo
7,3
Índice de frequência de acidentes
abrangidos pelo Sistema de programa da Saúde Ocupacional de trabalho4
Gestão de Segurança e Saúde no
Trabalho3
CADEIA DE FORNECEDORES
Mais de
7.300
Fornecedores
73% Nacionais
101.000
Exemplares das revistas Dá a
Mão à Floresta e My Planet
3
Na organização existe um conjunto de atividades, nomeadamente a Gestão Florestal, o Abastecimento de Madeira e o RAIZ, que não se encontram no âmbito da
norma ISO 45001. No entanto, as atividades desenvolvidas nestas áreas seguem os mesmos princípios e procedimentos.
4
Inclui os dados dos Colaboradores internos e dos Colaboradores externos.
5
Mais de 7.000 crianças e 12.000 adolescentes e adultos.
6,1 M tCO2
(+3,4% vs. 2021)
Stock acumulado nas nossas
florestas
105.733
Área florestal sob gestão 7
ha 68%
Madeira certificada adquirida
87%
Fornecedores de madeira com
cadeia de custódia certificada
4,73 M€
Investimento na prevenção e
apoio ao combate aos incêndios
florestais
CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE
12,3% 41 ha 71 ha
da área gerida Rearborização com espécies Área alvo de restauro ecológico
Zonas com interesse para a autóctones para reconversão de
conservação floresta de produção inadaptada
6
CELE - Comércio Europeu de Licenças de Emissão.
7
Adicionalmente são geridos 955 ha de floresta na Galiza (Espanha) e cerca de 14.000 ha em Moçambique.
84%
Água devolvida ao ambiente
5.372.917 GJ
(+3,8% vs. 2021)
Energia vendida
5.156.843 t
(-1,8% vs. 2021)
Matérias-primas consumidas
90%
Matérias-primas renováveis
ECONOMIA CIRCULAR
410.692
(+3,2% vs. 2021)
t
28.395 t 11%
Produção de resíduos Areias enviadas para o setor da Taxa de deposição de resíduos
construção em aterro industrial
GOVERNANCE RESPONSÁVEL
• Fórum de Sustentabilidade – “Bioeconomia: o Caminho para um Futuro
Sustentável”
• Aprovação da Política de Direitos Humanos
CADEIA DE FORNECEDORES
• Apoio a fornecedores no mercado de madeira e biomassa
GESTÃO DA ÁGUA
• Nova linha de evaporação no Complexo Industrial de Aveiro
ECONOMIA CIRCULAR
• Espaços de experimentação de cinzas aprovados pela APA
RATINGS
Score: 16,5
8.º lugar em 75 empresas de Paper & Forestry Climate
Score: A (nível de “Leadership”)
A avaliação anual da agência A classificação no nível de “Leadership” (com a evolução
de rating “Sustainalytics” de “A-” para “A”), atribuída pelo CDP – Disclosure Insight
classificou novamente a Action, é um importante reconhecimento da atuação da
Navigator como empresa de Companhia ao nível da redução de emissões, diminuição
baixo risco para investidores, dos riscos climáticos e desenvolvimento de uma
reconhecendo-a como uma economia de baixo carbono.
ESG Industry Top-Rated
company. A avaliação e o bom posicionamento da Forest
Navigator neste ranking são factos relevantes que Score: A- (nível de “Leadership”)
espelham o trabalho contínuo levado a cabo pela No segundo ano de participação no CDP Forest, a
Empresa, no sentido de integrar a sustentabilidade no Navigator melhorou a sua classificação neste ranking,
seu modelo de negócio, demonstrando a capacidade de tendo evoluído de “B” para “A-”, posição que situa a
antecipar e gerir os riscos ESG na condução das suas empresa no nível de “Leadership”.
atividades.8
CONSULTE AQUI A LISTA DE CLASSIFICAÇÃO
CONSULTE AQUI
8
Copyright ©2022 Sustainalytics. All rights reserved.
This publication contains information developed by Sustainalytics (www.sustainalytics.com). Such information and data are proprietary of Sustainalytics and/or its
third-party suppliers (Third Party Data) and are provided for informational purposes only. They do not constitute an endorsement of any product or project, nor an
investment advice and are not warranted to be complete, timely, accurate or suitable for a particular purpose. Their use is subject to conditions available at
https://www.sustainalytics.com/legal-disclaimers.
O Observatório dos ODS O Relatório de A revista My Planet foi O papel higiénico Amoos
nas Empresas Sustentabilidade 2021 da galardoada com o Grande Air Sense™ – com
Portuguesas9 identificou a Navigator foi reconhecido Prémio Papies 2022. Este micropérolas de fragrância
Agenda 2030 da pelo WBCSD – World concurso distingue os que são ativadas quando o
Navigator, e o processo de Business Council for melhores trabalhos de papel entra em contato
análise de materialidade Sustainable Development comunicação gráfica com a pele – foi eleito
que conduziu à sua pela forma como a sua realizados em Portugal, produto Cinco Estrelas de
definição, como exemplo estrutura contempla as tendo premiado o número 2023, na categoria de
de boa prática empresarial tendências globais que 10 da revista – uma edição papel higiénico.
na integração dos ODS na mais afetam a com um novo formato, mais
estratégia empresarial. Companhia. É destacado páginas, histórias e CONSULTE AQUI
Adicionalmente, deu o mapeamento dos reportagens inspiradoras
destaque ao Programa desafios associados aos que celebram a
Premium, destinado a tópicos materiais biodiversidade.
produtores florestais de identificados e a reflexão
eucalipto, como caso sobre os riscos e
prático associado aos ODS oportunidades, bem como
15 e 12. a forma clara e concisa
como é apresentado o
CONSULTE AQUI progresso alcançado (de
acordo com o princípio
“Conciseness &
alignment”).
CONSULTE AQUI
9
Projeto promovido pela Católica-Lisbon em parceria com o BPI Fundação “La Caixa” e a Fundação Francisco Manuel dos Santos.
Assumimos por isso um compromisso com a criação de valor sustentável para os nossos acionistas, e para a sociedade
como um todo, deixando às futuras gerações um planeta melhor, através de produtos e soluções sustentáveis naturais,
recicláveis e biodegradáveis, que contribuem para a fixação de carbono, para a produção de oxigénio, para a proteção da
biodiversidade, para a formação de solo e para o combate às alterações climáticas.
A nossa atividade está alicerçada em fábricas modernas de grande escala, com tecnologia de ponta, que fazem da
Companhia uma referência de qualidade no setor.
Dispomos de uma capacidade de produção de 1,6 milhões de toneladas de papel, 1,6 milhões de toneladas de pasta, 130
mil toneladas de tissue por ano, e 375,5 MW de potência instalada para produção de energia.
Com um modelo de negócio baseado na investigação e na inovação tecnológica, somos hoje uma
referência em todo o mundo.
10
FSC® – Forest Stewardship Council® (Licença n. º FSC® - C010852); PEFC – Programme for the Endorsement of Forest Certification schemes (Licença n. º PEFC/13-
23-001).
A presença global da Companhia é assegurada por uma rede internacional de subsidiárias comerciais, que tem como
objetivo reforçar a proximidade aos Clientes e Consumidores, interpretando melhor as suas necessidades e encontrando
rapidamente as respostas que procuram.
Na The Navigator Company desempenhamos um papel estruturante para a economia nacional pela
integração vertical do nosso modelo de negócio.
Em 2022, foram vários os projetos iniciados, consolidados e concluídos neste centro de I&D e transferência de
conhecimento, maioritariamente financiado pela The Navigator Company tendo como parceiros três universidades
portuguesas. Como marco do ano, destaca-se a conclusão do projeto Inpactus – um investimento global de 14,6 milhões
de euros que, entre vários resultados, permitiu registar 37 novas patentes e lançar 4 novos produtos papeleiros no
mercado.
Na área da I&D, destaque para conhecimento gerado no rePLANT – programa para o desenvolvimento de soluções
tecnológicas inovadoras para os problemas da floresta – que se revelou crucial para a apresentação da candidatura –
transForm – no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (Cap. 4.3).
Pasta
Em 2022, as vendas de pasta representaram 8% do nosso volume de negócios (vs. 11% em 2021).
Apesar de a produção de pasta ter sido 3,3% superior ao ano anterior – 1,5 milhões de toneladas de pasta produzida –,
houve uma maior integração em papel e um decréscimo do volume disponível para venda, que acabou por ser
compensado pela subida dos preços, resultando num acréscimo de 16% no volume de negócios nesta rúbrica.
Impulsionado pelo desequilíbrio entre a procura – aumento de 1,3% face ao ano anterior – e a oferta, que enfrentou
restrições motivadas pelo contexto macroeconómico (greves, secas, incêndios e problemas logísticos), o mercado de
Pasta atingiu preços máximos históricos.
A procura de fibra curta subiu 2,7% – com destaque para o aumento da fibra curta de eucalipto, que cresceu 7,8% face
a 2021 – e que se contrapõe à descida de 1,8% na procura de fibra longa.
Energia
As vendas de energia elétrica ascenderam a 258,5 milhões de euros, sendo mais de 70% proveniente de fontes
renováveis.
A faturação aumentou cerca de 91% face ao ano anterior, decorrente do facto de as cogerações renováveis terem
vendido a totalidade da sua produção em mercado, a que se juntou a central de ciclo combinado a gás natural de
Setúbal, que se encontrava, até então, em regime de venda parcial de eletricidade. Esta evolução favorável da venda de
energia elétrica beneficiou da subida do preço de mercado a nível internacional, – aumento de cerca de 50% face ao
anterior –, para a área de Portugal do MIBEL (Mercado Ibérico de Eletricidade).
Destaca-se ainda a participação das unidades industriais da Navigator no Mercado de Banda de Reserva de Regulação,
um serviço prestado ao operador do sistema elétrico nacional pelos grandes consumidores de eletricidade, que ficam
disponíveis para reduzir o consumo caso a rede nacional seja afetada por alguma anomalia. Este mecanismo de natureza
concorrencial traduziu-se em proveitos de, aproximadamente, 7,3 milhões de euros em 2022.
Tissue
O negócio Tissue manteve um bom desempenho devido não só ao crescimento de 1,8% do mercado global, face a 2021,
mas também da subida dos níveis de preços verificada neste negócio.
Neste contexto, o valor das vendas de Tissue registou um crescimento de 36%, a nível global, e 38% em produto
acabado. Destaca-se o aumento de 5% das vendas no canal At Home, com captação de novos Clientes e reforço da
posição pré-existente, o que permite assegurar a diversificação sustentável da atividade comercial.
De registar igualmente a subida de 9% das vendas de marcas Navigator, no conjunto dos vários canais e mercados, que
alcançaram 28% das vendas de produto acabado (tons) – vs. 26% em 2021.
Houve um foco na eficiência da operação e no aumento da capacidade produtiva e dos níveis de qualidade no produto
entregue. O investimento em inovação traduziu-se no reconhecimento e lançamento de produtos adaptados às
tendências de mercado:
• Papel higiénico Amoos Air Sense™, que integra micropérolas de fragrância – Prémio Cinco Estrelas de 2023, na
categoria de papel higiénico (lançado em 2021);
• O rolo de cozinha Amoos Calorie Control™, produzido através de uma tecnologia que cria microalvéolos na
estrutura interna do papel, aumentando a eficácia na absorção (lançado em 2022).
Packaging
Neste segmento, a crescente base de Clientes vem comprovar o reconhecimento da qualidade dos nossos produtos,
nomeadamente da marca gKRAFT.
As vendas da marca cresceram 22% face ao orçamentado e mais do que duplicaram o resultado de 2021.
O forte desenvolvimento do negócio ocorreu sobretudo no segmento de sacos – que cresceu 32% em volume e 73% em
valor de vendas – pela existência de uma base de Clientes mais alargada, pelo trabalho desenvolvido desde 2017, e pela
capacidade de aumentar a nossa carteira de encomendas.
Moçambique
A Portucel Moçambique prosseguiu as operações de colheita e exportação de madeira de eucalipto oriunda da província
de Manica, tendo realizado a expedição de três navios em 2022, correspondendo a cerca de 95 mil metros cúbicos de
madeira com certificação de origem controlada. (Cap. 5.2).
Na província da Zambézia, onde a empresa tem parte significativa dos seus ativos florestais, a operação concentrou-se
na manutenção desses ativos, incluindo a monitorização e gestão das áreas impactadas por fenómenos climáticos
extremos, ocorridos no início do ano, assim como a colheita e venda de biomassa, que correspondem a cerca de 18 mil
metros cúbicos.
AS NOSSAS MARCAS
Para além dos créditos de qualidade, inovação e sustentabilidade associados aos nossos produtos, oferecemos uma
garantia adicional aos nossos Clientes e Consumidores, através do rótulo da certificação florestal e/ou o EU Ecolabel
patentes nos nossos produtos.
As vendas de produtos com certificação (Ecolabel, FSC® ou PEFC) têm vindo a adquirir uma expressão relevante,
salientando-se a evolução favorável registada no papel UWF, que em 2022 aumentou 15,7% por comparação com o ano
anterior.
2021 2022
Papel UWF
O nosso portfolio de marcas está dividido entre marcas de papel de escritório e marcas para a indústria gráfica.
A marca de papel Navigator tem consumidores em mais de 130 países estando presente na vida dos seus clientes há 30
anos. Durante o ano de 2022 tiveram lugar vários eventos, em diversos países, para assinalar este marco histórico.
Investimos, de forma contínua, na melhoria das características dos produtos, procurando responder às necessidades dos
nossos Clientes. A título ilustrativo, estamos a incrementar a nossa presença comercial em algumas geografias,
nomeadamente nos Estados Unidos.
No setor gráfico profissional, mantivemos a afirmação e consolidação das nossas marcas, como é o caso da submarca
Navigator Professional. Os recentes produtos profissionais Navigator Premium Books, Navigator Premium Writing e
Navigator Premium Envelopes têm demonstrado ser um sucesso no mercado de livros, cadernos e notebooks.
No papel de escritório, salienta-se o lançamento do Navigator Carbon Neutral, como reforço da resposta às preocupações
ambientais dos nossos Clientes.
Esta marca está disponível apenas nas gramagens de 70 g/m2 e 75 g/m2, recorrendo assim a uma menor utilização de recursos
gerando menos desperdício.
O evento, que reforçou as vantagens dos produtos recicláveis e biodegradáveis, com origem em florestas certificadas e renováveis,
teve uma adesão de 362 inscritos e foi seguido online por 281 pessoas.
Numa vertente de associação a causas sociais, mantivemos o apoio filantrópico que a nossa marca Pioneer – vendida em
mais de 105 países -, tem vindo a dar na luta contra o cancro da mama.
No Mês de Prevenção do Cancro da Mama, celebrado em outubro, foram distribuídas 1.300 flores de papel Pioneer a
investigadores do iMM-Laço Hub, colaboradoras da Navigator e pacientes e familiares na Oncologia do Hospital de Santa Maria.
Iniciado em 2005, o apoio da Pioneer à investigação em cancro da mama corresponde a um investimento total de 480 mil euros.
O lançamento da marca gKRAFT em 2021 personifica uma nova geração de papéis de embalagem caracterizada por
excelentes níveis de desempenho, qualidade de impressão e funcionalidade, cumprindo os mais elevados níveis de
segurança e higiene.
A matéria-prima utilizada no seu fabrico permite uma maior reciclabilidade e, simultaneamente, um menor uso de
madeira por tonelada de papel produzido, o que é alcançado pelo recurso à fibra de Eucalyptus globulus. Esta matéria-
prima possibilita reduzir em 50% a madeira usada por volume de embalagem (toneladas) – comparativamente ao Pinus
Taeda, Pinus sylvestris –, ao mesmo tempo que garante a produção de uma embalagem segura, higiénica e mais
eficiente na compostagem – redução até 20% no tempo requerido, comparativamente a concorrentes que utilizam pinho.
SAIBA MAIS SOBRE O gKRAFT - A NOVA MARCA DE PAPEL DE EMBALAGEM DE NOVA GERAÇÃO
Amoos
A área do tissue tem vindo a investir em inovação, com vários produtos de índole disruptiva, de que são exemplo: Amoos
Air Sense™ (papel higiénico), Amoos Naturally Soft™ (guardanapos e papel higiénico), Amoos Aquactive™ (multiusos) e
Amoos Calorie Control™ (rolo de cozinha).
político-económico –
climática e
economia de
baixo carbono
de se adaptarem às
direitos
fundamentais
Para que as gerações futuras sejam capazes de viver bem, dentro dos limites do Planeta, precisamos de uma visão
transformadora e de promover a justiça intergeracional. É necessário que governos, sociedade civil e empresas juntem
esforços, assumam o seu papel, e mudem os sistemas que criaram os desafios que agora enfrentamos. É urgente agir,
assumindo a responsabilidade e contribuindo para a transformação profunda desses sistemas, para que as nossas
economias e sociedades se tornem mais resilientes, sustentáveis e inclusivas.
11
WBCSD – Vision 2050: Time to Transform (https://timetotransform.biz/)
Com uma cadeia de valor à escala global, o sucesso da Companhia assenta na monitorização destes desafios. Por esse
motivo, o desenho da Agenda 2030 da Navigator teve na sua génese uma análise das principais macrotendências e
desafios que poderiam influenciar, direta ou indiretamente, o negócio da Companhia.
A nossa atuação responsável tem como pilares o Propósito Corporativo e a Agenda 2030 da Companhia. Para assegurar
MACROTENDÊNCIAS IDENTIFICADAS COMO RELEVANTES
que a nossa Agenda de Negócio Responsável se mantém atual neste contexto em constante mudança, conduzimos em
2022 uma análise de dupla materialidade INSTABILIDADE
ALTERAÇÕES (Cap. 3.2). Este trabalho permitiu
INOVAÇÃO rever e atualizar
PERTURBAÇÃO a reflexão anteriormente
DA COESÃO
PLANETA NO LIMITE GEOPOLÍTICA E
realizada, tendo-se identificado novas macrotendências
DEMOGRÁFICAS e desafios para a Companhia.
TECNOLÓGICA Esta análise teve por ECONÓMICA
SOCIAL base os
relatórios do WBCSD, no âmbito da revisão da “Visão 2050”, o mapa global de riscos emitidos anualmente pelo WEF –
World Economic Forum e a publicação anual da SustainAbility, um think tank na área da sustentabilidade, que traça as
principais tendências que se colocam à atividade empresarial neste dominío.
Ameaça
Foram existencial
igualmenteparaanalisados
A população global estárelevantes
dois relatórios a As novas
na tecnologias, Aumento das
temática de sustainable fraturas
finance relacionados Instabilidade
com a área geopolítica,
a Terra e para a vida crescer, a envelhecer e a como a digitalização, sociais, incerteza e abrandamento económico
florestal:
humana, o PRI
a perda de– An introduction
urbanizar-se.to responsible investment
automação,in forestry e oansiedade.
ESG Equity Barometer H1 2022 da Euronext.
e mudanças de poder e
biodiversidade e as A evolução demográfica, Inteligência Artificial O aumento da desigualdade consequente afastamento
alterações climáticas
Às macrotendências anteriormente
o aumento dos identificadas
fluxos –(IA), Blockchain
Planeta ou alterações
no limite, dentro demográficas
e entre países, e Inovação do multilateralismo.
tecnológica -,
expõem os limites do migratórios eo BigData, permitirão às juntamente com aConsideramos
erosão Aumento
acrescentámos a perturbação da coesão social e a instabilidade geopolítica e económica. que asdas tensões
cinco
planeta. crescimento das empresas acelerar e da confiança nas globais, através de
tendências globais se encontram interligadas e são interdependentes,
ampliar o seu impacto atuando como “forças motrizes” que dão origem a
Acresce a escassez de megacidades põem instituições, alimentam um confrontos
vários adesafios para o nosso
recursos, pressãonegócio e setor
adicional positivo no
sobre de atividade. conjunto diversificado de geoeconómicos e bélicos.
desflorestação e poluição os recursos naturais. desenvolvimento movimentos de protesto, As tensões comerciais
queDeste
potenciam a aos oito desafios sustentável da podendo levaradicionámos
à polarizaçãotrês, continuarão
modo, de sustentabilidadeeconomia
As diferenças identificados
e da no exercício anterior, que ganham
degradação ambiental e o demográficas impactam da política interna, provavelmente a ser uma
expressão de
aparecimento nodoenças
contexto atual – proteção dos direitos fundamentais,
sociedade. As participação na adaptação
sentimentos populistas do
e quadro regulatório
característica doe
no desenvolvimento tecnologias-chave em
promoção
zoonóticas do capitalismo
(epidemias e de Stakeholders.
económico, quer pelo nacionalistas e a regimes panorama geopolítico ao
pandemias), de que a diferentes áreas – da autoritários. longo da década. O
envelhecimento biotecnologia, às
COVID-19 é o exemplo populacional, querempelas Sentimentos de ansiedade, centro de gravidade da
A seleção destas tendências e desafios, conjunto com a análise
energias renováveis – de dupla materialidade, que envolveu a auscultação
mais recente. diferenças depressão, solidão e stress, economia global está a
de Stakeholders internos e externos, permitiu a tomarão um rumo
identificação de novos tópicos materiais (Cap. 3.2), levando a uma
deslocar-se para a Ásia,
Fenómenos climáticos intergeracionais. exponencial de em consequência da
reconfiguração
mais frequentes e da Agenda de Gestão Responsável 2030 da Navigator. pandemia e da incerteza mas também para África
A inversão das pirâmides desenvolvimento. e América Latina.
rigorosos causarão demográficas nalgumas futura, potenciam uma
sofrimento e migrações, O desenvolvimento das
O quadro seguinte apresenta
partes asdo conclusões
mundo pode desta tecnologias
análise, identificando
tem osdegradação da coesão
tópicos materiais associados A nacionalização
aos desafios que de
impondo custos e perdas levar à falência dos social. recursos e a competição
se colocam ao nosso negócio, e os principais riscos
económicas. e oportunidades
implicações no futuroidentificados. São ainda descritas entre as iniciativas mais
Estados pelo
sistemas de segurança do trabalho –mesmos.
através A subida da inflação, perda
relevantes que
Agravamento do stressestamos a desenvolver para
social e à necessidade de dar resposta aos do poder de compra e controlo de matérias-
da criação, mas primas vitais são
hídrico poderá afetar dois emprego das gerações também perda de deterioração estrutural das
terços da população mais velhas.um trabalho interno perspetivas de trabalho suscetíveis de se tornar
No futuro próximo iremos realizar postosdedeaprofundamento
trabalho – e integração dos resultados do exercício de
mundial, até 20252, e e/ou padrões para a idade um fator cada vez mais
dupla materialidade, noAque
gerar confrontos
mudança de poder
diz respeito dos
aos riscosimpondo novas ou com que nos deparamos.
e oportunidades da população ativa, poderão importante nas relações
Boomers para Millennials renovadas internacionais, com
geopolíticos pelo acesso à e Geração Z, reflete competências. levar a crises de emprego e
água. subsistência, assim como à consequente impacto nas
diferentes experiências e Maior dependência cadeias de abastecimento
A degradação do solo e perspetivas, desafiando erosão dos direitos laborais.
cibernética e de e no seu encurtamento.
dos terrenos terá um as empresas a sistemas de dados. As diferenças de acesso à
impacto material na manterem-se relevantes tecnologia e às Taxas de juros mais
Vulnerabilidade elevadas, juntamente
agricultura em muitas no seu propósito, a acrescida a competências digitais
regiões. investir mais e cuidar do aumenta o risco do fosso com a queda do
ciberataques. Risco de rendimento em termos
A qualidade do ar seu capital humano, do surgimento de novos entre “ricos” e “pobres”,
qual depende a sua desafiando a coesão social. reais, estão a levar à
continuará a ser uma níveis de vigilância e recessão na economia.
preocupação em muitas competitividade. manipulação dos dados
cidades, com graves ao serviço dos lucros e
consequências para a do poder.
saúde pública. Risco de aumentar as
desigualdades digitais
no acesso a redes e
tecnologias críticas.
Proteger e valorizar
a biodiversidade • Alterações • Restrições nas • Reforço da • Gestão sustentável das
A perda de climáticas e áreas de produção credibilidade e florestas próprias
biodiversidade é uma das fixação de CO2 florestal / reputação do setor através da certificação
crises globais mais • Bioprodutos indisponibilidade potenciando a sua pelos sistemas FSC® e
prementes da atualidade, para aumentar a aceitação social PEFC
considerada pelo World • Gestão da cadeia área florestal /
de Fornecedores • Incentivo à adoção • Programas de apoio aos
Economic Forum (WEF) perda de área das melhores produtores florestais e
como um dos riscos • Conservação da disponível para a práticas pelos de valorização das
globais com maior biodiversidade produção de florestas de eucalipto
produtores florestais
severidade no horizonte • Governance eucalipto (ex.
• Contribuição para a • Divulgação de boas
a 10 anos. responsável novos usos)
diminuição do práticas florestais
É crucial o papel de (direitos • Risco de incêndio através de canais
nº/intensidade dos
proteção, conservação e humanos; gestão florestal (com próprios e eventos do
incêndios florestais
restauro da Natureza e de risco e impacto na perda setor
dos ecossistemas, na continuidade do de área produtiva
• Desenvolvimento de
obtenção de benefícios projetos • Ações e meios de
negócio) e de prevenção e apoio ao
ao nível da regulação complementares, no
• Economia circular biodiversidade)
âmbito da combate a incêndios
climática, da
disponibilidade de • Gestão da água • Alterações do agrofloresta, • Atividades de IDI e
• Gestão contexto conciliando a investimento em
recursos e de outros
sustentável da regulatório floresta de produção bioprodutos
serviços ambientais e
floresta relativo ao uso da com outros usos da • Atividades de renovação
sociais.
terra (por ex. terra da floresta
Com o crescente • Inovação, Estratégia
reconhecimento da tecnologia e I&D • Projetos de literacia
Europeia para a
importância da Natureza para a floresta e
• Gestão da energia Biodiversidade)
para os negócios, da sua conservação da
e matérias-primas
dependência e impactos, biodiversidade;
surgirão novas soluções • Estabelecimento de
e parcerias, para travar a parcerias
perda de biodiversidade • Compromisso com
(visando a cadeia de ações de conservação e
valor), integrar a monitorização com as
avaliação financeira dos quais nos
serviços dos comprometemos no
ecossistemas e promover âmbito da iniciativa
nature-based solutions. Act4nature Portugal
Mitigação climática e
economia de baixo • Alterações • Redução nos • Substituição de • Roteiro para a
carbono climáticas e limites de combustíveis Neutralidade Carbónica
O fracasso na ação fixação de CO2 emissões (ETS – fósseis por da Companhia e
climática, na mitigação e • Bioprodutos EU Emissions combustíveis aprovação das metas de
adaptação, mantém-se Trading System) renováveis (e.g. descarbonização pela
como um dos maiores
• Gestão da cadeia biomassa, solar e
• Biomassa deixar SBTi – Science Based
de Fornecedores
riscos identificados pelo de ser hidrogénio) Targets initiative
WEF, tanto no curto • Conservação da considerada uma • Investimento e/ou • Gestão sustentável das
como no longo prazo, biodiversidade
alternativa desenvolvimento de florestas
reiterando a necessidade • Economia circular sustentável aos modelos de negócio • Investimento em
de um maior • Gestão da água combustíveis reconhecidos como sistemas e tecnologias
compromisso e ação fósseis mais sustentáveis que minimizam os
neste domínio. • Governance
responsável • Falhas na (em linha com a impactos ambientais e
Os acontecimentos disponibilidade Taxonomia promovem a melhoria
(gestão de risco e
climáticos tornar-se-ão de matérias- Europeia) da eficiência energética
continuidade do
mais frequentes e •
negócio) primas e energia Otimização de • Eliminação gradual do
severos (um “novo como resultado processos e
• Gestão consumo de energia de
normal”). Assiste-se a das variações de economia financeira
sustentável da origem fóssil e
uma ação política preços e, ainda, com estratégias
floresta investimento em fontes
climática global de disrupções específicas para de energia alternativas
emergente e a um • Inovação, nas cadeias de cada recurso e renováveis (ex. solar
quadro regulatório mais tecnologia e I&D abastecimento • Investimento em fotovoltaico, biomassa,
exigente na União • Gestão da energia • Restrições I&D hidrogénio verde)
Europeia. e matérias-primas decorrentes do • Reforço da • Produção de energia
A economia de baixo
quadro credibilidade e da renovável
carbono está no centro
dos planos de
regulamentar reputação do setor • Atividades de IDI e
relativo às potenciando a sua investimento em
recuperação pós-
matérias-primas aceitação social bioprodutos
pandemia. O
utilizadas na • Análise do contributo
desenvolvimento de
produção de
• Incentivo à
novas tecnologias (ex. alocação das positivo do nosso
pasta e papel património agroflorestal
soluções de captura de melhores práticas
carbono) será acelerado, • Risco de incêndio pelos produtores como sumidouro de
sendo criados novos florestal (com florestais adquiram carbono
empregos e exploradas impacto na as • Alinhamento com a
novas fontes de energia perda de área iniciativa TCFD e com a
produtiva e de
• Aumento da receita
(ex. hidrogénio) e novas decorrente de uma Taxonomia Europeia
oportunidades. biodiversidade)
maior procura por
• Restrições nas produtos e serviços
áreas de com baixa emissão
produção de GEE
florestal /
indisponibilidade
para aumentar a
área florestal /
perda de área
disponível para a
produção de
eucalipto (ex.
novos usos)
• Aumento da receita
decorrente de uma
maior procura por
produtos e serviços
com baixa emissão
de GEE
• Oportunidades de
mercado, geradas
pelas políticas
decorrentes do EU
Green Deal,
poderão criar
vantagens
competitivas para
empresas que
fabricam e
comercializam
produtos
comprovadamente
sustentáveis
A metodologia utilizada baseou-se nas orientações publicadas pelo EFRAG – European Financial Reporting Advisory
Group, disponíveis à data do arranque do processo. Para tal foram realizadas duas análises distintas, uma dedicada aos
impactos das atividades da Navigator no exterior (perspetiva de “dentro para fora” – materialidade de impacto), e outra
aos riscos e oportunidades que decorrem do contexto externo, e que afetam ou podem afetar a geração de valor da
Navigator (perspetiva de “fora para dentro” – materialidade financeira).
Este exercício teve como ponto de partida a análise detalhada realizada entre 2019 e 2020, que contou, na altura, com o
envolvimento de mais de 540 Stakeholders, internos e externos, com um processo de reflexão estratégica e com uma
análise das macrotendências e dos desafios para o negócio.
Para a revisão dos tópicos, foi conduzido um processo em quatro etapas tendo envolvido mais de 50 pessoas, internas e
externas, especialistas nas suas atividades e negócios, bem como a Comissão Executiva e uma equipa externa de peritos
em matérias de sustentabilidade.
Ao longo do processo de auscultação foi identificado um conjunto de impactos, riscos e oportunidades, cuja avaliação, de
acordo com uma metodologia própria, permitiu aferir a sua relevância/significância.
Os resultados das duas análises referidas – materialidade de impacto e materialidade financeira – foram cruzados em
formato de matriz, dando origem a uma lista de tópicos que foi calibrada pela Comissão Executiva à luz das prioridades
estratégicas da Companhia em matéria de ESG.
Temas Relevantes Inclui os tópicos relevantes para a criação de valor a médio e longo prazo.
Na sua maioria já faziam parte da nossa Agenda 2030 e estavam a ser
abordados através do desenvolvimento de políticas, definição de metas, gestão
de projetos específicos, entre outros.
Correspondem a temas a monitorizar e gerir no âmbito das nossas atividades e
Agenda 2030.
Um Negócio Responsável
Temas Estratégicos
Temas Relevantes
A Agenda 2030 da Navigator (Cap. 3.3) foi ajustada no sentido de espelhar esta reflexão estratégica e enquadrar a
gestão, monitorização e reporte do desempenho da Companhia nos atuais temas materiais.
O exercício realizado permitiu concluir da atualidade dos tópicos materiais que integram a Agenda 2030. Não obstante,
surgiram algumas alterações em função dos eventos marcantes dos últimos três anos – com significativa influência do
desenvolvimento das atividades económicas, a nível mundial, e dos desafios resultantes das tendências globais em
matéria de sustentabilidade (Cap. 3.1). Emergem como principais alterações:
A nossa Agenda 2030 foi reconfigurada de acordo com os tópicos identificados no exercício de dupla materialidade.
Mantendo o foco na gestão de um negócio responsável, passa a estar organizada em torno de dois eixos estratégicos de
atuação, que refletem as duas dimensões do nosso propósito, as Pessoas e o Planeta:
• Pela Sociedade;
Roteiro 2030
Na Navigator consideramos essencial ter um plano de ação a longo prazo que nos direcione para a concretização dos
compromissos traçados no âmbito da nossa Agenda 2030. Nesse sentido, materializámos as nossas ambições no Roteiro
2030 – uma ferramenta que permite à Companhia guiar e acompanhar o seu percurso, para a criação de valor
sustentável, ao longo do tempo.
O Roteiro 2030 é composto por 15 compromissos, definidos em colaboração com as várias áreas de atividade da
Companhia. Aos compromissos estão associados vários objetivos, que acreditamos terem potencial para produzir um
impacto significativo nas áreas prioritárias da nossa Agenda 2030.
Como ferramenta de gestão corporativa, o Roteiro não é estático sendo, por isso, realizada uma reflexão anual, que pode
levar a reajustamentos (fine-tuning) de alguns dos objetivos traçados, em alinhamento com os novos e possíveis
investimentos da Companhia.
Em 2022, mantivemos o foco em alcançar os objetivos traçados, sendo possível analisar o resultado do nosso
desempenho no quadro seguinte.
Estes manifestos têm como objetivo expressar o posicionamento por parte das empresas portuguesas relativamente ao tema do
Clima e da Biodiversidade, divulgando um conjunto de medidas para fazer face aos desafios.
A propósito da COP27, o manifesto pede várias medidas, incluindo financiamento que assegure a transição climática, referindo a
importância do contributo prático e concreto da COP para o cumprimento do Acordo de Paris sobre o Clima.
A COP15 da Biodiversidade, teve como principal objetivo a adoção de uma Estratégia Global para a Biodiversidade Pós-2020,
visando travar a perda global de biodiversidade até 2030 e promover a recuperação dos ecossistemas naturais. O manifesto
apelou, assim, a que COP15 da Biodiversidade fosse um momento de viragem para o reconhecimento da importância da Natureza
para as nossas vidas e economias, e para a ação coletiva urgente no domínio da proteção e valorização da biodiversidade e do
capital natural.
ROTEIRO 2030
Apresentamos um ponto de situação do nosso Roteiro 2030 no que diz respeito ao desempenho para cada objetivo –
Status 2022 –, bem como a sua ligação aos conteúdos do relatório. Adicionalmente são: indentificados os novos
objetivos e metas intermédias definidas.
As informações sobre o desempenho detalhado para cada objetivo estão disponíveis no Anexo – Roteiro 2030 Detalhado.
PELA SOCIEDADE
STATUS
COMPROMISSOS OBJETIVOS LOCALIZAÇÃO
2022
Desenvolver bioprodutos Desenvolver novos materiais e compósitos celulósicos, Cap. 4.3
sustentáveis, reduzindo a recicláveis e biodegradáveis. Investigação e
dependência dos recursos Inovação na
Desenvolver biocombustíveis, bioplásticos e bioquímicos
fósseis e promovendo a Bioeconomia de
a partir da biomassa residual da floresta.
descarbonização da economia. Base Florestal
Promover a cocriação científica Reforçar as parcerias com universidades e centros
e tecnológica, no domínio da tecnológicos nacionais e internacionais.
bioeconomia e dos bioprodutos.
Promover a formação avançada, em colaboração com as
universidades: 30 doutoramentos até 2030.
Promover registo de propriedade intelectual: 25 patentes
até 2030.
META SUPERADA – OBJETIVO REFORMULADO
50 patentes até 2030.
NOVO OBJETIVO
Promover projetos em cocriação com entidades externas –
perspetiva de valorização económica do conhecimento
gerado em I&D: 15 projetos concluídos até 2030.
Promover a produtividade, Desenvolver planta clonal e seminal geneticamente
resiliência e sustentabilidade da melhorada, com 30-50% de ganhos de produtividade e
floresta nacional. resiliente às alterações climáticas.
Propor soluções de luta biológica, para as principais
doenças e pragas da floresta nacional de eucalipto.
Desenvolver produtos Desenvolver produtos papeleiros inovadores e
inovadores, competitivos e diferenciadores (pasta, papel UWF, papel tissue,
sustentáveis. embalagem).
Promover o desenvolvimento e Abranger 80% dos Colaboradores com planos de Cap. 4.4 Gestão
capacitação do capital humano, desenvolvimento customizados às suas necessidades e do Talento e
em alinhamento com as projetos profissionais, em alinhamento com as Desenvolvimento
necessidades atuais e futuras da necessidades de sucessão da Navigator. do Capital
Companhia. Humano
METAS INTERMÉDIAS REFORMULADAS
• 60% do total de Colaboradores com Plano de
Desenvolvimento Individual em 2025
• 80% dos Técnicos / Especialistas / Gestores com Plano
de Desenvolvimento Individual em 2025
Contribuir para a qualificação e Ter parcerias ativas com instituições de ensino em todas
empregabilidade dos jovens das as regiões onde operamos no território nacional,
regiões onde operamos. incluindo a realização de estágios curriculares e
profissionais, bem como a participação em atividades
letivas, eventos e feiras.
Promover uma cultura Monitorizar continuamente os principais estímulos
organizacional inclusiva, capaz motivacionais dos Colaboradores para melhor adequar as
de integrar desafios internos e práticas de gestão, políticas e processos implementados.
externos.
Garantir um ambiente seguro e Atingir a Meta Zero Acidentes através da melhoria Cap. 4.5 Saúde,
saudável para os Colaboradores contínua na segurança, com a nova Estratégia de SST Segurança e Bem-
assegurando o seu bem-estar. 2021-2023: estar
• Índice de frequência ≤2 em 2030 (Colaboradores
internos e externos).
Desenvolver o programa de Saúde Ocupacional até
2030:
• Índice de Capacidade para o Trabalho (ICT): 45% em
2030;
NOVO OBJETIVO
Consolidar o projeto Biodiversidade By The Navigator
Company.
METAS INTERMÉDIAS
• Realizar 4 parcerias até 2025.
• Aumentar a visibilidade sobre a estratégia de
conservação da biodiversidade da Navigator, até 2025,
junto de adultos urbanos e ONG nacionais.
STATUS
COMPROMISSOS OBJETIVOS LOCALIZAÇÃO
2022
Promover a eficiência no uso de Diminuir em pelo menos 33% a utilização específica de Cap. 5.4 Gestão
recursos, minimizando a nossa água (m3/t de produto) até 2030 (ano base: 2019). da Água
pegada ecológica. Utilização específica do ano base: 22,4 m3/t
Propor soluções que permitam melhorar a eficiência no
uso de água no processo industrial.
Otimizar a intensidade energética, ano após ano. Cap. 5.5 Gestão
da Energia e
Propor soluções que permitam melhorar a eficiência no Matérias-primas
uso de madeira no processo industrial.
Garantir a sustentabilidade do Assegurar a utilização de 80% de madeira certificada Cap. 5.2 Gestão
uso do solo e dos recursos até 2030. Sustentável da
florestais, incluindo a Floresta
Promover a certificação da cadeia de custódia de todos
biodiversidade.
os nossos Fornecedores de madeira até 2030.
Contribuir para a redução de incêndios em espaço
rural, garantindo anualmente menos de 1% da área
ardida sob gestão até 2030.
12
Em 2022, as iniciativas do Clube UNESCO – objetivo autónomo do Roteiro – passaram a integrar o projeto Floresta do Saber.
13
Considerando que há dois critérios divergentes para o cálculo da taxa de valorização dos resíduos – a legislação nacional que contempla a operação de valorização
energética (com o código R1) como valorização, e a Norma GRI 306 (na sua versão de 2020), que a considera como operação de eliminação – e que a nossa meta
2030 foi definida previamente à revisão da Norma GRI, reformulámos a meta no sentido de garantir que esta se encontra alinhada com os valores agora reportados,
que seguem o referencial GRI (versão 2020).
14
Emissões reportadas no âmbito do CELE - Comércio Europeu de Licenças de Emissão.
15
O valor de emissões do ano base encontra-se de acordo com o que foi submetido e aprovado pela SBTi em 2022. Relativamente ao âmbito 3, o valor refere-se a
68% das 6 categorias relevantes do inventário da Navigator.
Em 2020, com a construção da Agenda 2030 da Navigator, analisámos os 17 ODS das Nações Unidas e as respetivas
metas, por forma a identificar os nossos principais contributos, reais e potenciais, para a sua concretização.
Desta análise resultou a identificação de três níveis de contributos, com base no grau de influência que a Companhia tem
para o sucesso destes objetivos globais:
Core
Gerar impacto positivo nestes ODS, a partir da nossa Agenda 2030, constitui uma oportunidade para a criação de
valor sustentável a longo prazo e promover a transformação da Navigator, tal como do setor, de forma a responder
aos desafios futuros.
Supportive
O percurso da Navigator até 2030 tem impacto nestes ODS, de forma direta ou indireta. Responder a estes ODS
constitui uma oportunidade de crescimento económico sustentável, através de uma gestão mais responsável dos
recursos, da geração de valor nas comunidades e das parcerias com os nossos Stakeholders.
Outros
A Agenda 2030 da Navigator interage de modo menos direto com estes ODS, embora exista um potencial contributo
positivo, por meio dos compromissos e planos de atividade da Companhia.
No nível Core foram identificámos cinco ODS, que são estrategicamente relevantes para a Companhia e demonstram a
forte ligação entre as nossas atividades e as áreas onde podemos gerar impacto positivo.
Proteger, restaurar e
promover o uso
sustentável dos
Promover o
Construir ecossistemas terrestres,
crescimento
infraestruturas Adotar medidas gerir de forma
económico inclusivo e Garantir padrões de
resilientes, promover a urgentes para combater sustentável as florestas,
sustentável, o consumo e de produção
industrialização as alterações climáticas combater a
emprego pleno e sustentáveis.
inclusiva e sustentável e os seus impactos. desertificação, travar e
produtivo e o trabalho
e fomentar a inovação. reverter a degradação
digno para todos.
dos solos e travar a
perda de
biodiversidade.
O NOSSO CONTRIBUTO
Estamos a trabalhar Procuramos contribuir Sabemos que, para Estamos conscientes de Somos responsáveis
para ser um para o desenvolvimento reforçar a que é necessária uma pela gestão de uma
empregador de sustentável através do sustentabilidade do abordagem holística a vasta área florestal em
referência, procurando fortalecimento da nosso negócio, é este tema. É crucial Portugal Continental
criar um local de investigação científica, fundamental aumentar, reforçar a resiliência (1,2% da área do país),
trabalho mais justo, e da melhoria das tanto a circularidade, das nossas florestas, 100% certificada pelos
saudável e seguro capacidades como a eficiência na fonte da matéria-prima, sistemas FSC® e PEFC.
para todos os nossos tecnológicas. utilização dos recursos. e a sua importante Temos, por isso, a
Colaboradores. Investimos no função de sequestro de preocupação em
desenvolvimento e Em simultâneo, preservar os
A nossa relação com queremos responder às carbono, e prestar
implementação de atenção aos impactos ecossistemas e a
os Fornecedores e soluções e produtos expectativas de um biodiversidade.
produtores locais consumidor cada vez que a evolução dos
inovadores, de base ativos florestais Integramos, no nosso
ajuda a fortalecer a florestal, e da melhoria mais sensível a estas modelo de gestão,
economia local e a questões, garantindo, poderão ter no nosso
das nossas práticas de negócio, práticas que promovem
resiliência das silvicultura, não só a produção a produtividade e
Comunidades. sustentável dos nossos designadamente na
contribuindo para a disponibilidade de resiliência a longo
Apostamos na promoção de uma atuais produtos, mas prazo, garantindo
também dos novos recursos.
modernização bioeconomia, circular e simultaneamente a
tecnológica e de baixo carbono. A produtos na área das O nosso papel na manutenção dos
inovação. nossa ambição assenta embalagens de papel, transição para uma serviços dos
no espírito colaborativo uma alternativa economia de baixo ecossistemas e do
Investimos numa sustentável ao uso de carbono passa pelo
utilização eficiente dos que partilhamos com os capital natural.
nossos parceiros. plásticos de origem compromisso de reduzir
recursos, empenhados fóssil. em 63% as emissões de
em dissociar o GEE de âmbitos 1 e 2 até
crescimento 2035, por referência a
económico da 2020, e em 37,5% as
degradação ambiental. emissões de GEE de
âmbito 3 no mesmo
período, metas já
aprovadas pela SBTi.
Envolve também o
investimento em fontes
renováveis, como a
biomassa e a energia
solar.
Metas 6.1, 6.3, 6.4 e 6.6 Meta 7.2 Metas 11.6, 11.A e 11.B Metas 17.16, 17.17 e 17.18
OUTROS ODS
Tendo por referência a nova análise de materialidade (Cap. 3.2) e o balanço dos três primeiros anos da nossa Agenda de
Gestão Responsável, pretendemos revisitar em 2023 o mapeamento dos contributos para os ODS, em alinhamento com
o processo de atualização dos compromissos e objetivos definidos no Roteiro 2030.
Importar referir que, como reconhecimento da nossa Agenda 2030 e dos contributos para os ODS, a Navigator foi
destacada como boa prática empresarial, no âmbito das conclusões do estudo realizado pelo Observatório dos Objetivos
de Desenvolvimento Sustentável.
Adicionalmente, deu destaque ao Programa Premium, destinado a produtores florestais de eucalipto (Cap. 5.2), como caso prático
associado aos ODS 15 e 12, pelo impacto na preservação dos recursos naturais necessários para a viabilização do negócio.
O Observatório é uma iniciativa da CATÓLICA-LISBON em parceria com o BPI Fundação "La Caixa" e Fundação Francisco Manuel
dos Santos, e que monitoriza a implementação da Agenda 2030 das Nações Unidas através do acompanhamento de um grupo
representativo de empresas nacionais. A Navigator foi uma das 60 empresas selecionadas para participar no estudo conducente à
publicação do Relatório.
Porque “Valorizar faz parte de nós”, visamos criar valor de longo prazo (Cap. 4.2) para os 10 grupos de Stakeholders
relevantes com os quais nos relacionamos – Acionistas, Associações de empresas, Clientes, Colaboradores, Comunidade,
Entidades Governamentais e Reguladoras, Fornecedores, Organizações Não Governamentais (ONG), Proprietários e
Associações Florestais, e Sistema Científico e Tecnológico. De referir que os grupos de Stakeholders foram identificados
num workshop interno, com membros da Comissão Executiva, no âmbito do processo de análise da materialidade
ocorrido em 2015. Este mapeamento tem vindo a ser revisto, assegurando a sua atualidade e garantindo a integração
das expectativas identificadas face aos temas considerados mais relevantes para o futuro da Companhia, não tendo os
grupos de Stakeholders identificados sofrido alterações em 2022.
Recorremos a diversas formas de comunicação e envolvimento, cujos canais e frequência variam consoante o grupo de
Stakeholders e as necessidades identificadas. Procuramos, deste modo, consolidar as relações de confiança e a licença
social para operar, aumentando a transparência e identificando possíveis riscos e oportunidades.
Como canais de comunicação transversais refiram-se os e-mails, o website e as redes sociais da Companhia, assim como
o canal de comunicação de irregularidades (Cap. 4.1).
Entre os mecanismos formais de interação direta com os diversos grupos de Stakeholders destacamos os canais de
comunicação bilateral estabelecidos, de que são exemplo as Comissões de Acompanhamento das Comunidades.
Estes encontros reúnem os Stakeholders locais de maior relevância e proximidade com a atividade da Empresa. A nível interno,
participam representantes da Administração e das áreas de Public Affairs, Industrial, Ambiente e Sustentabilidade, entre outras.
• Processos industriais;
• Desempenho ambiental;
• Investimentos ambientais;
O Fórum de Sustentabilidade da Navigator (Cap. 4.1), estrutura de governance da sustentabilidade, consiste igualmente
num importante espaço de diálogo. Destacamos a participação dos seus membros no processo de dupla materialidade
(Cap. 3.2), realizado em 2022, e as sessões anuais que promovemos com a participação de especialistas nacionais e
internacionais, para discutir matérias relevantes para o negócio da Companhia e para os nossos Stakeholders, tendo este
ano debatido o tema “Bioeconomia: o Caminho para um Futuro Sustentável”.
A Navigator dispõe ainda de uma estrutura, composta por membros da academia – o Conselho Ambiental, cuja
responsabilidade reside em acompanhar o desempenho ambiental da Companhia.
Numa perspetiva de melhoria contínua e parte da expressão do nosso propósito de partilhar com a sociedade o nosso
saber e os nossos recursos, no ano de 2022 criámos novos canais de informação, visando as comunidades (Cap. 4.7) e
os produtores florestais (Cap. 5.2).
Importa igualmente referir, como um dos marcos do ano, a criação da Direção de Public Affairs (DPA) que, desta forma,
vem responder à necessidade crescente de promover uma relação de proximidade com os Stakeholders institucionais, e
desenvolver iniciativas de advocacy inseridas nos âmbitos regulatórios, ambientais e sociais.
ASSOCIAÇÕES DE
ACIONISTAS CLIENTES COLABORADORES COMUNIDADE
EMPRESAS
ENTIDADES PROPRIETÁRIOS E
SISTEMA CIENTÍFICO
GOVERNAMENTAIS E FORNECEDORES ONG ASSOCIAÇÕES
E TECNOLÓGICO
REGULADORAS FLORESTAIS
OS NOSSOS IMPACTOS
2.000
Colaboradores com formação em
0
casos confirmados de corrupção
0
casos confirmados de
políticas internas no domínio de discriminação
compliance
+7,7%
Mulheres contratadas vs. 2021
A estrutura de governance está suportada por diversos órgãos e comissões societárias com funções bem definidas no que
se refere à gestão da sustentabilidade. As decisões sobre a definição da missão, estratégia, políticas e metas da
Navigator – incluindo sobre desenvolvimento sustentável – competem ao Conselho de Administração.
A definição da nossa Agenda de Gestão Responsável 2030 (Cap. 3.3), publicada em 2021, envolveu uma reflexão
estratégica por parte da Comissão Executiva, sendo que os compromissos e planos prioritários, assumidos na Agenda e
no Roteiro 2030, se encontram alinhados com as tendências internacionais, e com os desafios sociais e ambientais que
se apresentam ao negócio da Navigator (Cap. 2.3).
A Comissão Executiva delega a gestão do Roteiro 2030 nos responsáveis pelas diferentes Direções da Empresa, havendo
uma equipa de key users de sustentabilidade que assegura o acompanhamento do plano de ações estabelecido no
âmbito das áreas de intervenção do roteiro. Esta equipa, em conjunto com os responsáveis e com o suporte da Direção
de Sustentabilidade, avalia o desempenho da Companhia face aos objetivos traçados. Todas as alterações são
comunicadas e aprovadas pela Comissão Executiva, e posteriormente tornadas públicas no Relatório de Sustentabilidade.
A Direção de Sustentabilidade, por sua vez, está sob a alçada do membro da Comissão Executiva com o pelouro da
sustentabilidade, permitindo que seja feita a articulação, de forma transversal, com as restantes Direções da Navigator e
com o Fórum de Sustentabilidade para endereçar temas específicos.
No âmbito das comissões de suporte ao Conselho de Administração, merece relevo o Fórum de Sustentabilidade.
Liderado pelo Presidente da Comissão Executiva, esta estrutura encontra-se sustentada num modelo consolidado de
envolvimento com os diferentes Stakeholders da Navigator. De referir que o Fórum conta com membros internos e
externos, incluindo personalidades com ligação aos principais grupos de Stakeholders, tais como membros da Academia,
ONGA, associações do setor e organizações de produtores florestais.
O Fórum de Sustentabilidade é um espaço de diálogo que reúne duas vezes por ano. Uma das sessões anuais é interna,
e dedicada aos Membros Permanentes (internos e externos) do Fórum, e a segunda sessão segue um modelo aberto,
contando com a participação de um grupo alargado de Stakeholders. Estas sessões têm um cariz regional procurando
potenciar uma maior proximidade às Comunidades locais, e beneficiar a cooperação entre a Navigator e os diversos
municípios onde desenvolvemos atividades, para além de fomentar a colaboração com personalidades que fazem parte
da nossa esfera de atuação.
A participação de Stakeholders externos é igualmente assegurada no Conselho Ambiental que integra quatro membros,
todos eles personalidades académicas e independentes, de reconhecida competência técnica e científica, particularmente
em áreas de ambiente relevantes para a atividade da Navigator. No que se refere à Comissão de Ética, esta também é
constituída por três personalidades independentes, designadas pelo Conselho de Administração, competindo-lhes o
acompanhamento das regras estabelecidas no Código de Ética e de Conduta.
Este modelo de governo permite o envolvimento transversal de várias estruturas da Companhia nos temas de
sustentabilidade, e a integração de um olhar externo proveniente de Stakeholders relevantes, na prossecução do nosso
compromisso de criar valor de forma sustentável – entendido como a procura simultânea da prosperidade económica,
responsabilidade ambiental e equidade social – e a encorajar ativamente todos os nossos parceiros e partes interessadas
no mesmo sentido.
Temos um sistema de monitorização permanente de gestão de risco na Navigator que envolve todas as unidades
organizacionais, a Direção de Gestão de Risco, a Área de Compliance e o Conselho Fiscal.
As áreas de negócio são responsáveis por identificar e caracterizar os riscos, definindo e monitorizando os seus
indicadores, bem como por estabelecer e implementar medidas de mitigação.
Existem ainda comissões que complementam a atividade do Conselho Fiscal e do Presidente da Comissão Executiva no
controlo e monitorização de riscos específicos. No âmbito das temáticas ESG, destacam-se o Fórum de Sustentabilidade,
a Comissão de Ética e a Comissão de Governo Societário.
Secretário da Sociedade
Conselho Fiscal
Controlo e Monitorização
Operação
Áreas de Negócio /
Direções
* Comissão de Análise e Acompanhamento dos Riscos Patrimoniais; Comissão do Governo Societário; Fórum de Sustentabilidade; Comissão de Ética; Área de Compliance
Impulsiona os programas Presidido pelo Presidente da Acompanha e dá pareceres Acompanha de forma isenta Supervisiona de forma
destinados a promover o Comissão Executiva, a sobre os aspetos ambientais e independente os órgãos permanente, o cumprimento das
desenvolvimento iniciativa pretende da nossa atividade e da Sociedade na divulgação disposições legais,
sustentável, garantindo a promover o diálogo e a formula recomendações e cumprimento do Código regulamentares e estatutárias
endogeneidade da cooperação com os referentes ao impacte de Ética em todas as aplicáveis ao governo societário.
Sustentabilidade na cultura principais Stakeholders da ambiental dos nossos sociedades no Grupo Analisa práticas e
corporativa da The Navigator Navigator, reunindo um principais Navigator. comportamentos da Sociedade
Company. conjunto de especialistas empreendimentos, com no âmbito do governo societário
nacionais e internacionais. base nas disposições legais e propõe a discussão, alteração e
e política do Grupo introdução de novos
Navigator. procedimentos. Avalia e propõe
alterações.
COMISSÕES
COMISSÕES DE
DE ACOMPANHAMENTO
ACOMPANHAMENTO DAS
DAS COMUNIDADES
COMUNIDADES
(Aveiro,
(Aveiro, Figueira
Figueira da
da Foz,
Foz, Setúbal
Setúbal e
e Vila
Vila Velha
Velha de
de Ródão)
Ródão)
Integram
Integram umum conjunto
conjunto de
de diversas
diversas partes
partes interessadas:
interessadas: representantes
representantes de
de
municípios,
municípios, entidades
entidades locais,
locais, ONG
ONG ee universidades,
universidades, entre
entre outras.
outras.
Com
Com o o objetivo
objetivo de
de reforçar
reforçar os
os elos
elos com
com aa comunidade
comunidade e eo o envolvimento
envolvimento
local,
local, estas
estas comissões
comissões pretendem
pretendem implementar
implementar uma
uma política
política de
de abertura
abertura ee de
de
partilha de informação relevante dos diferentes complexos
partilha de informação relevante dos diferentes complexos industriais,
industriais,
conhecer
conhecer asas expetativas
expetativas ee necessidades
necessidades dos
dos nossos
nossos parceiros.
parceiros.
Fórum de Sustentabilidade
Presidente: António Redondo (Presidente da Comissão Executiva)
Membros externos: Cristina Tomé, Filipe Duarte Santos, Francisco Ferreira, Francisco Gomes da Silva, José Júlio Norte, Luís
Neves da Silva e Rosário Alves
Conselho Ambiental
Presidente: Maria da Conceição Cunha
Comissão de Ética
A existência de códigos de conduta e regulamentos robustos, conjuntamente com uma monitorização das áreas que
representam maior risco, em colaboração com as autoridades competentes, sempre que necessário, têm suportado a
prevenção e combate de qualquer tipo de corrupção, bem como de outros comportamentos ilícitos.
Acreditamos que as empresas são responsáveis por construir uma sociedade melhor, através da condução das operações
e atividades com base numa cultura empresarial responsável. Deste modo, temos o compromisso de respeitar os Direitos
Humanos, nas nossas operações e cadeia de valor, sendo signatários da versão inglesa e portuguesa do “Guia do CEO
sobre Direitos Humanos”, publicados pelo WBCSD e BCSD Portugal, respetivamente, em conjunto com outras empresas
a nível internacional e nacional.
Expressamente consagrado nos nossos Códigos de Ética e de Conduta para Colaboradores, e para Fornecedores,
encontra-se a não discriminação. Entendemos o respeito pela dignidade humana como uma questão de direitos
fundamentais e um dos princípios basilares da cultura e política do Grupo. Deste modo, os nossos Colaboradores
assumem o compromisso de atuar e denunciar todas as práticas suscetíveis de configurar um qualquer tipo de
discriminação.
Por sermos uma Empresa cotada em bolsa estamos abrangidos pela Lei n.º 62/2017 de 1 de agosto, que estabelece o
regime da representação equilibrada entre mulheres e homens nos órgãos de administração e de fiscalização. Para a
promoção da diversidade no seio da Navigator, o Conselho de Administração aceita e reconhece os seguintes princípios
de diversidade como adequados à composição dos respetivos órgãos sociais e cargos dirigentes16:
• Inclusão de elementos com habilitações académicas distintas e experiência profissional em áreas diversas,
adequadas e relevantes para o exercício do cargo a desempenhar;
• Inclusão de elementos de idades diversas, combinando experiências adquiridas com novas perspetivas;
Na Navigator reconhecemos os benefícios da diversidade nos nossos órgãos sociais e cargos dirigentes, em particular no
âmbito do Conselho de Administração, do Conselho Fiscal e dos cargos dirigentes, como forma de assegurar maior
equilíbrio na sua composição, de potenciar o desempenho de cada membro, e de cada órgão no seu conjunto, de
16
Mais informações: Relatório de Governo Societário
De igual modo estamos empenhados em promover a igualdade de género transversalmente na Empresa. Reconhecemos
que a contribuição para o objetivo da paridade entre homens e mulheres, requer um foco contínuo no aumento do
número de mulheres nos nossos quadros, criando condições internas – através do reforço de políticas e práticas – para
que estas possam, cada vez mais, evoluir para funções de liderança. Para tal constituímos um grupo de trabalho interno
neste âmbito e implementámos o Plano para a Igualdade de Género 2023, que estabelece medidas que contribuem para
potenciar a igualdade de oportunidades em termos de desenvolvimento e crescimento profissional, suportadas por
políticas transparentes e baseadas na meritocracia, para além de fomentar a conciliação da vida pessoal, familiar e
profissional.
No que diz respeito à Lei n.º 4/2019 de 10 de janeiro, que estabelece o sistema de quotas de emprego para pessoas com
deficiência, com um grau de incapacidade igual ou superior a 60%, e que introduz a obrigação das empresas do setor
privado admitirem pessoas com deficiência, estamos em fase de transição para assegurar o seu cumprimento conforme
legalmente previsto.
No que respeita à área da saúde, segurança e bem-estar foram introduzidas várias melhorias no nosso modelo de
governance. Sendo esta uma área tão relevante para a Navigator, e onde há necessidade de um trabalho coletivo para
reduzir os acidentes de trabalho e cuidar da integridade física de todos os Colaboradores – internos e externos – em
2022 foram instituídos Comités ao nível Local, Corporativo e da Administração para um acompanhamento mais próximo
e regular deste tema (Cap. 4.5).
O ano foi ainda marcado por duas edições do Fórum de Sustentabilidade. Dando continuidade a um modelo
descentralizado, o último evento decorreu em Aveiro, tendo sido dedicado ao tema “Bioeconomia: o Caminho para um
Futuro Sustentável”.
INICIATIVA EM DESTAQUE
Foi estimulado um debate participado sobre o potencial da bioeconomia circular de base florestal e dos bioprodutos. Esteve em
destaque a sua importância para o futuro do planeta, da sociedade e da própria Navigator, abrindo novas fronteiras através do
desenvolvimento de tecnologias inovadoras e da aplicação do conhecimento já existente em novos materiais e produtos de base
biológica, que poderão substituir os de origem fóssil.
Mark Wishnie, o keynote speaker internacional, Chief Sustainability Officer and Head of Landscape Capital na BTG Pactual
Timberland, sublinhou a relação existente entre a bioeconomia e as soluções baseadas na Natureza, dando importantes exemplos
No encerramento da sessão, António Redondo, CEO da Navigator, referiu a importância da base produtiva tradicional para o
surgimento de novos bioprodutos, e destacou o papel ativo da Companhia na construção de um modelo económico sustentável,
tirando partido das potencialidades da sua principal fonte de matéria-prima – a floresta.
Gestão de risco
Em 2022 renovámos a equipa da Direção de Gestão de Risco, e procurámos robustecer as práticas de gestão de risco
alinhadas com o COSO® Committee of Sponsoring Organizations of the Treadway Commission e a ISO 31000. Como
trabalho de continuidade, pretendemos consolidar o nosso modelo de gestão de riscos, incluindo os riscos ESG
(particularmente os climáticos) e amadurecer os planos de business continuity.
Neste sentido, durante o ano de 2022 consolidou-se um sistema de compliance que visa continuar a assegurar o
cumprimento dos requisitos legais que nos são aplicáveis, designadamente em matéria de compliance corporativo, bem
como reforçar a cultura ética da Empresa e de diversos dos seus Stakeholders – membros de órgãos sociais,
Colaboradores e Fornecedores, através da promoção de ações de formação e comunicação sobre matérias de
conformidade legal e de conduta ética.
Também adotámos um modelo do governo deste sistema, que identifica de forma clara e transparente as competências
dos diversos intervenientes que participam nos processos associados à atividade da Navigator e que fomenta uma
adequada articulação e comunicação entre os mesmos.
Reformulámos ainda o nosso Canal de Comunicação de Irregularidades, implementado há mais de 10 anos, de acordo
com o novo regime jurídico estabelecido na Lei n.º 93/2021, de 20 de dezembro. Este mecanismo passou a designar-se
Canal de Denúncias, sendo disponibilizado através de um novo portal.
Os temas abrangidos por este canal abrangem áreas como a violação de regras de conduta ou ética, a fraude, a corrupção e
infrações conexas, a proteção da privacidade e dos dados pessoais, a saúde e segurança, e a proteção ambiental.
O canal de denúncias permite que as denúncias de irregularidades sejam submetidas num sistema eficaz, célere e idóneo à sua
deteção, investigação e resolução, conforme as regras de conduta estabelecidas pela Navigator. É um serviço independente de
comunicação de eventuais práticas irregulares, que garante os princípios do anonimato, confidencialidade, salvaguarda e não
retaliação nas relações com os denunciantes, assim como o cumprimento das normas de proteção de dados e segurança da
informação.
Ao longo do ano lançámos vários cursos de formação, em formato e-learning, dirigidos a todos os nossos Colaboradores, para
reforçar a importância das políticas internas que regem a atividade da Navigator, recorrendo a situações práticas, do quotidiano,
como forma de estimular o entendimento dos princípios nelas vertidos. Entre as temáticas abordadas merecem destaque a não
discriminação e a igualdade de género.
Adicionalmente, os elementos da gestão de topo, os cargos de dirigentes e os Colaboradores das áreas comerciais receberam
formação sobre o cumprimento das obrigações legais em matéria de direito da concorrência, através de formação presencial
expositiva e sessão de perguntas e respostas.
Também integrada na nova DLC, foi criada a Direção de Public Affairs (DPA), como forma de institucionalizar a
necessidade crescente de promover uma relação de proximidade e transparência com os Stakeholders institucionais.
• No plano da advocacia europeia, a realização de interações com diversos eurodeputados, abordando os temas mais
prementes da agenda política europeia dentro da área de atuação da Empresa – entre estes a Investigação e
Desenvolvimento (I&D), o Carbon Border Adjustment Mechanism (CBAM), a nova Taxonomia Europeia, o Green
Deal e o Fit For 55.
• No âmbito nacional, interações com deputados da Assembleia da República, abordando temas como a floresta, o
simplex do licenciamento ambiental, o ordenamento do território e as várias prioridades da agenda regulatória da
Companhia.
A relação com os Stakeholders institucionais tem sido marcada pelo entendimento mútuo e interesse demonstrado nas atividades
desenvolvidas.
Direitos Humanos
Em 2022, como parte integrante do desenvolvimento global da nossa atividade empresarial, e em linha com os princípios
estabelecidos no nosso Código de Ética e de Conduta e no Código de Boa Conduta para a Prevenção e Combate ao
Assédio no Trabalho, a Navigator assumiu o compromisso de respeitar os direitos humanos e os direitos laborais, através
da aprovação de uma Política de Direitos Humanos.
Neste âmbito, importa referir que está em análise a implementação de uma ferramenta de screening para identificação
de riscos ESG junto dos parceiros de negócio com os quais a Navigator se relaciona.
De salientar que não existem casos de violação de direitos humanos no Grupo Navigator.
A Política de Direitos Humanos da Navigator foi aprovada pelo Conselho de Administração no final de 2022. Através deste
documento expressamos o compromisso de promover o respeito pelos direitos humanos e direitos laborais nas nossas operações, e
em impulsionar o seu respeito nos diferentes níveis das nossas cadeias de valor.
A política foi definida de acordo com os princípios estabelecidos na Carta Internacional dos Direitos Humanos, nas Linhas Diretrizes
da OCDE para as Empresas Multinacionais, nas Convenções Fundamentais da Organização Internacional do Trabalho e nos
Princípios Orientadores das Nações Unidas sobre Empresas e Direitos Humanos.
Estão previstas medidas destinadas a identificar os principais impactos e riscos potenciais da atividade da Navigator em matéria de
direitos humanos, designadamente através dos procedimentos de due diligence considerados adequados. A política prevê também
a realização de ações de formação aos Colaboradores e a adoção de medidas de resolução e remediação.
De referir que compete ao Conselho de Administração o acompanhamento da planificação anual das medidas para a promoção e
cumprimento da Política. Por sua vez, cabe à Comissão Executiva determinar as medidas de promoção e cumprimento da Política e
de resolução ou remediação de eventuais não conformidades que sejam identificadas, bem como o tratamento transparente da
informação, nomeadamente através da respetiva divulgação no relatório anual de gestão.
Mulheres
17%
Homens
83%
Homens Mulheres
Tendo como objetivo reforçar a igualdade de género nas suas diferentes dimensões e as práticas do Grupo neste
domínio, bem como dar continuidade ao desenvolvimento de políticas facilitadoras da conciliação entre a vida pessoal,
familiar e profissional, foram implementadas várias medidas previstas no “Plano para a Igualdade de Género 2021-2022”
e definimos o Plano para 2023.
A este respeito, importa referir que, no âmbito das reuniões tidas com as Organizações Representativas dos
Trabalhadores, foram abordados temas relacionados com práticas corporativas, incluindo a conciliação da vida pessoal
com a profissional.
Fruto das políticas de recrutamento implementadas com uma lógica de diversidade, verificou-se, em 2022, um aumento
de 7,7% da percentagem de mulheres nos quadros da Navigator, face ao ano anterior. Também nos programas de
Internamente, estamos a trabalhar na análise dos dados em matéria de igualdade de género e diversidade encontrando-
se em preparação um dashboard de indicadores que nos permitirá alargar o âmbito de análise nestes temas. De referir
que a Navigator beneficiará das sinergias que decorrem da parceria recentemente estabelecida com a associação GRACE
- Empresas Responsáveis, através do acesso a novas ferramentas de apoio à definição e operacionalização de conceitos,
bem como de abordagens para promover o envolvimento de pessoas chave da organização, e a criação das condições
necessárias para o reforço da inclusão, diversidade e igualdade de género.
No âmbito dos cursos de formação dedicados às políticas internas, foram abordados os temas da não discriminação e do
género, estando em preparação, para 2023, a realização de formação específica em temas de Igualdade de Género e
Diversidade destinada a todos os Colaboradores da Navigator.
O reforço da cultura interna de igualdade entre mulheres e homens foi, em 2022, tema para um webinar dedicado ao
tema da equidade de género difundido na Intranet e na revista corporativa My Planet. Este evento ocorreu no Dia
Internacional da Mulher, tendo estimulado o debate sobre as raízes do preconceito de género e as estratégias das
organizações para quebrar barreiras e facilitar a equidade e a diversidade.
Merece também destaque os compromissos expressos nesta matéria na nova Política de Direitos Humanos – “Valorizar a
diversidade, a equidade de género e a inclusão, como forma de assegurar efetivamente a igualdade de oportunidades no
contexto laboral, incluindo no que respeita a trabalhadores migrantes e a pessoas portadoras de deficiência”.
A nível externo, e no âmbito da responsabilidade social corporativa, destaca-se a continuidade no apoio à GirlMove
Academy, uma organização focada no processo de transformação, mentoria e desenvolvimento de jovens moçambicanas
com o objetivo de construir o seu percurso como líderes.
Também na qualidade de membro da Direção do BCSD Portugal, fomos parte ativa da revisão da estratégia desta
organização, no sentido de dar uma maior relevância ao tema da Igualdade de Género e da Diversidade.
Um dos compromissos inscritos na nossa Agenda 2030 está relacionado com a promoção de uma cultura organizacional
inclusiva. No que diz respeito ao recrutamento inclusivo, encontram-se em revisão os processos e políticas internas nas
áreas de recrutamento, seleção e onboarding, tendo sido constituída uma equipa multidisciplinar para diagnóstico da
situação e definição de um plano de ação. Está já em curso a análise da acessibilidade em cada unidade fabril e o
mapeamento das funções elegíveis para o recrutamento inclusivo, com especial destaque para a avaliação do nível de
risco associado às funções industriais, e identificação do tipo de incapacidades que pode ser considerado, sem prejuízo da
segurança.
• Continuação da formação sobre a iniciativa TCFD no contexto das exigências ESG para os representantes de áreas-
chave da Navigator (2023).
o Criação de um "Observatório para a Igualdade e Diversidade" para suporte à análise e tomada de decisão da
gestão sobre as questões de equidade de género, diversidade e inclusão.
• Reforço das ações de advocacy em instituições europeias (ex: Parlamento Europeu e Comissão Europeia) e
nacionais (ex: Parlamento, Órgãos do Poder Central e Local, Direções Gerais e ONG).
Aproximadamente Cerca de
2.536
1%
do PIB Nacional17
3%
das exportações portuguesas de milhões de euros de valor
bens17 económico direto gerado
Mais de
2.123 30.000
milhões de euros de valor
económico direto distribuído
empregos diretos, indiretos e
induzidos18
7.300
Fornecedores
73% nacionais
Cerca de
40%
do total de financiamentos têm
características sustentáveis
17
Fonte: Dados divulgados pelo INE referentes a 2021
18
Fonte: Estudo da KPMG - 2016
A nossa estratégia de negócio e os resultados obtidos, posicionam-nos como uma das maiores empresas portuguesas –
representamos cerca de 1% do PIB e ocupamos o 3.º lugar17 na lista das maiores empresas exportadoras em Portugal.
Mais de 90% dos nossos produtos são vendidos fora de Portugal, tendo como destino mais de 130 países.
Pela incorporação na nossa cadeia de valor de recursos endógenos naturais gerados pela floresta plantada e por criarmos
rendimento e emprego no país, onde adquirimos a grande maioria da matéria-prima e dos serviços, ocupamos o 1.º
lugar na lista das empresas exportadoras com maior contributo para o Valor Acrescentado Nacional17. Através das nossas
atividades geramos mais de 30.000 empregos diretos, indiretos e induzidos e trabalhamos com mais de 7.300
fornecedores, 73% dos quais são nacionais.
Conforme expresso no nosso Propósito, queremos partilhar com a Sociedade não só os nossos resultados, como também
o nosso saber, a nossa experiência e os nossos recursos, com o compromisso de deixar às futuras gerações um planeta
melhor – através de produtos e soluções sustentáveis naturais, recicláveis e biodegradáveis, que contribuem para a
fixação de carbono, para a produção de oxigénio, para a proteção da biodiversidade, para a formação de solo e para o
combate às alterações climáticas (Cap. 5.1).
Investimos na promoção de uma nova geração de bioprodutos, alternativos às soluções fósseis, na criação de produtos
inovadores e diferenciadores, assim como no desenvolvimento de potenciais novos negócios, alinhados com o
desenvolvimento sustentável (Cap. 4.3). Temos dado importantes passos na nossa estratégia de diversificação de
produtos, em linha com as tendências de mercado e desafios de sustentabilidade (Cap.3.1), de que é exemplo a entrada
na área de negócio do packaging, com uma nova linha de papel para embalagens – gKRAFT –, que promove a redução
da utilização de plásticos através da sua substituição por materiais de origem renovável. Contribuímos, deste modo, para
a valorização de toda a cadeia de valor florestal relevando o potencial da floresta nacional para a produção de um
conjunto diversificado de produtos.
Contribuímos para a economia rural, através do desenvolvimento das regiões onde operamos e da melhoria dos espaços
florestais que gerimos, com impacto nas Comunidades envolventes (Cap.4.7).
Somos responsáveis pela geração de oportunidades de crescimento profissional em áreas muito distintas – desde a
floresta à indústria, da investigação ao produto final – beneficiando e capacitando os nossos Produtores Florestais de
eucalipto, Fornecedores e Comunidades locais. Fomentamos a empregabilidade e a qualificação, nomeadamente dos
jovens (Cap. 4.4) e dos produtores florestais (Cap. 5.2), promovendo, uma relação de partilha de conhecimento, através
de ações pedagógicas em torno dos valores da gestão florestal sustentável e da certificação, com o intuito de contribuir
para a valorização e proteção da floresta.
Enquanto pilar de todas as nossas operações, investimos no capital humano – na sua qualificação, reconhecimento,
motivação, saúde e bem-estar. Apoiamos as famílias dos nossos Colaboradores e, como parte do reconhecimento da
entrega e compromisso das nossas pessoas na obtenção dos bons resultados da Companhia, refletimos esse sucesso na
atribuição e reforço dos prémios de desempenho e produtividade (Cap. 4.4).
Através de uma política responsável de ajustamento de preços e de uma estratégia de diferenciação eficaz, alicerçada no
reforço das vendas de produtos premium e de marcas próprias de prestígio e reputação internacional, conseguimos
compensar de forma decisiva o aumento de custos verificado.
Em conjunto, fizemos mais do que gerir a crise, mantendo e até impulsionando os nossos projetos mais estruturantes
para o futuro, incluindo o ambicioso plano de diversificação e de desenvolvimento de produtos, nomeadamente no Tissue
e no Packaging. Prosseguimos um programa de investimentos fortemente orientado pelo cumprimento dos compromissos
da Agenda 2030 – sendo que 35% do investimento total tem cariz ambiental, com destaque para os projetos estruturais
e os que se encontram integrados no Roteiro para a Neutralidade Carbónica – e demos passos sólidos para a criação de
toda uma nova geração de bioprodutos sustentáveis, promovendo a descarbonização da economia e a redução da
dependência dos recursos fósseis.
Apresentámos e integrámos um conjunto de candidaturas ao Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) com soluções de
base florestal, que representa um investimento na ordem dos 254 milhões de euros (Cap.4.3).
No contexto de conflitualidade vivido na Europa, prevalecem os valores pelos quais nos regemos tendo tomado a decisão
de suspender a comercialização dos produtos no mercado russo e bielorrusso, mesmo sabendo que pode ser por tempo
indeterminado.
Os resultados alcançados em 2022 refletem a flexibilidade do nosso modelo de negócio, bem como os nossos fatores
diferenciadores, traduzindo-se num aumento e volume de negócios que ultrapassou pela primeira vez a histórica barreira
dos dois mil milhões de euros. Este resultado repercute-se no valor económico direto distribuído, que teve um aumento
de 54,8% face ao período homólogo.
As vendas alcançadas pela Navigator permitiram reforçar em 31 milhões de euros os custos com pessoal, o que
possibilitou elevar a distribuição de prémios de desempenho, distribuir um novo prémio de produtividade aos
Colaboradores e reforçar o Programa de Rejuvenescimento (Cap. 4.4).
Importa ainda salientar que, em 2022, a atividade da Portucel Moçambique deu importantes passos no sentido de
posicionar Moçambique como um player de referência no setor florestal.
• A geração de riqueza e de valor acrescentado no país, assim como a proteção ambiental e o investimento nas
comunidades.
A nossa atividade durante o ano de 2022 traduziu-se em cerca de:
Neste âmbito, em 2022, a Navigator analisou quais as atividades económicas que são elegíveis, e estabeleceu um grupo
de trabalho interno multidisciplinar para avaliar o seu grau de cumprimento face aos critérios de alinhamento
estabelecidos na regulamentação da Taxonomia. Os resultados desta análise estão disponíveis no Relatório de Gestão de
2022 da Navigator (pág. 95).
Em 2022, emitimos um novo empréstimo obrigacionista no montante de 150 milhões de euros, ao abrigo da Sustainability Linked
Bonds Framework, com taxa de juro associada a três indicadores ESG que integram o nosso Roteiro 2030 e estão alinhados com os
ODS das Nações Unidas.
Os dois primeiros indicadores, por já terem sido assumidos no anterior empréstimo obrigacionista, refletem a consistência da nossa
política, cujo âmbito de intervenção quisemos ainda alargar, ao incluir um terceiro, referente ao consumo de energia de fontes
renováveis:
Pretendemos que os objetivos, a que os indicadores que assumimos estão associados, reflitam e reforcem, não só o compromisso
com a neutralidade carbónica dos nossos complexos industriais até 2035 – alinhado com o objetivo de mitigação das alterações
climáticas –, mas também com a otimização da gestão dos espaços florestais.
No âmbito das finanças sustentáveis destacamos ainda a nossa política de investimento responsável, que se refletiu na
atualização do contrato de gestão do Fundo de Pensões, e que passou a incluir também critérios ESG nos investimentos
efetuados, para além dos critérios financeiros tradicionais.
O Fundo prossegue uma política de investimento responsável, procurando contribuir para a sustentabilidade do mercado como um
todo no longo prazo. O processo de seleção dos gestores inclui a avaliação da forma como os mesmos integram os fatores ESG na
sua decisão de investimento e a evidência de que assumem um papel ativo na promoção do investimento sustentável.
O Fundo terá o objetivo de atingir, até 2050, a neutralidade de emissão de gases com efeito de estufa em todo o portfolio e
passará a reportar métricas relativas às alterações climáticas.
Em 2022 fomos reconhecidos como Empresa líder em ação climática, tendo obtido a classificação máxima - nível “A” - no
CDP Climate Change e subido a nossa classificação para o nível “A-” no CDP Forest, ocupando agora também uma
posição de liderança nesta área (Cap. 5.1 e 5.2).
Merece ainda destaque a aprovação das nossas metas de redução de emissões de gases com efeito de estufa pela SBTi -
Science Based Targets initiative (Cap. 5.1), como reconhecimento da ambição que assumimos na procura de soluções
para o desafio climático, em linha com a ciência.
PRÓXIMOS PASSOS
• Manutenção do foco na eficiência das operações, atuando na gestão dos custos fixos e variáveis de forma
transversal;
o Acompanhamento da publicação dos critérios associados aos restantes objetivos ambientais da Taxonomia.
OS NOSSOS IMPACTOS
12,3M€
de investimento em IDI19
14,6
investidos
M€ 37
Patentes registadas
4
Novos produtos colocados no
mercado
8
Potenciais novos bioprodutos ou
218
Investigadores e Técnicos
66
Protótipos
negócios em fase de avaliação
técnico-económica
114 147 24 45
Provas de conceito Publicações científicas Doutoramentos Mestrados
19
Despesa global de IDI da Navigator com base no montante elegível para SIFIDE (o valor apresentado é relativo a 2021, pois o valor final de 2022 só estará apurado
em junho de 2023)
A inovação e tecnologia, fortemente ancoradas na atividade de Investigação e Desenvolvimento (I&D), são pilares do
negócio da Navigator, assegurando a sustentabilidade dos seus produtos e processos.
Criar Valor com Responsabilidade, o conceito central da nossa Agenda 2030 (Cap.3.3), pressupõe desenhar e pôr em
prática soluções que criam valor sustentável e competitividade no longo prazo. Desta forma, no nosso Roteiro 2030,
assumimos como compromissos:
Conscientes da relevância do conhecimento científico e tecnológico para as nossas atividades, a Navigator criou em 1996,
numa iniciativa pioneira em Portugal, o seu próprio centro de I&D, em parceria com três universidades portuguesas – o
RAIZ - Instituto de Investigação da Floresta e do Papel.
O RAIZ é atualmente um organismo privado e sem fins lucrativos, reconhecido como entidade do Sistema Científico e
Tecnológico Nacional e como Centro Interface – Centro de Tecnologia e Inovação – que contribui para a competitividade
da Companhia, e do setor em geral, com impactos positivos em toda a cadeia de valor. É o maior instituto privado
europeu, e um dos maiores do mundo, dedicado à I&D da floresta de eucalipto e dos seus produtos.
A atividade do RAIZ alinha-se com o nosso propósito e objetivo de otimização e diversificação de processos e negócio. O
objetivo final passa por criar soluções inovadoras capazes de responder aos diferentes desafios que se colocam à floresta
e aos produtos de base florestal.
A ciência gerada nas universidades portuguesas, no campo da biotecnologia e da bioeconomia, tem alimentado parcerias
duradouras, que aprofundamos e potenciamos. A aposta no trabalho colaborativo faz-se não só com Stakeholders do
sistema científico e tecnológico nacional, mas também com parceiros internacionais e com players relevantes do nosso
setor de atividade.
Por forma a alavancar a nossa atividade de IDI, participamos, deste modo, em redes de trabalho e em consórcios,
apresentando candidaturas a fundos e programas de financiamento externo (nacionais e internacionais), para além do
investimento próprio que realizamos neste domínio.
O conhecimento resultante destas atividades tem um impacto económico real, que se materializa na criação de produtos
inovadores e diferenciadores, para além de nova tecnologia e serviços.
O suporte ao trabalho de investigação desenvolvido por uma equipa de investigadores, técnicos e bolseiros, permite
contribuir para promover a formação pós-graduada em Portugal e para gerar emprego científico. Estimulamos a criação
de propriedade intelectual e de publicações científicas nos domínios da floresta, pasta, papel e biorrefinarias de base
florestal.
Atividades de IDI
O ano foi marcado pela conclusão do projeto Inpactus – Produtos e Tecnologias Inovadoras a partir do Eucalipto, que
ultrapassou largamente todos os indicadores de desempenho estabelecidos. No âmbito deste projeto foi criada uma
plataforma de excelência Universidade-Indústria, que permitiu a implementação de um modelo colaborativo único
baseado no conceito da co-criação, aspeto que foi destacado pela OCDE - Organização para a Cooperação e
Desenvolvimento Económico20. O modelo para a valorização do conhecimento do Inpactus permitiu igualmente a
certificação europeia do Instituto RAIZ como um Business Innovation Center em bioeconomia circular de base florestal.
INICIATIVA EM DESTAQUE
O projeto Inpactus, o maior programa nacional de I&D em bioeconomia de base florestal, liderado pela Navigator, terminou em
2022 após quase cinco anos de trabalho de investigação, desenvolvimento e inovação. Os resultados traduzem-se em 37 novas
patentes, quatro novos produtos industrializados, oito estudos de viabilidade técnico-económica para potenciais novos negócios em
bioprodutos, 66 protótipos, 114 provas de conceito e 147 publicações científicas. Tendo envolvido mais de 200 profissionais,
promoveu igualmente a formação de quadros altamente especializados no domínio da bioeconomia de base florestal: 24
doutoramentos, 45 mestrados e duas Cátedras Internacionais Convidadas.
Com o objetivo de contribuir para a descarbonização e uma economia mais sustentável, circular e competitiva, o projeto nasceu
como uma copromoção entre a Navigator, o RAIZ, a Universidade de Coimbra e a Universidade de Aveiro, e contou com o
envolvimento de instituições parceiras, como as universidades da Beira Interior e do Minho, o Instituto Superior Técnico, a
Universidade Nova de Lisboa, o Instituto Ibérico de Nanotecnologia, os Centros de I&D RISE Bioeconomy (da Suécia) e Fraunhofer
(da Alemanha) e a spin-off Satisfibre. Alguns dos resultados deste projeto, incluem:
• gKRAFT (embalagem)
20
O projeto foi selecionado para participar no Workshop “Stimulating Knowledge Transfer: Challenges and Policy Responses”, realizado em 2017 em Lisboa, e
organizado pelo Working Party ‘Technology and Innovation Policy’ da OCDE (TIP/OECD), em colaboração com a Fundação para a Ciência e a Tecnologia, e apoiado pelo
Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (MCTES) no contexto da análise do sistema nacional de investigação, inovação e ensino superior.
O projeto Inpactus foi um projeto inovador – resultante de uma parceria exemplar entre universidades e empresa –, e
estruturante para afirmar Portugal na nova bioeconomia de base florestal, global, sustentável e competitiva, assente na fileira
de eucalipto e na indústria de pasta e papel.
O projeto Inpactus conferiu um posicionamento de destaque ao RAIZ, afirmando-se como um ator relevante no
panorama nacional no que diz respeito à valorização do conhecimento inovador. Foi uma das entidades portuguesas com
um maior número de pedidos de Registo de Patente no primeiro semestre de 2022.
A partir de um programa de doutoramento desenvolvido na Universidade de Aveiro em parceria com o RAIZ, no âmbito
do Inpactus, foi desenvolvida uma nova abordagem para a produção de biocompósitos, constituídos integralmente por
bioprodutos. Este trabalho foi premiado com o 2.º lugar no concurso Blue Sky Young Researchers and Innovation Award
Europe 2022, promovido pela CEPI (Associação europeia da indústria do papel).
Em 2022, foram reforçadas as dinâmicas de cocriação, através do lançamento pelo RAIZ da 1.ª edição do Programa de
Cocriação para a Valorização do Conhecimento Científico e Tecnológico em Bioeconomia Circular e Digital de base
Florestal (Cap. 4.3).
Participação no PRR
O ano ficou também marcado por termos apresentado e integrado candidaturas ao Plano de Recuperação e Resiliência
(PRR), com um esforço total de investimento de 254 milhões de euros.
Dos financiamentos atribuídos pelo PRR, em 2022 foram iniciados dois projetos na componente de Agendas Mobilizadoras
para a Inovação Empresarial e um na componente de Bioeconomia:
• TransForm - Transformação digital do setor florestal para uma economia resiliente e hipocarbónica. Esta agenda,
liderada pela Altri Florestal, corresponde a uma iniciativa nacional única cujo desígnio principal é desencadear a
transformação estrutural do setor florestal português. Com a coordenação técnico-científica do ForestWISE -
Laboratório Colaborativo para Gestão Integrada da Floresta e do Fogo, a Navigator e o RAIZ participam neste projeto
visando contribuir para uma floresta de eucalipto mais produtiva e resiliente, através do desenvolvimento de novos
materiais genéticos, boas práticas silvícolas e de gestão florestal.
• From Fossil to Forest é uma agenda liderada pela Navigator, que tem como objetivo a diversificação do nosso negócio
através do desenvolvimento de embalagens e produtos à base de celulose – bioprodutos sustentáveis. Este tipo de
soluções permite a redução do uso de materiais de origem fóssil, como o plástico, substituindo-os por materiais de
base renovável e sustentável a partir da floresta.
O investimento da Navigator e do RAIZ no projeto ascende a 81,7 milhões de euros, num orçamento total de 103,3 milhões de
euros, estando prevista a criação de 102 novos postos de trabalho e o desenvolvimento de 17 novos produtos.
São seis as linhas de ação consideradas: pastas e papéis castanhos para embalagem, com uma redução de 20 por cento no
consumo de madeira; otimização de propriedades mecânicas de resistência do papel; papéis com propriedades barreira
sustentáveis (à água e à gordura); desenvolvimento de papéis inteligentes com incorporação de sensores; celulose moldada para
embalagens de uso único; e biocompósitos para aplicação em packaging produzido por injeção, entre outras aplicações.
A Agenda “From Fossil to Forest” representa uma das apostas mais ambiciosas da Navigator no
domínio da bioeconomia de base florestal através da conceção, produção e comercialização de
embalagens inovadoras, tendo por base matéria-prima proveniente de florestas plantadas de
eucalipto com gestão certificada.
Foram realizados os primeiros testes laboratoriais de fabrico de produtos de celulose moldada com 100% de fibra de
eucalipto. Foi estudada a reciclabilidade da fibra de eucalipto e demonstrada a superior aptidão face a outras fibras
papeleiras, e decorreram os primeiros ensaios laboratoriais de produção de papéis de embalagem com propriedades
barreira a óleos e gorduras, para contacto alimentar.
Em 2022, demos também continuidade ao rePLANT (2020-2023), projeto do ForestWISE coordenado pela Navigator.
Esta iniciativa visa o desenvolvimento de atividades de investigação, inovação e transferência de conhecimento e
tecnologia, com vista a aumentar a gestão florestal sustentável em Portugal e a competitividade do setor florestal
português, bem como mitigar as consequências dos incêndios rurais.
No domínio da gestão e proteção florestal, importa referir que foram dados passos importantes no melhoramento
genético, o que permitirá tornar os nossos eucaliptos mais resistentes a doenças e às alterações climáticas, com
impactos positivos, nomeadamente no potencial aumento da produtividade florestal.
Progredimos no combate às pragas que afetam as produções de eucalipto, e concluímos com êxito os estudos que
serviram de base ao pedido de aprovação para a libertação na natureza de um agente de combate a uma das principais
pragas do eucalipto.
Na mesma linha, reforçámos a ação no âmbito de um parasitoide envolvido no combate a uma outra praga – a do
percevejo bronzeado – cuja libertação na natureza se iniciou em 2021 –, e estabelecemos contactos com entidades
internacionais para importação de um outro agente, potencial parasitoide de outra praga, ainda recente em Portugal
(Trachymela sloanei).
Assenta em metodologias e processos tradicionais de seleção, sem recurso a manipulação ou transformação genética, para obter
variedades melhoradas.
Os últimos ensaios, realizados em laboratório e no viveiro, permitiram identificar os clones mais resistentes a doenças, como a
Neopestalotiopsis e fitóftora, o que permite evitar a utilização preventiva de fungicidas. Assim, prevê-se, em áreas de maior risco,
um aumento de produtividade de cerca de 40% a 50%, comparativamente à planta comercial não selecionada.
Estiveram envolvidos nestas ações a equipa de melhoramento genético e de proteção do RAIZ, juntamente com a maioria dos
técnicos operacionais florestais da Navigator. Neste processo, foi igualmente importante o apoio na identificação das doenças, dado
pelo INIAV (Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária) e de pragas dado pelo Instituto Superior de Agronomia.
Esta espécie tem potencial para ser um agente de controlo biológico eficaz contra o gorgulho-do-eucalipto, uma das principais
pragas do eucalipto em Portugal. Apresenta vários benefícios ambientais associados, não tendo efeitos nefastos no ecossistema, e
evita o uso de inseticidas ou a substituição dos clones mais suscetíveis.
O pedido foi já aprovado, permitindo que, em 2023, se inicie a sua produção e introdução em larga escala na natureza, prevendo-
se uma redução de 20% nos desgastes causados pelo gorgulho.
INICIATIVA EM DESTAQUE
Produto tissue inovador com maior capacidade de absorção de óleos e gorduras alimentares
O Amoos Calorie Control™ foi lançado no mercado perto da época natalícia, procurando responder à necessidade de ter refeições
mais saudáveis.
Este produto foi obtido com recurso a uma tecnologia inovadora – Calorie Control™ – assente na introdução de micro alvéolos
estruturados, que lhe conferem uma capacidade de aumentar de volume sem perder resistência. Esta tecnologia, aliada à
introdução de uma camada adicional face a outros produtos, permite que o papel absorva até 25% das calorias de alimentos
acabados de fritar, bem como de líquidos, dotando-o de características multiusos. A sua produção cumpre as normas exigentes de
higiene e segurança no contacto alimentar.
o Alargamento do leque de hibridação do eucalipto globulus com várias espécies de elevada resistência à seca e
doenças;
o Elaboração de cartas detalhadas do clima nos últimos 10 anos, bem como previsões futuras, mapeamento
digital dos solos e validação de modelos de produção florestal e de hidrologia;
• Consolidação do Laboratório Piloto com novos equipamentos para desenvolvimento de bioprodutos inovadores
(2023).
• Scale-up integrado (desde as operações florestais até ao produto final) da produção de produtos bioativos a partir
da folhagem e da casca de eucalipto (2026).
3.246
Empregos diretos21
185,2 M€
em salários e benefícios dos
95%
de Colaboradores com contrato
Colaboradores21 sem termo
Benefícios sociais
37% 41 horas equivalentes a
1,11
dos Colaboradores com planos de formação por Colaborador
individuais de desenvolvimento
salários adicionais,
correspondendo a um
investimento de cerca de
6 milhões de euros
TALENTO JOVEM
110
jovens no Programa de Atração
73%
taxa de integração dos estágios
20.342
horas de formação
de Talento22 profissionais Estagiários/Bolseiros
21
Inclui os Colaboradores da Portucel Moçambique. No âmbito deste reporte, encontram-se consolidados os indicadores ambientais e sociais referentes a 3.115
Colaboradores.
22
Inclui estágios profissionais, trainees e estágios de verão.
A importância estratégica do tema prende-se com o papel decisivo que os nossos Colaboradores têm na Companhia –
para o futuro e sustentabilidade do negócio –, assim como pelo número de empregos que asseguramos, como parte do
nosso impacto social e económico junto das comunidades locais onde operamos.
A gestão dos nossos Colaboradores assenta na estabilidade dos vínculos laborais, no reconhecimento e valorização do
mérito, no crescimento interno e no desenvolvimento de competências, ao longo da carreira, para além do investimento
na promoção da sua segurança, saúde e bem-estar (Cap. 4.5).
Tentamos corresponder às suas expectativas, criando condições que introduzam melhorias na vida das pessoas. Entre as
medidas neste domínio, o nosso plano de benefícios inclui:
• Complemento de doença adicional ao subsídio concedido pela Segurança Social e Fundo de Pensões;
o Prestação de serviços médicos de medicina curativa e saúde ocupacional (inclui assistente social,
psicólogo, fisioterapeuta e nutricionista);
o Serviço de refeitório.
• Apoio à família, que se materializa através de subsídios para infantários, subsídios de apoio escolar, subsídios
para filhos com necessidades especiais e bolsas de estudo;
O nosso modelo de gestão de desempenho é parte integrante da estratégia que visa reforçar a proximidade com os
nossos Colaboradores. Este é um modelo único e transversal a toda a Companhia, que visa clarificar expectativas de
desempenho, potenciar o feedback e promover o desenvolvimento através da formação contínua.
Os nossos Colaboradores encontram-se todos abrangidos pelo Plano de Formação que está integrado no Plano de
Carreiras acordado, em 2021, com as Organizações Representativas dos Trabalhadores (ORT’s). Procura-se, desta forma,
promover um processo de aprendizagem contínua, que visa melhorar as respetivas competências e adaptá-las às
necessidades da Companhia.
De salientar que encaramos as lideranças como determinantes para estimular uma cultura de desenvolvimento e
proximidade, com impacto na eficácia organizacional e na motivação dos Colaboradores. Deste modo, temos procurado
potenciar, de um modo transversal, o desenvolvimento das competências dos nossos líderes, tendo programas
diferenciados e customizados aos vários níveis de gestão, nomeadamente um programa de formação e coaching.
Através do mapeamento das sucessões, identificamos necessidades futuras e desenvolvemos programas de capacitação
dos Colaboradores, alinhados com estas necessidades.
A temática da gestão de talento e das necessidades futuras é vista de forma integrada através da atração e recrutamento
das gerações futuras, como fator crucial para o rejuvenescimento da nossa Companhia e da sucessão, no longo prazo,
das funções críticas. Permite potenciar o nosso impacto positivo, materializando-se em parcerias com instituições de
ensino, em todas as regiões onde operamos no território nacional.
Para os Colaboradores que estão a aproximar-se da idade de aposentação, a Navigator constituiu, no âmbito do
Programa de Rejuvenescimento em vigor, um sistema de compensação aos Colaboradores que queiram antecipar a sua
saída da Empresa. Este programa visa apoiar a transição para uma nova fase das suas vidas, em que poderão,
eventualmente, envolver-se noutros desafios pessoais e profissionais.
2,4% Estrangeiro
98% Colaboradores
abrangidos por
instrumentos de
Entradas Saídas
negociação coletiva
2020 2021 2022
Para o segmento Tissue, o salário mínimo de entrada corresponde a 825 euros, ascendendo a remuneração mensal a
1.003 euros considerando o subsídio de alimentação.
Todos os Colaboradores, técnicos operacionais, quadros médios e quadros superiores, puderam potencialmente atingir um total
anual de 18,5 salários, o que representa um aumento substancial em comparação com os 15,9 salários pagos, em média, nos
últimos cinco anos. Destaca-se a antecipação de um ordenado médio de 1.633 euros em dezembro, correspondendo a um aumento
de 7%.
Para além dos estímulos financeiros, temos vindo a desenvolver iniciativas que visam promover o envolvimento dos
Colaboradores com a Companhia. São disso exemplo:
• O projeto “Crescer” – lançado em 2022, este projeto mobilizador tem como objetivo focar a organização em
torno do seu Propósito corporativo e antecipar futuras necessidades, tendo por base sugestões vindas dos
Colaboradores;
• O Future Leaders Forum – iniciativa dirigida aos jovens quadros da Companhia envolvendo-os na procura de
soluções para os desafios que enfrentamos;
• O Programa Straight to the Top – iniciativa que evidencia a importância do envolvimento dos Colaboradores na
melhoria de processos e no aumento da eficiência operacional;
• A celebração da ligação à Navigator – ação que procura dar visibilidade e celebrar as histórias e percursos dos
Colaboradores que completam 15 e 30 anos de ligação à Companhia.
Numa perspetiva de aproximação das famílias, e com o fim das restrições da pandemia, voltámos, em 2022, a abrir as
portas às comunidades através das “Navigator Tour” (que contou com 242 participantes), dinamizando também o “Dia
da Família” na unidade de Vila Velha de Ródão.
Tendo em vista apoiar os primeiros anos da carreira dos jovens quadros, foi lançado o Future Leaders Forum (FLF), um projeto
dedicado a Colaboradores com mais de um ano de atividade na casa e menos de 33 anos de idade, e que abrangeu 55 pessoas.
Reunindo numa base semestral este fórum elege oito elementos, representativos de diferentes áreas, que compõem o Future
Leaders Board – estrutura que, nos seis meses seguintes, tem como responsabilidade trabalhar sobre um desafio lançado pela
Comissão Executiva.
Na sua 1.ª edição, o Future Leaders Board elaborou estratégias para o desenvolvimento de novos segmentos de negócio na área
do packaging. A 2.ª edição tem como mote o tema da crise energética, os desafios para a transição energética e os respetivos
impactos para a Navigator.
Sendo este um projeto que envolve também as chefias intermédias, que atuam como mentores do Future Leaders Board, permite
contribuir para uma cultura de Empresa mais próxima e participativa, fomentando o envolvimento com o nosso Propósito.
Em 2022, o programa de eficiência operacional Straight to the Top foi alargado a várias estruturas dos quatro complexos fabris e
também às áreas de Supply Chain, Abastecimento de Madeiras e Gestão Florestal, uma seleção que teve como objetivo fazer face
ao aumento dos custos variáveis na energia, madeiras e químicos.
Ao longo do ano, foram captadas 35 novas ideias propostas pelos Colaboradores, que podem vir a ser implementadas após um
processo de aprovação. O objetivo é potenciar o envolvimento e a participação ativa dos trabalhadores no desenho de soluções
para otimização dos processos e eficiência operacional. Os autores das ideias aprovadas são distinguidos com um incentivo que
pode ascender a cinco mil euros, ou representar 5% do potencial ganho económico alcançado com as ideias aprovadas e
implementadas ao longo de um ano.
Foi aprovado o novo regulamento de comparticipação de formações académicas, que passou a permitir duas fases de
candidatura. O programa, destinado a todos os Colaboradores que queiram investir na sua formação, abrange
licenciaturas, mestrados, pós-graduações e doutoramentos, em áreas que se revelem de interesse para a função
desempenhada na Empresa ou para a evolução da carreira, e contou com sete candidaturas aprovadas em 2022.
A oferta formativa do Learning Center, plataforma digital de formação da Navigator, teve em 2022 um aumento
significativo de cursos especializados, em linha com os programas de valências dos novos Planos de Carreiras. A nível
transversal, foi lançada a plataforma de formação de idiomas – Gofluent – disponível atualmente com 12 idiomas para
todos os Colaboradores e familiares diretos (i.e., filhos e cônjuges).
Na área técnica, destaque para o “Passaporte Liderança”, um programa de formação que abrange os novos supervisores.
Sendo a primeira linha na gestão de equipas, estes Colaboradores receberam formação técnica e de segurança adequada
à atividade da Navigator, assim como uma visão ampla de toda a cadeia de negócio, e formação em ferramentas de
liderança e gestão de equipas.
Ao nível da gestão dos percursos profissionais, em 2022 teve início a adaptação do modelo de carreiras da Companhia ao
modelo de famílias funcionais (“Job Family Model”), que permite a valorização da carreira técnica a par da carreira de
gestão. Pretende-se, com esta iniciativa, alavancar o crescimento interno, o desenvolvimento e a mobilidade,
possibilitando aos Colaboradores a construção do seu próprio caminho e promovendo, simultaneamente, a transparência
e flexibilidade neste percurso, tendo mais de 70 pessoas concretizado a progressão para novas funções em 2022.
O projeto Crescer ambiciona criar um ambiente que estimule e desenvolva todas as pessoas. Mantendo o foco no alcance de
resultados de excelência, pretende incentivar a aprendizagem num clima de cooperação, participação, equilíbrio e bem-estar, com
a convicção de que todos, sem exceção, são importantes na construção do presente e do futuro da Companhia.
Em 2022, destaca-se a realização de um conjunto de sessões de auscultação, com o envolvimento de cerca de 200 pessoas, bem
como a filmagem de entrevistas a Colaboradores que partilham a sua “marca” na Companhia (Cap. 2.1).
Objetivo: abranger 80% dos Colaboradores com planos de desenvolvimento customizados às suas necessidades
e projetos profissionais, em alinhamento com as necessidades de sucessão da Navigator.
Em 2022 demos continuidade à estratégia de integração e desenvolvimento dos jovens, com destaque para o Programa
de Trainees, que integra iniciativas para recém-licenciados ou mestres, e para jovens com frequência universitária,
através de estágios de verão, estágios curriculares e oportunidades de desenvolvimento de dissertações em ambiente
empresarial.
No âmbito deste programa foi realizado o Dia dos Trainees, um evento que contribuiu para a integração dos jovens ao
estimular um contacto direto com a gestão de topo da Navigator.
Para os estágios profissionais finalizados em 2022, a taxa global de integração na organização foi de 73%, com o vínculo
de contrato efetivo a atingir 74% nos futuros técnicos operacionais e 70% nos licenciados e mestres.
Na mesma linha de atuação, importa referir o reforço das nossas parcerias com Escolas Profissionais, Universidades e
com o Instituto de Emprego e Formação Profissional. Adicionalmente, ao longo do ano, participámos em duas dezenas de
feiras de emprego, entre Universidades e Politécnicos, promovemos workshops e seminários sobre temáticas
relacionadas com a nossa atividade, e abrimos as portas a grupos de alunos para conhecerem a Navigator.
Através do programa de trainees da The Navigator Company – Fator N –, num trabalho de proximidade com a Academia,
procurámos demonstrar que há “N razões” para os nossos estagiários se juntarem à Companhia.
De acordo com a formação académica dos candidatos, existem vários percursos possíveis de aprendizagem – Industrial, Comercial,
Tecnológico, Corporativo e Florestal.
Tendo por base uma metodologia de learning-by-doing, o programa permite aos jovens que estão a ingressar no mercado de
trabalho desenvolver projetos em diferentes áreas da Empresa.
Para além da aposta no desenvolvimento profissional das nossas pessoas, investimos, de forma consistente, naqueles que poderão
potencialmente integrar a Companhia.
Com o objetivo de criar um curso para o desenvolvimento de conhecimentos e competências nas áreas de produção de pasta de
papel, reforçámos as nossas parcerias com diversas instituições de ensino profissional e com o Instituto de Emprego e Formação
Profissional (IEFP) de Setúbal, Aveiro e da Figueira da Foz.
O curso desenhado – “Técnicos de Produção Industrial” – tem a duração de 600 horas e dispõe de uma componente prática em
contexto de trabalho, via estágio profissional na Companhia, com a possibilidade de integração futura.
Em 2022, contámos com uma forte adesão, tendo culminado com a realização de 55 estágios, que se traduziram numa taxa de
integração no programa de estágios superior a 90%, e posterior integração efetiva na Empresa de mais de 70%, potenciando a
aplicação do nosso Programa de Rejuvenescimento.
PRÓXIMOS PASSOS
• Evolução do Modelo de Famílias Funcionais (“Job Family Model”) para um modelo de percursos profissionais, tendo
em vista potenciar o desenvolvimento e crescimento dos Colaboradores (para os Colaboradores não abrangidos
pelo Plano de Carreiras em vigor no universo Navigator) (2023).
• Reforço da presença nas Universidades e Feiras de Referência (16 eventos já planeados, desde talks, workshops,
speed interviews, matchmaking) (2023).
1.857
Colaboradores abrangidos pelo
4.339
consultas de nutrição, psicologia e
97%
dos Colaboradores estão
programa da Saúde Ocupacional fisioterapia satisfeitos com o Programa de
Saúde Ocupacional
No âmbito do
projeto 52
postos intervencionados
134 ações
Ergonomia
A implementação efetiva de uma cultura de Saúde e Segurança no Trabalho (SST), plenamente integrada e disseminada
por todos nos locais de trabalho, é uma das nossas prioridades. Ao conduzirmos o negócio de uma forma responsável,
podemos, para além de reduzir custos para a Companhia, minimizar os riscos para as pessoas, comunidades e ambiente
– em particular os resultantes das unidades industriais e operações florestais da Companhia – assim como contribuir para
a preservação das nossas instalações e equipamentos.
Neste sentido, a Navigator tem uma Política de Prevenção de Acidentes Graves (PPAG) – que assenta no princípio da
melhoria contínua em alinhamento com os objetivos expressos na Política dos Sistemas de Gestão – e um Sistema de
Gestão de SST certificado de acordo com a norma ISO 45001, que abrange 93%23 dos Colaboradores internos e 100%
dos Colaboradores externos. Nos últimos cinco anos, as atividades desenvolvidas pelos Colaboradores externos têm
vindo a ser integradas neste Sistema, com especial enfoque nos Colaboradores externos residentes.
Investimos em meios e recursos para dotar a Companhia de competências técnicas, ferramentas e tecnologia que
possibilitem trabalhar, cada vez mais, na ótica da prevenção dos acidentes e na preservação do bem-estar. O nosso lema
tem como objetivo promover a saúde e bem-estar de todos os Colaboradores – “Todos temos que regressar a casa, sãos
e salvos, para as nossas famílias!”.
A nossa Estratégia para a Saúde e Segurança é referente ao triénio 2021/23 – Missão Zero – e assenta em cinco pilares
(imagem infra). Em torno de cada um destes pilares foram identificadas ações que, de acordo com a capacidade de
implementação e impacto, integram um ambicioso plano que envolve toda a Companhia, desde a gestão de topo aos
responsáveis de área, supervisores e operadores. O plano tem um acompanhamento periódico feito pela Comissão
Executiva, pelo Administrador do pelouro e pelos Diretores da Companhia.
23
Na organização existe um conjunto de atividades, nomeadamente a Gestão Florestal, o Abastecimento de Madeira e o RAIZ, que não se encontram no âmbito da
norma ISO 45001. No entanto, as atividades desenvolvidas nestas áreas seguem os mesmos princípios e procedimentos.
Importa salientar que o nosso Programa de Saúde Ocupacional (SO) se encontra alinhado com as tendências globais de
sustentabilidade, uma vez que visa contribuir não só para o bem-estar físico, mas também para o bem-estar mental e
social das nossas pessoas.
A equipa de SO – constituída por um psicólogo, uma nutricionista, uma assistente social e cinco fisioterapeutas –
trabalha em parceria com a equipa de medicina do trabalho e curativa, constituída por 6 profissionais de medicina do
trabalho, 4 de medicina curativa e 20 enfermeiros.
Modelo de governance
Criação de novo modelo de governance da Saúde e Segurança
Em 2022 foi aprovado pela Comissão Executiva (CE) e implementado um novo modelo de governance da área de Saúde e
Segurança. Foram definidos Comités – ao nível Local, Corporativo e da Administração –, que analisam os vários temas relacionados
com a Segurança, tais como boas práticas, benchmarking, sinistralidade, investigação de incidentes, novos projetos, recursos e
investimentos, entre outros.
Este modelo estabelece um importante canal de análise e discussão, colocando o desempenho desta área na agenda, e
possibilitando um processo mais participativo, ágil e efetivo de tomada de decisões. Prevê a realização de reuniões periódicas,
assegurando momentos de participação no alinhamento da estratégia de Saúde e Segurança que potenciam uma dinâmica
crescente nos programas e iniciativas novos ou já em curso.
2022: 3 Sessões
Reunião mensal para discussão dos pontos de situação dos Planos de Ação e outros temas
relevantes com os Diretores Fabris, Florestais, Direção de Recursos Humanos, Direção de Projetos e
Direção Técnica Central.
2022: 6 Sessões
Reuniões quinzenais lideradas pelos Diretores das unidades industriais, da área de abastecimento de madeira e da área
florestal, com a participação da equipa de gestão, para definição e acompanhamento do desempenho alcançado e das ações
realizadas.
2022:44 Sessões
A causa mais frequente dos acidentes de trabalho com baixa são as lesões músculo-esqueléticas relacionadas com o
trabalho (LMERT), que representaram, em 2022, 32% dos acidentes. Muitos Colaboradores registam situações clínicas
decorrentes de más posturas, associadas a tarefas mais exigentes do ponto de vista muscular que, de acordo com o
diagnóstico da equipa de fisioterapia, estão relacionadas, na maioria dos casos, com questões ergonómicas do posto de
trabalho. Identificadas estas causas raiz, em 2022, foram desenvolvidas várias ações com vista a reduzir esta taxa de
incidência, com destaque para o Projeto de Ergonomia.
De salientar que os resultados deste tipo de iniciativas não são imediatos, uma vez que é necessário tempo para a
concretização das alterações nos postos de trabalho e para a consolidação das aprendizagens e adoção de boas práticas
por parte dos Colaboradores.
No que diz respeito às doenças profissionais, em 2022 foram participados 10 casos. A atividade industrial desenvolvida
pela Navigator tem associado um conjunto de riscos, que é objeto de permanente monitorização, sem prejuízo das ações
de carácter preventivo implementadas nas diversas unidades industriais. Realçamos os riscos inerentes a doenças
pulmonares, dermatites, doenças músculo-esqueléticas, conjuntivites e surdez.
Projeto Ergonomia
Meta 8.8
O Projeto de Ergonomia, lançado em 2019, tem vindo a ganhar uma dimensão crescente como resposta à preocupação da
Companhia com esta temática.
O projeto conta com uma equipa pluridisciplinar – ergonomistas, fisioterapeutas, responsáveis de área, equipa de segurança e
Colaboradores –, que avalia os locais onde existe uma maior prevalência de Lesões Músculo-Esqueléticas Relacionadas com o
Trabalho (LMERT), e desenvolve melhorias ergonómicas nos postos de trabalho e nas tarefas praticadas.
Nos postos intervencionados, e cujas alterações já se encontram concluídas, para além do elevado nível de satisfação das equipas
(superior a 90%), verifica-se uma redução do potencial de lesão músculo-esquelética (de acordo com a avaliação REBA - Rapid
Entire Body Assessment, realizada caso a caso).
Ainda no âmbito do Projeto de Ergonomia, o Postural Coaching tem permitido sensibilizar os Colaboradores para a forma correta de
realizar determinadas tarefas, movimentar cargas ou, ainda, de sair ou entrar em equipamentos ou máquinas. Esta ação de
“educação postural” permite que os Colaboradores adquiram uma diferente consciência corporal levando-os a refletir sobre o
impacto que algumas das suas atividades têm na sua saúde e bem-estar.
Olimpíadas de Segurança
Assinalámos o mês da Segurança, em abril, com as primeiras Olimpíadas da Segurança, um conjunto de desafios em que todos os
Colaboradores da Companhia foram convidados a participar.
• Reforçar conhecimentos;
Ao longo de quatro semanas foram realizadas diversas atividades, tais como: a realização de questionários; a utilização de
fotografias para identificar boas práticas; a identificação de oportunidades de melhoria; e um escape room subordinado a vários
temas, tendo em vista desvendar o enigma final.
262
195
178
147
132
105
90 84
15
9,5
8,9
8,2 8,4
7,3
6,5 6,6
5,2
3,9
Objetivo: atingir a Meta Zero Acidentes, através da melhoria contínua na segurança, com a nova Estratégia de
SST 2021-2023: Índice de frequência ≤ 2 em 2030 (Colaboradores internos e externos).
• Para o cálculo do Índice de Frequência de acidentes de trabalho foram contabilizados os acidentes com baixa e utilizado o fator de normalização
de horas trabalhadas de 1.000.00
As iniciativas dirigidas aos Colaboradores com o objetivo de promover um estilo de vida saudável abordaram temas como:
24
Termo que tem vindo a ser usado recentemente para descrever a relação entre a alimentação e o ritmo circadiano.
No âmbito da promoção da saúde e bem-estar dos Colaboradores da Portucel Moçambique, está em desenvolvimento um programa
de medicina preventiva. Iniciado em outubro, este programa foi desenhado com o objetivo de promover a saúde na ótica da
prevenção e deteção precoce de doenças ou lesões, nas três províncias de Moçambique onde operamos – Maputo, Manica e
Zambézia.
Com um investimento de cerca de 25.000 USD, o programa conta com a presença de um corpo médico competente,
proporcionando um serviço de qualidade, fiabilidade e competência técnica.
Através da deslocação da equipa médica ao local de trabalho, foi possível realizar um conjunto de rastreios com avaliação (análises
clínicas) e aconselhamentos médicos para a promoção da saúde (consultas médicas).
O programa obteve uma taxa de participação voluntária de 91%, tendo sido abrangidos todos os Colaboradores, num total de 175
pessoas. Até ao momento, 36% dos participantes já possuem o seu processo de rastreio concluído.
Segundo o médico responsável, os principais resultados, atingidos, em termos agregados, foram:
• Deteção de casos de Colaboradores com dificuldades visuais sem qualquer tipo de tratamento;
• Sensibilização para a necessidade de cuidar do bem-estar, ter uma alimentação adequada e praticar exercício físico;
• Elaboração de estatísticas de suporte à execução de novos planos e estratégias que permitam melhorar a saúde dos
trabalhadores.
PRÓXIMOS PASSOS
• Implementação do Programa de Formação com base na definição de uma matriz de competências (2023/2024).
• Desenvolvimento e implementação de uma Plataforma de Gestão de Segurança e Saúde no Trabalho (1.ª fase
2023).
o Identificação dos riscos mais significativos e definição de estratégias para a sua mitigação;
o Identificação das unidades mais críticas onde as ações e iniciativas deverão ter uma taxa de execução
superior.
A atividade da Companhia requer o abastecimento de madeira, componentes químicos utilizados no processo industrial –
para transformação da madeira, nos produtos acabados e subprodutos que comercializamos – e energia, que produzimos
e consumimos. Os impactos associados à nossa cadeia de abastecimento prendem-se não só com a extração e produção
destes recursos, como também com o seu transporte. De salientar ainda a expedição dos nossos produtos para mais de
130 países e aproximadamente 3.800 pontos de entrega.
Em particular, a atividade logística de madeiras e biomassas é responsável por movimentar diretamente um grande
volume de materiais, o que implica o recurso a combustíveis fósseis, maquinaria pesada e meios de transportes
rodoviários de grandes dimensões, assim como ferroviários e marítimos (para distâncias de maior dimensão), e um
número significativo de interações entre todas as partes envolvidas. Estas atividades têm impacto a nível ambiental e
social, nomeadamente na segurança das pessoas envolvidas.
Em linha com os princípios pelos quais nos regemos, estamos empenhados em fomentar uma conduta responsável ao
longo da nossa cadeia de abastecimento, pelo que:
• Dispomos de um Código de Conduta para Fornecedores, no qual estão abrangidos temas como práticas de
anticorrupção e suborno, respeito pelos direitos humanos, práticas laborais, saúde e segurança e práticas
ambientais; este código é distribuído a todos os fornecedores materialmente relevantes e em todos os processos
de consulta;
• Aplicamos critérios de elegibilidade, para fornecimento de matérias-primas químicas, em que são abrangidos
temas de foro ambiental e legal (ex. microplásticos, metais pesados, biocidas, eco-label);
Procuramos, em conformidade com as certificações27 de que dispomos, exercer capacidade de influência, envolvendo e
sensibilizando os diversos fornecedores (incluindo prestadores de serviços e subcontratados) para aspetos críticos ligados
à segurança, ambiente, integridade do negócio, qualidade, entre outros. De salientar que a atribuição do Rótulo
Ecológico da União Europeia (REUE), nos nossos produtos de papel UWF e Tissue, implica também a existência de um
processo de qualificação de fornecedores, de matérias-primas e consumíveis, que atenda a melhores desempenhos
ambientais, entre outros critérios.
No âmbito da nossa Agenda 2030 (Cap. 3.3), definimos metas centradas nos fornecedores da nossa principal matéria-
prima, que passam pelo aumento da percentagem de madeira certificada adquirida e pela promoção da certificação da
cadeia de custódia de todos os nossos fornecedores de madeira.
Implementamos, junto dos proprietários florestais no mercado nacional, projetos de valorização das florestas de
eucalipto, em complemento ao arrendamento (Cap. 5.2). Estes projetos pretendem contribuir para a melhoria da
produtividade das suas plantações, através do apoio técnico na recuperação de áreas ardidas, abandonadas e de baixa
25
Valor médio dos últimos três anos
26
Considerando o número total de fornecedores
27
Normas ISO 9001 (gestão da qualidade), ISO 14001 (gestão ambiental), ISO 45001 (gestão da segurança e saúde do trabalho), FSC ® – Forest Stewardship Council®
(Licença n.º FSC® - C010852); PEFC – Programme for the Endorsement of Forest Certification schemes (Licença n. º PEFC/13-23-001)
As nossas metas de redução das emissões de CO2, aprovadas em 2022 pela Science Based Targets initiative, envolvem a
ambição de diminuir as emissões de carbono na cadeia de valor (Cap. 5.1). A otimização dos fluxos de “inbound” de
madeiras – procurando, em cada fluxo logístico, a eficiência dos processos nas diferentes origens-destinos – é uma das
linhas de ação que desenvolvemos com consequente redução de custos. Apostamos igualmente em alternativas ao
transporte rodoviário, nomeadamente recorrendo à ferrovia.
Importa salientar que a gestão sustentável da cadeia de fornecedores é um tema que ganhou importância na nossa
recente análise de materialidade (Cap. 3.2), pelo que vamos realizar uma reflexão interna para definição de novos
compromissos e objetivos nesta área determinante para a sustentabilidade à escala global.
A estratégia de parceria que temos junto dos nossos fornecedores tem demonstrado ser um modelo bastante resiliente,
especialmente em períodos de disrupção como os vividos nos últimos dois anos.
Desenvolvemos assim diversas medidas de apoio aos nossos parceiros, nos mercados de madeira e biomassa, aos
proprietários e gestores de terras e aos transportadores rodoviários.
Materials Management
Numa estratégia de longo-prazo, foram dados os primeiros passos num estudo de viabilidade para a construção de uma
ilha química em Portugal, o qual envolveu fornecedores e Stakeholders internos da Navigator. Caso venha a concretizar-
se, este é um projeto que poderá dinamizar o mercado e reduzir o nível de dependência de fornecedores externos.
Foi ainda desenvolvido um projeto de procurement com um fornecedor nacional de matéria-prima, em que a Navigator
assumiu o papel de sponsor, incentivando e apoiando o investimento na produção de energia a partir de biomassa, como
forma de atenuar o aumento dos custos do gás.
Este conjunto de apoios foi particularmente relevante para os fornecedores de menor dimensão, que apresentam menor
capacidade de resposta para fazer face à escalada dos preços da energia.
Em paralelo, a ambição de reduzir as emissões de carbono na nossa cadeia de valor ganhou, em 2022, ainda mais
relevância com as interrupções verificadas no fornecimento de energia e gás. O estabelecimento de parcerias com os
nossos fornecedores – para aumentar a eficiência energética e de recursos, procurar alternativas à energia de origem
fóssil e contribuir para os objetivos de descarbonização – é uma oportunidade que temos vindo a explorar.
De destacar a consolidação do arranque da nova caldeira no Complexo da Figueira da Foz, para produção de energia a
partir de biomassa florestal, que fez aumentar consideravelmente a necessidade de aquisição deste material. Em
resultado, iniciámos a análise de biomassa agrícola como complemento à proveniente de sobrantes florestais.
No caso da ferrovia (madeira), através de um projeto colaborativo de melhoria no equipamento utilizado no transporte
de madeira, foi possível incrementar, em cerca de 7%, a carga movimentada por vagão, com reforço da segurança.
No transporte rodoviário, em parceria com um dos portos de proximidade, foi alcançada uma redução de
aproximadamente 500 viagens para o mesmo volume de materiais.
No transporte marítimo foi implementado um projeto colaborativo entre a Navigator e um armador nacional, com grande
relevância internacional, para o transporte marítimo de madeira entre o Brasil e Portugal (2022 -2024).
Reforçámos os mecanismos de controlo e sensibilização dos aspetos relacionados com a segurança e higiene no trabalho
e incrementámos as auditorias de segurança nos transportes, parques logísticos e portos marítimos, para assegurar o
cumprimento com os nossos requisitos em matéria de segurança.
Dada a importância de garantir uma adequada gestão dos riscos ESG associados à nossa cadeia de valor, temos estado a
trabalhar num projeto que nos permitirá contratualizar uma ferramenta de rating ESG, merecendo igualmente destaque
a aprovação, em finais de 2022, da nossa Política de Direitos Humanos (Cap. 4.1).
PRÓXIMOS PASSOS
• Implementação de ferramenta de monitorização de risco ESG e definição de ações de mitigação para fornecedores
com ratings ESG baixos (2023/2024).
• Reforço do acompanhamento das medidas de redução da pegada carbónica dos nossos fornecedores.
• Continuidade de parcerias com armadores marítimos de menor dimensão, para desenvolvimento de serviços nos
portos de proximidade (2023).
Em alinhamento com o nosso propósito (Cap. 2.1) assumimos a responsabilidade de criar mecanismos de partilha de
valor, junto dos nossos Stakeholders (Cap. 4.2), com destaque para as comunidades envolventes. Estas têm um papel
decisivo na aceitação das empresas, por serem o primeiro elo da cadeia a receber os impactos, positivos e negativos,
associados às nossas operações florestais e industriais.
Como forma de estabelecer o diálogo com as Comunidades, dispomos de vários mecanismos de interação direta (Cap.
3.5), como por exemplo as Comissões de Acompanhamento das Comunidades e o Fórum de Sustentabilidade da
Navigator (Cap. 3.5 e 4.1).
Sendo a floresta a nossa principal fonte de recursos, uma das prioridades definidas passa por promover o conhecimento
sobre os seus benefícios, e sobre a importância que o uso sustentável dos produtos de base florestal tem para a
sociedade. Continuamos, por isso, comprometidos com o lançamento de projetos que contribuam para gerar e partilhar
conhecimento no domínio da literacia sobre a floresta, com ênfase para a dimensão digital, e iniciativas de capacitação
dos Stakeholders, como é o caso dos produtores florestais (Cap. 5.2).
Um dos públicos-alvo igualmente visados são as comunidades escolares, cuja sensibilização precoce para a proteção da
floresta é da maior importância. Insere-se neste âmbito o desenvolvimento de iniciativas como:
• O programa “Dá a Mão à Floresta”, com recurso a roadshows, à edição de uma revista e a conteúdos específicos
para as redes sociais.
• O projeto “Floresta do Saber”, desenvolvido pelo RAIZ e pela Navigator, e apoiado pelo Programa de
Desenvolvimento Sustentável da Fundação Calouste Gulbenkian.
Para além dos projetos de literacia para a floresta, potenciamos a nossa relação com as comunidades, designadamente
em ações de apoio direto a iniciativas locais.
• Geração de emprego ao longo da cadeia de valor, com diversos níveis de qualificação e valorização profissional;
• Investimento nas comunidades, seguindo as três prioridades identificadas: segurança e diversidade alimentar,
geração de rendimento e bem-estar;
• Proteção ambiental, com a implementação das melhores práticas e desenvolvendo parcerias de know-how que
visam a melhoria das condições de proteção das florestas nativas em conjunto com as comunidades;
• Envolvimento de Stakeholders ao nível central, das províncias e dos distritos no acompanhamento do projeto –
através da participação na revisão da Lei das Florestas de Moçambique, com contributos específicos e com a
participação nos debates públicos com Stakeholders;
• Saúde:
- Apoio à construção de infraestruturas de
saúde - bloco operatório
A 14.ª edição do Fórum de Sustentabilidade foi realizada em Aveiro, com uma audiência de Stakeholders de referência a
nível local, tendo sido promovido o debate em torno do tema: “Bioeconomia: o Caminho para um Futuro Sustentável”
(Cap. 4.1).
Num ano marcado pelo levantamento das restrições da pandemia, mas também pelos contextos de incerteza a nível
global, procurámos desenvolver e aprofundar as relações de proximidade entre a Empresa e as diferentes partes
interessadas.
Os projetos My Planet e Dá a Mão à Floresta regressaram às ações presenciais junto da comunidade. O primeiro, através
de iniciativas de plantação de árvores promovidas em parceria com entidades locais, e o segundo por meio de atividades
lúdico-pedagógicas de sensibilização dos mais jovens para a necessidade de proteger e valorizar a floresta nacional.
11.954 adolescentes Mais de 7.000 crianças Cerca de 6.500 Cerca de 4.491 18 artigos de opinião
e adultos impactadas participantes no seguidores nas redes (serviços de
contactados 4 edições da revista projeto; mais de 90% sociais ecossistemas,
3 edições da revista com tiragem média de são professores e sustentabilidade da
com tiragem média 14.000 exemplares estudantes do ensino floresta, florestas
de 15.000 pré-primário ao plantadas, fogo
Mais de 14.900 secundário controlado, plantas
exemplares subscritores da revista
280 atividades invasoras)
14.003 subscritores 479 conteúdos digitais
da revista práticas 323.236 Visitantes
8 passatempos 8 Think Tanks 502 subscritores da
401 conteúdos
digitais Cerca de 106.400 3 exposições newsletter
seguidores nas redes dedicadas aos temas
1 passatempo sociais da floresta,
Mais de 43.100 1,4 milhões de biodiversidade e
seguidores nas redes visualizações no site bioprodutos
sociais
1.182 árvores
Mais de 441.000 plantadas
visualizações no site
12 conteúdos
editoriais na National
Geographic
2.922 árvores
plantadas
Este foi o ano de descolagem do projeto “Floresta do Saber”, realizado no RAIZ, com o desenvolvimento de várias
atividades presenciais, nomeadamente sessões práticas em ambientes de floresta e laboratório, organizadas em parceria
com instituições de ensino como a Escola Profissional de Aveiro e vários agrupamentos de escolas locais.
Com o objetivo de aproximar a Empresa e os seus projetos da comunidade em geral, participámos, em parceria com o Instituto
Português do Desporto e da Juventude (IPDJ) e o Parque Urbano do Jamor, em duas iniciativas – “Floresta em Família” e
comemoração da Semana Europeia do Desporto.
Estes eventos permitiram ativar os programas Dá a Mão à Floresta e My Planet através da sensibilização para temas ligados à
literacia ambiental, à importância do desporto ao ar livre e à inclusão social. Foi ainda realizada a reflorestação de uma zona do
Parque Urbano do Jamor, com a plantação de 250 árvores, e uma atividade sensorial que permitiu “sentir” a floresta.
As iniciativas contaram com a participação de 784 crianças e 1.681 adultos, incluindo jovens e adultos com deficiências a nível
cognitivo e motor.
A partilha do saber, experiência e recursos com a sociedade, na busca de um futuro melhor – pressupostos que integram
o nosso propósito –, inspiraram também o lançamento do site biodiversidade.com.pt (Cap. 5.3).
Numa lógica de envolvimento e cocriação, temos vindo a convidar especialistas nacionais de instituições, áreas de
conhecimento e geografias diversas, para desenvolverem conteúdos para o Florestas.pt. A diversidade de ocupações
profissionais dos autores – desde professores universitários, a técnicos de gabinetes florestais, curadores de museus,
produtores e bombeiros, entre outros –, permite enriquecer os conteúdos e promover as “comunidades de
conhecimento” através da integração de diferentes perspetivas. É, desta forma, reforçada a credibilidade da plataforma e
a reputação da Companhia, com impactos positivos ao longo da fileira florestal.
Em 2022 contou-se igualmente com o contributo de estagiários de verão do Instituto Superior de Agronomia de Lisboa
no desenvolvimento de conteúdos para o site, potenciando o seu envolvimento numa temática tão relevante à escala
global.
De referir que o contributo transversal na luta contra as alterações climáticas, e o nosso posicionamento como
“Bioindústria no lado certo do futuro”, têm sido matéria de divulgação nos diversos suportes mencionados e também na
estratégia de relação com os media. A nossa ação junto dos órgãos de comunicação social permitiu destacar, através de
vários modelos (press releases, entrevistas, artigos), temas como: as florestas plantadas e a gestão florestal
sustentável; a biodiversidade; as perceções sobre o eucalipto; a Agenda de Negócio Responsável 2030 da Navigator; a
investigação e desenvolvimento de novos bioprodutos, no quadro de uma bioeconomia de base florestal, a par da
descarbonização, entre outros.
A retoma das iniciativas presenciais, num contexto pós-pandemia, permitiu igualmente a realização da iniciativa
Navigator Tour, com visitas às nossas unidades de produção, bem como ao Instituto RAIZ. Estes momentos de interação
com vários grupos de Stakeholders, como escolas, universidades e outras instituições da comunidade, permite estreitar
elos de ligação e proximidade entre a Companhia e entidades que fazem parte da sua esfera de influência.
De salientar ainda a participação da Navigator na Woodfiber Conference 2022, uma das mais renomadas conferências
internacionais do setor. As visitas ao RAIZ, ao Complexo Industrial de Setúbal e aos viveiros da Herdade de Espirra
constituíram uma experiência diferenciadora para os participantes neste evento.
Ao nível da educação, apoiámos a construção de quatro salas de aula na Escola Secundária de Munhinga, situada numa
das áreas de desenvolvimento do projeto da Companhia em Moçambique. Este apoio, concretizado através da aquisição
de materiais de construção, teve origem numa solicitação das entidades locais.
• O apoio ao projeto GirlMove, no qual jovens mulheres moçambicanas testam e validam ideias de soluções de
impacto para desafios económicos e sociais do país.
• A participação com diversas entidades no projeto de criação de uma sala de conservação da biodiversidade na
Escola Secundária de Sussundenga;
• A participação no projeto Combo, uma iniciativa da Wildlife Conservation Society (WCS) que convidou a Portucel
Moçambique para ser um caso de estudo de aplicação da hierarquia da mitigação de impactos na biodiversidade;
• A participação no projeto Circular Bioeconomy Alliance, uma iniciativa do Rei de Inglaterra para desenvolver um
living lab de como envolver as comunidades e os governos locais no restauro e reabilitação de áreas florestais
naturais, designadamente através do desenvolvimento de novos negócios ligados à floresta, da capacitação e
sensibilização das comunidades e da melhoria dos seus meios de subsistência.
Este é um projeto piloto que visa sensibilizar as gerações mais jovens para a importância da preservação dos valores biológicos,
em ligação com o Parque Nacional de Chimanimani, que se situa na sua envolvente.
No âmbito deste projeto, a Portucel Moçambique está também a contribuir para o desenvolvimento de uma “machamba” (horta)
escolar, através da divulgação de práticas agrícolas mais eficientes.
A nível nacional, a Companhia também apoiou algumas entidades reconhecidas como o Instituto Superior de Agronomia,
a Fundação Nossa Senhora do Bom Sucesso, a Ordem dos Engenheiros, a Santa Casa da Misericórdia do Funchal e a
Embaixada de Portugal nos Estados Unidos da América.
Os aspetos culturais e de inclusão social continuaram a assumir relevância especial nestes apoios, destacando-se a
manutenção do contributo para a edição braille da revista Visão, através da doação de papel para a produção e
impressão desta revista destinada a invisuais.
A Navigator disponibilizou igualmente papel para a nova edição do livro “A Árvore em Portugal”, pela Associação
Portuguesa dos Arquitetos Paisagistas. Ainda neste âmbito, releva-se o apoio ao CoLAB ForestWISE – Laboratório
Colaborativo para a Gestão Integrada da Floresta e do Fogo, na edição do livro “A Floresta e o Fogo nos tempos da
pandemia”.
As plantas oriundas dos nossos Viveiros Aliança são outra área importante dos apoios concedidos à comunidade. Em
2022, foram doadas 7.900 árvores, arbustos e herbáceas de 20 espécies diferentes à Universidade Nova, para
arborização no campus de Carcavelos da Nova School of Business and Economics (Cap. 5.3).
No setor da educação, foi assinado um protocolo com o Agrupamento de Escolas Figueira Mar, na Figueira da Foz, para
proporcionar experiências formativas a alunos e profissionais do Curso Técnico de Eletrónica, Automação e Comando. O
contributo para a qualificação e empregabilidade dos jovens das regiões onde operamos é um dos compromissos da
nossa Agenda 2030 (Cap. 3.3).
PRÓXIMOS PASSOS
• Criação de impacto em torno do tema da Bioeconomia Circular (2023):
- Reforço da comunicação nos vários projetos e através de meios diversificados (revistas, websites);
- Realização de seis mini vídeos sobre projetos relacionados com Bioeconomia de Base Florestal, no âmbito do
projeto Florestas.pt;
OS NOSSOS IMPACTOS
Redução de
0,182 Mais de
28
Valor referente ao ano de 2021; atendendo à complexidade de apuramento das emissões de âmbito 3, e à indisponibilidade de valores finais à data de emissão deste
relatório, publicamos os dados de 2021. As emissões de âmbitos 1 e 2 são relativas a 2022.
Adicionalmente são geradas emissões indiretas de GEE associadas à energia que adquirimos para consumo (âmbito 2) e
ao longo da nossa cadeia de valor (âmbito 3), com especial ênfase para a categoria de “Aquisição de bens e serviços”
(que representa 65% das emissões de âmbito 3). Por outro lado, e de forma positiva, as nossas atividades contribuem
para a captura e fixação de CO2 em três vertentes:
Os eucaliptais são, na floresta portuguesa, os povoamentos que sequestram uma maior quantidade de CO2, por cada
hectare e em cada ano de crescimento. O valor atinge cerca de 11,3t CO2/hectare ao ano, quase 3 vezes mais do que os
pinhais de pinheiro-bravo (com 3,9t CO2/hectare ao ano) e 7 vezes mais do que os montados de sobro (1,6t CO2/hectare
ao ano)29.
Em linha com o Plano Nacional de Energia e Clima 2021-2030, que reforça a importância do aumento da absorção das
emissões de carbono por parte da floresta nacional – de 8,7 milhões de toneladas de CO2 para 12,7 milhões de toneladas
até 2030 – e não apenas da redução das emissões, a Navigator poderá contribuir, de forma ativa, para um esforço de
florestação que permita a Portugal cumprir 75% das metas de sequestro de CO2, nomeadamente através da:
• Plantação de 300 mil ha de “nova” floresta (150 mil de eucalipto + 150 mil de autóctones) – o que possibilitaria
um aumento de sequestro líquido anual em 2,1 milhões de toneladas de CO2, i.e., cerca de 50% do objetivo
nacional;
• Recuperação de 300 mil ha de áreas de eucalipto degradadas e abandonadas – o que permitiria o aumento de
sequestro líquido anual em 1,2 milhões de toneladas, ou seja, cerca de 25% do objetivo nacional.
Importa salientar que o CO2 fixado pelas árvores durante o processo de fotossíntese se transforma em carbono
biogénico, que fica armazenado nas fibras da madeira e, consequentemente, nos produtos de base florestal como é o
caso da pasta e do papel.
Adicionalmente, procuramos desenvolver mecanismos que nos permitam capturar carbono no processo produtivo, do
qual a fabricação de carbonato de cálcio precipitado (PCC) – que utiliza o CO2 libertado nas nossas chaminés e o utiliza
como "matéria-prima" na fabricação de papel – é um exemplo.
No sentido de apoiar a descarbonização da economia, o nosso Roteiro para a Neutralidade Carbónica, espelha a ambição
de tornar os nossos complexos industriais neutros em carbono até 2035. Este objetivo pressupõe reduzir as emissões
diretas de CO2 de âmbito CELE em cerca de 86%, face ao ano de 2018, e ainda aumentar o nível de utilização de energia
de fontes renováveis no mix energético da Companhia, com o objetivo de a energia renovável representar, em 2030,
80% do consumo total de energia primária da Companhia.
29
Cálculos efetuados com base no “Inventário Florestal Nacional 6”, publicado pelo Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (2015), considerando todos os
tipos de povoamento (puro, dominante e irregulares) e para todas as componentes de biomassa.
O nosso plano de descarbonização, além de contribuir para a mitigação das alterações climáticas, tem um impacto
positivo devido à utilização da biomassa para produção de energia – valorizando este recurso e promovendo a proteção
das florestas contra os incêndios –, e à geração de energia elétrica, através de fontes renováveis. O investimento na
energia solar representa uma fonte importante na estratégia de descarbonização da Companhia, permitindo a produção
de energia para autoconsumo, e consequente redução dos custos energéticos.
No que diz respeito à atividade da Companhia em Moçambique, e em linha com o compromisso global no domínio da
neutralidade carbónica, também nesta geografia se verifica uma contribuição para o armazenamento de carbono,
sobretudo através de três dimensões:
• Floresta plantada;
• Programa de Desenvolvimento Social, com iniciativas que promovem a redução das emissões de carbono,
nomeadamente através de ações que contribuem para diminuir as elevadas taxas de desflorestação da
agricultura itinerante (Cap. 4.7), de que são exemplo as técnicas de agricultura de conservação, as sementes
melhoradas ou as ações de sensibilização ambiental.
- Gestão sustentável das florestas como - Investimento em tecnologias que - Os produtos de origem florestal
solução natural para o clima através do minimizam os impactos ambientais e na armazenam carbono ao longo do tempo
sequestro e armazenamento de carbono melhoria da eficiência energética. permitindo a reincorporação na Natureza
durante o seu crescimento. - Eliminação gradual do consumo de no fim de vida útil.
energia de origem fóssil.
• 105.733 hectares de área florestal com - Investimento em fontes de energia - O papel é um produto sustentável:
gestão certificada em 2022. renovável
• Origem natural
- Stock acumulado de cerca de 6,1 M • Solar fotovoltaico: 7 MW de potência • Renovável
tCO2 distribuídos da seguinte forma: instalada em mais de 21.000 painéis
• Elevada taxa de reciclabilidade
solares.
• Biodegradável
• Florestas de eucalipto (73% da área
- Captura de cerca de 19.000 tCO2 fóssil,
gerida pela Navigator): cerca de 4,9 M
libertado no processo de produção de - 2,6 M t CO2e: Carbono biogénico
tCO2;
pasta, para incorporação no fabrico de contido nos produtos comercializados
• Povoamentos de sobreiro, de resinosas carbonato de cálcio precipitado (PCC). pela Navigator em 2022.
e de outras espécies florestais sob
gestão da Companhia: cerca de 1,0 M
tCO2; Compromisso: Ter os complexos
• Áreas agrícolas, com espécies industriais neutros em carbono até
arbustivas ou matos: cerca de 157.000 2035.
tCO2. Aprovação das metas de descarbonização
pela Science Based Targets initiative
(SBTi).
POTENCIAR
A bioeconomia e a economia de
baixo carbono
No que diz respeito às emissões indiretas provenientes da aquisição de energia elétrica (âmbito 2), verificou-se uma
diminuição de 9,6%, face ao ano anterior, sendo que foi evitada a emissão de 338.974 tCO2e, através das atividades de
cogeração e de produção de eletricidade a partir de fontes renováveis.
Tendo como enquadramento o atual contexto macroeconómico, a Companhia desenvolveu, durante o ano, cinco
candidaturas ao Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) integradas na componente C11 – Descarbonização da
Indústria, procurando acelerar a redução de emissões de CO2 nos próximos anos (Cap. 4.2 e Cap. 4.3). Com estas
iniciativas será possível diminuir cerca de 283.000 toneladas de CO2 de emissões diretas e indiretas em todos os
complexos industriais da Navigator até 2026, antecipando-se assim a meta prevista para 2029 no Roteiro para a
Neutralidade Carbónica da Companhia.
No processo produtivo
Parte do CO2 de origem fóssil resultante do nosso processo produtivo (gases das chaminés) é utilizada no fabrico do
carbonato de cálcio precipitado (PCC) que incorporamos no papel produzido. Em 2022 este valor correspondeu a 18.630
tCO2.
Nos produtos
Os produtos de base florestal armazenam carbono biogénico que provém do CO2 fixado pelas árvores durante a
fotossíntese, daí serem considerados produtos com origem renovável por oposição aos produtos com origem fóssil
(como, por exemplo, o plástico). Em 2022, o conteúdo de carbono biogénico contido na pasta e no papel comercializados
pela Navigator, correspondeu a 2,6 M tCO2e. Ao longo do seu ciclo de vida (uso e reciclagem), os produtos mantêm uma
parte significativa deste carbono biogénico, sendo que uma parte residual continua fixada, de forma mais perene, nos
livros e outros documentos, que se encontram em arquivo ou quando são encaminhados para aterro.
Distribuição das emissões indiretas (âmbito 3) (tCO2e) (1) Emissões de GEE evitadas através das atividades de
Dados 2021 cogeração e de produção de eletricidade a partir de fontes
1 - Aquisição de bens e renováveis (tCO2e)
serviços
11,5% 384.598
3,7% 3 - Emissões relacionadas 338.974
com os combustíveis e
eletricidade (location based)
6,6% 246.353
4 - Transporte e distribuição
(montante)
1.570.567 tCO2e
4,6%
emissões GEE 9 - Transporte e distribuição
(âmbito 3) (jusante)
9,2%
10 - Processamento de
64,5% produtos vendidos
2020 2021 2022
12 - Fim de vida de
produtos vendidos
(1) Atendendo à complexidade de apuramento das emissões de âmbito 3, os valores finais para 2022 não se encontram disponíveis à data de publicação deste relatório.
Apresentam-se os dados de 2021 por forma a caracterizar a distribuição percentual das emissões indiretas de âmbito 3, de acordo com as categorias consideradas materiais.
(2) O cálculo da intensidade de emissões teve em consideração as emissões de âmbito 1 (excluindo a energia primária das Centrais Termoelétricas a Biomassa – CTB) e a
quantidade total de produtos fabricada.
Nota: Remete-se para a Tabela GRI as informações metodológicas sobre o cálculo dos indicadores (GRI 305-1/2/3/4).
A expansão do parque fotovoltaico da Navigator e a conversão do forno de cal do Complexo de Setúbal, para utilização
de biomassa residual florestal em detrimento de combustíveis fósseis, são dois dos projetos que deram passos
importantes com vista à sua concretização. Dando sequência aos investimentos em centrais fotovoltaicas, realizados pela
Navigator desde 2016, foram iniciadas, em 2022, as fases de estudo e projeto das novas centrais fotovoltaicas a instalar
nos complexos de Aveiro, Figueira da Foz e Vila Velha de Ródão.
A produção para autoconsumo permite reduzir a dependência externa de fornecimento de eletricidade, sendo um
mecanismo igualmente importante para conter as variações significativas nos preços de eletricidade verificados no último
ano. Adicionalmente, verificou-se uma redução de 14% do fator de emissão location-based em 2022, face a 2021.
Relativamente ao projeto do forno de cal no Complexo de Setúbal, este encontra-se em fase de definição da solução
técnica e consulta aos principais fornecedores de equipamentos, conforme previsto na candidatura aprovada pelo
Innovation Fund (small scale projects) da Comissão Europeia. Com o objetivo de reduzir até 76% as emissões de GEE
associadas ao equipamento, este projeto permitirá, numa solução de retrofit, a conversão do forno de cal para utilização
de subprodutos gerados na produção de aparas de madeira.
Importa ainda destacar o acordo pioneiro para produção de combustível verde para a aviação no Complexo Industrial da
Figueira da Foz e a entrada em operação da nova caldeira a gás natural com possibilidade de incorporação até 20% de
hidrogénio no Complexo Industrial de Setúbal (Cap. 5.5).
Em parceria com a empresa alemã P2X Europe, celebrámos, em 2022, um acordo de princípio para a criação de uma joint venture
– a P2X Portugal –, uma aliança pioneira que tem como objetivo ser uma referência internacional no desenvolvimento e
comercialização em larga escala de produtos inovadores de combustíveis sintéticos para o setor da aviação.
O objetivo é desenvolver uma unidade industrial de última geração para a produção de combustíveis não fósseis – e-SAFs (e-
Sustainable Aviation Fuels) –, nomeadamente, jet-fuel (querosene) sintético, neutro em carbono. Ao contrário dos SAFs
convencionais, que utilizam matérias-primas como plantas ou óleos alimentares usados, os e-SAFs têm na sua origem a
eletricidade gerada a partir de energias renováveis (solar e eólica) e o CO2 biogénico, o qual resulta do ciclo natural de carbono.
O projeto tira partido da elevada competitividade de Portugal na produção de energia renovável (solar e eólica) e do CO 2 biogénico
gerado pelas caldeiras de biomassa da Navigator.
A instalação da P2X Portugal no Complexo Industrial na Figueira da Foz contribuirá para o desenvolvimento de uma nova cadeia de
valor estratégica em Portugal, bem como para a concretização das principais iniciativas da UE na área climática, nomeadamente o
Green Deal, a EU Hydrogen Strategy e a REPowerEU.
• Projeto classificado pelo Governo português com estatuto de Potencial de Interesse Nacional (PIN).
Ao integrar o painel “Fostering Sustainable Ecosystems”, pudemos dar visibilidade aos nossos compromissos com a ação climática
e partilhar a Agenda 2030 de Gestão Responsável do Negócio em que se baseia toda a nossa operação.
O convite para participar neste evento é um reconhecimento adicional da nossa atuação no domínio da criação de valor e
crescimento sustentável.
“Os riscos do Clima e da Natureza estão fortemente interconectados e, portanto, os esforços para contribuir para uma
bioeconomia circular e de baixo carbono terão efeito na preservação da Natureza e sustentarão ações mais amplas de
desenvolvimento sustentável.”
João Lé, Administrador Executivo
Com base num inquérito mundial para avaliar as ações desenvolvidas a nível empresarial no âmbito das alterações climáticas, a
Navigator integrou o grupo restrito das 330 empresas a nível mundial – menos de 2% de entre mais de 18 mil – que alcançaram a
classificação mais elevada de “A” no CDP.
A metodologia de pontuação, atribuída pelo CDP - Disclosure Insight Action, mede a abrangência e o detalhe da informação
divulgada pelas empresas – uma compreensão profunda dos seus riscos e impactos ambientais aliada a uma governação forte e
estratégias de transição –, avaliando também as medidas e metas estabelecidas para reduzir os impactos em consonância com a
ciência.
A classificação no nível de “Leadership” (com a evolução de “A-” para “A”) é um importante reconhecimento da atuação da
Companhia ao nível da redução de emissões, diminuição dos riscos climáticos e desenvolvimento de uma economia de baixo
carbono.
Para além do roteiro de descarbonização, e de ter as metas de redução de emissões baseadas na mais recente ciência climática, a
nossa ação no domínio da gestão florestal e obtenção de produtos de base florestal irá contribuir para essa trajetória, através do
sequestro e armazenamento de carbono, e da promoção de uma bioeconomia circular.
A Companhia comprometeu-se a reduzir as emissões de gases com efeito de estufa de âmbitos 1 e 2 – referentes às emissões
libertadas para a atmosfera como resultado direto das suas operações, bem como das emissões indiretas provenientes da energia
elétrica adquirida para uso da Empresa – em 63% até 2035, face ao ano de base de 2020. Nas emissões de âmbito 3, que ocorrem
na cadeia de valor, o compromisso passa por uma diminuição em 37,5%. As metas submetidas para os âmbitos 1 e 2 procuram
responder ao plano estabelecido no Acordo de Paris de não ultrapassar o aumento de temperatura de 1,5°C e, no caso das de
âmbito 3, de ficar bem abaixo de 2°C, por referência aos níveis pré-industriais.
A antecipação do prazo de dois anos, estipulado para a apresentação de limites de redução de emissões de gases com efeito de
estufa, reforça o nosso compromisso em contribuir para uma sociedade de baixo carbono enquanto bioindústria no lado certo do
futuro.
• Rever a política interna de deslocações em serviço e implementar a ferramenta de registo de viagens em toda a
organização de forma a agilizar o cálculo sistemático das emissões de gases com efeito de estufa, numa base anual,
e melhor apoiar a definição de medidas e metas para a sua redução, sob o princípio de viagens mais responsáveis
(2023).
• Nova caldeira de recuperação de químicos e produção de energia renovável na produção de pasta do complexo de
Setúbal, flexibilizando a geração de energia térmica tendo em vista a paragem de um grupo da Cogeração a Gás
Natural (2025).
• Nova cogeração no complexo de Aveiro – descarbonização da geração de vapor no Tissue Aveiro, através da
substituição do gás natural por biomassa residual florestal, fornecendo em simultâneo energia elétrica de origem
renovável à fábrica (2025).
• Nova turbina de vapor no complexo da Figueira da Foz, para aumento da eficiência no uso de energia primária e
fornecimento de eletricidade de origem renovável às fábricas de papel (2025).
105.733
de floresta sob gestão,
ha 73% de eucalipto 8,4 M
9% de outras espécies de plantas
correspondente a 1,2% da área
de Portugal Continental 18% outras ocupações do solo produzidas tendo em vista a
renovação da floresta nacional
Cerca de
12.500 4,73 M€
pessoas impactadas pelo investidos na prevenção e apoio ao
combate aos incêndios florestais
290 ha
projeto Produtores Florestais
de área ardida sob gestão
correspondente a 0,3 % da
área total
Apesar dos impactos que as plantações florestais com predomínio de uma dada espécie possam ter no ambiente, como
qualquer outra atividade humana, cresce o reconhecimento de que uma gestão responsável e equilibrada das florestas
plantadas, como aquela que é praticada pela Navigator, pode ter um papel relevante para a sustentabilidade do Planeta –
através da proteção dos solos e da água, melhoria da qualidade do ar, mitigação das alterações climáticas31 (Cap. 4.2)
entre outros.
Importa realçar os impactos positivos gerados pela nossa atividade, uma vez que a floresta e os produtos de base
florestal contribuem de forma positiva para a economia e sociedade. Esse impacto traduz-se no fomento do emprego –
decorrente da realização das atividades florestais – e na geração de rendimento para os proprietários, potenciando a
gestão florestal e agropastoril de outras áreas e as atividades económicas locais associadas à floresta, de que são
exemplo o pastoreio e a apicultura.
Por outro lado, ao nível das comunidades envolventes, e como resultado de operações no terreno, podem ocorrer
impactos negativos, como danos nas infraestruturas de utilização pública, resultantes do uso de máquinas e viaturas.
Tendo em vista conciliar as diversas preocupações ambientais, sociais e económicas, o nosso modelo de negócio assenta
na gestão florestal responsável. Temos por base uma gestão eficiente e competitiva das nossas plantações e espaços
agroflorestais – que promove a renovação e valorização da floresta e a proteção dos valores naturais, sociais e culturais
–, assim como o respeito pelos direitos dos trabalhadores e das comunidades locais, ao longo da cadeia de valor.
Definimos uma Política Florestal e um Código de Boas Práticas Florestais. No âmbito do nosso Roteiro 2030 (Cap. 3.3)
um dos compromissos definidos está centrado na sustentabilidade do uso do solo e dos recursos florestais, incluindo a
biodiversidade.
Por forma a mitigar os efeitos negativos resultantes da nossa atividade, identificamos e avaliamos de forma sistemática
os impactos ambientais e sociais das atividades florestais, dando origem a matrizes utilizadas na fase de planeamento e
execução das operações, permitindo assim evitar impactos negativos ou atuar em conformidade quando se verifica a sua
ocorrência. Como canais de comunicação a que os Stakeholders afetados podem recorrer, para a remediação dos
impactos negativos destas operações, destacam-se o site oficial da The Navigator Company e o canal de denúncias. Estes
poderão ainda recorrer, presencialmente, junto dos Colaboradores da Companhia, ao e-mail ou a contacto telefónico32.
Gerimos o nosso património em conformidade com os requisitos legais aplicáveis, critérios Pan-Europeus para a gestão
florestal sustentável, restantes requisitos da Norma Portuguesa NP 4406 de Gestão Florestal Sustentável e de acordo
com os Princípios e Critérios do Forest Stewardship Council.
A certificação da gestão florestal permite assegurar que a madeira utilizada nos nossos produtos – pasta e papel – é
proveniente de florestas geridas de forma responsável. Por isso, investimos em programas de certificação florestal e de
apoio aos proprietários e empresas florestais, indo além das áreas sob nossa gestão direta e ambicionando abranger um
maior número de proprietários – incentivando-os a adotar boas práticas e a investir na conservação dos valores naturais
e socioculturais do território.
30
Adicionalmente são geridos 955 ha de floresta na Galiza (Espanha) e cerca de 14.000 ha em Moçambique.
31
- “Substitution Effects of Wood-based Products in Climate Change Mitigation”, Leskinen et. al, 2018, TIG Analysis: https://efi.int/sites/default/files/files/publication-
bank/2019/efi_fstp_7_2018.pdf
- FAO 2016.Forestry for a Low-Carbon Future: Integrating Forests and Wood Products into Climate Change Strategies, FAO Forestry Paper 177, Rome,
Italy. https://researchrepository.murdoch.edu.au/id/eprint/66391/1/I5857E.pdf
32
E-mail: cadastro.florestal@thenavigatorcompany.com
Contacto telefónico: 265 709 000
De salientar ainda o nosso investimento na conservação de habitats e da biodiversidade, para além do trabalho ao longo
da cadeia de valor ancorado na criação e partilha de conhecimento e no estabelecimento de parcerias – com Proprietários
e Associações Florestais, Associações de Empresas, Fornecedores, Autoridades Locais e outros agentes das Comunidades.
Assumimos um papel impulsionador na expansão do processo de certificação florestal em Portugal, através de diversos
programas de apoio aos Produtores Florestais, contribuindo para a construção de uma frente comum na defesa dos
interesses da fileira florestal nacional.
A nossa atuação junto dos produtores florestais abrange aspetos técnicos relacionados com a silvicultura, bem como a
disseminação de informação, em matéria de segurança no trabalho, e de conservação da biodiversidade. São igualmente
promovidas iniciativas que procuram responder às necessidades individuais dos produtores florestais a nível nacional,
não se cingindo apenas aos produtores com quem trabalhamos, como são o caso do Programa Premium, da plataforma
e-globulus, e da revista Produtores Florestais.
Programa Premium
Apoio técnico gratuito a proprietários de eucaliptais realizado em colaboração com o
RAIZ. Em 2022, foram intervencionados 1.671 ha correspondendo a 96 novos
processos. Desde o início deste programa, em 2018, foi prestado apoio técnico
numa área que ascende a 6.225 ha.
• Controlo de vegetação;
Adicionalmente apoiamos a recuperação de áreas ardidas, nomeadamente através da participação no programa piloto de
recuperação promovido pela Biond – Forest Fibers from Portugal, que em 2022 se concentrou nos concelhos de Mortágua
e Pedrógão. Este programa destina-se a apoiar técnica e financeiramente a demonstração de boas práticas, em áreas
ardidas estrategicamente selecionadas, com o objetivo de:
• Reduzir o risco de incêndio, num cenário pós-fogo onde já existia elevada acumulação de biomassa e abandono;
Adicionalmente, a política ativa de renovação e de valorização da floresta nacional exige uma significativa produção de
plantas florestais, assegurada pelos nossos viveiros – Viveiros Aliança, S.A. Com uma produção de 8,4 milhões de
plantas em 2022, estes viveiros asseguram as necessidades das atividades de reflorestação da Companhia e dos
produtores nacionais, tendo cerca de 61% das plantas produzidas sido destinadas ao consumo interno e as restantes
39% vendidas para o mercado.
A área de floresta plantada foi superior a 3.800 hectares, o que representa o valor mais elevado registado nos últimos 22
anos, apesar de uma época primaveril muito seca.
O certificado de gestão florestal sustentável, que cobre 100% da área florestal gerida pela Navigator em Portugal
Continental, foi renovado e vimos igualmente reconhecido o nosso desempenho neste domínio pelo CDP Forest.
Em 2022, o segundo ano de participação no CDP Forest, melhorámos a nossa classificação neste ranking, tendo evoluído de “B”
para “A-”, o que nos situa no nível de Leadership. Vimos, assim, reconhecido o nosso desempenho neste importante instrumento
de avaliação em critérios ESG.
As sessões realizadas em abril, julho e novembro constituíram momentos cruciais para alinhar estratégias e procurar soluções para
temas tão diversos como a disponibilidade de matéria-prima certificada, a I&D como suporte ao desenvolvimento florestal e os
desafios em matéria de sustentabilidade.
No conjunto dos eventos foi possível contar com a participação de 220 Colaboradores.
MADEIRA CERTIFICADA
Madeira certificada
Em 2022, verificou-se uma diminuição, de 71% para 68%, no abastecimento de madeira certificada a nível global
(mercado nacional e internacional). Face às condições vividas no mercado ibérico, neste ano de relato, houve
necessidade de adquirir mais madeira de importação do que em 2021, com um elevado incremento de madeira
extraibérica. Na madeira entregue nos Centros Industriais, foram cumpridas todas as exigências legais, nomeadamente
os requisitos EUTR.
No entanto, importa salientar que, fruto dos programas da Navigator no domínio do fomento da produtividade e
certificação florestal em Portugal, foi possível aumentar o volume de madeira certificada adquirida no mercado nacional
para 65% (63% em 2021). Verificou-se ainda um aumento dos fornecedores de madeira com cadeia de custódia
certificada (de 78% para 87%). São apoiadas 15 entidades, entre elas, Grupos de Certificação, Organizações de
Produtores Florestais e Grupos de Cadeia de Custódia, o que, a par do suporte dado aos produtores, permitiu atingir
estes resultados.
2022 68%
65%
2021 71%
63%
2020 74%
61%
Este ano ficou marcado pela realização do seminário sobre segurança no trabalho florestal e pelo evento “Floresta na
Moda” que teve como objetivo reforçar a importância da utilização dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI) nas
operações florestais.
Floresta na Moda
Com o objetivo de promover a utilização dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI), foi realizado em maio, no âmbito da
ExpoFlorestal 2022, o desfile “Floresta na Moda”.
Neste evento, os trabalhadores florestais de empresas certificadas e técnicos florestais dos grupos da cadeia de responsabilidade
desempenharam o papel de “modelos”, desfilando com os EPI (i.e. calçado, roupa, entre outros). Esta iniciativa procurou
sensibilizar para a importância da utilização destes equipamentos, evidenciando a evolução que tem sido feita ao nível da sua
segurança e conforto – equipamentos modernos e adaptados às necessidades do trabalho e dos profissionais, bem como às
condições climatéricas de Portugal.
O evento foi organizado em parceria com a 2BForest, e contou com o apoio de empresas de EPI. Surge na sequência das
formações de segurança e boas práticas nos trabalhos de exploração florestal – Tec4Forest da Navigator –, que são realizadas nas
frentes de trabalho, para os empreiteiros florestais de vários grupos de certificação, demonstrando a necessidade de utilizar
equipamentos adequados e capazes de garantir a segurança das pessoas.
Adicionalmente, na plataforma e-globulus desenvolvida pelo RAIZ destaca-se o lançamento das rúbricas “é-ciência” e
“Juntos vamos cuidar da nossa saúde e segurança”, para divulgação dos últimos avanços da ciência no setor florestal e o
incentivo à adoção de boas práticas de segurança. De referir que, dada a crescente procura da plataforma por técnicos
florestais, estão em desenvolvimento novas funcionalidades para este perfil de utilizador.
https://e-globulus.pt/ https://produtoresflorestais.pt/
Mais de 14.800 utilizadores acederam à plataforma 12.500 pessoas impactadas pelo projeto Produtores
687 utilizadores registados Florestais
Mais de 63.300 visualizações 3 revistas com cerca de 15.000 exemplares, por edição
O evento teve como objetivo assegurar uma presença crescente junto da comunidade e dos agentes da floresta, e incentivar o
debate de temas relevantes para o setor, num contexto marcado pela importância que a prevalência da pequena propriedade
privada tem na promoção da gestão florestal sustentável em Portugal.
Foram abordados temas como as Áreas Florestais Agrupadas, as Áreas Integradas de Gestão da Paisagem, a qualidade da planta
como garantia de rentabilidade, e a valorização da biomassa. Deste modo, potenciou-se o intercâmbio de ideias e experiências
entre produtores e proprietários, instituições públicas, empresas de serviços, autarcas, associações e indústria.
A conferência contou com a presença e intervenção de João Lé, Administrador Executivo da Navigator, e com um total de 112
participantes para além de 679 visualizações na transmissão via streaming.
Investimento em prevenção e apoio ao Área florestal ardida sob gestão da Navigator (%)
combate aos incêndios florestais (M€)
A nossa atuação no domínio da defesa da floresta contra incêndios, em articulação com a estrutura da AFOCELCA, tem-
se traduzido num ganho para a salvaguarda do património florestal – através da otimização de recursos e meios, que
conduz a um melhor desempenho operacional. Merece destaque o facto de, em 2022, termos iniciado o estudo para a
atualização da cartografia do tempo de resposta dos meios terrestres da AFOCELCA.
Dos últimos três anos, 2020 foi o ano em que se registou uma maior percentagem de área ardida na Navigator, tendo a
mesma reduzido para menos de metade em 2021. Em 2022, a área total ardida foi de cerca de 290 ha (% igual face a
2021), correspondente a 0,3% da área florestal sob gestão.
Com o objetivo de melhorar a capacidade de resposta dos meios da AFOCELCA e contribuir para a redução da área ardida,
iniciámos, em 2022, o estudo para a atualização da cartografia do tempo de resposta dos meios terrestres. Nesta fase inicial o
projeto conta com a participação do RAIZ, passando em 2023 para a alçada da AFOCELCA.
Tendo por base a área objeto de proteção da AFOCELCA (nível nacional), os meios de combate a contratar para a próxima época
de incêndios e a rede viária existente, pretende-se que este estudo possa contribuir para uma melhor distribuição dos meios, com
base em critérios pré-definidos – i.e. tempos de chegada, área protegida por meio, entre outros. O estudo servirá igualmente para
avaliar se a quantidade de meios contratados é suficiente para dar resposta às necessidades de acordo com os critérios referidos.
Prevê-se a conclusão do estudo no 1.º semestre de 2023, possibilitando a realização de ajustamentos nos dispositivos de combate.
De referir ainda que, no âmbito da sua estratégia de defesa da floresta contra incêndios, a Portucel Moçambique (Cap.
4.7), tem também visto reduzir, de forma substantiva, a área percorrida pelo fogo – 0,23% do património florestal,
correspondendo a uma redução de 50% face ao ano anterior –, consolidando a matriz de atividades de gestão de risco
iniciadas na campanha de 2019, entre as quais se destacam:
• A assistência técnica dada pelos técnicos florestais da Portucel às comunidades sobre as normas de segurança
para fazer queimadas;
• A colocação de colmeias e buffers agrícolas (sobretudo de mandioca), na orla da floresta, para incentivar a
proteção de um ativo das famílias e das comunidades;
PRÓXIMOS PASSOS
OS NOSSOS IMPACTOS
Cerca de
4. 243 ha Cerca de 900
12,3% espécies e subespécies
da área sob gestão é classificados como habitats de flora e 252 espécies de fauna
considerada como Zonas com protegidos pela Rede Natura
identificadas no nosso património florestal
Interesse para a Conservação 2000
(gerida para efeitos de conservação
e não de produção)
41 ha 71 ha
de rearborização com alvo de restauro ecológico
espécies autóctones para
reconversão de floresta de
produção inadaptada
No património sob nossa responsabilidade, em Portugal Continental, gerimos áreas consideradas, como Zonas com
Interesse para a Conservação (ZiC), que servem de importante habitat a flora e fauna diversa, onde se incluem espécies
com diferentes estatutos de conservação e proteção. Dentro destas zonas, as Áreas de Alto Valor de Conservação
(AAVC), conceito exclusivo da certificação FSC®, são as mais relevantes, em função da presença de valores ambientais,
sociais e culturais de carácter excecional, que são desta forma salvaguardados.
Para integrar a conservação da biodiversidade no nosso modelo de gestão florestal, desenvolvemos uma estratégia com
vista a manter (“no net loss”) ou melhorar (“net positive gain”) a biodiversidade existente no património e o seu estado
de conservação.
Investimos continuamente em ações de monitorização e avaliação, proteção e conservação ativa – como a requalificação
e restauro de habitats naturais e ecossistemas –, beneficiando as espécies que os utilizam para realizar as suas funções
ecológicas de alimentação, refúgio ou reprodução. Como suporte à estratégia de conservação, contamos com Manuais de
Técnicas de Avaliação da Biodiversidade e Planos de Ação de Conservação (PAC), desenvolvidos com o contributo de
especialistas.
Definição e implementação de ações de gestão para a conservação, enriquecimento ou reposição das funções
dos locais com interesse para a conservação
A abordagem que seguimos torna possível dispor de um importante conjunto de dados sobre valores relevantes a
preservar no território, que permitem igualmente identificar, evitar, mitigar e minimizar os impactes negativos (diretos
ou indiretos) na biodiversidade, assim como potenciar os impactos positivos.
Como face visível da política ativa da Navigator na conservação dos valores naturais, salientamos a importância das
ações de divulgação e sensibilização, através das quais partilhamos experiências e casos de estudo em publicações
próprias, projetos editoriais ou eventos de comunicação.
Monitorização da biodiversidade
No período de primavera e verão, efetuámos um trabalho de monitorização em 13 propriedades sob nossa gestão na
Malcata, região de Penamacor, e no Vale do Tejo. Este trabalho incidiu sobretudo numa monitorização de locais
anteriormente identificados como zonas de conservação e de outros como tendo potencial para essa categorização. Deste
estudo resultou uma melhor avaliação dos habitats e dos valores naturais existentes, sendo de realçar a identificação de
espécies ameaçadas de flora até agora não descritas no património e importantes do ponto de vista da conservação (p.e.
Rhaponticum exaltatum). Adicionalmente foram registadas, com estatuto de “Vulnerável” para Portugal, as espécies de
flora Eryngium galioides, Utricularia gibba, e as “Quase Ameaçadas”, Potamogeton trichoides e Thelypteris palustris.
Relativamente à fauna, destaca-se o avistamento do Noitibó-cinzento (Caprimulgus europaeus).
No património florestal sob nossa responsabilidade, encontram-se identificadas cerca de 900 espécies e subespécies de
flora e 252 espécies de fauna. Cerca de 12,3% são Zonas com Interesse para a Conservação (11,8% em 2021), sendo
que existe um adicional de 168 hectares classificados como habitats protegidos pela Rede Natura 2000 (ascendendo
atualmente a um total de 4.243 hectares, que correspondem a 48 habitats classificados, dos quais 11 prioritários).
Criticamente em perigo 4 4 5
Em perigo 13 13 13
Vulnerável 31 36 39
Quase ameaçada 20 21 24
No período entre o outono e a primavera, procedemos ao acompanhamento de nove locais de nidificação da águia-de-
bonelli (Aquila fasciata), tendo sido também acompanhado um local de nidificação de cegonha-preta (Ciconia nigra).
Na nossa Herdade de Espirra, situada em Pegões, demos continuidade à monitorização de 40 caixas-ninho, colocadas
com o objetivo de criar melhores condições para a reprodução de espécies insectívoras (e.g. chapins e trepadeiras) e
para o controlo de pragas do montado. No final do ano promovemos uma semana de inventariação sistematizada de
macrofungos no Sudoeste Alentejano e em Monchique, demonstrando o nosso esforço em aprofundar o conhecimento
sobre os valores naturais que existem nas propriedades geridas e na sua envolvente. A existência de poucos projetos de
investigação sobre fungos em Portugal, e nestes locais em particular, reforça a importância deste trabalho.
O conhecimento disponível indicava que esta planta estaria confinada a uma área restrita em Trás-os-Montes, mas, em 2022, foi
descoberta nas florestas sob gestão da Navigator em Penamacor.
A identificação da espécie foi feita no âmbito da monitorização dos valores naturais que realizamos anualmente.
Embora a descoberta não altere o risco extremamente elevado de extinção da espécie na Natureza, veio indicar a existência de
exemplares germinados em anos recentes e de plantas em flor. O facto de este núcleo estar próximo do centro de distribuição da
espécie em Espanha traz alguma esperança para o seu futuro em Portugal.
De referir que estabelecemos uma parceria informal com a Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (FCUL), para
acompanhar o desenvolvimento de mestrados destinados a alargar o conhecimento sobre os ganhos de biodiversidade
em parcelas anteriormente ocupadas por eucalipto, e que se encontram em diferentes fases de restauro.
O ano ficou ainda marcado pelo início do novo projeto “Zambujo reCover”, pela inauguração do Navigator Park e
arranque do Projeto transForm PRR, na área da conservação genética e recuperação de ecossistemas.
O Projeto Zambujo reCover, iniciado em dezembro, é uma iniciativa que tem como finalidade a intervenção florestal para
valorização ambiental.
A área de implantação das ações do projeto localiza-se na Unidade de Gestão do Zambujo gerida pela Navigator. Trata-se de uma
propriedade com cerca de 397 hectares, localizada no concelho de Idanha-a-Nova, e integralmente inserida em área classificada
Rede Natura 2000 (PTZPE0042), parcialmente em área protegida (PNTI), incluindo significativas Áreas de Risco de Erosão de
acordo com a Reserva Ecológica Nacional (REN).
Com uma área de ação de 153 ha, o projeto visa:
Promovida pela The Navigator Company em parceria com o RAIZ - Instituto de Investigação da Floresta e Papel, a iniciativa tem
um orçamento global de 225.775 euros e é financiada pelo Programa COMPETE 2020 no âmbito da medida “Apoio à transição
climática/Resiliência dos territórios face ao risco: Combate à desertificação através da rearborização e de ações que promovam o
aumento da fixação de carbono e de nutrientes no solo” (REACT-EU/FEDER).
Localizado no campus da Nova SBE, em Carcavelos, o Navigator Park ocupa 3.000 m2 de área. Esta iniciativa teve como objetivos
criar um espaço de lazer e recreação para a comunidade escolar e municipal e, em simultâneo, estimular a biodiversidade local,
através da plantação de árvores e arbustos de grande, médio e pequeno porte, e também herbáceas.
Numa ação que contou com a participação da comunidade escolar e munícipes do concelho de Cascais, foram plantadas 7.900
árvores, arbustos e herbáceas de 20 espécies diferentes, doadas pela Navigator através dos seus Viveiros Aliança. A Companhia
garantiu igualmente a consultoria técnica necessária ao sucesso da arborização do parque.
No âmbito da sua estratégia de sensibilização para a proteção da Natureza, a preservação da biodiversidade no Navigator Park é
um espelho da gestão florestal da Companhia assente em práticas de conservação que permitem proteger habitats importantes.
"O Navigator Park tem raízes naquilo em que acreditamos, defendemos e fazemos diariamente em prol da floresta
portuguesa."
O seu objetivo passa por investigar metodologias de reprodução e melhorar as condições de sobrevivência das populações
existentes na Natureza, através de medidas de repovoamento ou de instalação de novas áreas de conservação genética. Será
focada em algumas das árvores mais ameaçadas de Portugal, como vários carvalhos autóctones (exº Quercus canariensis) e
espécies arbóreas associadas, como medronhais, adelfeirais e galerias ripícolas que sejam dominadas por amiais, permitindo, no
futuro, a melhoria destes bosques.
Alguns dos aspetos inovadores do projeto prendem-se com a utilização de novas metodologias de mapeamento, por deteção
remota de elevada resolução, e a realização de estudos de genómica33, que permitirão uma melhor caracterização da diversidade
genética das espécies alvo do estudo. Em paralelo, propõe-se desenvolver metodologias de multiplicação para facilitar a sua
produção em viveiro e aumentar a disponibilidade no mercado.
No lançamento da iniciativa, a Navigator “abriu uma janela” para a biodiversidade, através de uma instalação artística no
edifício de escritórios em Lisboa. Esta instalação integrou elementos naturais como o medronheiro, a erva pinheira
orvalhada ou o eucalipto, bem como algumas espécies de animais, como a águia-de-Bonelli e o lobo ibérico, todos
construídos em papel da nova marca gKRAFT.
33
Ramo da genética que estudo o genoma completo de um organismo.
Meta 15.2
Foi lançado, em março de 2022, um projeto único dedicado à partilha de conhecimento sobre a biodiversidade em ecossistemas
florestais, intitulado “Biodiversidade by The Navigator Company”. A nova plataforma, disponível em www.biodiversidade.com.pt,
pretende contribuir para a sensibilização e informação da sociedade em relação à importância da biodiversidade nas florestas,
através de conteúdos acessíveis, pedagógicos e inspiradores. Encontra-se estruturada em três secções que permitem aprofundar o
conhecimento sobre os vários temas:
• Biohistórias: integra artigos, reportagens, notícias e indicadores sobre a biodiversidade em geral, assim como sobre as
iniciativas e projetos que permitem ampliar conhecimento, prevenir perdas, preservar e restaurar;
• Biogaleria: convida à descoberta dos vários habitats que coexistem nos espaços florestais e das espécies que albergam,
desde plantas a mamíferos, répteis e aves ou fungos;
• Biorecursos: espaço para explorar uma (Bio)biblioteca com as principais entidades, relatórios, legislação e compromissos
relacionados com a temática da biodiversidade, espécies ameaçadas ou áreas protegidas.
Através destes conteúdos pretendemos incentivar a adoção de ações de proteção e restauro da diversidade biológica.
PRÓXIMOS PASSOS
• Apoio logístico ao projeto FORCE - FORest CErtification as a tool to preserve vertebrate biodiversity in exotic
forestry plantations (2023-2026);
• Atualizar e implementar os objetivos e metas do plano de ação para a conservação da biodiversidade por forma a
contribuir para a “recuperação da Natureza” (2050).
19,1
m3/t produzida
utilização específica de água34
34
A utilização específica de água tem em consideração o volume de água captado pela quantidade total de produtos fabricados
Dado o impacto significativo que as nossas atividades podem ter no recurso água e na gestão racional e equilibrada do
mesmo, as nossas captações são tituladas por licenciamento da Autoridade Nacional de Recursos Hídricos, sendo
realizadas no estrito cumprimento dos volumes máximos autorizados.
Apesar de as nossas captações de água se realizarem em Bacias Hidrográficas (BH) que não apresentam sinais de stress
hídrico, acompanhamos de perto a evolução da seca no nosso país, e o potencial efeito das alterações climáticas neste
âmbito, tendo em vista a avaliação do seu impacto na continuidade do nosso negócio. Procuramos, assim, assegurar que
as nossas atividades não constituem per se um fator adicional de risco para o ambiente e comunidades envolventes.
Como tal, através da análise de riscos desenvolvemos cenários de evolução e planos para reduzir o consumo deste
recurso vital. Acompanhamos a elaboração dos Planos de Gestão das Regiões Hidrográficas (PGRH) onde estão instaladas
as nossas unidades fabris, através de representação nos respetivos Conselhos de Região Hidrográfica, e acompanhamos
os estudos onde é avaliada a disponibilidade hídrica, existente e futura, e determinado o índice de escassez por bacia e
por sub-bacia.
No âmbito do nosso Roteiro 2030 (Cap. 3.3) definimos o objetivo de reduzir em 33% a utilização específica de água, face
ao ano base de 2019, e propor soluções que permitam melhorar a eficiência no uso de água.
Empenhados em fazer uma utilização otimizada deste recurso, temos vindo a implementar ações no âmbito do Programa
de Redução da Utilização de Água (PRUA). Este programa compreende um conjunto de medidas de gestão e de novos
investimentos tecnológicos que permitem atingir uma maior otimização processual – i.e. uma maior recuperação de
águas de processo, visando minimizar o volume de captação e a descarga de efluentes.
Mantemos um importante sistema de vigilância e controlo da água, em todas as fases dos nossos processos fabris, por
forma a monitorizar a sua qualidade, reavaliando sistematicamente a sua reutilização nos diversos processos. Realizamos
igualmente um acompanhamento mensal da evolução registada em todas as unidades industriais.
De salientar que a água utilizada nos processos de produção provém não só das captações, mas também das matérias-
primas e subsidiárias usadas, nomeadamente da madeira e dos produtos químicos. A água utilizada é devolvida à
natureza sob a forma de vapor de água e efluente tratado, mas os resíduos, os produtos e os subprodutos têm também
na sua constituição importantes volumes de água.
O nosso compromisso com a gestão responsável do recurso água, não se prende apenas com a quantidade captada como
também com a qualidade da água descarregada.
Todas as nossas fábricas estão abrangidas por Licenças de Utilização de Recursos Hídricos para descarga de efluentes
industriais. Estes são sujeitos a tratamento – primário, secundário e tratamento de lamas – nas Estações de Tratamento
de Água Residual Industrial (ETARI), que visam minimizar potenciais impactos da sua descarga no meio recetor e obter
níveis de qualidade do efluente tratado compatíveis com os Valores de Emissão Admissíveis (VEA) do BREF Pulp and
Paper35, que incorporam as Melhores Tecnologias Disponíveis (MTD) para o setor (2015).
Temos um extenso programa de monitorização laboratorial de amostragem de efluentes, à entrada e à saída das ETARI,
sendo que as nossas licenças determinam a monitorização e comunicação em contínuo, com ligação por data logger da
35
Documentos de referência que cobrem as atividades industriais listadas no Anexo 1 da Diretiva Europeia para a prevenção e
controlo integrados da poluição (IPPC).
De referir ainda que a gestão da água é um dos temas-chave das Comissões de Acompanhamento das Comunidades
(Cap. 3.5) sendo os seus contributos incorporados na definição dos planos e ações de gestão da água referidos,
nomeadamente no desenvolvimento do PRUA.
No âmbito dos projetos desenvolvidos, em 2022 foi dada continuidade à implementação do PRUA, tendo sido executados
16 projetos – sete já em operação, representando um CAPEX superior a 2,1M€ –, dos quais se destacam:
• A nova linha de evaporação da Fábrica de Pasta de Aveiro e melhorias na evaporação da Fábrica de Pasta da
Figueira da Foz, com o objetivo de otimizar a recuperação e utilização dos condensados gerados;
• Instalação de novos chuveiros com menor utilização de água na Fábrica de Pasta da Figueira da Foz;
• Utilização parcial de água clarificada na lavagem da pasta que alimenta uma das máquinas de papel do
Complexo de Setúbal;
• Redução da água usada na preparação de madeiras nos complexos da Figueira da Foz e de Setúbal, através da
utilização de correntes recuperadas, assim como da melhoria e fecho dos circuitos existentes;
INICIATIVA EM DESTAQUE
O projeto de instalação da nova linha de evaporação no Complexo Industrial de Aveiro representa um investimento de 14 M€,
introduzindo melhorias significativas neste subprocesso da produção de pasta.
A evaporação permite a concentração do licor negro, um subproduto do processo kraft de produção de pasta, permitindo
recuperar, na caldeira, os químicos utilizados no cozimento de pasta e gerar a energia térmica fundamental para o processo.
Este projeto tem diversos benefícios ambientais pela maximização da circularidade de utilização de condensados no processo
produtivo. Permitirá reduzir o consumo de água em cerca de 21% (de 33,5 para 26,6 m3/tAD36), assim como diminuir o uso de
químicos no processo e incorporar as lamas biológicas – resíduo do tratamento de efluentes – no licor negro, com vista à
valorização energética das mesmas na caldeira de recuperação.
36
Tonelada de pasta seca ao ar.
64.876
Adquirida a 64.563
61.857
terceiros 54.302
54 ML; 0,1% 54.487
52.161
Subterrânea
25.489 ML;
41,2%
61.857 ML
de água captada
10.574
Superficial
10.076 9.696
36.313 ML;
58,7%
(m3/t) (ML/M€)
A utilização específica de água tem em consideração o volume de água captado pela quantidade total de produtos fabricados ou pelo volume de negócios.
(1)
Nota: Remete-se para a Tabela GRI as informações metodológicas sobre o cálculo dos indicadores (GRI 303-3/4/5).
O trabalho realizado pela Companhia tem permitido, não só reduzir a quantidade de água utilizada, mas também
maximizar o volume de água devolvido ao ambiente, sob a forma de efluente tratado, contribuindo assim para o fecho do
ciclo. Em 2022, 84% de água foi devolvida ao seu ambiente natural.
No que diz respeito à descarga destes efluentes, realizamos a monitorização dos parâmetros de qualidade –
nomeadamente, nutrientes (fósforo e azoto), Carência Bioquímica de Oxigénio (CBO), Carência Química de Oxigénio
(CQO) e Sólidos Suspensos Totais (SST) – no sentido de avaliar o impacto das nossas descargas no meio recetor.
Parâmetros de qualidade (t)
PRÓXIMOS PASSOS
41.165.471 GJ
76% 12,0 GJ/t
(-0,2% vs. 2021)
Energia consumida Energia primária consumida com (-3,9% vs. 2021)
origem em fontes renováveis Intensidade energética
Redução do
consumo de energia
Cerca de
3% 34%
em 65.682 GJ
700.000 €
investimento em projetos de eficiência
da produção
de energia
elétrica em
da energia elétrica
produzida a partir
de biomassa no
energética concluídos em 2022. Portugal país37
5.372.917
(+3,8% vs. 2021)
GJ 5.156.843 t
(+1,8% vs. 2021)
90%
Energia vendida Matérias-primas consumidas Matérias-primas renováveis
37
Valores nacionais com base em dados 2022 da REN – Redes Energéticas Nacionais
Energia
O consumo e produção de energia é um tópico de grande relevância no contexto do desempenho operacional e da gestão
de recursos da The Navigator Company, representando custos significativos aos quais estão também associados
importantes impactos ambientais, diretos e indiretos.
A certificação pela Norma ISO 50001:2018 - Sistemas de Gestão de Energia evidencia uma abordagem sistemática para
alcançar a melhoria contínua do desempenho energético das nossas atividades.
Em alinhamento com o nosso Roteiro para a Neutralidade Carbónica (Cap. 4.2), e com o plano de investimentos
aprovado, estamos empenhados em reduzir a dependência de combustíveis fósseis, contribuindo para a diminuição da
nossa pegada de carbono (Cap. 5.1). Estamos a substituir, de forma faseada, o consumo de energias fósseis por fontes
de energia menos intensivas em carbono e a investir numa utilização crescente de fontes de energia renovável,
destacando-se a utilização da biomassa residual florestal.
No setor da energia renovável, posicionamo-nos assim estrategicamente como produtor nacional de referência de
energia verde a partir de biomassa, assumindo, por esta via, um papel ativo na construção de soluções para o desafio
climático. As duas Centrais Termoelétricas a Biomassa (CTB) dos complexos industriais de Aveiro e de Setúbal, e as três
centrais de cogeração a biomassa (Aveiro, Figueira da Foz e Setúbal) conferem à Companhia uma posição consolidada
neste âmbito.
No total, representamos 3% da produção de energia elétrica em Portugal e 34% da energia elétrica produzida a partir de
biomassa no país. Importa salientar que a produção de pasta e papel, pela necessidade de utilização de energia térmica
sob a forma de vapor, tem associadas cogerações de elevada eficiência que permitem a produção simultânea de vapor e
eletricidade, sendo esta última maioritariamente vendida à rede.
Neste âmbito, a energia elétrica de origem renovável produzida pela Navigator é certificada com Garantias de Origem
(GO), emitidas pela REN enquanto Entidade Emissora de Garantias de Origem (EEGO). Em 2022, as GO geradas
contribuíram para que os consumidores desta energia pudessem reduzir as suas emissões de carbono de âmbito 2
(market-based).
Matérias-primas
Através da gestão florestal responsável e das iniciativas de apoio à certificação florestal dos produtores florestais,
promovemos a otimização na utilização de madeira, salvaguardando, deste modo, a proveniência da fonte de matéria-
prima mais relevante (Cap. 5.2).
Investimos igualmente em projetos cujo objetivo é a minimização de perdas e consequente aumento do rendimento
deste recurso, sendo de realçar a instalação de equipamentos mais eficazes, tanto na preparação da madeira, como nas
linhas de fibra e máquinas de papel.
Com o objetivo de contribuir para a transição para uma economia mais sustentável, salientamos o desenvolvimento de
produtos de embalagem de origem florestal em substituição de embalagens de origem fóssil – projeto Packaging -
gKRAFT (Cap. 2.3) que se traduz também em impactos positivos nos processos produtivos da Navigator, nomeadamente
ao nível do consumo de materiais não renováveis, através da:
Mantivemos a nossa aposta nas energias renováveis, que representam cerca de 76% da energia primária consumida na
Companhia, e potenciámos a produção de energia elétrica a partir de fontes renováveis (+3,8% face a 2021).
INICIATIVA EM DESTAQUE
O projeto, para além de permitir a redução das emissões de CO2, irá utilizar Best Available Technologies para elevar a eficiência e
reduzir os riscos ambientais associados à utilização e transporte de fuelóleo, cujo consumo é evitado, para além de outros
benefícios ambientais, como a redução de odores e emissões atmosféricas.
Merece relevo a assinatura de um Corporate Power Purchase Agreement (PPA), que visa assegurar, por um período de
10 anos, que uma fração das necessidades de energia elétrica da Companhia seja satisfeita, a um preço competitivo,
com recurso a ativos 100% renováveis.
No que diz respeito à melhoria da nossa eficiência energética, concluímos 14 projetos nos quatro complexos industriais, o
que levou a uma redução global de 65.682 GJ.
Merece também destaque a extensão da certificação de acordo com a Norma ISO 50001 à Unidade Industrial de Tissue
Aveiro.
A implementação de projetos e medidas operacionais promotoras da eficiência energética associada aos nossos
processos produtivos, tem-nos permitido otimizar a energia consumida proveniente de fontes primárias, por tonelada de
produto fabricado, tendo-se alcançado em 2022 um valor de intensidade energética de 12,0 GJ/t produzida (-4% face a
2021).
O investimento da Companhia na eficiência energética e nas energias renováveis manter-se-á em 2023 e anos
subsequentes. São disso exemplo: o desenvolvimento de Planos de Ação de Eficiência Energética em cada uma das
fábricas; a incorporação de energia renovável nos processos produtivos dos complexos de Setúbal e de Aveiro; e a
implementação de vários projetos, já em curso, que nos permitirão aumentar a capacidade instalada de energia solar
fotovoltaica, em regime de autoconsumo, dos 7 MW atuais para cerca de 32 MW.
A decisão de substituição da atual caldeira de recuperação (projeto a ser desenvolvido durante 2023 e 2024) no
Complexo Industrial de Setúbal (CR3), em serviço desde 1989, por uma nova Caldeira de Recuperação (CR4),
tecnologicamente mais moderna e eficiente – a nível energético e químico –, trará igualmente outros benefícios
ambientais, como a redução de odores e emissões atmosféricas.
No que diz respeito ao volume de venda de energia, em 2022, registámos um aumento de 3,8% face ao ano anterior.
Numa perspetiva de continuidade do negócio, importa ainda destacar a importância da classificação do Estatuto do
Cliente Eletrointensivo que as fábricas da Companhia obtiveram este ano. Com a obtenção deste estatuto é possível
aceder a energia elétrica em condições mais competitivas, garantindo, deste modo, uma posição de maior igualdade face
às instalações de idêntica natureza que operam noutros Estados Membros.
13.4
40.300.782 41.246.701 41.165.471 12.5 12.0
Volume de
negócios (milhões
de euros) 1.385 1.596 2.465
2020 2021 2022
(1)
Evolução da energia vendida (GJ) Redução do consumo de energia decorrente de projetos de
eficiência energética (GJ)
(1)
Em 2022 os dados de energia passaram a contabilizar os consumos de gasolina e propano de outras instalações da Companhia, assim como os
combustíveis da frota.
(2)
O cálculo da intensidade energética teve em consideração o consumo direto de energia por fontes primárias (excluindo a energia primária das
Centrais Termoelétricas a Biomassa – CTB) e a quantidade total de produtos fabricada.
(3)
O cálculo da intensidade energética por volume de negócios teve em consideração o consumo direto de energia por fontes primárias e o
consumo total de energia adquirida.
Nota: Remete-se para a Tabela GRI as informações metodológicas sobre o cálculo dos indicadores (GRI 302-1/3/4).
Período de Redução no
retorno: Cerca de consumo: 800
5,1 anos MWh/ano
Redução no
consumo: 195
MWh/ano
É de salientar que cerca de 90% dos materiais utilizados são renováveis, sendo que os restantes 10% dizem respeito
essencialmente a produtos químicos que são necessários em diversas fases do processo de produção da pasta e do
papel.
Visando uma maior eficiência na utilização da matéria-prima, temos em curso várias iniciativas, como o projeto da nova
linha de descasque no parque de madeiras do Complexo Industrial da Figueira da Foz, cuja entrada em funcionamento
está prevista para 2023, e que contribuirá para reduzir a perda de fibras e também o ruído no complexo.
Distribuição percentual dos materiais por tipologia Consumo total de materiais (t)
5.156.843 t
matérias-primas
2020 2021 2022
Materiais
renováveis Intensidade de consumo de materiais
4.619.939 t; Indicador 2020 2021 2022
90% Consumo total de materiais 4.706.846 5.064.915 5.156.843
(t)
Produção (t) 2.842.364 3.105.209 3.238.424
Volume de negócios
1.385 1.596 2.465
(milhões de euros)
Intensidade de consumo de
materiais (t/tonelada 1,66 1,63 1,59
produzida)
Intensidade de consumo de
materiais (t/milhões de 3.398,4 3.173,5 2.092,0
euros)
Nota: Remete-se para a Tabela GRI as informações metodológicas sobre o cálculo do indicador (GRI 301-1).
• Nova cogeração no Complexo de Aveiro visando descarbonizar a geração de vapor na produção de tissue, através
da substituição do gás natural atualmente utilizado para o efeito por biomassa residual florestal – fornecendo
simultaneamente energia elétrica de origem renovável à unidade (2025).
• Nova turbina de vapor no Complexo da Figueira da Foz, para aumento da eficiência no uso de energia primária –
fornecendo simultaneamente eletricidade de origem renovável às fábricas de papel (2025).
• Implementação de nova linha de descasque de madeira no Complexo Industrial da Figueira da Foz (2023).
• Nova caldeira de recuperação de químicos e produção de energia renovável associada à produção de Pasta do
Complexo de Setúbal – flexibilizando a geração de energia térmica tendo em vista a paragem de um grupo da
Cogeração a Gás Natural (2025).
• Implementação dos Planos de Ação de Eficiência Energética em cada uma das fábricas, no âmbito da Norma ISO
50001 (2023 e anos subsequentes, numa base anual).
-24.151 t 28.395 t 5
de lamas de carbonato geradas face a 2021 de areias enviadas para o setor da novas parcerias para promoção da
construção economia circular
11%
Taxa de deposição de resíduos em aterro
industrial
A madeira que utilizamos na The Navigator Company, além de natural e renovável, é proveniente de florestas geridas de
forma sustentável (Cap. 5.2). Esta é transformada em vários tipos de produtos de papel, que depois de servirem o seu
propósito, são recolhidos e reciclados, tornando-se novamente em matéria-prima. A fibra do eucalipto globulus, que
plantamos em Portugal, é reconhecida por potenciar um maior número de ciclos de reciclagem face às suas concorrentes.
Uma análise comparativa realizada pelo RAIZ – Instituto de Investigação da Floresta e Papel, provou que esta espécie
tem capacidade para suportar dez ciclos de reciclagem – mais dois a seis do que outras fibras papeleiras (fonte: RAIZ).
Esta matéria-prima natural permite-nos liderar a agenda From Fossil to Forest (Cap. 4.3), procurando, através da
tecnologia e do conhecimento, alicerçar uma verdadeira economia circular baseada na floresta, e constituindo uma
importante oportunidade de inovação e competitividade do negócio. É neste quadro que criamos bioprodutos de origem
florestal, procurando encontrar alternativas mais sustentáveis aos materiais de origem fóssil, como parte da nossa
estratégia de criar valor com responsabilidade.
A gestão sustentável dos recursos é outro dos pilares da nossa estratégia, em resultado dos impactos associados ao
consumo de matérias-primas, energia e água (Cap. 5.5 e 5.4) e à geração de resíduos, que ocorrem ao longo do nosso
processo produtivo. Tirando partido do potencial de circularidade dentro do processo de produção da pasta e do papel,
investimos crescentemente num modelo mais sustentável e de circuito fechado, priorizando a diminuição da produção de
resíduos, bem como a sua reciclagem e valorização.
Adotamos soluções tecnológicas que possibilitam a reincorporação dos resíduos nos processos produtivos, ou a sua
valorização interna, designadamente na produção de energia. Este tipo de soluções permite igualmente minimizar a
utilização de matérias-primas virgens, bem como diminuir os desperdícios e as cargas para efluentes (Cap. 5.5 e 5.4).
Sendo a grande maioria dos resíduos gerada nas operações de produção de pasta, temos investido na melhoria da
eficiência dos processos e dos sistemas de tratamento, reduzindo a sua produção a níveis mínimos.
A promoção da economia circular tem sido alavancada através do Projeto Corporativo Upcycling, de investimentos em
projetos de Investigação, Desenvolvimento e Inovação (IDI) e no estabelecimento de parcerias com outras organizações,
o que nos tem permitido implementar soluções tecnológicas, tais como:
• Aplicação dos gases das chaminés para a captação de CO2, que é usado na produção de carbonato de cálcio
precipitado (Cap. 5.5);
• Valorização de lamas biológicas, pela sua incorporação na evaporação de licor negro, com aproveitamento
energético do material orgânico na caldeira de recuperação do Complexo Industrial da Figueira da Foz;
• Utilização das areias das caldeiras de biomassa (subproduto) na indústria cimenteira, como substituto das areias
de origem natural utilizadas em materiais de construção.
De salientar que a reutilização e reciclagem da água faz igualmente parte da circularidade do nosso processo de
produção, sendo esta maioritariamente devolvida ao ambiente sob a forma de efluente tratado (Cap. 5.4).
Trabalho em rede
Estabelecimento de parcerias, com universidades, centros de investigação e outros setores industriais, a fim
de potenciar a circularidade dos materiais – visando o desenvolvimento de bioprodutos, a valorização dos
resíduos e partilha de conhecimento. Participação na plataforma Circular Bioeconomy Alliance.
398.001 410.692
395.498
Objetivo reformulado (1): alcançar, até 2030, uma taxa de deposição dos resíduos em aterro
industrial inferior a 10%
(1)
Considerando que há dois critérios divergentes para o cálculo da taxa de valorização dos resíduos – a legislação nacional que contempla a operação de
valorização energética (com o código R1) como valorização, e a Norma GRI 306 (na sua versão de 2020), que a considera como operação de eliminação – e que a
nossa meta 2030 foi definida previamente à revisão da Norma GRI, reformulámos a meta no sentido de garantir que esta se encontra alinhada com os valores
agora reportados, que seguem o referencial GRI (versão 2020).
Nota 1: De referir que existe uma diferença entre os resíduos gerados e o somatório de resíduos destinados a operações de valorização e eliminação, uma vez que
em 2022 foram valorizados resíduos referentes a 2021 que estavam armazenados. Adicionalmente, parte dos resíduos gerados em 2022 foi armazenada
temporariamente nas nossas instalações, conforme previsto nas respetivas licenças ambientais e no novo Regime Geral de Gestão de Resíduos (Decreto-Lei n.º
102D/2020, 10 de dezembro).
Nota 2: Remete-se para a Tabela GRI as informações metodológicas sobre o cálculo dos indicadores (GRI 306-3/4/5).
As lamas resultantes do tratamento de efluentes (lamas de ETAR – Estação de Tratamento de Águas Residuais) e as
cinzas das caldeiras de biomassa, originadas no processo de produção de pasta para papel, são as tipologias de resíduos
onde se verifica uma maior quantidade produzida – 173.782 toneladas e 85.598 toneladas, respetivamente
O aumento da produção de resíduos é um dos resultados das melhorias processuais realizadas. Assim: a) no caso das
lamas de ETAR, o reforço da eficiência no tratamento dos efluentes conduz a uma maior geração deste resíduo; b) em
relação às cinzas das caldeiras, a introdução de filtros de mangas nas caldeiras de biomassa das cogerações renováveis
dos complexos de Aveiro e de Setúbal permite reduzir as emissões de partículas para a atmosfera aumentando,
simultaneamente, a geração de cinzas. Salienta-se que, em 2022, este acréscimo deveu-se também ao facto de este ser
o primeiro ano completo de exploração da nova caldeira a biomassa no complexo da Figueira da Foz.
As lamas de ETAR produzidas são valorizadas na agricultura e/ou na produção de energia. Merece destaque, este ano, a
nova evaporação instalada no Complexo Industrial de Aveiro (Cap. 5.4), que permitirá a valorização energética de lamas
biológicas na caldeira de recuperação.
As lamas de carbonato, por sua vez, podem ser utilizadas para a produção de carbonato de cálcio precipitado (PCC) –
aditivo mineral incorporado no papel de impressão e escrita (UWF) produzido. Em 2022 mantivemos a parceria com a
Specialty Minerals Inc., o que permitiu valorizar aproximadamente 991 toneladas de lamas de carbonato na Fábrica de
Pasta da Figueira da Foz.
A Agência Portuguesa do Ambiente (APA) aprovou três requerimentos para espaços de experimentação, com dois líderes
de mercado do setor da construção. Adicionalmente, estabelecemos uma parceria com a Prosari para incorporação das
areias da caldeira de biomassa de leito fluidizado (subproduto) na produção de blocos de betão.
No seu conjunto estas parcerias permitiram escoar, em 2022, cerca de 28,4 mil toneladas de areias para incorporação na
indústria da construção (+32% face a 2021).
28,395
21,504
9,945
10,075
6,941
Como um dos marcos mais relevantes do ano, refira-se a conclusão do Projeto Inpactus (Cap. 4.3) que, neste âmbito,
resultou no desenvolvimento de:
• Novos produtos a partir de lenhina38, um subproduto do processo industrial, para aplicação em espumas de
poliuretano, adesivos e compósitos;
• Novas argamassas e cimentos ecológicos com incorporação de cinzas das caldeiras de biomassa.
Finalmente, numa ótica de valorização do conhecimento científico e tecnológico, de salientar ainda o lançamento de um
programa de cocriação em bioeconomia circular e digital de base florestal, que visa dar resposta aos grandes desafios
que se colocam presentemente às florestas portuguesas.
38
A lenhina é o segundo polímero de fonte renovável mais abundante na natureza e está presente na madeira do eucalipto.
Fruto de um trabalho consistente entre a Navigator e vários parceiros industriais – destinatários, intermediários e Centros de
Interface Tecnológico –, em 2022 foram submetidos, e aprovados pela APA, três requerimentos para espaços de experimentação,
com dois players líderes de mercado do setor da construção – a Weber St. Gobain e a Secil Unibetão.
Através de um processo de licenciamento mais simplificado, os espaços de experimentação permitem às empresas destinatárias de
resíduos realizar testes, à escala industrial, de incorporação de subprodutos nos seus processos produtivos. Uma vez concluídos os
ensaios industriais e comprovada a sua viabilidade técnica, a Navigator poderá, enquanto produtor de cinzas das Centrais
Termoelétricas a Biomassa (CTB), submeter à APA uma autodeclaração de subproduto.
A integração das cinzas das CTB em materiais de construção permitirá a redução da utilização de matérias-primas virgens, num
setor com desafios acrescidos no processo de descarbonização, para além de se traduzir numa redução dos custos associados ao
seu encaminhamento para destino final.
Em 2022, durante a fase de estudos, foram realizados ensaios que permitiram a utilização de cerca de 13 toneladas de cinzas. Este
projeto tem potencial para escoar anualmente cerca de 7.500 toneladas de cinzas em 2027.
O programa, realizado através do RAIZ – Instituto de Investigação da Floresta e Papel, é destinado a startups ou PME nacionais,
detentoras de tecnologias inovadoras, novos processos ou bioprodutos que possam responder aos nossos desafios.
O modelo de cocriação de valor pretende reunir sinergias nas áreas da inovação e investigação nos domínios tecnológico, florestal
e industrial. Visa gerar valor económico com impacte social e ambiental, sendo expectável que os resultados obtidos passem pelo
registo de novas patentes, o licenciamento a terceiros ou a constituição de novos empreendimentos empresariais e/ou industriais
conjuntos.
Entre os temas em destaque nesta edição estiveram as biorrefinarias de base florestal, a bioeconomia circular, e o uso eficiente de
recursos e compliance ambiental.
No total foram selecionados 8 projetos, que estão já em curso, 7 dos quais incidindo sobre a valorização, direta ou indireta, de
subprodutos da exploração florestal e do processo industrial.
PRÓXIMOS PASSOS
• Implementação, à escala industrial, dos projetos iniciados em 2022 com a Saint-Gobain e a Secil Unibetão.
• Desenvolvimento de novos espaços de experimentação para outras tipologias de resíduos gerados pela atividade
industrial.
• Consolidação de novas utilizações de cinzas (argamassas e geopolímeros) considerando este resíduo como um
subproduto (2023).
Valor Económico Direto Gerado (I) (milhares de €) 1.424.321 1.627.251 2.535.783 201-1
i
Rácios entre o salário de entrada e o salário mínimo local 202-1
Floresta
% nacional 61 63 65
% global 74 71 68
Materiais
Matérias-primas (toneladas)
4.706.846 5.064.915 5.156.843 301-1
Renováveis
4.253.717 4.558.516 4.619.939
Não renováveis
453.128 506.399 536.904
% de matérias-primas renováveis 90 90 90
ii
% de materiais reciclados utilizados
0,04 0,02 0,01 301-2
Energia
iv
% de energia renovável primária consumida
70 77 76
v
Intensidade energética (GJ/t produzida) 13,4 12,5 12,0 302-3
vi
Redução do consumo de energia (GJ) 48.524 51.184 65.682 302-4
Volume de água descarregado – efluente (milhares de m3) 54.487 54.302 52.161 303-4
Biodiversidade
vii
Habitats protegidos (ha)
4.163 4.076 4.243
Emissões
x
Âmbito 3 (tCO2e) 1.492.286 1.570.567 n/d 305-3
xi
Intensidade de emissões de GEE (tCO2e/t produzida) 0,259 0,186 0,182 305-4
xiii
Emissões atmosféricas (t) 305-7
SO2 687 76 83
xiv
Resíduos
Recursos humanos
Homens 61 56 101
Mulheres 8 12 13
Temporários 50 33 35
Homens 29 13 13
Mulheres 21 20 22
Part-time 6 6 5
Homens 3 5 9
Mulheres 9 10 19
<30 anos 18 24 48
30-50 anos 4 5 8
>50 anos 1 1 1
Homens 4 8 7
Mulheres 9 9 12
<30 anos 10 8 8
30-50 anos 3 5 6
Formação e desenvolvimento
Por género
Homens 44 42 43
Mulheres 17 37 32
Dirigentes 9 19 17
Quadros Superiores 22 39 40
Quadros Médios 15 14 21
Executantes 49 47 46
Por género
Homens 97 99 97
Mulheres 95 99 98
Dirigentes 89 70 100
Quadros Superiores 99 99 99
Quadros Médios 97 99 99
Diversidade
Órgãos de Governação
Dirigentes
Quadros Superiores
Quadros Médios
Administrativos
Homens 33,0 - -
Mulheres 67,0 - -
Executantes
Notas metodológicas
i A Navigator não tem Colaboradores a receber o salário mínimo nacional, sendo o valor de entrada superior. Em 2020, o valor correspondente ao salário de entrada de Colaboradores na
Navigator, a nível global, era de 711,95 €, face ao salário mínimo nacional em vigor nesse ano (635 €). Em 2021, o valor correspondente ao salário de entrada era de 712 €, face ao salário mínimo
nacional de 665 €. Já em 2022, o valor correspondente ao salário de entrada foi de 795 €, face ao salário mínimo nacional de 705 €.
iii Em 2022 os dados de energia passaram a contabilizar os consumos de gasolina e propano de outras instalações da Companhia, assim como os combustíveis da frota.
iv A energia renovável primária consumida, inclui, desde 2021, a energia elétrica produzida nas centrais solares fotovoltaicas.
v O cálculo da intensidade energética teve em consideração o consumo de energia por fontes primárias (excluindo a energia das Centrais Termoelétricas a Biomassa – CTB) e a quantidade total de
produtos fabricada. A energia utilizada pelas CTB está incluída no total de energia consumida, contudo, estes valores não são contabilizados no cálculo da intensidade energética, uma vez que este
consumo não está afeto ao processo produtivo.
vi O cálculo das reduções do consumo de energia tem por base os projetos de eficiência energética concluídos em 2022. Os valores são calculados para um ano de operação, com base em
informação de projeto, segundo metodologia validada no âmbito do Sistema de Gestão de Energia, certificado pela ISO 50001.
vii A redução de área verificada em 2021 deveu-se, em grande medida, à diminuição de propriedades sob gestão e a acertos de limites de áreas de habitat.
viii O valor considerado de ano base (2018) para o cálculo das emissões diretas de CO (âmbito 1), no eixo Clima e Natureza, é de 774.464 t CO2, que corresponde às emissões verificadas no âmbito do
2
CELE – Comércio Europeu de Licenças de Emissão. Desde o exercício de 2020 que a Navigator adotou a metodologia do GHG Protocol, o que se traduziu num inventário mais completo de emissões de
Gases com Efeito de Estufa (GEE), passando-se a contabilizar novas categorias de emissões, para além daquelas que eram já reportadas em âmbito do CELE. À data da publicação do presente relatório, os
dados não se encontram verificados em âmbito CELE e o PRTR - Registo de Emissões e Transferências de Poluentes (N O e CH ), sendo, portanto, provisórios. Os valores de 2021 foram atualizados de
2 4
acordo com as verificações ocorridas posteriormente à publicação do Relatório de Sustentabilidade 2021. Os dados anteriormente publicados de 2020 e 2021 foram atualizados passando a incluir a
categoria de fertilizantes e fitofertilizantes no solo. Os dados de 2021 foram revistos nas categorias de gases fluorados, combustíveis associados às deslocações e quilómetros percorridos, e outros
combustíveis, com base em informação disponibilizada posteriormente à publicação do Relatório de Sustentabilidade de 2021. O inventário de âmbito 1 não considera os escritórios internacionais, devido à
baixa significância dos dados (estas emissões são inferiores a 0,2%).
ix As emissões de 2021 location based foram revistas com base em informação disponibilizada posteriormente à publicação do Relatório de Sustentabilidade de 2021. As emissões de 2020 location
based foram revistas considerando o fator de emissão publicado pela ERSE - Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos para 2020. O inventário de âmbito 2 não considera os escritórios
internacionais, devido à baixa significância dos dados (< 0,02%). As emissões de 2022 market based foram calculadas com fatores de emissão provisórios dos comercializadores.
x Em 2022 a Navigator realizou o inventário de emissões de âmbito 3 para o ano de 2021, tendo sido consideradas as seis categorias relevantes identificadas no exercício anterior - aquisição de
bens e serviços; transporte e distribuição (montante); emissões relacionadas com os combustíveis e eletricidade (location based); transporte e distribuição (jusante), processamento de produtos
vendidos; fim de vida de produtos vendidos. Para o cálculo dos valores de 2022, a informação ainda não se encontra consolidada. As emissões de 2020 foram revistas com base em informação
disponibilizada posteriormente à publicação do Relatório de Sustentabilidade de 2021.
xi A metodologia de cálculo da intensidade de emissões por tonelada produzida foi revista para os três anos. São consideradas as emissões de âmbito 1, excluindo as emissões das CTB, e a
quantidade total de produtos fabricados, em linha com o cálculo da intensidade energética.
xii O cálculo da redução de emissões de GEE remete para as emissões evitadas pela venda de energia elétrica renovável de elevada eficiência.
xiii Para as fontes de emissão sujeitas a monitorização em contínuo os dados reportados são obtidos através de monitorização online dos parâmetros de escoamento e dos poluentes. Existem
fontes de baixa emissão cuja contabilização das emissões decorre de monitorização pontual, realizada duas vezes por ano, por Laboratório Acreditado. O resultado destas monitorizações pontuais
pode ser influenciado em cada monitorização pela tipologia de combustíveis utilizados. Quando uma instalação não é sujeita no ano em causa a monitorização (ex.: fontes com monitorização a
cada três anos), as emissões anuais são calculadas com base na última monitorização tendo em conta as horas de funcionamento do ano a que respeitam as emissões. Em 2022, o âmbito de
reporte das emissões de NOx e Partículas foi alargado às CTBs, tendo os dados 2021 sido corrigidos em conformidade.
xv As horas trabalhadas dos Colaboradores das subsidiárias comerciais fora de Portugal não estão incluídas no âmbito deste indicador, uma vez que não existe um sistema estruturado de reporte
de incidentes. Para o cálculo dos índices foi utilizado o fator de normalização de horas trabalhadas de 1.000.000.
xvi Sendo a monitorização deste índice realizada a cada quatro anos, a reavaliação do ICT ocorrerá em 2025.
xvii A Navigator não pratica qualquer diferenciação salarial entre Homens e Mulheres, sendo o salário de entrada igual para ambos os géneros, masculino e feminino. O rácio do salário
apresentado, considera o agregador de enquadramento a nível macro, pelo que, naturalmente e para cada um destes níveis, temos diferentes subgrupos de enquadramento bem como percursos
profissionais distintos, o que impacta nos valores médios obtidos para o rácio de salário e como tal os valores reportados.
Este Relatório foi elaborado de acordo com as Normas da Global Reporting Initiative (GRI), na versão 2021, e na sua
redação estão abrangidas as atividades que contribuem para a produção e venda de pasta e papel, e para a produção
exclusiva de energia.
Todos os indicadores estão consolidados excepto a operação em Moçambique, que consolida apenas os dados económicos.
A atividade desenvolvida neste país encontra-se descrita ao longo do documento, sempre que aplicável.
Apresentação da informação
Este relatório pretende consolidar e refletir a nossa abordagem e compromisso com os temas de sustentabilidade, assim
como demonstrar o nosso desempenho, nomeadamente no âmbito da Agenda de Gestão Responsável (“Agenda 2030”),
dando resposta aos requisitos legais introduzidos pelo Decreto-Lei n.o 89/2017, de 28 de julho, no respeita a divulgação,
por parte de grandes empresas e grupos, de informação não financeira e de informações sobre diversidade.
Por motivos de simplificação de linguagem, não distinguimos os termos “impacto” e “impacte”, tendo optado por adotar
exclusivamente o tempo “impacto”.
Este relatório reflete a nova organização dos 15 tópicos materiais, resultantes do processo de análise de dupla
materialidade (Cap. 3.2) que foi levado a cabo durante o último trimestre de 2022 e a respetiva revisão da nossa Agenda
2030 (Cap. 3.3), em torno de dois eixos estratégicos de atuação: “Pela Sociedade” e “Pelo Clima e Natureza”.
Pretendemos assim dar resposta às temáticas consideradas mais relevantes pelos nossos principais Stakeholders.
Adicionalmente, dando continuidade às nossas práticas de relato de informação de sustentabilidade, incluímos, em anexo
ao presente documento, o ponto de situação detalhado do nosso desempenho face aos compromissos que assumimos, no
Roteiro 2030. Igualmente em anexo apresentamos o Índice GRI, as correspondências de conteúdo entre o presente
documento e o modelo de relatório para divulgação de informação não financeira definido pela CMVM - Comissão do
Mercado de Valores Mobiliários, e também o framework do World Economic Forum’s (WEF) Measuring Stakeholder
Capitalism Towards Common Metrics and Consistent Reporting of Sustainable Value Creation, publicado em 2020, na sua
opção core, e ao qual voluntariamente aderimos no ano passado.
O presente Relatório de Sustentabilidade 2022, publicado em língua portuguesa e inglesa, encontra-se disponível em
formato digital, no nosso site, em http://www.thenavigatorcompany.com.
Data de publicação
3 de abril de 2023
Verificação da informação
A informação constante neste relatório foi alvo de uma verificação externa, conduzida pela KPMG & Associados –
Sociedade de Revisores Oficiais de Contas, S.A., que elaborou um relatório independente, de garantia limitada de
fiabilidade, que poderá ser consultado em anexo a este relatório (pág. 174).
Agradecimentos:
Gostaríamos de deixar uma palavra especial de agradecimento a todos os Colaboradores que contribuíram com
informação para a elaboração desde Relatório de Sustentabilidade, que é resultado de um esforço conjunto e partilhado de
muitas pessoas, em particular dos nossos key-users de Sustentabilidade.
Opinião e contactos
Valorizamos a sua opinião. Para qualquer esclarecimento, por favor contactar:
Ana Nery
Responsável de Sustentabilidade
ana.nery@thenavigatorcompany.com
Introdução
Fomos contratados pelo Conselho de Administração da The Navigator Company, S.A. (“Entidade”) para
realizar um trabalho de garantia limitada de fiabilidade sobre a informação de sustentabilidade, incluída no
Relatório de Sustentabilidade relativo ao ano findo em 31 de dezembro de 2022, preparada em
conformidade com os requisitos das Normas “Global Reporting Initiative” (“Normas GRI”).
Responsabilidade do Órgão de Gestão
O Órgão de Gestão é responsável:
Pela preparação da informação de sustentabilidade, incluída no Relatório de Sustentabilidade 2022, de
acordo com as Normas GRI (“Informação”);
— Pelo desenho, implementação e manutenção de um sistema de informação e de controlo interno
apropriado que permita uma preparação da Informação que esteja isenta de distorções materialmente
relevantes, nomeadamente resultantes de fraude ou erro;
— Pela prevenção e deteção de situações de fraude, erros e pela identificação e cumprimento das
leis e regulamentos aplicáveis à atividade da Navigator;
— Por assegurar que o Órgão de Gestão e o pessoal envolvido na preparação da Informação
possuem as competências adequadas.
A Nossa Responsabilidade
A nossa responsabilidade consiste em executar o trabalho de garantia limitada de fiabilidade e expressar
uma conclusão baseada no trabalho efetuado.
O nosso trabalho foi efetuado de acordo com a Norma Internacional de Trabalhos de Garantia de
Fiabilidade que Não Sejam Auditorias ou Revisões de Informação Financeira Histórica – ISAE 3000
(Revista) emitida pelo International Auditing and Assurance Standards Board (IAASB) da International
Federation of Accountants (IFAC) e as demais normas e orientações técnicas da Ordem dos Revisores
Oficiais de Contas, as quais exigem que o nosso trabalho seja planeado e executado com o objetivo de
obter garantia limitada de fiabilidade sobre se nada chegou ao nosso conhecimento que nos leve a
concluir que a informação de sustentabilidade, incluída no Relatório de Sustentabilidade relativo ao ano
findo em 31 de dezembro de 2022, não esteja preparada, em todos os aspetos materialmente relevantes,
em conformidade com os requisitos das Normas GRI e que a Entidade não tenha aplicado, na informação
de sustentabilidade, incluída no Relatório de Sustentabilidade relativo ao ano findo em 31 de dezembro de
2022, as Normas GRI. Para tanto o referido trabalho incluiu, entre outros procedimentos, os seguintes:
— Realização de entrevistas com os responsáveis e colaboradores relevantes, ao nível corporativo
e operacional, sobre a estratégia de sustentabilidade e as políticas para aspetos materialmente
relevantes, e implementação destas nas diversas áreas de negócio;
— Realização de entrevistas com os colaboradores relevantes e responsáveis pela preparação da
informação de sustentabilidade relativa ao ano findo em
31 de dezembro de 2022;
— Comparação da informação apresentada no Relatório de Sustentabilidade da Navigator para o
ano findo em 31 de dezembro de 2022, com as respetivas fontes de informação para determinar se todas
as informações relevantes incluídas nessas fontes de informação foram incluídas no Relatório; e
— Leitura da informação apresentada no Relatório de Sustentabilidade da Navigator, de forma a
determinar se está de acordo com o nosso conhecimento geral da Navigator.
KPMG & Associados – Sociedade de Revisores Oficiais de Contas, S.A., KPMG & Associados – Sociedade de Revisores Oficiais de Contas, S.A.
sociedade anónima portuguesa e membro da rede global KPMG, composta Capital Social: 3.916.000 Euros – Pessoa Colectiva Nº PT 502 161 078 –
por firmas membro independentes associadas com a KPMG International Inscrito na O.R.O.C. Nº 189 – Inscrito na C.M.V.M. Nº 20161489
Limited, uma sociedade inglesa de responsabilidade limitada por garantia. Matriculada na Conservatória do Registo Comercial de Lisboa sob o Nº PT
502 161 078
175
Os procedimentos realizados num trabalho de garantia limitada de fiabilidade são diferentes na natureza
e tempestividade e são mais limitados que um trabalho de garantia razoável de fiabilidade.
Consequentemente, o nível de segurança obtido num trabalho de garantia limitada de fiabilidade é
substancialmente inferior à segurança que poderia ser obtida caso um trabalho de garantia razoável de
fiabilidade tivesse sido realizado.
Consideramos que a prova obtida é suficiente e apropriada para proporcionar bases para a expressão da
nossa conclusão.
Qualidade e Independência
Aplicamos a Norma Internacional de Gestão de Qualidade ISQM 1, a qual requer que seja desenhado,
implementado e mantido um sistema de gestão de qualidade abrangente que inclui políticas e
procedimentos sobre o cumprimento de requisitos éticos, normas profissionais e requisitos legais e
regulamentares aplicáveis.
Cumprimos com os requisitos de independência e outros requisitos éticos do Código de ética da Ordem
dos Revisores Oficiais de Contas (OROC) e do International Code of Ethics for Professional Accountants
(incluindo normas internacionais de independência), (Código IESBA), que se baseiam em princípios
fundamentais de integridade, objetividade, competência profissional e dever de cuidado, confidencialidade
e comportamento profissional.
Conclusão
A nossa conclusão foi formada na base das matérias e sujeita aos termos descritos neste relatório.
Com base nos procedimentos efetuados e prova obtida, nada chegou ao nosso conhecimento que nos
leve a concluir que a informação de sustentabilidade, incluída no Relatório de Sustentabilidade relativo ao
ano findo em 31 de dezembro de 2022, não tenha sido preparada, em todos os aspetos materialmente
relevantes, em conformidade com os requisitos das Normas GRI e que a Entidade não tenha aplicado, na
informação de sustentabilidade, incluída no Relatório de Sustentabilidade relativo ao ano findo em 31 de
dezembro de 2022, as Normas GRI.
Restrição no uso do nosso relatório
O nosso Relatório de garantia limitada de fiabilidade é emitido unicamente para informação e uso do
Conselho de Administração da The Navigator Company, S.A. no âmbito da divulgação do Relatório de
Sustentabilidade 2022, e não deverá ser utilizado para nenhum outro propósito. Não aceitamos ou
assumimos qualquer responsabilidade perante terceiras entidades para além da Entidade, pelo nosso
trabalho, por este Relatório de garantia de fiabilidade ou pelas nossas conclusões.
KPMG & Associados – Sociedade de Revisores Oficiais de Contas, S.A., KPMG & Associados – Sociedade de Revisores Oficiais de Contas, S.A.
sociedade anónima portuguesa e membro da rede global KPMG, composta Capital Social: 3.916.000 Euros – Pessoa Colectiva Nº PT 502 161 078 –
por firmas membro independentes associadas com a KPMG International Inscrito na O.R.O.C. Nº 189 – Inscrito na C.M.V.M. Nº 20161489
Limited, uma sociedade inglesa de responsabilidade limitada por garantia. Matriculada na Conservatória do Registo Comercial de Lisboa sob o Nº PT
502 161 078
176
ANEXO
RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE 2022
ROTEIRO 2030 DETALHADO
Apresentamos o nosso Roteiro 2030 com informação detalhada sobre o desempenho dos últimos três anos (2020, 2021 e 2022), fechando, deste modo, a
avaliação face aos objetivos e metas definidos para este período de relato (i.e., não são apresentados os novos objetivos que irão vigorar a partir de 2023 e
cuja identificação se faz no Cap. 3.3).
METAS STATUS
COMPROMISSOS OBJETIVOS DESEMPENHO EM 2020 DESEMPENHO EM 2021 DESEMPENHO EM 2022 LOCALIZAÇÃO
INTERMÉDIAS 2022
Otimização da produção de
bioplásticos (PHAs) a partir de
hidrolisados de biomassa de
eucalipto.
2. Promover a 2.1. Reforçar as Reforço da parceria com No âmbito dos novos projetos PRR,
cocriação parcerias com os Laboratórios o âmbito das parcerias foi alargado
científica e universidades e Colaborativos Bioref e agora à Universidade Católica
tecnológica, no centros tecnológicos AlmaScience. Portuguesa, PIEP – Centre for
domínio da nacionais e Innovation in Polymer Engineering, a
bioeconomia e internacionais. CeNTI – Centre for Nanotechnology
dos bioprodutos. and Smart Materials e a CITEVE –
Technological Centre for Textile and
CORE Clothing of Portugal.
3. Promover a 3.1. Desenvolver Objetivos definidos 2 novas plantas clonais Novas variedades clonais entregues
produtividade, planta clonal e em 2020. com ganhos de 40% em para produção. A seleção dos clones
resiliência e seminal ton pasta/ha em relação à teve impactos na resistência a
sustentabilidade geneticamente floresta sem doenças do eucalipto em viveiro e
da floresta melhorada, com 30- melhoramento genético. no campo.
nacional. 50% de ganhos de
produtividade e
CORE 2 kg de semente Incorporação de novos materiais
resiliente às
melhorada entregues aos genéticos no programa (resgaste de
alterações climáticas.
viveiros, com 25% de mais de 100 indivíduos).
ganhos em relação à
semente tradicional.
Ano de fraca produção de semente.
4. Desenvolver 4.1. Desenvolver Lançamento da nova gama Ensaios industriais com incorporação
produtos produtos papeleiros gKRAFT de papéis para de celulose microfibrilada para
inovadores, inovadores e embalagem. desenvolvimento de propriedades
competitivos e diferenciadores mecânicas em papéis para
sustentáveis. (pasta, papel UWF, 5 novos produtos tissue (2 embalagem.
papel tissue, em mercado).
CORE embalagem). Lançamento de um novo produto no
Nova pasta kraft de alto mercado: Amoos Calorie Control™.
rendimento para
embalagem.
Otimização das condições de
produção de pasta de alto
rendimento e suporte ao projeto
5. Promover a 5.1 Diminuir em pelo Aumento de 1,5%. Diminuição de 6,7%. Diminuição de 14,7%.
eficiência no uso menos 33% a Cap. 5.4 Gestão
de recursos, utilização específica da Água
(22,7 m3/t vs. 22,4 (20,9 m3/t vs. 22,4 m3/t) (19,1 m3/t vs. 22,4 m3/t)
minimizando a de água (m3/t m3/t)
nossa pegada produto) até 2030
ecológica. (ano base: 2019).
OUTROS
6.4 Criar impacto • Implementar os Ver Relatório de Progresso Identificadas cerca de 900 espécies
Cap. 5.3
positivo (ou ganho planos anuais de - Compromissos e subespécies de flora e 252
líquido) na Act4nature 2021. espécies de fauna no património Conservação da
monitorização e
biodiversidade, florestal gerido pela empresa. Cerca Biodiversidade
realizar as ações
através de ações de conservação de 71 hectares foram alvo de
enquadradas nos e requalificação restauro ou reabilitação, com o
compromissos da conservação objetivo de manutenção ou melhoria
assumidos pela da do estado de conservação de
Navigator, no âmbito Biodiversidade e habitats naturais e seminaturais.
da iniciativa Serviços dos
act4nature Portugal. Projeto Zambujo reCover. Projeto
Ecossistemas
Transform PRR.
(B&SE) no
património Ver Relatório de Progresso -
florestal gerido Compromissos Act4nature 2022
pela Companhia. (online).
• Até 2023,
atualizar a
abordagem de
integração da
conservação da
B&SE na
estratégia
corporativa, em
linha com o
conhecimento
científico
disponível e com
os compromissos
assumidos
voluntariamente.
• Até 2025,
desenvolver pelo
menos duas
parcerias com
entidades
externas
(representantes
da Academia,
centros de
investigação,
Organizações
Não
Governamentais
e outras partes
interessadas em
projetos), com
vista à
conservação da
B&SE a nível
local, regional e
nacional, ou à
escala da
paisagem.
39
Considerando que há dois critérios divergentes para o cálculo da taxa de valorização dos resíduos – a legislação nacional que contempla a operação de valorização energética (com o código R1) como valorização, e a
Norma GRI 306 (na sua versão de 2020), que a considera como operação de eliminação – e que a nossa meta 2030 foi definida previamente à revisão da Norma GRI, reformulámos a meta no sentido de garantir que
esta se encontra alinhada com os valores agora reportados, que seguem o referencial GRI (versão 2020).
8. Investir em 8.1 Reduzir em 86% • Reduzir em Redução de 8,7%. Redução de 30,4%. Redução de 28,2%.
Cap. 5.1
soluções de baixo as emissões diretas 31,5% as
carbono, rumo à CELE de CO2 dos (706.844 t CO2 vs. (539.332 t CO2 vs. (556.120 t CO2 vs. 774.464 t CO2) Alterações
emissões diretas
neutralidade complexos industriais 774.464 t CO2) 774.464 t CO2) Climáticas e
CELE de CO2 dos
carbónica. em 2035 (ano base: Fixação de CO2
complexos
2018). industriais em
CORE
2027, face a
Emissões do ano
2018.
base: 774.464 t CO2.
Nota: Emissões
SUPPORTIVE reportadas no âmbito
do CELE - Comércio
Europeu de Licenças
de Emissão.
9. Promover o 9.1. Abranger 80% • 60% do total de Objetivos definidos 38% do total de 37% do total de Colaboradores com
Cap. 4.4 Gestão
desenvolvimento dos Colaboradores Colaboradores em 2020. Colaboradores. Plano de Desenvolvimento
e capacitação do com planos de do Talento e
com Plano de Individual.
capital humano, desenvolvimento Desenvolvimento
Desenvolvimento
em alinhamento customizados às suas 76% dos Técnicos/ Especialistas/ do Capital
Individual em
com as necessidades e Gestores com Plano de Humano
2025.
necessidades projetos Desenvolvimento Individual.
atuais e futuras profissionais, em
40
Inclui a produção para autoconsumo das centrais solares fotovoltaicas.
• 60% dos
OUTROS Colaboradores
identificados nas
linhas de
sucessão
abrangidos pelos
Programas de
Desenvolvimento
em 2025.
10. Contribuir 10.1. Ter parcerias • Manter a Participação em 25 feiras Participação em 19 feiras de
para a ativas com participação em de emprego. emprego (presenciais e virtuais).
qualificação e instituições de ensino feiras de
empregabilidade em todas as regiões 13 parcerias com Escolas 6 sessões Pitch.
emprego, em Técnicas junto das fábricas
dos jovens das onde operamos no
simultâneo com da Navigator. 10 apresentações sobre a Empresa e
regiões onde território nacional, Programas de Recrutamento Junior.
a definição e
operamos. incluindo a realização
implementação 30 estágios profissionais
de estágios 6 seminários/workshops sobre
CORE de programas de de Quadros.
curriculares e temáticas relacionas com a atividade
profissionais, bem envolvimento 60 estágios profissionais da Empresa.
como a participação com os alunos, de Técnicos Operacionais.
em atividades letivas, em projetos 3 Open Sessions para alunos
SUPPORTIVE eventos e feiras. específicos da finalistas de mestrado na FCTUC,
Companhia, ao NOVA FCT e ISA.
longo do seu
11 reuniões entre representantes da
percurso escolar. Navigator e Docentes das
OUTROS instituições de ensino para
• Manter ativas e aprofundar sinergias.
atualizadas as
parcerias com 2 Bolsas de Mérito atribuídas na FCT
escolas técnicas NOVA.
e realizar, no
Protocolo conjunto com a Altri,
mínimo, um
Corticeira Amorim e Sonae
estágio por cada Arauco.para o financiamento integral
curso de de 22 bolsas de estudo na área da
interesse engenharia florestal nas
identificado. Universidades da UTAD/FEUP, ISA e
ESAC.
• Integrar 20%
dos estágios 8 Visitas de grupos de alunos às
profissionais nossas fábricas (242 alunos).
11. Promover 11.1. Monitorizar Programa Straight to the Programa Straight to the Top.
uma cultura continuamente os Top (canal de
organizacional principais estímulos comunicação para Ações de Employer Branding:
inclusiva, capaz motivacionais dos sugestões de melhoria dos Onboarding, evento Semapa.
de integrar Colaboradores para Colaboradores).
Open days, num total de 69 sessões
desafios internos melhor adequar as
destinadas a novos Colaboradores e
e externos. práticas de gestão,
a pessoas já integradas na
políticas e processos
CORE organização com vista a fomentar a
implementados. transversalidade do conhecimento
entre as várias áreas.
12. Garantir um 12.1. Atingir a Meta • Alcançar um Índice de frequência Índice de frequência = 6,6 Índice de frequência = 7,3
Cap. 4.5 Saúde,
ambiente seguro Zero Acidentes, Índice de = 8,2
e saudável para através da melhoria Segurança e
Frequência = 4
os Colaboradores contínua na Bem-estar
em 2023.
assegurando o segurança, com a
seu bem-estar. nova Estratégia de
SST 2021-2023:
CORE
Índice de frequência
≤ 2 em 2030
(Colaboradores
SUPPORTIVE internos e externos).
• Índice de
Capacidade para o
SUPPORTIVE
OUTROS
Legenda:
Em progresso, possível de antecipar
Em progresso, com tendência negativa, em função do desempenho dos dois últimos anos
Direção de Sustentabilidade
Apoio técnico:
Design:
White Way®