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Av2 - Parte 1 - Deontologia
Av2 - Parte 1 - Deontologia
PROFISSIONAL
DEONTOLOGIA E PRÁTICA PROFISSIONAL
SUMÁRIO
Parte 1
Parte 2
1. A ÉTICA E A PRÁTICA DO
ARQUITETO E URBANISTA
Art. 17. No exercício da profissão, o arquiteto e urbanista deve pautar sua conduta
pelos parâmetros a serem definidos no Código de Ética e Disciplina do CAU/BR.
III - fazer falsa prova de quaisquer documentos exigidos para o registro no CAU;
No item dos princípios relativos às obrigações gerais, o Código de Ética aponta alguns
aspectos que demonstram a relevância da profissão do ponto de vista social e ambiental,
ao considerar o arquiteto e urbanista um profissional liberal que exerce atividades
intelectuais de interesse público e alcance social; capacitado através de um
processo de formação que assegura sua habilitação; que respeita o patrimônio
socioambiental e cultural, assim como os direitos humanos expressos na Constituição
Brasileira.
Com relação às obrigações para com o interesse público, isto é, os deveres
inerentes ao arquiteto e urbanista relativos ao interesse coletivo ou a comunidade do
local de sua atuação, podemos destacar seu papel na defesa e no respeito ao teor das
leis profissionais, visando a sustentabilidade socioambiental e a boa qualidade das
cidades. Além disso, o profissional deve defender a inclusão social, as políticas de
mobilidade urbana e a identidade cultural, sendo esses os princípios a serem seguidos.
Observa-se que os aspectos sociais e ambientais são reforçados novamente, visto que
no Código é colocado como regra o arquiteto considerar o impacto social e ambiental
de suas atividades, o respeito à cultura da comunidade e a harmonia com os recursos
naturais. Outra regra para com o interesse público é garantir a qualidade da construção
e manter informações importantes públicas e visíveis a frente das edificações, tema que
trataremos na parte 2 deste material.
Como pode ser percebido, o arquiteto e urbanista deve ter consciência da diferença
entre sua habilitação e suas reais capacidades técnicas, sendo uma infração ao Código
de Ética oferecer serviços sem que tenha os reais conhecimentos técnicos e informações
necessárias para que possa desempenhar determinadas atividades com segurança e
qualidade. Como exemplo, basta imaginar um arquiteto contratado para realizar um
projeto arquitetônico em meio urbano, sem que tenha a definição das dimensões do lote
ou das leis urbanísticas locais que irão incidir sobre sua prática – não seria antiético
iniciar este projeto sem ter em mãos essas informações, visto que poderia gerar multas
ou reformulações custosas ao cliente?
Outro ponto destacado como regra neste item é relativo à correta comunicação com o
contratante, seja do ponto de vista da elaboração do contrato ou das especificações
presentes no projeto, tema mencionado nos grifos abaixo:
Fonte: https://www.caubr.gov.br/arquitetospelaetica
► Saiba mais
Como pode-se notar o Código de Ética apresenta muitos pontos que organizam a prática
profissional. Mas, complementando a discussão, podemos mencionar ainda neste
conteúdo a resolução nº 143, de 23 de junho 2017, que aborda as normas para a
condução do processo ético disciplinar no âmbito do Conselho de Arquitetura e
Urbanismo dos estados (CAU/Uf) e do Distrito Federal (CAU/Br) para aplicações e
execuções das sanções de mesma natureza.
Em seu artigo nº 62, a resolução nº 143 retoma os termos do artigo 19º da Lei Federal
12.378/2010, que enumera as seguintes ações ético-disciplinares: advertência,
suspensão, cancelamento de registro, e multa.
A advertência é a sanção ético disciplinar que consiste em uma repreensão por infração
ético-disciplinar, podendo ter caráter reservado ou público, quando sua gravidade torne
necessário seu conhecimento pela comunidade. A suspensão consiste em uma
interrupção compulsória, por tempo determinado que pode variar entre 30 dias e um
ano do exercício da atividade de arquitetura e urbanismo. O cancelamento do
registro, por sua vez, é a interrupção compulsória e permanente do registro profissional
do infrator, o qual fica impedido de exercer a profissão no território nacional. Porém,
vale salientar que o registro profissional cancelado poderá ser restabelecido por meio de
um procedimento de reabilitação profissional. Por fim, a multa é uma sanção ético
disciplinar que consiste em uma punição pecuniária, isto é, relativa ao financeiro, em
valores que podem variar entre 01 (uma) a 10 (dez) anuidades. A multa, pode ser
aplicada cumulativamente com as demais são ações. Abaixo segue um quadro síntese
desses pontos para facilitar a visualização das informações (quadro 1):
I - Imprudência;
II - Negligência;
III - imperícia;
IV - erro técnico;
V - uso de má-fé;
VI - danos temporários à integridade física;
VII - danos permanentes à integridade física;
VIII - causa mortis;
IX - dano material reversível;
X - dano material irreversível;
XI - dano reversível ao meio ambiente natural e construído;
XII - dano irreversível ao meio ambiente natural e construído.
Por fim, pode-se observar que esta resolução é bastante completa e explica todo o
processo ético disciplinar, desde a denúncia – que é possível ter origem das mais diversas
formas e pessoas (físicas ou jurídicas) – até a formação de comissões que irão avaliá-la,
e ainda, todos os demais processos ao longo do julgamento das situações tratadas.
Reiteramos, portanto, o modo com o CAU apresenta-se na atualidade com uma complexa
e ampla estrutura regulatória, a qual deve ser de conhecimento de todo arquiteto e
urbanista em atividade.
► Aprofunde os conhecimentos
DAUDÉN, Julia. Reserva técnica: o que a legislação nos diz sobre esta prática.
03 Out 2019. ArchDaily Brasil.
Acessado: 11 Abr 2022. <https://www.archdaily.com.br/br/925711/reserva-tecnica-o-
que-a-legislacao-nos-diz-sobre-esta-pratica> ISSN 0719-8906