You are on page 1of 12
Spacca + Livia Moritz ScHWaRCz \ SuMARIO As barbas do imperador, 4 _ As ‘BARBAS DOIMPERADOR Extrs ‘Making of —Estudo de personagens, 118 D. PEDRO Ii, A HISTORIA DE UM MONARCA EM QUADRINHOS Escrvidio, 120 Cronologs, 124 Germ do Parag: um enbate em imagens, 128 Da are aos quadrinho, 130 4 Pensadorse ators, 124 Foterais, 138 Cebit das agen, 141 Bibiograi, 142 Biogratias, 143 onemmnos wae. Atranquilidade politica dos ‘anos 1850 possibilitou-Ihe dedicar-se a0 que julgava ser 2 sua real tarefa O nobre indigena e o monarca tropical i b pe pi = Nele, 0 imperador langou as bases para um grande projeto que visava, por meio da cultura, alcangar todo o Império. Ki = 506 secsées no Hop — de CBN | ese ae 7 ra Capitulo 5: Brasileiro (THGB) seguro, seu local Pans ae 100 secuwre Tenn bad obese vePoIs 0A Leruna DA ATA DA GLTIMA ‘5€S620, VaNOS 40 EXPEDIENTE. OTHGB ficava io Pago quinzenais as sextas-feiras as S da tarde, EXISTIRAM Ou WHO AMAZONAS NO BRASIL? Para consolidar a monarquia, a construgao de ‘uma meméria passa a ser uma questio quase estratégica, Sequindo 0 exemplo passado de Luis XIV, © monarca formava gua corte: wpintores para enaltecer ‘a nacionalidade, n@ literatos para criar tipos que simbolizassem 0 Brasil ¢ 0 Império. Assim se cunhava a imagem do mecenas, do sabio imperador dos trépicos Do outro lado, 08 aborigenes “indomaveis | @ livres como a naturesa E nesse contento que Gongalves de Magalhies publica A Confederacio dos Tamoyos (1656), diretamente financiada por d.Pedto e escrita em ova homenagem. Avobra conta a saga da “brava nacdo Tamoio", que luta pela iberdade contra os portugueses britore colonizadores, B assim que a literatura cede espaco 20 discurso oficial. Mas ha também os brancos puros, os portuqueses religiosos do futuro Império, O indio rebelde Jagoanharo tem um ‘sonho divinatério em que prevé, em pleno séeulo XV 1a chegada da familia real, e 0 indigena, a Independéncia, o Império, transformado em ¢ por fim o reino do justo 5) S um modelo nobre. monarca Pedro I . toma parte, mesino 2 como perdedor. da grande geese do Império, agora nae mios de 4. Pedro I ‘Meu canTo DE MoRTE (GUERREIROS, OUV': 50H FILHO DAS SELVA, NAS SELVAS CRESCI: GUERREIROS DESCENDO DA TRIBO TUPL.” Seu poema mais célebre, Frfuca-Pirama (*),traz 0 modelo do canibalismo heroico. | 0 poema conta a histéria de um bravo guerreiro Tupi feito prisioneiro pelos Timbira, o qual espera por sua morte, mas teme pela sorte do pai — vvelho, fraco ecego— a quem serve ‘como gpa £ entdo, como um “espirito Incorruptive’ que o joven 0 indio que se sacrifica pela nagto quent reaaee rover desponta domo um exemplo de puresa, enfrentando ‘um modelo de honra a ser sequido BASTA, GUERREIRO LUSTRE! oly Meee LUTASTE, € PARA O. SACRIICIO & MISTER FORCAS. Ti ropro-Aecre Paradoxalmente, o autor que se tornou um {cone dos indianistas ‘sempre se desentendeu com 0 imperador. mapatizes| eY Tudo comecou quando José de "6E DeMAseEM As PENAS DE Porto-Alegre contra-ataca, sob ab, ucando 0 peewdanimo ‘TucaNo GUE Mal. As COBREM, POON lounha de “o amigo do poeta Asoet eee ‘reenia-se 9 OA EM CASA OE G ee 1g’, criticou em seu jornal a MADE BABA? E GUDN, £18 DANGAR Contederacio dos Tamoyos AssNO “As oRunoes oBmAs NiO Pose sem arenibas POR Premeus. cue neveM Tu00 ae fon seus panes." A polémica fo sth d.Peceo somts a oua ‘As desavencas continua. Prosseque num {imperial colher, com o nome festival de 4e “0 outro amigo do poeta": | | Quando deputado e depois pseuddnimos ministro da Justiga, Alencar criticava a politica oficial 0 62. 16 € INBXATO QUANDO AFIRMA GUE 05 Tanhovos PERTENCAM £0 ‘i GRUPO 008 TAPLIAS; por trig do SEGUNDO VARNHAGEN, . ‘apelido de RAM 00 TRONCO aes bos TUPI." ‘Apesar da insercao contraditéria de Alencar entre 0s indianistas, em 1865 ele publica o romance que se tornow icone dessa qeracao.. TRACEMAL Iracema, 0 livro mais conhecido de José de Alencar, nao s6 trazia os temas e paiagens caros, ‘0 genero.. como em seu nome (e invertendo-se as letras) casal central — Martim elracema — simbolizava (08 primeiros habitantes do Ceara, ¢ de sua unio ‘Acobra representa 0 nascimento do Brasil, consequéncia, mais ‘uma vea, do eacrificio Martim deixa as praias do Ceara ‘para fundar novos centros cristaos. A partir de entao deveriam ter todos “um #6 Deus, como tinham um 66 corago*. IBIRASARA, 0A LANGA Mais uma vez o embate se 4 entre nobres e selvagens. Selvagens sto os Aimorés fi @ os aventureiros brancos. Peri era muito diferente dos demais indigenas, “nos quais a bravena, ignoréncia e os instintos carniceiros tinham quase ‘apagado 0 cunho da raca humana’. Publicado em folhetim no Didrio do Rio de Janei: entre janeiro ¢ abril de (0 Guarani ganhava 4 form de livro no mesmo ano. Seu principal protagonista 6 Peri, o grande her6i da obra e par romantico para a loura e alva Ceci. Deum lado, Peri protege a familia do fidalgo portugués 4. Antonio de Maria (pai de Ceci) do De outro, ajuda a deavendar as artimanhas do *malvado Loredano’, *aventureito” que 26 queria as riqueaas da familia ea beleza de Ceci GAvaLHEIRO Porrucuss 6 assim que o tema da nobress de Peri volta constantemente nas paginas do romance, como a indicar um feliz encontro entre uma nobresa branca, que veio ao Brasil oriunda da Europa, ¢ os “nobres da terr <7, ] P [ms Ww | florestas. “pra o rei do deserto, o senhor das florestas, domninando pelo direito da forca € da coragem.” a “As altas montanhas, as uvens, ac catadupas, of grandes rios, as arvores ‘seculares.. ‘Anos mais tarde, em 1870, estrearia, no teatro La Scala, de Mildo, a 6pera 0 Guarani, composta por Antonio Carlos Gomes (protegido de d, Pedro M), inspirada no romance de Alencar. AME Tae; fb / German L104, 0 veRGINE Oy 0 que mais importava, porémn, era a construgio Empreendendo uma politica (Ga semethante a do THGB, o imperador passou a distribuir prémios, medalhas, bolsas para 0 exterior e financiamentos. Também a Academia Imperial de Belac-Artes se incorporou 20 projeto indianicta de d. Pedro I, Além disso, 4. Pedro pessoalmente financiava seus protegidos, conhecidos como “os pensionistas do As obras, muitas vezes realizadas na Europa, mostram uma idealisaglo da paisagem e do indigena, cosrente com o olhar de quem descreve de longe, sem Contato com a realidade, Para d. Pedro I ele proprio um retratista amador, que recheava seus diérios com pequenas ilustracbes feitas a lépi nproteger esse tipo de artista era quae uma obrigaco de Estado: uma forma de

You might also like