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Instituto Superior Politécnico de Tecnologias e Ciências (ISPTEC)

Curso de Engenharia Química

Introdução aos Cálculos de


Engenharia Química

Profa. Dra. Guilhermina Schultz Siaka


guilhermina.siaka@isptec.co.ao
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IV. BALANÇOS DE MASSA


4.1 Equação geral do balanço de massa
Suponha que o metano é um componente das correntes de entrada e de saída de uma unidade
de um processo contínuo e que, em um intento de avaliar se a unidade está trabalhando da
forma que foi projetada, vazões mássicas de metano são medidas em ambas as correntes e
achadas diferentes (𝑚ሶ 𝑒𝑛𝑡 ≠ 𝑚ሶ 𝑠𝑎í𝑑𝑎 ).

Existem várias explicações possíveis para a diferença observada entre as vazões medidas.
1 . O metano está sendo consumido como reagente ou gerado como produto dentro da
unidade.
2. O metano está se acumulando dentro da unidade, possivelmente absorvido pelas paredes.
3. Existe vazamento de metano na unidade.
4. As medições estão erradas.
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Se as medições estão corretas e não há vazamentos, as outras possibilidades - geração ou


consumo em uma reação ou acúmulo dentro da unidade - são as únicas que podem explicar a
diferença entre as vazões de entrada e saída.

Um balanço de uma quantidade conservada (massa total, massa de uma espécie particular,
energia, momento) em um sistema (uma unidade de processo, uma série de unidades ou um
processo completo) pode ser escrito na seguinte forma geral:

entrada - saída + geração - consumo = acúmulo

(entra através (sai através (produzido (consumido (acumula-se


das fronteiras das fronteiras dentro do dentro do dentro do
do sistema) do sistema) sistema) sistema) sistema)

Exemplo 1: A cada ano, 50.000 pessoas se mudam para uma cidade, 75.000 pessoas
abandonam a cidade, 22.000 nascem e 19.000 morrem. Escreva um balanço da população
desta cidade.
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Para simplificar cálculos de balanços de massa podem ser usadas as seguintes regras:
• Se a quantidade balanceada é a massa total, faça geração = 0 e consumo = 0. Exceto em
reações nucleares, a massa não pode ser criada nem destruída.
• Se a substância balanceada é uma espécie não-reativa (nem um reagente nem um
produto), faça geração = 0 e consumo = 0.
• Se um sistema está em estado estacionário, faça acúmulo = 0, não importa o que esteja
sendo balanceado. Por definição, em um processo em estado estacionário, nada pode
mudar com o tempo, incluindo a porção da grandeza balanceada.

Balanços em Processos Contínuos em Estado Estacionário


Para processos contínuos em estado estacionário, o termo de acúmulo na equação geral do
balanço, é igual a zero, e a equação é simplificada para:
entrada + geração = saída + consumo
Se o balanço é sobre uma espécie não-reativa ou sobre a massa total, os termos de geração
e consumo é zero e a equação se reduz a:

entrada = saída
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Exemplo 2: Mil quilogramas por hora de uma mistura de benzeno (B) e tolueno (T)
contendo 50% em peso de benzeno são separados por destilação em duas frações. A vazão
mássica de benzeno na corrente do topo é 450 kg B/h, e a de tolueno na corrente do fundo é
475 kg T/h. A operação se desenvolve no estado estacionário. Escreva os balanços do
benzeno e tolueno para calcular as vazões do componente desconhecido nas correntes de
saída.

Exemplo 3: Uma mistura contendo 45,0% de benzeno (B) e 55,0% de tolueno (T) em massa
é alimentada em uma coluna de destilação. A corrente de saída do topo contém 95,0% de B
em massa. A corrente de fundo contém 8,0% de benzeno alimentado. A taxa de alimentação é
de 2000,0 kg/h. Determine a vazão da corrente de topo e fundo, além da composição mássica
da corrente de fundo.
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Podem ser escritos dois tipos de balanço de massa:


1. Balanço diferencial: indica o que está acontecendo em um sistema em um instante
determinado do tempo. Cada termo da equação de balanço é uma taxa (taxa de entrada, taxa
de geração, etc.) e tem as unidades da quantidade balanceada divididas por uma unidade de
tempo (pessoas/ano, g SO2/s, barris/dia). Este tipo de balanço é usualmente utilizado em um
processo contínuo.

2. Balanço integral: descreve o que acontece entre dois instantes de tempo. Cada termo
da equação é então uma porção da grandeza balanceada e tem as unidades correspondentes
(pessoas, g SO2, barris). Este tipo de balanço normalmente é aplicado a processos em
batelada, no qual os dois instantes de tempo são o momento depois da entrada dos reagentes
e o momento antes da retirada dos produtos.
Balanços integrais em processos em batelada
Amônia é produzida a partir de nitrogênio e hidrogênio em um reator em batelada. No
tempo t = 0 existem n0 mols de NH3 no reator, e em um tempo posterior tf a reação acaba e
o conteúdo do reator, que inclui nf mols de amônia, é retirado. Entre os tempos t0 e tf
nenhuma quantidade de amônia entra ou sai do reator, de forma que a equação geral do
balanço de massa é simplesmente geração = acúmulo. Além disso, a quantidade de amônia
que se acumulou no reator entre os tempos t0 e tf é simplesmente nf - n0, a quantidade final
menos a quantidade inicial.
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O mesmo raciocínio pode ser aplicado para qualquer substância participante em um


processo em batelada para se obter:

entrada inicial + geração = saída final + consumo

Exemplo 4: Duas misturas metanol-água estão contidas em recipientes separados. A primeira


mistura contém 40,0% em peso de metanol e a segunda contém 70,0%. Se 200 g da primeira
mistura são combinados com 150 g da segunda, quais são a massa e a composição do
produto?
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Balanços integrais em processos contínuos e semicontínuos


Os balanços integrais também podem ser escritos para processos contínuos e sernicontínuos.
O procedimento consiste em escrever o balanço diferencial do sistema e integrá-lo entre dois
instantes de tempo.

Exemplo 5: Borbulha-se ar através de um tambor de hexano líquido com uma vazão de


0,100 kmol/min. A corrente de gás que deixa o tambor contém 10,0% molar de vapor de
hexano. O ar pode ser considerado insolúvel no hexano líquido. Use um balanço integral para
estimar o tempo necessário para vaporizar 10,0 m3 de hexano. Dado: densidade relativa do
hexano líquido é 0,659.
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Para um reator descontínuo (batelada) aplique a EGBM e encontre as equações


de CA = f(t) para os todos os casos.
• Reação elementar: v = f(CA)

• Ordem da reação: expoente de CA


✓ A → P , formação de P não altera concentração de CA
v = k[CA]0 → ordem zero

✓ A → P , formação de P altera concentração de CA


v = k[CA]1 → primeira ordem

✓ 2 A → P , v = k [CA]2
ou
segunda ordem
A + B → P , v = k [CA] [CB]

𝑣𝑚𝑎𝑥 𝐶𝑆
𝑣= Equação Michaelis-Menten (enzimas)
𝐾𝑀 + 𝐶𝑆
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Balanço de Massa
Reator descontínuo: Equação geral do balanço de massa (EGBM) p/ [A]
 Acúmulo = - consumo
d(CA.V)/dt = -rA.V;
Vreação = cte  d(CA)/dt = -rA

𝑣𝑚𝑎𝑥 𝐶𝑆
𝑣=
𝐾𝑀 + 𝐶𝑆

2. Integração da eq. de MM
𝐶𝑆0
𝐾𝑀 ln + (𝐶𝑆0 − 𝐶𝑆 ) = 𝑣𝑚𝑎𝑥 × 𝑡 Equação de MM integrada
𝐶𝑆

1 𝐶𝑆0 1 𝐶𝑆0 − 𝐶𝑆 𝑣𝑚𝑎𝑥


ln =− + Equação de MM integrada linearizada
𝑡 𝐶𝑆 𝐾𝑀 𝑡 𝐾𝑀
Determinar os valores de a e b por
y a x b regressão linear, sendo: KM = (-1/a) e
vmax = b* KM
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Exercício: A reação catalisada pela enzima catalase segue a cinética de Michaelis-Menten e


foi conduzida em um reator em batelada. Qual seria o tempo necessário para converter 95% do
substrato em produto? Dados: CS0 = 0,02 M, vmax = 6,245x10-4 mol/L.min, constante de
Michaelis Menten (KM = 0,035 M).

BALANÇOS EM PROCESSOS DE MÚLTIPLAS UNIDADES

Figura 1 - Diagrama de fluxo de um processo com duas unidades. As linhas tracejadas representam as
fronteiras dos sistemas em torno dos quais podem ser escrito os balanços.
A fronteira A contém o processo inteiro; o sistema definido por este limite tem como entrada
as correntes de alimentação 1, 2 e 3 e as correntes de produto 1, 2 e 3 como saídas. Os
balanços escritos para este sistema são conhecidos como balanços globais.
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Exercício: Na figura abaixo aparece um fluxograma rotulado de um processo contínuo no


estado estacionário contendo unidades. Cada corrente contém dois componentes, A e B, em
diferentes proporções. Três correntes cujas vazões e as composições não são conhecidas são
rotuladas 1, 2 e 3. Calcule as vazões e composições desconhecidas das correntes 1, 2 e 3.
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Exercício (Processo de Extração-Destilação): Deseja-se separar uma mistura contendo 50%


de acetona e 50% de água (em peso) em duas correntes - uma rica em acetona, a outra em
água. O processo de separação consiste na extração da acetona da água com a metil isobutil
cetona (MIBC), que dissolve a acetona mas que é praticamente imiscível na água, seguida por
destilação para separar a acetona do solvente. A descrição que se segue introduz alguns dos
termos comumente usados em processos de extração líquido-líquido. O processo é mostrado
de forma esquemática na figura abaixo.

Misturador: uma porção


da acetona na alimentação
se transfere da fase
aquosa (água) para a fase
orgânica (MIBC).
Rafinado: fase rica no
diluente (neste caso,
água).
Extrato: fase rica no
solvente (MIBC).
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Em um estudo em planta-piloto, para cada 100 kg de acetona-água fornecidos à primeira


etapa de extração, 100 kg de MIBC são alimentados à primeira etapa e 75 kg à segunda
etapa. O extrato da primeira etapa contém 27,5% em peso de acetona. (Todas as
percentagens restantes são em peso.) O rafinado da segunda etapa tem uma massa de 43,1 kg
e consiste em 5,3% de acetona, 1,6% de MIBC e 93,1% de água, enquanto o extrato da
segunda etapa contém 9,0% de acetona, 88,0% de MIBC e 3,0% de água. O produto de topo
da coluna de destilação contém 2,0% de MIBC,1,0% de água e o resto é acetona.
Para uma base admitida de 100 kg de mistura acetona-água na alimentação, calcule as
massas e composições (percentagens do componente em peso) do rafinado e do extrato da
Etapa 1, do extrato da Etapa 2, do extrato combinado e dos produtos de topo e de fundo da
coluna de destilação.

Por simplicidade, trataremos cada combinação misturador-decantador como uma única unidade
chamada de "extrator".
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Resposta: m1 = 145 kg, m3 = 86,8 kg, XM1 = 0,675 kg MIBC/kg, mA4 = 47,7 kg acetona, mM4
= 174 kg MIBC, mw4 = 9,9 kg água, mA2 = 10,1 kg acetona, mM2 = 2,3 kg MIBC e mw2 =
42,6 kg água.
Se conhecêssemos (ou pudéssemos determinar independentemente) qualquer uma das
variáveis m5, mA6, mM6 ou mW6, poderíamos calcular as outras três. Já que não conhecemos,
nossos cálculos acabam aqui.
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RECICLO E DESVIO
É raro que uma reação química A → B seja completada em um reator. Não importa quão pouco A está
presente na alimentação ou quanto tempo a mistura permaneça no reator, alguma quantidade de A é
normalmente encontrada no produto.
Lamentavelmente, você tem que pagar por todos os reagentes que entram no processo, não apenas pela
fração que reage, e qualquer A que deixe o processo representa, portanto, recursos desperdiçados.
Suponha, no entanto, que você pode achar uma maneira de separar a maior parte ou todo o reagente não
consumido da corrente dos produtos. Você pode então vender o produto relativamente puro e reciclar os
reagentes não consumidos de volta para o reator. É claro que você terá que pagar pelos equipamentos de
separação e de reciclo, mas este custo é compensado pela compra de menos reagente e a venda de um
produto mais puro por um preço maior.

Figura 1 - Diagrama de fluxo de um reator com separação e reciclo dos reagentes não consumidos.
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Exemplo: Ar úmido contendo 4,00 % molar de vapor de água deve ser resfriado e
desumidificado até um teor de água de 1,70 % molar de H2O. Uma corrente de ar úmido é
combinada com uma corrente de reciclo de ar previamente desumidificado e passada através
do resfriador. A corrente combinada que entra na unidade contém 2,30 % molar de H2O. No
condicionador de ar, parte da água na corrente de alimentação é condensada e removida
como líquido. Uma fração do ar desumidificado que sai do resfriador é reciclado e o restante
é usado para resfriar um cômodo. Tomando como base 100 mols de ar desumidificado
entrando no cômodo, calcule os mols de ar úmido, os mols de água condensada e os mols de
ar desumidificado reciclados, ou seja, as quantidades que devem ser determinadas são n1, n3 e
n5.

Resposta: n1 =102,4 mols de alimentação virgem, n3 = 2,4 mols de H20 condensado e n5 =


290 mols reciclados.
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Existem várias razões para usar reciclo em um processo químico, além daquela citada
anteriormente (recuperação e reutilização de reagentes não consumidos), incluindo:
1. Recuperação de catalisador. Muitos reatores utilizam catalisadores para aumentar a taxa
da reação. Catalisadores são normalmente muito caros, e os processos geralmente incluem
procedimentos para recuperá-los da corrente de produtos e reciclá-los para o reator. Os
catalisadores podem ser recuperados junto com os reagentes não consumidos ou recuperados
separadamente em uma unidade especialmente projetada para este propósito.
2. Diluição de uma corrente de processo. Suponha que uma lama (uma suspensão de
sólidos em um líquido) é alimentada a um filtro. Se a concentração de sólidos na lama é
muito alta, a lama se toma difícil de manusear e o filtro não opera corretamente. Melhor do
que diluir a alimentação com líquido puro é reciclar uma parte do filtrado e usá-la para diluir
a alimentação até a concentração de sólidos desejada.
3. Controle de uma variável de processo. Suponha que uma reação libera uma quantidade
extremamente grande de calor, dificultando e encarecendo o controle do reator. A taxa de
geração de calor pode ser reduzida diminuindo-se a concentração de reagentes, o que pode
ser conseguido reciclando-se uma parte do efluente do reator para a alimentação. Além de
atuar como diluente para os reagentes, o material reciclado também atua como capacitância
para o calor liberado: quanto maior a massa da mistura reacional, menor será o aumento de
temperatura que esta massa sofrerá quando receber uma quantidade fixa de calor.
4. Circulação de um fluido de trabalho. O exemplo mais comum desta aplicação é o ciclo
de refrigeração usado em geladeiras e condicionadores de ar. Nestes aparelhos, um material
simples é reutilizado indefinidamente, com apenas pequenas quantidades sendo adicionadas
ao sistema para repor perdas devidas a vazamentos.
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Exemplo: O diagrama de fluxo de um processo em estado estacionário para recuperar


cromato de potássio cristalino (K2CrO4) de uma solução aquosa deste sal é mostrado abaixo:

Quatro mil e quinhentos quilogramas por hora de uma solução que é 1/3 K2CrO4 em massa se junta
com uma corrente de reciclo contendo 36,4 % K2CrO4, e a corrente combinada alimenta um
evaporador. A corrente concentrada que deixa o evaporador contém 49,4 % K2CrO4; esta corrente
entra em um cristalizador, no qual é resfriada (causando a precipitação dos cristais sólidos de
K2CrO4) e logo filtrada. A torta de filtro consiste em cristais de K2CrO4 e uma solução que contém
36,4 % K2CrO4 em massa; os cristais constituem 95 % da massa total da torta de filtro. A solução
que passa através do filtro, também contendo 36,4 % K2CrO4, é a corrente de reciclo.
1. Calcule a taxa de evaporação, a taxa de produção de K2CrO4 cristalino, as taxas de alimentação
para as quais o evaporador e o cristalizador devem ser projetados e a razão de reciclo (massa de
reciclo)/(massa de alimentação virgem).
2. Suponha que o filtrado fosse descartado em lugar de ser reciclado. Calcule a taxa de produção
dos cristais. Quais são os benefícios e os custos da reciclagem?
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Hipótese 1:

Em termos das variáveis rotuladas, as quantidades pedidas pelo enunciado do problema são
𝑚ሶ 2 (kg W evaporada/h), 𝑚ሶ 4 [kg K(s)/h], 𝑚ሶ 1 (kg/h fornecidos ao evaporador), 𝑚ሶ 3 (kg/h
fornecidos ao cristalizador) e (𝑚ሶ 6 /4500) (kg de reciclo/kg de alimentação virgem).

Obs: A torta de filtro é uma mistura de cristais de K sólido e uma solução líquida com
frações mássicas de K e W conhecidas.

Resposta: 𝑚ሶ 2 = 2950 kg H2O evaporada/h, 𝑚ሶ 4 = 1470 K2CrO4 cristais/h, 𝑚ሶ 1 = 10150 kg/h


fornecidos ao evaporador, 𝑚ሶ 3 = 7200 kg/h fornecidos ao cristalizador e 𝑚ሶ 6 /4500 = 5650
/4500 = 1,26 kg reciclo/ kg alimentação virgem
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Hipótese 2:

O filtrado (que é descartado) contém 0,364×2380 = 866 kg/h de cromato de potássio, mais
do que contém a torta de filtro. O reciclo deste filtrado nos permite recuperar a maior parte
deste sal. O benefício óbvio do reciclo é o lucro obtido da venda deste cromato de potássio
adicional. Os custos incluem a compra e custos de instalação da bomba e da tubulação de
reciclo e o custo da energia consumida pela bomba. Provavelmente, em pouco tempo o
benefício superará o custo, e o reciclo aumentará a rentabilidade do processo.

Resposta: 𝑚ሶ 3 = 622 kg K(s)/h e 𝑚ሶ 5 = 2380 kg/h


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Um procedimento que tem bastante em comum com o reciclo é o desvio, no qual uma fração
da alimentação de uma unidade de processo é desviada ao redor da unidade e combinada
com a sua corrente de saída.

Cálculos de reciclo e de desvio são abordados exatamente da mesma forma: O fluxograma é


desenhado e rotulado, e os balanços globais e em torno da unidade ou dos pontos de junção
são usados para determinar as incógnitas.
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ESTEQUIOMETRIA DAS REAÇÕES QUÍMICAS


A equação estequiométrica da reação química impõe restrições sobre as quantidades relativas
dos reagentes e produtos nas correntes de entrada e de saída (se A → B, por exemplo, você
não pode começar com 1 mol de A puro e acabar com 2 mols de B). Além disso, um balanço
de massa sobre uma substância que reage não tem a forma simplificada entrada saída, mas
inclui termos de consumo ou de geração.
Estequiometria
Estequiometria é a teoria das proporções nas quais as espécies químicas se combinam. A
equação estequiométrica de uma reação química é uma declaração da quantidade relativa de
moléculas ou mols de reagentes e produtos que tomam parte na reação. Por exemplo, a
equação estequiométrica
2𝑆𝑂2 + 𝑂2 → 2𝑆𝑂3

indica que, para cada 2 moléculas (ou mols ou lb-mol) de SO2 que reagem, 1 molécula (mol,
lb-mol) de O2 reage para produzir 2 moléculas (mols, lb-mol) de SO3. Os números que
precedem as fórmulas para cada espécie são chamados de coeficientes estequiométricos dos
componentes da reação.
Uma equação estequiométrica válida deve estar balanceada.
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A razão estequiométrica de duas espécies moleculares participantes em uma reação química é


a razão entre os seus coeficientes estequiométricos na equação da reação balanceada. Esta
razão pode ser usada como um fator de conversão para calcular a quantidade de um reagente
(ou produto) específico que é consumido (ou produzido), dada uma quantidade de outro
reagente ou produto que participe na reação. Por exemplo, para a reação

2𝑆𝑂2 + 𝑂2 → 2𝑆𝑂3

Pode-se escrever as razões estequiométricas:

2 𝑚𝑜𝑙𝑠 𝑆𝑂3 𝑔𝑒𝑟𝑎𝑑𝑜𝑠 2 𝑙𝑏−𝑚𝑜𝑙𝑠 𝑆𝑂2 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑖𝑑𝑜𝑠


1 𝑚𝑜𝑙 𝑂2 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑖𝑑𝑜
e 2 𝑙𝑏−𝑚𝑜𝑙𝑠 𝑆𝑂3 𝑔𝑒𝑟𝑎𝑑𝑜𝑠

Exemplo: Calcule a quantidade de oxigênio requerido para produzir 1600 kg/h de SO3.

É uma boa prática incluir as palavras "produzido" e "consumido" quando se fazem


conversões deste tipo.
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Reagente Limitante e em Excesso, Conversão Fracional e Extensão da Reação


Diz-se que dois reagentes, A e B, estão em proporção estequiométrica quando a razão (mols
de A presentes)/(mols de B presentes) é igual à razão estequiométrica obtida da equação da
reação balanceada.
Para que os reagentes na reação
2𝑆𝑂2 + 𝑂2 → 2𝑆𝑂3
Estejam em proporção estequiométrica, devem existir 2 mols SO2 para cada mol O2 (de
forma tal que nSO2/nO2 = 2:1) presente na alimentação do reator.

Se os reagentes alimentam um reator químico em proporção estequiométrica e a reação é


completa, então todos os reagentes são consumidos. Mas, se começar o processo com menos
SO2 do que esperado pela proporção estequiométrica, o SO2 desaparece antes do O2,
enquanto que, se a situação é inversa, o O2 desaparece antes que o SO2.

Este reagente que desaparece antes, se uma reação é completada, é chamado de reagente
limitante, e os outros reagentes são chamados de reagentes em excesso. Um reagente é
chamado de limitante se está presente em quantidade menor que a sua proporção
estequiométrica em relação a qualquer outro reagente.
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Suponha que (nA)alim é o número de mols do reagente em excesso, A, presentes na alimentação


de um reator, e que (nA)esteq é o requisito estequiométrico de A, ou a quantidade necessária
para reagir completamente com o reagente limitante. Então, (nA)alim - (nA)esteq é a quantidade
pela qual o A na alimentação excede a quantidade necessária para reagir completamente se a
reação é completada. O excesso fracional deste reagente é a razão entre o excesso e o
requisito estequiométrico:
𝑛𝐴 𝑎𝑙𝑖𝑚 − 𝑛𝐴 𝑒𝑠𝑡𝑒𝑞
𝑒𝑥𝑐𝑒𝑠𝑠𝑜 𝑓𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝐴 =
𝑛𝐴 𝑒𝑠𝑡𝑒𝑞

A percentagem em excesso de A é 100 vezes o excesso fracional.

Exemplo: Considere, por exemplo, a hidrogenação do acetileno para formar etano:


𝐶2 𝐻2 + 2𝐻2 → 𝐶2 𝐻6
e suponha que 20,0 kmol/h de acetileno e 50,0 kmol/h de hidrogênio são fornecidos a um
reator. A razão estequiométrica de hidrogênio para acetileno é 2:1 (a razão dos coeficientes
na equação estequiométrica), e a razão de H2 para C2H2 na alimentação é 2,5:1 (50:20).
Quem é o reagente limitante e quem é o reagente em excesso? Calcule o excesso fracional.
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Exemplo: Em uma reação entre ácido sulfúrico e hidróxido de sódio, foram misturados
122,5 g de ácido sulfúrico e 130 g de NaOH. Qual o reagente limitante e a massa de NaOH
consumida, respectivamente?
𝐻2 𝑆𝑂4 (𝑎𝑞) + 𝑁𝑎𝑂𝐻(𝑎𝑞) → 𝑁𝑎2 𝑆𝑂4 (𝑠) + 𝐻2 𝑂(𝑙)

A conversão fracional de um reagente é a razão:


𝑚𝑜𝑙𝑠 𝑟𝑒𝑎𝑔𝑖𝑑𝑜
𝑓=
𝑚𝑜𝑙 𝑎𝑙𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑎𝑑𝑜

A fração não convertida é, claramente, 1-f. Se 100 moles de um reagente são fornecidos e 90
mols reagem, então a conversão fracionaI é 0,90 (a percentagem de conversão é 90%) e a
fração não reagida é 0,10. Se 20 mol/min de um reagente são fornecidos e a percentagem de
conversão é 80%, então (20)(0,80) = 16 mol/min reagem e (20)(1 - 0,80) = 4 mol/min
permanecem não convertidos.
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Vamos definir uma quantidade 𝜈𝑖 como sendo o coeficiente estequiométrico da espécie i em


uma reação química, e fazer com que ele seja negativo para reagentes e positivo para
produtos. Por exemplo:
𝐶2 𝐻2 + 2𝐻2 → 𝐶2 𝐻6 𝜈𝐶2𝐻2 = −1, 𝜈𝐻2 = −2 𝑒 𝜈𝐶2𝐻2 = +1

Então, se ni0 (ou 𝑛𝑖0ሶ ) são os mols (batelada) ou vazão molar (contínuo) da espécie i na
alimentação a um processo em batelada ou contínuo em estado estacionário,

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