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Hannah Arendt A CONDICAO HUMANA Postcode: CELSO LAFER 102 edigdo otis 207 hans Te ine of Rag Pra Cag tins USA "Signy he Uaemey atcha Aone teat rab apo Sh Pe Ste roi nota CPOE SUMARIO Prétogo 2 8 18 1s. 16. 1 Capitulo I — A CONDIGAO HUMANA, A Vita Actica es Condisio Humana ‘A Expressio Vita Activa Eternidade versus Imortaidade Capitulo Il — AS ESFERAS PUBLICA E PRIVADA (© Homem: Animal Social ou Politico A Polis € a Familia . 'A Promogdo Social AA Esfera Piblica: 0 Con ‘A Esfera Privada: 4 Propriedade © Social ¢ 0 Privado A Localizagio des ivdades Humana Capitulo HI — LABOR +0 Labor do Nosso Corpo € 0 Trabatho de Nossas Mios+ © Cariter de ensio desta obra vem se Cap. I sega fe Cap. Mh ego HIN do T> B ‘nou no limiar do século XX: politicamente, o mundo moderno em {ue vivemos surgiu com as primeiras explodes atomicus. Nao dis {cuto este mundo moderno que constitu o fundo sobre © qual este livro foi escrito. Limito-me, de um lado, s uma analise daquelas pacidades humanas geras decorrentes de condigao humana, © Que So permanentes, isto €, que nio podem ser iremediavelmente Perdis enquanto ndo mde a propria condigae humana, Por outro fad, a finalidade de andlise istrca € pesquisa es erigens da alie- ‘ago no mundo maderno, o seu duplo vio da Tetra para 0 univer. 50.6 do mundo para dentro do homer, afm de que possamos che a a uma compreensio da natureza da sociedade, tal como esta fevolura © se apresentava no instante em que fi suplantada pelo ‘advento de uma era nova e desconhesi, ‘CAPITULO | A CONDICAO HUMANA A Vita Activa e a Condigo Humana Nom a expresso tit wi, pretendo deignar tes stvidades shumanas fundamentais: labor, trabalho e a0, Trta-se de ai ‘dades fundamentais porave a cada uma dels corresponde uma dis Sones bisa medians as quis avid fo dada 2 Home na ‘0 labor & a atividade que corresponde ao processo bioligico 440 corpo hhamano, cujs erescimento espontineo, metabolismo € ‘eventual declinio tém a ver com 35 aecessidades Vita produridas, € introduzidas pelo labor no processo da vida. A condigso humana, 4 labor é a propria via. ‘© trabalho ¢ a atvidade comespondente ao arifcialismo da ‘existéncia humana, existénca esta no necessariamente contida 00 temo ciclo vital da espéce, cuja mortalidade no & compensada, por este timo, O trabalho produz um mundo -artifcial- de coisas, ‘itidamente diferente de qualquer ambiente natural. Dentro de suas fronteiras habita cada vida individual, embora esse mundo se dst ne a sobreviver ea transcender tos as vida individuals. A condi- ‘0 humana do trabalho é 2 mundanidade. ‘A ado tinica alivdade que se exerce diretamente entre os ho- mens sem a mediagio das coisas ou da matéra, corresponde a con- ‘digo humana da plralidade, 20 fato de que homens, enio © Ho mem, vivem na Terra habitam 0 mundo. Todos 05 aspects da condigao humana tém alguma relago com a politica; mas esa pu falidade ¢ especticamente « condisio — rho apenas a conditio ine qua nom, mas a condita per qm — de Lota Vida politica. AS- sim, © iioma dos romanos — talvez © pove mais polltco que co- hecemos — empregava como sinGnimas as expresses sviver» © ‘estar entre 08 homens (inter hominesexse), 9 omorer- wei ar de estar entre os homens (iter homines esse desinere) Mas, em sua forma mais elementar, a condigio humana da asio est im 5 plicta até mesmo na Génese («macho e fémea Ele us crow), Se en- Tendermos que esta versio da criagdo do homem diverge, em prin- ipo, Ja outa Segundo a qual Devs orginalmente enioo 0 Homem (aula) — a ele, no a ees, de sorte que a pluralidade Jos seres fhumanos vem a sero resultado da muliplicgao." A apo sera un luxo desnecessivio, uma caprichosa interferéncia com as leis gerais Yidade politica por excelencia, a natalidade, e aio a mortalidade, pode constituir a categoria central do pensamento politico, em con- traposigao 20 pensamento metafsio. s "A condigio humana compreende algo mais que as condites ras quais a vida foi dada ao homem. Os homens sho sere condici= ‘onados: tudo aquilo com o qual eles entram em conto torna-se ‘mediatamente uma condicdo de sua existéncia, O mundo no qual transcome a vita activa consisie em coisas produzidas pels atividades humanas; mas, constantemente, as coisas que devem ‘ua existenci exclsivamente aos homens também condicionam os Seus autores humanos. Alem das condigées nas quis a vida ¢ dada ‘20 homem na Terra ¢,alé certo poato, a partir delay, es homens ‘onstantemente crim as suas propras condigoes que, a despeto ‘de su varlablidide ¢ sus oxigem humana, possuem a mesma orp ‘condicionante das coisas naturals. O que quer que toque a vide fo tmuna-ou entre ‘em duradoura lari com cl, assume limediatamente o carter de condigso du existGncia humana. E por isto que os homens, independentemente do que fayam.sio sempre eres condicionados.. Tudo ©. que espontaneamente adentra 0 ‘mundo humano, ou para ele &trazido pelo esforgo humano, torna- Se parte da condigio humana. O impacto da realidade do undo ‘sobre a existéncia humana é sentido erecebido como fora condici- ‘onante, A objetivdade do mondo — o seu cater de coisa ou obje- toes condigio humana complementar-se uma 4 outra; por ser luna existéncia condicionada, a existncia humana seria impossivel Sem 6 coisas, estas seria um amontoado de artigos incoeren- tes, um ndo-mundo, se esses artigos nio fossem condicionantes da existencia humana, 7 ara evitar erros de interpreiagio: a condigao bumana nio € 0 mesmo que @natureza humana, ¢ & soma toal das aiviades © ca- 7 pecidades humanas que correspondem 3 condigio humana ao ‘onstitul algo que se assemelhe a natureza humana. Peis nem aque- Tas que discutimos neste livro nem as que deisamor de mescionar, ‘como © pensamento € a Fs2H0, e nem mesmo a mais meticulosa ‘enumeracio de todas elas. constituem caractersticas essenciais da ‘existéncia humana no sentido de que, sem eas, essa exstencia de- ‘aria de ser humana. A tudanga mais radical da condigio humana ‘que podemos imaginar seria uma emigrasio dos homens da Terra para algum outro planeta. Tal evento, ji nao inteiramente impossi- ‘el, implicaria em que o homem teria que viver sob condigses, fei tas ‘por ele mesmo, inteiramente diferentes daquelas que a Terra Ine oferece. O labor, 0 trabalho, gio e, na verdad, aé mesmo 0 ‘pensamento como © conhecemos deixaram de ter sentido em tal eventualitade. Nio obstante, até mesmo esses hipoéticos vajores terrenos ainda seriam humanos; mas a Gea afmativa que poderi- mos fazer quanto sua snaturezar & que so ainda serescondicio- rnados, embora sua condigéo seja agora, em grande parte, produri- da por eles mesmes, (© problema da aatureza humana, a quaestio mihi facts sum (<2 questio que me tornei para mim mesmo») de Agostinho, parece insolvel, tanto em seu sentido psicoldgico como em seu sentido fr loséfico gera. E altamente improvavel que ads, que podemes co- ‘hecer, determinar e defini a esséncia natural de das a8 coisas ‘que n0s rodelam e que no somos, venhamos a ser capazes de fa- er 0 mesmo a n0s89 proprio respeto: seria como pular sobre nos- sa propria Sombra. Alem disto, nada nos autoriza a presumir que o hhomem tenfa uma natuceza ov esséncia m9 mesme Sentigo em que 28 outras coisas as tém. Em outras palaras, se temos uma neture- 1a ou essEncia, ent certamente s0 um deus pode conhect-lae de- fina; e a condo previa € que ele posa far de um «quem» co- mo se fosse um =que>.? O problema € que as formas de cognigio 2. Agosinbo, geraimente consierado como o primeira levatar a chamada questo anropologica na Hlwala, sabia to mult bem. Eat belece uma dferenga entre as pegunts «Quem soa?» +O que sou" 2 primeira ¢ fein pelo homem 3s proprio (+E diighme a mim mesmo © fisseome: Tw, TE reepondi, Um homer — iw, gue a? (Confessiones 1). a Segunda € igida'® Deus (0 que sou eno. seu Devs? Quid ¢ 3 minha matureza?» — Quid ercn sum, Devs mens? ‘Quee satura sum? (17). Pos mo werande msc, 9 frande profi Alum que 0 homem (v.18), ha salgo do homer aud hominis) que © 8 humana aplicveis as coisas dotadas de quadades naturais — in. clusive nos mesmes, na media hmitada em que somos exemplares ‘a especie de vida orgnica mais akamente desenvelvida — de na. ‘ds nos valem quando levartamos a pergunta: € quem somos a6s? E por sto que as tentatives de definie @ natuceza humana levam gu Se invariavelmente & consrugio de alguma devdade, isto €. 30 deus dos fildsofos que, desde Pltao, no pass a uma anise mais pro- funda, de uma espécic de idéia platénica do homem. Naturalmente, ‘desmascarar tase conceitos Slosieos da divindade como concei- twalzagoes das capaciades ¢ qualdades humanas nio chega a er uma demonstracio da nio-exstencia de Deus, ¢ nem mesmo cons titulargumento-nesse Senido; mas o fato de que as tenlativas de ‘definira nalareza do homem fevam to facilmente a uma idea que ‘os parece definitivamente =sobre-humana- é, portato, identi ‘cada com a divindade. pode langar suspeitas sobre 0 proprio con ‘eito de =natureza humana Por outro lado, as concigdes da exiséncia humana — a pré= ria vida, a nataliade e a moralidade, « mundanidade, a pluralida- ‘Ue €-0 planeta Terra — jamais podem -explicar 0 que somos ot Tesponder a pergunias sobre © que somos, pela simples razio de ‘Qu: jamais nos condiionam de modo absolut. Esta sempre foi a ‘Opinio da filoafia, em contraposigao as ciencias — anropologia. Psicologia, biologi, ee. — que também tem no homem o seu obj: fo de estudo, Mas hoje poderos quase dizer que ja demonsiramos, S16 mesmo cientficamente, que, embora vivamos agora ¢ tlvez tenhamos que viver sempre, sob condgées terrenas, no somos imerascriauras tertenss. A moderna ciéncia natural deve os seus mmaiorestrunfos ao fato deter olhado e tratado a natuteza terrena ‘de um ponto de vista verdadeiramente universal, ist de um poo- ‘roo cpio do homem gue nee sth ndo sabe, Mast, Senor, que ‘este (ci cum) tale tabes nu espe fc ois (3). AS Sim: mas conbechla destas (ase gue csi no texto. a quoesi mht Iecius wun, & ua perpuntalevantads na presenga de Devs, = cus ‘thos ormci-me ura pergurta para i mesmo> 3.32), Em resto, 9 Fesposta& pergunta “Quem sou # amplesmente “Es om homem — 5 jo que torn; a respon &perpnta ave 900% 26 pode ser di {a gor Deus ue fr 0 homem. A questo da atuceza do home € te ‘ims questi teoloics quam a qs da natuezs de Deus mbes 5 podem ser resolve dentro da estrtira de uma respost diviamense evelad. 9 to de vista arquimediano escothido, voluntiria e explicamente, fora da Terra A Expresso Vita Activa Are ite tin peas sobrecaregata de ai ‘0. E tao vetha quanto a nossa tradiio de pensamento polt- co, mas aio mais velha que ela, E essa tradi, longe de abranger «© conceitualizar todas as experiéncias politicas da umanidade oci- dental, € produto de uma consteacio histérica especifca: 0 julga- mento de Socrates ¢ o conflto entre ofildsofo e a pois. Depo de hhaver eliminado muitas das experincias de um passado anterior ‘que eram irrelevantes. para suas fnaidades poliieas. prosseguiv Ate o fim, na obra de Karl Mart, de modo altamenteseltivo. A ‘ropria expresso que, na ilosofia medieval, € a tradugdo consi ‘rads do Pos pokes de Anstoteles, j4 ocore em Agostino on ‘de, como tifa neyottsa ov actus, feflete ainda o seu significado ofiginal: uma vida dedicada aos assuntos pubbicos« politicos." [Aristotle distingu és movdos de vida (bio) que 08 homens pesiam escolherlivremente iso €, em intra independéncia ds ne ‘essidades da vida das relagdes deas decorrentes. Esta condigéo previa de iberdade eliminava qualquer modo de vida dedicado ba- Elcamente & sobrevivencia do individuo — no apenas 0 bor. que fra o modo de vida do escravo, coagido pela necessidade de per imanecer vivo e pela tirana do senhor, mas também a vida de tra- balho dos artesios livres e a vida aquisiva do mereador, Em uma palavra, exclua todos aqueles que. involuntria ov voluntariamen- {e, permanente ou temporariamente, j nic podiam dispor em liber- ‘dade dos seus movimentos © agées. Os tts modos de vida restan- 3 VeFese Agostino, De ciitate Dei x2, 1. 4. Witlam L. Westermann («Between Savery and Freedoms. Ame ‘ew Honorical Reviews Vol L (14S) ana ge 6 nenuncage de As ‘tees. de que os aioe vicem numa condo de ecrvidio lint {s,sgnies ase o aii. ao Tater om cata de wabato,dpunha de ‘dois dos quatro lemensos de seu status de homem lore (i, iberdade 20 {es tém em comum ofato dese ocuparem do sbelo- isto, de coi Sas que no eram necessivias nem meramente uel & vida volada para os prazetes do corpo, na qual 0 belo ¢ consumido tal como & ado; a Vida dedicada avs assunios ds pul, na produz belos fetes; ea vida do fildsofo, dedicad | contemplagio das coisas etemas, cua belezapetene mio poe ser causada pela inerfercncia produtiva do bomem nem alieada ata ‘és do consumo humano.* 'A principal diferenca entre o emprego aristotlico eo posterior lemprego medieval da expressio € que o bios poltihs denotava ex plicitamente somente a esfera dos assunios humanos, com énfase ‘na ago, praxis, necessina para estabelecé-a ¢ maniéla. Nem 9 Tabor nem o trabalho eram tidos como sufciemtemente dignos para cconstitur um bis, um modo de vida auténomo ¢ autenticamente hhumano; uma vez gue serviam ¢ produziam o que era necessirio © ‘Gu. no podiam ser livres e independentes das necessidaes e pi- ‘agoes humanas.” Se o modo de vita policoescapou a este vere- isto, isto se deve ao concelto grego de vida na pully que, para cles, Uenotava uma forma de organizagio politica muito especial Tivrementeescothida, bem mais que mera forma de apo necessiria para manter os homens unidos © ordeiros. Néo ue oF regs Ou ‘Aistbteles jgnorassem o fate de que a vida humana sempre exipe ‘mividede cconimica¢ direto de ire vie, mas por vende prpria.¢ Temporariamentes, ats citados por Westermann enonstra que verdad, am Spc. era concebta comme conataido em stat invike bidade peseoah,Hherdade de sividaeecomimica © dire dee vie ‘ue, comeaieniemente, a exraviio srs a suséciadestes Quart bhutoseAntceles, 20 cmumera os smodan de id= aa Elica w Nido (co (G5) e ma Lica Bndomo (1215459), nem chepas mencionar om ‘do de vida Go artfice; panel. « bvie que am has nao lel Poiuica 1878). Mencona,porem, 0 moto Je vida do -gathador de Ibeios para eee. une vex que tater € -adotato sob compli (re Ne. WMS). Na Bri Esato, fics salentado que eruéro & S herdide ele emumera srmente aqeles meds e via excites 9 {Para opesigio ene o belo € 0 necessino al, vemrse Poli toxgo mh, BE 6. Paras oposigso entre o que ¢ livre « 9 que & necessro ¢ sti vejase Poon 13382 alguma forma de onganizasio politica, € que 0 govero dos sitos pode constitir um modo de vids & parte: mas-o modo de vid do ‘éspota, peo fato de ser «meramente» uma necessidade, nao podia ser consideredo live e nada tinha a ver com a hiny poli” ‘Com o desaparecimento da antiga cidade estado — € Ago ‘ho fai, aparentemente 0 iltimo a conhecer pelo menos que Ou trora sigaticava ser wm cidadao — a expressio tits acritw perdev ‘0 seu significado especificamente politico e passou a denotar todo tipo de engajamento ative nas coisas deste mundo. Convém lem brar que ito no queria dizer que 0 trabalho € 0 labor houvessem algido posigio mais elovada na hierarquia das avidades humanas € fossem agora to dignos quanto a vida politica De faa, 0 oposte fra serdadeiro: a acio passara 4 ser vsta como uma dat necesids. des da vida terrena, de sorte que a contemplagio, (0 ive thet: Ik, tradusido como sida contemplatica) era ovina modo de vida realmente livre” Contudo, a enorme superiordade da cantemplayo sobre qual- ‘quer outro tipo de atvidade, inclusive a ag, ao & de origem ers. 1, Encontramo-ta na filosofia politica de Pato, onde toda a re0%- ‘ganizagio utbpice da vida na polis @ no apenas drigida pelo supe Fior discemimento do figsofo. mas ni tem outa fnalidade senso tomar possivel o modo de vida flosofico. 0 prOprio enunciads arstotlico dos diferentes moos de vida, em cuja order a vida de prazer tem papel secundério, inspires ctaramente no ideal da con- Aemplaséo (ieria). A antiga iberdade em relagio is nevessidades de vida e& compulsioalheta, 0: fildsofos arescentaram a liberda- 7. Velast ib 1278 para a disingdo ene governo destin € politi, Quanto 20 argumento de qe a vida do déspts no 8 gta sve 1 do homem lee, uma vez que 0 pineio esti preocdpado com bens e08snumais tem em comu (Simina thezten, i HD 1 Agotcho fla do sdause tua) vide si imposte pelo ever da cardade, que Sera insopontvel sem 9 sdogirs onsen € ‘raver da verdades oti na contemplagia (Dh witiare But a 1, u FAFICH/URUG.-BIBtioTEca toda nossa tradiio." Parnas fnalidades dese iv, parece-me ddesnecessirio discutir as razdes dessa tradigae. Obviamente, 510 ‘mals profundas que o momento histrico que mativou 0 confito entre 4 pois € 0 fsofO,e com sso levou também, quase que por ‘caso, & descaberta da contemplasio como modo de vida do fio fo. Essas razées devem residir num aspectointiramente diferente da condigdo humana, cuja diversidade nao ¢ esgotada plas vias ‘manifestagdes da ita cri e, provavelmente, no seria esgotada ‘mesmo que se Ihe inclussemos 0 pensamento e 0 movimento JO Portanto, se 0:uso da expresséo rit deta, al como aqui 0 proponho, esté em manifesto confito com a tradigio, ¢ que duvi- ‘No, no da validade da expergncia que existe por tras dessa distin 40, mas da ordem hierarquica que a acompanta desde 0 inicio, {sto aio significa que eu deseje contestar ou até mesmo discutir 0 ‘conceito tradicional de verdade como revels e, portanto, como algo essencialmente dado 20 homem, ou que prefra a assergio Pragmatics da era moderna de que 0 homem 36 pode conheccr fagulo que cle mesmo faz. Afimo simplesmente que 0 enorme va lor da ‘contemplagdo na ierarquia, tradicional obscureceu a6 diferengas © manifestgSes no mbito da prépria vita acriva que fa despeito das aparénetas, esta condigio nao for essencialmenteal- {erada pelo moderno rompimento com a tradicio nem pela eventoal inversio da ordem hieraxquica em Marx e Niewsche. A estrutura cconceitual permanece mais ou menos inata:€ isto se deve 3 prd- ria natureza do ato de ~virar de cabegs para baixo> os sistemas Filossticos ow os valores atualmente actos, isto €, a natureza da propria operagéo. ‘A inversio hierirquica na era modema tem em comum com 2 tradicional herarqua a premissa de que a mesma preocupagao hu: 75.0 tradicional resentment do fksoo coir condo hums ‘aa de possum corpo nc & mesma cosa que o ange desdem cm. Tapio a5 necessiades dn vida; a segio & wecesitde et apenas um dor aspeston da exitéetia corps, win vet Herta dete acer Sle o corpo ea capex daguelaaparncia pura que os eregos chama- var de teleza, Depo de Patio, os filbsfosacresteraram 20 resset Imento de serem foryados por tecessiades corpora 0 resscuimento contra qualquer ipo de mosimenagio, E por viver em completa quiet: {etqve somente © oepo do Glnafo habia a cidade, spun Plt. E ‘esta umber orgem da acbsosao de sabebudies (pve) ‘irda eles que possan a va 4 cuir 3 poliicn, mana central deve prevalecer em tolus ay ativiades dos homens, posto que, sem um Gnico principio global, nethuma ondem pode er estabelecida. Tol premissa nio é necessiria nem axiomatiea: € ‘0 us0 que dow i expressdo tits utieu pressupse que a preocups (io subjacente a todas as alvidades nto & «mesma preocupacio Sentral de vita comiemplatica, come aio the & superior nem infe- —3— Eternidade versus Imontalidade “A, 20 de ate, dum ado ss varias formas de enaiamento tivo nas coisas deste mundo e, de outro, 0 pensamento puro {que culmina na contemplagdo possam corresponder a das preou- [pagdes humanasinteiramente diferentes tem se evidenciado, de uma Forma ov de cuts, desde que wos homens de persarento€ 0 hess de aio comegaram a enveredar por carinhos diferentes» isto desde a axcendéencia do pensimen politico ni escola socrtica, Contude, quando os flosofos descobriram — & possivel que a descoberta tenha sido feta pelo proprio Secrates,embera no se © possa provar — que a esfora politica mio propiciava nccessario mente 36 aividades superiores do homem. presumiram imediata- ‘mente nao haverem descoherto slo novo alem do que ss se sabia, ‘mas terem encontrado um principio superior capaz de substuir o principio que governava a pols. A maneira mais fi, embora um {ante superficial, de iustrar esses dois principios diferentes ¢ até certo ponto confitantes, ¢ Fembrara diferenga entre imortalidade ¢ eternidade Timortalidade significa contimuidade ao tempo, vida sem morte nesta terrae neste mundo, tal como foi dada, segundo o consenso ‘rego, &natureza € 20s deuses do Olimpo. Contra este pano de (une 16, Vejace F. M. Comfrd, -Pla's Commonwealth~. em Uns ten Pitsopi 1880, p.: “A erie de Peries € 4 Gaia do Peopo- ‘eso macro instante em que 09 omens de pensameato ees homens ‘Se aco smetednram por camishordifeenes,destinador 830 teparat fda ves mats até que 0 Msof0 estico detou de ser umes do ‘Seu pas e pssou ser um cidadio 6 univeso~ 2% do — a vida perpétua da naturezae a vida diving, seta de more e ‘de velhice — encontravam-se 05 homens mortals. os Umieos mor ais num universo imortal mas a0 eterno, em cotejo com as vidas imortais dos seus deuses mas nio sob 0 dominio de um Deus eter- no. A crermos eri Herodoto, a dierenga entre as duas parece er Sido surpreendente para a auloconscifacia dos grepos antes des ‘enunciados conceltusis dos filésofos e, portato, antes das exper Encins do etero ‘enunciados. Ao oiset tum Deus invisivel, Herédoto menciona explictamente que. em ‘comparagao com esse Deus transcendente (como diiamos hoje). Situado além do tempo. da vida e do universo, os deuses gregos cram anhropophyes, isto, dotados da mesma natureza do bo mem, e no apenas da mesma forma humana.” A preocupasao dos ‘eregos com a imortalidade resltou de sua experiéncia de uma na- {ureza moral de deuses imorais que, junto, circundavam as vi- das individuais de homens mortas. Inserda num cosmo onde tudo fra imorial, a mortalidade tornou-se 0 emblema ds existéncia hu mana, Os homens si0 0s morals, 4 Unicas coisas morais que feistem porque, a0 conirrio. Jos animais, aZo existem apenas ‘como membros de wma espécie cuja vida imortal € garantida pela Droctiagio," A moralidade dos homens reside a0 fato de que {a individual, com wma historia vial Kdeaificavel desde 0 nasci tmento até morte, advém da vida biolégica, Essa vida individual dlifere de todas ss outcas coisas pelo curso reilineo do sex movie ‘mento que, por assim dizer. intercepta 0 movimento circular da vi- da biolégica. E isto a moraidade: mover-se ao longo de uma linha Feta mum universo em que tudo 0 que se move o faz num sentido cielo, ‘A tarefae a grandeza potencal dos mortaistém a ver com sua 17, Depo de sear que os persas no te -imapes de dees. nem (os nem alae e consiceram insensatas essay cots, Herodto ahi ov achescentr que os eusee 08 men tear ‘mesma aatureza. Vee lamber Prndaro, Carmina Nome Yi 1 Vejase Ps Arsitees, Fiona 4002: A aatreza gaan & ‘tema recortencia(peristn/da espece, aso ge arent a0 tn Sto a mesons etrmnade. O meson pensamento, “Pas ar costs. Nia €'0 sees surge em Sores Aba 41013 n ‘capacidade de produzir coisas — obras efeitos ¢ plavras™ — que rmereceriam pertencere, pelo menos até certo ponto, pertencem elemnidade, de sorte que, através élas, os morals possam encom {rar o seu lugar num cosmo onde tudo € amoral ekceo eles pro ios. Por sua capacidade de fetes imorais, por poderem deixar tris de si vesigios imorredouros, os homens, a despeito de sua ‘mortalidade individual, aingem 0 Seu proprio tipo de imoraligad= ‘edemonsiram sua natureza=divina-. A diferenga entre 0 homer © ‘© animal aplicase & propria especie humana: 56 08 melhores (os friio’, que constantemente provam ser os melhores (urstecin ‘verbo que Ago tem equivalente em neshum outa lingsa) © que “preferem a fama imortal as coisas mortais-.sio realmente hums ‘OS: Os Outros, saisetos com os prazeres que amatureza Ibs ofe- ‘rece, vivem e morrem como animais, Esta era ainda 8 opinido de Hericito,” opiniio da qual difcimente se encontra equivalente fem qualquer fildsofo depois de Sécrates. Em nosso contexto, nio faz muita diferenca se (oi o proprio. ‘Socrates ou se fot Platio quem descobriu o eterno como o verda- deiro centro do pensamento estritamente metaisico. Depde muito a favor de Socrates 0 fato de que 56 ele, entre todos 0s grandes pensadores — singular neste aspecto como em muitos outros — ja- ‘mais se tenka entregue a0 trabalho de dar forma esta a seus pe ‘tmentos; pois € 6bvio que, por mais que um pensador se preocupe com a etcenidade, no instante em que se dispbe a escrever 0s seus pPensamentos deina de estar fundementalmente preoevpado com a ctemidade e volta a sua atengéo parn a tarefa de legar aos pésteros falgum vesigo deles. Adota a ita actica escothe uma forma de 1S. A tngus regs no ux dtingdo etre cobras © fore, mas ‘chamaron de rr nando so sifcertemente durvese grandiose pare ‘ser lembrados, Fl somente quando os fosoos, ov melher, 05 Sofas, Comegaram a fazer suas ndistigoes intermindveb= e'aestaelecer de: Fengas entre fazat¢ age (prin praten qu os sstntves peat {pro passram a Ser usados mas corentomene (vefse Plo, ‘Charmides 183). Homero ainda ndo conte + palaves rosa que, em Pats avon antiroponpragmt pode er melhor rua como =o ‘icios humans ¢ (em a coneacio de inauietacio e fuliéade. Em He Fodkto, pragmiiataler feahe 2 mesa Sonntapa fe por exemple, E188, 20, Herel, ro. B29 (Diels, Faxmente der Vorwhrater (ed 1229. 2 ppermanéncia e de imortalidade potencial. Uma coisa & cert: & ‘Somente em Plato que s preocupaso com o eterno ea vida do fe lisofa sao vistos como inerentemente contraiiérios e em conto ‘com a ita pela imortalidade, que é 0 modo de vida do cidado, © bias polos: ‘A experiénca do eterno tal como a tem o fiisofo — experén- cia que, para Plato, era urrhevon (windizives) e, para Aristtcles, fame logon (sem palavras) qUe, mais tarde, fo conceitvalizada no paradoxal mune stans(eaquilo que ¢ agora») — 26 pode ovorrer {ora da esfera dos negocios humanos e fora da pluraliade dos ho- mens. E 0 que vemos pela paribola da Caverns, na Republica de Platdo, na qual 0 fldsofo, tendorse libenado dos giles que 0 prendiam aos seus semelhantes, emerge da caverna, por assim di ‘eh, em perfeta ~singularidade’, nem acompanhado nem seguido ‘de outros. Politicamente flando, se morrer € 0 mesmo que deixar de estar entre os homens, a experiencia do eterno € uma espécie ‘de morte; a Unica coisa que a separa da more real € que no & final porque nenhuma critura viva pede sport-la dorane muito fempo. F @ isto precisamente que separa a vita contemplatina da ‘ita 'actica no pensamento medieval" No entano, 0 fator decisive E que a experiencia do etemo, diferentemente da experiéncia do imortal, no corresponde a qualquer tipo de atividade nem pore hela ser convertia, visto que alé mesmo a alividade do pensamen- to, que ocorre denizo de uma pesson através de palavras, € obvia- mente no apenas inadequada para propiciar tal experiencia mas ierromperia e poria a perder a propria experiencia ‘A theoria, ot scontemplacios, a designagio dada experién- cia do eterno, em contraposigo a tes outras atiudes que, 10 miximo, podem ter 4 ver coma imortaligade. Talvez a deseoberta {do eterno, feta pelos flsofos, tenha sido favorecida pelo fato de ‘que cls, nila jesiicadamente, duvidavam das possibilidades da Dols no tocante& imortalidade ou alé mesmo a permanéncia € tl ‘ez choque de tal descoberta tenha sido tio grande que eles nko pruderam deitar de olhar como vaidade ou vangloia qualquer busca ‘Je imortalidade,o que certamente ox colocava em franca opOSiea0 ‘antiga cidade-estado ea eigio que ainspirava. Contudo, a pos- terior vitéria da preocupagio com a eterniade sobre todos 0 pos Teta activ fii permanere ponsunus: in contemplatieg ater iatcris mente ere malo mods tatemaa (Toes de Aauine, Suma Theciea 1 » de aspiragdo a imortalidade no se deveu 20 pensamento filosofco. ‘A queda do Impéno Romano demonsirou claramente que nenhums ‘obra de mios mortais pode ser imortal.¢ foi acompanhada peta promosio do evangelho cristo, que pregava uma vida individual tema: & posigdo de regio exclsivn da humanidade ocideatal Suntas, ambas tomavam fail ¢ desnecessria qualquer busea de Jmortalidade terrena: e conseguiram to bem sransformar a vita dstiea € © bios politkos em servos da contemplacho que nem mes- ‘mo a ascendéncia do secular na era moderna e a concomitant i ‘versio da hierarquia tadicional entre ago e contemplagdo foram Sffsientes para faze sar do oblivie a procura da imortalidade que, originalmente, fora a fonte © 0 centro da vite ati 0 cAPtTULO AS ESFERAS PUBLICA E PRIVADA —4- © Homem: Animal Social ou Politico A. Ssectio 20 na ya humana na mea em ae seem enh ativamente em fazer alg, tem raizes permanentes Aum mundo de homens ou de coisas feitas pelos homens, um mundo {que cla jamais abandona ou chega a transcender completamente. AS coisas e os homens constituem o ambiente de cada uma das 2ti- vidades humanas, que no teriam sentido sem tal localiza; 00 entanto, este ambient, 0 mundo ao qual vemos, no existria sem ‘8 atividade humana que 0 produziu, como no caso de coisas fabri- adas; que dele cuida, como no caso das teras de cultvo: ou que © estabeleceu através da organizagio, como no caso do corpo polit 0, Nenhuma vida humana, nem mesmo a vida do eremta or meio 2 natureza selvagem, ¢ possvel sem um mundo que direta ov indie fetamente,testemunhe a presenga de outros seres humanos. “Todas as atividades humanas Sio condicionadas pelo fato de ‘que os homens vivem juntos: mas a asio € a nica que mio pode sequer ser imaginada fora da sociedade dos homens. A atvidade do labor do requer 2 presenga de outtos, mas um ser que ‘quanto 0 poder com que 0 paterfamilas, © demi, reinava nace Sone mantinha os seus escraves « seus familiares: € sto alo porque o poder do dirigente da cidade fosse igualado e contolado pela combinagio dos poderes dos chefes de familia, mas porque © 10, Tomi de Aauine, op. cit 2. 56 36 ‘dominio absoluto« inconteste« a esfera politica propsiamente dita fram motuamente exclusivas —s— A Polis e a Familia bora o erro de imerpretago € o equacionamento das esferas politica. socal sejam to antigos quant 2 tredvgo latina de ex- Dressées gregas e sua adaplacao ao pensamento romanc-ristio, & Confusio que deles decorre agravou'se no uso moderno e na mo- ‘demna concepgio da sociedade. A distingio ence uma esfera de vie a privada e uma esfera de vida piblica coresponde & eusténcia as esferas da familia ¢ da politea como entidades diferentes © se pparadas, pelo menos desde 0 sorgimento da antiga cidade-etado; ‘mas a ascendéncia da esfera socal, que no era nem prvada nem piiblica no sentido resto do termo, € um fendmeno relativamente v0, ctja orjgem coinidiu com o surgimento da era moderna € ‘que encontrou sua forma politica no estado nacional © que nos ineressa neste contexto é a exiraordinriadiicol- dade que, devido a esse fate novo, experinentamos em compreen- der a divisio decisva entre as esferas publica privada, entre a ‘esfera da pols es esfera da fama, e finalmente entre as atvids- es pertineates a um mundo comum e aquelas perinentes & mans- {engdo da vide, dviséo esta na qual se baseava todo o antigo pen- sammento politico, que a via come axiomsticae evidente por 81 mes- ‘ma. Em nosso entendimento, a linha divisoria¢ iteramente dit ‘2, porque vemos o corpo de povos © comunidades policas como ‘uma familia cjos negscios dirs devem ser aendidos por uma administragio doméstica nacional « gigantesea. O pensamento ientifico que coresponde 2 essa nova concepsio jé nso é a ciga- TT. Os termos domins € pateyfunias eram. portant ssinimos. ‘como 0s trmonvertan fur: Dowie pation jae aplate: Fun screon = Janares (Seneca. Eptolas 412) A atin Uber 4o cid romano desapareceu quando os imperadores omnes 01 ram 0 tito de aomins, vce som, q' Anguste el que Tibee encore. pousselem comme ume maledtion et ane ores Hl. Wallon, Hite tePeselacaze dans Famtgute (184), M20. w ‘ia politica, « sim a -economia nacionals ou a -economia yoctal> fu, sind, Volhonnschuft todas a6 quatsindieam wma espécie Se -adiministrag domestics coletvar:!" 0 que chamaros de »So- Ciedade- ¢ 0 conjunto de familias economicamente organizadas de modo a constituirem o facsimile de uma Unica familia sobre-hu- ‘mana, ¢ sua forma politica de onganizaglo & denominada -nagio>. ‘Assim, é-nos dificil compreender que, segundo 0 pensamento dos anigos neste particular, © proprio termo economia police» feria Sido. de certa forma, conraditori: pois © que Fosse «economic Telacionado com a vida do individuo e a sobrevivéncia da especie, ‘nao era assunto politica, mas doméstico por defini." Historicamente, € muito provavel que o surgimento da cidade- ‘estado da esfera publica tena acorido a custas da esfera priva- {da da fala edo ar." Contado,» antiga santdade do ar, eimbora ‘Segundo Gunnar Myrdal (The Foliol Element inthe Deetoy ‘nf Event Theor (983th aided da “Economia Socal ‘miisragi domenica soletva Wowie € um dos res Fos ‘riciae em tomo dos ais se cnatalizu a especuliopoliica qe Mipvegnou a economia dude 0 icin 13. Nho pretendemos ngar com sto gue o estado nacional sua 3 edad Surpram do reno medieval ¢ do feualismo. em tj est utara 3 familia e1 esta tem importne’sjmais ualada na aniguiadeclssica, Mas hi una dierenga marcante. Deno ds etarura fede, fami {lcoss erum quae independents entre i de ort que # asa cel ‘rewentando oma determina rego err e goverrando os sehores Fagus como priniy intr ures. a pretend, como um govero sso: fat sero chee de urna famika” A siagdor medieval era um congione ‘a de familias; ses membros no se consierevam como membros de fms Unica Tamia que engbbase tla a magi. 14. A datingso & mito clara nos primeitosparigrafos do Fiano ‘de Arutces. nos quas ele ope 0 govern despaio de um 6 homer ‘oranshia), a onpaizags Tania. 2 organizagsointeiramente die- reate da pos 15, Em Atenas, podemos ver © pata de tans ws Kgslagio de ‘Sélon. Corretamente, Coulanges vo a ei atnienve que trmau dover f= lat sete or pus & rows por So poder pero It PB. IS- To), Contudo.v poder pcr 30 era limtado quan enravn em con to com os inierenses da cidade. munca em teneiio do membro da ie tia come indviduo. Assim, a pratca de vender cranas © emer ae ‘nto mais pronucia n Gri tsi ue ma Roma stig ‘ras fol imeamente esquceia-O que pets qe le vane 5 vidas privain ds sot idaos ts fer ser como agro on mies qe ceceva cal propisdade nao Yoo espe pea ro ede prved mon esha na fi i, Ser dono desu cana, 9 home mio podia papa ds eyes ‘do mundo porque ao tnha nls lugar algum gue Ihe petencesse.= ‘A mesmo Plato, cas planos plicesprevitum a abot da Prooredaic pia « 9 expunci ds esfrapuiica ao pont de nur completamente ido priv, sids fev com grande Teverecia de Zeus Herkis, oprotetor ds fontas camava {eaivinos os os Imes entre 0 estado. sem nso ver a ‘ver conrad (© ae dstnguia estera far era que nla os homens ve viam juntos por seem so compelnon pr sas acess ¢ arenes, orga compulsive eras prope vida os peas. 03 ‘eases lar eam, segundo Part, vos dees qe os fc ‘iver elimentar a nosso conpoe™ 4 vi, pas san mamuensso ifs pequenos foi exercida duane toda a aniuidde (eine RH. Barfow, Sucery inthe Roman Empire (198), pas Otros dies 8 Patra perestan se haviam tomado obsolete: as 9 ret de anja Fat protido no ano 37 de mss ra. Quanco a esa dingo, € meressane notar gue havin cides aregas onde os cdadinseram obrigados por lea uividi ene mwas co- Theta consumies em comum, embors clam dees tvese Doo predade abscuta © mconeste do Seu pedayo de terta. Vease Coola ESS lop. cite.) para quem esta lel era una singular corral ‘mas no stata de contadiio, pore. no conceta dos ago ot ‘ois tipos de propriedadeeram completamente dfecenes 1, Vejase Les 82 18. Em Coulanes. op cit. p.9: a referencia x Parco € de Ques tomes Romanae Sts Paces etanhs de Caulanges. com nS Sle ‘Se uilalral sobre 25 deiades a repo dos monos na velo Bega ‘omana, (enka desado pasar desperebido fat de ue ees detses ino eram meros deses os morose w culo Ro era um mero culo de ‘morte e sim due essa amiga veigiotertena Serv side € mee ‘mo dois aspettos de esi process) Avda surge da term caer oma, 0 nassimento e'a morte so apenas dois esagios Alerentes da ‘mesma vida Rologica be = qual os deuresseberingos tim inf 3” individual e sobrevivéncia como vida da espécie, requer a compa ‘hia de outros, O Tato de que a manutengao individual fosse a tare- fa-do homem e a sobrevivensia da especie fsse a tarefa da mu Ther era tido como Gbvio; e ambas estas fungdes natura, o labor ‘do homem no suprimento de alimentos eo labor da mulher no pat to, eram sujeltas & mesa preméneia da vid. Portanto, a comuni- ddade natural dolar decoria da nocessidade: eras necessilade que Teinava sobre todas ae atividades exereias no lr "A esfera da pois, ao contri, era 4 esfera da liberdade, ¢ se hhavia uma relagao ene essas dias esferas era que a vitéra sobre as necessidades da vida em Fania constiuie @ condicio natural pperna liberdade na pols. A politica ndo podia, em cireunstncia a: ‘Zuma, ser apenas um meio de proteger a Sociedade — uma socieda- ‘de de figis, como na Idade Média, ov uma sociedade de propreti- Fins, como em Lecke, oU Uma sociedade inexoravelmente empe- ‘hada num processo de aquisico, como em Hobbes, ou uma 30- tiedade de produtores, como” em Marx, ov uma sociedade de erm Dregidos, como em nossa propia sociedade, ou uma sociedade de ‘perros, come nos paises socialistas e comunistas. Em todos es: tes casos, € liberdade (em alguns casos, a pseiloliberdade) da Sociedade que requere jutifica @limitagso de avtoridade politica. ‘Riberdade stirs na esfora do social, e 3 forgae a vilénciator- ‘nam-se monopalio do governo. 'O que todos 08 figsofos gros tinham como ces. por mais ‘que se opusessem a vida na poli é qe a Uberdade situase excto- Sivamente na esfera politica que a necessidade ¢ primondiaimente tum fendmeno pré-plitico, caracteristico da organizasio do lar i> ‘ado: que aforga ea violencia so jstificadas nesta tima esfera por serem of tnicos meios de vencer a necessidade — por exer Plo, subjugando escraves — e aleangar a iberdade. Uma vez que todos os seres homanos sio sueitos a necessidade, tem o direto ‘de empregara violencia contra 0: utres; a violencia ¢ o ato pre- politico de Ibertarse da necessidade da vida para conquisiar a tr berdade no mundo, Esiaiberdade € a condiyso essencal dagulo {que os gregos chamavam de eudaimonia,swentura- — estado obje- tive depemente, em primeira logar, da riqueza e de sade. Ser po- ‘bre ou ter ma sade significnva eat sujeito a necessidade sia, serum ercravo signfcav estar sujet, também, A violencia pat ‘cada pelo homer. Ests dupla sinflicidade» da escravidio inti- famente independente do bemesiar real @ subetivo do escravo ‘Assim, um homem livre e pale preferia a inseguranga de um mer- 0 ccado de trabalho que mudasse diatamente a um trabalho regular € garantido; este diltino, por he restringr a Ubecdade de fazer 0 que ‘esejase a cada dia, ji era considerado servidio (doulea), € ae ‘mesmo o trabalho ado e penoso era preferve vida trangia de ‘que gozavam muitos escravos domesticos.” [No entanto, o poder pré-poitico com o qual o chef da fara Feinava sobre a familia seus escravos, e que er tido como neces [porgue © harem & um animal «social antes de set animal politico». nada tema ver com 0 caético estado naturals de ej Violneia, segundo o pensamento politico do sécule dezessete, Os hhomens 36 poderiam escapar se estabelecessem um governo gues através do monopslio do poder e da violencia, aboliste & guerra de todos contra todos» por -atemerizara todos" Plo contri, {edo 0 conceto de dominio e de submissio, de gaverno de poder ‘no sentido em que o concebemos, hem como a andem regularsent dda que 0s acompanha. eram tidos como pre-politicos, perencentes ‘esferaprivada, ¢ nio esfera publica, ‘A ols diferenciava-se da familia pelo fato de somente conhe cer siguais-, ao passo que a familia era centro da mas severa de- ‘Sigualdade, Ser tive signiicava a0 mesmo tempo no estar suet as necessiades da vida nem ao comando de outro « também no ‘comandar. Nao signficava dominio, como tambem ni sigiicavs submissio Assim, dentro da esfera da familia. berdade nio 1S, A discusio entre Socrates © Euler ox Memorabilia (48) de enofone ¢ bem interessante: Cuter frgado pols secre te bth com o sea coro. e esta segura deni pate spore ese ip de ‘ide durante muito tempo ede que ter. oma vei indigene Ainda as Sim. acha gue execu ahalhosrdve & mer dve Mendig. Ao 24 Sserates propte que cle procure sigue nque cig em melhores Somat epee de ain Ean aoe oe fin a seridio lvl 20. Referimones equi a Hobbes. Levan, Pane 1 cap, 13. 21. A mais famosa € mais bla reletncia 3 exe ssn € a discus so das diferentes formas de govern tm Heo (i 88m sal ‘tapes. defensar da ualdae green somone) elas a “querer soverar em ser gover. Naw c no mesa suo us Aries {i gve aida do homem vee mchor cue do Spor meando som 5 mr ature eo ipa fee oles FED Se fando Cowlange, ai sn plat cepa ans ave esprit tipo de govereo de um homem sobre ge ous, fose es Puc a ini. pois ocefe da fain, se dominant, er considera ivreina medida em que tas fcidade de dear oar emg fe esfern poi, Onde tod eneniguin vetdade qe ext {Bunldade fa eserapolica moto posco tom em somum «om © fosso conceio de tguldade, signe iver ene parse fia Somente com els, pressupunta existe de desu: € es iene fat cram sempre mui da pops wa ide ste {2 iguaads, porto, lange de sr rconada com ast ome nos tempos modemos, cfs & propa estnci da hberdade Sertoe sigacae or remo Seid presente wo sto Somandar. mover-se nua esfera onde ni exisiam govern nem seven Conti, termina aqui a possibidade de descrever, em texmoy perfeiamentedeindos, yrofunda dietenga ene o= ‘Smeets moderne eanngo de poles No mundo oder. 3 € {ins cae plta fee muito menos ene i. O fat de qe 8 police € apenas uma fingao da soctedae — e que pio ci Enso eo pense so, fndamentamene supereUra todas no inferessesoval~ nao fo descr por Kal Mars pelo ona, fo ama das premises suomatian gu Mar reccbeu Sem aneur, dos economists poiicos dae moderna, Est fur fonalzago toma impossvel perceber qualquer grande abismo o> tem ns rs se tated a ea de eno Se ecg piss com a ascends sociedad, 6a eeva50 Gist domestco olin ou dos atvdades econbnas 20 rel piblce,«admnisraga domestica etdas as quests antes pert ems h estera privada da fami ransformaram-se em ineresse Soltivor:* No mundo modern a dos esfrasconstantemente Tronten,eferiom-se originsiamente 4 reages familiares © era names ‘be 0s escavos davar seus senhores (op it p89 H. 28), 2, A proprio variate era cenammenteexapera no relto de XE ofan sobre Esper. ode. ent quatro mil pesoes ta pasa pubes, ‘bo havin mais que essen clades, fete 39, 23, Vejse Mya up cit: “A pogo se qu socked, como um ‘ete de fami, scminisia 4 ana cn favor dos Sens membros. «pre fondarentesragada a terminoogs economica. Em amo. pale ig Vasuirufoeresugere = que exe um sito colevo a ‘ole econdmiea com um fim comum e salar comors. Em ings ‘ery of weak 0 theory of welfare” expe Wests Semel ‘ecaem uma sobre a outra, como ondas no perene Mui do priprio. processo da vid. © desuparecimemto do abismo que os antigos tnham que ‘anspor disramentea fim de tanscender a estreita esfera da fe: mila © wascender> i esiera politica ¢ fendmeno essencilmente mo- demo. Esse abisoo entre © privado e'o pullico ainda existia de ceria forma na Wdade Media, embora houvesse perdido muito da sitaimportincia e mudado inteiramente de localieagio, 3a se disse ‘com acerTo que. ap6s a queda do lmpério Romano, fla grea Ca {olica que ofereceu a0 homem um substitu. pars a cidadania antes foutorgada exclsivamente pelo govemo manicipal" A tensio me deval entte a treva da vida dia © grandioso esplendor de tudo ‘© que era sagrado, com a concomitant elevagao do secular para o plano religiso, corresponde em muitos aspects a ascensio do pi ‘vado ao plano piblico da antiguidade. E claro que a diferensa € ‘muito marcante: pois, por mais «mundana- que se tomasse a lgre= {H, 0 que mantinba corsa a comunidade de crenes era essential ‘mente uma preocupagao extraterrena, Somente com alguna dice dade ¢ possive equacionaro pubico com o religioso: mis a esfera ‘secular eb o Feudalism era, de flo, em sua mtereza aguiloque a sfera publics havia sido a antguidade. Sua principal caracteristic 2 foi absorgéo de todas as atvidades para esfera do lr fond limportincia dessasatividades era apenas priv), consequcntc- ‘mente, pedpria exstencia de wma eters publica” sito a soo Solas go ragan ones ts science? Em pie logs, apa ov sugee tim analog ene» cade © ndtv que gone tsa fast ob 1% ua fan Ada Ss hanes Mil Sesepeveram ean ical, An ca de 8 Mi tam» ma ce tenn da difrenga ene 3 economia plea tn © wei pase. S64 mers destague a eon anon p0) 0 fo de So War a anaogi pode averse ao fo de ‘he Tana otras comple ss BMRB, Bartow, The Rony (1953), 194, 25. As caracterticus que E. Levasseur (iii dev cases ve Lene et de Fonds eh Brace aunt 1749 (90) ba ong {2 eal do trabsiho aplcamse ss, comundades fda om. um {ino: “Chacun vvat cher net swat de itimtme. fe noble Se eet ‘eure, Je vilin sur Sa cute, le citain dans so viles (p29), * E tipico desta evolugio da esfera privads — ¢, por sins da ferenca entre o antigo chefe de familia eo senhor feudal — que es {e alimo pudesse sdministrarjustica dentro dos limites do seu do- ‘minio, 20 passo que © antigo ehele de familia, embora pudesse {exercer um dominio mais ameno ou mais sever, no conbecia leis nem justiga fora da esfara public A translerénca 6 todas a at- vidades humanas para a esferaprivada e 0 ajustamento de 10638, a relagdes humanas segundo o molde familar teve profundas re- ercussbes nas organizagses profissionas especficumente medie~ ‘ais nas propras ckades — nes culls. ewnfcres e emp — € até mesmo nas primeiras companhias comercinis, nas qs = la ‘comum original parecia estar implicito na propa pulanta "compa mia’ (companis) .. (e) em expresses como "aqueles que comem ‘do mesmo ao", chomens que compartiham do mesm> pa ¢ 40 mesmo vinho'.* 0 conceito medieval de «bem comm lange Je indicar a existéneia de uma esfera politica, reconhecia apenas aie ‘08 individuosprivados tam imeresses mates eespirituais em co- ‘mum, es6 podem conservar sua privatividadee cuidar de seus pro ios negévios quando um dels Se encartega de 2elar por esses teresses comuns. O-que distingue ds realidade moderna esta attu: de essencialmente crists em relago & politica nio ¢ tanto 0 reco- ‘ahecimento de um sbem comum quanto a exclusividade da esfera privada e a auséncia daquela esfera curiosamente hibra que cha 26.0 Watamenty inparcal dor excravon. ave Pht resomend nas {is C7), poaco tem aver com a jaa. ena © cecomendade por ma ‘aestio de soosideragso com Os (esravonh ay tas por om Goce tho de espeito por nds mesnoss. Quanto coenstecia de das lei 2 Tet pica 6a juin € a fer domestics de Sominn. terse Wallon. TL, 200: aLa oh, pendant bien ongtemps. cons». s abstenal de pe éver ins la fmiler ou elle econmusat Fempare Vane ute Tor A Juris antiga. epecialnente a rtm clates 4 aoanton dome re, tataemto de esravos,rlagSe faire, ee. desimavise ex Sencinlmenteresisingi 0 poder do cele de fami gue. 0 mam. er imide: era Impensavel que podesse Raver un norma de stig Sem tne da sociedad ineiramente aprveday dos repo ero" qe. BOE ‘Stine, se sve Fors co imho ds el eset ao Jomo os fespestivostenhores, Somenteo senhor dos ecravon. nai em Que ‘ra tm um cdadio, cava sajeto a8 ony das Ue, Sez or ‘uta, em bencicio da cide, cercenva os nem podees fia, 27. WA. Athley. op. cit. pals “ ramos de ssociedade>, ma qual os intereses privades assume Iimportinca publica ‘Nao € surpreendene, portanto, que o pensamento medieval, preocupado exchsivamente com 0 secular teaha permanecids fenorante do abismo entre vida renguurdad dolar e'8 piesa ‘ulnerabiidade da vida na polis, comeqientement, da vite 4a coragem como wma das altudespolicas mais elementares. ‘ave continua a ser surpreendente & que 0 nico twontapoltico pot-larsco— que, sum extraondiineexforg derstarar a is digridade da politic, perceben o amo e compreendes até ‘ert pono a coragem necessri para transpéo — tenha sido Mi> fquiavel, que o desereveu na evologao «do Condotiere de uma po Sigao hamiide para un alto posto, da peivatvkade pra oping ado, isto ¢ das creunstineas comune &‘odos Os homens para a Bova resplandecente das grandes realizagées * ‘Denar s fai, orignalmente pars abragaralguma empresa aventureiraeglorosa e mais ade sinplesmente para dedicat a v= ‘da aos negocios da cidade, exigiacorager, pos Fa 50 M0 lr gue 0 hhomem se empennava tascamente em defender ava 2 sobre vencia. Quem quer que ingressasse na esfera poliica devera, em Drimeiro har. estar Uaposto a asc a propria vila 0 exces setvlismo.® A coragem, poranto, tomou-se a virtude politica por 7A. Ea -ascensio~ de ma eer sap mas bai para ra us ata Z ums tm eecrrene mm Magoniel (ess opel 10 Prowie, cap. acerca de Wieso de Sitacosa. © cap. Tr € Dine Tivo Th cap 9.34 tempo de Soon, x excravida er consleradaplor que smorice (Rober Sebhuler sarcek Thongs of Savery Tom Memes te [ristates, Harvard Studs lesa Phase 930, XLVI). Des {e enti, pilopehia too amor a viache 4 covaria pasatam @ 36 denificudas com a servile Astin. Patio aredtavs ter demonstra {Goa serve natura dos eseravon peo fato de eles nao trem pref ‘ilo movte 4 exerts (Republics MBA). A renponta de Sen ‘guinan dor escravortalvez ainda conten wm reflex tad des at {ides Com 3 Iiberdade to 30 aleance de nssas mos. extend fgvem que sef eserva? (Ep. 77. Ia) 0 mevmo ne pode ster de =a frase ties riomh rus ssl, srttes eat csem a onde ie Be bbe somo morrer,a vids & screson (7 13) Para qe se compreenda {itu dor antgos em tlagag b esrividi, comvem lambrer qe a ‘muleia dos e\crav cram inimigos derrondon © ie eralment 3 ma 45 cexceléncia, © sé aqueles que a possuiam podiam ser admitidos 3 fima assoeiagdo dotada de conteddo fnaidade politicos € que por isso mesmo transcend 9 mero companheinsmo imposto a todos —cecravos, brbaros e greg0s — pelas exigncias da via." A vida “boas, como Arstoteles qualficava a vids do csdado, era, porta {o; no apenas melhor, mas livre de cuidados ou mais nobre que & vida ordinira, mas possuia qualdade intetramente diferente. Era ‘boas exatamente porgue, tendo dominado as necessidades do mero viver, tendo-selibertade do labor e Jo trabalho, © tendo st perado 0 anseo into de sobrevivéneia comum a todas as ciaturas Vivas, deinava de ser limitada so processo biolgico da vide Na rai da consciéncia politica prega encontramos oma clareza ‘¢ uma clogineia sem-par na definigio dessa diferensa. Nechuma Stividade que serve & mera finaldade de garantr 0 sustento do individuo, de somente alimentar 0 processo vial. era digna de ‘adentrar a esfera politica — e isto ao grave risco de abandonarem- ‘Se 0 comércio e.a manufatura ao engeaho de eseravos e de estran- feiros, de sorte que Atenas se transformou realmente na «pensio- hnopolis~ com un -proletarado de consumidores» que Max Weber te vividamente desereveu.” O vendadeiro carer desse polis € ‘Peqoema percentagem ers consiida de ecrivos ealos. E enguato nas Reptcns Romanse os escnvon tae, de moo gel, azhos Ge for dias fonteas Jo donuni romana. ow ecravos argos ram geraimene ‘dz mex naconasiade que o» seus Senores: vam demoastado st Intwreta sero por ao trem come Siac e Como 8 coragem ef 8 Tine pies ur vellonss avi demonsiade com so Sm indi tidade Sasurl sun lncapacdade de setem clos, A alti em (6 Tagio aor eserves mudou no impeio Romano, mio sb devigo dae {ado estorikme, mas porque ua Propergio ‘uit maior da popu a0 ‘sorava erm excrva de naeimento Mas meso em Kora, Vigo con Shdorova gue labs ers tmimamenterelscenado coe! more ingle 20, 0 fato de que 4 coragem diferencia o homer live do essravo parece ter silo tema dem poema de autora do poeta cretense He Bras Minha riqueza £2 linge e's espada eo Beto escedo. Mas lavles que nip Susan valerse ds liga € da espadae do belo escado {Gor protcpe 0 corpo, posram te de joror, ssombrdos ¢ me hana Be Sinhor'& Grande Reis (oaado por Faia Meyer. Die Sacer im ‘itera 0898). B22), SI, Max Weber, vida na pois. —6— A Promogao do Social pessagem da sociedade — a ascensio da adminisragio casei ‘a, de suas atividades, seus problemas e recursos organiza cionais — do sombrio interior do lar param hz da esfera publica ndo apenas dik a antiga divisio entre o privado e o politico, mas ‘ambem alterouo significado des dois tems e a sua importincia ppara'a vida do individuoe do cidadio, 20 ponto de vornivios quase Frreconhecives. Hoje, nto apenas no concordariamos com os a [Bos que uma vide vivida na prvatividade do que & propio so indivi ‘duo {idion), & parte do mando comum, & sidiota~ por defnisi, ‘mas tampouico concordariames com os romanes. pra oF qUais

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