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O TREINO COGNITIVO DE CONTROLE DA ‘all mM A A Te ca 0 PASSO A PASSO DO TRATAMENTO cD a oe Marilda Emmanuel Novaes Lipp eee eSBs ELM VEL Pei @ cognitiva O TREINO COGNITIVO DE CONTROLE DA ill, tal ell ‘gay qf ‘ju — 0 PASSO A PASSO DO TRATAMENTO Marilda Emmanuel Novaes Lipp Lucia Emmanoel Novaes Malagris @e editora cognitiva Rio de Janeiro, 2010 © Editora Cognitive Lida, Edfitora Cognitiva Lida. Rua Visconde de Piraja 547 sala 608, Ipanema Rio de Janeiro, R) - CEP 22410-900-- Brasil Telefax: +55 21 3298-9850 e-mail: infoSeditaracognitiva.cam.br bnpclAvwa.editeracognitiva.com.br Tados-os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra podera ser reproduzida Ou transmitida por qualquer forma e/ow quaisquer meios (eletrénica ou mecdnico, incluinde fotocépia & gravagdo) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem permisséo escrita da Editoea, Coordenacao Editorial: Wilma Ferraz Capa e projeto grafico: Roberta Rangé ‘Copidesque: Débora de Castro Barros Impressdo: Samppa CIP-BRASIL, CATALOGAGAO-NA-FONTE SINDRCATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, Ry (un |) Lipp, Iris Emaanoet Howes 0 treino ide controle da waa £6 paseo & pani da tratamento F Maris Nevttes Lipps Lucid Emmancel Hewses Malagris, «1, rolnp.« Rio de Janeiro : Cag 140 Areas tnalu bibliogeafia TEN D7885-61916-05-6 1 ra. 2 ra Toaenento, 3. ferapta cognitive, 4, Terapia de compartamente. |. Malogrls, bucia Ememaroet Nowaes Il Tithe 1-329). Cop: B16 89142 CDU:616.89-008.444,7 Sumario Prefacio Introdugao SS: Capitulo 1. Terapia Cognitivo-Comportamental: base tedrica € pratica para o tratamento da raiva disfuncional Capitulo 2. 4 Raiva: seu percurso psicofisioldgico Capitulo 3. A Ontogénese da Raiva: contribuigdes genéticas & psicossaciais Capitulo 4. Consequéncias da Raiva Excessiva para o Ser Humane — Capitulo 5. O Treino Cognitive de Controle da Raiva (TCCR) “Capitulo 6. A Utilizagao do TCCR - Capitulo 7. O Tratamente da Raiva por Meio do Treino Cognitive de Controle da Raiva Referéncias Bibliograficas Anexo A. Apostila para o Participante - Como Lidar com a Raiva — Anexo B. As Técnicas Usadas no Treino Cognitive de Controle da Raa —____ 14 33 46 58 72 30 100 123 132 137 Prefacio A prépria historia da terapia cognitiva se confunde com Beck, o criador do que & hoje nigo de 2008 (Beck, 2008), descreve come comegaram suas pesqui- sas pura validar empiricamente a hipétese psicanalit a melancolia que resultaram no desenvolvimenta do mode! cognitive da depressio, que serviu de base para aplicagaa a ‘arios problemas emocionais, inchisive a raiva: » Aaron conhecida como tal, em seu tudos sobre a raiva, Para se ter uma idei sobre Fiquet particul Este disuitthio pareci mente intrigaco com o paradoxo da depressin, violar os preceitos hé muivo estahelecidos stin~ jo de autopreservagio, o © © principio do prazer. Todos da matureza humin mua to contmnvaumese arreficidos ou estes desejos revertidos. Mesmo fungies, bioldgicas vi dormir, fie , come comer ou enuadas. Na épeca, a pr 1 nogdo de hostilidade retrofletida. Esta pa- recia uma explica odvel ¢ Logica quando tradwéida pars ssidlacle de sofrer. A mecessidade de pu «4 perda do prazer, a perda da libido, a auioct suicidas, ¢ seria ativada pela culpa, Ful umpo estave comple= a hipiitese testavel. “profindy": os cipal teoria causal dit depressia e' fom ai mesmo uma ne explic as idea atraide pal 1 clinica da depressio porque ¢ além disso, eu tinka un Devidi oa por uma incursio no nivel mai cntes deprimidos, Esperava encontrar sinais de epritniddos sonhos des pa ida do que no dos demonstravam m sonhos dos pacientes deprimidos co derrota oe abandone, ¢ o sonhader era como incapacitado ou doente, Inicialmente, adotei a ich vos da contedide 0 no conteido onirioo dox tides, mas na verdad cles nos hostilidade, Observei, entretamte, que os tinham temas de perda maior host jentes-d presemiado a de que as temas neg © Treine Cognitive de Controle da Rama ~ 0 passe a pasio da tratamenso: neeessidade de punir a si mesmo (ou %m abandonei esta nego, Quando eram in hos tes ficavam mais deprimide Im experimentos, eles reagiam positiv 280 ¢ 20 reforge positive, em contraste com aso UiSMO”, que Previn o conte iclos a eNpress nos, Além disso, de sai se de observagées noxlelo cognitive di mente, Peroebi que a ec das cognigdes conscientes de ram a fornecer doris: ajud bose depressio que surgi subsequente- teil anitice passuin paciente tives © memories megativas — 1 ado © dramd SUA mv ann formate arias As cognigdes depressivas continham Lerpretagies (ou cquivocos de . O biter Imente confirmou o foi o resultado dé nossa pesquisa, que erras ou distorg pretagies) das novo modelo (pa iostrava, que, aq periénet: inelo os p suas distorgdca de i a Oe erpretagin, sua depressio comegava ase 12 sessdes ~ entrava em remissio. abrandar ¢ =e Como se pode ver, desde © principio sentimentos de raiva hostilidacle cstarium presentes no inicio dessas investigagoes, O fate de niio ter sido desenvolyido um modelo para a raiva teve a ver mais com limitagdes do modelo pica ilitico © com os inte: resses do autor na €poca do que com o desenvolvimento do mo- delo cognitivo. Este concebe claramente que o made como uma pessoa interpreta um acontecimento se relaciona ¢ tamente com-os sentimentos que ela experiment, Imagine a leitar que duas pessoas esto em um mesmo clevador e suponha que ele pare entre os andar ea primeira pensar “Droga, vou chegar atrasado ao dent: € a segunda pensar “Nao vou conscguir focada”, os sentinne respi diferentes: uma ar direito, vou ficar s wos delas sc oO sentir irritagdo ¢ a outra v ntir medo, sénicia do modelo cogs N tarde, Beck publicou um livre intitulado Prisoners of hate: the eagnitice basis of anger, hustility, and violence, no qual discute plicagao do modelo cognitive ao ddio ¢€ lade ¢ a violés agora, todos os demais, desde membros de gangues a lideres mune wm meio de decrescer a hos: que enfatiza reaprendizagem. No trabalho psicoterapéutico com scus pacientes, cle observa um pal desereve como “cnquacramento host raiva, 4 hesti- , defendenda a ideia de que pacientes ©, ais, ewer exary Imente como ar suas cognig6es raciona dade, com base em scu modelo 1 de pensamentes , to é, a pessoa qi esti em conilito com outra percebe que esta & perigosa ¢ ma, sendo ela mesma boa ¢ correta, Esse modo de pensar tranca a pessoa em uma “priste de ddio”, na qual uma & usaca inapropriadamente come a pessoa real, F distongio cognitiva de um “pensamento prin pois ela ocorre no mais prit informagées ¢ também no estagio de desenvolvimento pri a imagem ¢ ¢ qualifica casa (ou primitivo), itive estagio do processamento de tive das criangas. Quando o pensam jos como maus, sub-humanos, criaturas que mereeem 0 primal classifica ox adver » moral contra martes {i ser punidas, odd ‘a enfracjueciclo, Beck tenta demonstrar que esses erros cognitivos conduziram camento de mulheres, 20 estupro grupal, a julgamentos como o das Bruxas de Sale a espe ao Holecausto © aos genocidios ide Soviética. Trazendo m iis faverecer clade wn bana, os conflites de terras, as lutas entre torcedores, os abusos fisicas ete. Beck de dhe, en ante, que os humanes tém uma sobre- O Teino Cegnitiva de Controle da Raiva = 0 passe a passe do tratamente: Em uum outro ponto de vista, a maioria dos terapeutas tem pouca experiéncia com os problemas que seus pacientes trazem © que eles tratam: podem nao ter problemas alirnentares, podem nao ter fobias ou obsessées, nie terem ficado enearcerados ou ter tratado de prisioneitos com problemas decorrentes dessa condigiio de enclausuramento, podem ter uma vida conjugal plenamente satisfatoria, mas tratam ce todas esses problemas, incluinde casais peta nunca A TCACAO Muto Comum, idades, com os mais di- orientais, haja vista a minalidade em muitos dos paises, os ataques tern las © as guerras que pipocam cm varias regides clo globo, Um dos desafios mais importantes para um terapeuta lidar é iente com raiva do terapeuta provoca nele muita frustragio ¢ sentimentas de ressentimento ¢ desesperanca, o que dificulta ainda mais o tratamento desses it tiva de seus pacientes, Um p rapeuta esteja preparado para trabalbar esses “sentimentos contratransferenciais”, para pode rento ce scus pacientes. ste livre, O treino cognitive de controfe da rain — 0 passa @ fracso de tratamento, Marilda Lipp ¢ Lucia Novaes, duas especiali em manejo de stress, nos brindam com uma obra de que na qual deserevem as diferentes manifestagées da raiva nos in- dividuos ¢ nos ajudams a ficar mais preparados para lidar com esse problema em nossa yida particular ow no trabalhe profis. sional, como psicélogos ¢ terapeutas. No primeiro capitulo, apresentam a base teérica ¢ pra- de tratamento cognitive-comportamental, revelando um pouco da histéria do desenvolvimento dos modelos compor- Prefacio tamentais ¢ cognitivas ¢ muitas das tenicas que sie mais adas nas intervengdes da Terapia Cognitive. quenbermente Comportamental (TCC No capitulo seguinte, cxaminam o percurse psicolisioligico nto, bem como as ros mec nogécs de estado ¢ trago, para mos neuropsicofisiolégicos nele cnvolviclos, incluinda o papel dos circuitos do cortex orbitofrontal ¢ das amigdalas para a produgio da raiva ea sua meuroquimica, Yo terecira capitulo, descrevem a ontogénese da 1 incluindo os aspectos genéticos © psi a) nerttine berstes munture, 1stO- apresent ssociais, ¢ € discutida a influé 8 Beneticas ou que: nbientais no desenvolvimento da raiva, bem como os efeitos mo daqueles que o que esse sentimento provoca no orgs ale. mentam com regul pitulo, sao discutidas algumas das consequén- ssiva para @ ser humane a partir de amalises exe area de seus efeitos na vida social, familiar, ocupacional, na ada satide, pitulo 5 apresenta o Treino Cognitive de Controle senvalvide por Lipp cam o apoio do ntade pelas autoras come ui método psi- CNPq ¢ cocducacional que deu origem a uma cartilha que € dese: ui apres 1 seus fundamentos ¢ processas, agin do TCCR e s quatro com detalhe ‘© capitulo seguint insergdes, como no mportamento Tipo Ae raivosas, as contribuigées do stress ¢ de suas rio de ic nia! tipos de pessoa quatro fases para a raiva, uma deserigio do. Inve Sintomas de Stress para Adultos (ISSL), de Lipp, um ex das cistongdes cognitivas mais comuns co papel de crengas irracionais na produgio da raiva. ‘O.Theing Cognitive de Continie da Raiva — 0 pesto a piso do trataenenio Finalmente, 6 Capitulo 7 apresenta o tratamenta da va por meio do Treino Cogr controle present uma descric! fixe de oito sess6es individuais ou em grupo, uma série de lécnicas para apresentaga vo de Ele do TCCR por meio de um ndmero iar um adequado manejo resumida € tamento da raiva, Editora Gognitiva se ori livros que auxiliem os profissional a 1cuma oentren- tética clos || passos pa Com pari a mello: a publicagio de 1 qualidade de ende plenamente a essa meta. scus atendimentos, este livro. E um liveo ao mesmo tempo didatico ¢ claborada, ciemtifica- mente fundamentade ¢ ceria ivo, que reafirma mais uma vez a enorme competéncia de suas autoras. Rio de Janeiro, 5 de agosto de 2010, Bernard Rangé 12 Introdugao A raiva sempre existiu, ¢ quundo ela foge do control gran- des tragédias podem ocorrer, tarite em nivel fumiliar, em que agressées causam danas q st scmpre irreparaveis, quanto no se refere a atos violentos no trinsito, 10 Ambito das empre- qu sas, nas cscolas ¢, mais ainda, no Ambito macro da seciedade no gen certamente tem aspectos positives, como a sua fungio ica de energizar ¢ preparar 6 organismo para a agao de dex a constanies situs + diana rel: a. No entanto, a mid Koes nas quais a raiva chegou ao ponto de explosiio, com consequéncias desastrosas, EF importante no mundo agressive, e até violento, ¢ que o profissional da drea da saide mental, prin- em que se v cipalmente © psicéloge clinico, tenha 20 seu dispor instrumentos ¢ técnicas que o capacitem para atwar na prevengio ¢ no trata- mento de pessoas que tém dificuldades no manejo da raiva, Este livro apresenta um tratamento, produto de 10 anos. ‘Ue pesquisas, que foi desenvolvido no Laboratério de Estudos Psicofisinlégicos de Sires, da PUC-Campinas, com financia- mente do CNPq: Bolsa de Produtividade do GNPq, Processo 303210/2008-7, Tratasse de um método clinico de cficacia comprovada para tratamento de varios grupos de pacientes com problema de raiva. O treino aqui exposto contém béc+ nicas ¢ yivéneias, além das explicagdes tedricas de orientagio cognitivo-comportamental que nortearam sta elaboragio. sionais que desejam enten- Mm s¢ cap: Ele se destina a todos os pro der a raiva © que que tar para o desafio do sew tratamento ¢ sua prevengado, Mariida Emmanuel Novaes Lipp 13 Capitulo | Terapia Cognitivo-Comportamenta base tedrica e pratica para o tratamento da raiva disfuncional A raiva faz parte do arcabougo de sentimentos ser humano, mostrando-se muito itil para sua sobreviy No entanto, ela pode se tornar desadaptativa dependendo do grau ¢ do que a pessoa faz em decorréncia de experimenticla, Quando a raiva trax prejuizos para o individuo, tanto na drea social, profissional ou da satide, é necessirin que cs jas ce control: da raiva sejam acl idas ¢ utilizadas, A ma Cognitiva-Comportamental (TCC) oferece possibili- dade de compreensio do mecanismo da raiva, assim como in Tera; lervengdes que podem contrtbuir para que cla née seja usada de modo destrutivo, tanto para o proprio individué como para ® incio ambiente, Para uma melhor compreensao de como a TCC pode cokuborar no tratamento da raiva de pati lornasse necessana uma breve apresentacao da TCC ¢ de sua forma de intervengio psicotcrapica de um made geral. ACTCG ¢ econsiderada por muitos profissionais de sauce como bastante eficaz para uma diversidade de transtornos ment tem havide uma preocupagao quanto ao desenvelvimento de programas estruturados de intervengae em face de transtornas concretos, como enfatiza Caballo (2005), A proposta clo desen- volvimento ce um treing cognitive de controle da raiva se enca xa nessa tendéncla, ja que a raiva exeessiva pode estar presente em uma wariedade de transtornos psicoligicos ¢ fisicos. Terapia Cognitive-Compontamental: base tedrica ¢ pritica para a tratamento ta raiva desfuncional torna-se fundamental esclarecer que a “T'CC Inicialment é uma abordagem que vindos do comportamentalismo ¢ da terapia cognitiva. Como: cnfatiza Beck, no prefacia do livro intitulade Terapin cognition da depressito (Beck, Rush, Shaw & Emery, 1997, pp. ix): inte; fa Conceitos ¢ procedimentos pro- in comperuumental concribuiu subst cialmente para o desenvolvimento da terapia cognitive. Q co portuumentaliame metodaligicn, com sua énfise sobre especificar tas distintas, delinear procedimentos concectos instrumentals para atingir O movimenta da tera weak mnciax ¢ oferecer retorny din i cinco Fatares. qui contribuiram para o desenvolvimento da Terapia Cognitivos m modelos anteriores de demanda da inclu- ommilivos mo. tra » de alguns proble« de pesqu sicas sobre mediagia iva, o desenvolvimento ¢ a identificagao de diversos te: se identificavam como de orientag ¢, finalmente, a publicagdo de estu- onsidcravam, os tratamentos cognitive- efetivos do que os unicamente nportamental: a insatishagao (comportame: fio ricos © lerapeutas qu cognitive: comportamen dos. de pesquisa que comportamenta compartamentais, De acorde com Dobson ¢ Dogois (2006), a TCC engloba uma § terapeuticas, ¢ todas compartilham a versidade de abordage ideia de que processes cognitivos podem ser mediadores pat mudanga cognitiva ¢ se embasam em ores premissas basicas (p. 17): 1) A cognigao afeta o comportamento. © Treino Cognitive de Controle da Raiva ~ 0 passo a passo do tratamento 2) A cognifio pode ser monitorada ¢ alterada, 3) A mudanca comportamental desejada pode ser efe meio da mudanga cognitiva. Dobson e Dozois (2006) ¢ Knapp ¢ Beck (2008) enfatizam tés tipos de terapias cognitivo-comportamentais: as que trabalham com habilidades de enfrentamento, as de resolucio de proble- mas e aquele grupo que trabalha com reestruturagio cognitiva. Antes de um maior aprofundamento nos aspectos praticos . torna-se importante um breve passcio histérico q possa mostrar como foi o seu surgimento, sem pretender dar conta de mencionar e detalhar todos os trabalhos desenvolvi- ivo do presen- depois che; 10 surgimento de um movimento integrador que gerou as terapias cogni o-comportamentai: No que se refere as influéncias comportamentalistas, como relata Hawton, Salkovskis, Kirk e Clark (1997), as bases em- piricas da abordagem cognitivo-comportamental remontam ao inicio do século XX, a partir do surgimento do evolucionis- mo de Darwin, que defendia a continuidade entre o homem e Essa visio contribuiu para a realizacdo de estudos com modelos animais, alguns objetivando a compreen« séo do desenvolvimento e psicopatologia humana. Dentre os estudos com animais merecem especial meng&o os realizados por Pavlov (final do século XIX ¢ inicio do século XX), que ¢laborou o conceito de condicionamento classico ou respon- dente a partir de experimentos com cdes; Watson, que fundou © behaviorismo em 1913, pautando-se nos estudos de Pavlov e tazendo a nogao de continuidade entre as espécies, por meio Terapia Cognitivo-Comportamental: base tedrica e prética para 0 tratamento da raiva disfunconal humanos utilizando Thorndike (final do feito”, que enfatizava da elaboragiio de experimentos com si os métodos usados na psicologia anima século XIX), que estabeleceu a “Lei do que as consequéncias das agées dos seres humanos é que so io dessa aco; Tolman, Guthrie, Hull, ida de pela teoria da responsaveis pela repe Spence, Miller, Dollard, Mowrer e Hebb (a partir da dé [ 080) ripobelaviaileaenquailoramn case endizagem, considerando a me Ave liag&o cognitiva como varid- ay vel presente no processo de aprendizagem; e Skinner (década de 1930), qu a Analise Experimental do Comportamento, que serviu de base adical, que considerava a existéncia do , por meio de experimentos com ratos, desenvolve para © behaviorismo, comportamento como reacio fisiolégica a um estimulo externo ¢ © comportamento em forma de agdo sobre o ambiente (Hawton, Salkovskis, Kirk & Clark, 1997; Rangé & Borba, 2008). A partir dos estudos citados, aplicagées clinicas foram sen- do desenvolvidas ao longo do tempo, como as de Watson, Rayner ¢ Jones, na década de 1920, com problemas de an- Low na mesma d: Wolpe, 0, que inicialmente trabalhou com gatos e¢, humanes, com ansiedade condicionada, “dessen- siedade; na década de 1950 mais tarde, com sere: propondo o conhec eo procedimento chamado d de 1960, entio, Aylloon neipios ada de sibilizagao sistematica”. Na décad rin trabalharam com p de Skinner sobre condicionamento operante. Na d 1970, a terapia comportamental teve seu pleno surg com aplicagées no tratamento de fobias, obsessdes, disfungdes sexuais ¢ aplicagdes do biofeedback para controle de respostas fisioldgicas (Hawton, Salkovskis, Kirk & Clark, 1997) tomo enfatiza Falcone (1993), no final da décaca de 1960 comecaram a surgir insatisfagdes quanto a aplicagao da terapia icéticos aplicando os p' mento, W ina Cognitive de Contoie da Rava ~ 0 passo a paso do watamenta comportamental, como concebida na época, para tratamentos como transiormmos de ansiedade ¢ depressio. ‘Val limite era sociado por alguns estudiosos, como Lazarus (1971), ao fato de a terapia comportamental mio considerar fatores cognitives, A propria historia, entdo, deixa claro que fatores cognitivos estavam sendo requeridos para entendimento ¢ tratamento de guns tipos de transtornos, ¢ estudos da época estavam relacio- nados a esse movimento. Foi quando emergiu 2 chamada “Re- volugae Cognitiva", embora, como enfatizam Knapp ¢ Beck (2008), os primeiros textos tenham surgido na década de 1970, explanagio historica sobre as i tas ma TGC, eabe aqui fazé-lo no que se re! i ivistas, Segunclo Beck ef al. (1997), as origens filoséficas da terapia cognitiva so bastar 4; fazende referencia a Zenao de Citium (século IV cero, Stneca, Epiteto e Marco Aur sofos enfatizavam a importineia das ideias do ser humane em face de suas emagées. Beck ef af, (1997) também prem a Adler, @ qual ja 3 ‘ada de 1930, que o individue é rminado pelo significace que atri- bu is experiénctas que vive. Cocreniemente com as afirma- qées de Adler, Lazarus (1971), mais tarde, atribuia os esforgos terapeulicos para a mudanga comportamental pr incipalmente A corregio de concepgées ctrdneas. Kelly, com sua tworia de constructo pessoal datada da década de 1950, também enfati- zawa que o modo como o individue interpreta os eventos tem relagio com estruturas pessoais existentes (constructos) © que seu Comportamento se jona a tais interpretagdcs (Beck at, 1997; Pervin & John, 2004), Albert Bandura (1969) foi um importante estudiose que influen fa“Revoluggo Cognitiva” no final dos anes 1960 ¢ inicio Terapia Cognitive-C omportamentat base tedrica t peitica para.e tatamento da-taive distuncional Ja conheecida “Teoria da dos anos 1970. Ele foi responsavel j que considerava fatores mediacion Aprendizagem entre os estimulos ambientais ¢ as respostas do incdividuo, Ban- dura enk a que nao hd uma influéncia somente instru- mental da consequéncia da resposta sobre o comportamento (Bandura, 1969; Falcone, 2005), tendo claborada © conceite de aprendizagem viciria, modelags ja, dent Bandura, merecem mengio os estudos’ de » © autoclicac outros. Além Meichenbaum, na mesma décadla, sobre treinamento autoins+ trucional, no qual mudangas comportamentais. poderiam ser obtidas por meio de mudangas em autoinstrucdes (Hawton, Salkovskis, Kirk & Clark, 1997; Pervin & John, 2004; Rangé & Borba, 2008). Especial at da de 1960, desenvolveu sua Psicate io deve ser dada , alterou sua forma de atuar S Peagdes Ellis, ortunde da psi ia de que hicamente, passanco a defender a id 4 as do individuo decorrem py que este tem do emociona evento, ¢ niio do evento em si, Ellis elaborou 12 erengas mais ‘ Mut s interpretagdes dos eventos por parte do individuo © ge nes emorionais desadaptativas (Ellis, 1962; Kerbauy, s desenvalveu o modela ABC, no qual a experién irr 1s por cle que cmbasariam comuns, cl consequén- juais (B) ¢ estas promove erengas indi 3s (C) qu logieas (Ellis, 1962; modelo de terapia d irracionais ¢ a promogao de desafio © debate com im de questionar as crengas ¢ alteri-las. Apesar de os estuclos de Ellis serem anteriores aos de Beck, etal, 1997), terem dado podem ser emocionais, comportamentais ¢ fisio- 3; Knapp & Beck, 2008), O ‘cago das erengas clicnte a Kartaky, lis envolve a ¢, segundo o proprio Beek (Bee 9 Treing Cognitiva de Controle «iy Raivs ~ 0 pasio a paiso do tratamento um grande impulso as terapias cognitivo-compartamentais, o modelo cognitive de Beck ficou mais claramente associado a terapia cognitiva. A terapia de Beck (Beck ef af, 1997; Kei bauy, 1983; Range & Borba, 2008; Knapp & Beck, 2008) enlatiza as experiéncias internas do pacie como pensam tos, sentimentos, desejos ¢ atitudes, ¢ trabalha com problemas rece! Assim como Ellis, Beck também era psicanalista antes de elaborar a seu modelo cognitive em 1967, 0 qual decorren do fato ce comegar a sentir-se insatisfeito com os resultados com pacientes depressives com o uso da psicanilise. Comegou a observar padrdes de per ntos que incluiam. clistor sistematieas nesses pacientes. Embora inicialmente seu modelo objetivasse a compreensia ¢ o tratamento da depressiia, com a tempo o modelo foi sendo utilizada cm outros transtor- nos. Essa ampliagio na utilizagio do modelo de Beck nao o descaracterizou, pois este manteve énlase mas interpretagies funcionais © al W;Hes irrealistas que 1 Negativamen= te sentimentos ¢ comportamentos (Dobdson & Dozois, 2006), m outras palavras, as cognicées medeiam as relagdes entre os estionuiles arrlst sc as reagdes internas, que so os sen- limentos ¢ sensagdes. Para o modelo cognitive, toda atividade eognitiva pode tornar-se consciente, ser monitorada ¢ alterada, podendo gerar mudanga emocional ¢ comportamental (Rangé & Borba, 2008). De acordo com o madelo cognitive, existem trés niveis de cognigao: pensamentos automiaticos, crengas in termedidrias ¢ crengas centrais, Os pensamentos autaméaticos sio o nivel mais superficial de cognicdo, as crengas interme- diarias se constituem em atitudes, regras e suposigdes decor- rentes das crengas centrais. Estas-dltimas, nivel mais profundo de cogni¢ao, sia globais, rigidas © supergeneralizadas. Os ws ‘Terapia Cognitivo-Comportamental: base tecica e pias para 0 tratamerta da raiva cistuncoral niveis de cognigio relacionam-se (Beck, 1997) (Figura crenga central influencia o desenvolvimento da crenga inte i surgir diante de medina ¢o pensamento automatico, Este estimulos (externos ou internos) que ativam a crenga central e mas reagdes emocionais, comportame do individuo, Para o modelo cognitive, existe uma relagio reciproca entre o aleto ¢ a cogni fais ¢ fisiolégicas aio. Figura 1. Madelo cognitive de Beck (adaptado de J. Beck, 1997, p. 32) | CRENGA CENTRAL | | [SRENGA INTERMEDIARIA| | NSAMENTO AUTOMATICO|-© | Reagbes: emocional, ' | comportamental fisioldgica | Situagao = Oatamenta embasado ne modelo cognitive envalve, 1 cilmente, foco nos pensamentos automaticos, passancdo post nonmente a focar nas crengas intermediirias ¢ centrais. © pa- ciemte deve aprender a identificar, av pensamentos automidticas disfuncionais, m reestruturagae das erengas centrais (Beck, 1997; Knapp, 2004: iar © reestruturar scus meta final é a ‘Ouuo conceito importante no modelo cognitive de Beck ¢ 0 de esquemas, que sdo estruturas cognitivas que organizam ¢ processam as informagées (Dobson & Dozois, 2006), Trata- Ss se de as internas relativamente duracdou armazenamento de caracteristicas genéricas ou prototipicas estimulos, ideias ou experiéncias que sao utilizadas para esuruturas cogniti ‘0 Theino Cognitive de Contrale da Rave =o passo a passo do tratamento organizar novas informagées de maneira significativa, deter minando como os fendmenos sao perecbidos ¢ conceitualiza- dos”, conforme definico por Clark, Beck « Alford (1999, aped Knapp & Beek, 2008, p, 57 da nas palavras de Knapp c Beck (2008, p. 57): “os esquemas sia adquirides preeocemente ne desenvolvimento, agindo como ‘filtros’ pelos qe as in- formagdes © expenéncias atuais sia processadas”, Importante também sio as distorgdes cognitivas sistematicas estudadas por Beck (Beck ¢t al, 1997; Beck, 1997; Knapp, 2004a; Knapp & Beek, 2008), que ocorrem A medida que as so ativadas ¢ servem de alivio mont decorrente da ativagio da crenga cer Como anteriormente mencionado, a TCC envalve princi- plos comportamentais © cognitives, tanto para o entendimento. do funcionamento humano © seus transtornos, como para o tratamento destes. Mais a frente serio deseritas em conjumto algumas estratégias comportamentais © cognitivas que podem das para u de transtome: fase sera dada basicos introdutérios ¢ fund. tais dentro da TCC para que an tr enha chance de ser Avaliagaéo e conceitualizagao cognitivo-comportamental A cio na TOC deve investigar aspectos cognitivos, omportamentais ¢ interpessoais (Lima et al, 2004), pois isso possibilitara a elaboragaio do que é chamado de conceitualiza- ao por alguns autores ¢ de conceituagie por outros, q contribuir para o planejamento eficaz do tratamento, A avaliagao ¢ realizada mediante a utilizagiio d mevise las, automonitoragio, autorrelata (uso de questionarios, esca- “Terapia Cognitve-Compertamentat base tedica © paitica para o tratamento do rata desfunckonal las de avaliagio global), informagdes de terceiros significativos, observagio directa do comportamento, dentre outros métodos (Hawton, Salkovskis, Kirk & Clark, 1997), A partir dos dados coletados, o terapeuta podera formukur sua hipdtese explicativa conceitualizagio. Esta deve nfincia do pacien- para o caso, 0 que se constitui np incluir a idemtificagao de dads retevamtes da te ¢ dos diversas niveis de cognigdo (pensamento automvatico, crengas subjacentes e crengas centrais), buseando a compreen- sto dos scus padres e estilos caracteristicos de funcionament assim como emagdes ¢ comportamentos decorrentes (Knapp ), “a conceituagio & Rocha, 2004). Segundo Beck (2007, p. { cognitiva ¢ a pedra fundamental da pia cognitiva’. A con- eeitual: ser apresentada ao paciente, assim come o pla- no de tratamento decorrente desta, visande a tomd-lo ative no Ao va como do objetivo assim processo de compreensao do proble das stratégias planeja para o caso especilico, _A relagao terapéutica na TCC Os termos empirismo colaborative ¢ psicocducagain sto (Beck ef af, 1997) ¢ sto raptutica na TOC, ‘Tais ter rquipe entre terapeuta ¢ usados no modelo cognitive de Bec bets ara descrever a relagiio um trabalho de mos se referem paciente para investigar cognigdes, comportamentos ¢ lev: hipperte explcativas para os padrécs cognitives ¢ comporta- mentais disfuncionais. Segundo Knapp e Beck (2008, p. 59), dessa forma o paciente ntos automdtices aprende a monitorar ¢ identificar pensan reconhecer as relagdes entre cognigée, aleta ¢ comportam to; testar a validade de pensamenios wutomitioos «© crengas no Cognitive de Controle da Rais ~ 6 pase a pasia de traranente nucleares; corrigit conceitualizagdes tendenciusas, substituinde pemamentos distorcidos por cognigéies mais realistas, e identi- ficar © alterar crengas, perssupostos ou esquemas subjacentes a padries disfuncionais de ponsame Conforme enfatizam Wright, Basce ¢ Thase (2008 rapeuta estimula o paciente a ter um papel ative 1 ferapia, a feedback, « colaborar no planejamento da sesso © a aplicar imervengdes no seu dia a dia, O terapenta deve incentivar paciente no sentido de bu wocticacia, Gonlorme en zam Knapp e Beck carrer transferéncia, embora esta nao seja ineentivada, ocorra pode se comstitnir em ferramenia valiosa na terapia, Uma boa relacio lerapeutica, em geral, é fundamental para que tin trabalho efetive poss ser realizado ¢ em algums casos pode ser o Eatar mais impor fante no pravesse terapentico, Plano de tratamento cognitive-comportamental Como afirmado anteriormente, apés a avalia a con- ceitulizagaio do caso, ¢ claborade um pkine de tratamento que deve incluir estratégias cognitivas ¢ comportamentals sele= cionadas especialmente para cada caso. As estraté ser planejackas para que sejam utilizadas no momento aeequa do eda maneira apropriada, Knapp e Beck (2008) enfatizam que o terapeuta cognitive deve ser am bon “estratepista” ne amento das iGenicas mais adequadas a serem utilizada: em cada caso dentre todo o arsenal alerecido pela abordagem (Knapp, 2004b; McMullin, 2004; Leahy, 2006). A se: mur, Se= fio apresentadas algumas técnicas comportamentais ¢ epgni- Hivas comumente usadas na TCC, sem especifieagio quanta va dsfuncional Terapia Cognitiea-Comportamentat bari Leda 0 pritica pan 0 a objetiv pois, como alin pp ¢ Beck (2008) nicas Todas feta @ compor estrs comportamentais rem conta, tunbem, os aspectos cognitivos envol- deve le 1, 0 {crapeuta deve investigar, questionar © ajuday viclos, Ou 5 © paciente a reestruturar as interpretagdes cli egunce Beck ef ad. (1997, surgem na exceugio das atividades p. 1 as técnicas comportamentais que melhoram © nivel de funcionamento, neutralizam pensa- a medida em mento obsessive, mudant atitudes dishuncionais © proporcio- mento ce grat ham un sei ago”, Assim, o paciente pode ter uma melhor auloimagem, o que pode ser crucial pi que o problema seja Hi Convem ressaltar que nao se pretende aqui esgotar o assun= to; exemplos de outras esteatégias oferecidas pela ‘TGC podem m outras leituras (Beck, 1997; Knapp, 2004b; Abreu & Guilhardi, 200+). acl, ser conseguidos ¢ McMiullin, 2004, Leahy, 2006; Algumas técnicas cagnitivo-comportamentais 1 depr we, ae com vies mais Comportamental deve ser as primeiras a serem: sos & comum um nivel reduzide de = TH © que leva o paciente a rotular-se de ineti nicas Comportamentais podem diminuir © isolamento no qual a a s¢ encontra ¢ contribuir p: que ¢ ft engaje em cis (Beck ef af,, 199 s comportame pesso vidades construtivas ¢ agradi saltar mais uma vez que as téenic podem gerar a modifi 0 de distorgdcs cognitiv abe rese tis também 8, POIs, AO SC 25 © Treino Cognitive de Controle da Raiva~ 0 passo a pans do traeaner engajar cm alguns comportamentos ou atividackes, o paciente tem a oportunidade de desfazer interpretacées disfincionais (Kaapp, 2004; Beck ef al, 1997) © ter ganhos de d nho que contribuem para o aumento de autocti (977), Lima ef af, (2004) enfaniz: [ue as estratégias compor- famentas visam a desenvolver uma ativagde comportamc aumentando ox comportamentos que podem contribuir para consequéncias reforgadoras positivas, "Tais estratégias inclucm, das, © automoniteramento (DeRubei ; Knapp, 20044}, Essa esiratégia envolve que o paciente registre em um formulirio proprio as atividades que realizon durante a semana com dia e hora, de prazer experimentado ¢ refi, usando uma esc paciente pode perceher satisiagdo vinculada A agdo ¢ interages sociais, conscientizar-se de suas habilidades, ter recordagdes praz Beck ef al, 1997) © automonitoramento pode servir de base F senvalvimento de outra importante estratégia, que & a elaber: ade um plano de atividades, Esse plano deve basear-se nas ividades que for emtificadas come mais prazerosas € nas © paciemte revelow maior habilidade, Deve envolver uma 0, de mado que se plane] almente atividaces de mais facil exeeugaio para o paciente, o que vai motivi« -lo a reali arclas mais complexas gra amente (Knapp, 2004b; Beck, 1997; Hawton ef al, 1997: DeRub 2006), A téenica de resolucdo ou solugdo de problemas tem a sua clicécia comprovada nos trabalhos clinicos. Segunda Weiner ef al. (2004), sew uso possibilita ganhos coneretos para a vida do individuo, Knapp (2004, pp. 136-157) resume a técnica em seis passns: (1) identificagio do problema: levan- TErapia Cognitva-Comportamental: base teéricae pric para o-tratamento da raba désluncicnal avaliagia das consequéncias 1) escolha e.colocag: di avali in, ¢ coloeaga tamento ce solugdes possivess; de cada uma das possiveis solugie ica da solugiio escolhida para ser oem dos » alestas se nece: resultados; (6) modifi a novamente, © treinamento assertive, segundo Beck ef al. (1997), nm espe jOrnos, aio. Tnelui a pode ser muite itil para uma série de tran: cial para transtornos de ansiedade © de depre aprendizagem de alirmar-se ¢ solici ilo que considera lec ae auitocstiona, legitimo, aumentando 0 prazer-do pacien Inclui teenicas como modelagem (o terapeuta modela o com- Pp ente ck comportamentos que se aproximam do dese ivos dacdos a cjado por meio de relorgos pi fo}, treinamento © ensaio de comportamente (dra Gio). Outra importante estratégia cognitive-comportamental & do ao shicit a chamada “tomada de decisao”, na qual é paciente que faga uma lista de vaniagens ¢ desvantagens de cada opelio par peut assim poder pes tomar. Assim, 0 tera- jucka o cliente a ter ume 8 global di reada item, exirainds uma canchusae cuanto a melhor op » (Beck, 1997), Os experimentos comportamentais. (Beck, 197) amentos disfuncionais do pa deci 9 que prec visio mi situagdo a situa: io | uma forma de testagem cos pens que cle teme, pode desmistificar lizando aqquil ciente, pois, re agdes. Ao mesmo tempo, o terapeuta pod suas interpre na mudanca. Essa técnica nde juli questionamentos que podem pode ser feita no consultérie ou fore dele © apresenta gi efctivicade, ‘Técnicas de relaxamento e¢ respiragao profunda sin nsiedade ¢ no tata usadas para uma série de transtornos de mento do stress excessivo, Sic titeis na desativagdo do sisterna iO the Contiole da larva —o passa a pa om isso, podem minimizar ou eliminar sintomas do stress, A literatura tem revelade que o estado de quietude fisica ¢ a respirugiio regularizada, podem contribuir para um estado cmocional prazeraso, de moda que # pessoa fica mais vel ntar situacées adversas de mado. mais ». Dente as diversas possibilidades de técnieas de rela- ento, cada pessoa precisa conhecer aquela que tem maior cleito sobre si mesma ¢ ser conscientizada pelo terapeuta dos beneficios da técnica. Uma varicdade de técnicas de rela mento pode ser encontrada no livro Relexamente para todas: cor seu stress, de Lipp (1997 © Registro Diirio de Pensamentos Disfuncionai: — RDPD (DeRubeis, 2006) & outra estratégia fundamental dentro da TCG, O RDPD se constitei no preenchimento de um formulirio. oferecido ao paciente referente aos seus pen- sanientoes automiticas © sentimentos diantes das situagdes de seu dia a dia, Para que o preenchimento seja cletiv, ¢ impor- tante certificar-se de que o paciente tem clareza sobre o que sentimento ¢ a que é pensamento. Por meio desse p © paciente se conseientiza da importincia de suas interpreta- gies, ce seus sentimentos ¢ comportamentos, Deve-se também epsinar © paciente a identificar a possibilidade de ter cometido ma distor¢io cognitiva durante a interpretagao ca situa- k et al, 1997; Knapp, 2004; DeRubeis, 2006), A partir do RDPD é possivel a intradugdo de outra ex Kigia, @ recstruturagao cognitiva, a qual se constitui no exame ¢ testagem da realidade dos pensamentos. automé- tivas clo paciente, Leahy (2006) enfatixa que essa test feita examinando as implicagdes dos pen! suas evidéncias ¢ considerando interpretacdcs alter objetivo ¢ encorajar a analise mais acurada da realidade, in- tak. base Ledrica © pi to da rave sf unciorad vestigando as evidéncias para a interpretagio dada 4 situagdo ivas (DeRubeis, 2006). Além disso, Beck (1997) enlatiza a importancia da identifica e levantando as. interpretagées a alter ive ga0 pelo paciemte da interp realistar dentre aquelas que foram listadas, A partir dai, busca-se a resposta adaptativa diante dessa nova forma de interpretar mbéem, Jo © a emogao consequente, Questi¢ quanto as implicagdes reais, caso o pensamento automatica | scja verdadeire, Por meio do questionamento, a pessoa ‘orrigir suas distorgdes cognitivas e desenvalver formas sil a7) ¢ a reatri- Lica sugerid 1 por Beck ef at. | nites costuman ese no fate cle que muitos ps atribuir a si mesmos culpa ou responsabilidade total por situa- A técnica envolve a revisio de fatos, a agradiy demonstragao dos diferentes crilérios que o paciente usa. par: uit responsabilidade a si mesmo ¢ aos outros 0 desa- é responsavel por tode o proble fio da crenga de que cl Locorrida, © abjetive ¢ levar o paciente a perceber que uma situagdo adversa pode ter uma série de fatores contribuintes P 1 sud ocorréncd ps0 asua atinde chante cela, Outra wenics da transformagio da adversidade em vantagem, 1a qual o terapeuta questiona o paciente Hagens que ele pade tirar de situagdes comsice- s. Al wendente, que busca desvendar camadas de cog: quanto a ja outa técnica é a Seta ou racks, a principio, advers flecha des ies mediante busca do significado dos pensamentos ma- BS nifestos até que o terapeuta chegue as crengas subjacentes e/ « (Knapp, 2004), Como relata Silva (2004), Ido que o ou crengas nucle por meio de perguntas acerca do significado pes: cliente relata, busca-se a idenulicagdo da cadeia de pensamen- 24 0 Treino Cognitive de Controle da Raiva = 0 paste a pasio do tratamiento tos automaticas, de modo que se chegue A cren¢a nuclear ou central. Apos a identificagao da crenea central, outras estraté- gias devem ser utilizacas para modificd-las © contimon ¢ uma técnica itil para pacientes com erengas rigidas ¢ absolutas, havendo uma interpretagiio siluagdes com uma distorgio cognitiva, que € © pensamento Polarade, ou seja, cm dois extremes, Busca-se estabelecer parimetros de uma crenga, em uma escala de 0 a 100, vi- sande a-uma perspectiva mais realista de seu pasicionamento no contiawen, O terapeuta ajuda o paciente a considerar eras ou variagées centro de um continue a partir de cor paragées entre situagdes ou pessoas (Knapp, 2004; Leahy, 2006) © questionamento socratico, dialogo socratico ou descoberta guiada também ¢ uma das importantes ¢ m comumente (écnicas util » dentre as estratégias cog vas. Pode ser usada isoladamente, mas normalmente o é em conjunte com outras estratégias. © método se baseia em ques- (6es feitas ao paciente que sirvam de ori ilagdo para que este chegue a novas interpretagdes que sirvam de desalio para suas interpretagées distorcidas. As questdes devem ser abertas ¢ livres, permitinde que o paciente faga associagdes livres, 0 entante devem condusi-lo a possibilidade de esclarecimento sobre sua interpretagio de uma determinada situagdo (DeRubeis, 2006). Segundo Miyazaki (2004), deve ser exercido por meio de questées claboradas com muito cuidado, relacionadas a uma problemética do cliente, a fim de obter informagoes, bus- rum maior conhecimento sobre a queixa trazida, obter uma visdo geral do estilo de vida do eliente ¢ do seu funcionamento global, assim como identificar seus estressores ¢ avaliar est tégias de enfrentamento utilizadas por ele, Um importante objetivo da técnica destacado por Miyazaki (2004) ¢ 0 desen- Terapia Cogritivo-Comportamertal: base ledeia# prética para-o tratament ca raiva dsiunkional volvimento de habilidades para que o cliente possa pensar de forma mais independente, Prevencao de recaidas nw recaidas palhhada a Con rando o fato de que muitos pacientes té apds 0 término do tratamento, sugere-se que se prevengao de recaidas na fase final do tratament : também devem ser revistos os ganhos obtidos na terapia (Lima etal, 2004; DeRubeis, 2006), A prevengio de recaidas € feita a Jo de possivels diftculdades que possam vir a ocor- com de- ic em que partir cla previ hive rere envolve um plano de como o paciente poceria lids elas com base nas habilidades cognitivas e comportament senvolvidas dunuite 0 processa psicoterapcutica, Dessa forr pacicnte organiza o que foi ap lo na terapia ¢ percebe que as melhoras obtidas ocorreram em fungio nio 36 das mudangas no ambiente, mas, especialmente, devido as suas proprias ha ades que foram desenvolvidas ¢ colocadas em agi. o Conclusao Como descrito no inicio deste capitulo, a TCC ofereee, tan- to na sua forma de compreensae dos problemas como em sua forma de intervengado, grande possibilidade de efetividacde no Muitos transtornos emocionais ¢ tratamento da raiva excessivi fisicos tém a raiva como uma das vari sag estratégias aqui mencionacas podem: ser acaptadas par: tratamento da raiva; quando destrutiva, junto a tratamentos ¢ pecificos de outros transtornos presentes, Em ger: ‘ disluncionais, distergdes cognitivas, condi- 3 presentes, As diver- o esta jaf associada a cren 0 Teno Cog pass a passa do t cionamentos estabe he do stress, ¢ as estr jos, dificuldades de autecontrole, falta de idacles sociais, falta de ¢ © manejo mnportamentais podem: ser aplicadas para que a qualidade de vida do individu seja be- neficiada, Outros pitulos apresentarao formas de intervene’ especifieas para a raiva desadaptativa que tm came ba «qui apresentados, Capitulo 2 A Raiva: seu percurso psicofisioldgico : em aventure a tratar Todo terapeuta que 5 ur [evar cm consideragao @ periculasidade envolvie primeire lug te com uma pakavra da. Portanto, este capitulo se inicia justar am geral, uuldacle p nia é recomendado conduzir sexsise de cauteba. 1m procura especilicamente tratamento issimo nivel de rai ui um al para ess di condigde com muitos f ‘omendade que ocorta no caso de atendimentos incividu, ur irios quande out presentes por per- fr em hor to. Ma am tratamento com a queixa especifica de raiva, Is quando as ie PESOS « seas adultas nie procu- quentemente, ponem, as p oO € mais comum no atendimento a ériangas ¢ adolescent pais se assustiam com as reagdes dos filhos, © adulto, em geral wniclas cla rat- m1 ado muito com as consequéncias va excessiva, apresenta iniciahmente na trap smo so a autras queix que trazem no seu boje a raiva como componente presente ¢ dificultador, Muitas vezes a queixa p € uma dificuldade , outras vexes € una demissio recente ou ainda como conjug ionamento com filhos, viewnhios ¢ um problema grave de rel be ao terapeuta avaliar exatamente a contribuigio aa dificuldade relatac colegas, C! OL St quanto dar cla Va CX ressival pal jaa problema apresentade para tratamento, we é um conhecimento DENT © segundo pré-requisito impor anismo cle agdo ea mol fundo do que é a raiva, scu me 1 quent sofre da raiva @ emocion a produz tanto © come em quem a presenci al que Fe 0 Teina G tive de Canitrole de falva ~0 passe a paso da tratamenta Compreendendo a raiva © que 6a raiva Raiva é um sentimento de intenso descon| et arte que resulta da percepeae de de ma provocacdo, seja ela uma ali ade, mau trata enlo, repcigho, agressiio, frustn desmerecimenta por parte de al cm ou enticade, O deseon- forto experimentade & tie a querer rancle que leva a presse revider © @ atacar quem supostamente a eneaivecen Os componentes da reagio de raiva: jo cognigdes, rea- “Oey emocionai: reagées fisicax ¢ comportamentos tipicos de quem esti com raiva. Esses comportamentos podenn ser ssi a raiva de moe adequacios, Como expr consirativo ¢ adequado, au madequados, come agressio fisiea ou verbal, © colocar a raiva para demtre sen t modo construtive. FE importante lembrar que at presente em ti SOs povos através da histér at 1. A propre historia de Adio ¢ Eva, expulsos do paraiso por desobedi- éneia, mostra a ira de Deus. tem precipitado puerras, ASSASSINALOS, Ar iges, bem como tem tide o poder de kevar a viléria conquista dos cliretos humanos. ‘Todos temos o potencial para nos sentirmos irados, até em fiuria, diante de determinadas situagies que parecam uma provecag Iclacke. } durante um assalto ou uma. agressdo fisics ail, pe mais eheaz. For , uma injusti¢a, um insulto ou uma m: ‘a caso de autodetesa a raiva pode ar forneceré a energia © poder pa r de forma prey los geneticamente para sentir ral $0 a expenmentam em situagdes de extrema injusti¢ A Raiva; seu p 80 pricotisildgica €m momentos em que precisamos nos defender ¢ neutralizar le ocorrer também diante de © inimigo fisicamente. A ralva pr uma grande frustragio ou quando alguém se opoc a algum de- s¢jo ou idein importante, ou quando se interpreta uma sit neut pra. Desilusdes ¢ frustragdes levam ao como ameag ressio. A riiva em el: stress emocional, que, por sua vez, levi mente mn © ener. OU neces si nao é uma emagio b forga, Quando exeessi renciacka, constante Ou 0 fg uliy ager mi i, sim, pe Lazarus define a raiva como um impulso doloroso © Cliar- les Spielber como uma emorio desconfortivel que se manifesta desde unr a define r, um dos maiores especialistas na are corrende quando a pes- ou desagrado até a fiiria, ta irritag da ou m seu poder, injustigada, acu 50a 3C Senbe an éum frustrada em algo que para cla seja importante, Raiv perda cle poder real ou imagi- meeanisn 0 de protegio con nario, HA pessoas que possucm uma tendéncia a experimentar nia exagerada ¢ out cyte: lies lverey episi ma ci da raiva tem dois com- 1 8u Spielber Pre que a express stato e brage, ponentes: ichach aracterizada pela sua eurta tempor Raiva estado: ¢ como a pessoa se seme em dererminade momento, podendo Ajntensidade cle variar desde uma certa irritabili¢ do estado de raiva depende da percepgaio que a pessoa tem do evento que cla esteja vivenciando, seja ele uma provocagia ou uma injustica, a perceber diversas situagSes coma Raiva traco: ¢ a tendén frustrantes, gerando clevagdes mais frequentes desagrach 35 do tea D passe a pass no stado de raiva, I acordo com Spiclberger, pessoas com altos indic entem-s¢ constantemente injusti- a Irage s gadas € tendem a vivenciar numerosas frustragdes, O trace de nites: (a) © temperamento de raiva envolve dois outros compe raiva e (b) a su: expressa a) Raiva temperamento: é caracterizada pela propensio geral do individuo em vivenciar © ¢ E sentir raiva mais intensa do que outras. Ha evidencia de

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