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‘ties, and in different regions and it shows differences. uyisey wi0Us "np, .'8- ThEBy) ‘always the desire to ot ain ev a more ut detive) Wy, duct varieties. Toward this « id rese rch * fk 4 vation ‘labo, “y tas en carted on + of put ot cites obtained Team) germinating spores hav: been te ated ¢ id tested Such) /ut cultures are in some cast ;maia) if dundé laborata ¢cond| or sedgeedgnval"=a | CHM € Mineal be Dasbroks ares» inc & wate Cones We | dark cellars, and in > ally b ilt, ushr, m house , TF s{ar ‘not alloy o rear tb | fall expan. “le wdition: sur fe hat tested in the), ver do ehh." “wate ad bee Rie tsctedn ssoneses ees vo tall ror neell Thy e tasually packed neatly ia atteactive containees. ‘Though they re | being. arowa in increasingly large quantities, they oe still sx- pensive and constitute a delicacy rather thon a sap arile ‘of food. Though nutritious, their food value fs not as great s their extremely high protein coatent would indicate. See; FuNct; | Monel; PURP-BALL; TRUFFLE { | Bntiocearary—Carleton Rea, British Basidiomycetae (1923) | W. || Eslconer, Muthrooms; How to Grow Them (139); M. C. Cake, ible ahd Poisonous Mushrooms (1834) ; George F- Atkiscon, its ‘pom, faible, Bouoweds, ele "oven Wot 120) Sie ‘iar Ftndtrck Gate cers te ieee) deere ‘MUSHROOMS, COOKERY OF, Edible mushroons fox || tain some nitrogenous food and about ‘go% water. Eaten ith | other foods they are of great service in the diet on account of {her Aavouring properties, Tt is dangerous to eat mushrooms which have been gntered by anyone who bas. not sid the een | Winds ‘Asiong the most familiar kinds are the common meadow rsh | com (dparscus campestris); button Gmmature) musksodns bn. |) Ployed chet for gamishing purposes and 3s. an ado in high-class dishes; and trufles (underground fungi). i { PMto'prepare ordinary mushrooms tor cooking, pick ove} had + wipe with a flannel dipped in salt, Peel and remove stalks [ ecessary. “The latter may be used for davouring stews, ere be grilled (broiled) and served with ooms may and seeved with 1 atte! or puta bates, Sc baked i he oven ex pase ‘shallow dish); stewed in a casserole with other foods, ellis ) pastes, ice, or in a wellflavoured sauce: or, they may be w: | Hiltings for turkey, poultry and game; they are also employe f for ‘earishes In. making galantines, ete. N Stewed Mustrooms.—Place the mushrooms in sti ‘with 2 92, of butter, salt, a squeeze of letion juice and a bl:Be of ace, When cooked, stir in a white liison of flour and | Blended together. Stir well and serve either as an entré | toast as a savoury. "This dish may be varied by adding || ingredients and! may be served as a cream by addi | of cream and beaten-up tags to'a mixed gril. Frying =" be do tn adtep pan ob fa <” ttsb,. good tary wine, “by Grilled Masd” «i Stare, G fons ¥ ud bc foiling Gir sive (dicen ba" fesciny “ace 8 nhide mont on ei MBlutted My ftom —Goodized cushro ns se need ft te oy lee (ed foreemeat can by ded uth cial seuthoy MUSHROOMS—1 ner difeent modes of eultfe| teach ‘and pile the ’ sree eat in th conf, EES fey Autom eb bude Uh nS ee a a we « na00) magia Plas ea uly, Bi ISICN) FREI Lek fey Ge, xr) Som which this ore iB deh val sed ci sehen “ly fo all the ats of the fine Mi es eastes sth yp) ‘ora (gytnoastic) it incl edhe lure f the Ing ag dish usd fom eet ot thet mpg Shes heat GAA ga nf te formed ot se Hh ita) fa eof} th had 420 hick sense eo Nie aster omy be ides a | the a § of tute “he philosophers vals mute otk | Wie ak and in our re- Tile gees -obcts CO A Pig the formation of character} so that Wwe QDR them on the ure aesthetics of the Greek art off 1 aoa i ‘The present article deals mainly Wi matured by European civilization sinc ancient music is discussed frankly as ciation except in the light of prehistor of music stands in the unique po wholly cfeated by art. use owes but litle to nature in the form and still 188 to the: sounds that occur outs is already amature musical ort that beleets just as i paloting it. is art that. determin optical facts, Wise eritieS have, since, Rusk the attempt 16 settle a prior how system ought to digest; and music d literature and the plastic arts as to in Yet the diference is often impor 4 Science before it was taken -up by experience before ib became, 3 scien spectatér has seen enough of it in pict its neglect, whetReBin modern art or in find Japa, In snusipsthe nearest analogy gaan of sie a: fs lessandea Sear Bogner, (See 3 in i evotuion bos ea fee ce years ater the end of Wagner's long career not musician was ready ‘Wagnesian tonal enlargement of the ciSscal syst \ em, If we set aside ‘andthe oiginaed art of misc, the power of scqsations of sound is no more com: plex than the pos inguishing colours, On the a so sound fs the medium by which most faus boch gapress sndlealte emotion, : Tolted niSime sbaebt doe ae ag ae elaborate human at, ff sUfices for bird-songs that a prior to language a7 (He Brant colours of skins, fathers and Move ac hr roast: Ancis jppodsau o-veribete ‘menace is ‘an important means of self-preservation; and it is Prsauced fear pod Butntive qs ree gto EAL Be mye fa + tory 80, % butist avou Wletox + of m sical art. 2 + nitive wusic » auld ) ys, ri dre Nhe Pade Denki By the cliente any Ing op setae serle of, gue, gad ia at The sa solid abjectdi pace Buty epow (wer use emain And) sill le ve ihe and) (the) ee arate of la ‘eal G cece. Wi may epert etiyst e| 4 Greeks be phenomenon hie SS) DE SEGUNDA AUM ANO Novas Conferéncias e Escritos de JOHN CAGE Tradugdo de ROGERIO DUPRAT revista por AUGUSTO DE CAMPOS EDITORA HUCITEC Sto Paulo, 1985 Para nds ¢ todos aqueles que nos odeiam, para que os E.U.A. possam se tornar simplesmente uma outra parte do mundo, nem mais nem menos. SUMARIO CAGE : CHANCE : CHANGE, Augusto de Campos: IX ANTEPAPO: XV DIARIO: COMO MELHORAR © MUNDO (VOCE $6 TORNARA AS ‘COISAS PIORES) 1965: 3 DIARIO: SEMINARIO DE MUSICA DE EMMA LAKE, 1966: 21 SPRIAMENTE VIRGULAI: 26 ‘HAPPY NEW EARSI: 30, DUAS PROPOSICOES SOBRE IVES: 36 MOSAIC: 43 DIARIO: AUDIENCIA 1966: $0 DIARIO“ COMO MELHORAR © MUNDO (VOCE SO TORNARA AS. ‘COISAS PIORES) CONTINUADO EM 1966: 52. 126 PROPOSIGOES SOBRE DUCHAMP: 70 JASPER JOHNS: ESTORIAS E IDEIAS: 73 MIRO NA TERCEIRA PESSOA: § PROPOSIGOES: 85 [NAM JUNE PAIK: UM DIARIO: 89 AQUI, FARA ONDE ¥AMOS?: 91 ‘CONFERENCIA NA JUILLIARD: 95 CONFERENCIA SOBRE © COMPROMISSO: 112 . RITMO, ETC: 120 (COMO PASSAR, CHUTAR, CAIR E CORRER: 133 PAPO? I: Id DIARIO: COMO MELHORAR © MUNDO (VOCE SO TORNARA AS ‘COISAS PIORES) CONTINUADO EM 1967: 145 FIM DE PAPO: 163 NOTAS DOS TRADUTORES: 165 CAGE:CHANCE:CHANGE prefécio preparado por augusto de campos depois que pound morreu © maior poeta vivo americano talvez 0 maior poeta vivo 6 um misico JOHN CAGE talvez porque nao pretenda ser poeta “eu estou aqui endo tenho nada a dizer € 0 estou dizendo @ isto é poesia” diz cage em sua conferéncia sobre 0 nada (1949) enquanto os poetas que pretendem dizer tudo jd ndo nos dizemn nada 0 sen didrio: como methorar o mundo (voce 86 tornard as coisas piores) 1965-1972 euujas primeiras séries fragmentérias ‘so coligidas neste livro €0 unica poema longo consistente ix escrito depois dos cantos de ezra pound ‘que consegui ler e amar (absorveu ep sem imitd-lo © que me parecia impossivel) ‘poema? talvez ele pretenda — como ex — que isto seja prosa se 0 for ; é um dos poucos exemplos de prosa critica \ original quanto a prdépria linguagem rosa ou poesia reconcilia pound e gertrude stein (outro imposstvel) definiga John cage figura mais paradoxal de toda a musica contempordnea 0 misico com 0 qual muitos compositores pés-webernianos ¢ eletrénicos estdo fregiientemente em polémica sem poder subtrairse & sua fascinagéo” (umberto eco) nascido em los angeles em 1912 ; atravessou os seus 70 anos continuando jovem 0 que & quase incompreenstvel entre nds onde a regra (ou a maldigio) € 0 envelhecimento-precoce intelectual | como disse pignatari observando que volpi € um dos raros artistas brasileiros | que nao decatram depois dos 40 aluno de henry cowell e de schoenberg interessou-se desde cedo pelos instrumentos ‘ de sons indeterminados © pela misica e filosofia orientais ‘mas também por artes grdficas € pintura fensinow na escola de design de chicago) © que explica a invencao visual de seus textos ¢ partituras arnold schoenberg (que the dava aulas de graca Sob uma tinica condigio: devotar a vida & milsica) recriminow um dia 0 seu descaso pela harmonia dizendo-the que para um milsico isso era o mesmo que defrontar-se com um muro 0 jovem cage the respondeu: “nesse caso eu devotarei @ minha vida a bater a cabeca nesse muro” e foi 0 que ele fez literalmente passando a compor ‘muiisica para percussao sob a inspiragao de ionisation de edgard varése donde first construction in metal (1937) escrita s6 para percussio metélica (eameldo, sinos, gongos, folhas de aco, cilindros de freio de automdvel, bigornas, etc) onde aplica 0 principio da tala hindu miisica medida: uma estrutura ritmica baseada na duragdo ndo das notas ‘mas dos espacos de tempo em 1937 jé dizia: “enquanto no passado 0 ponto de diseérdia estava entre a dissondncia e a consonéncia ‘no futuro préximo ele estaré entre o ruido @ os assim chamados sons musicais.” dat, para a invengio do “piano preparado” (um piano acondicionado com pedacos de metal borracha e outros materiais entre as cordas para atterar-Ihe a sonoridade): “uma orquestra de percussdo para um unico instrumento eum tinico executante” ou uma livre “klangfarbenmelodie” (melodia-de-timbres) que associa webern ao gameldo indonésio de certa forma cage antecipou-se facticamente aos europeus na compreensiio do fenémeno webern: no choque de siléncios entre WEBERN e CAGE — 0 europeu e 0 americano — estd capsulado todo 0 futuro dilema da misica enire ordem e caos (ver 0 meu profilograma n? 2 HOM'CAGE TO WEBERN — on? J fundia os perfis de pound e maiakévski) bacanal (1938) foi a primeira peca para piano preparado seguiram-se amores para p/p e percussao (1943) sonatas ¢ interhidios para piano preparado (1946-48) € concerto para piano preparado (1951) entre outras em 1939 compée palsagem imagindria n? 1 proto-musique concrete combinando gravacdes de fregiiéncias pratos e cordas (de piano) xii @ atuagdo de cage nos anos 50 no auge da revolucao concreto-eletrénica foi fulminante valorizado por boulez ¢ schaeffer or suas pesquisas no domtnio da actistica nao se contentou em historicizar-se como profeta preferiu intersir criativamente mais novo do que os novos @ critica crucial de cage aos methores misicos da geracdo batizada de “pés-weberniana” nao faziam musica por causa da musica de webern ‘mas apenas musica depois da musica de webern ndo havia nela nenhum trago de klangfarbenmelodie nenhuma preocupasao com a descontinuidade — antes uma surpreendente aceitagdo dos mais banais artificios da continuidade alguns remédios: acaso e siléncio “a miisica européia poderia ser methorada com um pouco de siléncio” reagindo contra 0 conceito de miisica totalmente predeterminada, levado as tiltimas conseqiiéncias pelos jovens serialistas pés-webernianos (boulez, stockhausen) cage cria a “musica indeterminada”. desde 1950 comecara a desenvolver @ sua teoria da indeterminagio em miisica derivou-a do i ching 0 cldssico livro-de-ordculos chinés mediante operagdes de acaso 4 partir do i ching (livro das mutagées) compos, em 1952, music of changes (musica das mutagbes) com sons ¢ siléncios distribuidos caswalmente. xiii lancamento de dados ou moedas imperfeicaes do papel manuscrito passaram a ser usados em suas composi¢oes que vdo da indeterminagao @ muisica totalmente ocasional, rmisica? em 1951 cage apresenta 0 primeiro “happening” no black mountain college, em north carolina. paisagem imagindria n? 4 (do mesmo ano) compée-se de 12 aparethos de rédio 20 aces e simulianeamenie (@ dindmice, rigorosamence conirolada) em 4°33” (1952) um pianista entra no paleo toma a postura de quem vai tocar endo toca nada a misica & feita pela tosse 0 riso e os protestos do puiblico incapaz de curtir quatro minutos e alguns segundos de siléncio 6 siléncio sempre o interessou (de fato, sew primeiro livro se chama silence) e nesse sentido ninguém entendeu melhor webern do que ele por mais que os dois parecam distantes ¢ embora para ele sob outro éngulo 0 silencio ndo exista: “there is no such thing as silence” “nenhum som teme o siléncio que 0 ex-tingue endo hé siléncio que ndo seja grdvido de som’: dentro da camara anecdica (i prova de som) ele owviu dois sons um agudo outro grave 0 aqudo era o seu sistema nervoso xiv © grave 0 seu sungue em circulacao 0 siléncio ou “a 13° som” ‘ainda em 1952 outra inovacao: paisagem imagindria n? a primeira composicéo de “tape music” Seita nos e.ua. em 1954 (em donaueschingen — reduto dos serialistas europeus) cage apresentou as composigées 12°5.5078 para dois pianos € williams mix para 8 magnetofones ligados a alto-falantes (as obras incluiam ruidos, gravagées em fitas magnéticas € inesperadas intervengées dos executantes) stockhausen-e-bewlee- assaram.q incluir 0 acuso mais ou menos controlado em suas comy foi aque ral da musica “aleatoria” cage continuou fazendo das suas: @ dria (1958) para soprano tem uma curiosissima notagdo em curvas coloridas e interrompidas que deixam livre a intérprete a escotha de quaisquer estilos Ulirico, folelorico, jazz, cangao napolitana, dpera, etc) além de toda a sorte de ruidos (choro de bebé, ganido, gemido voluptuoso, etc) @ dria pode ser tovada junto com fontana mix ‘mistura de varios teipes atlas eclipticalis (1961-62) instrumentos ies. do firmamento forma de notas em HPSCHD (harpsichord) ‘para cravos ¢ computadores composta em 1967-69 em colaboracao com lejaren hiller teipes de sons eletrOnicos microtonais produzidos em computador sdo combinados a citagdes de varios compositores ds valsas para cravo compostas ao lance de dados atribuidas @ mozart tudo articulado por uma programacdo de computadores com sistema numérico derivado do modelo digital do i-cking certos trechos da composi¢do foram gravados no canal da direita outros no canal da esquerda outros em ambos de modo gue 0 ouvinte pode alterar a composicio faumentando, diminuindo ou eliminando algumas partes) se acionar os botdes do seu amplificador para cage a musica no é sé uma técnica Compor sons (e siléncic — = mas um meio de tefletir @-de abrir a cabeca do ouvinte para o mundo (até para tentar melkard-lo correndd 0 risco de tornar as coisas piores) com sua recusa a qualquer predeterminagéo em musica propée o imprevisivel como lema um exercicio de liberdade que ele gostaria de ver estendido & propria vida pois “tudo 9 que fazemos” (todos os sons, rusdos.e ndo-sons incluidos) “é misica” por exemplo cogumelos~ isica € Cogumelos music and mushrooms i duas palavras casualmente préximas no diciondrio (Ingles age ganlou tan cone re na tv italiana respondendo sobre cogumelos (@ improvisando concertos com panelas de pressio) bem entendido ele ndo tem nada a ver com drogas interessam-thé os cogumelos comestiveis é im através Ga Filosofia indiana EY due algumas vezes Vac€ UG 0 acaso e otras, nag je outras, ri 0s cogumelos.sio uma dessas ocasibes em que vocé ndo pode usar 0 acaso BOrGite VOCE Corre 0 TIS Ue’Se Matar’: ara libertar-nos de nossos gostos e preferéncias ermitindo-nos experimentar coisas de que ndo gastamos 0 acaso & também (segundo cage) uma forma de disciplina do ego @ mudar nossa mente acaso € mudanga ‘por acaso @ palavra CAGE estd contida na palavra CHANGE \“\ID ANA que pode ser vista como uma casual mudanga da palavra CHANCE /\(/€A) depois de ter levado a musica 0 limite da entropia € ao silencio ‘cage parecia ter perdido 0 interesse em compor ‘em 1961 apareceu SILENCE © primeiro de uma série inclassificdvel de livros-mosaicos_ com artigos manifestos conferéncias ‘pensamentos aforismos anedotas exemplares (keans) depois dele foi a vez de A YEAR FROM MONDAY (de segunda a um ano) 1967 © segundo compéndio da visto anarcosmusical de cage segue-se M (1973) reunindo escritos de 1967-72 ¢ incluindo mais uma série do ditrio: como melhorar 0 mundo, etc (0 titulo M foi escothido sujeitando as 26 letras do alfabeto @ operacées de acaso baseadas no 1 ching segundo cage ‘qualquer outra letra serviria embora M seja a 1? letra de muitas palavras e nomes de seu interesse: de “mushrooms” 0 “music” de marcel duchamp e merce cunningham @ marshall meluhan e mao tsé tung) 0 ultimo livro dessa linkagem € EMPTY WORDS (palavras vazias) 1979 nele aparecem mais fragmentos do didrio no prefdcio cage afirma que em 1973 recomecou 0 didrio ‘mas néo conseguiu conclut-lo: “sou um otimista essa é.a minha ‘raison d’étre? mas as noticias didrias de certo modo me detxaram muda" xviii os livros de cage séo inovadores e imprevistveis como d'sua musica em todos eles hd uma mistura aparentemente disparatada de eventos cage ndo fala de rmisica ‘mas de ecologia politica zen-budismo cogumelos economia e acontecimentos triviais extraindo poesia de tudo e de nada ‘wm MOStice de Idbias citagees & esidrias ‘0s textos se apresentam em disposigées grdficas personalissimas indo desde 0 uso de uma IBM com grande variedade de tipos até a combinacdo de numerosas familias de letraset dos signos desenhados para indicar pausas e ruidos como a respiravdo e a tosse até as tonalidades reticulares das letras a mesma criatividade visual que ele aplica as suas partituras e obras pldsticas somo a série de objetos-poemar = “plesigramas” — que (de parceria com calvin sumsion) realizou em 1969 sob 0 titulo not wanting to say anything about marcel duchamp (ndo querendo dizer nada sobre marcel duchamp) se diz interessade na e ree rr a citando norman o. brown £thoreay, “quando ouge uma sentenca — xix ougo-nés.marchando” arm AME-se-4OrTOT um devoto da linguagem “desmilitarizada” ndo-sintética @ compéde poemas nonsense-visuais super-e-ou-justapondo polavras/silabas/letras escolhidas a0 acaso entre dezenas de alfabetos de letraset: os “mesdsticos” ‘mas seria ingénuo tabeld-lo ‘com os rétulos de “antiarte” ou “antimulsica” ‘ele diz ndo acreditar que a arte deva ser abandonada que a auséncia de um objetivo material para a arte a utilidade do init é uma boa noticia para os artistas: “a drvore que dava a melhor sombra de todas ‘era muito vetha e nunca fora cortada porque a sua madeira era considerada imprestével” (chuang-tsé) mien! itor e videoartista nam june paik ‘cujas obras Conversas apresentapoes atos colidianos divertem deliciam chocam e as vezes aterrorizam ao proprio cage disse-the um dia: “por que néo destruir todas as partituras e fitas antes de morrer e deixar para a historia da musica ‘apenas uma linha: ‘aqui viveu um homem chamado john cage’?”” resposta de cage: “muito dramdtico” felizmente para nds ele ndo cessou de compor nem de escrever depois de HPSCHD (iniciada no mesmo ano em que ssaiu este livro) criow muitas outras obras ‘em 1969 comecou a compor cheap imitation (imitecdo.barato)- leitura para piano (com operacées de acaso) de “socrate” de satie depois vieram musicircus (1970) obra multimidia bird cage — gaiola de pdssaro e de cage (1972) renga with apartment house 1976 composta em homenagem ao bicentendrio da independéncia norte-americana misturando orquestra solos vocais e instrumentais melodias populares hinos protestantes cantos de peles-vermelhas acompanhados da projecao de 361 desenhos extrados dos “didrios” de thoreau (apresentado por seiji osawa em boston por boulez em nova york @ obra provocou 0 maior éxodo de publico durante um concerto nos wiltimos 25 anos segundo o comentarista allen hughes) @ john cage reader livro-homenagem aos 70 anos de cage (1982) registra outras tantas composigées parando provisoriamente em posteard from heaven (postal do céu) para 20 harpas ultimamente cage vem dedicando ‘muitos trabathos ao “finnegans wake" 0 mais radical e 0 mais musical dos livros de joyce em 1942 ja musicara um pequeno trecko dessa obra the wonderful widow of 18 springs (@ maravilhosa vitiva de 18 primaveras) ara vor e piano fechado (sic) ‘numa de suas novas incurs6es criou uma série de “mesdsticos” sobre o nome de james joyce ‘pescado aleatoriamente do texto (writing through finnegans wake, 1978) ‘numa outra viagem escavou sons e rufdos para o seu roaratoria, an irish circus on finnegans wake (1981) @ ele ainda promete um atlas borealis com as 10 trovoadas sobre as 10 palavras de 100 letras que atravessam 0 livro ("a fala do trovio”) 4 para amé-lo do. é preciso concordar com cage (os cagistas sdo geralmente charos: zm demasiado Titeralmente as suas idéias) inspirado na methor.tradigdo-nostesamericana @ da desobediéncia civil e da ndo-violéncia de thoreait @ martin luther king hore @ 7 wher king na era do pés-tudo em pleno musicaos de produssumo os livros de cage como a sua propria musica sdo um i-ching de idéias e invencées que nos fornecem se ‘respostas que. ‘a0 menos um novo estoque de perguntas Para-nos-abater-e rebelar " HAPPY NEW EAR feliz anouvido novo (YEAR/EAR trocadilho intraduztvel) NEW MUSIC ; NEW LISTENING ou em canibalés brasileiro: ouvidos novos para 0 novo ‘ouvir com ouvidos tiv Seta por dentro e por fora € 36 usar 05 ouvidos 1973-1985 xxili ANTEPAPO Quando foi publicado Siléncio, dei uma cépia a David Tador. Depois de dar uma espiada, ele disse: “Que pena que a Conferéncia na Juilliard nao esteja incluida’. Aque- Je texto esta incluido nesta coleg’o, que consiste naquilo que eu venho escrevendo desde 1961, exceto a Conferéncia sobre o Compromisso, escrita enquanto Siléncio estava em laboragdo, © outras estérias encontradas aqui ¢ ali, neste livro, ¢ aquelas englobadas sob 0 titulo Como Passar, Chutar, Cair e Correr. A questo é meu pensamento est mudando? EstA e no esté. Uma noite, depois do jantar, eu estava dizendo a uns amigos que agora eu estava preocupado em melhorar co mundo, Um deles disse: eu pensei que vocé sempre tivesse estado. Ai, eu expliquei que acredito — e meu comportamento o confirma — na proposicao de/Marshall McLu- ‘han segundo a qual temos produzido, através da tecnologia eletrénica, uma extensio de nossos cérebros, para o mundo anteriormente exterior a nds. Para mim, isso significa “que as disciplinas, gradativa e repentinamente (principalmente as orientais), antes prati- cadas por individuos para pacificar suas mentes, pondo-as de acordo com a realidade atual, devem agora ser praticadas socialmente — isto &, no s6 dentro de nossas cabe- as, mas também fora delas, no mundo, onde nosso sistema nervoso central de fato esta agor Isso me levou a considerar o trabaiho de Buckminster Fuller de primeira importan- cia. Mais do que qualquer pessoa que eu conheca, ele vé claramente a situacio do mundo — toda ela — ¢ cucou profundamente projetos para desviar nossa atengio da “matanca” [kllingry (NT)] para a “‘vivenca” [livingry (NT)}. Todavia, quando recentemente reli minha Conferéncia na Juilliard, fiquei surpreso com as correspondéncias entre o pensamento nela contido ¢ 0 pensamento que eu consi- dero mais atual na minha cabeca; p.c., “Estamos ficando livres da propriedade, que vamos substituindo pelo uso” (1966); ¢ “Nossa poesia agora é a visio de que nada possuimos” (1952). Certamente, minhas idéias comecaram no campo da miisica. E esse ‘campo, digamos, é como um brinquedo de crianga. (Aprendemos, é verdade, naqueles dias idilicos, coisas que agora somos obrigados a lembrar.)Nosso trabalho, agora, se ‘amamos @ bumanidade e © mundo em que vivemos, ¢ a revoluglo/ ‘A razio pela qual estou cada vez menos interessado em misica, nao é 56 que eu ‘acho 08 sons € ruidos que nos envolvem mais tteis esteticamente do que os sons produ- zidos pelas culturas musicais do mundo, mas sim que, se voc’ prestar atengao, farm xxXy compositor ¢ simplesmente alguém que diz aos outros o que devem fazer/Bu acho isso uma forma pouco atrativa de fazer as coisas. Eu gostaria que nossas atividades fossem, assim, mais sociais ¢ andrquicas. Na verdade, mesmo no campo da misica, € isso que est acontecendo. J4 nos anos 50 nés tinhamos o Once Group, em Ann Arbor, Michigan, ¢ 0 Grupo Guigi em Osaka e Téquio, Agora, quando a gente viaja, encontra grupos mais ou aap Zaj, em Madri, Fluxus, ii ¢ no exterior, Bang 3 em Richmond, Virginia; em Estocolmo, a construc do. Hon, por Niki de Saint Phalle, Jean Tinguely ¢ Per Olof Ultvedt. Quando a gente volta a NY., encontra-se no bloco de artistas ¢ engenheiros que realiza um Festival de Teatro ¢ Engenharia, um grupo que planeja, sob 0 nome de EAT [to eat =comer (NT)} Experiments in-Art-and Technology), permanecer reunido, como as familias costumavam fazer, mas agora fazem raramente, Passamos, pode-se dizer, do tempo da reunido familiar para © tempo presente, que leva as pessoas ¢ suas energias € os recursos materiais, energias utilidades do mundo, para um caminho que aceita com prazer © desconhecido ¢ as descobertas, usufruindo da sinergia (uma energia maior do que a soma de energias diversas ¢ isoladas) Voltando a idéia de que meu pensamento est4 mudando. Digamos que ndo esteja. ‘Uma coisa, porém, que o mantém em movimento é que estou continuamente encon- trando novos professores. Eu tinha estudado com Richard Bublig, Henry Cowell, Ar- nold Schoenberg, Daisetz Suzuki, Guy Nearing. Agora.cstou estudando.com-N.-O... ‘Brown, Marshall McLuhan, Buckminster Fuller, Marcel Duchamp. Ligado aos meus ‘habituais estusos-com-Duchamp. hao {ato de ser eu um medlocie jogador de xadrez Minha cabeca parece de tal forma vazia, que ago lances obviamente estdpidos-Em: nao duvido ném ‘nm por ut lim momento que essa falta de inteligéncia afete minha, musica €_meu pentsamento em geral. Todavis, eu tenho uma qualidade redeito Sobre’o ule’ dee Wvio (além de sua ambighidade e meu intsiesse na nio- ‘mensuracio); era sébado; estivamos, seis pessoas, jantando num restaurante do Hud- son ao norte de Newburgh; combinamos um encontro no México (eu nunca estive em outra parte do México além da Baixa Califérnia); trés tinham estado no México € se deliciavam com a perspectiva de voltar; um tinha nascido ld, mas estava fora ha cinco anos; sua mulher, com quem se casou na {ndia, como eu, nunca estivera Id; dois outros, ndo presentes ao jantar, ¢ que esperamos que nos acompanhem, tinham ambos estado. no México e adorado; talvez seja um grupo de oito; a fim de realizar esse encontro, [todos nds (sabendo dizer Sim) teremos de aprender a dizer Nao — isto é Nao a 1udo " que, possa obstar.a realizagio do nosso plano. =Te XXVE Este texto fon escrito para ser publicado por Clark Coolidge na sua revista Joglars, Providén- cla, R. 1, (Vol, [, n? 3, 1966). E um mosaico de idéias, proposigdes, palavras ¢ estérias. E também lum diério. Para cada dia, a partir de operaydes a0 acaso, determine! quantas partes do mosaico escreveria e quantas palavras haveria em cada uma. O niimero de palavras por dia deveria ser igual ov superior a cem, ao fim da ultima proposicao. Como a revista de Coolidge era impressa em foto-offset tirado dos escritos datilografados, Usel uma maquina IBM Selectric para escrever o meu texto, Usei doze diferentes tipos, deixando que operagdes ao acaso determinassem que tipo seria usado para cada proposigio. Da mesma forma foram determinadas as margens esquetdas, resultando as diretas do fato de eu nBo colocar hifens separando palavras, conservando 20 mesmo tempo 0 nimero de quarenta e trés ou menos caracteres por linha.! Li varias vezes este texto como conferéncia, primeiro no Beloit College, em Wisconsin, e ais recentemente (junbo de 1966), na International Design Conference, em Aspen, Colorado. Depois, ele foi reimpresso na edicdo de primavera da Aspen Magazine. DIARIO: COMO MELHORAR O MUNDO (VOCE SO TORNARA AS COISAS PIORES) 1965 I, Continue; eu deseobrirei onde voce sua (Kierkegaard). Estamos ficando livres da propriedade, que vamos substituindo pelo uso. Comecando com idéias. Quais podemos pegar? Quis podemos dar? Desaparecimento da politica do poder Ni mensuragéo. _Japonés, ele disse: nés também ouvimos com os pés. Eu citara Busoni: imcerposa entre © misico risa, esta a notagda —Anies, eu dere a dlc: operagbes ao ccasa indeterminacdo- Ex citara as misices da India: a notagao elas ¢ posterior co fate. Eu falara da cacao musical direta (a partir dos cowvidos, sem interpor os olhos). 2 da mand, Jensen dse, “Mesto que vocts nko tenham gstado os eskados (Lindy, ec) expermes que tenkam gosto da convesi" Costar da (conversa! Nos estamos lt enquanto estava xonecendol I lca minima: Baga 0 que ocd disse que faria. —Imposstvel? Telefone. Nao respondem? Minha idéia era que se cles quisessem Iutar (natureza humana ¢ essas coisas), deviam fazé-lo no Antartica, 0 resto de nés arriscando no resultado didrio: subsidios para o bem-estar mundial. Em lugar disso eles ficam por ai em cooperagto, trocando dados, amigavelmente. Abril 64: O homem do Departamento de Estado dos E.U.A largou © papo de Honolulu ~ “aldeia global, gostemos ou nic” ~, citou cingienta e cinco servigos que sao globais em extensio. A cadeia de montanhas que divide Oahu, antes fortificada (guarnigoes de ameias para autoprotegao quando atiravam flechas), agora tem tineis, permitindo a cireulagdo Ga populagio. Guerras, etc, parte da morte das estruturas politico-econdmicas. © trabalho social iguala 0 aumento do némero de servigos globais, ill. COMO DIZ McLUHAN. TUDO ACONTECE DE REPENTE. ‘A IMAGEM N&O € MAIS UMA CORRENTE DE AGUA CAINDO SOBRE AS ROCHAS, INDO DO LUGAR ORIGINAL PARA 0 FINAL; & COMO TENNEY EXPLICOU: UM COMPLEXO VIBRANTE, ONDE QUALQUER SOMA OU SUBTRACAO DE COMPONENTE(S), INDEPENDENTE DE POSIGAQ(OES) APARENTE(S) NO SISTEMA TOTAL, PRODUZ ALTERACAO, UMA MUSICA DIFERENTE, FULLER: ENQUANTO UM SER HUMANO TIVER FOME, TODA A RAGA HUMANA TERA FOME. A planificagéo urbana esta obsoleta. © que é necessério 6 um planejamento global para que a Terra possa parar de pular como um polvo sobre seus préprios pés. Buckminster Fuller usa sua cabeca: ciéncia do “comprehensive design”* inventario dos recursos mundiais. Converséo: a mente dé voltas, nao mais preocupada com a prépria direcdo. Utopia? Autoconhecimento. Alguns 0 fargo, com ou sem LSD. Os outros? Oram pela intervengdo divina, crises, falta de luz, sem 4gua pra beber. IV. Nos vemos simetricamente: canoa no lago canadense do norte, estrelas no ctu da meia-noite repetido na dgua, margens arborizadas precisamente espelhadas, Nossa audigao é assimétrica: 0s sons que percebemas nos surpreendem, cs ecos dos gritos que dames transformam nossas vores, a linha reta de som de nds para a beiva & seguida de ecos que deslizam em volta do perimetro do lago. Quando eu disse, “Cingtienta e cinco servigos globais.” ‘0 homem da California Bell Telephone replicou — (serembro 65), “Agora sé sessenta ¢ um" As estagies (criaclo, preservagao, destruigio, repouso): esta era a experiéncia € a idéia resultante (nao & mais: ele voa pare 0 Rio). © que usaremos quando viajarmos por ai? Um taje de verdo com ou sem ceroulas? Que tal 2 idéia de Stein: as pessoas s20 do jeito que sua terra € seu ar sto? —-V.-— Quando eu disse que a cultura estava mudando da Renascenga pro que ela 6 agora (MoLuhan), Johns objetou que o que ele disse ere uma supersimplificagdo. Mas Johns estava falando de acordo com nossa experiéncia néo- Renascenga: campo total, multiplicidade nao enfocada. _Nés estamos, no estamos? sociaimente falando, numa situaclo de © velho moster e 0 novo passar a existir? Para o velho — pagar contas, buscar 0 poder ~- tomar 2 atitude do jogo: jogos. Para 0 novo — fazer 0 que niio € necessério, “levar areia de uma parte da praia pra outra”” (Buckminster Fuller) — tomar a atitude religiosa: cerebragio. (Celebram,) Todos se mandaram. © gato ¢ os filhotes foram levados para o ‘A casa esté cheia de pulgas. VI. Dizem que miisica totalmente determinada misica indeterminada soam igual. Eu SPCA. visitei Hamada. Erguendo-se do torno, ele disse, “Eu no estou interessado em resultados; negécio ¢ ir pra frente. A Arte ‘esté em processo de retornar ao que Ihe & proprio: # vidi © Lago é indefinido, A terra em volta (© envolve obscurecendo sua imagem, imagem que precisa permanecer irrevelada, — Cantada, “Mundo flucwante’. — Chuva, cortina da superficie do Lago vento-varrida, além: segunda visto ha outras, diz ele, uma com névoa subindo), — Ontem era ealma e reflexos, grupos de bolhas. Um Jardim americano: dgua, sem areia vegeracao, sem pedras. Trova Sem pretensio, vou de um Iago para outro lago, Ar salgado. Lago Salgado. VII. ugh Nibley. Niio 0 via desde os dias de colégio, —Perguntei-Ihe 0 que pensava de outros planetas € populacdes sensiveis. Sim, disse ele, por todo o universo: é « doutrina mérmon. —Dissemos adeus. Eu abri ‘2 porta do carro, peguei minbs pasta de documentos ¢ tudo que estuva dentro caiu ma grama ¢ oa sarjeta. Sea comentério: Sempre acontece algo memorivel. —Coisas que famos fazer, esto ‘agora sendo fetta: por outros. Ao que parece ‘p80 ostava om nés fazé-las (estévames, 00 elas estavam, fora de nés2) mas, simplesmente, pronlos para entrar em qualquer cuca absrta, qualquer cabeca suficientemente perturboda para néo ter uma idéia dentro. Vill. © calor diario que nds expertmentamos, meu pat disse, nao ¢ transmitido pelo Sol para a Terra, mas ¢ 0 que a Terra fax 2m resposta ao Sol Medidas, ele disse, medem metos de medir Basho: Matsuake ya shirnu ko no ha no hebaritsuku A fotha de alguma drvore desconhecida gruda 10 cogumelo (Biythe) © cogumelo n20 sabe que a folha esti grudada nele (Fakemitsu), Projeto: Descobrit um meio de Iraduric textos escritos em extremo-orientés de modo que os homens do oeste possam ler orientalmente Comunicagio? Bakarashit—Palavras sem sintaxe, cada palavra polimorfa, Ele queria que ew concordasse que © afinador de piano ¢ © fabricante de piano aio tém nada a ver com isso (a composigio). Os mais mogos tinham dito: quem quer que tenha feito @ tela niio pode ser separado da pintura. — (E ndo para ai) IX. QLHANDO EM TODAS AS DIRECOES, NAO APENAS NUMA DIRECAO; Fazer casas (Faller) seed, como 2 telefonia, um servigo. Cinica circunstancia pra que voce no passa ir morat li: alguém j4 esté morando (est6 ocupado). Por isso, aprendemos a desejar 0 vazio. Sendo incapazes de dizer “isto € meu", ado vamos querer, quando perguntarmos, receber resposta alguma, 4h da tarde no mundo todo. Gostemos ou nao (6 0 que ole disse), ‘estd nos acontecendo. Os amtinclos, sio todos bons; as noticias, todas més (McLuhan). Mas a maneira pela qual recebemos més noticias pode mudar: ficamos satisfeitos de ouvir falar da incrementagio do desemprego. Em breve, tudo o que send solicitado de nés seré uma hora de trabalho por ano (Fuller). -X.—Eles perguntam qual 00 propésito da arte. EF assim que as coisas sio? — Diigamas que howesse mil artistas @ um s6 propésivo, ficaria um artista de posse dele e todos os novecentos . ¢ noventa € nove restantes ficariam chupando 0 dedo? O letreiro de Arcata Bottom dizia: experimente sem parar e permaneca humilde. “Escreva para o Centro para o Estudo das Instituigdes Democréticas; eles sabem tudo sobre servigos globaix” Eu eserevi, Eles responderam que no sabiam de nada, sugeriram que escrevesse a0 Departamento de Estado. Os livros de que a gente precisava antigamente eram difiecis de conseguir, Agora eles saem todos em brochura. A sociedade esté mudanda. E dificil obter informagdes relevantes. Logo elas estaréo por toda parte, despercebidas. XI. ELETRONICA. —_Viré o dia om que vamos Ha sempre menos o que fazer: as circunstancias 0 fazem por nds. A Terra. ‘As velhas razdes para fazer as coisas 6 ndo existem. (Durma sempre que puder. Seu trabalho continua sendo feito. Voce ¢ ele néo tém mais modo de separar-se) Nés tivemos a chance de fazé-lo individualmente. Agora, temos de fazélo juntos: globalmente. A. guerra nao serd conflito de grupo: serd assassinato, puro € simples, concebido individualmente. Curiosidade, consciéncia, les voltaram ao fato de que todos nés precisamos comer, para explicar sua devogdo pelo dinkeiro, mais do que pela misica. Quando eu falel da equagéo, trabalho igual a dinheiro igual a virlude, eles ‘mo interromperam (ndo me deizaram dizer que hoje em dia nao ha equacdo), dizendo, “Como 4 que vocé pode falar de dinheiro @ virtude a0 mesmo tempo?” XII, ONDE NAO PARECE HAVER NENHUM ESPAGO, SAIBA QUE NAO SABEMOS MAIS 0 QUE £ ESPACO. TENHA FE, O ESPAGO ESTA LA, DANDO AS PESSOAS ‘A CHANCE DE RENOVAR SUA MANEIRA DE RECONHECE-LO, NAO IMPORTA POR QUE MEIOS, PSIQUICOS, SOMATICOS, OU MEIOS QUE ENVOLVAM EXTENSOES DE AMBOS. As pessoas ainda pedem definigdes, mas agora € tanghilo que nada pode ser definido. Muito’ menos a arte, seus propésitos, etc. Nao estamos certos nem sobse cenoutas (se €2s sio 0 que pensamos que so, quio venenosas elas so, quem as desenvolveu € em que circunstancias) ELA FICOU INDIGNADA QUANDO EU SUGERI © USO DE UM AFRODISIACO = POR Que? NATURALMENTE, ELA CONSIDERA A TV UMA PERDA DE TEMPO. VIII. O propésito de uma atividade jd nao est4 separado do propésito de qualquer outra atividade. Todas as atividades se fundem num tinico propésito, que é (cf. Huang-Po, Doutrina da Mente Universal) nenhum propésito. __Imite as areias do Ganges, tornando-se indiferente ao perfume, indiferente 4 sujeira. Influéncia. De onde ala vem? Responsabilidade? Os doentes agora so cardiacos. Narcisos, ficaram extasiados com emogées, propdsitos, iistificados por viver no século vinte 6s inventamos algo mais, nao a roda. — Entendemos os sistemas nervasos. —MeLuban- Agenbite of Outwit (local, Primavera 63). (A incapacidade das pessoas para ficarem inativas Como disse Satie: Se eu nao fumo, alguéms 0 fard em meu lugar Participacdo da auasencta, passividade aiivay ‘XIV. Desde que o Espirito 6 onipresente, hé uma diferenga nas coisas mas nfo no espirita MeLiuban foi capaz de dizer “O meio 6 ‘4 mensegem" porque comegou por no se preocupar com o conteéda. Ou escolher quantidade, nfo qualidade (a qualidade sai na urina): ié, nds gostariamos de ficar vivos, as mudancas que estdo ccorrendo sto tantas t4o interessantes, A. composi¢do teré, ele diss, cada vez menos a ver com o que acontece, ‘As coisas acontecem mais depresss, Um dos sinais que voeé vai encontrar € 10 ‘que Ihe dirdo que as coisas vdo indo bem & que voeé € todos os caras que voeé conhece estaro abitando leves casas Dymaxion, desvinculadas da propriedade & das violadas paragens da Terra (lia Fuller). XV. Sorrindo, ele dis ‘os velhos sairem; néo hé mesmo muito a fazer com eles. Distragdes? Interrupedes? — Bem-vindas. Elas the dio a chance de saber se voce esth disciplinado. Assim voce néo precisa se aborrecer por sentar com as pernas cruzadas na posicéo de lotus, Fonttica, Ele era um fisico € um compositor de-computador nas horas, wagas. Por que era tdo estipide? Por que era de opinido que a tinica coisa que pode engajar o intelecto é a medigao das relagées entre as coisas? Quando alertado para o fato de que sua mente podia mudar, sua vesposta foi: “Como? For qué?” 0 eonflito ndo estard entre pessoas € pessoas mas entre pessoas e coisas. Neste conflito vamos tentar regular as coisas’ de forma que © resultado, como em filosofia, nunea seja decisive. Trate os pinheiros, por exemplo, como entidades que tém ao menos uma chance de vencer. XVI Ele vagueia pelos mercados como se eles fossem florestas e ele, um explorador botinico (no joga nada fora). Lago. Leve aquilo em que vocé esti trabalhando com voct; isto & se voce tem algo a fazer. Brechas. Que pena que ela se sentisse obrigada a resolver as coisas por conta préprial (Nao hi 1 deixe i ee ee Jé se verificou que © dinheiro tem sido economizado.) México. (Os europent ainds esto cone, Eke parecer slcar um cento de vecerese. Els comprendem & tag, mas, 4 propria vid (€ toda ate que & como el) ox perturba, parece insatifxéri, ‘Temos sede de entretenimento agradecimentos as duas mulheres). XVI. No que fiquei com raiva, eu simplesmence site! minha boguiica,levando duas horas pare me recuperst. — Entretant, a5 crcunstancias contnusram cereceizades pelo hibit. Indo em diferentes divegdes, a gente consegue, em vex de separacdo, um sentido de espago. Mitsiea como discurso (jazz) nfo funciona. Se yoe® val armar uma discussiio, faca-o ¢ use palavras. (Didilogo & um outro papo,) Atos ¢ fatos. Gota d'igua que faz 0 copo transbordar: 0 fato de eles dizerem Nao (eles anunciam que vio dizer Sim). — Principios? —_Entdo tudo & intolerdvel. Sem princtpios (0 que nao quer dizer que vamos deixar de ficar furiosos). —Entdo? Nos nadamos, afogando-nos aqui eli, Bu preciso escrever e Ibe falar sobre a beloza, a urgincia de evttd- fa, XVII. Ouvindo falar de atos do passado, (politica, economia), as pessoas logo sno conseguirso mais imaginar como tais coisas podem ter acontecida. A fusto de politica com economia, preparou ‘0 desaparecimento de ambax Ain invisiel. Chegando, perceber que ‘munea partimos. Ele mencionou cabecas 12 no teto. Ao vé-las, também © notamos. Fuso de cartdo de crédito com passaporte, Meio de fazer ouvir a propria voz: a recusa de accitar 0 cartio de crédito. Fim do més? Isso também pode ser mudado: a medida do tempo, seja qual for a estacdo, seja noite ou dia, Em qualquer caso, nada de contas, 86 informacao adicionada. “Va com calma, ‘mas vi". Que fiemas? (Antes do almogo) “Déthe asa. XIX. Se eu quiser uma lista dos servi¢os glohais disponiveis, como os consigo? _Longas e custosas correspondénc (O Pentigono aconsetha a telefonar:) Eu vou. eserever ao Presidente (dos Estados Unidos), 20 Secretario (de Estado dos Estados Unidos). Se tempo for passando, perguntarei Aqueles que eu encontrar se eles tém alguma informacio. (McLuhan nao tinha nenhuma.) ‘Vou escrever a0 Fuller. Devia ter feito isso em primeiro lugar (Papa Paulo, Lindsay: Tomem nota). 0 afiecionado (costumava dizer “Nao mexa nisso") agora fala de partieipagdo da audiéneia, sente que algo, tudo, é necessério, poderia ajudar, —Desenvolva a panopticidade da mente (Ouga. Q QUE IRA ACONTECER QUANDO A INTELIGENCIA FOR RECONHECIDA ‘COMO UM RECURSO GLOBAL (FULLERI? AS ORGANIZAGOES POLITICAS — DESISTINDO DO ENVOLVIMENTO COM 0 JOGO (PARCEIROS, OPOSITORES) E DO ENVOLVIMENTO COM OBJETIVOS INATINGIVEIS (VITORIAS, VERDADES, LIBERDADES) — SIMPLESMENTE SE APAGARAO DO QUADRO. A IMAGEM EMERGENTE € A DAS UTILIDADES (GAS, ELETRICIDADE, ‘TELEFONES): INQUESTIONAVEL, EMOCIONALMENTE 13 INEXCITAVEL. XX. © que ¢ um desenho? Ninguém mais sabe. Algo que no requer que vocé espere secar enquanto vood esti fazendo? Algo no papel? diretor do museu disse (Tobey, Schwitters), “E uma questio de énfase.” Agéo de gragas. Arte. Plano de transporte (finalmente sem despesas, a condugfo reconhecida como o que elt & una extersio de cade ser humano ¢ sua bagagem): para curtas distincias, caro (taxi de um prédio pre outro: um hac, longas vigens, bento como Ino feruar continents, oosos) Beto do Videofone sobre as viagens! Que nés ficaremos em casa, dando uma de deases, por causa da impressio ave dienes de esarmot em odor ot gees 20 meso tem XXL Em nda parte em yue economia ¢ pelitiva predominam toda parte’), é a lei da sciva. Veja as carifas de taxi nas diversas cidades. — Numas mais cures que nus ourras. motorist que vai de uma para ourra, tem de voltar vazio. Um relaxamento das regras, des lagos (casamento pe) é aconselhavel. Agora que temos rodovias de quatro pistas, j4 ndo temos nenhum uso para elas, (Bom pra patinagdo, ele disse.) Recuse juizos de valor = Dado que ‘os atrasos eram desordenadamente longos, as mudangas sdo agora bem-vindas. A propaganda desaceditow-se. ‘Quando eles ania agama coi, nos @ ents Nao bd nada que nds realmente precisemos fazer que nao seja perigoso Os artistas da Rua Oito sabiam disso bd muitos anos: falavam 14 constantemente de risco. Mas 0 que significa risco? Perder alguma coisa? —Propriedade vida? Principios? A forma de perder nossos brincipios examind-los, areja: Jos XXII. eb ja nao é pavimentado de ouro (mudangas na arquitetura das igrejas). 0 eéu é um motel. Ele mudou uma parte do coro: earpete de parede a parede, TV portatil. Sem conflitos Vinlo © duas chamadas telefénicas foram feitas por Betty Zeiger, “rompendo a eficiéncio, das agéncias federais .. . dedicodos & busca da paz”. © Departamento de Estado disse que o representante do Havaf era uma mulher, Cingiienta e cinco (agora sessenta © um) servigos globais estéo na dea das humanidades “além da mera provisio de alimento/abrige”, Nao sao servigos tecnolégicos. Departamento de Estado A aldeia global se desenvotveu a partir das ‘Aldeias Literdrias” (plano para a metboria da vida na india) “Nos somos pacotes de dgua gotejante’. “A préxima Agua que voeé beber, pode ser a sua’ XXII, CHAMEMO-LA DE CONSCIENCIA COLETIVA (JA TEMOS © INCONSCIENTE COLETIVO). A QUESTAO €: QUAIS SAO AS COISAS DE QUE TODOS PRECISAM, A PARTE OS GOSTOS E AVERSOES? — COMEGO DE RESPOSTA: AGUA, ALIMENTO, ABRIGO, ROUPAS, ELETRICIDADE, COMUNICAGAO AUDIOVISUAL, TRANSPORTE, FORMA DE RESPOSTA: UMA REDE GLOBAL DE UTILIDADES. io tema que sua vida die ndo pesmaneg fu sewer, confome 0 css) IS Se ed ee eee ee iBuninads snreuleamente, A med que 0 lake enanis 8 otitidade, Voce. lo srt wad 0 que her, ete @ gue fark vee — Una anineidade vals Galle)! No saguto, depois que a misica de La Monte Young parou, Geldzahler disse: E como estar num iitero; agora que estou fora, quero voltar pra dentro, Eu senti diferentemente, assim como Jasper Johns: nés ficamos aliviados por sermos liberados. XXIV. Saber-ver, adaptar-se A realidade. Anscombe ¢ uma feminitia, imsiste em usar calcas Obrigada a dar a patestra de ectide, levou um consigo esto, dew a patestra, tr01-0, foi pra casa (lecionande todo 0 tempo) de calgas. Como the disseram: "Quando vocd vai se despir de suas taéfas?” — Nao tem escapaiéria, Billy Kldver disse que uma decisio. de um juiz na América do Sul (pe) 6 tomede come precedente por um j O trabalho de Brown (Vida Contra Morte) é profético (também a observagao de Kooning: nao temos mais tragédia; a situagiio em que um individuo pode estar, € somente patética): 4 a sociedade como massa é que precisa de f psicanilise (Por isso a perversidade polimorfa, a necessidade de Utopia). Diante de a bilhdes, a0 contrério de Nebr, temos de tratd-los como uma nica pessoa, XXV. ELA DIZ QUE A VIDA E COMO UMA PAREDE BRANCA, IMPASSIVEL. DEDUGAO CORRETA: ELA ESTA AMANDO. —Kiiver: a ITU far um rol de muitos ‘ acordos internacionais, a saber: cédigo Morse, elegramas, telefones, ridios, televisiio, 16 . | | sinais de emergénci formagses meteorolégicas, freqiiéncias € poténcias de estagdes, meios de prevenir a estitica. “Como seria se esses acordos niio existissem?” —(pergunta a ITU). “Nao se teriam noticias, fotos nos jornais, programas de ridio de intercdmbio, recepeio de ridio livre de estitica. previsies meteorolégicas, alertas contra tempestades, seguranga no mar, no ar.” Kliver informa: a ITU (International ‘Telecommunication Union) foi estabelecida em 1865 (nove anos mais velha do que a UPU — comeio — ¢ dezessete mais velha do que os acordos sobre ferrovias). XVI A verdade & que tudo € causa de wdo Nao falamos, pois que uma coisa causa outra, Nao hé segredos. E56 que pensomos que oles dissoram morto quando disseram torte, Ou que nde tishamos ligade quando se dev o transmissdo, Tendo ouvido falar de servigos globais, Barnett Newman enfatizou a importancia das arte: A sociedade tem gravadores, programas de ridio, ¢ também leis de “copyright” (que ela pensa em ampliar), (Tropega em si mesma.) —_Livrar-se dos copyright (este texto & copyright.) Estamos fazendo interpenetracées néo-especialistas. Automagio, Alteragao da sociedade global através da eletrénica, de maneira a que o mundo venha a girar por meio de inteligéncia unida em lugar de por meio de uma inteligéncia divisionista (politica, 7 economia), —Digamos que esta idéia nao tem base ‘em falos, mas surgiu apés ee ter varrido a desinformacso. Som suor. Surgiu (a idéia existe, 6 falc.) XXVIl Nao imagine que ndo hd muitas coisas a farer. NOs precisamos, por exemplo, dé uma Aeenologia totalmente sem fio. Assim como as c6pulss de Fuller (céipula dentro de cépula, teanslicidas, plantas dentro) dario 2 Impressto de ff nto se viver em cast nenhuma (espago externo), assim toda a tecnologia precisa caminhar em diregdo 2 maneita como as coisas cram antes do homem comecar a mudé:las: dentificagio com a natureza na sua mancira de operagio, mistétio complet A profecia de Fuller, no fim do perfil que o Tomkins fer dele, acabou sendo eliminada (New Yorker) pelos editores. Assunto: rede slobal para forca elétrica (incluindo a China, que paticiparia por um principio de praticidade), As observagdes de Fuller so consideradas risiveis diante do blackout de novembro, _{Precisamos de um outro blackout, um nao Ho agradivel, Jum que sugira que usemos nossas cabecas como Fuller usa a sua). XXVIEL —-Nés. envenenamos nosso alimento, poluimos nosso ar ¢ nossa égua, matamos péssaros e gado, eliminamos florestas, empobrecemos, depredamos 2 terra. Somos altrufstas, ‘ibeis: inclufmos nos nossos atos ‘8 exeeutar — jf tivemos um ensaio — © altimo deles. ‘Como voed o chamaria? Nirvana? "Ndo 6 a instantanea comunicago verbal universal foi prevista por David Sarnoff, mas também a televisio 18 instantinea, jornais instantaneos, revistas instantineas e servigo telefdnico visual instantineo . . . 0 desenvolvimento de um tal sistema global de comunicagbes deveria unir as pessoas em toda a parte... para reorientagio em diregdo a um ‘conceito uunimundial de comunieagdo de massas numa ‘era mareada pelo surgimento de uma linguagem universal, uma cultura universal ¢ um mereago eomum universal." XXIX.- POPULAGAO. A arte obseureceu a diferenga entre arte © vida. Deixemos agora a vida obscurecer a diferenga entre vida e arte A vida de Fuller 6 arte: a ciéneia do “comprehensive design’, inventario dos recursos mundisis (se jé existe bastante cobre minerado, reuse, nfo minere mais: ‘© mesmo para as idéiasl. _ Q mundo precisa ser ordenada. Serd como viver uma pintura de Johns: Estrelas e Listas serdo utitidades, nossas vidas didrias as pineeladas = McLuhan: O nabalho € obsolet. Por qué? trabalho envolve parcialmente arividade, A atividade agora € necessariamente envolvimento total (ef 0 trabatho dos artiscas, erabatho nao envoluide em ginko). Por que total envoluimento? Flervinica, Por que mdo-ao-mesmo-tempo? A maneina pela qual nés-coisas somos. Yathabhutom ‘Onde houver uma tradigéo de organizagdo (arte), introduza desordem. ‘Onde houver uma tradicéo de desorganizacko (sociedade mundial), introduza ordem. — Estas diretrizes nio sto mais opostas uma a outra do que io ume primavera. ere naquilo?” Longa vida. > Mies van der Rohe disse: “O menos £0 mais”, Con- cordo com ele completamente. Ao mesmo tempo, 0 que ‘me preocupa agora é a quantidade. Quando recebi uma carta de Jack Arends pedindo- ‘me uma palestra no Teachers College, respondi e disse ue eu gostaria, que ele 56 precisava me dizer a data. Ele disse, Entao eu disse ao David Tudor: “A conferén- cia esté tao préxima que eu ndo creio que tenha tempo de escrever as noventa estérias; nesse caso, de ver em quando, vou ficar de boca fechada’’. Ele disse: “Vai ser ‘um alivio”, Um compositor imundo estava tentandé explicat 2 um amigo como era sujo um cara que ele encontrara recentemente, Disse ele: “Ele tem sujeira nas mos, no meio dos dedos, tanto quanto voce ¢ eu temos nto dedo do pe. ‘Uma senhora carregando um monte de pacotes su- ‘bin num Gnibus da 3? Avenida, Antes que ela tivesse tempo de se sentar oGnibus andou. Os pacotes cairn, vrios deles em cima dum Sebum que estava resmun- gando sozinho. Olhando pra madame meio perereco, dis- se: “Quéissho, p82" A mulher respondeu com solictu- de: “Sao presentes de Natal, meu bom homem, 0 se- thor sabe, é Nata!” “Dabo”, disse ele,“ passhado", David Tudor dé a impressdo de no ser muito che- ‘gado aos cogumelos. Mas uma noite ele comeu duas por- bes de “moréis” e depois limpou a travessa, inclusive ‘0 molho. Na tarde seguinte, enquanto ele se barbeava, evi alto a seguinte citagao de Leonardo da Vinci: “Ve- 20 A THORMRAA BO tempo ae “Como & que voce pode crer nisso quando Como no posse? det Alguns hd que néo se podem chamar mais do que uma estrada de comida, produtora de detrtos, enche dores de latrinas, pois deles nada mais aparece no mun- do, nem hé nenkuma virtude em seu trabalho, pois de- les nada sobra além de latrinas cheias": David Tudor dis- se: “Talvea eles fossem bons budistas" Minha av6 era As vezes muito surda, ¢ ovtras vezes, particularmente quando alguém estava falando dela, nfo ranada surda. Um domingo, ela estava sentada na sala de estar, bem na frente do rédio, Estava com um serm&o, ligado tdo alto que podia ser ouvido por todos 08 pré- dios vizinhos, Mesmo assim, ea estava ressonando ¢ ron- cando, Eu entrei na sala na ponta dos pés, pretendendo pegar um manuscrito que estava no piano e sair denovo sem despertévla, Quase consegui. Mas quando eu jd es- tava na porta, desligou-se 0 radio e vové falou rispida: “John, voce est preparado para a segunda vinda do Senhor?” No dia seguinte aquele em que eu finalmente g2- hei o concurso da TV italiana sobre cogumaelos, recebi anonimamente, pelo corzeio, o volume II de um livo francés sobre cogumelos que tinha sido publicado na Alemanha, Eu 0 estava estudando num bonde cheio, in- do para a cidade baixa em Milgo, A senhora ao meu lado disse: “Pra que o senhor esté endo isso? O concur- so ja terminou’ < “Elisabeth, esté um lindo dia. Vamos dar um pas- seio, Talvez encontremos alguns cogumelos. Se encon trarmos, nds os colhemos ¢ comemos”. Betsy Zogbaum perguntou a Marian Powys Grey se ela conhecia & dite renga entre os bons cogumelos 0s venenosos. “Creio {que sim. Mas imagine, querida, como a vide seria chata sem uma certa incerteza"

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