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RODRIGO HENRIQUE MARCAL PINHEIRO

PEDRO HENRIQUE BRUDER DECKER


WILLIAN LEONEL LUBRIGATI

RELATÓRIO DE CAMPO
VISITA AO SERVIÇO AUTÔNOMO MUNICIPAL DE ÁGUA E
ESGOTO DE IBIPORÃ E À ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE
ESGOTO E EFLUENTES – CAÇADORES

Londrina

2017
RODRIGO HENRIQUE MARCAL PINHEIRO
PEDRO HENRIQUE BRUDER DECKER
WILLIAN LEONEL LUBRIGATI

RELATÓRIO DE CAMPO
VISITA À SERVIÇO AUTÔNOMO MUNICIPAL DE ÁGUA E ESGOTO
DE IBIPORÃ E À ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ESGOTO E
EFLUENTES – CAÇADORES

Relatório apresentado à Disciplina Gestão


Ambiental aplicada à Engenharia Civil da
Universidade Estadual de Londrina

Docente: Dr. Edson Proni

Londrina

2017
DECKER, Pedro Henrique Bruder; PINHEIRO, Rodrigo Henrique Marcal;
LUBRIGATI, Willian Leonel. Relatório de Campo. 2017. Relatório de campo
apresentado à disciplina Gestão Ambiental – Universidade Estadual de Londrina,
Londrina, 2017.

IDENTIFICAÇÃO

Foram realizados dois trabalhos de campo. Inicialmente ao Serviço Autônomo


Municipal de Água e Esgoto de Ibiporã (SAMAE) no dia 31 de janeiro de 2017, e
posteriormente, à Estação de Tratamento de Esgoto e Efluentes – Caçadores, da
região metropolitana de Londrina dia 7 de fevereiro do mesmo ano. Cada visita será
tratada separadamente.
SUMÁRIO

1. VISITA À SAMAE – TRATAMENTO DE ÁGUA ................................................. 5

1.1 Introdução ........................................................................................................ 5

1.2 O Sistema de Abastecimento ......................................................................... 6


1.2.1 Captação ..................................................................................................... 7
1.2.2 Adução ........................................................................................................ 8
1.2.3 Tratamento .................................................................................................. 8
1.2.4 Controle de Qualidade da Água ................................................................ 12
1.2.5 Distribuição de água tratada ..................................................................... 12

1.3 Conclusões .................................................................................................... 12

2. VISITA À ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ESGOTO E EFLUENTES –


CAÇADORES ....................................................................................................... 13

2.1 Introdução ...................................................................................................... 13

2.2 Métodos.......................................................................................................... 14

2.3 Resultados ..................................................................................................... 18

REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 20
1. VISITA À SAMAE – TRATAMENTO DE ÁGUA

1.1 INTRODUÇÃO

Todos sabem que a água é uma substância vital a qualquer ser vivo.
Porém seu consumo não tratado pode geral as mais diversas doenças, portanto se
faz fundamental a existência de postos de tratamento de água. Um dado da
Organização Mundial da Saúde que pode comprovar isso, é que um quarto dos
leitos existentes em todos os hospitais do mundo são ocupados por pacientes
acometidos por doenças que foram transmitidas pelo consumo da água.
As doenças em questão são divididas em duas principais classes: de
transmissão hídricas e de origem hídricas.
Doenças de transmissão hídricas são causadas por micro-organismos
patogênicos veiculados pela água. Tais micro-organismos têm sua origem das
excretas (fezes e urinas) de pessoas e animais infectados. Podemos citar como tais
organismos;
 Vírus – hepatite viral do tipo A;
 Bactérias – febre tifoide; disenteria bacilar; cólera e leptospirose;
 Protozoários – amebíase ou disenteria amebiana;
 Vermes (helmintos) e larvas – esquistossomose.
Já as doenças hídricas são geradas por substâncias minerais e
orgânicas, dissolvidas ou em suspensão na água. Podendo ser naturais ou
introduzidas no curso da água.

A excursão em questão tem como objetivo principal de entender o


funcionamento e a importância de uma Estação de Tratamento de Água (ETA).
Demonstrando também toda relevância que a matéria de gestão ambiental tem na
vida profissional de um Engenheiro civil.

A excursão teve início com a vista ao Serviço Autônomo Municipal de


Água e Esgoto (SAMAE) localizado no município de Ibiporã no Paraná. Fomos
informados que tal estação de tratamento segue todos os parâmetros exigidos pela
Portaria Nº 2.914, de dezembro de 2011. Dispõe sobre os procedimentos de
controle e de vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão
de potabilidade.

A água trada ali é derivada do Ribeirão Jacutinga localizado a 3 km da


estação e com desnível de 138m.

Pela Lei Municipal nº 197 de 6 de dezembro de 1968 tal ETA é uma


autarquia municipal, ou seja, possui autonomia própria e convênio de assistência
técnica com a Fundação Nacional de Saúde (FNS). Tal órgão pertencente ao
Ministério da Saúde, que tem como objetivo trabalhar no ramo da saúde e
saneamento.

O profissional que nos orientou mostrou todas as etapas do processo


passo a passo e constantemente sanou nossas duvidas durante a excursão pela
ETA. De início, nos foi mostrado o processo de adução água do rio até a estação e
então os processos de purificação, os quais serão melhor descritos a seguir, que a
água recebe no local. Após analisado todo o processo de tratamento da água, foi
feita visita aos laboratórios da estação, onde é controlada a qualidade final do
produto. Mais adiante ele demonstrou algumas etapas químicas que ocorrem e por
fim indicou onde a água fica mantida para poder ser distribuída. Encerrou-se assim
a primeira parte da visita, à estação central de tratamento de água da cidade de
Ibiporã.

Em seguida foi realizada visita à segunda grande fonte de


abastecimento do município, um poço jorrante cuja fonte é o Aquífero Guarani. Tal
fonte é muito benéfica para a cidade, já que algum possível problema de tratamento
das águas fluviais não necessariamente acabaria com o abastecimento local.

1.2 O SISTEMA DE ABASTECIMENTO


Conforme observado durante a vista técnica in loco, as etapas de
tratamento de água para distribuição no município, pode ser enumerada da seguinte
forma,

 Captação;
 Adução de água bruta;
 Tratamento
Floculação;
Decantação;
Filtração;
Desinfecção;
Fluoretação;
 Controle de Qualidade da água;
 Distribuição.

1.2.1 Captação

A área construída para a captação de água bruta de Ibiporã é


composta por 02 conjuntos moto-bombas, 02 quadros elétricos de acionamento e
comando dos motores, com funcionamento alternado. Já na parte externa existem
02 transformadores elétricos trifásicos de 750 KVA e cabine elétrica blindada de
medição, proteção e distribuição, de 13.8 KV. Essa água é captada do Ribeirão
Jacutinga, por meio de um reservatório de acumulação e elevação do nível da água.
Posteriormente é levada até um reservatório de acumulação, com capacidade para
15.000m³, vazão crítica de estiagem de 700l/s, vazão captada média de 201,4 l/s e
potencial máximo de captação de 3000 l/s.

Há dois canais instalados, e, afim de evitar possíveis obstruções da


rede, há em cada um deles desarenadores e válvulas de pé com crivo. Os tubos de
sucção possuem 500mm de diâmetro.
1.2.2 Adução

A adução de água é feita com auxílio de dois conjuntos Moto Bombas


de eixo horizontal, cada uma de 600CV, que trabalham 7 dias por semana, 14 horas
por dia. É importante ressaltar a presença de válvula especial afim de evitar golpe
de aríete, que causaria grandes prejuízos à tubulação, colocando em risco todo o
sistema operacional de ETA.

A tubulação da adutora trabalha em paralelo, contando com


tubulações de 500mm, 400mm e 300mm, com comprimentos respectivos de 1644m,
1296m e 1296m.

1.2.3 Tratamento

Afim de discorrer acerca do tratamento de fato que se dá na ETA, é


importante ter em mente como são as instalações do local. São ao total três
pavimentos. No primeiro encontram-se aos reservatórios, no segundo os
laboratórios de análises e galeria de comando, além de escritórios na parte interna,
e na parte externa ocorre quase todo o processo, desde a chegada da água bruta,
até os floculadores, tanques de decantação e filtros. No terceiro pavimento
encontram-se tanques de sulfato de alumínio e outras salas destinadas a reuniões.

Já iniciando o trajeto da água captada, ela chega recalcada pelas


bombas, e prontamente analisada afim de compreender suas características
químicas, que podem variar dia a dia de acordo com diferentes níveis de chuva, ou
até mesmo pelo uso de defensivos agrícolas. Logo em seguida a água é destinada
à chamada calha Parshall, onde é medida a vazão e aplicada cal primária com
intuito de corrigir o potencial hidrogeniônico. É adicionado o sulfato de alumínio
isento de ferro afim de facilitar o posterior processo de floculação, e então de fato
se iniciam os processos, melhor detalhados a seguir.
Figura 1: Chegada da água ao tanque de floculação

Fonte: Próprios autores

 1.2.3.1 Floculação
Como o nome sugere, as partículas em suspensão presentes na água
são floculadas, ou seja, se unem formando grãos maiores. Tal processo é
fundamental para acelerar o processo de decantação. Não ocorre, porém,
floculação, caso não seja adicionado o sulfato de alumínio, por tal razão este é
adicionado. Nas instalações há dois floculadores mecânicos, uma canaleta de água
floculada e 03 (três) floculadores hidráulicos.

Figura 2: Tanques de floculação

Fonte: Próprios autores


 1.2.3.2 Decantação
Durante o processo de decantação as partículas previamente
floculadas irão se acumular na base dos tanques, e seguirá no processo uma água
com muito menos partículas sólidas. A ETA em questão conta com dois
decantadores horizontais, funcionando em paralelos, com fluxo horizontal.

Figura 3: Tanques de decantação

Fonte: Próprios autores

 1.2.3.3 Filtração
Apenas após passar pelos processos anteriores a água está
preparada para passar pelo processo de filtração. São cinco tipos de filtros, tipo
rápido de areia, com fluxo descendente, de oito camadas.
Figura 4: Filtração

Fonte: Próprios autores

 1.2.3.4 Desinfecção
Mesmo após filtrada, ainda é possível que existam agentes
contaminantes na água, portanto é preciso que seja adicionado a ela algum
desinfetante, afim de garantir a segurança do produto final. Tanto na SAMAE quanto
em todas as estações de tratamento de água do Brasil, é utilizado, conforme
normatizado, o Cloro para tal função. Alvo de muitas controvérsias, o cloro se
mostra bastante eficaz combatendo diversos tipos de bactéria, e, se mantido em
níveis controlados, não se mostra agressivo à saúde.

 1.2.3.5 Fluoretação
A função da fluoretação da água de sistemas públicos de
abastecimento é de suprir a deficiência natural de flúor da maioria das águas "in
natura". Diversos estudos científicos aliam a fluoretação à redução dos níveis de
cáries, principalmente em crianças. Há, porém, o risco do excesso do Flúor.
Portanto é preciso manter os níveis desse elemento bastante controlados, para tal
é feita análise cuidadosa no laboratório.

1.2.4 Controle de Qualidade da Água

Diversas vezes por dia o produto final do tratamento é analisado em


laboratório. Uma pequena falha nos níveis de Cloro, de Flúor, ou mesmo a detecção
de algum outro elemento potencialmente nocivo, orgânico ou inorgânico, pode gerar
a total interrupção do serviço até a solução do problema, já que coloca em risco a
saúde de dezenas de milhares de habitantes da cidade.

1.2.5 Distribuição de água tratada

Após concluído todo o processo de tratamento, a água é destinada ao


consumo dos habitantes da cidade. Há também diferentes reservatórios, um
enterrado com capacidade para 1500m³, um semienterrado com capacidade para
3500m³ e um elevado de 300m³. O reservatório elevado é abastecido pelos
demais. Deve-se lembrar que é de responsabilidade da empresa de tratamento a
manutenção da boa qualidade da água até a torneira da rua do habitante, por tal
razão devem ser mantidas manutenções nas tubulações de distribuição.

1.3 CONCLUSÕES
Conclui-se que o tratamento feito por uma ETA é muito importante
para qualquer cidade, já que gerar água potável gera é sinônimo uma maior
qualidade de vida referindo a saúde da população. Foi possível entender a
importância e a necessidade que um engenheiro desempenho ao projetar tão
estação, além de conseguir entender como poderíamos mesclar a matéria de
Gestão Ambiental ao curso de Engenharia Civil e com isso promover um
conhecimento profissional muito grande a todos os alunos que participaram.
2. VISITA À ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ESGOTO E EFLUENTES –
CAÇADORES

2.1 INTRODUÇÃO
No dia 07/02/2017 a turma 2000 do segundo ano de engenharia civil
da universidade estadual de londrina se reuniu para a visita da estação de
tratamento de esgoto e efluentes (ETE) Caçadores, localizada no município de
Cambé-PR, tema de extrema importância introduz os alunos no assunto de
saneamento.
Figura 5: Visão geral da ETE

Fonte: Próprios autores

Segundo o ranking de saneamento 2015 que estuda o saneamento


das 100 maiores cidades do país, realizado pelo Instituto Trata Brasil, organização
da sociedade civil de interesse público, mais de 5 mil piscinas olímpicas de esgotos
não tratados foram jogadas por dia na natureza em 2013, segundo o mesmo estudo,
Londrina-PR, aparece de maneira expressiva entre os 10 melhores no indicador de
coleta de esgotos, em oitavo lugar, com 86% de volume de esgoto tratado x água
consumida, sendo que o serviço de nossa região é executado pela companhia de
Saneamento do Paraná (Sanepar) que é referência no setor de saneamento do país
em razão de sua eficiência operacional, resultados obtidos e responsabilidade
ambiental, portanto a visita proporciona o contato dos alunos com uma das
principais prestadoras de serviço do segmento a nível nacional.

2.2 MÉTODOS
A visita progrediu com o auxílio do químico responsável denominado
“Serginho” foi o guia da visita explicando de maneira qualitativa o funcionamento da
estação. O guia explicou principalmente como o a demanda biológica de oxigênio
(DBO) é o principal indicador dentre outros onde existe regulação por lei, fixando
limites para estes indicadores, sendo que o custo elevado de energia elétrica resulta
na busca por alternativas menos dependentes da rede elétricas, dentre as quais o
reator anaeróbio de logo fluidizado (RALF) apresenta resultados notáveis porém
deixa uma quantidade residual de DBO necessitando de tratamento posterior, que
é constantemente realizado com o leito percolador, conhecido também como filtro
biológico aeróbio (FBA).
Conhecemos, portanto, a ETE pelo percurso iniciando com o ponto de
chegada do afluente, passando pela grade que faz a primeira filtragem retendo
sólidos de maior porte.
Figura 6: Entrada do esgoto no sistema de tratamento

Fonte: Próprios autores


Passando pelo processo de filtragem o fluído segue para o RALF,
onde verificou-se que o processo anaeróbio produz como resíduo químico
quantidades expressivas de gás metano, principal componente do biogás,
permitindo alternativas energéticas que merecem maior estudo.
Figura 7: RALF – Reator circular

Fonte: Próprios autores

No caso específico da ETE caçadores, há um reator circular e outro


retangular, este último segundo o guia apresenta maiores dificuldades operacionais
devido ao acúmulo de lodo nas extremidades do reservatório.
Figura 8: RALF – Reator retangular

Fonte: Próprios autores


Prosseguindo o percurso chegamos ao FBA onde verificou-se que a
energia cinética do fluído é aproveitada para girar tubos que distribuem de maneira
equivalente sobre um reservatório circular o material que passa por substratos
contendo agentes biológicos que atuam complementarmente com o sistema RALF.
Figura 9: FBA

Fonte: Próprios autores

O líquido segue então para um decantador para separação dos


sólidos. Antigamente esses eram destinados à adubação agrícola após certo
tratamento, porém devido a inviabilidade econômica tal processo não tem mais sido
feito, e o sólido residual sendo descartado em aterros.
Figura 10: Decantador de sólidos

Fonte: Próprios autores


O líquido é então misturado ao cloro gás com a finalidade de melhorar
as propriedades sanitárias do efluente.
Figura 11: Tanques de cloro gasoso

Fonte: Próprios autores

Finalmente num tanque um rotor realiza a mistura do produto final com


um aditivo anti-espuma para que o resultado seja despejado no ribeirão caçadores.
Afim de ter uma visão geral do processo, podemos visualizar um diagrama da ETE
na figura abaixo:
Figura 12: Fluxograma do sistema de tratamento

Fonte: site.sanepar.com.br
2.3 RESULTADOS
Observamos a diferença de DBO do afluente e efluente na tabela
abaixo proveniente de um estudo denominado “Avaliação do sistema RALF e Filtro
Biológico para o tratamento de esgoto sanitário”, realizado por: Alexsando Bona,
Décio Jürgensen, Luís H. Pospissil Garbossa, Marllon Boamorte Lobato, Miguel
Mansur Aisse e Pedro Além Sobrinho, verificamos então analiticamente que os
sistemas RALF e FBA produzem resultados satisfatórios em condições normais de
utilização.
Figura 13: Monitoramento de ETE Caçadores

Fonte: site.sanepar.com.br
Chamou a atenção o fato de que em dias chuvosos quando a ETE
recebe uma vazão acima da capacidade, o procedimento é de liberar passagem o
que faz com que o afluente não permaneça o tempo mínimo nos reatores para que
o os agentes biológicos atuem de maneira esperada, com a visita foi possível
entender o funcionamento de uma ETE, observamos também as oportunidades
existentes a sistemas de tratamento de esgoto, onde resíduos podem ser utilizados
para diminuir a dependência de energia elétrica até mesmo na utilização de lodo
tratado como fertilizante, tais medidas podem reduzir os custos de funcionamento
de uma ETE expandindo os sistemas pelo país que possui ainda grande carência
no setor, atuando na questão sanitária que está intimamente ligada com a saúde de
uma população urbana.
REFERÊNCIAS

<http://www.tratabrasil.org.br/ranking-do-saneamento-2015> acessado em
09/02/2017 as 12:30 horas.

<http://site.sanepar.com.br/noticias/no-dia-do-rio-criancas-plantam-arvores-em-
cambe> acessado em 10/02/2017 as 18:30 horas.

<http://www.samaeibi.com.br/pagina/sistema-de-agua> acessado em 08/02/2017


as 14:30 horas.

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