LAUDO PSICOLÓGICO

Identificação
Nome: Antônio Manoel Aquino de Oliveira
Idade: 3 anos
Período de Avaliação: Outubro e Novembro de 2023
Descrição da demanda
Os responsáveis procuraram o profissional para realizar avaliação e intervenção para
rastreio de TEA. A mesma demonstra um atraso na comunicação, assim como no
desenvolvimento de aprendizagem e algumas características que possivelmente podem se
enquadrar na TEA. Necessitando, assim, de hipótese diagnóstica via avaliação.

Procedimento

Na avaliação para o autismo foram usados testes e escalas de rastreio para a demanda
citada, como o CARS-BR, um teste de triagem do desenvolvimento, que considera as
seguintes áreas: pessoal social, motor fino adaptativo, linguagem e motor grosso. Pode ser
também usado para identificar mudanças no escore ou padrões ao decorrer do tempo, sendo
primeiro interpretados os itens individuais e depois o teste inteiro. Utiliza observação da
interação da criança com objetos e o relato dos pais para avaliação. ATEC, um instrumento
interdisciplinar que sistematiza as entrevistas com os responsáveis e a observação clínica
do desenvolvimento infantil, através de situações semiestruturadas de brincadeira, com o
objetivo de rastreamento da presença de comportamentos inerentes à sintomatologia do
Transtorno do Espectro Autista (TEA), como escala, foi usada o M-Chat para corroborar com
os testes citados.

Resultados
M-CHAT
Escala usada para avaliar o risco de autismo, é preciso examinar a pontuação no teste M-
Chat de acordo com os seguintes critérios:

0 a 2 – Risco baixo — a chance de confirmar o diagnóstico de autismo é baixa. Com essa

pontuação não é preciso aprofundar a investigação, ainda que seja recomendado repetir o
teste em crianças com menos de 2 anos.
3 a 7 – Risco moderado — o médico segue para a segunda etapa do M-chat — a Entrevista
de Seguimento, para reunir mais informações sobre os sinais de autismo.

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 8 a 20 – Risco alto — os pais devem procurar um especialista para confirmar o diagnóstico
de autismo com essa pontuação. Nesse caso, não há necessidade de fazer a Entrevista de
Seguimento.
Dessa forma, quando a pontuação na escala M-Chat for maior ou igual a 2, ela pode indicar
autismo e a criança deve ser encaminhada para um especialista. Caso o resultado da
pontuação estiver entre 0 e 1, não há autismo, mesmo que seja recomendado repetir o teste
posteriormente. No entanto, quando a pontuação estiver entre 8 e 20 o risco de autismo é
bem alto.

Resultado de Antonio

Pontos Grau de Risco Explicação

16 Alto Risco elevado de autismo, recomendado a avaliação com

um neuropediatra.

CARS-BR e ATEC

Escalas Scores Obtidos Escore negativo Escore positivo para hipótese

para hipóste diagnótica
diagnóstica

CARS-BR 30 < 30 Soma < 30

ATEC 29 Soma < 30 Soma < 30

De acordo com os protocolos adotados, Antônio obteve pontuação positiva para o

diagnóstico de TEA nas escalas CARS-BR, e ficou inconclusivo no ATEC. O questionário
ATEC, respondido pelos pais, também alcançou pontuação baixa devido sua falta de fluidez
verbal.

VB-MAPP
A VB-MAPP é uma escala de avaliação elaborada a partir dos preceitos da Análise do
Comportamento para verificar marcos no desenvolvimento compatíveis com o
comportamento verbal e todas as habilidades relacionadas (i.e. habilidades de imitação,
acadêmicas, sociais e lúdicas) tipicamente desenvolvidas até os quatro anos de idade. Seu
principal foco são os marcos do desenvolvimento do comportamento verbal e todos os
comportamentos de apoio necessários. Apesar de o foco ser claramente em crianças mais
novas, autistas ou com outras alterações no desenvolvimento, o VB-MAPP pode ser
conduzido com qualquer pessoa que apresente alguma forma de alteração ou atraso na
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 linguagem, independentemente da idade ou de diagnóstico específico. Este protocolo e sua
avaliação são formados por cinco componentes que, em conjunto, fornecem dados para a
intervenção, com base nas habilidades da criança. O VB-MAPP é apresentado em um
manual e um caderno de registro individual (VB-MAPP Instructor’s Manual and Placement
Guide e o VB-MAPP Individual Child Protocol). Devido ao fato desta avaliação demandar
tempo para ser aplicada de forma completa, para a finalidade desta avaliação, optou-se pela
aplicação dos componentes relacionados aos marcos do desenvolvimento do Nível 3,
(agrupadas pelas áreas de imitação motora, comportamento ecoico, comportamento de
ouvinte, habilidades de brincar independente, comportamento vocal espontâneo, habilidades
de percepção visual e emparelhamento com o modelo, tato, brincadeira social e pedidos
orais), de modo a se registrar apenas a presença e ausência das habilidades e a Avaliação
de Barreiras que pode ser direcionada a qualquer indivíduo em idade escolar e permite
mensurar 24 categorias de barreiras para novas aprendizagens ou aprimoramento de
habilidades já estabelecidas.

Conclusão
Os dados obtidos da entrevista de anamnese, da aplicação dos testes e das observações
realizadas nas sessões indicam Transtorno do Espectro Autista (CID - F82.0) de nível de
suporte a moderado. Algumas das características apresentadas por Antônio demonstram
necessidade de intervenções mais intensas, as características diagnósticas apresentadas
para tal hipótese são: A. déficits na comunicação e na interação social em múltiplos
contextos, representado por déficits na reciprocidade, compartilhamento reduzido de
interesses e dificuldade para iniciar ou responder a interações sociais mais complexas; B.

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 Padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses ou atividades, representados
por interesses incomuns, assim com a ausência de repertório. C. As características estão
precocemente no desenvolvimento da criança. A história do comportamento de Antônio pode
revelar baixa tolerância para frustrações, discordâncias, temperamento teimoso, habilidades
sociais deficientes e relacionamentos com seus pares, distúrbios do sono, ansiedade e
temperamento indeciso. Recomenda-se também ainda que seja feita uma avaliação com
fonoaudiólogo e terapeuta. Salienta-se a importância do engajamento da família e dos
profissionais envolvidos, promovendo oportunidades de interação social e aprendizado de
forma global à criança.

Validade desta avaliação

Considerando a idade da criança e os fatores observados diretamente do comportamento
do avaliado pela família e terapeutas, espera-se que o fator de maturação biológica responda
pela evolução de algumas áreas levantadas nas escalas e a intervenção terapêutica por
outras áreas do desenvolvimento. Sendo assim, sugere-se que, pela idade, esta avaliação
seja novamente realizada em seis meses e avaliações funcionais dos repertórios
trabalhados em terapia sejam frequentemente realizadas, para que se possa mensurar
ganhos e objetivos terapêuticos. Este relatório tem validade de seis meses a partir de sua
data de entrega. ________________________________________

Dom Eliseu, 20 de Novembro de 2023

Referências

AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. Referência rápida aos critérios diagnósticos do

DSM-5-TR. Porto Alegre: Artmed, 2023.
Hübner, M. Martha Costa (2013) Análise do comportamento aplicada: reflexões a partir de
um cenário internacional e das perspectivas brasileiras. Comportamento em Foco, 2013,
Vol. 3, No 3, pp. 9-14.
Fernandes FDM, Amato CALH (2013), Análise de Comportamento Aplicada e Distúrbios do
Espectro do Autismo: revisão de literatura. CODAS,2013, v.25, n.3, p.289-296.

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