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Doutors em Ciéncias da Ci Professora da Escola de "artes da Universidade BU TREVISTA — Odidlogo possivel Le Wu 0.253.793-8 2 1 Microfone para as vozes sufocadas “A verdadeira vida comunitavia & aguela que permite «@ cada individuo relactonar-te com 0 préximo em termos da relagdo EU—TU, ¢ ndo em termos da \ relagdo EU—ISTO." ‘Martin Buber Les éires les plus imaginatis ont le sens de lathéorie, parce quils Nont pas peur quelle bride leur imagi- A entrevista pode ser apenas uma eficaz técnica para nation, mais au contvaire. Mais les faibles redoutent obter respostas pré-pautadas por um questionério, Mas a théorie et toute espece de risque, comme lesb oe ee aaa Certamente no seré-um brago da commicagto humana, se encarada como simples tenia, Esa — fra nas elas Pree Boulez ies enrevistado—enireistador ~— nio ange os limites Ponsves de increlagio, ou, em ‘outras lavas, do lilogo. Se qusermos splacae' conscienia.profisonal | Go jomats, icuta-se a tenica da entrevista, se quiser- courants dar. ‘Aos autores, pesquisidores © professores, 20s com- ‘mos trabalhar pela comunicagao humana, proponha-se 0“ Danhcitos jonah, on atte que aiimentaam YO fina imaginagdo e mew esforgo et tema =P. | —_soescrtore compankeee, Sinval Meding,ingustante Um leitor, ouvinte ou telespectador sente. quando icor estes exiginas, aul ext mina pad, pri determinada entrevista passa emogio, avtentcidade, 0 € eoria do discurso enunciado tanto pelo entrevistado quant no: |) encaminsamento das pergunas pelo entrevistador, Ocore, com linpides, o fendmeno da hentfiagto, uj 08 Dilogo Possivel Fr eae rés envolvidos (fonte de informagio—repérter—receptor) se intrligam numa nica vivéncia, A experizeia de vida, © conceto, @ divida ou 0 juizo de valor do entrevistado transformam-se numa pequena ow grande histéria que decola do individuo que a narra para se consubstanciar em ruta inerpretages, A audiéncia recebe 08 impulsos do entrevistado, que passam pela. motivagio desencadeada pelo entrvistador, e vai Se humanizar, generalizar no frande rio da comunicacio anénima. Ito, se a entrevista Se aproximou do didlo interativo. ‘Quando ocorre wa entrevista dirgida por wm ques- jondrio estanque ou motivada por um entrevistador tam- fixado em suas idéias preestabelecidas (em geral, coincidentes com 0 questionério) ou no autoritrismo impostvo, 0 resultado frustra o receptor. Até um Ieigo fm téenieas de comunicagio social peresbe a auséacia {o didlogo. Freqlentemente, um adolescent ou uma erin Ga comenta, diante de uma dessas entrevisas em tele Visio: "0 sojeto nem texminou © pensamento e 0 rep6r- ter cortou..." Reforgar apenas 0 fendmeno de identificacéo © de fiuéncin do digo na técnien da entrevista permanece na ésfora do desempenho, da eficacia dos meios de comuniea- ‘io coletiva, Enquant insistimos na competéneia do fazer, tlspojad de significado humano, poueo se avangaré no {ilo possivel numa sociedade em que impera a dvisio, 8 tnupalidade, & soldio, Se os meios sio de comunicacio, {ie s© encare entio 0 qe € comunicar, interigar. O Isior obsticulo & 0 dirgismo com que se executam as {ursfas de comunicagio social, Na maior parte das cir fustncias, 0 jrnalsta (comunieador) imprime 0 ritmo fle su pita ate mesmo preestabelece as. respostas: “W interiowutor 6 conduc tai resoltados. A caricature {ato se difunde por ai em entrevistas de televisio, pré-montado, enssiado, ficando pouca mar ‘gem para o entrevistado decidir qual o rumo de seu pensa- mento ou de seu comportamento. O que menos interessa 0 modo de ser e 0 modo de dizer daquela pessoa. O ‘que efetivamente interessa é cumprir a pauta que a reda- do de determinado veieulo decidiu. (Os atuais meios de divulgacio acentuam a incomu- nicagtio. Um batalhio de propagandistas atua na formagao controle da opiniao piblica, Estamos longe da rede de comunicagio em que se resgate a presenca da pessoa, se abram canais para os testemunhos anénimos. © didlogo € democritico; 0 mondlogo é autoritério. O primeiro interpreta as vozes dos grandes movimentos populares do séeulo XX; 0 segundo satisfaz ao jogo da livre expressio, plataforma do liberalismo, nos séculos XVIII XIX. Desenvolver a téenica da entrevista nas suas virtudes dialégicas nao significa uma atitude idealista, No cotidiano do homem contemporsineo ha espaco para 0 dislogo pos- sivel. Estdo ai experiéncias ou excegdes a regra que pro- vam o grau de coneretizacao da entrevista na comunicagao coletiva, Sua maior ou menor comunicacdo esta direta- ‘mente relacionada com a humanizag3o do contato intera- tivo: quando, em um desses raros momentos, ambos — centrevistado € entrevistador — saem “alterados” do en- ‘contro, a téenica foi ultrapassada pela “intimidade” entre © EU eo TU, Tanto um como outro se modificaram, alguma coisa aconteceu que os perturbou, fez-se luz em certo conceito ou comportamento, elucidou-se determinada autocompreensdo ou compreensio do mundo. Ou seja, realizou-se 0 Didlogo Possivel — za Técnicos e artifices do Didlogo A entrevista, nas suas diferentes aplicagoes, € uma tGenica de interacio social, de interpenetracao informa tiva, quebrando assim isolamentos grupais, individuais, is; pode também servir a pluralizagao de vozes istribuigao democrética da informac&o, Em todos estes ‘0u outros usos das Ciéncias Humanas, constitui sempre lum meio cujo fim é o inter-relacionamento humano, Para jalém da troca de experiéncias, informagoes, juizos de valor, hii uma ambigéo ousada que filésofos como Martin ‘Buber’ja dimensionaram: o didlogo que atinge a interagio humana criadora, ow seja, am,) se revelam, cres- em no conhecimento do mundo e deles proprios. Esta situagilo, que pode ser rotulada de ideal, se realiza no otidiano, até mesmo em uma entrevista jornalistica levada ‘ts iiltimas conseqiiéncias. M4, portanto, patamares a serem perseguidos. O ‘neiro deles se situa no desempenho técnico da entrevista, ‘ual © sedimentaram as Cincias Sociais. Os funda paicanaliticos da relagéo paciente—terapeuta dio Para o debate tedrico sobre o encami- ———_ thamento dante: A Psclogla Social segundo os tutors deta res, no trl peredo do sntrealeagae dor anoe 4, sobrtudo nos Enos Unido, tine bib Salerro eats gee ee Tm am corto prtzler, Charen Naum (Lentreten piycolorqe. Pars: Preses Universes de ance, 1858), aps a generalzaio de gue todos os profisions que ttm de atlas Manaoon "6 pot {eo deve it conta ret com on infu > ide funni com tetevis propse ah. egies vender, juga cura Médico, fs, vended siden tsa wget de. pest! de tuple, fornia opean cotanamente com 1 envina, O% mai. deamans Vinulador Acie; sens sodas, esqisdares ‘oudlogoepesqosadres psguatas pica, ic Togoe (0 tor dia de ldo on comunicedoes Fae Roun, 9 cicefue 2 dase Gm tetne ihe fates (os prprameate clin com se esendenotiaa tn teort ‘tadiSonal ‘do Joram, setinetor ot Conportamentostomtdostanbem como aon) nse motar_ Apo to's conibuito semi, oo ear para “pear” aren, Cars Nabous dis ae, 0 limites do desempeno to do carers ‘A entrevista 6 uma situasdo pslcossocial complexa, em que ‘8 diferentes fungdes. embora anslisiveis formalmente, ‘io difclmente dissoclvels na pritica profissional A. Garrett, em A entrevista, seus principios e métodos (Rio de Janeiro, Agir, 1981), amplia o aimbito dessa pritica humana: todas’ as pessoas, de uma maneira ou de outra, sio envolvidas na entrevista, ora entrevistando, fora sendo entrevistadas. Admite também que qualquer dessas situagdes contém aspectos objetivos subjetivos. Um ponto bisico de sua teorizagio é projetar corajosa- mente a técnica para a ARTE da entrevista. Garrett idenitica no entrevista, acima de tudo, a arte de(owwir) Perguntar,conversar Tone Beget (Temas de pscoloia ~~ ~ enirevisay grupos, Buenos Aite, Nueva Vision, 1976) enfatiza, por iso mesmo, 0 papel do. ebservador. part cipante (entrevistador) e'a presenga decisiva de sua per. dade, desmitifcando, com isso, a pretensa. objet de quem pergunta ot encaminha a eonversasa0, 08 ainda de quem ouve a respostas do entrevitado, Segundo esse tantos outros autores das éreas de Psicologia Socal Antrpoogia, Sociologia, Cléncia Politica, enim, das Citncias Sociais © Humanas,o entevstador deve invesien, de imedito, na propia pesonaidade para saber stun) numa interrlagdo criadora © acimulo terico sabre 8 técnica da entrevista con- diz s0 pontocalninante proposto por Nakou plexidade psicossocal, Por outro lado, fldsofos, como Martin Buber slevam essa mesma complexdade a. um nivel ontolgico. Quando o autor exabelece uma divisio lara entre 0 propagandista © 0 educador, salientando nese timo as virtues possiveis do didlog, esta abindo 030s olhos para a mais profunda efcténca da ene, a. © propagancinta_(e a propaganda) se impie a0 interlocutor, nfo er sequer na propria causa, pois ndo conta na possbiidade de que ela alinja seu efeto pelas prprias forcas, sem os métodos de que se vale. 46 0 tdueador (e'a Educagio) proporciona a abernura,eré a forga primitiva que se esalhou e se espelha em todos os sores humanos. Buber justfica esta bipolarizagao. Eselareci em dois exemplos extromamente anttéticos 0 itor das duas atitudes bisicas a a relagdo que entre el lexis. Mas, onde quer que os homens mantenham relagdes fnleo 9}, uma ou outra atitude @ encontrada em malor ou tnenor exeala (Do dialogo © do aatogice. SH0 Paulo, Pars. 1 100 p. 181, u ‘A entrevista ndo-impositiva, niio-diretiva, é resgatada com énfase pela contribuicdo te6rica de Carl Rogers. Edgar Morin, na década de 60, retoma esta contribui ao refletir sobre a entrevista na rédio © na televisao. Diante de duas possiblidades técnicas — a entrevista cextensiva (enquetes com aplicagio de questionérios pré- -elaborados por uma equipe especializada) e a entrevista intensiva (a nio-diretiva de que fala Rogers) —, Morin se apega a segunda, Eis algumas das possibitidades de _(eotiquecimento informative na entrevista aberta, sem a camisa-de-forga do questionério fechado}, 9 centro do didlogo se desloca para o entrevistado; ocorre liberacao © desbloqueamento na situagdo inter-humana e esta rela ssdo tem condigdes de fluir; atinge-se a auto-elucidacio. Edgar Morin acredita na pritica do dislogo. O didlogo uma praxis, diz ele, portanto trata-se de restauré-lo como pritica humana, E por que no no jornalismo, cuja fina- lidade ‘ltima € a comunicagio? Embora Morin destaque a atuagio na ridio ena televisdo (A entrevista nas Cigncias Soci televisio. In: Motes, Abraham A, et al cultura de massa. Petropolis, Vores, 1973), ele reconhece que a linguagem verbal a sustenta: A entrevista, evidentemente, se funda ne mais duvidesa mals rica das fontes, © palavra, Ela corre 0 risco perma- nente de dissimulagao ou da febulago. Através da conscigncia realista destes “desvios”, o autor adverte para a sensibilidade do entrevistador, que deve captar fatores perturbadores que impecam a “fluéncia” da entrevista: Sobre as perguntas de fato, as resp ser febuladoras e/ou dlissimulatvas, no 19 tonderdo 1e se retere bs 2 religigo, a politica. Nesse titimo plano, as descontiangas eerdo male ou menos gran es, de acordo com 0 regime do pais, liberal ou n8o, em perguntas, ou segundo o Caréter mineritrio ou no, suibversiva ou no das opini politicas do entrevistado. Alem do tabu, consideragoes de Drestisio, de standing podem faleear ae respostes, ‘No que concerns as questies do opiniéo e de convic- ‘consciéncia fraqueja greduslmente, na medida em na motivagdo. Em regra geral a motivagdo © entrevistado, ou 6 solldamente Aicimente se pode entrar nesta zona. Interrogedo sobre © porqué de suas opinides, o entrevistado fornece epenas 9s sistemas de racionalizco que ele secreta em resposte 2 investigngso ‘Be forma extremamente dlverse, segundo a situacéo foci, histrlea, a determinagdo psicolégics, o clima e o Cardter da entrevista, 08 entrevistados reagem & entrevista Pela inbigSo, que se traduz por um bloquelo puro € simples, ou por uma fuga (resposta lateral}; Pela timidez ou a prudéncia, que conduzem a respostes do polidez, procurandese responder de forma supostamente ‘2gradivel 20 investigator: que se traduzem pela tendéncia 4 responder antes sim do que no, pola tendéncia (pr ncia) a optar pela cifra do melo quando 6 proposta « fescolha de. uma_percentagem; Por mecanismos de aten¢l0 © desstencéo (em respos- tas preformuladas, tendéncia a escother 0 ponto de vista do Inicio ow do fim): as maltplas tendéncias a racionalizar seu ponto de iota, quer dizer, s the dar uma Justiticagéo, uma legitime- (Glo aparentes, que mascaram sua verdadsira natureza. As ‘clonalizapbes $80 “sinceras’ Pelo exibiconismo, que induz muito “sinceramente” evidentemente, 6-0 termo sinceridade que deve ser re- nado) 8 pessoas a fabulagses e comeédias; B , bom antendido, poles tendéncias fundaments @ defender sua pessoa © a compor os x personagens em face do outro. Martin Buber analisa ontologicamente este jogo de aparéncias entre duas pessoas justapostas no didlogo (ver- bal ou nao-verbal). A nica possibilidade de autenti dade, verdade, entre os dois interlocutores 6 a entrega do EU a0 TU, um TU-PESSOA € nio um TU-ISTO. Edgar Morin simplifica esta postura ontol6gica na entre- vista jornalistia: ( € necessério que 0 entrevistado sinta um étimo de dls. 7 tancla e proximidede @, iqualmente, um otimo de projeeso € de identificario om relaeio 20 investigador. © entrevistador, para Morin, deve corresponder a uma imagem simpatica e tranquilizadora. Acresceata ele: “Fre- gientemedie a mulher comunicaré melhor que homer". ‘Como Berger, aposta na personalidade do entrevistador. E quio mais’ “importante” for a do entrevistado (pelo citério de projegdo. social), mais pesa a personalidade do entrevistador. Para um resultado de interagio humana logrado e, 20 mesmo tempo, um grau de informagdes mais signific cativo, Morin insiste na entrevista. ndo-diretiv. Antes de tudo, ela dé a palavra ao homem interrogado, no lugar de fechiio em questdes preestabelecidas. € a Impli- apse democritice da nao-deetividede; em seguids, ola pode ajudar a viver, provocando um desbloquelo, ums libe- ragio; enfim, ela pode contribuir para uma auto-lucidacdo, lume tomada de consciéncia do individuo, Espetaculo ou compreensao? Numa classificagio sintética da entrevista na comu- icagio coletiva, distinguem-se dois grupos; entrevistas Cate sbietvo € sspetaculanizar 0 se humano: © etre- vistas que esbogam a. intengio de compreendé-to. {Bogan Motinyino.entanto, enumeca/quatro:tipoa.na in classificagio: 1) A enirevisa-rito. “Trata-se de obter uma palavra, que de resto nio tem outra importincia senio # de ser promunciada hic e¢ nunc.” Um exemplo tipieo io as par Javras dos eampedes no final dos jogos, das misses aps {er ganho © trofEu, um ator com o Oscar na mio. “AS prOprias palavras da entreviste-rito slo rituais. Blas com- pletam a. ceriménia 2) A entrevista anedotica, “Muitas, a maior parte sem dlivida, das entrevistas de vedetes sao conversagses ‘Arivolus, ineptas, complacentes, onde o entrevistador busca sanedota picante, faz perguntas tolas sobre as fofocas € _pojelos, onde o entrevistador e 0 entrevistado perma- ieliberadamente fora de tudo que possa compro- ‘entrevista se situa no nivel dos mexericos.”” 3) A entrevista-didlogo. “Em certos casos felizes, a entrevista tomna-se didlogo. Este didlogo é mais que uma conversagdo mundana. & uma busea em comum, O entre vistador e © entrevistado colaboram no sentido de trazer {i tona uma verdade que pode dizer tespeito pessoa do entrevistado ou a um problema, O didlogo comeca a aparecer no radio, na televisfo [Edgar Morin fala nos ‘anos 60). Foi necessério tempo para que a palavra huma- nna se descongelasse diante do micro ¢ da cimara.” 4) As neaconfissdes. “Aqui, 0 entrevistador se apaga iante do entrevistado. Este no continua na superficie de si mesmo, mas efetua, deliberadamente ou nio, 0 mer- gulho interior. Alcangamos aqui entrevista em profun- didade da psicologia social, Tal entrevista traz em si sua ambivaléncia: toda a confissao pode ser considerada como tum strip-tease da alma, feita para atrair a libido psico- lgiea do espectador, quer dizer, pode ser objeto de uma ‘manipulagao sensacionalista, mas também toda a confissio viai muito mais longe, muito mais profundamente que todas 1s relagdes humanas superficiais e pobres da vida coti- diana.” ‘Nesta classficagdo se observa o entusiasmo de Morin, pela raridade das duas ultimas e a critica velada ou expli- ita do autor & superficialidade das duas primeiras. B neste sentido que vale agrupar as entrevistas em duas tendéncias: a de espetacularizagao © a de compreensdo (aprofundamento), No fundo, 0 primeiro resultada & sempre uma caricatura das possibilidades humanas do segundo, Ha, no entanto, subdivisdes. A medida que 0 jornalismo ea comunicacZo coletiva vio desenvolvendo ‘estilos de abordagem e aproveitamentos dinimicos da entrevista, terfamos @ desdobramento dessas duas chaves. ‘© Subgéneros da espetacularizagao: 1) Perfil do pitoresco. Muito em voga como carica- “Wira do perfil humano, fazem-se retratos @ retratos de 6 figuras proeminentes (em geral do mundo das artes, mas onda chega a0 mundo politico, econdmico, cientifico), fem que se salienta quase exclusivamente a fofoca, 0 gro- {esc0, 0s tragos sensacionalistas, 0 picante de acordo com ‘08 modismos sexuais, 2) Perfil do inusitado. Mais do que a normalidade © 0 cotidiano revelador da pessoa em foco, procura-se extrair dela 0 que a caracterizaria, mesmo que a forsa, como excéntrica, exética. 3) Perfil da condenacdo. Muito utilizado no setor policial do jornalismo, fore a entrevista para que o “ban- seja itamente condenado (raras vezes, isso se desloca para 0 policial). Ideologicamente pautada pelo maniqueismo e o julgamento aprioristico, este perfil ata © ser humano dentro da redugao mocinho/bandido. 4) Perfil da ironia “intelectualizada’". Aparentemente lum pouco mais sutil do que o tratamento anterior (3), extrai da pessoa (em geral, uma fonte do mundo artist ‘ou cultural, politico ou cientifico) uma forma de conde- hago: jsuas idéias, sua contribuigdo s4o ironicamente contestadas. A selegio de frases, as contradigées ocasio- nals, isoladas do contexto, e a adjetivacdo atribuida pelo entrevistador ao entrevistado acabam por transformar em monstro 0 mocinho original. | exemplo histérico brasi Ieiro mais recente € 0 perfil da economista Maria da Conceigio Tavares na revista Visdo de 19 de marco de 1986. ‘© Subgéneros da compreensio—aprofundamento: 1) Enirevista conceitual. © entrevistador busca ba- fgagem informativa, poe sua curiosidade e espirito aberto 4 fervigo de determinados conceitos que, reconhece, & fonte a ser entrevistada detém. O repérter no sentido mais famplo de sua fungio de intermediador na sociedade nio 7 reportgem, a qual a entrevista ocupa espago_privile fiado, Vai procurar especalisas de vérias correntes. de Informagio e interpretagao, No caso, esté acima de tudo interessado em conceitos, nfo em comportamentos) Isto, se entrevista um filésofo, um socisiogo, um cientista, um cconomista. 2) Entrevsta/enquete. Agu, 0 tema € o fundamen- tal da pauta e procura-se mais de uma fonte para depor em relagao so tema, Admite-se, neste caso, uma pata Ou questionério bésicos para dar unidade & engucte. & importante salientar que 0, aletério seré 0 crtério jorna- Tstico na selegio das fontes, Néo haverd pruridos de justficar a “epressntaividade” das pessoas owvidas, por- ‘que nao se trata de téeniea de amostragem da pesduisa em Ciencias Socisis. Mas também néo bastam dois ou ts

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