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DIARIO DA REPUBLICA ASSEMBLEIA NACIONAL Tein? 1518 4 26 de Dezembro Considerando que o legislador angolan aprovou 0 Rezime de Repatriamento de Recursos Financeitos, com vista a permitir 0 retomo volumtério de capitais domicilis- dos no extei ‘Temandlo-se necessiria a reeuperagaio integral, por parte do Estado, dos bens resultantes de crimes an que tenlia sido lesado, A Assembleia Nacional aprova, por mandato do povo, nos termos das alineas ¢) © ¢) do artigo 164° e da alinea d) don® 2 do artigo 166°, ambos da Constituigao da Republica de Angola, a sezuinte: LEI SOBRE 0 REPATRIAMENTO COERCIVO E PERDA ALARGADADE BENS ARTIGO L* (bjecto) A presente Lei estabelece as condigses para o repatria- ‘mento coercive de activos financeiros ¢ a perda de bens a favor do Fstado, devorrentes de condenagao em proceso penal, independentemente de estarem domiciliados on sedeados no estrangeiro ou em tervitério nacional, ARTIGO 2° ‘mito 1. A presente Lei € aplicavel a todas as situagves que configurem crimes de natureza patrimonial em que oFstado tenia sido lesado 2. Sem prejuizo do disposto na Lei n® 9/18, de 26 de Jumbo, Lei de Repatriamento de Recursos Financeiros, a presente Lei abrange os bens imveis, miveise ativos financeitos. ARTIGO 3° ‘epariamentacoertvo) repatriamento coercive incide sobre os activos finan- ceiros ou © remanescente destes que nao tenham sido transferidos voluntariamente ARTIGO 4* (Perda de ben Por efeitos de condenagio por crime de natureza patr ‘monial que tenha lesado © Estado, os seus agentes incorremn nna perda, a favor daquele, do seu patrimenio incongruent, ARTIGO S* (Patri ineongraente) Para efeitos da presente Lei, considera-se patriménio inconaruente a diferenga entre 0 valor do patriménio do agente € 0 que seria compativel como seu rendimento licito. ARTIGO 6* (Patriménio do Agent) Integram o patriménio do agente: a) Os bens que estejam na sua titularidade ou em relaclo aos quais tenha o dominio e 0 beneficio; ) Os bens do agente ou a ele associados transferidos para terceiros a titulo gratuito ou mediante con- Iraprestagao consideravelmente inferior ao seu valor real e 0s juros, Incros ¢ outros benefic obtidos com quaisquer dos mencionaddos bens. ARTIGO 7° (Pramocio da perda de bens) 1. O Ministerio Piblico liquida, na acusagao, o montante apurado como devendo ser perdido a faver do Estado. 2. Seno for possivel a liquidacio no memento da acusa- ‘glo, ela pode ainda ser efectuada até 20 30.° dia anterior data designada para a realizagao da primeira audiéneia de discus- toe jlgamento, sendo deduzida nos proprios autos. 3. Bfectuadaa liquidagao, pode esta ser alterada dentro do prazo previsto no numero anterior, se houver conhecimento supetveniente da inexactidio do valor antes determinado, 4. Recebida a liquidagao, ou a respectiva altera¢zo, no tribunal, & imediatamente notifieada no agente € a0 seu defensor ARTIGOS* rors) 1, Sem prejuizo da eonsideraga0 pelo tribunal, nos termos ‘gers, de toda aprova produzida no processo, pode o agente pro- ‘var a ctigem licta dos bens referidos no atigo 6° da presente Lei 2. Para efeitos do miimero anterior € admissivel qualquer meio de prova valide em processo penal 3. Os titulares de bens que thes tenham sido transferi- dos pelo Agente, nos termos do artigo 6° da presente Lei também podem provar a licinide da aquisigao dos bens em ‘causa, por parte deste, 4, Se a liquidago do valor a perder a favor do Estado for deduzida na acusagao, a defesa deve ser apresentada na ccontestagio, 5. Se a liquidagao for posterior 4 acusagao, o prazo para defesa é de 30 dias, contados da notificagio da liquidago. 6. Aprova referida nos m1 a3 do presente artigo & of¢- recida em conjuunto com a defesa 7. A perda a favor do Estado nao abrange os bens que © ‘agente teria adquirido por via sucesséria e tenha posterior- mente alienado. ARTIGO9* (arrest) 1. Para garantia do pagamento do valor determinado nos termos do artigo 4° da presente Lei ¢ deeretado o arresto de bens do Agente. 2. A todo o tempo, o Ministerio Publico requer o arresto de bens do agente no valor comresponclente a0 apurada como constituindo vantagem de actividade criminosa. 3. O amresto é deeretado pelo juiz, independentemente da verificagao dos pressupostos referidos no Codigo do Processo Penal, se existirem fortes indicios da pratica do crime. I SERIE -N¢ 190 - DE 26 DE DEZEMBRO DE 2018 5589) 4. Emtudo que nao contrarie o disposto na presente Lei € aplicavel ao arresto 0 regime do arresto preventivo previsto na legislagio processual ARTIGO 10° (oditeasa «exinga0 do arvesto) 1. O arresto cessa se for prestada caugao pelo valor refe- rido no n° 1 do artigo anterior 2 Se, em qualquer momento do processo, for apurado, que © valor susceptivel de perda é menor ou maior do que © iniciakmente apurado, o Ministerio Piblico requer a redugio do arresto ou a sua ampliagio. 3. O arresto ou a caugao extinguem-se com a decisao final absolutéri. antigo 11° (ectaragao de pera) 1.Na sentenga condenatéria tribunal declara valor que deve ser perdido a favor do Estado, nos termos do artigo 4° da presente Lei 2. Se este valor for inferior ao dos bens arrestados ou & cago prestada, so reduzidos até esse montante, 3. Sento tiver sido prestada caugo econdmica, oaratido pode pagar voluntariamente 0 montante referide no mimero anterior, nos trinta dias subsequentes ao transito em julgado da sentenga, extinanindo-se o arresto com esse pazamento. 4. Nao se veificando o pagamento, sdo perdidos a favor do Estado os bens arrestados. ARTIGO 12° (Enlidadecompetente para arecuperagto de sctivos) Para arecup eragao de activos € criado 0 Servico Nacional de Recuperagio de Activos, intezrado na Procuradoria Geral da Republica, ARTIGO 18° (Atrtbuicoes do Servigo Nacional de Recupersgao de Actives) 1.0 Servigo Nacional de Recuperagao de Activos tem as seauintes atribuigdes: a) Proceder 4 identificagao, localizagao e apreensiio de bens, activos financeiros ou produtos relacio- nados com crimes que se encontrem no Pais ou no estrangeiro; b) Assequrar a cooperagao com os Gabinetes de Recuperagio de Activos ou similares criados por outros Estados, ©) Bxercer as demas atribuigbes conferidas por lei 2. 0 Servigo Nacional de Recuperagio de Activos € disigido por um Magistrado do Ministerio Pablico com a categoria de Procurador Geral-Adjunto da Repiiblica, 3. O Director do Servigo Nacional de Recuperagao de Activos ¢ nomeado pelo Conselho Superior da Masistratura do Ministerio Piblico. 4. Sem prejuizo da sua composi¢éo permanente, podem intearar © Servigo Nacional de Recuperacio de Actives, pelo tempo que for necessirio, téenicos especialistas, do sector ptblico on privado, ARTIGO Ms (Revoracio) ‘Si revogadas as nermas que contrariem o disposto na presente Lei ARTIGO 15° (Davidse misses) As duvidas ¢ as omissbes resultantes da interpretagio € dda aplicagao da presente Lei sao resolvidas pela Assembleia Nacional ARTIGO 16° (Entrads en vig) Appresente Lei entra em vigor & data da sua publicagi. ‘Vista e aprovada pela Assembleia Nacional, em Luanda, ‘age 21 de Novembro de 2018, (OPresidente da Assembleia Naciosal, Fernand ct Piedad Dias des Sos, Promulgada, aos 29 de Novembro de 2018, Publique-se. © Presidente da Reptblica, Joko Manurt. Goncatves, Lovrexco. Resolucto n.° 44/18 te26 de Dezembro Considerando que a Convengao sobre assisténcia em Caso de Acidente Nuclear ou Emerzéncia Radioléaiea foi adoptada em Conferéncia Geral da Agencia Tntemacional de Fhnrgia Atémica (AIFA), tendo esta sido criada no ambito da ‘Organizagio das Nagoes Unidas em 23 de Outubro de 1956 e 4a qual a Repiblica de Angola é membro desde 1999, Considerando que a Conveneio sobre Assistincia em ‘Caso de Acidente Nuclear ou Emergéncia Radioloaica ¢ de capital importincia para a Repibliea de Angola, como szuantia ¢ reforgo dos mecanismos bilaterais © multilate- rais de assistencia ena aplicagao de directrizes¢ principios fundamentais de seguranga das instalagGes nucleares e da cooperagao entre os paises membros e orgenizagses inter- nacionais especializadas, em caso de acidente mnclear on ‘emergéncia radiol6aica: ‘Tendo em conta que a presente Convengao recomenda a tommada de medidas que permitam a assisténcia e garantarn ‘a mitigagao de acidentes que possam advir de actividades rucleares como consequéncias de desvios,fartos, roubos e/ ‘ou qualquer outra forma de apropriago ot uilizagio inde vvida de materiais nucleares, caso ocorram no territério nacional e permitam ainda a proteeglo ¢ assegurar a assis tencia das pessoas expostas aos efeitos nocivos da radiagao, ionizante causadas pelo manseio e/ou transporte de mate riais nucleares durante a situago de emenséncia, Atendendo, por outro lado, que em caso de acidente ou ‘emergéncia radiolégica, em todas as circunstincias ope racionais, & exposigao do publico, as radiagSes ionizantes sejam mantidas tio baixos quando razcavelmente possi-

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