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AFS ADVOCACIA E CONSULTORIA

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO


JUIZADO ESPCIAL CIVEL DA REGIONAL DE MADUREIRA DA
COMARCA DA CAPITAL-RJ.

BEATRIZ COELHO DA SILVA, brasileira, solteira, técnica de


enfermagem, RG: 27487869-3,cpf:149059887-13, residente a
rua cruz Jobim, 90, fundos, Irajá, RJ, CEP: 21231-190, por sua
advogada constituída nos termos do instrumento de
procuração anexo, com endereço profissional informado no
rodapé desta, vem à presença de Vossa Excelência ajuizar a
presente ação de

AÇÃO DE RESCISÃO DE DISTRATO

C/C RESTITUIÇÃO DE VALORES PAGOS

Pedido de tutela de urgência

em face de LIGHT SERVIÇOS DE ELETRECIDADE S.A-cnpj:


60444437/0001-46 , localizada na Avenida Marechal Floriano,
168, Rio de janeiro, RJ, cep: 20080-002, pelos fatos e
fundamentos a seguir aduzidos:

DAS INTIMAÇÕES/NOTIFICAÇÕES/PUBLICAÇÕES

Requer a Autora, que todas as intimações, notificações


e publicações sejam endereçadas a advogada: GRACE
KELLY DE JESUS FERNANDES, OAB/RJ 202856, sob pena de
nulidade do ato processual, conforme entendimento
jurisprudencial consolidado.

Avenida treze de maio, 13, sala 620/621, Centro, RJ,


e-mail: afsadvocaciaeconsultoria@yahoo.com.br/ contato: 21 969989796.
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DO BENEFICIO DA JUSTIÇA GRATUITA

Cumpre, de início, registrar a hipossuficiência da Autora


para custear as despesas processuais e honorários
advocatícios, sem prejuízo de seu sustento, estando assistido
por sua entidade sindical. Desta forma, valendo-se da lei
1.060/50, cabível os auspícios da Justiça Gratuita, conforme
declaração de hipossuficiência ora anexada.

DA DECLARAÇÃO DE AUTENTICIDADE DAS CÓPIAS

Declara a Patrona da autora, para os devidos fins, em


face do que determina a nova redação do art. 425 do NCPC,
que as cópias dos documentos que acompanham a
presente peça, conferem com os originais.

DA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO OU MEDIAÇÃO

Declara a autora, em atenção à redação dos arts. 319,


VII e 334 do NCPC, que tem interesse na autocomposição, de
modo que requer seja designada audiência de conciliação
ou mediação.

DOS FATOS

Inicialmente convém esclarecer que a autora firmou


com a empresa Ré, através de instrumento unilateral
fornecido pela Ré para regularização de débito de energia
elétrica.

Ocorre que a Autora firmou um contrato de


parcelamento para pagamento do débito no valor total de
R$ 8.368,58(oito mil trezentos e sessenta e oito reais e
cinquenta e oito centavos).

O parcelamento foi acordado a ser pago com o valor


de entrada de R$ 82,27 (oitenta e dois reais e vinte e sete
centavos) e mais 60 (sessenta ) parcelas de R$ 138,11(cento e
trinta e oito reais e onze centavos) cada.
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No mês de setembro de 2021 recebeu corretamente a


fatura que continha a cobrança do valor referente a entrada
do contrato.

Porém em outubro de 2021 o valor cobrado pela


parcela descrito como 02/60 apresentou valor diverso ao
contratado e parcelado, pois era cobrado o valor de R$
181,06(cento e oitenta e um reais e seis centavos).

Diante a diferença de cobrança a Autora realizou


contato com o réu, no qual obteve a informação que a
cobrança estava correta, pois havia sido reajustada.
Informando ainda que a Autora poderia ir pessoalmente na
agência da Ré para maiores informações.

Na agência da Ré a autora registrou reclamação, no


qual foi informada que a mesma receberia um e-mail com as
devidas informações.

Passado mais de 30 dias, ao receber a nova fatura,


novamente foi cobrado 03/60 o valor de R$ 181,06(cento e
oitenta e um reais e seis centavos).

Diante a nova cobrança a Autora requereu junto a Ré, o


distrato do contrato realizado. Momento que a Autora teve a
ciência que havia assinado um termo de parcelamento e
mesmo não poderia ser cancelado.

Destaca-se, ainda, que, a autora por inúmeras vezes


entrou em contato com a referida Empresa, buscando saber
o motivo para cobrança além do acordo ora firmado,
conforme cópias do termo anexado a inicial, sem, contudo,
obter êxito.

É de bom alvitre esclarecer que nenhum comunicado


prévio ou justificava posterior foi realizado acerca do
aumento no valor da parcela do parcelamento realizado.

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Pois a referida parcela sem qualquer motivo aumentou em R$


42,95 (quarenta e dois reais e noventa e cinco centavos).

Sendo certo, Excelência que se continuar a cobrança


indevida o termo assinado será no fim descaracterizado e a
cobrança excessiva sendo certo que irá totalizar no valor de
R$ 2.577,00 (dois mil quinhentos e setenta e sete reais).

Destarte, a Autora não vislumbra alternativa, a não ser


recorrer às vias judiciais, visando a suspensão do contrato e a
restituição dos valores já pagos.

DA TUTELA DE URGÊNCIA
A prova inequívoca da verossimilhança do pedido da
Autora está presente por saltar aos olhos a ilicitude da forma
de cobrança acima do acordado e parcelado no termo
praticada pela Ré, como ficou claramente demonstrado
acima.

Termos de parcelamento acordado e assinado : valor


de entrada de R$ 82,27 (oitenta e dois reais e vinte e sete
centavos) e mais 60 (sessenta ) parcelas de R$ 138,11(cento e
trinta e oito reais e onze centavos) cada.

Valor cobrado indevido entrada de R$ 82,27 (oitenta e


dois reais e vinte e sete centavos) e mais 60 (sessenta )
parcelas de R$ 181,06(cento e oitenta e um reais e seis
centavos) cada.

Diferença de R$ R$ 42,95 (quarenta e dois reais e noventa e


cinco centavos).

Sendo ilegal o valor cobrado sobre as contas de


energia elétrica da Autora. Tal fato demonstra o receio de
perda financeira de difícil reparação. Além disso, a
concessão do pedido pode evitar um pedido de restituição
de indébito de mais valores.

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O Direito demonstra-se pelas argumentações ora


expendidas, tendo-se presentes os requisitos do
artigo 311 do NCPC para concessão da Tutela de Evidência

Portanto, deve-se conceder antecipação parcial da


tutela, a fim de se determinar a suspensão da cobrança das
parcelas contidas na fatura no valor de R$ 181,06(cento e
oitenta e um reais e seis centavos), ou alternativamente, que
a Ré cancele as cobranças de R$ 181,06(cento e oitenta e
um reais e seis centavos) e realize a cobrança conforme o
termo pactuado de R$ 138,11 (cento e trinta e oito reais e
onze centavos) sendo certo iniciando da parcela a vencer,
após intimação da r. decisão, sob pena de multa diária no
valor da prestação da cobrança efetuada.

DO DIREITO

Da Relação de Consumo e da incidência do Código de


Defesa do Consumidor:

Nos dias atuais, principalmente diante da forte crise


econômica e financeira enfrentada pelo País, um dos
principais dilemas enfrentados pelo comprador do imóvel na
“planta” diz respeito à rescisão do compromisso de compra e
venda, conhecido como distrato.

O presente caso encontra respaldo na legislação


consumerista, visto que é nítida a relação de consumo entre
as partes.

O Código de Defesa do Consumidor define, de maneira


clara, que o Consumidor de produtos e serviços deve ser
agasalhado pelas suas regras. O art. 2º da referida Lei, traz o
conceito de Consumidor.

Vejamos:

“Art. 2º Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou
serviço como destinatário final.”
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Seguindo essa esteira, o Art. 3º da supracitada Lei,


define o conceito de Fornecedor/Distribuidor, senão vejamos:

“Art.” 3º Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou


estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de
produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação,
distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços.

§ “1º Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial.”.

Com esse postulado, o Código de Defesa do


Consumidor define o fornecedor de forma a que, no caso sub
judice, bem se enquadra a empresa Requerida.

DO DANO MORAL

Ocorre o Dano Moral quando alguém se sente lesado


em seu patrimônio abstrato, ou seja, em sua dignidade
pessoal, liberdade, honra, crédito, boa fama e consideração
pública. É, portanto, a lesão sofrida que não produz nenhum
efeito na esfera patrimonial.

Para Carlos Roberto Gonçalves:

"É lesão de bem que integra os direitos da personalidade, como a honra, a dignidade,
etc. ( CF/88, arts. 1º, III, e 5º, V e X), e que acarreta ao lesado, dor, sofrimento,
tristeza, vexame e humilhação".

Prevê, ainda, o art. 42, caput, do CDC, in verbis:

"Na cobrança de débitos, o consumidor inadimplente não será exposto a ridículo, nem
será submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaça".

A autora foi exposta injustificadamente ao ridículo


dentro do aeroporto, mediante inúmeras pessoas, causando
inclusive tumulto no check-in, pois alguns passageiros
ficaram indignados com a tarifa cobrada, sugerindo até que
os autores abandonassem as bagagens no aeroporto. Ou
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seja, os atos praticados pela Promovida afetaram


frontalmente os direitos da personalidade dos autores,
atingindo suas honras, suas dignidades e causaram-lhes
vexame e humilhação perante todos.

Da Inversão do Ônus da Prova

É bom consignar que a presente ação envolve relação


de consumo, sendo amparada pela Lei nº 8.078/90, que trata
especificamente das questões em que fornecedores e
consumidores integram a relação jurídica, principalmente no
que concerne a matéria probatória.

Tal legislação faculta ao magistrado determinar a


inversão do ônus da prova em favor do consumidor,
conforme seu artigo 6º, VIII:

"Art. 6º - São direitos básicos do consumidor:

VIII - A facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova,
a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou
quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiência".

No tocante ao disposto no artigo acima, a inversão do


ônus da prova só poderá ocorrer diante da conjugação de
dois elementos, quais sejam: a verossimilhança das alegações
e a hipossuficiência do consumidor.

Enfim, verificada, além da hipossuficiência, a presença


do requisito da verossimilhança das alegações, conforme
acima examinado, deve prevalecer a inversão do ônus da
prova.

Diante do exposto, a Autora solicita a este Douto Juízo


que determine a inversão do ônus da prova, no sentido de
impor à Demandada que traga aos autos todos os elementos
e provas necessários ao justo julgamento da lide.

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O Art. 39 veda ao fornecedor de serviços, dentre outras


práticas abusivas:

IV - Prevalecer-se da fraqueza ou ignorância do consumidor, tendo em vista sua idade,


saúde, conhecimento ou condição social, para impingir-lhes seus produtos ou serviço

V - Exigir do consumidor vantagem manifestamente excessiva

DA RESTITUIÇÃO DOS VALORES PAGOS

De acordo com o art. 42, parágrafo único, do Código


de Defesa do Consumidor, in verbis:

"O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito à


repetição do indébito, por valor igual ao dobro do que
pagou em excesso, acrescido de correção monetária e juros
legais, salvo hipótese de engano justificável".

A autora está sendo obrigada a efetuar o pagamento


de um valor absurdo, desproporcional, desarrazoável,
calculado através de método obscuro, desleal e abusivo
como já explicitado nos fatos da presente lide, merecendo
serem ressarcidos pela diferença do valor cobrado, em
dobro, em virtude do grave erro cometido pela Ré.

Em Contrato firmado entre as partes, ficou acordado


entre as partes. A Empresa Ré deve devolver a diferença das
parcelas cobradas indevidamente, a serem calculados ao
fim da execução da presente demanda sendo a mesma for
procedente.

Importante frisar que é abusiva é ilegal e que prevê


retenção integral ou substancial das parcelas pagas pelo
consumidor, por consubstanciar vantagem exagerada do
fornecedor.

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DOS REQUERIMENTOS FINAIS

Ante o exposto, requer:

1. Seja determinada a citação da Ré, na pessoa do seu


representante legal, para, querendo, oferecer
contestação, sob pena de revelia e confissão, nos
termos dos arts. 285, 319 e 330 do NCPC, e art. 18, § 1º,
da Lei 9.099/95;
2. Que seja deferido os auspícios da Justiça Gratuita nos
termos do art. 14, § 1º, da Lei 5.584/1970, por não ter a
Autora condições de arcar com o pagamento de
custas e demais despesas processuais sem prejuízo de
seu sustento;
3. Que seja deferida a tutela de urgência no sentido de
conceder antecipação parcial da tutela, a fim de se
determinar a suspensão da cobrança das parcelas
contidas na fatura no valor de R$ 181,06(cento e oitenta
e um reais e seis centavos), ou alternativamente, que a
Ré cancele as cobranças de R$ 181,06(cento e oitenta
e um reais e seis centavos) e realize a cobrança
conforme o termo pactuado de R$ 138,11(cento e trinta
e oito reais e onze centavos), sendo certo iniciando da
parcela a vencer, após intimação da r. decisão, sob
pena de multa diária no valor da prestação da
cobrança efetuada;

4. Que seja designada audiência de conciliação ou


mediação, nos termos dos arts. 319, VII e 334 do NCPC;

5. seja determinada a inversão do ônus da prova, em


favor da Autora, com arrimo no que prescreve o
art. 6º, VIII do CDC, ficando de logo obrigado a Ré
apresentar em juízo, todos os documentos necessários à
comprovação dos fatos narrados supra, ou para
contestá-lo;
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6. Que seja Julgada TOTALMENTE PROCEDENTE a presente


ação no sentido de condenar à ré a cancelar o termo
de parcelamento de dívida sob nº 302127 realizada em
09/08/2021.

7. Que a Ré seja condenada a restituir em dobro os valores


cobrados indevidamente da Autora, a ser apurado após
a sentença de procedência e no processo de
execução, devendo ser o valor corrigido pelo índice
oficial de correção monetária de débitos judiciais, qual
seja,UFIR-RJ (Enunciado nº 43 da Súmula do STJ, lei nº
6.899/1981 e art. 1º do Provimento CGJ nº 3/1993) e
acrescidos de juros legais de um por cento
ao mês (arts. 240 CPC, 398 e 406 CC e 161, §1º, CTN,
Enunciados nº 3 do Aviso nº 80/2014 TJRJ e nº 54 da
Súmula do STJ), tudo desde a data do
pagamento de cada parcela;

8. Que seja a ré condenada a refazer o reparcelamento


da dívida, no valor correto de R$ 8.368,58(oito mil
trezentos e sessenta e oito reais e cinquenta e oito
centavos), sendo descontado o valor já pago, sendo a
diferença parcelada em 60(sessenta ) vezes;

9. Que seja a Ré condenada à referente à reparação


pelos danos morais causados, no valor de R$ 10.000,00
(dez mil reais), tudo em respeito ao que estabelece o
art. 42 do CDC e nos termos da Lei 9.099/95.

10. A condenação da Ré ao pagamento dos


honorários sucumbenciais arbitrados em 10% do valor da
condenação.

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Por fim, protesta e requer provar o alegado por todos os


meios de prova admitidos em direito, notadamente,
depoimento pessoal, juntada ulterior de documentos, bem
como, quaisquer outras providências que Vossa Excelência
julgue necessária à perfeita resolução do feito, ficando tudo
de logo requerido.

Dá o valor da causa de R$ 20.205,43 (vinte mil duzentos e


cinco reais e quarenta e três centavos).

Nesses Termos,

Pede Deferimento,

Rio de janeiro, 05 de outubro de 2022.

GRACE KELLY DE J. FERNANDES

OAB/RJ 202856

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