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TERRITORIO E ARQUITECTURA sem data dactilografado 1 A organizago urbana do territério No inicio era 0 caos e, para a espécie humana, fraca, pouco agi, incapaz de uma defesa eficaz contra qualquer tipo de predadores ou intempéries, esse ‘0s deve ter atingido a dimensio de um sonho mau, de um pesadelo sem ssida nem remedio, 'No entanto, duas ou trés pequenas caracteristicas tornaram esta espécie _aparentemente errada, capaz de sobreviver e mesmo prosperar, neste terit6- ‘io tao desadaptado as suas necessidades. ‘A primeira fol a capacdade de adaptacio, da espéce, a qualquer conjunto de recursos e caracteristcas. Organiza, raciocinar e aprender foi a segunda, Com a primeira «maleabilizou» a sua capacidade de sobrevivéncia nos _meios mais adversos. Com a segunda criou formas de organizar 0 caos em seu proveito, acebando por trar partido das propria caracteristcas negativas do terrtério que a rodeava. Foi com essas duas caracterisicas que a espécie humana criou no espaco tantos territérios quantos problemas os mesmos ihe puseram e foi desta luta ue nasceu a memoria colectiva de como fazer, onde e para que fazer, que viriaa gerar@ forma propria que cada povo tem de estar e de se entender com (0 seu territério, em suma a sua cultura Cio que para nos, do século 20UXX!, a nosao de espaco do homem pri- mitivo em relacSo a0 planeta Terra s6 pode ser compreendida se referenciada _aquela que temos em relacao 20 universo. Para nds, este espaco (0 universo) indefiaido, deserto, ainda ameacador, totalmente inalcangavel. Esta era a nocio que, hé 20 ou 30 mil anos, qualquer ser humano teria de tum tertorio da dimensao da Peninsula Ibérica €, pois, vital para as primeiras populacdes defini um teritorio.€ teritorio 6, para eles, 0 espaco inteligvel. Ha que transforma, pois, 0 «ESPACO» em espaccs. Se acrescentarmos a esta operacao a sua imediata e logica consequéncia, a saber (Osespacos que constituem a unidade territorial s30 espacos quabficados: este 6 para estabeleceralojamentos, aquele € para quardar instrumentos, o outro é ara quardar animals, cultivar vegetas, exercer actividades vaniaves (das quats sobress2em ainda hoje as espirtuais/elgiosas)~ podemos perguntar se esta act- \vidade nao €, segundo a mais modema definigao, aquela que caracteriza 0 cam- 0 profssional da arquitectura; do arquitecto, 0 técnico que modela 0 espaco, ‘urbane ou rural, regional ou nacional e 0 qualfica para as suas funcées. CO teritério.é, pos, conclsimos, um espago de alguma forma de origem arqui- tecténica. A primeira intervencdo arquitecténica do homem no espaco natural ‘Atistoria do nascimento e desenvoWvimento da nosio territério, ainda que ‘objecto de muitos estudos e teorias bastantes, seré sempre discutivel e incerta ‘A:sua célulasmée tera sido provavelmente a familia nuclear, depois extensa (O temritério comeca entao por constitui-se em pequenas has, rodeadas de ‘spaces por todos os lados onde pequenas comunidades vivem fechadas sobre -simesmas, recolectando 0 espaco, iniciando o fabrico das coisas, aperfeigoando 175 CGoMGALO RBERO TeLLES e methorando o seu conforto, dirlamos hoje, aumentando a sua qualidade vida, Cometendo errs, alguns fatais de que ndo restam memerias, outros rigive's, de que quardamos a memoria que nos passou como heranca. © terrtério organiza-se e aumenta conforme as suas necessidades; em breve se instalam novas células ou se contactam terrtérios de outros nik estranhos que, mais ou menos ignorados,afinal se encontravam espacalmen= te muito mais préximos do que parecia. Atentemos a que o homem cagador pode dominar dariamente distancia de 20 a 30 quilometros e que expect 6es de maior fblego podem reconhecer facimente e implantarse a distan=

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