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habili TD ‘Terapia Ocupacional integrada RELATORIO DE AVALIACAO DA TERAPIA OCUPACIONAL Fevereiro de 2022 ENTREVISTA COM A FAMILIA Ana Cristina Ventura da Silveira Tibircio nasceu em 29/09/2014 e esta atualmente com sete anos e quatro meses. A familia buscou avaliagao de terapia ocupacional para a crianga por ela apresentar demandas de motricidade fina e desempenho de atividades de vida diaria. A seguir farei um breve resumo do histérico de desenvolvimento da crianga até o presente momento. Ana Cristina ¢ filha Unica do casal e fruto de uma gestagao planejada e sem intercorréncias. Nasceu com peso e tamanho adequado e 0 parto se deu como o esperado. Foi amamentada até o dois anos de idade e quando iniciou @ transic&o alimentar apresentou dificuldades, pois vomitava e cuspia os alimentos. A mae relata que a crianga foi um bebé muito tranquilo, que dormia a noite toda, acordava apenas uma vez para ser amamentada, e que queria ficar s6 no colo da mae e de conhecidos Foi relatado que a crianca sempre teve um atraso “no limite” do desenvolvimento motor. A crianga chegou a fazer atendimento com fisioterapia devido atraso de marcha, que alcangou aos um ano e quatro meses. Segundo a mae, a crianga tinha medo de andar. Aos trés anos a crianga iniciou atendimento com psicdloga e mantém até hoje. Segundo a familia, est proximo de receber alta da psicologia. Nao foi relatado nenhum atraso no desenvolvimento da fala e linguagem. A crianga fez acompanhamento com terapeuta ocupacional, por j4 apresentar as dificuldades referidas no inicio desse relatorio, porém com a pandemia os atendimentos foram interrompidos. A rotina atual da crianga esta bem definida para escola, reforgo escolar, esporte, (natag&o) e saidas sociais aos finais de semana, além claro, das atividades e rotinas basicas de higiene, alimentacéo e sono. Segundo a mae, o sono acontecia sem interrupgées, mas que atualmente a crianga acorda uma vez por noite para dos pais. Perguntado sobre as preferéncias do brincar da crianga, fo habili T0 pacional Integra Terapia apenas nos finais de semana. Quanto a brincar com outras criangas, a mae diz que ela prefere brincar com criangas mais novas. O contato com outras criangas acontece principalmente na escola e com uma vizinha. As atividades de vida didria que se constituem uma queixa da familia so realizadas com uma parcial independéncia. A crianga consegue realizar algumas agdes de vestudrio € higiene, mas Ihe faltam refinamento e preciséo na execugdo dessas atividades. Algumas dessas atividades ela no consegue realizar de forma alguma, como lavar 0 préprio cabelo e pentear, amarrar cadargos, abotoar. Outras ela realiza com dificuldades, como por exemplo, vestir a roupa, que faz de uma maneira que as roupas ficam amarrotadas ou emboladas e nao consegue ajustar ao corpo. Essa dificuldade com 0 desempenho de atividades de vida diaria esta trazendo prejuizos de participagao para a crianga, pois a mesma esta evitando participar de atividades das quais gosta, como dangar jazz, por nao se sentir capaz de trocar a roupa do jazz pela farda da escola de maneira independente Ana Cristina esté matriculada no segundo ano do ensino fundamental da escola Farias Brito. Foi relatado que na escola apresenta dificuldades com motricidade fina, foi citado 0 uso de tesouras como exemplo. A crianga apresenta dificuldades com atividades motoras finas novas. No entanto, tem boa participagao social e ndo refere grandes dificuldades com a aprendizagem. Segundo a mae, essas dificuldades eram maiores, mas que atualmente a crianga ja melhorou muito © comportamento adotado pela crianga atualmente é, segundo a familia, um comportamento mais quieto e passivo, além de desatento. Foi dito que a crianga é muito lenta na execugao de suas atividades, que demora muito tempo para comer, se vestir, fazer tarefas e outras rotinas didrias. Além disso, foi relatado que a crianga parece atrapalhada e desajeitada na execugao dessas tarefas, que faz as coisas de um jeito mais dificil e que perde mais tempo. Com a pandemia surgiu um comportamento de birra perante frustragdes, que antes nao existia. Também a crianga vem demonstrando, recusa a realizar atividades das quals considera ser incapaz de faze discurso de que ¢ sabido que ela nao consegue fazer. Essa fal habili T0 ‘Terapia Ocupacional integrada enfrentando perante os desafios de patticipagéo que apresenta com as queixas ja referenciadas pele familia. PROCEDIMENTO DE TESTES Aqui serao descritos de maneira breve os testes realizados de modo que a familia salba do que se tratam, quais s4o seus objetivos, e como seus dados séo indispensaveis para a leitura do caso como raciocinio clinico e planejamento terapéutico. © SIPT - Sensory Integration and Praxis Tests é uma avaliaggo estandardizada, do tipo “padrao oure”, por oferecer uma alta confiabilidade estatistica de dados normativos. Os testes do SIPT nos ajudam a entender por que algumas criangas tém dificuldade em aprender ou se comportar como esperavamos. O SIPT nao mede a inteligéncia no sentido usual da palavra, mas avalia habilidades importantes e necessarias para a relagéo com o meio fisico. O teste em si ndo mede o desenvolvimento da linguagem, 0 desempenho académico ou o comportamento social, mas avaliam certos aspectos do processamento sensorial ou da percepgao que estéo relacionados a essas fungdes. Além disso, também avalia a praxis ou a capacidade da crianga de lidar com o meio fisico. ‘As Observagées Clinicas de Ayres sao parametros de elementos constitutivos de um processamento sensorial adequado evidenciado a partir da solicitagao da terapeuta. Ele consta de varios itens relacionados aos aspectos de conquistas do desenvolvimento como, diadocinesia, atividade isolada dos dedos com oponéncia, flexdo e extens&o contra a ago da gravidade, index nariz e outros itens para observar como as fungdes motoras, sensoriais, respostas posturais, oculares e o tonus muscular que se efetivam na praxis. O Perfil Sensorial 2 do Cuidador ¢ 0 Perfil Sensorial 2 de Acompanhamento Escolar séo questiondrios destinados para a familia e escola responderem, respectivamente. Ele conta com perguntas acerca do processamento sensorial da crianga no cotidiano. Permite identificar padres de processamento senso esté diretamente relacionado aos pontos fortes da crianga, aquilo habilidades, bem como os desafios de participagao. Washington Soares, 9 O+ EP 60811 ©) habilto@gmail.com (~) twitter comabi habili TD ‘Terapia Ocupacional integrada A Medida de Processamento Sensorial Casa e a Medida de Processamento Sensorial Escola (SPM- P Casa e SPM-P Escola) também se tratam de questionérios de processamento sensorial. Esse protocolo de avaliagdo contempla processamento sensorial dos sistemas isoladamente e conta com a avaliagao da patticipagao social da crianga, bem como do planejamento motor e ideacéo com base nas fungdes de integragao sensorial AVALIAGAO DA CRIANGA A ayvaliacéo aconteceu em quatro encontros diversos. Ana Cristina velo para avaliagéo acompanhada da mée e se dirigiu a sala de avaliagao junto a mim com seguranga em separar-se da mae. A avaliagdo teve inicio com a aplicagéio do SIPT. Quanto a aplicagao do protocolo em si, a crianga se mostrou bastante participativa e colaborou com todo 0 processo. Os resultados desse protocol serao discutidos no préximo t6pico. Além da aplicagéo do SIPT, também foi realizada avaliagéo do desenvolvimento infantil tendo como base as éreas de desempenho ocupacional: brincar, atividades de vida diaria, participago social e incluso escolar, essas tres Lltimas areas ja foram referenciadas no topico entrevista com a familia. Ana Cristina demonstrou interesse em brincar com casinha de boneca. Durante essa brincadeira elaborou um contexto de faz de conta em que deu vida a personagens. Outra manifestag&o simbélica apresentada foi o grafismo, em que escreve usando letra cursiva, porém com dificuldades de organizar essa escrita no espaco destinado. O desenho realizado pela crianga est num nivel abaixo do esperado para a idade, pois poderia ser mais rico em detalhes espaciais e de esquema corporal da figura humana que retrata. Também se observou o inicio de um pensamento operatério com parcial conservacao de quantidade e nogées aritméticas, ‘A motricidade fina foi observada em varias brincadeiras com diferentes preensées| @ uso de ferramentas diversas. A crianga apresenta uma dificuldade com exercer e controlar a forga de movimentos finos, principalmente dos dedos. Fico crianga percebe sua dificuldade e encontra estratégias para fugir habili T0 pacional Integra Terapia A avaliago também permitiu conhecer 0 nivel de consciéncia espago-temporal da crianga. Em conversa informal com a crianga fago perguntas sobre ela e sua familia. Questiono se sabe informar dados como nome proprio completo, nome completo dos pais, enderego que mora, bairro, cidade, estado, pais, dia da semana, més, ano, bem como escola que frequenta e distancia entre esse local e a casa. Dessas indagagdes a crianga respondeu poucas, sabendo informar nome proprio, primeiro nome dos pais, nome da escola e cidade que mora Algumas brincadeiras envolvendo planejamento motor e visao foram realizadas, como por exemplo, montar quebra cabecas e construir cenarios conforme modelo. A montagem do quebra cabeca foi realizada com ajuda, pois a crianga teve dificuldades tanto com a visualizagao espacial da forma, como com a motricidade fina para encaixar as pegas adequadamente. J4 com 0 jogo de construir cendrios, a dificuldade foi um pouco menor, mas ainda assim mostrou impasses para perceber a posicéo adequada das pegas e orientagao adequada com as demais, precisando errar para compreender que 0 planejamento que estava fazendo nao era 0 correto. As observacdes clinicas foram realizadas de maneira estruturada. Essa avaliacgo tem carater qualitativo, entao se observa a qualidade dos movimentos executados pela crianga. Ana Cristina demonstrou boa compreenséio dos comandos, mas a execugo dos mesmos tinha muitas falhas de continuidade, fluidez, ritmo e velocidade. Alguns dos testes ela ndo conseguiu sequer assumir a postura requerida, como foi o caso da extensdo e flexdo contra a gravidade. De uma maneira geral, ficaram evidentes dificuldades de consciéncia corporal, equilibrio, coordenagéo motora_ bilateral, sequenciamento de agées, ritmo, fluidez de movimentos e planejamento motor. O Ultimo encontro de avaliagdo que foi realizado na sala de integracao sensorial serviu para constatar mais ainda essas dificuldades observadas na avaliagao da observagées clinicas. Ana Cristina se mostrou muito empolgada com o ambiente e suas propostas. No entanto, em muitas delas notava-se as dificuldades ja citadas, Em, brincadeiras como balancar de maneira independente e acertar objeto demonstrou dificuldades tanto com a coordenagéo do movimer visualmente 0 alvo no momento certo. Sé nesse exemplo poder coordenagéo motora bilateral, antecipagdo de movimento habili T0 coordenagao olho e mao, estabilidade visual e planejamento motor. Como em outras brincadeiras de escalada, segurar-se na tirolesa, andar de carrinho de mao, equilibrio. em ponte, essas mesmas e outras dificuldades envolvendo o sensorial e a praxis foram observadas. RESPOSTAS E DISCUSSAO DOS TESTES Grafico de resumo dos resultados do SIPT sD LOW AVERAGE HIGH 3 2 a o 1 2 3 ‘Space Visualization -1.77 Figure-Ground Perc. 0.02 Man. Form Perception -2.07 Kinestnesia -1.03 Finger Identification -2.05 Graphetnesia -2.43 Loc. Tactie Stimuli -.00 Praxis Verb. Command -1.28 Design Copying WA Constructional Praxis -1.67 Postural Praxis -2.93 Oral Praxis -3.00 ‘Sequencing Praxis -1.03 Bilateral Motor Coord 0.69 Stand & Walk Balance -205 Motor Accuracy 2:38, Postrotary Nystagmus 0.69 Osi § 1 2% 50 75 00 05 00 905 Percentie O gréfico acima apresenta os resultados do SIPT. Conforme o mesmo, podemos visualizar que na grande maioria dos testes a crianca apresentou desvio padréo abaixo da média. Os testes de percep¢ao sensorial tatil e de praxis foram os que obtiveram escores mais baixo. Também os testes envolvendo percepgdo visual e processamento vestibular mostrou resultados fora da média. Ao analisar e interpretar o conjunto desses. resultados apresentados conclui-se que a crianga apresenta problemas de somatopraxis. A somatopraxis € a relagdo entre as capacidades de percepeao proprioceptiva associada as habilidades de planejamento motor. Portanto, Ana Cristina apresenta uma dispraxia de base com algum componente de percepgao visual e processamento ves! habili TD ‘Terapia Ocupacional integrada tais resultados, podemos compreender as dificuldades de desempenho ocupacional que @ crianga apresenta e que motivaram a procura profissional. © desempenho das atividades de vida didria, bem como o desempenho de atividades motoras finas com as. mos, tais como escrita, desenho, recorte, dentre outras esta inteiramente dependente da capacidade de perceber estimulos sensorials tatels, proprioceptivos, visuais e vestibulares que ao se integrarem fornecem base para um bom plano motor. Sem a chegada eficiente dessas informagdes sensoriais ao cérebro da crianca, a capacidade da mesma saber 0 que fazer e como fazer com o proprio corpo fica comprometida Ento um simples ajustar de uma roupa que esta embolada no corpo se toma um desafio, pois para a crianga, as informagdes de onde e como esté a roupa no corpo e 0 que fazer para ajusta-la so insuficientes para que ela tenha sucesso nessa tarefa. Tabela 1: Perfil Sensorial do Cuidador PERFIL SENSORIAL DO CUIDADOR - QUADRANTES Quadrantes Exploracao | Esquiva | Sensibilidade | Observacao Pontuacao bruta 0 18 10 2 Interpretacao Muito menos | Menosdo | Menosdo | Muito menos do que outros | que outros | que outros do que outros PERFIL SENSORIAL DO CUIDADOR - SECOES SENSORIAIS Sistemas | Auditivo] Visual | Tato | Movimentos | Posicao do Oral sensoriais corpo Pontuacao bruta | 0 0 0 0 7 Interpretagao | Menos | Muito | Muito Muito | Muito menos | Menos do que do que | menos | menos | menos do | do que outros outros | do que | do que | que outros | outros outros | outros PERFIL SENSORIAL DO CUIDADOR - SECOES COMPORTAMENTAIS. Aspectos: Conduta ‘Socioemocional comportamentais Pontuacao bruta 3 5 Interpretacdo | Menosdoque | Exatamente comoa Menos do que outros habili T0 pacional Integra Terapia outros maioria Os resultados do Perfil Sensorial do Cuidador se dividem em quadrantes, sees sensoriais € segdes comportamentais de base sensorial. Os quadrantes refletem o padrao de processamento sensorial da crianga, que pode estar dentro de uma média esperada para a idade ou acima/abaixo da mesma. Em todos os padrées Ana Cristina obteve pontuagdes abaixo da média (menos ou muito menos que outras criangas da mesma idade) A ctianga com pontuagao muito menos que outras em exploragao sao vistas como desinteressadas e desatentas, pols nao buscam estimulos, precisando que outras pessoas proporcionem tais estimulos a elas. Ja o padréo de menos que outros em exploragao mostra que a crianga pode ser facilmente afetada por estimulos, mas que se mostra passiva aos mesmos, ndo agindo em controle dos mesmo e com isso tendo dificuldades com filtrar excessos e ter ritmo rapido © resultado de muito menos que outras criangas para sensibilidade pode ser interpretado como uma dificuldade da crianga em perceber as mudangas em estimulos importantes para a participagéo em atividades e rotinas, com isso a crianga pode parecer sem foco. O padrao de observagao teve resposta de muito menos que outras criangas de mesma idade. Criangas com esse tipo de pontuagao tém dificuldades de filtragem com estimulos a mais que recebe, com isso ficam sobrecarregadas e acabam se perdendo em relago ao que ¢ importante para o momento. As respostas acima dizem respeito ao contexto de casa. Vale ainda ressaltar que © protocolo possui cardter subjetivo e que, portanto diz respeito a forma como o cuidador percebe a crianca naquele ambiente. Respostas diversas s&o possiveis de acontecer, uma vez que diferentes ambientes, demandas e atividades suscitam diferentes respostas. No entanto, podemos perceber que conforme as informacdes dadas pela familia, Ana Cristina apresenta de maneira geral uma lab hiporreatividade e hiperreatividade sensorial, ou seja, ora percebe habili T0 ‘Terapia Ocupacional integrada comportamento passivo em relagdo aos mesmos, que Ihe confere comportamento de dispersdo, desatengao e lentidao em respostas. Tabela 2: Medida de Processamento Sensorial de Casa (SPM- Casa) Medida de Processamento Sensorial de Casa (SPM - Casa) rea Particip Visual | Auditivo Tatil Consciéncia | Equilibrio e | Plane]. motor Social corporal | movimento |e ideaco Pontuagao 70 a 10 1 10 B 78 bruta Pontuacdo T 40 a 56 40 40 il a Interpretacdo | Tipico Tipico | Tipico Tipico Tipico Tipico Algum problema Pontuagao 47 (Tipico) total Os resultados da Medida de Processamento Sensorial de Casa (SPM - Casa) foram em sua maioria respostas tipicas para a idade. Apenas a area de planejamento motor e ideagao obtiveram pontuagao de algum problema. Coincidentemente essa area aborda questées das quais foi citado que crianga tem dificuldades de desempenho e que foram identificadas na avaliago do SIPT. Assim como o Perfil Sensorial, o SPM também considera a percepgao dos pais sobre a crianga, sendo de carater subjetivo, além de depender do contexto. Tabela 3: Perfil Sensorial de Acompanhamento Escolar PERFIL SENSORIAL DE ACOMPANHAMENTO ESCOLAR - QUADRANTES Quadrantes Exploracao Esquiva | Sensibilidade | Observacdo Pontuacao bruta 23 20 16 25 Interpretacao Mais que outras | Exatamente | Exatamente | Exatamente criangas como a como a como a maioria maioria maioria COMPORTAMENTAIS PERFIL SENSORIAL DE ACOMPANHAMENTO ESCOLAR - SECOES SENSORIAIS E. Sistemas sensoriais Auditivo Visual Tato Movimentos Comportamento Av. Washing! habili T0 ‘Terapia Ocupacional integrada Pontuacao 16 18 i 20 23 bruta Interpretacao | Mais | Mais | Exatamente| Mais que | Mais que outras criancas que que como a outras outras | outras | maioria crlancas criangas | criancas PERFIL SENSORIAL DE ACOMPANHAMENTO ESCOLAR - FATORES ESCOLARES Fatores Fator escolar 1 Fator escolar 2 Fator escolar 3 | Fator escolar escolares 4 Pontuacao 26 24 25 16 bruta Interpretagao | Exatamente | Exatamente comoa | Mais que outras | Exatamente como a maioria maioria criangas como a maioria O Perfil Sensorial de acompanhamento escolar mostrou resultados bem diferentes do contexto casa. Quanto aos padrées de processamento sensorial, apenas 0 padr&o de exploragdo se encontra como mais que outros, ao contrario do contexto casa. Isso quer dizer que, na escola, Ana Cristina tem atitude de explorar bastante o ambiente em busca de maior oportunidade sensorial, necessitando sempre de intensidade de estimulos. As segdes de sistemas sensoriais e comportamental mostram todos os sistemas e 0 comportamento como mais ou muito mais que outras criangas da mesma idade, também 0 oposto do contexto casa, Ou seja, na escola ela € muito mais reativa aos estimulos que em casa e esta muito mais ativa em buscar e fugir dos mesmos, diferente do comportamento mais passivo que apresenta em casa © questionario de acompanhamento escolar conta também com a pontuagao de fator escolar, que refletem 0 ponto de vista do professor sobre a crianga através de uma combinagao dos padrées de processamento sensorial. O fator escolar 3 representa a combinagao dos padrées de esquiva e sensibilidade e representam a faixa de tolerancia CEP 60: habili T0 ‘Terapia Ocupacional integrada Tabela 4: Medida de Processamento Sensorial da Escola (SPM - Escola) Medida de Processamento Sensorial da Escola (SPM - Escola) Area Particip. Visual | Auditivo Tatil | Consciéncia | Equilibrio e | Plane). motor Social corporal | movimento |e ideacao Pontuagao 4 8 7 8 7 2 23 bruta Pontuacao T a7 ea 4B a a 33 63 Interpretaco | Tipico Algum Tipico | Tipico Tipico Tipico Algum problema problema Pontuagao total 53 (Tipico) A medida de processamento sensorial da escola tem resultados semelhantes 20 de casa ao apontar algum problema com a ideagao e o planejamento motor. Além disso. aponta algum problema com o sistema visual. Essas respostas também se relacionam com as questées de somatopraxis vistas no SIPT e que esto presentes nos contextos casa e escola. CONCLUSAO E PROPOSTA TERAPEUTICA A anélise dos dados das avaliagées, da entrevista com a familia e da avaliagao clinica da crianga levam a um entendimento da existéncia de problemas de integracéo sensorial perceptiva e de planejamento motorlideagao. A essa dificuldade integrativa sensorial damos o nome de dispraxia somatossensorial, que compreende pobre percepgo tatil e proprioceptiva com dificuldades de planejamento motor. Além disso, tem-se associado um componente vestibular e visual. Portanto, sendo causa subjacente das dificuldades de desempenho ocupacional referenciadas pela familia e observadas também na escola. Perante © exposto concluo a necessidade de acompanhamento de terapia ocupacional em Integrago Sensorial de Ayres duas vezes por semana, em vista das questdes acima explicitadas e tendo como objetivos: + Promover ajuste de processamento vestibular que permita regul atengo e concentracao Av. Washington Soares, 9 O+ CEP 60: habili T0 ‘Terapia Ocupacional integrada + Favorecer desenvolvimento da percepcao somatossensorial (tato + propriocep¢aio) para uma melhor consciéncia corporal que possibilite 0 desempenho de atividades de autocuidado * Estimular aumento e ajustes de consciéncia corporal para uso em atividades motoras finas escolares e de rotina de vida diaria * Fomentar o desenvolvimento de habilidades de controle postural, equilibrio, coordenagao motora bilateral, sequenciamento, ritmo, nogdes espago temporais para estabelecimento da organizagao motora * Promover o desenvolvimento de habilidades praxicas ideacionais que envolvam o estabelecimento de objetivos e ideias (O que fazer? Como fazer?) para ampliacao do repertério de ages com corpo no espago * Possibilitar 0 desenvolvimento da capacidade de organizar planos motores com intuito de desenvolver uma boa base praxica para as funcdes executivas * Estimular 0 desenvolvimento continuo das habilidades percepto-cognitivas para apoiar o brincar e a aprendizagem académica © alcance de tais objetivos visa uma melhor participagdo nas areas de desempenho ocupacional infantil: brincar, atividades de vida diaria, participagao social e desempenho escolar. Por fim, coloco-me a disposicao para quaisquer duvidas, apontamentos, esclarecimentos ou sugestées que por ventura possam vir a existr. Brunna Uchoa Terapeuta Ocupacional CREFITO 17.515-TO

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