Apostila Impactos Ambientais

MINISTERIO DA EDUCAÇÃO
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO CIÊNCIA E TECNOLÓGICA DO MARANHÃO

CAMPUS IMPERATRIZ
TÉCNICO EM MEIO AMBIENTE
AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS
Apostila para subsídios da disciplina de

Avaliação de Impacto Ambiental, do curso
técnico em Meio Ambiente, do Instituto Federal
de Educação, Ciência e Tecnologia do
Maranhão – Campus Imperatriz-MA.
Professor Mestre Murillo Barros de Carvalho
IMPERATRIZ-MA
2018
i
Apostila – AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL – Curso Técnico em Meio Ambiente
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão – Campus Imperatriz
CAMPUS IMPERATRIZ
SUMÁRIO
1 APRESENTAÇÃO ........................................................................................................ 4
1.1 A crise ambiental e a questão da consciência ambiental ....................................... 4
1.2 Avaliação de Impacto Ambiental como resposta para a crise ambiental ................ 5
2 CONCEITOS IMPORTANTES EM AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS ........ 5
3 COMPONENTES DO SISTEMA AMBIENTAL ............................................................. 7
Exercícios ......................................................................................................................... 9
4 AÇÃO, PROCESSO E IMPACTO ............................................................................... 10
4.1 Relações de Causalidade na Avaliação e Análise de Impacto Ambiental ............ 10
Exercícios ....................................................................................................................... 11
5 AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL ................................................................. 15
5.1 A AIA como instrumento da Política Nacional do Meio Ambiente A ..................... 15
5.2 Lista de empreendimentos que necessitam de estudos de impactos ambientais 16
5.3 Objetivos da AIA ................................................................................................... 17
5.4 Classificação Qualitativa e Quantitativa de Impactos Ambientais......................... 18
5.4.1 Classificação Qualitativa ................................................................................ 18
5.4.2 Classificação Quantitativa .............................................................................. 19
5.4.3 Relação Magnitude e Importância.................................................................. 20
Exercícios ....................................................................................................................... 21
6 MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS ..................................... 24
6.1 Método AD HOC ................................................................................................... 24
6.2 Método check-list (listagem) ................................................................................. 25
6.3 Métodos de Matrizes de Interação........................................................................ 25
6.4 Métodos de Modelos de Simulação ...................................................................... 27
6.5 Método das Redes de Interação – NETWORKS .................................................. 27
6.6 Combinação de Métodos ...................................................................................... 28
Exercícios ....................................................................................................................... 29
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7 LICENCIAMENTO AMBIENTAL E OS ESTUDOS DE IMPACTO ............................. 31

7.1 Termos de Referência .......................................................................................... 31
Exercício ..................................................................................................................... 32
7.2 Formato Básico Do Estudo De Impacto Ambiental (EIA) E Respectivo Relatório
De Impacto (RIMA)......................................................................................................... 32
7.3 Formato Básico para EIA ...................................................................................... 32
7.3.1 Informações Gerais ........................................................................................ 32
7.3.2 Descrição do empreendimento ...................................................................... 33
7.3.3 Área de influência .......................................................................................... 33
7.3.4 Diagnóstico Ambiental da Área de Influência ................................................. 34
7.3.5 Análise dos Impactos Ambientais .................................................................. 35
7.3.6 Proposição das Medidas Mitigadoras ............................................................ 36
7.3.7 Programa de Acompanhamento e Monitoramento dos Impactos Ambientais 37
7.4 Formato Básico para o RIMA ............................................................................... 38
TRABALHO FINAL DA DISCIPLINA ................................................................................ 39
8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................... 40
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CAMPUS IMPERATRIZ
1 APRESENTAÇÃO
A disciplina de Avaliação de Impactos Ambientais tem como objetivo introduzir os
discentes do curso técnico em Meio Ambiente, nas questões ambientais históricas e
atuais, visando elaboração de diagnósticos, aplicação de métodos de AIA, proposta de
soluções para as situações evidenciadas no meio ambiente.
Nesta apostila serão abordados os temas mais relevantes das questões ambientais, bem
como as metodologias para a identificação, avaliação e análise de impactos ambientais.
Temas como licenciamento ambiental, viabilidade ambiental, proposições de medidas
ambientais, planos e projetos ambientais, também serão abordados de forma mais sucinta
e genérica.
1.1 A CRISE AMBIENTAL E A QUESTÃO DA CONSCIÊNCIA AMBIENTAL

Desde a década de 70 a humanidade vem tomando consciência de que existe uma crise
ambiental planetária. Não se trata apenas de poluição de áreas isoladas, mas de uma real
ameaça à sobrevivência dos seres humanos, talvez até de toda a biosfera. O acúmulo de
gás carbônico também na atmosfera representa um risco de catástrofe, pois ocasiona o
crescimento do efeito estufa, que eleva as médias térmicas da maior parte dos climas do
planeta.
Muitos outros problemas ambientais podem ser lembrados. Um deles é a contaminação
de alimentos por produtos químicos nocivos à saúde humana, como agrotóxicos, adubos
químicos, hormônios e medicamentos aplicados comumente ao gado para que ele cresça
mais rapidamente ou não contraia doenças. Podemos acrescentar ainda a crescente
poluição dos oceanos e mares, o avanço da desertificação, o desmatamento acelerado
das últimas grandes reservas florestais originais do planeta (Amazônia, bacia do rio
Congo e Taiga), a extinção irreversível de milhares ou até milhões de espécies vegetais e
animais, etc.
Pode-se falar numa consciência ecológica da humanidade em geral, embora com
diferentes ritmos - mais avançada no Norte e mais tardia nos países subdesenvolvidos -
que se iniciou por volta da década de 70 e cresce a cada ano. Trata-se da consciência de
que é imperativo para a própria sobrevivência da humanidade modificar o nosso
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relacionamento com a natureza. A natureza deixa aos poucos de ser vista como mero
recurso inerte e passa a ser encarada como um conjunto vivo do qual fazemos parte e
com o qual temos que procurar viver em harmonia.
O diagrama abaixo mostra a relação entre os principais componentes da Crise Ambiental:
1.2 AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL COMO RESPOSTA PARA A CRISE AMBIENTAL

A crise ambiental empurrou os países para a necessidade da criação de modelos de
gestão dos recursos naturais. Devido a essa crescente conscientização e pressão dos
grupos ambientalistas, em 1969, nos Estados Unidos, foi aprovada pelo Congresso a lei
da política nacional do meio ambiente, a National Environmental Policy Act (NEPA),
sistematizando a Avaliação de Impacto Ambiental (AIA). A partir dessa lei, as decisões do
governo federal (EUA) que possam afetar significativamente a qualidade ambiental devem
incluir uma declaração detalhada das atividades impactantes de empreendimentos.
Diversos outros países adotaram o sistema da Avaliação de Impacto Ambiental,
primeiramente os países desenvolvidos, tais como o Canadá em 1973, Austrália em 1974,
França e Irlanda em 1976, entre outros; posteriormente, os países em desenvolvimento.
2 CONCEITOS IMPORTANTES EM AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS

A seguir serão explicitados os principais conceitos básicos relacionados ao processo
Avaliação e Análise de Impactos Ambientais:
 Meio ambiente: "As condições, influências ou forças que envolvem e influem ou

modificam: o complexo de fatores climáticos, edáficos e bióticos que atuam sobre
um organismo vivo ou uma comunidade ecológica e acaba por determinar sua
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CAMPUS IMPERATRIZ
forma e sua sobrevivência; a agregação das condições sociais e culturais

(costumes leis, idioma, religião e organização política e econômica) que
influenciam a vida de um indivíduo ou de uma comunidade"
“É o sistema global constituído por elementos naturais e artificiais de natureza

física, química ou biológica, socioculturais e suas interações, em permanente
modificação pela ação humana ou natural e que rege e condiciona a existência e
desenvolvimento da vida em suas múltiplas manifestações” (Sánchez, 2013).
"O conjunto, em um dado momento, dos agentes físicos, químicos, biológicos e dos
fatores sociais suscetíveis de terem um efeito direto ou indireto, imediato ou a
termo, sobre os seres vivos e as atividades humanas"
 Poluição: Introdução no meio ambiente de qualquer forma de matéria ou energia

que possa afetar negativamente o homem ou outros organismos (Sánchez, 2013).
 Contaminação: Introdução em um determinado meio ou local de elementos

nocivos à saúde humana, das plantas e dos animais, tais como organismos
patógenos, substâncias tóxicas ou radioativas
 Degradação Ambiental: Qualquer alteração adversa dos processos, funções ou

componentes ambientais, ou alteração adversa da qualidade ambiental (Sánchez,
2013).
 Ação ou Aspecto Ambiental: Elemento das atividades, produtos ou serviços de

uma organização que pode interagir como meio ambiente (Sánchez, 2013).
 Impacto ambiental como “qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e

biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia
resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam: a saúde, a
segurança e o bem-estar da população; as atividades sociais e econômicas; a
biota; as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; a qualidade dos
recursos ambientais”. Dessa maneira podemos dizer que impacto ambiental é a
modificação na estrutura e/ou na composição do ambiente, decorrente de
atividades humanas (Resolução CONAMA n.º 001/1986). O impacto pode ser
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positivo, quando beneficia de alguma forma componentes do ambiente, ou

negativo.
 Avaliação de Impacto Ambiental (ou AIA), é um instrumento preventivo usado

nas políticas de ambiente e gestão ambiental com o intuito de assegurar que um
determinado projeto passível de causar danos ambientais seja analisado de acordo
com os prováveis impactos no meio ambiente, e que esses mesmos impactos
sejam analisados e tomados em consideração no seu processo de aprovação
 Licenciamento Ambiental é o procedimento administrativo pelo qual o órgão

ambiental competente licencia a localização, instalação, ampliação e a operação
de empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais,
consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou daquelas que, sob qualquer
forma, possam causar degradação ambiental, considerando as disposições legais
e regulamentares e as normas técnicas aplicáveis ao caso (CONAMA 237/97)
 Diagnóstico Ambiental: Descrição das condições ambientais existentes em

determinada área no momento presente (Sánchez, 2013).
3 COMPONENTES DO SISTEMA AMBIENTAL

Para a análise da influência antrópica sobre o meio, é necessário entender os
componentes do sistema ambiental. O conceito de sistemas ambientais é recente de
acordo com os geógrafos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é uma
classificação mais abrangente, que possibilita, por exemplo, a associação dos aspectos
biológicos e físicos (clima, relevo, vegetação) de uma determinada formação com suas
características humanas e socioeconômicas
Em AIA é imprescindível no início da avaliação o conhecimento da situação atual do meio
ambientes, antes da intervenção. Segundo Sánchez (2013) os resultados dos estudos de
base para a AIA formam uma descrição e análise da situação atual de uma área de
estudo feita por meio de levantamentos de componentes e processos do meio ambiente
físico, biótico e socioeconômico de suas interações, o que usualmente chamamos de
diagnóstico ambiental. Na figura abaixo podem ser observados os componentes dos
meios: físico; biótico e socioeconômico.
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EXERCÍCIOS1
Nome:
Turma: Data
1. Pesquise a legislação ambiental do estado do Maranhão e transcreva a

definição de meio ambiente
2. Pesquisar sobre a definição de propriedade e apresentar cinco propriedades

para cada compartimento ambiental: ar, água, solo, flora, fauna,
microrganismos e homem. Escolha uma dela e faça uma revisão sobre o
tema.
1 Atividade de ser entregue. As respostas devem estar a caneta e escrita à mão.

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4 AÇÃO, PROCESSO E IMPACTO

Um impacto ambiental é sempre consequência de uma ação. Nem todas as ações do
homem merecem ser consideradas como impacto ambiental. Os fatores que levam a se
qualificar um efeito ambiental como significativo, envolvem escalas de natureza técnica,
política e social. Os parâmetros ambientais relevantes são definidos pelas legislações,
opções políticas, interesses sociais e condições técnicas.
4.1 RELAÇÕES DE CAUSALIDADE NA AVALIAÇÃO E ANÁLISE DE IMPACTO AMBIENTAL

No senso comum, as expressões lógicas de causalidade auxiliam na identificação dos
possíveis impactos ambientais decorrentes de ações antrópicas. Na causalidade, um
evento A (a causa) e um segundo evento B (o efeito), tem relação direta, já que o
segundo evento seja uma consequência do primeiro.
Se não A, então não B ~A → ~B
Se A, então B A→B
Aqui não se avalia, como na lógica matemática se as sentenças são verdadeiras ou

falsas, apenas um mecanismo de raciocínio dirigido para compreender as ações e efeitos
das atividades humanas sobre o meio ambiente
Nos casos de AIA, podemos propor:
A. “Se ocorrer desmatamento, então poderá ocorrer perda de solo”
Ação Processo Impacto
Desmatamento Escoamento Superficial Perda de Solo
B. “Se aumentar o uso de carros de passeio, então ocorrerá aumento de CO e CO2 no

ar”
Uso de carros de passeio Dispersão de Poluentes Aumento de CO e CO2
C. “A instalação da placas fotovoltaicas, então aumentará a oferta de energia”

Instalação de placas fotovoltaicas Produção e distribuição de energia Oferta de energia renovável
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EXERCÍCIOS
1. Preencha o quadro apresentando ações, processos e impactos ambientais
AÇÃO PROCESSO IMPACTO

SOLO
Diminuição na disponibilidade
Desmatamento
_________________________ de nutrientes no solo
Diminuição da Capacidade de
Compactação do Solo
_________________________ Infiltração do Solo
Aumento de metais pesados
Geração de Chorume
_________________________ no solo
AR
Queimada _________________________ Aumento da Sessão Térmica
Aumento de CO e CO2 no ar
Uso de Carros de Passeio
_________________________ Aumento do Efeito Estufa
Redução da
Diminuição da Umidade
_________________________ Evapotranspiração
ÁGUA
Extração Mineral Assoreamento _________________________
_________________________ Redução da Velocidade Diminuição da Autodepuração
Aumento de metais pesados
Geração de Resíduos Sólidos
_________________________ nas águas subterrâneas.
FLORA
Perda da capacidade de
Exposição do Solo
_________________________ proteger o solo
_________________________ Perda de Banco de Sementes Perda da Diversidade Genética
FAUNA
Uso de pesticida Morte de Insetos _________________________
Aumento aos danos às
Carros em Rodovias espécies ameaçadas de
_________________________ extinção
Introdução de Espécie Exótica
Novos Habitats
(Eucalipto) _________________________
SOCIAL
Construção de Estradas Transportes _________________________
Aumento da oferta de emprego
Construção de Hidroelétricas
_________________________ e renda local
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2. Complete os espaços com a respectivas características apresentadas:

 Quando se referir a uma AÇÃO ambiental coloque a letra A.
 Quando se referir a um PROCESSO ambiental coloque a letra P;
 Quando se referir a um IMPACTO ambiental coloque a letra I.
( ) Desmatamento
( ) Erosão
( ) Diminuição de Dispersão de Sementes
( ) Compactação do Solo
( ) Aumento da Turbidez da Água
( ) Assoreamento de Rios
( ) Queima Controlada
( ) Agricultura Extensiva
( ) Plantio de Espécie Exóticas
( ) Diminuição da Polinização
( ) Aumento do Emprego e da Renda
( ) Utilização de Carros
( ) Exposição do Solo
( ) Geração de Resíduos Sólidos
( ) Uso de Agrotóxicos
( ) Aumento do risco à saúde humana
( ) Mudança do microclima local – aumento da Temperatura
( ) Uso de Outdoors nas cidades

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3. Para cada propriedade apresentada descreva um impacto ambiental

decorrente de um processo e de uma ação impactante
a) Ar
Solubilidade: ____________________________________________________________
_______________________________________________________________________
Umidade: _______________________________________________________________
_______________________________________________________________________
b) Solo
Permeabilidade __________________________________________________________
_______________________________________________________________________
c) Recursos Hídricos
Autodepuração __________________________________________________________
_______________________________________________________________________
d) Flora
Diversidade Genética ______________________________________________________
_______________________________________________________________________
e) Fauna
Polinização ______________________________________________________________
_______________________________________________________________________
f) Microrganismos
Decomposição ___________________________________________________________
_______________________________________________________________________
g) Socioeconomia
Educação _______________________________________________________________
_______________________________________________________________________
Renda __________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
Infraestrutura ____________________________________________________________
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4. Sugira medidas potencializadoras ou mitigadoras para cada impacto

apresentado no quadro acima.
IMPACTO MEDIDA
Diminuição na disponibilidade de nutrientes no

solo
Diminuição da Capacidade de Infiltração do

Solo
Aumento de metais pesados no solo
Aumento da Sessão Térmica
Aumento de CO e CO2 no ar
Aumento do Efeito Estufa
Diminuição da Umidade
Diminuição da Autodepuração
Aumento de metais pesados nas águas

subterrâneas.
Perda da capacidade de proteger o solo
Perda da Diversidade Genética
Aumento aos danos às espécies ameaçadas

de extinção
Aumento da oferta de emprego e renda local
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5 AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL

É um instrumento da política ambiental, formada por um conjunto de procedimentos capaz
de assegurar, desde o início do processo, que se faça um exame sistemático dos
impactos ambientais de uma proposta (projeto, programa, plano ou política).
A avaliação de impactos ambientais refere-se ao estudo do conjunto de consequências
sociais e ecológicas, segundo um enfoque holístico, que evidencia os efeitos cumulativos
resultantes de suas interações, requerendo para sua elaboração um conjunto de
disciplinas distintas, embora integradas.
5.1 A AIA COMO INSTRUMENTO DA POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE A
Avaliação de impacto ambiental - AIA é um instrumento da Política Nacional do Meio

Ambiente de grande importância para a gestão institucional de planos, programas e
projetos, em nível federal, estadual e municipal. A Política Nacional do Meio Ambiente,
instituída pela Lei 6.938/81, tem por objetivo a preservação, melhoria e recuperação da
qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar, no País, condições ao
desenvolvimento socioeconômico, aos interesses da segurança nacional e à proteção da
dignidade da vida humana, atendidos os seguintes princípios:
I. Ação governamental na manutenção do equilíbrio ecológico, considerando o meio

ambiente como um patrimônio público a ser necessariamente assegurado e
protegido, tendo em vista o uso coletivo;
II. Racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do ar;
III. Planejamento e fiscalização do uso dos recursos ambientais;
IV. Proteção dos ecossistemas, com a preservação de áreas representativas;
V. Controle e zoneamento das atividades potencial ou efetivamente poluidoras;
VI. Incentivos ao estudo e à pesquisa de tecnologias orientadas para o uso racional e

a proteção dos recursos ambientais;
VII. Acompanhamento do estado da qualidade ambiental;
VIII. Recuperação de áreas degradadas;

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IX. Proteção de áreas ameaçadas de degradação;
X. Educação ambiental a todos os níveis de ensino, incluindo a educação da

comunidade, objetivando capacitá-la para participação ativa na defesa do meio
ambiente.
Para a consecução desse objetivo, a Lei 6.938/81 prevê a Avaliação de Impacto

Ambiental - AIA e uma série de outros instrumentos complementares e inter-relacionados,
como por exemplo:
 O licenciamento e a revisão de atividades efetivas ou potencialmente

poluidoras, que exige a elaboração de EIA/RIMA e/ou de outros documentos
técnicos, os quais constituem instrumentos básicos de implementação da AIA;
 O zoneamento ambiental, o estabelecimento de padrões de qualidade

ambiental e a criação de unidades de conservação, que condicionam e
orientam a elaboração de estudos de impacto ambiental e de outros
documentos técnicos necessários ao licenciamento ambiental;
 Os Cadastros Técnicos, os Relatórios de Qualidade Ambiental, as penalidades

disciplinares ou compensatórias, os incentivos à produção, a instalação de
equipamentos e a criação ou absorção de tecnologia, voltados para a melhoria
da qualidade ambiental, que facilitam ou condicionam a condução do processo
de AIA em suas diferentes fases.
5.2 LISTA DE EMPREENDIMENTOS QUE NECESSITAM DE ESTUDOS DE IMPACTOS AMBIENTAIS

Segundo a Resolução CONAMA 237/1997 Art. 3º- A licença ambiental para
empreendimentos e atividades consideradas efetiva ou potencialmente causadoras de
significativa degradação do meio dependerá de prévio estudo de impacto ambiental e
respectivo relatório de impacto sobre o meio ambiente (EIA/RIMA), ao qual dar-se-á
publicidade, garantida a realização de audiências públicas, quando couber, de acordo
com a regulamentação.
Segundo a resolução são sujeitos a estudos de impactos ambientais:
 Extração e tratamento de minerais
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CAMPUS IMPERATRIZ
 Indústria de produtos minerais não metálicos

 Indústria mecânica
 Indústria de material elétrico, eletrônico e comunicações
 Indústria de material de transporte
 Indústria de madeira
 Indústria de papel e celulose
 Indústria de borracha
 Indústria de couros e peles
 Indústria química
 Indústria de produtos de matéria plástica
 Indústria de produtos alimentares e bebidas
 Indústria de fumo
 Indústrias diversas
 Obras civis
 Serviços de utilidade
 Transporte, terminais e depósitos
 Turismo
 Atividades diversas
 Atividades agropecuárias
 Uso de recursos naturais
5.3 OBJETIVOS DA AIA

I. Antecipar, evitar, minimizar ou compensar os efeitos negativos relevantes
biofísicos, sociais e outros.
II. Valorar, prever e dimensionar os impactos identificados.
III. Proteger o ambiente para as gerações futuras.
IV. Proteger a produtividade e a capacidade dos sistemas naturais assim como os
processos ecológicos que mantém suas funções.
V. Promover o desenvolvimento sustentável e otimizar o uso e as oportunidades de
gestão de recursos.
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CAMPUS IMPERATRIZ
5.4 CLASSIFICAÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA DE IMPACTOS AMBIENTAIS

Os impactos apresentam dois atributos principais: magnitude (grandeza em escala
espaço-temporal da interação das ações) e importância (intensidade do efeito na área de
influência do empreendimento ou fora dele, correspondente ao fator ambiental).
“Magnitude é a medida extensiva, grau ou escala de impacto. Importância refere-se à
significância da causa sobre o efeito”
5.4.1 Classificação Qualitativa
Segundo Sánchez (2013), a classificação qualitativa de impactos ambientais, são:
I. Valor – impacto positivo ou benéfico (quando uma ação causa melhoria da

qualidade de um fator ambiental) e impacto negativo ou adverso (quando uma ação
causa um dano à qualidade de um fator ambiental);
II. Ordem – impacto direto, primário ou de primeira ordem (quando resulta de uma
simples relação de causa e efeito) e impacto indireto, secundário ou de enésima
ordem (quando é uma reação secundária em relação à ação, ou quando é parte de
uma cadeia de reações);
III. Espacial – impacto local (quando a ação circunscreve-se ao próprio sitio e às suas
imediações), impacto regional (quando o impacto se propaga por uma área além
das imediações do sítio onde se dá a ação) e impacto estratégico (quando é
afetado um componente ambiental de importância coletiva, nacional ou mesmo
internacional);
IV. Temporal – impacto a curto prazo (quando o impacto surge a curto prazo, que
deve ser definido); impacto a médio prazo (quando surge a médio prazo, que deve
ser definido) e impacto a longo prazo (quando o mesmo surge a longo prazo, que
deve ser definido);
V. Dinâmico – impacto temporário (quando permanece por um tempo determinado,

após a realização da ação), impacto cíclico (quando o impacto se faz sentir em
determinados ciclos, que podem ser ou não constantes ao longo do tempo) e
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CAMPUS IMPERATRIZ
impacto permanente (quando uma vez executada a ação, os impactos não param
de se manifestar num horizonte temporal conhecido);
VI. Plástica – impacto reversível (quando uma vez cessada a ação, o fator ambiental
retoma as suas condições originais) e impacto irreversível (quando cessada a
ação, o fator ambiental não retoma as suas condições originais, pelo menos num
horizonte de tempo aceitável pelo homem).
5.4.2 Classificação Quantitativa
Segundo Sánchez (2013) a magnitude e a importância constituem os atributos principais

dos impactos ambientais, uma vez que informam sobre a significância dos mesmos.
I. Magnitude:
A magnitude é a grandeza de um impacto ambiental em termos absolutos, podendo ser
definida como a medida de alteração no valor de um fator ou parâmetro ambiental, em
termos quantitativos e qualitativos. Para o cálculo da magnitude deve ser considerado o
grau de intensidade, a periodicidade e a amplitude temporal do impacto, conforme o caso.
A magnitude pode ser calculada pela diferença ente o valor final (VF), menos o valor
inicial (VI):
VR = VF – VI
Obs.: Dependendo da situação o incremento ou decremento dá a visão da magnitude do

impacto ambiental
Exemplo: a magnitude de um impacto ambiental foi de 3 ppm (partes por milhão), numa
situação em que a concentração inicial de uma determinada substância era de 2 ppm e
passou a 5 ppm após sofrer a interferência de uma determinada atividade impactante. Em
outras palavras, foram adicionada 3 ppm desta substância na concentração original, por
influência da atividade impactante.
II. Importância:
A importância é a ponderação do grau de significância de um impacto em relação ao fator
ambiental afetado e a outros impactos. Pode ocorrer que um certo impacto, embora de
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CAMPUS IMPERATRIZ
magnitude elevada, não seja importante quando comparado com outros, no contexto de
uma dada avaliação de impactos ambientais.
Exemplo: simplificadamente, em linguagem de avaliação de impactos ambientais, ter
uma magnitude de 1 ppm de mercúrio (Hg) é mais importante que uma magnitude de 10
ppm de sílica, pois o primeiro é um metal pesado e tem capacidade de entrar na cadeia
alimentar, enquanto o outro é praticamente inerte.
5.4.3 Relação Magnitude e Importância
Magnitude
Importância
Grande Média Pequena
Grande MS MS S
Média MS S PS
Pequena S PS PS
MS – Muito Significativo; S – Significativo; PS – Pouco Significativo
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CAMPUS IMPERATRIZ
EXERCÍCIOS2
Nome:
Turma: Data
1. Uma construção civil localizada no complexo turístico de Pedra Caída, em

Carolina-MA, na área de amortecimento do Parque Nacional da Chapada das
Mesas, apresentou significativo impacto visual, exatamente por apresentar
um padrão arquitetônico arrojado e se situar em meio a vegetação nativa
ainda conservada. Imagine a seguinte situação: 10 (dez) pessoas de
diferentes faixas etárias, grau de instrução, que representam uma amostra
adequada da comunidade local, foram convidados a dar uma nota (variando
de 0 a 4) referente à qualidade paisagística (beleza cênica) da área antes e
depois da construção. As notas obedecem os seguintes critérios:
0. Zero, qualidade péssima
1. Um, qualidade ruim
2. Dois, qualidade regular
3. Três, qualidade boa
4. Quatro, qualidade excelente
As notas obtidas por cada entrevistados, estão no quadro abaixo:
Nota
Pessoas
Antes Depois
1 4 1
2 3 1
3 1 4
4 0 3
5 2 3
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6 1 3
7 4 0
8 4 1
9 3 3
10 (Você) ? ?
Pede-se:
a. Calcule a média das notas antes e depois (use uma casa após a virgula)
b. Tomando como base estes dois valores calculados no item “a”, calcule a magnitude
do impacto visual, resultante da construção. Com base no valor da magnitude
calculada, diga se o impacto foi positivo, negativo ou não existiu, para este
conjunto de pessoas.
c. Qual foi a magnitude do impacto para você. Foi positivo, negativo ou não existiu?
d. Quais conclusões você pode tirar dessas informações, para subsidiar sua
identificação do impacto ambiental?
2. Uma empresa mineradora de ouro e pedras preciosas executa seu trabalho

com dragas no leito de um rio. O trabalho consiste no recolhimento do
cascalho bruto do rio, mediante o uso de caçambas. Por meio de processos
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CAMPUS IMPERATRIZ
físicos, as pedras preciosas são separadas. O ouro é obtido pelo uso do

mercúrio (Hg) com maçarico, sendo que uma parte deste metal pesado chega
ao corpo hídrico por processos de lavagem e outras são volatilizadas, ambas
com consequência danosa para a saúde humana. Antes do trabalho de
mineração ocorrer, uma equipe de estudiosos recolheu amostras de água
deste corpo hídrico e obteve as seguintes concentrações para dois tipos de
elementos: SiO2(Sílica) = 1 ppm e Hg (mercúrio) = 1 ppm. Considerando que
após ocorrer a mineração, ou seja, todas as etapas de obtenção de pedras
preciosas e ouro, esta mesma equipe de estudiosos retornou ao local e
obteve novas amostras de água com os seguintes resultados (SiO2=11 ppm e
Hg = 3 ppm). Calcule a magnitude e interprete a importância para os dois
impactos descritos abaixo a partir dos preenchimento do quadro que se
segue:
Impacto 1 – Depreciação da qualidade da água do rio, pelo aumento de sua

turbidez (sílica em suspensão no corpo hídrico), devido ao revolvimento do
cascalho bruto quando do trabalho com caçambas.
Impacto 2 – Depreciação da qualidade da água do rio, pelo aumento da
concentração de mercúrio (metal pesado), devido à contaminação do corpo hídrico
com este elemento.
Situação Situação Magnitude X

Concentração Magnitude Importância
Antes Depois Importância
SiO2 1 11
Hg 1 3
Critério de Importância para Impactos Ambientais:
<< desprezível
< Não importante
> importante
>> muito importante
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CAMPUS IMPERATRIZ
6 MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS

Existe à disposição dos avaliadores de impactos ao ambiente, um vasto número de
metodologias, com mais de cem métodos descritos para os mais variados propósitos e
situações. A essa variação atribui-se a multiplicidade de situações passiveis de serem
submetidas, a AIA, a disparidade de escalas e de qualidade e disponibilidade de dados, a
experiência passada em avaliações e projetos semelhantes e o objetivo das avaliações.
A maioria dos métodos de avaliação ambiental atuais apresentam caráter subjetivo na
abordagem do meio físico, portanto, devem ser utilizados critérios bem definidos para a
escolha do mesmo, visto que cada um tem uma aplicação definida.
6.1 MÉTODO AD HOC

Ad hoc é uma expressão latina que significa literalmente “para isto” ou “para esta
finalidade”. O método tem como diretrizes principais a sua aplicação para um projeto
específico.
Surgiu pela necessidade da tomada de decisões no que diz respeito à implantação de
projetos, considerando o parecer de especialistas em cada espécie de impacto resultante
do projeto, além dos pontos econômicos e técnicos. Consiste na formação de grupos de
trabalho multidisciplinares com profissionais qualificados em diferentes áreas de atuação,
apresentando suas impressões baseadas na experiência para elaboração de um relatório
que irá relacionar o projeto a ser implantado com seus possíveis impactos causados.
Esta metodologia quando utilizada isoladamente deve desenvolver a AIA de forma
simples, de fácil interpretação e de maneira dissertativa. A referida metodologia é
adequada às situações com escassez de dados e quando a avaliação deve ser
disponibilizada em um curto espaço de tempo.
A vantagem desse método, além de ser realizada em curto espaço de tempo como já
mencionado anteriormente, proporciona menores gastos e é facilmente compreensível
pelo público em geral. Por outro lado, exibe um alto grau de subjetividade, visto que
considera a análise qualitativa e deixa de lado o caráter quantitativo da avaliação, além de
ser passível de espacialização via SIG (Sistema de Informação Geográfica) e utilizar
informações que normalmente encontram-se disponíveis.
24
CAMPUS IMPERATRIZ
6.2 MÉTODO CHECK-LIST (LISTAGEM)

A listagem de controle é largamente utilizado em estudos preliminares para identificação
de impactos relevantes. É prático e de fácil utilização, uma vez que consiste em uma
relação de fatores e parâmetros ambientais que servem de referência, sendo abordados
os elementos mais importantes (SÁNCHEZ, 2013). O modelo consiste na identificação e
enumeração dos impactos, a partir de um diagnóstico ambiental, que deverá contemplar
os meios físico, biológico e socioeconômico. Após o diagnóstico, os especialistas irão
relacionar os impactos acarretados nas fases de implantação, operação e desativação,
classificando-os em positivo e negativo.
Segundo Barbosa (2014), essa metodologia pode ser dividida em quatro grupos:
a) Checklist Simples - onde uma lista de parâmetros ambientais é identificada
baseado em literatura e experiência dos profissionais envolvidos;
b) Checklist Descritivo - inclui uma identificação dos parâmetros e diretrizes
ambientais sobre a forma como medir os dados dos parâmetros identificados;
c) Checklist Escalar - semelhante a uma lista descritiva, mas com informações
adicionais sobre dimensionamento subjetivo dos parâmetros;
d) Checklist Escalar Ponderado - semelhante a uma lista de verificação escalar,
com informações adicionais para a avaliação subjetiva de cada parâmetro em
relação a todos os outros parâmetros.
A vantagem deste método está na facilidade da compreensão das informações e as utiliza
imediatamente na avalição qualitativa dos impactos mais relevantes, apresentando bom
desempenho em relação a fixação das prioridades e ordenação das informações. Reuni
os mais prováveis impactos associados a determinado projeto, facilitando seu
entendimento para profissionais de outras áreas. As desvantagens são a não ilustração
das interações do meio ambiente com os efeitos do projeto, a possibilidade de extensas
listas de controle, dificultando o entendimento, e a identificação dos efeitos de maneira
qualitativa e subjetiva.
6.3 MÉTODOS DE MATRIZES DE INTERAÇÃO

A matriz de interação refere-se a uma listagem de controle bidimensional que relaciona os
fatores com as ações. Tal método é muito eficiente na identificação de impactos diretos
25
CAMPUS IMPERATRIZ
(alteração do ambiente que entra em contato com a ação transformadora), visto que tem
por objetivo relacionar as interações entre os fatores ambientais e os componentes do
projeto.
A metodologia de matriz de interações teve início a partir da tentativa de suprir as falhas
observadas nas listagens (check-list). A Matriz de Leopold, elaborada em 1971, é uma
das mais conhecidas e utilizadas mundialmente, sendo que a mesma foi projetada com o
intuito de avaliar os impactos associados a quase todos os tipos de implantação de
projetos. A referida Matriz é baseada em uma lista de 100 ações com potencial de
possíveis provedores de impacto ambiental e 88 características ambientais. Isso resultou
em 8.800 possíveis interações.
Faz-se necessário, inicialmente, assinalar todas as possíveis interações entre as ações e
os fatores, para que posteriormente se estabeleça a magnitude e a importância de cada
impacto em uma escala que varia de 1 a 10. A partir disto, é possível identificar e avaliar
se o impacto em questão é positivo ou negativo.
Magnitude
8 6 3 1
8 2 1 1
Importância
Posteriormente, divide-se pelo número de quadrados, calcula-se a média geral da
magnitude e a média geral da importância de uma dada ação, sobre todas as
características ambientais consideradas.
6 4 8 3
5 1 7 1
6+4+8+3 = 21/4 = 5,25

5+1+7+1 = 3,50/4 = 3,50
26
CAMPUS IMPERATRIZ
Enquanto o aferimento dos valores da magnitude é relativamente objetivo ou empírico,

referindo-se ao grau de alteração provocado por determinada ação sobre o fator
ambiental, a atribuição da pontuação para a importância de cada impacto é subjetiva ou
normativa, visto que envolve atribuição de peso relativo ao fator afetado no âmbito do
projeto. Além disso, por não estabelecer o princípio da exclusão e tampouco relacionar os
fatores segundo seus efeitos finais, um mesmo impacto pode estar em duplicidade.
A avaliação do impacto é obtida quantitativamente e o estabelecimento destes pesos
constitui um dos pontos mais importantes da avaliação de todas as técnicas matriciais,
como também de qualquer um dos demais métodos quantitativos. Neste sentido, a matriz
de Leopold é passível de críticas uma vez que em sua concepção não há uma exibição
clara da base matemática utilizada nos cálculos das escalas de pontuação de importância
e magnitude. Outros aspectos criticáveis incluem a baixa eficiência na avaliação de
impactos indiretos, a não apresentação das características temporais e a dinâmica dos
sistemas. Por outro lado, o método permite uma fácil compreensão do público em geral,
aborda fatores sociais, acomoda dados qualitativos e quantitativos, fornece boa
orientação para a realização de estudos e introduz a multidisciplinaridade.
6.4 MÉTODOS DE MODELOS DE SIMULAÇÃO

Funcionam como métodos matemáticos computadorizados, que permitem simular
estrutura e funcionamento dos sistemas ambientais, pela consideração de todas as
relações biofísicas e antrópicas possíveis de serem compreendidas no fenômeno
estudado.
Considera a dinâmica ambiental dos sistemas ambientais permitindo a comparação de
cenários, além de tratar um grande número de variáveis quantitativas e qualitativas.
Apresenta a desvantagem de custo elevado e necessita de tecnologias adequadas.
6.5 MÉTODO DAS REDES DE INTERAÇÃO – NETWORKS

O método de redes interativas ou networks estabelece relações do tipo causa condição-
efeito, associadas a parâmetros de magnitude, importância e probabilidade, retratando as
ações que possam ser desencadeadas direta ou indiretamente. O método é sistêmico e
permite simular o projeto antecipadamente, beneficiando a avalição dos parâmetros de
27
CAMPUS IMPERATRIZ
forma simultânea, onde os componentes ambientais estão interconectados e formam

redes a partir da identificação dos efeitos, os quais se desdobram em diversos fatores
causadores, que desencadeiam impactos ambientais iniciais.
Geralmente, uma ação produz mais de um impacto ambiental, o que acarreta em novos
impactos, resultando em uma cadeia ou rede de impactos.
O método foi desenvolvido por “Travellers Research Corp”, em 1969, mas a abordagem
mais conhecida é de SORENSEN (1971). As vantagens das redes de interações são a
identificação dos impactos de segunda ordem e a possiblidade de inserir parâmetros
probabilísticos, evidenciando as tendências do projeto. Redes muito detalhadas podem
ser demoradas e difíceis de serem produzidas, ocasionando a falta de definição dos
impactos de curto e longo prazo.
6.6 COMBINAÇÃO DE MÉTODOS

Todos os métodos tem sua utilidade, desde que aplicados de forma criteriosa. A
combinação de dois ou mais métodos é a ação mais interessante, pois possibilita adaptar
estes a uma projeto especifico ou a área afetada, além de reduzir as chances de que
algum parâmetro de risco seja omitido. Pode-se dizer então, que a escolha do métodos
deve ser estudada caso a caso.
28
CAMPUS IMPERATRIZ
EXERCÍCIOS3
Nome:
Turma: Data
1. Preencha a matriz abaixo, conforme as características Qualitativas, descritas

no item 5.4.1. No caso abaixo, trata-se da implantação (ciclo produtivo) da
eucaliptocultura, para a produção de papel e celulose.
Fatores Ambientais
MEIO
MEIO FÍSICO MEIO BIÓTICO
SOCIOECONOMICO
Atividades
Água Subterrâneo
Água Superficial
Impactantes
Infraestrutura
Renda
Fauna
Flora
Solo
Ar
Aquisição de Terra
Supressão Vegetal
Preparo do Solo
Plantio
Colheita

29
CAMPUS IMPERATRIZ
2. Admita que a seguinte relação matemática tenha a capacidade de estimar a

população residual do Tamandua tetradactyla (Tamanduá-mirim), quando se
desmata uma área para implementar uma ampliação do aeroporto com 10
hectares, na região de Imperatriz-MA:
P = 2x + 5y
Onde,
P = população residual (que restará) após intervenção
X = número de hectares de cerradão que restará após o desmatamento,
necessário para implantação do novo aeroporto.
Y = número de hectares de cerrado Stricto Sensu que restará após o
desmatamento, necessário para implantação do novo aeroporto.
Admita ainda que o local onde se pretende implantar o aeroporto tenha a seguinte
cobertura vegetal em termos de área:
 Cerradão = 19 hectares
 Cerrado Stricto Sensu = 27 hectares
Suponha que se decidiu pelas seguintes alternativas de desmatamento para a

implementação do referido aeroporto
A. Alternativa = 7 hectares de Cerradão e 3 de Cerrado Stricto Sensu
B. Alternativa = 3 hectares de Cerradão e 7 de cerrado Stricto Sensu
C. Alternativa = 10 hectares de Cerradão
D. Alternativa = 10 hectares de cerrado Stricto Sensu
Após os cálculos, qual a melhor e a pior alternativa pra a implantação do

aeroporto, em termos de valor de P? Qual o valor de P para alternativa
testemunha, ou seja, no caso da não implementação do aeroporto?
30
CAMPUS IMPERATRIZ
7 LICENCIAMENTO AMBIENTAL E OS ESTUDOS DE IMPACTO

A formalização legal para a localização, instalação, ampliação e operação de
empreendimentos ou atividades potencialmente poluidoras é o licenciamento ambiental.
O Licenciamento Ambiental tem caráter preventivo e visa evitar a ocorrência de danos
ambientais. No Licenciamento Ambiental são avaliados impactos causados pelo
empreendimento e se o empreendimento tem potencial ou capacidade de gerar líquidos
poluentes (despejos e efluentes), resíduos sólidos, emissões atmosféricas, entre outros.
O licenciamento é composto principalmente por três licenças:
I. Licença Prévia (LP) - Solicitada na fase preliminar do planejamento do
empreendimento ou atividade, aprovando sua localização e concepção, atestando
a viabilidade ambiental. Aprova a viabilidade ambiental do empreendimento, não
autorizando o início das obras e possui prazo de validade não superior a 5 (cinco)
anos.
II. Licença Instalação (LI) - Autoriza a instalação do empreendimento ou atividade de
acordo com as especificações constantes dos planos, programas e projetos
aprovados, incluindo as medidas de controle ambiental e demais condicionantes. •
Autoriza o início da obra/empreendimento. O Prazo de validade não superior a 6
(seis) anos.
III. Licença de Operação (LO) - Autoriza a operação da atividade ou
empreendimento, após a verificação do efetivo cumprimento do que consta das
licenças anteriores. O prazo de validade deverá considerar os planos de controle
ambiental e será de, no mínimo, 4 (quatro) anos e, no máximo, 10 (dez) anos,
podendo ser renovada.
7.1 TERMOS DE REFERÊNCIA

Dentro do processo de licenciamento ambiental, o órgão ambiental responsável emite um
termo de referência que norteia todo o processo de estudos, levantamento de projetos,
dados e documentos para obtenção das licenças ambientais.
31
CAMPUS IMPERATRIZ
O TR é portanto o instrumento que orienta o nível de abordagem e aprofundamento que

deve ser dado no estudo ambiental de um empreendimento, sendo Instituído pela
Resolução CONAMA 001/86. Pode ser genérico ou específico.
Exercício
1. Busque dois termos de referência, sendo um federal ou estadual e outro

municipal, e traga-o para a sala para ser discutido e verificação de falhas.
7.2 FORMATO BÁSICO DO ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL (EIA) E RESPECTIVO RELATÓRIO

DE IMPACTO (RIMA)
São os seguintes os principais documentos que se prestam ao licenciamento ambiental
no Brasil: EIA/RIMA (o denominado Estudo de Impacto Ambiental - EIA e o seu respectivo
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA). O EIA/RIMA é exigido para os empreendimentos
impactantes que apresentam grande capacidade transformadora do meio ambiente,
enquanto o RCA/PCA é exigido para os de menor capacidade.
7.3 FORMATO BÁSICO PARA EIA

Como é o tipo de documento para licenciamento ambiental mais rigoroso e, via de regra,
exigido pelos órgãos competentes, é apresentado a seguir um modelo de Formato Básico
(sequência de itens definida pelo órgão licenciador) do EIA/RIMA:
7.3.1 Informações Gerais
I. Nome do empreendimento;
II. Identificação da empresa responsável (nome e razão social; endereço para
correspondência; inscrição estadual e CNPJ; e nome do responsável pelo
empreendimento);
III. Histórico do empreendimento;
IV. Nacionalidade de origem das tecnologias a serem empregadas;
V. Tipo de atividade e o porte do empreendimento;
VI. Síntese dos objetivos do empreendimento, sua justificativa e a análise de custo-
benefício;
32
CAMPUS IMPERATRIZ
VII. Compatibilidade do projeto com os planos e programas de ação federal, estadual e

municipal, propostos ou em implantação, na área de influência do
empreendimento;
VIII. Levantamento da legislação federal, estadual e municipal incidente sobre o
empreendimento em qualquer de suas fases, com indicação das limitações
administrativas impostas pelo Poder Público;
IX. Indicação, em mapas, de Unidades de Conservação e Preservação Ecológicas
existentes na área de influência do empreendimento;
X. Empreendimento (s) associado (s) e decorrente (s);
XI. Empreendimento (s) similar (es) em outra (s) localidade (s);
XII. Declaração da utilidade pública ou de interesse social da atividade do
empreendimento, quando existente;
XIII. Nome e endereço para contatos relativos ao EIA/RIMA.
7.3.2 Descrição do empreendimento
Apresentar a descrição do empreendimento nas fases de planejamento, de implantação,

de operação e se for o caso, de desativação. Quando a implantação for em etapas, ou
quando forem prevista expansões, as informações deverão ser detalhadas para cada uma
delas.
Apresentar a previsão das etapas em cronograma detalhado da implantação do
empreendimento.
Apresentar a localização da geografia proposta para o empreendimento, demonstrada em
mapas ou croquis, incluindo as vias de acesso, existentes e projetadas, e a bacia
hidrográfica; além do seu posicionamento frente à divisão política administrativa, a marcos
geográficos e a outros pontos de referência relevantes.
Apresentar também esclarecimentos sobre as possíveis alternativas tecnológicas e/ou
locacionais, inclusive aquela de não proceder a sua implantação.
7.3.3 Área de influência
Apresentar os limites da área geográfica a ser afetada direta ou indiretamente pelos

impactos, denominada área de influência de projeto. A área de influência deverá conter as
33
CAMPUS IMPERATRIZ
áreas de incidência dos impactos, abrangendo os distintos contornos para as diversas

variáveis enfocadas. É necessário apresentar igualmente a justificativa da definição das
áreas de influência e incidência dos impactos acompanhadas de mapas em escala
adequada.
7.3.4 Diagnóstico Ambiental da Área de Influência
Deverão ser apresentadas a descrição e análise dos fatores ambientais e suas

interações, caracterizando a situação ambiental da área de influência antes da
implantação do empreendimento. Esses fatores englobam: as variáveis susceptíveis de
sofre, direta ou indiretamente, efeitos significativos das ações das fases de planejamento,
de implantação, de operação e, quando for o caso, de desativação de empreendimento,
bem como as informações cartográficas atualizadas, com a área de influência
devidamente caracterizada, em escalas compatíveis com o nível de detalhamento dos
fatores ambientais estudados.
7.3.4.1 Meio Físico
Os itens a serem abordados serão aqueles necessários para a caracterização do meio

físico, de acordo com o tipo e o porte do empreendimento e segundo as características da
região. Entre os aspectos cuja caracterização ou detalhamento podem ser necessários,
incluem-se a caracterização do clima e condições meteorológicas da área potencialmente
atingida pelo empreendimento; a qualidade do ar na região; dos níveis de ruído na região;
geológica da área potencial atingida pelo empreendimento; dos solos da região na área
em que os mesmos serão potencialmente atingidos pelo empreendimento; dos recursos
hídricos, podendo-se abordar a hidrologia superficial, a hidrogeologia e a qualidade das
águas.
7.3.4.2 Meio Biótico (Biológico)
Os itens a serem abordados serão aqueles que caracterizam o meio biótico, de acordo
com o tipo e o porte do empreendimento e segundo as características da região. Deverá
ser apresentada a caracterização do ecossistema da área que pode ser atingida direta ou
indiretamente pelo empreendimento. Entre os aspectos cuja consideração ou
detalhamento podem ser necessários, incluem-se: caracterização e análise dos
34
CAMPUS IMPERATRIZ
ecossistemas terrestres nas áreas de influência do empreendimento; e caracterização e

análise dos ecossistemas aquáticos na área de influência do empreendimento.
7.3.4.3 Meio Sócio Econômico (Meio Antrópico)
Serão abordados aqueles itens necessários para caracterizar o meio sócio-econômico, de

acordo com o tipo e o porte do empreendimento e segundo as características da região.
Deverá ser apresentada a caracterização do meio sócio-econômico a ser potencialmente
atingido pelo empreendimento, através das informações listadas a seguir, e considerando-
se basicamente duas linhas de abordagem descritiva referente à área de influência. Uma,
que considera aquelas populações existentes na área atingida diretamente pelo
empreendimento, outra que apresenta inter-relações próprias do meio sócio-econômico
regional e passíveis de alterações significativas por efeitos diretos do empreendimento.
Quando procedentes, as variáveis enfocadas no meio sócio-econômico deverão ser
executadas em séries históricas significativas e representativas, visando a avaliação de
sua evolução temporal.
Entre os aspectos cuja consideração e detalhamento podem ser necessários, incluem-se:
caracterização da dinâmica populacional na área de influência do empreendimento;
caracterização do uso e ocupação do solo, com informações, em mapa, na área de
influência do empreendimento; quadro referencial do nível de vida na área da influência
do empreendimento; dados sobre a estrutura produtiva e de serviços; e caracterização da
organização social na área de influência.
7.3.5 Análise dos Impactos Ambientais
Este item destina-se à apresentação e análise (identificação, valoração e interpretação)

dos prováveis impactos ambientais nas fases de planejamento, de implantação, de
operação e, se for o caso, de desativação do empreendimento, sobre os meios físicos,
biótico e sócio-econômico, devendo ser determinados e justificados os horizontes do
tempo considerados.
Os impactos serão avaliados nas áreas de estudo definidas para cada um dos fatores
estudados, caracterizados no item "Diagnóstico Ambiental das Áreas de Influência",
podendo, para efeito de análise, serem considerados como: impactos diretos e indiretos;
35
CAMPUS IMPERATRIZ
benéficos e adversos; temporários, permanentes e cíclicos; imediatos e a médio e longo

prazos; reversíveis e irreversíveis; locais, regionais e estratégicos.
Análise dos impactos ambientais inclui, necessariamente, identificação, previsão da
magnitude e interpretação da importância de cada um deles, permitindo uma apreciação
abrangente das repercussões do empreendimento sobre o meio ambiente, entendido na
sua forma mais ampla. O resultado desta análise constituirá um prognóstico de qualidade
ambiental da área de influência do empreendimento, nos casos de adoção de projetos e
suas alternativas, mesmo na hipótese de sua não-implementação. Este item deverá ser
apresentado em duas formas:
 Uma descrição detalhada dos impactos sobre cada fator ambiental relevante
considerado no diagnóstico ambiental, a saber, (impacto sobre o meio físico,
impacto sobre o meio biótico e impacto sobre o meio sócio-econômico);
 Uma síntese conclusiva sobre os impactos relevantes sobre cada fase prevista
para o empreendimento (planejamento, implantação, operação e desativação) e,
para o caso de acidentes, acompanha da análise (identificação, previsão de
magnitude e interpretação) de suas interações.
É preciso mencionar os métodos de identificação dos impactos, as técnicas de previsão
de magnitude e os critérios adotados para a interpretação e análise de suas interações.
7.3.6 Proposição das Medidas Mitigadoras
Neste item deverão ser explicitadas as medidas que visam minimizar os impactos
adversos identificados e quantificados no item anterior. Essas medidas deverão ser
apresentadas e classificadas quanto:
 À sua natureza: preventiva ou corretiva (inclusive os equipamentos de controle de
poluição, avaliando a sua eficiência em relação aos critérios de qualidade
ambiental e aos padrões de disposição de efluentes líquidos, emissões
atmosféricas e resíduos sólidos);
 A fase do empreendimento em que deverão ser adotadas: planejamento,
implantação, operação e desativação, e para o caso de acidentes;
 Ao fator ambiental a que se destinam: físico, biótico e sócio-econômico;
 Ao prazo de permanência de sua aplicação: curto, médio ou longo;
36
CAMPUS IMPERATRIZ
 À responsabilidade por sua implementação; empreendedor, poder público ou

outros;
 À avaliação de custos das medidas mitigadoras.
Deverão ser mencionados os impactos diversos que não possam ser evitados ou
mitigados. Nos casos de empreendimentos que exijam reabilitação das áreas
degradadas, deverão ser considerados os seguintes aspectos:
 Identificação e mapeamento das diferentes áreas a serem reabilitadas;
 Definição do uso futuro da área, justificando a escolha (reabilitação social da área).
 Definição das etapas e métodos da reabilitação (levando em consideração o uso
futuro da área e os seguintes itens: estabilidade de aterros e escavações; solo;
hidrologia; recomposição topográfica e paisagística; vegetação; e definição do
cronograma).
Para as atividades de mineração, os trabalhos de reabilitação/recomposição devem
abranger as áreas de lavra, de deposição de estéril. De rejeitos, de empréstimo, de
tratamento de minério e de apoio.
7.3.7 Programa de Acompanhamento e Monitoramento dos Impactos Ambientais
Neste item, deverão ser apresentados os programas de acompanhamento da evolução

dos impactos ambientais positivos e negativos causados pelo empreendimento,
considerando-se a fase de planejamento, de implantação, de operação e de desativação,
quando for o caso, e de acidentes. Conforme o caso, poderão ser incluídas:
 Indicação e justificativa dos parâmetros selecionados para avaliação dos impactos
sobre cada um dos fatores ambientais considerados;
 Indicação e justificativa da rede de amostragem, incluindo seu dimensionamento e
distribuição espacial;
 Indicação e justificativa dos métodos de coleta e análise de amostras;
 Indicação e justificativa da periodicidade de amostragem para cada parâmetro
segundo os diversos fatores ambientais;
 Indicação e justificativa dos métodos a serem empregados no processamento das
informações levantadas, visando retratar o quadro de evolução dos impactos
ambientais causados pelo empreendimento
37
CAMPUS IMPERATRIZ
7.4 FORMATO BÁSICO PARA O RIMA

O Relatório de Impacto Ambiental - RIMA - refletirá as conclusões do estudo de Impacto
Ambiental - EIA. As informações técnicas devem ser nele expressas em linguagem
acessível ao público em geral, ilustradas por mapas em escalas adequadas, quadros,
gráficos ou outras técnicas de comunicação visual de modo que possam entender
claramente as possíveis conseqüências ambientais do projeto e de suas alternativas
comparando as vantagens e desvantagens de cada uma delas.
O RIMA deverá conter, basicamente:
 Os objetivos e justificativas do projeto, sua relação e compatibilidade com as
políticas setoriais, planos e programas governamentais, em desenvolvimento e/ou
implementação;
 A descrição do projeto e de suas alternativas tecnológicas e locacionais,
especificando para cada uma delas, nas fases de construção e operação, a área
de influência, as matérias primas e a mão de obra, as fontes de energia, os
processos e técnicas operacionais, os efluentes, as emissões e resíduos, as
perdas de energia, os empregos diretos e indiretos a serem gerados, a relação
custo-benefício dos ônus e benefícios sociais/ambientais do projeto em sua área
de influência.
 A síntese dos resultados dos estudos sobre o diagnóstico ambiental da área de
influência do projeto;
 A descrição dos impactos ambientais analisados, considerando o projeto, as suas
alternativas, os horizontes de tempo de incidência dos impactos e indicando os
métodos, técnicas e critérios adotados para a sua identificação, quantificação e
interpretação;
 A caracterização da qualidade ambiental futura da área de influência, comparando
as diferentes situações de adoção do projeto e de suas alternativas, bem com a
hipótese de sua não realização;
 Descrição do efeito esperado das medidas mitigadoras previstas em relação aos
impactos negativos, mencionando aqueles que não puderam ser evitados e o grau
de alteração esperado;
38
CAMPUS IMPERATRIZ
 O programa de acompanhamento e monitoramento dos impactos;

 Recomendação quanto à alternativa mais favorável (conclusão e comentários de
ordem geral).
O RIMA deverá indicar a composição da equipe técnica autora dos trabalhos, devendo
conter, além do nome de cada profissional, seu título, número de registro na respectiva
entidade de classe e indicação dos itens de sua responsabilidade técnica.
TRABALHO FINAL DA DISCIPLINA
1. Identifique um empreendimento impactante (de pequeno porte) na cidade de

Imperatriz (Urbano ou Rural), visite-o quando necessário, e entreviste uma
autoridade responsável ligada ao empreendimento, para que os mesmos
comentem sobre as ações ambientais e os respectivos impactos; Em seguida
escolha um método de AIA e elabore um estudo em que contenha um breve
diagnóstico, prognósticos (AIA) e medidas ambientais. O modelo deve seguir
o termo de referência específico dado pela secretaria municipal de meio
ambiente de Imperatriz.
I. Você deverá recorrer às referências bibliográficas disponíveis sobre a área do

empreendimento
II. O Trabalho poderá ser feito por três ou quatro alunos
III. Deverá ser digitado e impresso, e apresentado em sala de aula
IV. A data de entrega será acordada, e a mesma não será prorrogada
39
CAMPUS IMPERATRIZ
8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Barbosa, Rildo Pereira. Avaliação de risco e impacto ambiental. Serie Eixos. São
Paulo: Editora Erica, 2014.
BRAGA, B. et al. Introdução à Engenharia Ambiental. São Paulo: Prentice Hall, 2005.
BRASIL. Lei n°. 6.938/1981, de 31 de agosto de 1981. Dispõe sobre a Política Nacional
do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras
providências. In: Diário Oficial da União, Brasília, 2 de setembro de 1981.
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Resolução CONAMA nº 01, de 23 de janeiro de

1986. Dispõe sobre as diretrizes gerais da implementação da Avaliação de Impactos
Ambientais.
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Resolução CONAMA nº 237, de 19 de dezembro

de 1997. Dispõe sobre a revisão e complementação dos procedimentos e critérios
utilizados para o licenciamento ambiental.
CALIJURI, M.C.; CUNHA, D.G.F. Engenharia Ambiental: conceitos, tecnologia e gestão.

Rio de Janeiro, RJ: Elsevier. 2013.
SÁNCHEZ, L. H. Avaliação de Impacto Ambiental: conceitos e métodos. 2ª edição

São Paulo: Oficina de Textos, 2013.
SANTOS, Rozely Ferreira dos, Planejamento Ambiental: teoria e prática. São Paulo: Oficina de
Textos, 2004.
40

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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO CIÊNCIA E TECNOLÓGICA DO MARANHÃO

AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS

Apostila para subsídios da disciplina de

7 LICENCIAMENTO AMBIENTAL E OS ESTUDOS DE IMPACTO ............................. 31

1.1 A CRISE AMBIENTAL E A QUESTÃO DA CONSCIÊNCIA AMBIENTAL

1.2 AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL COMO RESPOSTA PARA A CRISE AMBIENTAL

2 CONCEITOS IMPORTANTES EM AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS

 Meio ambiente: "As condições, influências ou forças que envolvem e influem ou

forma e sua sobrevivência; a agregação das condições sociais e culturais

“É o sistema global constituído por elementos naturais e artificiais de natureza

 Poluição: Introdução no meio ambiente de qualquer forma de matéria ou energia

 Contaminação: Introdução em um determinado meio ou local de elementos

 Degradação Ambiental: Qualquer alteração adversa dos processos, funções ou

 Ação ou Aspecto Ambiental: Elemento das atividades, produtos ou serviços de

 Impacto ambiental como “qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e

positivo, quando beneficia de alguma forma componentes do ambiente, ou

 Avaliação de Impacto Ambiental (ou AIA), é um instrumento preventivo usado

 Licenciamento Ambiental é o procedimento administrativo pelo qual o órgão

 Diagnóstico Ambiental: Descrição das condições ambientais existentes em

3 COMPONENTES DO SISTEMA AMBIENTAL

1. Pesquise a legislação ambiental do estado do Maranhão e transcreva a

2. Pesquisar sobre a definição de propriedade e apresentar cinco propriedades

1 Atividade de ser entregue. As respostas devem estar a caneta e escrita à mão.

4 AÇÃO, PROCESSO E IMPACTO

4.1 RELAÇÕES DE CAUSALIDADE NA AVALIAÇÃO E ANÁLISE DE IMPACTO AMBIENTAL

Se não A, então não B ~A → ~B

Aqui não se avalia, como na lógica matemática se as sentenças são verdadeiras ou

B. “Se aumentar o uso de carros de passeio, então ocorrerá aumento de CO e CO2 no

C. “A instalação da placas fotovoltaicas, então aumentará a oferta de energia”

AÇÃO PROCESSO IMPACTO

2. Complete os espaços com a respectivas características apresentadas:

( ) Diminuição de Dispersão de Sementes

( ) Aumento da Turbidez da Água

( ) Plantio de Espécie Exóticas

( ) Aumento do Emprego e da Renda

( ) Geração de Resíduos Sólidos

( ) Aumento do risco à saúde humana

( ) Mudança do microclima local – aumento da Temperatura

( ) Uso de Outdoors nas cidades

3. Para cada propriedade apresentada descreva um impacto ambiental

4. Sugira medidas potencializadoras ou mitigadoras para cada impacto

Diminuição na disponibilidade de nutrientes no

Diminuição da Capacidade de Infiltração do

Aumento de metais pesados no solo

Aumento da Sessão Térmica

Aumento do Efeito Estufa

Aumento de metais pesados nas águas

Perda da capacidade de proteger o solo

Perda da Diversidade Genética

Aumento aos danos às espécies ameaçadas

Aumento da oferta de emprego e renda local

5 AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL

5.1 A AIA COMO INSTRUMENTO DA POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE A

Avaliação de impacto ambiental - AIA é um instrumento da Política Nacional do Meio

I. Ação governamental na manutenção do equilíbrio ecológico, considerando o meio

II. Racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do ar;

III. Planejamento e fiscalização do uso dos recursos ambientais;

IV. Proteção dos ecossistemas, com a preservação de áreas representativas;

V. Controle e zoneamento das atividades potencial ou efetivamente poluidoras;

VI. Incentivos ao estudo e à pesquisa de tecnologias orientadas para o uso racional e

VII. Acompanhamento do estado da qualidade ambiental;

VIII. Recuperação de áreas degradadas;