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ais, aprender a fazer anotagé rganizadas © m1 80s para validar suas observi ges. Além disso, precisa preparar-se mentalmente para o trabalh aprendendo a se con : icentrar durante a observagao, o que exige um seja reservada uma qi dade. S.L1. A observacio nas abordagens qi Tanto quanto a entrevist as novas abordagens de pes pal método de inv i a observagio ocupa um lugar pri isa educacional. Usada como o prine presenta uma série de vantagens. lireta é sem divida o melhor teste de °m papel importante na pesquisa jue o observador chegue mais im importante alvo nas aborda- © observador acompanha in loco ode tentar aprender a sua visio eles atribuem a realidade que os sio extremamente titeis para problema, Isto se torna crucial nas base teérica sélida que oriente a ‘a coleta de dados em situagdes \s de comunicagao. Por exemp! ido © informante nfo pode falar — é 0 caso dos bebés — ou ido a pessoa deliberadamente nao quer fornecer certo tipo de jormaga0, por motivos diversos. primeiramente por provoc: jente ou no comportamento das pessoas observadas. ade que este método se baseia muito na interpretagio pessoal. 80, ha criticas no sentido de que o grande envolvimento do pesqui- dor leve a uma visio distorcida do fenémeno ou a uma representagio al da realidade -ges sio todas refutadas por Guba e Lincoln (1981). Eles rgumentam que as alteragdes provocadas no ambiente pesquisado so m geral muito menores do que se pensa. Apoiando-se em Reinharz 979), eles justificam que os ambientes sociais sio relativamente taveis, de modo que a presenga de um observador causaré as mudangas que os pesquisadores procuram tant Guba e Lincoln afirmam também que as criticas feitas & observaca0, por se basearem fundamentalmente na interpretagao pessoal, tém ‘gem no ponto de vista “objetivista””, que condena qualquer uso da riéncia direta. Os autores afirmam ainda que o pesquisador pode zar uma série de meios para verificar se 0 seu envolvimento e tendenciosa do fendmeno, Ele pode, por exemplo, confrontar 0 que vi com 0 que esperava encontrar. Se nio houver discrepncia, € possivel ‘que esteja havendo parcialidade. Ele pode também confrontar as primeiras idéias com as que surgiram mais tarde. Pode ainda comparar tas primeiras anotagdes com 05 registros feitos ao longo do estudo. Se nao houver diferengas entre esses momentos, é provavel que o pesqui- sador esteja apenas querendo confirmar idéias preconcebidas. 3.1.2, Variagdes nos métodos de observacao Tendo determinado que a observacio 6 0 método mais adequado para investigar um determinado problema, 0 pesquisador depara ainda com uma série de decisdes quanto ao seu grau de participario no trabalho, quanto & explicitagao do seu papel e dos propdsitos da isa junto aos sujeitos e quanto & forma da sua insergio na idade. ‘AS questées sobre 3s so muito sit ipagio do pesquisador aqui grau de part do 86 a observagio direta mas cas envolvimento do pesauisedor na stuaggoestudada =e Decidir qual o grau de envolvimento no trabalho de pesquisa nio de lesmente que observaso seré ou no part an ita geralmente em termos de um Vai desde uma imersao total na realidade até um completo distancia, mento. As variagdes dentro desse continuum sio muitas e podem inclusive mudar conforme o desenrolar do estudo. Pode acontecer que © pesquisador comece 0 trabalho como um espectador e va gradu mente se tornando um participante, Pode também ocorrer 0 contréti isto é, pode haver uma imersao total na fase inicial do estudo e um distanciamento gradativo na fases subseqiientes. Evidentemente, 0 pesquisador pode decidir desde que atuaré como um participante total do grupo, assu: um compromisso politico de agio conjunta nos moldes da pes partcipante®. Esse tpo gspecitco de envolvimento, entretanto, deve no context isa partici iri Spy atalisado no contexto da pesquisa participante, 0 que fugria aos itos de estudo. Aqui também pode haver variagdes dentro de um continuum que tal deaie g Junker (1971) ante como observador; vador total. ipante total’’, 0 observador nao revela ao grupo sua verdadeira identidade de pesquisador nem o propé O ue ele busca com isso & tornar-s Payee aproximar o mais possivel da “‘persp esquisador fica com acesso do grupo ou amplo. Por exemplo, isador quer conhi p plo, conhecer o sistema de ensino supletivo le pode desenvolver seu trabalho ipante total, matriculando-se num curso supletivo como se fosse um aluno. Com isso ele pode avaliar 0 curso por dentro, * A. propésito. da pesquisa participa especialmente Pesquisa Partcipante, Bi ver trabelhos de Carlos R, Brandio, 981. 28 deixaré de ter a visio do sistema como um todo, © “participante como observador”’, segundo Junker (1971), nao ‘mas revela apenas parte do que wessoal de uma escola, 0 pesquisador pode enfatizar que centraré a srvago nos comportamentos dos alunos, embora pretend também lizar 0 grupo de técnicos ou os préprios professores. A preocupa- € nfo deixar totalmente claro o que pretende, para niio provocar as alteragdes no comportamento do grupo observado. Esta posi- também envolve questées éticas ébvias. ‘observador como participante”” é um papel em que a identidade pesquisador e os objetivos do estudo séo revelados a0 grupo wesquisado desde 0 inicio. Nessa posigéo, 0 pesquisador pode ter ieesso a uma gama variada de informagoes, até mesmo confidenciais, indo cooperacao ao grupo. Contudo, tera em geral qui O papel de “observador total’” é aquele em que o pesquisador nfo nterage com o grupo observado. Nesse papel ele pode desenvolver a ividade de observagio sem ser visto, ficando por detras de uma espelhada, ou pode estar na presenga do grupo sem estabelecer \gdes interpessoais. Mais uma vez hé questdes éticas envolvidas na go de informagdes sem a concordancia do grupo. Outra dimensdo em que a observacdo pode variar € quanto & aco do periodo de permanéncia do observador em campo. Contra- ente aos estudos a1 icos, em que o investi- permanece no wivendo com um grupo, os estudos da érea de educagio tém sido ito mais curtos. 0 rever 51 estudos qualitativos da rea de educagio desenvolvidos Estados Unidos de 1977 a 1980, Ross e Kyle (1982) concluiram que fodo de observacao nesses estudos variava entre seis semanas ¢ anos, com ampla variedade dentro desse intervalo. En algumas pesquisas pode ser interessante haver diversos perio- curtos de observacdes intensivas para verificar, por exempl langas havidas num determinado programa ao longo do tempo. Em [08 estudos pode ser mais adequado concentrar as observagdes em minados momentos, digamos no final de cada bimestre escolar. sfo sobre a extensio do periodo de observagao deve depen- de tudo, do tipo de problema que esta sendo estudado e do ito do estudo. Um aspecto que deve ser levado em conta nessa 29 0 € que, quanto mais curto o periodo de observagio, maior a idade de conclusGes apressadas, o que compromete a validade estudo. Por outro lado, um longo’ periodo de permanéncia em simhe Por si $6 niio garante validade. E preciso levar em conta outros fatores, como a habilidade e experiéncia do observador, a poseiilide, thea acesso aos dedos, a receptividade do trabalho pelo grupo. a finalidade dos resultados ete. Os problemas relacionados a validade e contiabilidade dos dados ¢ as questoes éticas relacionadas a observagao serao mais explorados ne préximo capitulo, 3.1.3, O conteiido das observagaes de totalidade, sem se desviar demasiado de seus focos de interesse, Para isso, € particolane mre altil que ele oriente a sua observagio em toro de alguns aspectos, de modo que ele nem termine com um amontoade de informag6es irselevantes nem deixe de obter certos dados que vao Possibilitar uma andlise mais completa do problema, Bascados em sua experiéncia de trabalho de campo, alguns autores, Somo Patton (1980) ¢ Bogdan e Biklen (1982) apresentam varicg Sibestdes sobre o que deve ser incluido nas anotagdes de camper Segundo Bogdan e Biklen, o contetido das observagdes deve eavolneg uma parte descritiva e uma parte mais reflexiva. A parte descritiva ShmPreende um registro detalhado do que ocorre "no campo", out seja: J. Descrigdo dos sujeitos. Sua aparéncia fisica, seus mancirismos, S68 modo de vestir, de falar e de agit. Os aspectos que os distinguem dos outros devem ser também enfatizados. 2, Reconstruciio de didlogos. As palavras, os gestos, os depoimen- tos, as observacées feitas entre os suj dot devem ser registrados. Na medida do possivel devem-se uuilier ve Suan @mrOPrias palavras. As citagdes sio extremamente uiteis para analisar, interpretar e apresentar 03 dados. 3 Descricdo de locais. O ambiente onde ¢ feita a observagdo deve Ser deserito, O uso de desenhos ilustrando a disposigao dos moveis, ¢ espace fisico, a apresentagao visual do quadro de iz, dos cartazes, 30 is de classe podem também ser elementos importantes a ser igdo de eventos especiais. As anotagdes devem ineluiroque quem estava envolvido e como se deu esse envolvime a ; ritas as atividades $, Descrgdo das atvidades. Dever ser dese oo das pessoas observadas, sem deixar de istrar a sequencia em que ambos ocortem. : incipal instramen- ramentos do observador. Sendo o pr da pesgulsa, € importsate que o bservadorinéua ae sas ano sass attudessagbes © conversa com 0% pareipantes durinteo a Jes inclui as observagdes pessoais do A parte reflexiva das anotagSes incl cs 0 isador,feitas durante a fase de coleta: suns especulagbes, sent nos, problemas, idéas, impressGes, pré-concepgdes, dividas,in- wertezas, surpresas ¢ decepgdes. As reflexdes podem ser de vérios 08: st sendo ““aprendido” eflexdes analiticas. Referem-se ao que e 2 aprendi Ido ato temas que enao emerpindo,assoctagbese Felagbes re partes, novas idéias surgidas. ; v dio envolvidos os procedi- 2, Reflexdes metodologicas. Nestas esto envolvidos « mios e estatepon metodoléueas utlizados, es decades sobre 0 ineamento (design) do estudo, os problemas encontrados dos dados ca forma de resolvé-los. i i entram as quesides surgidas no 3. Dilemas éticos ¢ conflitos. Aqui ent suridas clacionamento com os informantes, quando podem surgir aed ire a responsabilidade profissional do pesquisador e 0 compromi com 0s sujeitos. Mudangas na perspectiva do observador. & importante au seiom woladas as expectativas, opinides, preconceitos ¢ conjeturas do ot servador e sua evolugao durante 0 estudo. 5. Esclarecimentos necesséros. As anotagdes dever também con- “ pontos a serem esclarecidos, aspectos que parecem onfuses jagbes a serem explicitadas, elementos que necessitam dem cexploracio. Jes nio podem ser tomadas como Evidentemente, essas sugest6es néo_podent nadag xmas ou istas de checagem para 0 desenvolvimento do estudo. S penas diretrizes gerais que podem orientar a selecdo do que obse © ajudar a organizagao dos dados. au 3.1.4. O registro das observacdes li formas muito variadas de registrar as observagdes, Alguns fardo ipenas anotagdes escritas, outros combinaro as anotagdes com 0 material 'o de gravacdes. Outros ainda registrardo os eventos através de filmes, fotografias, slides ou outros equipamentos, Embora pudéssemos discutir as vantagens e desvantagens desses diferentes procedimentos, preferimos falar apenas do registro es que € 2 forma mais freqientemente utilizada nos estudos de obs: vagio. ‘Nao ha, evidentemente, regras para fazer as anotagdes, mas apenas ‘sugest6es praticas, que podem ser titcis pelo menos ao pesquisador iniciante. As consideragdes principais nesse sentido referem-se a quan- do, como e onde fazer as anotagdes. Uma regra geral sobre quando devem ser feitas as anotagdes é que, quanto mais préximo do momento da observacéo, maior sua acuidade. Isso, no entanto, vai depender do papel do observador e das suas relagdes com o grupo observado. O “participante total te nao podera fazer o registro na presenca dos Papel de pesquisador no é revelado ao grupo. em geral, ndo vai encontrar muitos problemas, ja que ele ou nao e vista do grupo ow esté exercendo declaradame1 dor. Os doi ipante uma Ocasiio em que possa e confiar sabidamente fali um momento propicio para fazer as suas anotagdes, que nao seja muito distante dos eventos observados, para nfo haver esquecimento, nem Provoque diividas nos participantes sobre seu verdadei A forma de registrar os dados também pode variar muito, dependen- do da situacao especitica de observagao. Do ponto de teressante que, ao iniciar cada registro, o observa- hora, 0 local da observago ¢ o seu periodo de duragio. Ao fazer as anot: igualmente itil deixar uma margem ara a codificagio do material ou para observagdes gerais. ‘Sempre que possivel, é interessante deixar bem distinto, em termos visuais, as informagdes essencialmente descritivas, as falas, as cita- ses e as observacdes pessoais do pesqui iro procedimento Pratico € mudar de parégrafo a cada nova situago observada ou a cada 32 a personagem apresentada. Essas medidas tém um caréter mera- vente prético, no sentido de ajudar a organizagio ¢ a andlise dos os, tarefa extremamente trabalhosa ¢ est Finalmente, a deciséo sobre o tipo de ma tages também vai depender muito do e abservador. Alguns podem preferir um papel de ‘a no chamar muito a atengio; outros se se \de sero feitas as pessoal de cada nto © a posterior classificagio. Outros poderio que mantenha junto todo 0 conjunto de observagées, para fazer consultas as informagdes j4 obtidas sempre que necessério. 4.2. A entrevista basicos para a eoleta de dad tamos desenvolvendo nest ituados e muitas vezes ficamos irritados com 0 seu uso veo pelos melon de comunicagao de massa, especialmente. pela }, que nos atinge de forma tio direta e onde podemos flagrar wde de um entrevistador que antecipa e forga resposta do informante, através da propria pergunta, quase no nando margem de liberdade de resposta, a ndo seta propria confir- 0, E que dizer do repdrteransioso, que fo hesita em formar as Gquestdes mais cruas as vitimas da tragédia recém-acontecida? Pois essa poderosa arma de comunicacéo, as vezes tio canhestramente empregada, pode ser de enorme utlidade para a pesauisa em educa: cao. E preciso, para tanto, conhecer os seus limites e respeitar as s cexigéncias. a De inicio, importante atentar para o cardter de interagio que permeiaa Mais dq ours instruments de peas que ci relagio hierérquica entre o pesqui em geval estabelecem uma relay ies tea penaitador £0 saisado, como na observasio w eee fio de questionirios ou de técnicas pr sie que socia€ ds interago, havendo uma stmestera de in lve ‘1 recfproca entre quem pergunta e quem responde, Especialmente entrevistas nao totalmente estruturadas, onde no ha a imposigio ima ordem rigida de questdes, 0 entrevistado discorre sobre o tema ‘osto com base nas informagdes que ele detém e que no fundo 33 Na medida em que houver um clima de as informagdes fluirdo de maneira vel e auténtica. A grande vantagem da entrevista sobre outras técnicas é que ela permite a captagao imediata e corrente da informagio desejada, pr camente com qualquer tipo de informante e sobre os mais variados t6picos. Uma entrevista bem-feita pode permitir o tratamento de assuntos de natureza estritamente pessoal e inti de natureza complexa e de escolhas nitidamente individuais. Pode Permitir 0 aprofundamento de pontos levantados por outras técnivas de coleta de alcance mais superfi também, 0 que a torna particularmente titi nao poderiam ser atingidos por outros mei 1¢0, como 6 0 caso de pessoas com pouca instrugio formal, para as quais a aplicagio de um questionétio escrito seria invidvel, Como se real exclusiva, seja com individuos ou com grupos, i@ permite corregdes, esclarecimentos ¢ ‘adaptagdes que a tornam sobremaneira eficaz na obtengdo das infor. mages desejadas. Enquanto outros instrumentos tém seu destino Selado no momento em que suem das mos do pesquisador que os elaborou, a entrevista ganha vida ao se iniciar 0 dor e 0 entrevistado. dade de percurso esté, como ja foi assinalado, associada especialmente a entrevista ndo-estruturada ou néio-padronizada, Quan- do © entrevistador tem que seguir muito de perto um roteiro de Perguntas feitas @ todos os entrevistados de maneira idéntica e na mesma ordem, tem-se uma situagdo muito préxima da aplicagao de um questionsrio, com a vantagem dbvia de se ter o entrevistador presente Para algum eventual esclarecimento, Essa 6 @ chamada entrevisia Padronizada ou estruturada, que é usada quando se visa & obtengao de resultados uni comparagao imediata, 08. ta semi-estruturada, que se desenrola a partir de um esquema basico, porém nao aplicado rigidamente, permitindo que o entrevistador faca as necessérias adap. tagoes, Parece-nos claro que 0 tipo de entre trabalho de pesquisa que se mais dos esquemas mais livres, menos estruturados. As informagoes que se quer obter, ¢ os informantes que se quer contatar, em geral professores, di ‘entadores, alunos e pais, so mais conve- nientemente abordaveis através de um instrumento mais flexi ‘Quando se pretende levantar rapida ¢ superficialmente as tendéncias 34 s ou as preferéneias por determinados produtos do mer ‘0 caso de se aplicar uma entrevista padronizada, que pé em curto espago de tempo a opnido de um grupo numeroso de as. Mas, quando se quer conhecer, por exemplo, a visio de uma ssora sobre o provesso de alfabetizago em uma escola de perife- ‘ou a opiniio de uma mie sobre um problema de indiscip! é requeridos por qualquer ie de exigéncias e de cuidados requeric . Em primeiro lugar, um respeito muito grande ipridos de acordo com sua conveniéncia até a perfeita garantia do ‘anonimato em relacdo ao informante, se for o caso, Igualmente peitado deve ser 0 universo propi as opinides, as impre Muitas vezes, apesar de se c eguado to nivel de instrugao do informante,o entrevistador inurodue juestionamento que nada tem a ver com seu universo de valores oe istado, em acasiGes como essas, preocupagdes. F a tendéncia do en é resentar respostas que CO: a >a tudor, feolvendo asim da maneia mas facil uma problemética que no 6a sua. i Ao lado do respeito pela cultura e pelos valores do entrevistado, 0 vevistador tem que desenvolver uma grande capacidade de euvi famente e de estimular o fluxo natural de informagdes por parte do stado, Essa estimulagao nao deve, entretanto, forgar 0 rumo das respostas para determinada diregao. Deve apenas garantir um ima de confianca, para que o informante se sinta & vontade para se no final deste livra, devem ser consultadas pel jante ao se propor o emprego dessa importante téc ro podlemos apenas tratar de mat eral de suas principais aplicagdes € exigéncias no campo da pesquisa em edueacao. ‘Tratandote de pesquisa sobre oentino, a escola ¢ seus prob o curriculo, a Iegislagao educacional, a administragao escolar, per 8 valiagio, @ formagéo de professores, vain a © planejamento de lages entre a escola a comunidade, ent, tou esee res, orientadores, supervisores ¢ is . supe mesmo pais de alunos néo laremos certamente impondo uma problematic estranha, com eles de assuntos que Ihes ito Famili Sobre os quaisdiscorrerio com feclidade, '** **° muito familiares Sera preferivel e mesmo acon: entrevista através dos tépicos evi principais jexulré naturalmente uma ceria crdear Id isto é, como uma boa capacidade de comunicagao ver ira ouvir atentamente, Mas & essas © outras qualificagdes do bom entre vidas através do estudo e da pratica, p observagao de outro entrevistador mais exp ionar como supervisor da prética do Ss as I também que tador podem ser deset ipalmente se esta par iante. Nao hé rect gem seguidas, mas sim cuidados a serem observados e inventiva honesta e atenta do condutor, levarao a uma ados & 0 be alguns autores chamam de “atengéo ante” (1 . O entrevistador precisa estar atento nak fens [¢nio ridaent,sabetudo) aorta pecabelese eis ‘erbais que vai obtendo ao longo da interagao, Ha Bama de gestos, expressdes, entonagdes, sinais nieve oe ©, enim, toda uma comunicagao no verbal iportante para a compreensio e a validagai tante para Validagao do aus fol eletivamente cto. Nia €possive acca sem esimpisteose v 10 expressio da verdade Bensa ou senie 0 entrevisindo, E preciso analisar¢ interes ee To com outa” oe toda aquetslinguagem mais geral e depois contronté rmagoes da pesquisa e dados sobre o informante. 36 ‘m outro aspecto importante da entrevista merece ser abordado nesta visio geral desse instrumento. Como registrar 0s dados 7 As duas grandes formas de registros suscitam grandes discus- yes entre 0s especialistas ¢ carregam consigo seus defeitos ¢ virtud sa gravagio direta e a anotagdo durante a entrevista. A ago tem a Vantagem de registrar todas as expressoes orais, iiatamente, deixando o entrevistador livre para prestar toda a sua ‘engao ao entrevistado. Por outro lado, ela 56 registra as expressées, , deixando de lado as expresses faciais, os gestos, as mudangas postura e pode representar para alguns entrevistados um fator mnstrangedor. Nem todos se mantém inteiramente & vontade e natu- ‘a0 ter sua fala gravada. Outra dificuldade grande em relagao & revista gravada é a sua transcrigao para o papel. Essa operacdo é bem mais trabalhosa do que geralmente s¢ imagina, consumindo mui- ss horas e produzindo um resultado ainda bastante cru, isto é, onde as, mages aparecem num todo mais ou menos indiferenciado, sendo i distinguir as menos importantes daquelas realmente centrais. rd necesséria uma comparagao desse material com a gravagio para , & claro, da meméria do se estabelecerem as prioridades, com o a entrevistador. evista certamente lar a atengdo € 0 wés de notas durante a ei tas das coisas ditas e vai s vai percebendo o que é suficientemente importante para ser tomado nota e vai assinalando de alguma forma 0 que vem acompanhado com énfases, seja do lado posi do negativo. Aqui se percebe bem a importancia da prética, da lade desenvolvida pelo entrevistador para conseguir 20 mesmo interesse pela fala do entre ‘mas nao representa nada de magico ou misterioso, podendo pert mente ser encontrada a partir de um acordo com o préprio entre do. E muito importante que o entrevistado esteja bem informado sobre jos da entrevista e de que as informagdes fornecidas serdo ilizadas exclusivamente para fins de pesquisa, respeitando-se sempre © sigilo em relagéo aos informantes. E preciso que ele concorde, & partir dessa confianga, em responder as questdes, sabendo, portanto, que algumas notas tém que ser tomadas e até aceitando um ritmo com pausas destinadas a isso. E indispensavel que o entrevistador disponha de tempo, logo depois de finda a entrevista, para preencher os claros deixados nas anotacées, 7 ia ainda esta quente. Se deixar passar muito temp. imente sera traido por ela, perdendo aspectos importantes di revista que Ihe custou tanto esforso. A escolha de uma ou outra forma de registro seré feita em fungao de varios fatores, como vimos, e também da preferéneia, do estilo de cada entrevistador, Em alguns casos possivel até utilizar as duas formas concomitantemente, De qualquer maneira, é importante lembrar que. a0 nos decidirmos pela entre ido uma das técni cas de coleta de dados mais especialmente pelo ter iso exigidos do entrevistador. Quanto mais preparado estiver quanto mais informado sobre 0 tema em estudo e o tipo de informante que iré abordar, maior sera, ce proveito com a entrevista. Como em qualquer outra técnica, & necessario i ladosamente se as informacées pretendidas exigem mes- ou se poderiam ser conseguidas por outros meios de fécil e menos cara. 3.3. A anélise documental * Embora pouco explorada nfo sé na area de educagio como em outras areas de ago social, a anilise documental pode se con: numa técnica valiosa de abordagem de dados qui ji mentando as informagées obtidas por outras téc aspectos novos de um tema ou problem: Sio considerados documentos “quaisquer materiais eseritos que possam ser usados como fonte de informacao sobre o comportamento humano” (Phillips, 1974, p. 187). Estes incluem desde ‘mentos, normas, pareceres, cartas, memorandos, scursos, roteiros de programas de ¢ arquivos escolares, Mas que é a ? Quais as vantagens do uso de documentos na pesquisa? Quando ¢ apropriado 0 uso desta técnica? Como la? Segundo Caulley (1981), a andlise documental busca identificar informagées factuais nos documentos a partir de questdes ou hipsteses de interesse. Por exempo, uma circular distribuida aos professores de uma escola convidando-os para uma reunido pedagégica poderia examinada no sentido de buscar evidéncias para um estudo das rel 96es de autoridade dentro da escola. ‘Uma versio preliminar desta segdo foi publcada na revista Tecnologia Educacion ABT, w 46, maifjun, 1982, p, 40-45, 38 Guba e Lincoln (1981) apresentam uma série de vantagens para 0 de documentos na pesquisa ou na avaliagio educacional. Em mmeiro lugar destacam o fato de que os documentos constituem um ne estvel ¢ rica. Prsitindo ao longo do tempo, os documentos m ser consultados varias vezes e inclusive servir de base @ i tados obtidos. xiem ser retiradas evidéncias que fundamentem afirmagdes e dec \gSes do pesquisador. Representa ainda uma fonte “natural” de formagio. Nao sfo apenas uma fonte de informacao contextualiza~ , mas surgem num determinado contexto e fornecem informagoes bre esse mesmo contexto. ‘Uma vantagem adicional dos documentos é 0 seu custo, em geral baixo, Seu uso requer apenas investimento de tempo e atengo por wrte do pesquisador para selecionar e analisar os mais relevantes. Outra vantagem dos documentos é que eles sio uma fonte nio- iva, permitindo a obtencao de dados quando 0 acesso ao sujeito € jcdvel (pela sua morte, por exemplo) ou quando a interacao com (8 sujeitos pode alterar seu comportamento ou seus pontos de vista. inalmente, como uma técnica exploratéria, @ anélise documental a problemas que devem ser mais bem explorados através de ros métodos. Além disso ela pode complementar as informagdes icas de coleta. ian a incoln ‘esumem as vantagens do uso de documento: endo a Tonte io repletade informagSes sobre a natureza do fexto nunca deve ser ignorada, quaisquer que sejam os outros métodos de investigacao escolhid : i pelo menos trés situagdes bésicas em que é apropriado 0 uso da ise documental, segundo Holsti (1969): ‘quando di ilares, nossa confianga em que os resultados rflitam mais o fendmeno as mais freqiientemente feitas ao uso de documentos so jumidas Gi it locumentos sao proc ee etteol® (A981). A primeira delas é que sentativo do que se também é um dado do indo se procura estudé- passa no seu cotidiano, E evidente que esse fat contexto escol: levi ca lar € deve ser levado em conta quai lutra critica ao uso de documentos é sua fal lade questiondvel. Essas objeges 820 germane todos todos aqueles que defendem uma perspectiva “objet sera um ponto ado no 0. reprenomente, 2 utlizago de documentos & também criticada por a cerenn enfanaS arbitrarias, por parte de seus autores, de aspectos maticas 2 seem focalizadas. Es porém, pode ser contestado er jo propéaito de rt -mbrando-se do pro é anilise documental de fazer inferénci valores, ostentines, r inferéncia sobre os val i anilise documentald lores, os sentimen- ton’ aittensdes © a ideologia das fontes ou dos autores dos documen s. Essas escolhas arbitrérias dos autores deve1 adas, ois, como um dado a mais na anilise. a’ én questo se refere a0 modo de utilizar a andlise documen- » 408 procedimento: 6a andlise de doco acesitmentos: metodolégicos a serem seguidos na A primeira decisio nesse proceso é a caracterizagio do ti documento que serd usado ou selecionado, Sera do tipo cheat apes iplo, um decreto, um parecer), do tipo técnico (com> u tio, um planejamento, um 2 -m ser consideradas, ou arquivos escolares? Ou ambos? Sera i a um material instrucional Jesaste de Programa) ou um trabalho escolar (caderno, sdagio)? Incluira um nico th le combinagdo dels? nT’ UM Unico tipo desses materiais ou uma A escolha dos docu: tos nao é aleatéria. Ha ropésit i . Ha geralmente alguns ropéstes, iagias ou hipsesesguiando sua selegto, Por sxe Jar ums adie do orders de aalagio mas eco ern: . al |. Ja para o estudc i Ai alunos a andlise das provas pode nio ser Sse iteraco grupal dos 40 os dados para 0 seu contexto” (p. sua definigo o autor afirma que a andlise de contel tcrizar-se como um método de investigagao do contetdo 6 mensagens. Essas mensagens, diz ele, podem ser abordadas de rites formas e sob iniimeros Angulos. Pode, por exemplo, haver goes na unidade de andlise, que pode ser a palavra, a sentenca, 0 rafo ou o texto como um todo. Pode também haver variago sma de tratar essas unidades, Alguns podem preferir a contage ras ou expresses, outros podem fazer andlise da estrutur: expressdes € elocugdes e outros, ainda, podem fazer ani miticas, O enfoque da interpretagio também pode variar. Alguns Mlerao tr 0s aspectos politicos da comunicagao, outros os pectos psicoldgicos, outros, ainda, os literérios, os filoséficos, os icos e assim por diante. Outro ponto discutido por Krippendorff diz respeito & necessidade e consenso sobre o contetido do material analisado. A concordancia ‘corre para os aspectos mais dbvios d a somunicacao ou quando ha ares entre os pesquisado- tac de lade de pontos de de consenso parece, pois, muito malismo analitico caracteristico dos esque- 1s classicos de pesquisa do que uma necessidade do ato de conhecer. sua inadequagdo nas abordagens qualitativas de pesquisa que isam sobretudo & compreensao. Krippendorff enfatiza ainda que as mensagens transmitem experién- cia vicdria, o que leva 0 receptor a fazer inferéncia dos dados para o seu contexto, Isso significa que no processo de decodificagio das mensagens o receptor utiliza nao s6 0 conhecimento formal, mas também um conh sensagbes, percepgaes, desse cardter subjetivo tomadas medidas especificas seu controle. © reconhecimento ‘para que possam ser ados procedimentos adequados a0 10 proposta por Krippendorff com as devidas feitas, 0 processo de anilise de contetido tem io com a decisio sobre a unidade de analise. Holsti (1969) apresenta * Paca um estado mais aprofundado do tema, consultar a bibliografia anexa a este capitulo, 41 dew ag unidade de registro e u: caso, diz ele, o pesquisa: aor ona semenos espe. poe on are fazer ai se, determinando, exemmplos parece no texto uma pal; 6 i treabéna som at palave, ui Lope, in tema, un expresio, una personage ou am evens fs Outs wees pode set ais inprante explora o conte ote ore Y le ocorre, € nfo apenas a sua freqiiéncia. Mai ao bbe oe de codificagao escolhido vai depender da pain ‘0 1a, do arcabougo tedrico ¢ das questées especificas da lade de context, No renotes, como palarase expresses, podem aumentar aco dec iealite 8s podem, por oto lad, comprometer«rlevan sela desejvel em cerontipos de eatudo. St? om umidades nto go eBUIdO Patton (1980), a anlise de dados quaitativos & 29 crativo que exige grande rigor intelestal e muita ded exist uma forma melhor ou mals correta, O que se etige¢sistematra, © ¢ coerencia do esquema esclhido com o que pretende 0 estudo te Desi 9 tno de coditicagao, o préximo passo da andlse éa forma : . Aqui também pode haver multas variagSes. Alguns preter ir fazendo anotagdes & margem do proprio material andlicedo, Outros utilizaréo esquemas, diagramas e outras formas de sintese da municagao. Essas anotagoes, como um primeiro momento de clasa Sous num longo espayo de tempo. rele RBols de organizar os dados, num processo de intimeras leituras e ‘Clituras, 0 pesquisador pode voltar a exemind-ios para tentar detectar ‘maticas mais freqientes, Esse procedimento, essencialmen- construgao de categorias ou tipologias. Elas brotam, num tedrico em que se apéia a pesquisa no entato, vai ser modificado 0 oc imico de confronto constante entre {ue origina novas concepséese, conseqientemente, novos focos 4a 981) que podem ‘imeiro lugar, dizem eles, faga o exame do material procurando \contrar os aspectos recorrentes. Verifique se certos temas, observa- Ges € comentarios aparecem e reaparccem em contextos variad Vindos de diferentes fontes ¢ em diferentes situagdes. Esses aspectos que aparecem com certa regularidade so a base para o primeiro ‘ugrapamento da informagao em categorias. Os dados que nfo puderem set agregados devem ser classificados em um grupo & parte para serem posteriormente examinados.Esses dados nao devem ser desprezados, ‘nem sempre a importincia de um tépico pode ser medida pela ue ocorre. Certas informagoes e observagées, apa- repantes, podem vir a se constituir em smentos na elucidagao das quest6es do estudo Jin sugerem que se faca em seguida a avaliagao do je categorias. Segundo eles, as categorias devem antes os propésitos da pesquisa. Os outros critérios sao: terna, heterogeneidade externa, inclusividade, coe- se uma seja, devem est itegrados. Além disso, as categorias devem ser mutua- fas, de modo que as diferengas entre elas fiquem bem também, de acordo com esses autores, que grande parte dos dados s ia em uma ou outra das cate; i © sistema deve ser passivel de reprodugao por outro juiz, ser validado por um segundo analista, que, tomando o mesmo material, pode julgar se o sistema de classificagao faz sentido em relagi propésitos do estudo e se esses dados foram adequadamente classifica dos nas diferentes categorias. Finalmente, o melhor teste sobre a propriedade de um sistema de categorias é sua credibilidade junto aos, informantes. Submetido & apreciagio destes © esquema de categorias pode ser aprovado, criticado e, se necessérrio, reformulado. Depois da obtengao de um conjunto inicial de categorias, através de ‘um processo que Guba e Lincoln chamam de convergente, a proxima etapa envolve um enriquecimento do sistema mediante um proceso divergente, incluindo as seguintes estratégias: aprofundamei ‘gio e ampliagio. Baseado naquilo que j obteve, 0 pesquisador vo examinar 0 material no intuito de aumentar 0 seu conhecimento, descobrir novos angulos ¢ aprofundar a sua visao. Pode, ainda, explo- 4B aprofundados, A Gltima etapa consiste aum novo i 3 m novo julgamento das categorias a sua abrangéncia e delimitagdo. Guba (1978) sugere que, quando mas PA fais documentos para analisar, quando a exploragio de novas tes leva & redundancia de informagdo ou a um acréscimo muito 'queno, em vista do esforgo despendido, e quando hd um sentido integragao na informaca i itearag formagao jé obtida, é um bom sinal para concluir o lum processo criativo que requer j uer julgamentos cuid é realmente relevante a pad ws perma aes Salsa dados qualitativos no tém testes estatisticos para dizer-thes uma observacao é ou nao significativa, elas devem basear-se na sua teligéncia, experiéncia ¢ julgamento” (p. 313), BOGDAN, R.e BIKLEN, SK. Qultaie Resa Bacon, Inc. 1982. etre Boston, Allyn and in Program Evaluation (N* 60. série Paper and the Research on Evaluation Program), Portiand, Or: Nestwese tenon Labora 2 1 Research Act. New York, McGraw GUBA, E. Toward a methodology of ma _Monograpk Series n@. Los Ange E.G. LINCOLN, ¥'8. fective IUNKER, Bet Import do NKER, BHA Impotnca do ibaa de Campo, Rod ani, Ed Lidador KQIPENDOREF, . Conent Analy. even PATTON, MQ. Qulitatve Esaaton Bevety Hilt Gar SAGe a ALPS, B 8 Penguin Socal oda IHARZ, 8 On Becoming a Sosa Ste 2) ah Paricipant Ober a Pane, fone Bo , D.D. @ KYLE, DW. apresentado no E, Capitulo 4 A andlise de dados e algumas questoes relacionadas a objetividade e validade nas abordagens qualitativas Analisar os dados qualitativos significa “trabalhar" todo o material ido durante a pesquisa, ou seja, 0s relatos de observagio, as es de documentos ¢ as demais ica, num primeiro indo-o em partes, relacionando essas partes e procurando ide rele tendéncias € padres relevantes. Num segundo momento essas tendéncias ¢ pa- tirGes sio reavaliados, buscando-se relagdes e inferéncias num nivel de std presente em virios estigios da investigagao, tornan- do-se mais sistematica e mais formal ap6s 0 encerramento da coleta de estudada. Tomamos entdo varias decisdes sobre areas que 1G, aspectos que devem ser enfatizados, iminados © novas dire¢oes a serem tomadas. num movimento constante que perdura até a fase final do relatério. E possfvel que o pesquisador mais experiente © mais preparado teoricamente consiga realizar a maior parte da andlise ainda di periodo de coleta, mas os menos experientes podem chegar ao final do estudo com grande parte dessa tarefa ainda a ser feita. 4s

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