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eeeee g eee) COMO AV Ad Cu ee aC moe eee Rte ee oY By Let On mua ee CN a ee eR ye ec ee D Pete (er en eRe eC On eee) logia, como a escolar, organizaclonal, Wospltala’, elt POOR Oa MC Cm CCL Se oo Cnn To Te ee CROC nn AT Sky Secon RO oT etc Sean es a Gaon Re Nee SR OR OR consolidar ainda mais na praticn clini, win’ que ny Oe ao 9, CON0 la ata Gey ei ac oe ey Cun a a Cee oO ee oe ee On Le PM eee oe Mo Creede 9 '788554'621544 LL para comegor logo? @ sanar saude DULL U OS Cuy éZv4 3S OWOD COMO SE FAZ? ed AD LLL e ee) ON) OR CLES} OR Ua a to) ee eee ees INICIANDO A PRATICA CLINICA EM PSICOLOGIA: da atuacdo profissional 0s fundamentos de gestao AUTORAS Gabriela Barreto Santos Costa Viviane Valenca de Resende $ sanar satide ava au outros esas probes apicam-setambm a edtoracbo da ob barre comentario an pone ae AUTORAS Thulo| Iniciando a PrétcaCniaem Psclogla da atuagto GABRIELA BARRETO SANTOS COSTA ey Rae t naeee Psic6loga, graduada pela Faculdade Ruy Barbosa, com for- Projto gro e Digramagho|Ettonnds tna ‘macao clinica complementar na abordagem da Psicandlise ‘Cipl| Wika seuss Com énfase no atendimento de criancas e adolescentes pelo Edigdo de Texto| Editorando Bird NAPSI, especialista em Saude ‘Mental Coletiva pela Faculdade ‘Consetho Editorial| Caio Vinicius Menezes Nunes Ruy Barbosa. Possui formacao em Coach Pela Sociedade Latino faciara araza Nunes Americana de Coaching (SLAC) e é Facilitadora da metodolo. pe a gia Lego” Serious Play" pela Strategic Play Brasil. Atualmente, 6 Sisb ket Abas see P6s-graduanda em Psicologia Positiva pela Pontificia Univers. dade Catolica do Rio Grande do Sul (PUC-RS),e em Psicopeda. 9ogia pelo Centro Universitario Estacio de $4, Atua hé 7 anos como Sécia Diretora (Responsavel Técnica) da Volare Desen. volvimento Humano, e possui 10 anos de experiéncia clinica a drea infanto juvenil. Dados ntemaconl de Catalogassona-Publicaso (CP) (735. Como se faz iniciando a pritica clinica em Pcologia / Gabriela Barreto, Viviane Resende, coord ‘ago geral.~ Salvador: SANAR, 2013, 1371; 14421 em, VIVIANE VALENGA DE RESENDE Psicéloga graduada pela Universidade Salvador, com forma 0 clinica complementar na abordagem da Terapia Familiar Sistémica e Aprimoramento em Praticas Colaborativas e Cons. trucionismo Social pelo Instituto Humanitas de Intervengao ¢ Pesquisa em Sistemas Humanos, Atualmente; é Pés-graduan- da em Satide Mental pela Universidade Ruy Barbosa e fol uma a8 autoras do livro"Casos Clinicos em Psicologia’, publicado, em 2019, pela Editora Sanar. Na clinica, atua como Psicotera. Peuta Sistémica de criangas, adolescentes, adultos e fa ISON 978-85.5462-154-4 1. Psicologia clinica! 2. Psicologia -Cédigo de ica, 3. Picblogo -Atuagso profissional lL Barreto, Gabriela, coor. Resende, Vivone, coord, Tulo: nando prtica clinica em pscologa, 00.1579 aboard: iba Andrade Gomes “CRES/ST3 Editora Sanar Ltda, ua Alceu Amoroso Lima, 172, Camino das Arvres, df Sahrador Office & Pool, 3e andar. CEP: 41820-770, Salvador BA, $ sanar satide 278i" atendimentogeditorasanarcom.br PREFACIO Em uma pesquisa realizada em 2016, perguntou-se aos pro- fissionais graduados em Psicologia se eles exerciam, de alguma maneira,a profissdo e, se sim, qual era sua ativiciade principal esse contexto, Dos 74% que relataram exercer a Psicologia, 34% apontaram 0 consultério particular como sua ativida- de principal, ou seja, aquela que Ihes proporcionava a maior parte.da renda, enquanto que.o restante se dividiu em outros contextos de atuacéo, como organizacées publicas e privadas, hospitais, escolas, entre outros. Se paramos para pensar, no cenétio da clinica, 0 valor de 34% pode ter uma representatividade ainda maior, pois abre- -se a possibilidade para que parte daqueles que mencionaram outras atividades possa também concilié-las com a clinica de alguma forma.’ Junto a isso, essa pesquisa também nos mostrou o efeito dos convénios e planos de satide na pratica dos Psicélogos Cli- niicos, que passaram a se ver como prestaciores de servico de sauide, bem como o impacto que isso apresentou sobre seus rendimentos.’ sso nos mostra que temos vivido uma mudanga de para- digmas em relagdo & pratica clinica em Psicologia. O que, até pouco tempo atrés, era visto como algo elitista e que ‘um investimento alto, tanto para o paciente quanto para o Psi- célogo, hoje tem ganhado espaco e se mostrado como uma possibilidade para muitos, ‘Além do mais, a clinica tem nos mostrado que, ao contrario do que estamos acostumados a ouvir, a Psicologia pode, sim, dar dinheiro! Se bem exercida e gerenciada, a pratica clinica pode se apresentar como algo muito rentével para nds, logos. Por isso, tivemos a ideia de reunir nesse livro tudo aquilo que vocé, Psicdlogo ou estudante de Psicologia, precisa saber para iniciar ou se consolidar ainda mais na érea clinica. Para ficar mais facil, decidimos dividi-lo em duas partes: na primei- ra, vocé verd aspectos da Atuacao Profissional,e,na segunda parte, sero abordados os aspectos de Gestio. No capitulo 1, iremos iniciar falando do Primeiro Atendimen- tc, motivo de ansiedade até mesmo para os Psicélogos mais experientes. Por isso, abordaremos o que deve ser feito nesse primeiro momento, como avaliar a demanda do paciente e 0 estabelecimento do contrato terapéutico. No capitulo 2, sero abordados alguns aspectos impor- tantes para a Conducdo do Processo Psicoterapéutica, como os principais desafios e dilemas éticos da pratica clinica e os cipais documentos psicolégicos, com base nanova Resoluucao do CFP 06/2019. Para fechar a parte 1, falaremos, no capitulo 3, sobre Como se Aperfeicoar Continuamente Enquanto Psicélogo Clinico, tra zendo a importancia das formacées, supervisio e terapia para a prética clinica, bem como a diferenca entre elas. © capitulo 4 dara inicio a Parte 2, descrevendo os Primei- 105 Passos que vocé precisa saber para iniciar na clinica, como qualo melhor espaco para atender e as modalidades de aten- dimento (particular, social ou convénio). No capitulo 5, iremos falar sobre a importancia e as limita- es do Marketing e Divulgacdo para os Psicélogos, as melho- res estratégias e 0 uso das redes sociais. E, para fechar com chave de ouro este livro, no capitulo 6, abordaremos os aspectos mais importantes de Contabilidadee Financas trazendo conceitos como precificacdo, fluxo de caixa, faturamento médio mensal, dentre outros, com uma aj dade pratica para voce, Mas nao para por all Decidimos também trazer 0 Cédigo de Etica Profissional do Psicélogo na integra para que vocé possa consulté-lo no decorrer dos assuntos abordados neste livro, ou em qualquer outro momento de duvida na sua vida profissional! ‘Assim, esperamos que o contetido desse livro possa te aju- dar nessa jornada tdo linda e desafiadora que é a pratica «a, fazendo com que vocé se sinta ainda mais seguro e prepa- rado para conduzi-la. Pensando nisso, ao final de cada capitulo, vocé ird se deparar com um Desafio, abordando 0s pontos mais importantes do que foi discutido. No final do livro, vocé ird encontrar a resposta de todos os desafios. S6 no vale olhar antes de responder, viu? ‘Ansioso para comecar logo? Entao, vamos lé! Esperamos que voce goste e se sinta ainda mais motivado para iniciar (ou continuar) sua pratica clinica, da atuacao profissional aos fun- damentos de gestao! REFERENCIAS DEPARTAMENTO INTERSINDICAL DE ESTATISTICA E ESTUDOS SOCIO- ECONOMICOS - DIEESE. Levantamento de informagbes sobre a inser- «0 dos psicélogos no mercado de trabalho brasileiro: Relatério final de analise de dados. Sao Paulo, 2016. SUMARIO PARTE 1: ATUACAO PROFISSIONAL 1.0 primeiro atendiment0 snvnminmnmenanernnmnnmenns 1S 1.1 o que deve ser feito no primeiro atendimento? wenn 15 1.2 A entrevista inicial com os pais e com a criang 1.2.1 Entrevista com os pai 1.2.2 Entrevista com a criang: 1.3 Como avaliar a demanda do meu paciente... 1.4 Como deve ser estabelecido 0 contrato terapéutico.. 2. A condugao do processo psicoterapeuticonmnnnmnnen31 2.1 Quais os principais desafios e dilemas éticos da pratica dlinica.15 2.2 Declaracao, atestado, relatorio, laudo Ou parecer? ‘Quando e como usar cada UM? 3. Como me aperfeicoar continuamente enquanto psicélogo clinico..... See ae 3.1 Atriade da formagio do psicblogo clinic aaa SS 3.2 Psicoterapla x Super v550 a 3.3 Opapel da supervisio na pratica ci 5 PARTE 2: FUNDAMENTOS DE GESTAO 4. Os primeiros passos.. 4.1 0 que eu preciso para iniciar na clinica 4.2 Qual o melhor espaco para atender?. 4.3 Atendimento particular, social ou por convénio, como funciona’ 5.1 Psicélogo pode fazer propagand2?.. -5.2 quals sao as melhores estrategias de Marketing para divulgacao das atividades Dos psicélogos: i 5.3 Como utilizar as redes sociais para divulgar meu Praca Iho?...95 6. Contabilidade e finangas.nissmnnenmmnnmennsennnnn 103 6.1 Precificacao: como e quanto cobrar?. 6.2 Como lidar coma instabilidade e sazonalidade da clinica?...109 63 Financas pessoais x inancas Profission als wnnnnnmn 1 PARTE 3: CODIGO DE ETICA PROFISSIONAL DO PSICOLOGO Cédigo de Etica Profissional do Psicélogo. PARTE 4: RESPOSTAS DOS DESAFIOS Desafio 1 Desafio2 Desafio3.. Desafio4.. Desafio 5.. Desafio 6, PARTE ATUAGAO PROFISSIONAL cantroneed © PRIMEIRO ATENDIMENTO “Para uma terapia terminar adequadamente é necessario que ela comece adequadamente”” O.que voeé ird ver hese capitulo: (© que deve ser feito no primeiro atendimento? ‘A entrevista inicial com 0s pais e com a crianga Como avaliar a demanda do meu paciente? Como deve ser estabelecido 0 contrato terapéutico? 4.1 O QUE DEVE SER FEITO NO PRIMEIRO ATENDIMENTO? Na pratica clinica, um primeiro atendimento pode gerar an- siedade até mesmo para os Psicélogos mais experientes, pois s80 inmeras as variéveis e possibilidades de pacientes e demandas comas quais podemos nos deparar. Mas ndo se preocupe, apesar de nao funcionar como uma receita de bolo —jé que cada paciente 6 Unico em sua totalidade -, existem algumas dicas que podem te ajudar a saber como conduzir da melhor maneira esse momento. Em primeiro lugar, vale ressaltar que sio diversos os fatores que precisam ser considerados quando se fala em um primeiro atendimento, como o lugar, os honorérrios, 05 envolvidos e as 15 caviruios delimitacdes necessérias ao inicio do processo psicoterapéuti- co, Todos esses pontos sero abordados ao longo deste livro, alguns deles em outros capitulos, como a definicao do espaco ‘ua cobranga dos honoratios. No entanto, o que devernos ter claro, nesse momento, & que, apesar de encontrarmos pouco material que aborde o primeiro atendimento em sua complexidade, énesse primeiro contato entre paciente e Psicélogo que o vinculo terapéutico comeca a se formar poderdo ser tracados os caminhos desta relaco, pois ambos se eencontram em um proceso de escolha mutua. De um lado, 0 pa- Ciente, que chega ao consultério com suas historias de vida, expec- tativas, frustragdes e queixas, e, do outro, temos 0 Psicdlogo, com sua disponibilidade, experiéncia (quando ja a tern), embasamento te6ricoe todos os problemas da vida de qualquer ser humano? ‘Assim, devemos considerar que o proceso psicoterapéu Co se inicia j4 no primeiro contato por telefone, quando o pa- ciente decide buscar por um Psicélogo. Por isso, é importante que vocé se atiente a alguns pontos nesse momento, como para quem é a terapia, quem serdo os envolvidos e qual a dis- ponibilidade para marcagao das consultas. CChegando na sessio, existem alguns passos que podem ser sequidos para que vocé nao deixe nada passar. O primeirodeles simples, mas ndo menos importante! Ele é denominado por Haley’ como fase social, pois é nese momento que vocé vai se apresentar e pedir ao paciente que ele também se apresente, deixando-o a vontade, sem, no entanto, adentrar no problema ‘© nos motivos pelos quais ele esta buscando a terapia. Nesse momento, é importante que vocé busque conhecer a vida do paciente, o que ele faz, com quem mora, se tem irmaos, filhos, se € casado, se ja fez terapia anteriormente, se faz uso de me- dicagées etc. A escuta atenta algo fundamental, bem comoo interesse genuino sobre a vida do paciente, Depois de passada essa fase inicial, vocé iré adentrar na jas: dediscussdo do problema, na qual ié investigar, junto ao pacien- te, o que o fez recorrer & terapia, buscando entender um pouco (OPRIMEIRO ATENDIMENTO mais 0 problema apresentado e as suas implicagdes na vida dele, proporcionando sempre um espaco acolhedor e respeito- so onde suas demandas sejam devidamente consideradas*. O ‘mais importante, nessa fase, é que voce busque fazer perguntas que 0 auxiliem a explorar o problema e o seu significado para © paciente. Se 0 paciente diz, por exemplo, que tem se sentido ansioso, cabe perguntar “como é essa ansiedade”" “quais os im- pactos dela em sua vida?" ou“em que momentos ela mais apa- rece?" Perguntas como *hé quanto tempo isso tem ocorrido?” ajudam a historiar o problema e buscar possiveis correlacoes. Por fim, apés explorado o problema, devem ser especificados 05 objetivos e as mudangas que o paciente esta buscando como processo psicoterapéutico, o que consiste na /ase de explicit «ios objetivos'. Voc® pode fazer perguntas como: “de que forma vvocé acredita que a terapia pode te ajudar?” ou “quais mudancas vvocé espera alcancar com esse processo?" Nesse momento, éim- Portante que vocé também explique como funciona o processo psicoterapéutico, esclarecendo possivels dtividas, principalmen- te se fora primeira vez do paciente. A partir disso, serd estabele% do o contrato terapéutico, o qual falaremos mais a diante. Para facilitar seu entendimento e aplicagao, o fluxograma abaixo ira ilustrar esse passo a passo, entao fique ligado! + Cumprimentar o paciente deixando-o a ‘vontade para se apresentar. TE - Explorar o problema apresentado © as suas lmplicaces na vida do paciente + Delimtar 0s objetivos terapéuticos e ‘mudansas esperadas. Fonte: Barreto Resende (2019) cariruto4 Nesse primeiro tépico, vocé viu algumas dicas importan- tes sobre 0 que deve ser feito em um primeiro atendimento, certo? No entanto, precisamos considerar que, no que se re- fere aos envolvidos, existem distingdes quando esse primeiro atendimento ocorre com criangas ou adolescentes. Pensando nisso, no préximo t6pico iremos abordar as especificidades do primeiro atendimento com 0s pais e com a crianca, denomina- do por muitos profissionais como entrevista inicial. 4.2 AENTREVISTA INICIAL COM OS PAIS ECOM A » CRIANGA Quando se fala em atendimento com criangas, devemos nos atentar as possiveis fontes de encaminhamento, como os préprios pais, os médicos e pediatras ou a escola. Por isso, € importante que os primeiros atendimentos sejam realizados apenas com 0s pais ou responsévels a fim de entender o moti- vo pelo qual estao buscando um psicélogo, levantando o his- t6rico clinico e familiar, bem como outros dados importantes, sema presenga da crianca para evitar exposicbes. Por isso, esse momento inicial deve ser dividido em duas etapas: a entrevista com os pais e a entrevista com a crianco. Iremos descrever ambas a seguir, trazendo algumas questdes fundamentais que vao te ajudar a entender a crianca e seu contexto de vida. 1.2.1 A ENTREVISTA COM OS PAIS. Para que possamos ter maiores dados para compreender a historia de vida e a sintomatologia da crianca, hé uma neces- sidade, nos primeiros encontros, de entendermos um pouco mais sobre 0 contexto em que ela vive, e, de preferéncia, sob 105 diferentes olhares das pessoas que o cercam. Essas infor- magées servirdo como suporte para que possamos entender a (OPRIMEIRO ATENOIMENTO demanda, facilitando, assim, a compreenso do caso e as pos- siveis estratégias de intervencao. Desta forma, sugerimos que, antes de iniciar os atendimentos com a crianca, sejam realiza- das sessées com 0s pais e/ou responsaveis, atentando-se aos : Recomendamos que, em um primeiro mo- ‘mento, seja feita uma apresentacdo inicial, tanto por parte do profissional quanto dos pais, buscando compreender dados como nome, idade, escolaridade, contato etc. Vale também questionar se a crianga jé passou por algum tipo de acompanhamento terapéutico, o motivo, quanto tempo € por que interrompeu, assim como se faz uso de alguma medicacao. Demand: Passada a fase social, deve-se buscar compre- ender a demanda, isto ¢, 0 motivo pelo qual os pais estio recorrendo a psicoterapia. Cabe, nesse momento, ques- tionamentos sobre quais so 0s sintomas apresentados pela crianga, quando surgiram ou foram observados, 0 que foi feito apés essa observacdo, qual a percepcao da crianga sobre esses sintomas, como ela e os pais lidam com essa situacdo e se conseguem perceber algum fato relacionado ao surgimento dos sintomas, buscando tra- ‘sar um histérico de quais 0s fatos e quando ocorreram. Hist6ria de vida da crianga: Apés entender a demanda que motivou a procura pela psicoterapia, deve-se investi- gar temiéticas que perpassem pela vida da crianga, como: + Nascimento € Desenvolvimento: buscar compreen- der como foi o periodo pré-natal e perinatal, se houve planejamento para 0 nascimento do filho(a) e como se deu o desenvolvimento na primeira infancia (mo- tricidade, inguagem, alimentagdo etc,), nainfancia in- termedidria ena pré-puberdadea depender da idade. Historia Patologica Pregressa: investigar viroses co- muns da infancia, doencas, cirurgias ou acidentes. + Sintomas’da Infancia: compreender os medos mais cavirui01 frequentes e a forma como se manifestam, se ha ter- ror noturno, enurese ou outros distlirbios do sono etc. Vide escolar: investigar a escola e série que esta atu- almente, se houve mudangas de escola e como foram as adaptacées, como foi o proceso de adaptacao na primeira escola, como € 0 rendimento escolar e rela- cionamento com professores e colegas, quais as apti- does especiais etc. ‘ociabilidade: compreender como a crianga lida com relacionamentos interpessoais, quais seus interesses e hobbies, religido etc. Além de compreender a histéria de vida da crianca, é fundamental para o bom andamento do pro- eso psicoterapéutico que o profissional busque também ‘compreender o contexto familiar, tendo em vista que, em muitos dos casos, os sintomas vivenciados pela crianca constituem-se em reflexos de uma dinamica familiar. primeiramente, checar informagbes como idade, ‘ocupacao, se houve recasamentos, questées de satide e, em caso de falecimento, investigar a causa e data. Também cabe investigar 0 que os pais reconhecem em si como pontos positivos e de melhoria a fim de corresponsabilizé-Ios no processo, e quais as expecta- tivas com relacdo a vida de seu filho. idade, satide, personalidade. buscar compreender como a atmosfera familiar, acontecimentos mais importantes e relacdes dos pa- rentes entre sie coma crianca. Outro ponto a ser melhor investiga- do na entrevista inicial com os pais consiste na rotina da crianga, assim como a participacao deles nessa rotina ea percepcao da crianca sobre ela. Isso nos dé um panora- ‘ma sobre o funcionamento da familia, a forma como se ‘organizam e a participacao de cada cuidador na vida da ( PRIMEIRO ATENDIMENTO ~ Identicago + Sintomas apresentados pela crianga + Acompanhamento dos sintomas + Percepeao da crianca Demanc = Nascimento desenvolvimento Teed + Historia patologica pregressa da crianga + Sintomas da infancia + Vida escolar Sociabildade Histéria familiar + Partcipagto dos pais + Peroepgao da crianca + Funcionamento e organizapo Rotina da errr) 1.2.2 A ENTREVISTA COM A CRIANCA No primeiro momento com a crianga, é imprescindivel que © profissional se ocupe de estar com a crianga genuinamen- te. Para isso, deve-se “esquecer” um pouco a teoria e postergar as informacées trazidas pelos pais ou pela escola, comecan- do com a crianca a partir de como ela se apresenta naquele momento, independentemente de qualquer outra coisa que tenha ouvido, lido ou mesmo diagnosticade. Por isso, 0 mais importante é que voce esteja disponivel para, antes de qual- {quer coisa, brincar. Assim, 0 uso de recursos Itidicos torna-se fundamental, vocé pode usar jogos, brinquedes, baralhos tera~ peuticos, livros, fantaches etc. Os passos abaixo irdo te auxiliar ‘a conduzir esse momento com mais leveza e seguranga: Estabelecimento do vinculo terapéutico: Nese mo- mento, a crianca esté estabelecendo contato com alguém disposto a aceité-la como é, sem julgamentos. O primeiro a capiruto1 momento deve ser livre para que ela conhesa 0 espaco e escolha 0 que quer fazer. E natural que a crianga tenha curiosidade sobre quem somos, e, por isso, nao hé proble- mas em responder alguns de seus questionamentos, facili tando, assim, 0 vinculo de confiangae entrega. E importan- te que o profissional também explique como iré funcionar © processo e assegure o sigilo do que for compartihado. Histéria de vida da crianga: Apés estabelecido um vin- culo inicial, cabe ao profissional investigar, junto crianca, como a vida dela. Seus interesses, o que faz, oque gosta, onde estuda, se ja passou por mudangas de escola, suas relagdes, amigos, brincadeiras preferidas, deixando-a livre para falar sobre si, sem julgamentos. A partir desse mo- mento, 0 Psicélogo podera se atentar a algumas informa- ‘ges, como a forma como a crianca interage com outros adultos, e com 0 mundo ao seu redor, a forma como se ‘organiza no espaco ou como ela aborda novas situacdes. willie: Apés conhecer um pouco mais da crianga, pode-se entrar no contexto familiar pedindo que ela apresente sua familia através de desenhos, histérias, colagens ou outras estratégias, e, assim, entender tam- bém como é.a rotina e a sua relacdo com cada membro dentro desse contexto. Por fim, cabe investigar com a crianga o mo- tivo pelo qual ela acredita que seus pais a levaram a psi- coterapia. Isso porque, muitas vezes, elas imaginam algo muito pior do que realmente é. ‘Agora que voce jé comecou a entender o que deve ser feito no primeiro atendimento, que tal um Caso Clinico para ilus- trar? Gostou da ideia? E, para facilitar ainda mais, apés 0 caso iremos trazer 05 pontos mais importantes a serem considera- dos. Entéo, vamos ld! (0 PRIMEIRO ATENDIMENTO caso Ico Rafaela tem 8 anos de idade, €a filha mais nova da familia composta or 3 irmaos, sendo ela a Gnica menina, Os pais resolveram procurar Bor um processo psicoterapéutico porque a crianca esté apresentando sintomas de ansiedade devido a separacio do casal. 'No momento da entrevista iicial, os pais trouxeram muitas informa- Ges arespeito do desenvolvimento de Rafaela ede como os sintomas atuals estdo se manifestando, Ao relatarem sobre a histria passada, informaram que a crianca ja havia passado por um processo psicotera- péutico anteriormente aos 5 anos de idade, quando comegou a sofrer bullyingna escola devidoa sua timidez eretraimento social spas falaram que o grande desafio em a levar para psicoterapia é a grande resistencia que ela possui com esse tipo de acompanhamento, além da timidez que ainda existe. Segundo 0s pais, nao houve uma identificagio da crianca com o profissional que a atendeu anterior mente, e ela fazia muitas queixas no sentido de nao ter muitainteracao utilizar apenas um recurso (jogo) durante todas as sess6es no decor- rerdo periodode 6 meses. ‘Ap6s a realizacdo da entrevista com os pais, que durou 2 sessoes, f- cou combinado que Rafaela fosse na préxima sessio. Diante do que foi exposto anteriormente, como essa cianga deverd ser recebida pelo psicélogo? melichndeouiaeit te Pe Cae! ere err peeceersce sal erent aes Para que o processo psicoterapéutico seja conduzido de uma forma eficaz, é importante que o Psicélogo saiba formular 05 problemas apresentados pelo paciente a fim de tracar 0s ‘caminhos e intervengdes que ird seguir nas proximas sessbes. Isso, no entanto, pode no ser téo simples quanto parece. ‘Vamos imaginar, por exemplo, que um paciente chega 20 consult6rio com 0 pedido de conseguir amar sua mae. Born, ‘em primeiro lugar, devemos nos questionar se isso é algo pos- sivel de alcangar em um proceso psicoterapéutico. Enquanto Psic6logos, ndo podemos Ihe dar a garantia de que iré conse- guir amar sua mae. Podemos, no entanto, Ihe oferecer condi ‘gGes para compreender de onde vem o desamor, he permitin- do ressignificar essa relacdo, considerando que, embora, nem sempre, cheguemos onde se espera, o caminho, por sis6, pode ser bastante revelador. Assim, é preciso que o problema seja negociado com o pa- ciente, ajustando as expectativas e objetivo do proceso psi coterapeutico para definir uma demanda que seja possivel de ser trabalhada, sem, entretanto, dar garantias e promessas de resolvé-la, pois entende-se que nao se trata de algo concreto € previsivel. Assim, de acordo com Haley’, o processo psi (© PRIMEIRO ATENDIMENTO terapéutico se inicia pela forma através da qual o problema é ‘examinado, cabendo ao primeiro atendimento trazé-lo a tona junto aos padrdes de comportamento e relacionamento que deverdo ser mudados. No entanto, nem sempre o que o paciente traz como pro- blema no primeiro atendimento sera aquilo a ser trabalhado enquanto demanda terapéutica no decorrer do processo. O que o paciente traz em um primeiro momento pode ser enten- dido como a sua “queixa’, os contetidos e sintomas mais expli- citos, 0 que o motivou a buscar pela terapia nesse periodo da sua vida, A demanda, por outro lado, é aquilo que o Psicélogo, coma sua escuta atenta e genuina, iré identificar e ajustar com ‘© paciente como algo a ser trabalhado ao longo do seu proces- 50 psicoterapéutico, Nesse sentido, é importante que se tenha claro se a deman- da identificada é algo que diz respeito apenas ao Psicdlogo. {sso porque, em muitas situacées, chegam aos nossos consul- t6rios pacientes com demandas que extrapolam o nosso cam- po de atuacio, o que faz com que tenhamos a necessidade de trabalharmos em parceria com profissionais de outras reas, a exemplo da Psiquiatria ou Neurologia. Nesses casos, o encami- nhamento pode (e devel) ser feito pelo préprio Psicélogo. © proprio Cédigo de Etica Profissional do Psicélogo', a0 ‘considerar 0 relacionamento do Psicdlogo com profissionais ao psic6logos, discorre sobre a responsabilidade de encami- nhar a “profissionais ou entidades habilitados e qualificados demandas que extrapolem seu campo de atuacao", comparti- Ihando apenas as “informacées relevantes para qualificar 0 ser- Vico prestado, resguardando o cardter confidencial das comu- nicagées, assinalando a responsabilidade, de quem as receber, de preservar o sigilo’ ‘Além do mais, 0 Psicblogo deve se autoavaliar constante- mente acerca da sua competéncia técnica e motivacao para Iniciar ou dar continuidade a qualquer atendimento, tendo, de acordo com 0 Cédigo de Etica Profissional do Psicélogo’, o de- cavirutos ver de“sugerir servicos de outros psic6logos, sempre que, por motivos justificaveis, nao puderem ser continuados pelo pro- fissional que os assumiu inicialmente, fornecendo ao seu subs- tituto as informagdes necessérias & continuidade do trabalho” Por fim, para que vocé tenha tudo que precisa para condu- zir da melhor forma um primeiro atendimento, iremos abordar, no préximo tépico, o que é 0 contrato terapéutico, qual a sua importancia e os pontos que vocé nao pode deixar passar. 4.4 COMO DEVE SER ESTABELECIDO 0 CONTRATO TERAPEUTICO? Voce ja viu que o contrato terapéutico faz parte do primei- ro atendimento, mas o que exatamente o contrato terapéu- tico? O que deve constarnele? Como ele deve ser estabelecido junto ao paciente/cliente? Essas podem ser algumas diividas do Psicélogé incipalmente daqueles que esto ini- ciando. Mas calma, vocé nao esta sozinho! Apesar da sua gran- de importancia, 0 contrato terapéutico é pouco abordado nas graduacées, formacées, especializacdes e até mesmo no meio académico. Em primeiro lugar, devemos entender que 0 contrato tera- éutico esta além de um conjunto de regras e definicées para © processo psicoterapéutico. Isso porque ele também se refere a um engajamento emocional, éo marco que estabelece uma relagdo de compromisso e visa delinear os principios nortea- dores do espaco terapéutico, mas quando pouco esclarecidé Por quem 0 propde, no caso, 0 Psicélogo, poderd provocar efeitos danosos a relacio terapéutica’” Assim, 0 contrato terapéutico deve ser entendido como um ato bilateral, com deveres e direitos de ambas as partes, assu- mindo uma fungo reguladora do processo psicoterapéutico & estando, portanto, sujeito a alteracdes ao longo deste? Cabe 20 Psicélogo negociar, entéo, pontos importantes para que 0 (OPRIMERO ATENDIMENTO processo seja conduzido de forma mais confortavel para os dois lados, como por exemplo: “ Definir 0 tempo médio da sesso, acordando o horério de inicio e enfatizando a importancia da pontualidade. Informar sobre a importancia de avisar com antecedéncia sobre faltas, salvo em casos emergenciais. Informar sobre a importancia da assiduidade no processo a fim de garantira sua eficacia. Definiro valor da sesso, bem comoa forma de pagamen- to. “ Informar sobre o sigilo e confidencialidade do processo. Garantir a neutralidade diante das demandas do paciente. ~ Esclarecer aspectos quanto a comunicacéo fora do consulté- rio (necessidade de contato telefonico para alguma demanda, uso doWhatsApp etc), ‘Além do mais, 0 Psicélogo também deve estar atento ao que importante para 0 paciente naquele momento, o que ele gos- taria de receber do Psicélogo e do processo psicoterapéutico e ‘como ele enxerga sua situacdo atual.£ imprescindivel que voce se coloque de maneira atenciosa, acolhedora, respeitosa e com lum interesse genuino sobre essas questdes, pois isso influen- iaré de forma positiva em como o paciente ird se disponibi- lizar a0 processo psicoterapéutico e construir uma relagdo de ‘confianga na pessoa do Psicélogo, mesmo sem compreender inteiramente o que ele faz? : Imaginamos que agora vocé jé tenha compreendido os principais aspectos de um primeiro atendimento, mas e de- pois? Nao se preocupe, ao longo desse livro abordaremos outras duividas frequentes no que se refere a pratica clinica, desde a condugdo do processo psicoterapéutico, importancia da terapia e superviséo aos fundamentos de gestdo, como os primeiros pasos para iniciar na clinica, aspectos financeiros, eaviruio1 de divulgacao e marketing, buscando sempre sanar as maiores dores do Psicélogo clinico! Mas, antes de seguir adiante, para fechar com chave de ouro esse primeiro capitulo, trouxemos o desafio nimero 1 dese livro, vamos ver se vocé vai saber responder! Sé nao vale olhar a resposta no final, hein?! Maria tem 9 anos de idade,e seus pas resolveram procurar por um pro- cesso psicoterapéutico apés a crianca comecar a apresentar difculda- des escolares Ea é filha Gnica de um casal que resolveuadoté-laainda quando pequena, mas que nao quis ter nenhuma informacao referen- teaos pais biol6gicos 'Na entrevista inical, os pais relataram nunca ter percebido qualquer tipo de comportamento que pudesse interferirno aprendizado da f- Ika. Informaram que, desde que iniciou as atividades escolares, aos 2 ‘amosde idade, cumpria com suas tarefas e acompanhava de forma ade- ‘quada o desenvolvimento da turma. ‘Aos7 anos de idade, Maria mudou de escola, contudo, aadaptagio nao {oi da melhor maneira possivel, visto que algumas colegas 2 excluiam das atividades, alegando que ela era muito agitada e nao sabia seguir as regras das brincadeiras.A escola, por sua vez. também observou al- ‘guns comportamentos e chamou os pais para snalizarsobre aagitacio €edispersio da crianca,além da dficuldade em seguirnormase regras. Nesse momento, a escola elaborou um relatoro informando sobre os comportamentos observads e soliitou aos pais que encaminhasse 4205 devidos profissionais para que fossem realizadas avaliagoes no intuito de identificar ou descartaralgum tipo de transtomo do desen- volvimento, © primeiro profissional que os pais procuraram foi o psicdlogo, ja ale- ‘gando que, diante do exposto pela escola e de acordo com o que pes- uisaram e conversaram com conhecidos, entenderam que a crianca precisa de um acompantamento psicol6gico urgente, pois possui 0 Transtorno de Déficit de Atencio e Hiperatividade. Desta forma, como oPsicblogo devera se posicionardiante desses pais, ue afirmam com convicgéo sobre diagnéstico da filha? CO PRIMEIRO ATENDIMENTO REFERENCIAS HALEY, J. Psicoterapia Familiar. um enfoque centrado no proble- ma. Belo Horizonte: Interlivros.1979. D’ACRI, G. C. M. R. Reflexdes sobre o contrato terapéutico como instrumento de autorregulago do terapeuta. Revista da Aborda- gem Gestéitica. 2009. NEUBERN, M. S.O terapeuta e 0 contrato terapéutico: em busca de possibilidades. Estud. pesqui,psicol, Rio de Janeiro. 2010. Xill Plendrio do Conselho Federal de Psicologia, Cédigo de Etica Profissional do Psicélogo. Brasilia, 2005. CAPITULO 2 A CONDUGAO DO PROCESSO PSICOTERAPEUTICO } O.que vocé ird ver nesse capitulo: \ © Quais os principals desafose llemas éticos da prética clinica? © _Declaragio, Atestado, Relat6rio, Laudo ou Parecer? Quando | como usar cada um? ‘ 2.1 QUAIS OS PRINCIPAIS DESAFIOS E DILEMAS ETICOS DA PRATICA CLINICA? Imaginamos que vocé jé deve ter ouvido falar muito sobre {tica ou mesmo sobre 0 Cédigo de Etica Profissional do Psicélo- go, certo? Mas 0 que, de fato, é a ética profissional no fazer cl- nico? Como podemos nos assegurar que estamos atuando de forma ética diante da complexidade do trabalho do Psicélogo linico e da diversidade de abordagens tedricas em Psicologia? Bom, para comeco de conversa, devemos considerara ética como um critério fundamental para a definicao e sustentacao do fazer clinico, em que as teorias e as técnicas constituem-se em importantes ferramentas na construgao desse espaco. Tan- toa formacao ética quanto a técnica devem estar presentes no ‘caviruvo2 proceso de formacao do profissional de Psicologia na propria faculdade e nas formacdes posteriores.' Assim, comum que, na graduagao, vocé tenha visto, ou esteja vendo, caso ainda seja estudante, diversas aborda- gens tedricas dentro da Psicologia, e ¢ importante que voce escolha aquela que vai, inicialmente, embasar sua atuacdo enquanto Psicdlogo Clinico, como ird ver no préximo capi- tulo. Cada abordagem tedrica tem sua prépria epistemolo- gia e concep¢o quanto a conducao do processo psicotera- péutico e o que é considerado um “bom psicoterapeuta’. No entanto, vale ressaltar que toda técnica deve ser ética acima de tudo.’ A partir disso, vocé deve ter vivenciado, desde a faculda- de, um processo de conversio e aplicacao técnica dos conhe- cimentos tedricos, mas Pantaleao e Baia’, apoiadas nas ideias de Figueiredo, ressaltam que esse processo unidirecional nem sempre corresponde com a pratica do Psicélogo, podendo, mui- tas vezes, apiesentar-se de uma maneira simplista para o fazer linico. Isso porque a experiéncia pratica se apresenta frequen- temente como algo muito mais complexo do que a mera aplica~ G20 do conhecimento tebrico, , muitas vezes, nos deparamos com dilemas com os quais nao estamos preparados para lidar. Por isso, pensamos, de maneira mais abrangente, nos princi pais dilemas que permeiam a pritica clinica ea melhor conduco ética com base no Cédigo de Etica Profissional do Psicdlogo?, que vvocé também pode encontrar no final desse livro. Para facilitar seu entendimento, iremios colocé-los em t6picos a seguir: 1, Encaminhamento: de acordo com a alinea b) do art. 1° do ‘Cédigo de Etica Profissional do Psicélogo®, é dever do Psicé- logo “assumir responsabilidades profissionais somente por atividades para as quais esteja capacitado pessoal, tedrica e tecnicamente’ Isso exige de nds a responsabilidade de reconhecermos nossos limites profissionais e pessoais. Mui- tas vezes, podemos nos deparar com demandas que esto além do nosso dominio teérico e técnico ou que tocam em 'ACONDUGRO DO PROCESSO PSICOTERAPEUTICO questdes pessoais e nos paralisam. Por isso, é fundamental que haja um investimento pessoal e profissional continuo por parte do psicélogo, desde antes de se langar na clini: «a, através da formacdo, supervisio e psicoterapia, como vocé veré no capitulo seguinte. Mas vamos imaginar que, mesmo com todo 0 preparo e investimento, vocé chegou a conclusdo de que, por algum dos motivos acima, ndo se sente capacitado para continuar acompanhando determi nado paciente... Entdo o que fazer? Bom, de acordo com a alinea k) do mesmo artigo, vocé tem 0 dever de “sugerir servicos de outros psicélogos, sempre que, por motivos jus- tificaveis, no puderem ser continuados pelo profissional que os assumiu inicialmente, fornecendo ao seu substituto as informacdes necessérias a continuidade do trabalho” Outras praticas: Existem algumas praticas que ndo so re- gulamentadas pelo Conselho Federal de Psicologia e, por- tanto, nao podem estar associadas ao servico do Psicélogo. De acordo com a alinea c) do Art. 19, é dever do Psicélogo *prestar servicos psicolégicos de qualidade, em condicbes de trabalho dignas e apropriadas & natureza desses servicos, ttilizando principios, conhecimentos e técnicas reconheci damente fundamentados na ciéncia psicolégica, na ética e fa legislagao profissional’, Naalinea f) do art. 2°, também diz que é vedado ao Psicélogo “prestar servicos ou vincular o titulo de psicélogo a servicos de atendimento psicolégico cujos procedimentos, técnicas e meios ndo estejam regu- lamentados ou reconhecidos pela profissio’: Entéo, fique sempre atento a quais so as praticas e técnicas reconhes das pelo Conselho.? rengas e religiao: Néo precisamios nem dizer que religiao Psicologia sao coisas que no combinam, no é mesmo? As- sim como qualquer outra crenga ou convicsao politica, flosé- fica, moral, ideol6gica, de orientagéo sexual ou qualquer tipo de preconceito. E, portanto, nada disso pode ser induzido no exercicio da pratica psicolégica, conforme alinea b) do art. 2°, catraw02 ‘Até porque, de acordo com a alinea a) do mesmo artigo, € ve- dado ao Psicélogo ‘ 0 seu descumprimento, assim como de qualquer outro ponto desse cédigo, pode re- sultar ern medidas punitivas para o profissional.? Vamos supor que um pa- ciente te procure relatando que jé faz psicoterapia com outro profissional, mas que gostaria de realizar o acompanhamento ‘com vocé em paralelo, pois ele acredita que, por se tratarem deabordagens diferentes, podem ser complementares.O que « fazer diante dessa situa¢ao? Em primeiro lugar, vocé precisa saber que, pelo Codigo de Etica Profissional do Psicélogo’, isso NAO € permitido. E, ainda que voceé tenha acesso a informacao de que 0 paciente jé realiza psicoterapia com outro profissio- nalapenas no decorrer do processo, deve interromperimedia- tamente. Isso no se aplica, no entanto, a situagdes em que o paciente fealiza psicoterapia individual com vocé e psicotera- pia familiar ou de casal com outro profissional, por exemplo, visto que, nesse caso, se tratam de processos diferentes. Por isso, 0 Cédigo de Etica aborda, no art. 7, sobre as situacSes em que 0 psicélogo poderd intervir na prestagio de servicos psi- colégicos que estejam sendo efetuados por outro profissional. De acordo com 0 cédigo, isso ¢ permitide soment A pedido do profissional responsavel pelo servico; Em caso de emergéncia ou risco ao beneficidrio ou usu- rio do servico, quando dara imediata ciéncia a0 profis- sional; ‘ Quando informado expressamente e, por qualquer uma, das partes, da interrupcao voluntaria e definitiva do ser- vigo; Em casos de trabalho multiprofissional quando a inter- vencao fizer parte da metodologia adotada. 5, Atendimento a criangas e adolescentes: Se voce atende ctianga ou adolescente, é importante estar atento ao art. 8°. |ACONDUGAO 0 PROCESSO PSICOTERAPEUTICO Nele consta que, “para realizar atendimento nao eventual de crianga, adolescente ou interdito, 0 psicblogo deverd obter autorizagéo de ao menos um de seus responsdveis, observadas as determinacées da legislacao vigente’? Na autorizagdo, deve constar nome completo e RG do(s) res- onsdvel(is), nome completo e RG do paciente atendido, nome completo e CRP do Psicdlogo. A autorizacao deve ser assinada pelo(s) responsdvel(is) e pelo Psicélogo, com ca- rimbo ou papel timbrado constando o niimero do CRP. lo profissional é um dos temas mais aborda- dos em Psicologia, mas, ainda assim, motivo de dividas para muitos profi Sabe-se que ¢ “dever do psicé taro sigi iona por mi jencialidade, conforme descrito no art. 9°. Porém, o que fazer quando a in- formacao compartilhada coloca em risco 0 paciente ou outra pessoa? Ou quando ela fere os principios fundamentals do proprio Cédigo? Pelo art. 10, Nesse caso, deverd prestar ape- ‘nas as informacées estritamente necessérias. Isso 6 comum, por exemplo, em casos de ideacdo suicida. Vamos imaginar que um paciente expresse sua intengo em.cometer um sui- cidio. Nesse caso, vocé pode (e devel) acionar alguém proxi- mo a ele. Isso deve ser feito em transparéncia com o prépr paciente, informando que precisara compartilhar essa infor- macdo com alguém que possa ajud-lo. Vocé pode, inclusive, pedir ao proprio paciente que escolha quem serd essa pessoa (ou pessoas), como uma rede de apoio. No que se refere a0 atendimento a crianga, ao adolescente ou ao interdito, vale ressaltar que deve ser comunicado aos responsdveis somen- caviro2 teas informagées que forem estritamente essenciais para se promoverem medidas em seu beneficio, conforme consta no art, 132 Por fim, algo importante a ser destacado ¢ o atendimento a familia- res ou amigos de pacientes. Nao é incomum relatos de con- juges que realizam psicoterapia individual com o mesmo pPsicélogo. Embora 0 Cédigo de Etica Profissional nao seja totalmente direto nesse aspecto, aalinea j) do art. 2° ressalta que é vedado ao Psicdlogo “estabelecer com a pessoa aten- dida, familiar ou terceiro, que tenha vinculo com 0 atendido, relagdo que possa interferir negativamente nos objetivos do servico prestado’ Assim, o mais recomendado, nesses casos, encaminhar para outro profissional? Pensando nos dilemas éticos mais comuns da pratica clini- ‘ca, trouxemos um Caso Clinico na préxima pagina para voce treinar, vamos ld? ‘A CONDUGAO DO PROCESSO PSICOTERAPEUTICO Caio tem 25 anos e recorreu A terapia com o seguinte pedido: “quero deixar de ser gay’. Ele relata que, desde muito pequeno, jé notava seu Interesse por meninos e que, na adolescéncia, isso ficou ainda mais ‘vidente. Disse que, nesse perfodo, tentou se relacionar com meninas, ‘hegando a namorar, por quase 2 anos, com uma colega de sala, Noen- tanto, conta que se sentia infeliz e tinha dificuldades para manter re- lacbes sexuais, pis s6 conseguia quando pensava em outros rapazes. Disse que chegoua beijar um amigo em uma festa, mas nunca mante- We relagdes sexuais com outros homens. No entanto, esse desejo ver ficando cada vez maiore ele tem muito medo de que seus familiares € amigos descubram, pois percebe o quanto s30 preconceituasos, sobre- tudo diante do contexto sécio-politico atual. Isso tem lhe causado um Sofrimento muito grande, e, porconta disso, disse que tem evitadosair tle casa, se isolando e chegando a pensar em suicfdio. Diante do caso descrito, e considerando os principioséticos discutidos Aanteriormente, qual a melhor condugo por parte dota) Psicblogota)? ceaviruto2 ons Ee ees Pere ee Seer ser a) Se Pore ae pers Esses dilemas constituem-se apenas em alguns daqueles com os ‘quais voc® id se deparar ao longo da sua atuacao clinica, a 0 Cédigo de Etica Profissional do Psicélogo seja a prin ‘menta para saber como conduzir da melhor forma essas situacoes, importante que tenhamos claro que a atitude ética nao deriva apenas dos conhecimentos técnicos e tedricos, mas, principalmen- te,“da forma de estar no mundo’ que se reflete no fazer clinico, Por isso, ¢ fundamental que vocé busque desenvolver tam- bém sua consciéncia critica ea capacidade de refletir acerca do contexto sécio-hist6rico-cultural sobre o qual esta intervindo, reinventando-se a todo momento e dialogando com as teorias sobre as quais se apoia. Devemos pensar na postura ética, em primeiro lugar, como aquela que seja capaz de acolher e dar morada &s diversas formas de ser e estar no mundo.’ A nossa profisséo nos permite oferecer alguns tipos de do- cumentos com objetivos diversos, dentro de condi¢des con- leradas éticas, resquardando informacées importantes dos ‘nossos pacientes. 'ACONDUGAO DO PROCESSO PSICOTERAPELTICO Para isso, 0 Conselho Federal da Psicologia, no dia 29 de Inarco de 2019, divulgou a nova Resolucao n° 6, que institui as fegras para a elaboracdo de documentos escritos produzidos elola) Psicdlogola) no exercicio da sua profissdo, fornecen- do 0s subsidios éticos e técnicos necessérios para a producao qualificada da comunicagao escrita e revogando as Resoluges fanteriores n° 04/2019, n° 07/2003 e a Resolucéo n° 15/1996. Nesta Resolucio, constam os principios fundamentais para @laboracao dos documentos, as diferentes modalidades, o ‘onceito, a finalidade e a estrutura de cada uma, bem como as ‘eondiicées de guarda, o destino, envio e prazo de validade dos Wocumentos, incluindo também a entrevista devolutiva. Vale ressaltar que, para elaboracao desses documentos, 105 Psicélogos, além de seguirem os principios fundamentals, lambém deverdo se apropriar das técnicas da linguagem es- {ita, bem como dos principios éticos, técnicos e cientificos da piofissio? ‘Assim, 0 manual destaca cinco modalidades de documen- 108: Declaracao, Atestado Psicolégico, Relat6rio (Psicolégico ou Multiprofissional), Laudo Psicolégico e Parecer Psicol6gico. A ‘equir,iremos descrever e exemplificar cada um desses docu- Mentos para que fique ainda mais facil na hora de elaboré-los! ‘A Declaragio é um documento mais sucinto que tem como finalidade declarar informagées objetivas relacionadas ao aten- dimento psicolégico, como comparecimento do atendido e/ ‘0u acompanhante, acompanhamento psicolégico realizado ou f¢m andamento, bem como informagoes sobre as condigées do fitendimento, como tempo de acompanhamento, local, dias € horérios, nao devendo conter registro de sintomas, situagdes ou @stade cos do.atendiido. Assim, o documento deve con- {er, no titulo, a palavra "Declaraco" e expor, a0 longo do texto, 0 home completo ou social do solictante, a finalidade e o registro das informagées solicitadas, concluindo com a indicacao do local, data de emissio, carimbo e com 0 nome completo do Psicélo- (ola) acrescido de sua inscrigdo profissional e assinatura? cantruvo2 DECLARACGAO Declaro, para fins de comprovacao, que NOME COMPLETO ‘OU SOCIAL DOA) PACIENTE, inscrito sob o NUMERO DO RG, realiza acompanhamento psicolégico semanalmente, ESPECI- FICAGAO DO DIA E HORARIO, desde DATA até o presente mo- mento, sob meus cuidados profissionais. CIDADE, DATA, MES E ANO. < ASSINATURA DO PSICOLOGO CARIMBO (Nome e sobrenome do Psicélogo/N° da inscri- 80 no CRP) ° por outro lado, é emitido para cer- tificar uma situac30 ou estado psicolégico do paciente, com fundamento em um diagnéstico psicolégico, a fim de justificar faltas e/ou impedimentos, se esté apto ou nao para atividades especificas ou solicitar afastamento e/ou dispensa de alguma atividade, devendo se ase nos jos d E um documento simples, que deve conter apenas os fatos constatados. A sua estrutura é composta pelo titulo "Atestado Psicologico’, o nome completo ou social da pessoa atendida, a identificacao de quem solicitou 0 documento (como o Poder Judicidrio, escola, empresa, o préprio paciente, etc), a finalida-” de ou motivo do pedido e os sintomas, situacao ou condigbes psicol6gicas que justifiquem 0 atendimento, afastamento ou falta (diferentemente da Declaracéo). O Psicélogo(a) pode fa~ Zer uso da Classificagao Internacional de Doencas (CID) ou ou- tras ClassificacSes de diagnéstico reconhecidas quando julgar necessério. Ao final, deve conter o local e data da expedicéo, |ACONDUGKO DO PROCESSO PSICOTERAPEUTICO, €arimbo contendo o nome completo do Psicélogota) e sua ins- rigdo no CRP e assinatura? E importante ressaltar que o documento deve ser transcri- to de forma corrida, ou seja, separado apenas pela pontuacéo, Sem pardgrafos, para evitar o risco de adulteracao. Caso seja Inecessario o uso de pardgrafos, deve-se preencher os espacos G0m tracos. O psicdlogo devera manter guardado o Relatério (0u: Laudo Psicolégico, os instrumentos utilizados para reali- tagio do proceso de Avaliacao Psicolégica e qualquer outro documento que justifique a emissao do Atestado,, pois os Con- selhos Regionais podem, no prazo de até cinco anos, solicitar W apresentacao da fundamentago técnico-cientifca do ates- tado.’ ICOLOGICO testo, para fins de comprovacéo junto 8 IDENTIFICACAO. DO SOLICITANTE, que, apés realizacao do proceso de Ava- Mlagdo Psicolégica e Psicodiagnéstico, NOME COMPLETO OU SOCIAL DO(A) PACIENTE, inscrito sob o NUMERO DO RG, en- fontra-se em acompanhamento psicolégico para tratar de slntomas compativeis com o Transtorno de Déficit de Atencao, ecessitando que a instituicdo de ensino se baseie nos precei 10s da educacdo inclusiva. CIDADE, DATA, MES E ANO. ASSINATURA DO PSICOLOGO CARIMBO (Nome e sobrenome do Psicélogo/N° da inscri- ‘ghono CRP) 0 Relatério Psicolégico é um documento escrito que tem ‘como objetivo comunicar a atuacao do profissional de psico- Jogia em determinado processo de trabalho jé realizado ou cavirii02 em andamento, “podendo gerar orientagdes, recomendacées, encaminhamentos e intervengées pertinentes & situacéo des- critat, sem, no entanto, ter a finalidade de produzir um diag- néstico psicolégico? Esse é um documento de valor técnico-cientifico e deve, portanto, ser claro, detalhado, preciso e didatico, para que seja acessivel e compreensivel,ao destinatario, Nele deve se expli- citar a demanda, os procedimentos realizados, 0 raciocinio do profissional e os preceitos técnicos e cientificos da profissdo nos quais ele se embasou, bem como suas conclusées e/ou re- comendacées, considerando sempre as determinagées histori- » as, sociais, politicas e culturais do contexto no qual a pessoa atendida esteja inserida.? 0 Relatério Psicol6gico ¢ dividido em cinco partes, poden- do ser escrito em forma de itens ou texto corrido, desde que abarque todas as informacdes necessérias. Vale ressaltar que nao deve ser feito o registro literal das sessées, a menos que haja uma justificativa técnica para isso? A primeira parte é a Identificacdio, que deve conter 0 titulo, ‘© nome completo ou social da pessoa atendida, a identifica- ‘¢do de quem solicitou o documento (como 0 Poder Judiciario, ‘empresas, instituic6es puiblicas ou privadas, o proprio paciente etc), a finalidade/descrigo do motivo do pedido ea identifica- 40 do Psicélogota) autor(a) do documento, com seu nome intimero da inscrigéo no Conselho Regional de Psicologia? Na segunda parte seré realizada a Descricdo da Demanda, ou seja, deverdo ser descritas as informagées acerca dos moti- ‘vos que levaram a busca pelo proceso de trabalho realizado pelo(a) Psicélogo(a), indicando quem forneceu as informacdes eo que levou a solicitacdo do documento, bem como justifi- cando o processo de trabalho e os procedimentos que foram ilizados na prestagdo do servico psicolégico, com base em um referencial técnico-cientifico? Na parte do Procedimento, deverdo ser descritos os recursos e técnicas que foram utilizados para realizar o levantamento ‘ACONDUGKO DO PROCESSO PSICOTERAPEUTICO dos dados, especificando o raciocinio técnico-cientifico que Justifica 0 processo de trabalho realizado eo referencial tedrico metodolégico que fundamentou suas andlises, as interpreta- bes e as conclusdes. . Cabe ao profissional detalhar o niimero ‘#0 tempo de duracdo das sess6es, os envolvidos, as pessoas ‘uvidas etc, fundamentando-os em um referencial tedrico € Metodéligco. Ja na quarta parte, serd realizada a Andlise, ou seja, é nesse Momento que as caracteristicas e informacées mais relevan- {es, bem como a evolucdo do trabalho realizado deverdo ser Wescritas de maneira narrativa, descritiva e analitica, , basean- do'se em um pensamento sistémico sobre os dados colhidos ¢ fundamentadas tedrica e tecnicamente, relatando somente o ‘que for necessério para o esclarecimento do encaminhamen- 10, conforme consta no nosso Cédigo de Etica. Fique atento(a) [para no colocar nenhuma afirmacdo sem identificar a fonte ‘Ou sem se apoiar em fatos e/ou teorias!” Na ultima parte do documento, a Conclusio, 0 Psicélogoa) Itd expor suas consideragées finais baseando-se na andlise re- Alizada anteriormente e “considerando a natureza dinamica e Ilo cristalizada do seu objeto de estudo. Na Conclusao pode “eonstar encaminhamento, orientacao e sugesto de continu ade do atendimento ou acolhimento” Ao final, deve indicar ‘local e a data da emissao do Relatério Psicolégico, carimbo ‘com o nome completo do profissional e seu ntimero de inscri- ‘ghono CRP.assinando na tltima pagina e rubricando em todas fs outras laudas.? caviruio2 RELATORIO PSICOLOGICO (Case ficticio) LLIDENTIFICAGAO. PESSOA ATENDIDA: Nome completo ou sociale, quando necessério, outrasinfor= macBes demograficas SOLICITANTE:IdentficacBo de quem solicitou 0 documento. FINALIDADE: Descrcio do motivo do pedido. [AUTOR(A!: Nome e sobrenome dola)Psiclogola) responsivel pela elaboracdo do documento e sua respectvainscriglo no CRP. DESCRIGAO DA DEMANDA Diante da apresentacio de choro fic, tristeza e falta de motivacao para realizar ‘suas atividades no cotdiano escola, a adolescente fol encaminhada para acom= ‘panhamento psicologico pelainstitulgdo de ensino. ‘familia recanhece o comportamento descito pela escola, erlata ter agenda ‘do-uma consulta com o psiquiatra da familia, visto que os pas fazem acompa- rnhamento com esse profssional devido a Depressio apresentada pela me ¢ a0 Transtorno Bipolar do Humor apresentado pelo pal IM, PROCEDIMENTO Durante as sess6es, que sio realizadas semanalmente, € possuem 3 duragd0 rméelia de 50 minutos estdo sendo realizadasalgumas aividades com foco para emogées, como baralhosterapéuticos atividades que envolvem a autoestima, @ instrumentos psicoligicas, como as Prdmides Coloridas de Pfister, com a final dade de entender o processo pela qual a paciente esta passando no momento, Foram relizados também contatos com os pais ea escola IV.ANAUISE Neste tépico, 0 Psicdlogoirédiscorter sobre os dados colhidos a partir das ativ- dades ealzadas, bem como sobre os fatores observados no contato com 05 pals aadolescente ea escola. € importante fundamentar suas andlses nos referencials te6ricos existentes, fazendo as devidas associagbes e considerando © contexto sécio-histérco-cultual em que o pacienteestéinserdo, V.CONCLUSAO Com base na demanda trazida © nas andlises realizadas, 0 Psicblogo ird expor ‘resultado e consideragbes decorrentes do processo psicoterapéutico e os de- vidos encaminhamentos,incluindo a necessidade de continuldade do acompa- rnhamento, CIDADE, DATA, MES E ANO. ASSINATURA DO PSICOLOGO ‘CARIMBO (Nome e sobrenome do Psicdlogo/N® da inscrigdo no CRP), 'ACONDUGAO DO PROCESSO PSICOTERAPEUTICO © Relatério Multiprofissional é um documento produzi- "lo. quando o Psicélogo(a) atua em equipes multiprofissionais, Wodendo ter a contribuicdo de profissionais de outras areas, eile que preserve a autonomia e a ética de cada profissio. Wf sua elaboracao, o profissional deverd se atentar as mes- ‘Mas caracteristicas do Relatério Psicolégico, devendo registrar is Informacdes necessarias para o cumprimento dos objetivos ‘Mtuacao profissional, resguardando o caréter do documen- {como registro e forma de atuacéo em equipe, considerando. isigilo profissional conforme descrito no Codigo de Etica Pro- onal’? ‘Assim, para nao ficar repetitivo, vamos listar abaixo as pri ‘Wpais diferencas em relacao do Relatério Psicolégico?: J) Na parte da Identificacéo do autor, deve-se colocar 0 nome de todos os profissionais envolvidos na elabora- go do documento, identificando as suas categorias pro- fissionais e o numero de inscri¢ao no respectivo 6rgéo de classe. Na parte do Procedimento, caso haja procedimentos ou técnicas especificas da profissao, devem estar separadas das descritas pelos outros profissionais. Na parte da Anilise, o ideal é que cada profissional faga ‘sua andlise separadamente, destacando com um subti- tulo que conste o nome e a categoria do profissional. Por fim, a Conclusao pode ser realizada em conjunto, principalmente quando 0 processo de trabalho tiver sido realizado de maneira interdisciplinar. OS rn niet COL OL TO eee esac ea ace tL Tee

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