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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO

UNIDADE ACADÊMICA DE SERRA TALHADA

LICENCIATURA EM QUÍMICA

FÍSICO-QUÍMICA EXPERIMENTAL 2

Roteiro da prática experimental 01:

Forças Intermoleculares: como identificar as interações a olho nú?

Discentes: Maria Clara Santiago da Silva

Isadora Cavalcante Josino

Andresa Vitória Alves Leal de Souza

SERRA TALHADA

17/10/2023
MARIA CLARA SANTIAGO DA SILVA

ISADORA CAVALCANTE JOSINO

ANDRESA VITÓRIA ALVES LEAL DE SOUZA

Roteiro prática experimental 01:

Forças Intermoleculares: como identificar as interações a olho nú?

Trabalho apresentado à disciplina de Físico-Química


Experimental 2, como parte dos requisitos para obtenção
da nota da Primeira Verificação de Aprendizagem no
período letivo 2023.1.

Docente: Dr. Antônio Carlos de Souza.

SERRA TALHADA

17/10/2023
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Data: 07/10/2023
Horário: 17:00
Temperatura: 34 °C ou 307,15 K
Pressão: 1010hPa

1. INTRODUÇÃO
As soluções e substâncias são formadas através das interações das moléculas, ou seja,
das forças intermoleculares que podem ser conceituadas como sendo as forças atrativas entre
as moléculas que são obrigadas a permanecer perto uma das outras em seus estados sólido,
líquido ou gasoso. Essas forças intermoleculares também são conhecidas como forças
intermoleculares de Van der Waal. São estas forças que ficam responsáveis por manter as
partículas constituintes das substâncias coesas e unidas em suas respectivas fases.
As forças intermoleculares são classificadas em 4 tipos que variam conforme a
intensidade, dentre elas temos: força íon-dipolo; forças dipolo-dipolo; forças de dispersão de
London e ligação de hidrogênio. Todas essas forças citadas podem agir como partículas do
soluto e do solvente em uma solução, por exemplo forças de íon - dipolo são predominantes
em soluções de substâncias iônicas como o cloreto de sódio (NaCl - sal de cozinha) como
mostra a imagem 1 abaixo. Já as forças de dispersão predominam quando temos uma
substância apolar dissolvendo uma outra substância apolar.
Imagem 1: Interação intermolecular

Fonte: DocPlayer (2017).


Além disso, podemos falar que as moléculas de água são polares, com cargas parciais
positivas nos hidrogênios e uma carga parcial negativa no oxigênio. Os hidrogênios da água
por meio de ligações (forças intermoleculares), como mostra a imagem 2, causam um
fenômeno chamado de tensão superficial.
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Imagem 2: Interação intermolecular da água

Fonte: Toda matéria (2017)

Diante disso, a tensão superficial pode ser definida como a propriedade da superfície de
um líquido que lhe permite resistir a uma força externa, diante da natureza coesiva das
moléculas. Essa tensão superficial segundo Atkins et al (2018) faz com que os objetos pequenos
“flutuam” na superfície de um líquido, neste caso, estamos falando da água, desde que o objeto
em questão não consiga romper e separar a camada superior de moléculas de água.
Ao ser adicionado uma gota de detergente por exemplo, no momento que ela entra em
contato com a água o objeto se repelem e/ou afunda, isso se dá porque ao tentar se afastar das
moléculas de água, as extremidades apolares das moléculas de detergente se direcionam para a
superfície da água, enfraquecendo as interações entre as moléculas de água da superfície,
reduzindo então a tensão superficial.
Mediante isso, como a água é um composto polar, o polo positivo de uma molécula atrai
o pólo negativo de outra, dessa forma resulta em uma atração eletrostática. E essa atração é a
chamada de ligação de hidrogênio ou também conhecida como ligação de hidrogênio, e elas
ocorrem entre os átomos de hidrogênio com oxigênio, nitrogênio ou flúor.
Essas interações da água são ligadas pela ligação de hidrogênio, que segundo Atkins et
al (2018), essa ligação é uma interação atrativa que ocorrem de duas espécies da ligação da
forma A – H — B, na qual A e B são os elementos mais eletronegativos e o B tem o par isolado
de elétrons. É comum que a ligação de hidrogênio seja limitada apenas aos elementos N, O e F.
Mas, se o B for aniônico, ele também pode participar da ligação de hidrogênio. Essa ligação de
hidrogênio ocorre tanto pela aproximação de duas cargas parciais, ou seja, uma carga positiva
e uma carga negativa, assim como pela formação de um orbital molecular deslocalizado.
Ainda segundo os autores, essas ligações podem ser definidas como simétricas ou
assimétricas. Uma ligação de hidrogênio simétrica é quando o átomo de H fica na metade da
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distância entre os dois átomos, por ser uma ligação rara, ela ocorre nos F-H–F-. Já a ligação de
hidrogênio assimétrica ocorre quando a ligação A-H é menor do que a ligação H–B.
Podemos entender então, que as moléculas de água possuem coesão e adesão, assim
como possuem a tensão superficial. Como supracitado acima, a coesão é a capacidade das
moléculas da substância permanecer unida, nesse caso, a água, resistindo a separação. Ademais,
essas moléculas são ligadas pelas pontes de hidrogênio também conhecidas como ligações de
hidrogênio. A água não só possui as forças de coesão, ela também pode aderir a outras
moléculas, isso ocorre devido a sua polaridade, por tender a atrair e ser atraída por moléculas
polares, e essa atração é chamada de adesão. Segundo Atkins et al (2018), a coesão e adesão
são a aderência que as moléculas da água possuem, respectivamente, umas pelas outras e com
outras substâncias. As moléculas de água (polares) não ligam-se com moléculas apolares, ou
seja, não ocorre adesão alguma.

2. OBJETIVOS

● Observar os efeitos intermoleculares a olho nú;


● Perceber a ligação de hidrogênio e a tensão superficial através dos efeitos/resultados dos
experimentos.

3. MATERIAIS E REAGENTES

➔ Bacia de plástico pequena;


➔ Copo de vidro;
➔ Prato fundo;
➔ Arame;
➔ Linha de costura;
➔ Agulha;
➔ Barbante;
➔ Tesoura;
➔ Água de torneira;
➔ Detergente;
➔ Papel sulfite A4;
➔ Palito de dente;
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➔ Orégano.

4. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

Experimento 1:
- Utilize um recipiente (bacia, prato ou copo de vidro) raso com água e em seguida
coloque um corpo de flutuante (palito de dente ou orégano) nesse recipiente, faça a
primeira observação.
- Após a adição do corpo flutuante, com o auxílio de um detergente, adicione uma gota
pela borda do recipiente e deixe que escorra e entre em contato com a água.
- OBS: a gota de detergente não pode entrar em contato direto com a água, por isso
a adição dele tem que ser pelas bordas.
- Em seguida, observe o detergente entrar em contato com a água e anote o que ocorreu.
- Para confirmar se realmente ocorreu alguma coisa, vai repetir o mesmo procedimento
utilizando outro corpo flutuante (papel sulfite A4) no mesmo recipiente e adicione
detergente na borda do recipiente.

Experimento 2:
- Com um arame, dobre ele em um formato de círculo e com o que sobrar faça um cabo
em contato com esse círculo (como uma espuma de sopro);
- Em seguida, utilize o barbante e envolva em todo o arame;
- Posteriormente, utilize um recipiente, como uma bacia por exemplo e adicione água e
detergente e mexe, até que veja espuma;
- Utilizando uma tesoura, corte um pedaço de linha e faça um laço;
- Com a “espuma de sopro” coloque no recipiente até que ele saia com um disco de sabão
(formando uma película/filme de sabão). Em seguida, adicione o pedaço da linha na
bolha e com uma agulha fure a bolha dentro da linha.
- Observe o que acontece, anote e registre tudo.

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

No primeiro experimento foi observado que mesmo utilizando corpos flutuantes e


recipientes diferentes, ao adicionar um pouco de detergente nas bordas dos recipientes ocorre o
mesmo fenômeno nos três casos, eles se repelem, como pode se observar nas imagens abaixo.
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Imagem 3: Palito de dente (de madeira) antes e depois do detergente

Fonte: Autores (2023)

Imagem 4: Orégano antes e depois do detergente

Fonte: Autores (2023)

Imagem 5: Papel sulfite A4 antes e depois do detergente

Fonte: Autores (2023)

Nos três casos observa-se que os corpos flutuantes que estão parados vão em direção
oposta de onde o detergente entrou em contato com a água (se repelem) e no caso do papel ao
aumentar a umectância com o detergente além de se repelir para longe do detergente o mesmo
afundou porque o papel absorveu a água por causa do rompimento de algumas ligações de
hidrogênio água-água (força de adesão) acabou aderindo ao papel. A razão é que o detergente
é a causa da redução da tensão superficial da água nesta área, fazendo com que esses corpos
repelem-se. A introdução de substâncias polares na água aumenta sua tensão superficial, já a
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quantidade de substâncias não polares, como detergentes, é reduzida. A estrutura molecular dos
detergentes possui partes polares e partes apolares, como mostra a imagem 6 abaixo. A parte
apolar do detergente atrai moléculas apolares, já a parte polar está próxima de moléculas de
água (polares), sendo capaz de interagir entre si. Ao tentar ficar longe das moléculas de água,
as extremidades apolares das moléculas de detergente apontam para superfície da água, a
interação entre as moléculas de água enfraquece a superfície, reduzindo a tensão superficial.
Imagem 6: Estrutura molecular do detergente.

Fonte: Mundo Educação (2019).


No segundo experimento, ao introduzir a linha molhada, já que quando um objeto seco
entra em contato na película da bolha, vai atravessar a mesma ocasionando na bolha sendo
estourada. Dessa forma com a linha molhada vai se criando uma camada fina de água ao redor
dela, o que impede que a linha encoste diretamente na bolha, isso se dá pela a adesão presente
nas moléculas da água possuem, respectivamente, umas pelas outras moléculas e com outras
substâncias polares. Como pode observar na imagem abaixo.

Imagem 7: Disco (película/filme) de sabão com um buraco

Fonte: Autores (2023)

Como as bolhas não são estáveis em água pura (sem surfactante), devido à tensão
superficial. As moléculas de água são fortemente atraídas por outras moléculas de água, devido
às forças elétricas dipolares. Consequentemente, é necessária energia para formar uma interface
água-ar, porque para isso todas as moléculas de água na nova superfície devem ser separadas
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de outras moléculas de água. Devido a esta energia, as interfaces água-ar contraem-se


espontaneamente. Quando os surfactantes estão presentes, entretanto, eles ficam concentrados
na superfície.
Assim as moléculas de água e de detergente (surfactante) da bolha vai se “agarrar” com
a molécula de água da linha e dessa forma a linha acaba fazendo parte da bolha, então ao
estourar a bolha dentro da linha, todas as moléculas da bolha vão se puxar de uma vez só, e
como as moléculas do sabão se ligam às moléculas de água da linha vão puxar a linha também,
como a linha está cercada de moléculas a mesma vai ser puxada para todos os lados por isso
que forma um círculo “perfeito”.
Na imagem 7, logo acima as moléculas de água permanecem unidas, esse fenômeno
identificado é a coesão, mesmo ocorrendo essa separação que se dá pelo furo formado com a
agulha, é possível notar nitidamente na imagem essa restrição à separação. Apesar desse “furo”
somente no interior do círculo da linha, as moléculas de água se separam, as que estão entre o
arco e o círculo da linha permanecem juntas.

6. CONCLUSÃO
Conclui-se que, o objetivo do experimento foi alcançado, pois foi possível observar os
efeitos intermoleculares a olho nu, como por exemplo ao adicionar a gota de detergente ao
recipiente com água, o papel se repeliu. Também foi possível identificar que a tensão superficial
da água ao ser formado bolhas e adicionado a linha em cima dela. Esse experimento, que foi
elaborado, é muito importante para o ramo da química, pelo fato de se estudar sobre as
interações intermoleculares, ligações de hidrogênio e tensão superficial. Além de ser adaptado
para utilizar no ensino médio,

7. REFERÊNCIAS
ATKINS, P.; DE PAULA, J.; SMITH, D. Físico-Química: Fundamentos. 6. ed. Rio de Janeiro:
LTC, 2018.
ATKINS, P.; JONES, L.; LAVERMAN, L. Princípios de Química: Questionando a vida
moderna e o meio ambiente. 7. ed. Porto Alegre: Bookman, 2018.
BROWN, T. L.; et al. Química: ciência central. 13. ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil,
2016.

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