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2020 R3 CIR 01 - R3 Materiais Cirúrgicos e Novas Tecnologias
2020 R3 CIR 01 - R3 Materiais Cirúrgicos e Novas Tecnologias
Agulhas
1. Sintéticas: polipropileno (Marlex®), poliéster, PTFE e
combinadas.
1. Atraumáticas: também chamadas de cilíndricas ou não
cortantes. Mais utilizadas em vasos, vísceras e 2. Biológicas: Surgisis®.
estruturas delicadas.
2. Síntese: porta-agulhas.
Videolaparoscopia
3. Hemostasia: Kelly, Crille, Halsted e Mixter.
4. Preensão: pinça dente de rato, pinça anatômica, Duval, 1. Vantagens: redução da REMIT, preservação da
Allis, Babcock, Foerster, Backhaus e Cheron. imunidade celular inata, preservação da função
pulmonar, menor íleo paralítico, menor índice de
5. Afastadores: Farabeuf, Doyen, valva suprapúbica,
infecção de feridas, menor risco de hérnia incisional,
Deaver, Gillies, Balfour, Gosset e Finochietto.
menor incidência de aderências, redução do TEV e
recuperação precoce no período pós-operatório.
Dispositivos de hemostasia
2. Desvantagens: visão em duas dimensões, risco de
FIOS E AGULHAS
Sem dúvida, conhecer os fios e saber como escolhê-los é algo
que deve fazer parte da alma de todo cirurgião e, apesar dos
termos estudados durante a faculdade, não começamos a
residência conhecendo nem metade dos que estão disponíveis
em nossa rotina. Além disso, perguntas sobre fios, junto com
as de videolaparoscopia, lideram as estatísticas em provas de
R3. Por esse motivo, vamos começar essa apostila com uma
revisão completa de todos os fios que utilizamos,
apresentando suas características e situações que costumam
ser empregados.
POLIDIOXANONA (PDS®)
Quanto ao calibre, utilizamos uma linguagem especial.
Quando observamos o número zero na embalagem, na
realidade estamos identificando um padrão seguido pela
indústria. O zero representa 3,5 décimos de milímetro de Por ser mais delicado e resistente que os outros absorvíveis
diâmetro. Sendo assim, temos fios de maior diâmetro (1, 2, 3, (vicryl®, monocryl® e categute), o PDS® pode ser utilizado nas
4, 5, 6, sendo este último o fio de maior diâmetro) e de menor mais diversas situações. Gostamos de brincar que o PDS é o
diâmetro (0,00 [ou 1-0], 000 [ou 2-0], 3-0, 4-0, 5-0, 6-0, 7-0, 8-0, fio "bom pra tudo"! Ganhou importância especial na urologia
9-0, 10-0, 11-0 e 12-0, sendo este último o de menor diâmetro). por ser um fio, ao mesmo tempo, delicado e resistente,
Muito cuidado para não confundir o calibre 00 com 2-0. podendo, portanto, ser utilizado para sutura de vias urinárias
Perceba que o 00 corresponde ao 1-0, enquanto o 000 sem aumentar a formação de cálculos urinários.
corresponde ao 2-0.
POLIPROPILENO (PROLENE®)
POLIAMIDA (MONONYLON®)
O famoso nylon é mais conhecido por ser o fio da pele, mas Exemplos: síntese do subcutâneo, suturas em ginecologia
também pode ser utilizado em outras regiões, como a córnea (ligadura, rafia uterina e sutura em mucosa vaginal), urologia
e nervos (microcirurgia). Utilizado por todas as (vantagem de ser absorvido e diminuir a incidência de litíase
especialidades, mas principalmente pela cirurgia plástica e em vias urinárias), pele (apesar do alto índice de infecção,
oftalmologia. tem a vantagem de ser uma sutura que não precisa ser
removida), anastomoses gastrointestinais, cirurgias
oftalmológicas e de orofaringe (rafia de loja amigdaliana).
Exemplos: síntese da pele, fixação de drenos, sutura da
esclera, córnea e microcirurgias.
ALGODÃO (POLYCOT® e
POLIGLECAPRONE (MONOCRYL® E SUTUPAK®)
CAPROFYL®) Um dos únicos fios que, atualmente, é fornecido com a opção
"com" e "sem" agulha. O Polycot® é a versão com agulha,
Esse material dá origem a dois fios que são utilizados em
enquanto o Sutupak® a versão sem agulha. Ambos são
regiões totalmente diferentes. O monocryl® é especial por ser
utilizados para ligadura vascular, marcações, fixação dos
transparente, sendo assim para ser utilizado no fechamento
campos cirúrgicos na pele, ligadura vascular delicada e
da pele. Por ser absorvível, seus pontos não precisam ser
fixação de alguns drenos.
retirados, como fazemos com o nylon. Sua versão caprofyl®
possui cor violeta, sendo utilizada em mucosas, útero e
peritônio.
SEDA
Exemplos: síntese da pele, sutura uterina, ligadura,
Caiu em desuso, sendo atualmente mais utilizada em
fechamento do peritônio e sutura na cúpula vaginal.
procedimentos odontológicos e oftalmológicos. Por ser um fio
multifilamentar, também possui elevada maleabilidade e
pouco atrito, diminuindo a incidência de lacerações na
a) Seda.
b) Linho.
c) Algodão.
d) Polipropileno.
e) Catgut cromado.
E as agulhas?
Figura 2
Figura 3
Para a realização destas ações principais, é necessário ainda o
auxílio e o campo cirúrgico ideal. E, para isso, temos outros
As agulhas também podem ser divididas quanto ao formato
instrumentos auxiliares como os de preensão e os
em retas e curvas. As retas podem ser utilizadas no trato
afastadores:
gastrointestinal, na reconstrução de tendões e na sutura da
pele, inclusive, facilitando (e muito!) a confecção dos
trabalhosos pontos de Donatti e intradérmicos. A curvatura ➤ Preensão (apreensão) – ex.: pinça anatômica, dente de
das agulhas varia de 1/4 a 5/8 de circunferência. A escolha rato, Backhaus (de campo), Allis, Foerster, Kocher, Cheron,
depende da função e do espaço de manobra. Duval, Babcock etc. É importante observar que esta
classificação não é estanque e que algumas pinças
hemostáticas, especialmente as mais grosseiras, também
podem servir para preensão e serem classificadas em
INSTRUMENTAL alguns manuais desta forma;
➤ Afastadores – ex.: Farabeuf, Doyen, Volkmann, ortostáticos
Este é um tema vasto, quase impossível de ser dominado na
de Gosset, Balfour, Finochietto etc.
íntegra até mesmo pelo mais experiente dos cirurgiões. Mas
fique calmo... Afinal de contas, nada disso costuma aparecer
muito em provas! Vamos agora atentar para cada um destes instrumentais.
Fique atento e procure relacionar o nome com a imagem e a
função.
De qualquer forma, tudo isso faz parte do seu dia a dia e, para
quem ainda não conhece, vale a pena a leitura. Para
facilitarmos a compreensão inicial, iremos dissecar alguns
dos principais instrumentos cirúrgicos utilizados na cirurgia BISTURI
geral, dividindo-os de acordo com os três princípios básicos
das técnicas operatórias: diérese, hemostasia e síntese. É o principal instrumento de diérese. Constituído por um cabo
de tamanho e formato diferenciados em que se encaixam as
lâminas descartáveis. Os cabos de número 3 são indicados
para incisões mais delicadas, suportando lâminas de números
10 a 15, sendo as de números 12, 13 e 14, as menos utilizadas.
Já os de cabo número 4, recebem lâminas maiores de 20 a 25,
sendo que as 23 e 25 são menos utilizadas.
PINÇAS HEMOSTÁTICAS
São instrumentos portadores de travas que permitem o
pinçamento de diversas estruturas. As hemostáticas
apresentam cremalheiras que garantem a preensão entre
duas pás serrilhadas.
PINÇAS DE PREENSÃO
Os principais exemplos são as pinças de dissecção anatômica Figura 14: Pinça de Allis e pinça Duval.
e as pinças dentes-de-rato. Elas são úteis no auxílio de todos
os movimentos básicos (diérese, hemostasia e síntese). Outras
bastante utilizadas são a Adson e Adson com dente.
AFASTADORES
São instrumentos utilizados para afastar as bordas da incisão,
as estruturas e órgãos para se obter um campo cirúrgico claro
e acessível. O principal representante destes instrumentos é o
afastador de Farabeuf, que é dinâmico e apresenta dimensões
variáveis. Temos afastadores maiores, utilizados para afastar
órgãos abdominais, como o Doyen, Deaver e a valva
suprapúbica. Além disso, temos os menores, indicados para
cirurgias mais superficiais e delicadas, como o de Gillies,
Volkmann, entre outros.
Além destes, temos ainda os afastadores estáticos, que Figura 18: Afastador Deaver e afastador Gillies.
mantêm o campo aberto sem que os cirurgiões o segurem. São
exemplos: Balfour, Gosset e Finochietto (toracotomia).
VIDEO_06_R3_CIR01
DISPOSITIVOS DE HEMOSTASIA
Colocamos neste grupo os materiais que utilizamos com o
intuito de controlar as mais diversas formas de sangramento.
Dentre eles, temos o bisturi elétrico em seus diferentes
módulos (monopolar, bipolar, Ligasure®, etc.), pinças de
energia, lasers, argônio, crioablação e ablação com micro-
ondas. Logo abaixo, vamos fazer um pequeno resumo sobre
cada um deles, chamando atenção para os conceitos de
eletrocautério e eletrocirurgia, que são os mais cobrados em
provas de R3.
VIDEO_07_R3_CIR01
ELETROCIRURGIA MONOPOLAR E
Figura 19: Afastador Balfour.
BIPOLAR
Como sabemos, existem dois tipos de bisturis que utilizamos:
monopolar e bipolar. Tudo é definido pelo tipo de circuito
que a corrente vai percorrer. O dispositivo monopolar (ou
unipolar) é composto de um gerador, eletrodo para aplicação
(caneta do bisturi) e eletrodo para a corrente de retorno
(placa do bisturi). O corpo do paciente torna-se parte do
circuito quando o sistema é ativado. A princípio, a corrente é
criada no gerador, transferida por um cabo até o eletrodo de
contato (caneta de bisturi), que a transfere para o corpo do
paciente e, finalmente, volta para o gerador pelo eletrodo de
retorno (placa) que fica colado ou fixado no pelo do paciente.
1. A potência da corrente;
a) I e II apenas.
2. O tempo de ativação; e
b) I e III apenas.
3. Se a forma de onda liberada pelo gerador é contínua
c) II e IV apenas. (modo CUT) ou intermitente (modo COAGULATION).
d) I, III e IV apenas.
e) Todas assertivas estão corretas. Se a intenção é incisar, devemos usar o modo CUT (onda
contínua e alta frequência) e para coagular o modo
COAGULATION (onda intermitente e baixa frequência). No
R. modo CUT, muito calor é gerado de forma relativamente
VIDEO_ _R _CI rápida sobre o alvo, com mínima dispersão térmica lateral.
Como resultado, o dispositivo corta o tecido sem coagular os
vasos e tecidos subjacentes. Em contraste, no modo de
coagulação, o eletrocautério gera menos calor em uma
frequência de onda mais lenta, aumentando o potencial de
dispersão térmica lateral. Essa propagação resulta em
desidratação tecidual e trombose dos vasos. Uma forma de
onda combinada (modo BLEND) pode ser escolhida para
aproveitar os modos de corte e coagulação. Importante
lembrar que a placa de aterramento deve ser colocada e
fixada com segurança no paciente para que o dispositivo
unipolar funcione adequadamente e não ocorram lesões
térmicas próximas ao eletrodo de retorno.
1. Potência ajustada; R.
VIDEO_ _R _CI
2. Distância entre a sonda e o alvo (quanto mais próximo,
maior a potência); e
3. Duração da aplicação.
SONDAS E CATETERES
Qual a diferença entre sonda e cateter? A princípio, as sondas
não possuem luz, enquanto os cateteres possuem. Mas na
prática, acabamos usando esses dois nomes como sinônimos.
VAC
O uso da pressão negativa no fechamento de feridas, também
chamado de fechamento assistido a vácuo (VAC: Vacuum-
Assisted Closure), apesar do seu elevado custo, vem sendo
cada vez mais utilizado no manejo de feridas agudas e
crônicas. Seu mecanismo gira em torno da aplicação de uma
pressão negativa na superfície da ferida de maneira contínua.
Figura 39: Sonda de Foley.
Material: látex ou silicone.
Mecanismo: gradiente de pressão (gravidade). O sistema é composto por: esponja de poliuretano, cobertura
Aplicabilidade: vias urinárias e intraperitoneal.
adesiva, sistema de coleta de fluidos e bomba de sucção.
●
EFEITOS DIRETOS
●
EFEITOS INDIRETOS
4. Presença de pele frágil: o uso do VAC deve ser evitado em R. O curativo de Barker é um tipo de terapia de fechamento
paciente com pele frágil, como idosos e usuários crônicos temporário da cavidade abdominal a vácuo. Apesar de muito
de corticoide; semelhante, essa técnica não deve ser confundida com o famoso
sistema VAC, descrito anteriormente.
5. Alergia ao adesivo;
Também chamado de Vacuum-Pack, o curativo de Barker é um
6. Feridas isquêmicas: é uma contraindicação relativa, pois pouco mais rudimentar (descrito em ), e se caracteriza pela
não foi demonstrada melhora nessas lesões. simplicidade, baixo custo e alta disponibilidade na maioria dos
serviços. Consiste na colocação de uma folha de polietileno
fenestrado entre as vísceras abdominais e o peritônio parietal
Geralmente, as complicações são observadas quando o
anterior, uma compressa cirúrgica úmida sobre a folha com dois
curativo VAC é aplicado em paciente cujas feridas apresentam
drenos de sucção, e uma folha adesiva ao longo de toda a ferida,
tecido desvitalizado ou estruturas expostas, como vasos
incluindo uma ampla margem de pele circundante. Os drenos são
sanguíneos ou órgãos.
então conectados a um aparelho de sucção, que possa
Alguns outros pontos importantes para provas e, proporcionar - mmHg de pressão negativa contínua.
principalmente, para o seu dia a dia:
Por outro lado, o sistema V.A.C. utiliza espuma de poliuretano ao
invés de compressas cirúrgicas úmidas, o que garante melhores
resultados, porém maior custo e menor disponibilidade. Ou seja,
1. Sangramento: é a complicação mais grave;
o curativo de Barker é de baixo custo, enquanto o VAC possui alto
2. Infecção: geralmente ocorre na presença de infecção custo. Agora vamos analisar as alternativas...
prévia;
a) Correta. Como vimos, o curativo de Barker possui um baixo
3. Fístula enterocutânea: muito cuidado, pois alguns relatos custo e maior disponibilidade quando comparado com o
sugerem que o VAC possa acelerar o fechamento de sistema VAC.
algumas fístulas pós-operatórias. No entanto, o uso do VAC b) Falsa. O sistema pode ser utilizado para fechamento
acaba também predispondo a ocorrência de fístulas, sendo temporário da cavidade abdominal durante cirurgia de
um ponto ainda não muito bem definido na literatura. controle de danos em vítimas de trauma e peritonite.
c) Falsa. Como vimos, quem possui elevado custo é o sistema
VIDEO_05_R3_CIR01 VAC, enquanto o curativo de de Barker possui baixo custo.
d) Falsa. Não existe necessidade de treinamento de equipe
especializada para manutenção do curativo.
Portanto, gabarito letra A.
TELAS
As telas surgiram para revolucionar o tratamento de correção Para a utilização intraperitoneal, temos como opções o PTFE e
de hérnias e outros defeitos de parede. Antigamente, as telas que combinam barreiras absorvíveis e antiadesão
recidivas eram um problema comum no pós-operatório de temporárias, como a celulose, ácidos graxos ômega 3 ou
hernioplastias, mas desde que as telas foram incorporadas ao hidrogéis de colágeno. Contudo, atualmente não existem
reforço, possibilitando a correção livre de tensão, essa testes em humanos avaliando a capacidade desses materiais
complicação foi reduzida em 60%. compostos de resistir à formação de aderências.
VIDEO_19_R3_CIR01
O conceito de que a malha leve possui melhores resultados é
controverso. Dois estudos prospectivos randomizados GRAMPEADORES
avaliando a incidência de dor pós-operatória após o reparo da
hérnia inguinal aberta mostraram resultados variados. Em Os grampeadores cirúrgicos mudaram a prática da cirurgia de
um estudo randomizado controlado comparando a tela de maneira profunda, principalmente no campo da tecnologia
polipropileno leve com a pesada para correção de hérnia minimamente invasiva. Vários dispositivos diferentes estão
ventral, a taxa de recorrência no grupo leve foi o dobro da disponíveis para grampeamento, sendo os mais famosos:
pesada, com relevância estatística. Portanto, atualmente não
podemos tirar nenhuma conclusão sobre o tema. Outra
1. De pele;
descoberta recente em relação à malha leve de maior
diâmetro é a capacidade de resistir à contaminação 2. Anastomose gastrointestinal aberta (GIA);
bacteriana. A malha de poliéster é uma malha hidrofílica, 3. Anastomose gastrointestinal endoscópica (Endo-GIA);
pesada e macroporosa, e também não deve ser colocada em
contato direto com vísceras. 4. Anastomose terminoterminal (Contour®).
Uma modificação do grampeador GIA para uso laparoscópico,
o Endo-GIA, tem uma utilidade particularmente ampla. Ela
RESIDÊNCIA MÉDICA - 2018
pode facilitar a liga-dura e a transecção dos pedículos HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA UFU - UFU
vasculares, como na realização de esplenectomia, nefrecto-
mia ou hepatectomia, e a transecção do parênquima de
Você está em uma hepatectomia esquerda videolaparoscópica
órgãos sólidos, como em pancreatec-tomias. Em toracoscopias,
através de acesso glissoniano. Após adequada determinação dos
ela pode auxiliar na ressecção em cunha de um pulmão
pontos de entrada do endogrampeador no parênquima hepático,
lesionado ou doente. O grampeador GIA (Endo-GIA ou versão
você solicita para a instrumentadora uma carga vascular,
padrão) também pode auxiliar na transecção do mesentério
padronizada com a cor:
espesso ou endurecido durante a ressecção intestinal em
pacientes com doença inflamatória intestinal.
a) Branca.
b) Dourada.
c) Verde.
d) Roxa.
VIDEOLAPAROSCOPIA
Chegamos ao assunto mais importante da apostila. Só para
que você tenha uma ideia, a cada dez questões que aparecem
em prova sobre esta apostila, seis são referentes a conceitos
em videolaparoscopia. Precisamos de mais alguma
justificativa para provar que esse tema é importante? Então
vamos lá!
VIDEO_22_R3_CIR01
A videolaparoscopia é uma técnica cirúrgica minimamente ➤ FECHADA: introduzimos uma agulha às cegas e, quando
invasiva, possibilitada pela introdução de uma endocâmera e penetramos a cavidade peritoneal, o CO2 é insuflado. Como
pinças adaptadas para cavidade abdominal. Agora, para que assim, uma agulha? Calma... É uma agulha específica para
seja possível a visualização das estruturas e os movimentos este procedimento. A famosa agulha de Veress possui um
cirúrgicos, é necessário "criar" o espaço. Para isso, é mecanismo de segurança com um estilete rombo acionado
confeccionado o pneumoperitôneo, que nada mais é do que a por mola, escondendo a superfície perfurante após a
insuflação de gás dentro da cavidade peritoneal. Além disso, violação da cavidade peritoneal. Como a técnica é às cegas,
uma fonte de luz é acoplada à câmera para garantir uma para se assegurar que a mesma penetrou a cavidade
adequada iluminação das estruturas. peritoneal, pode ser realizado o teste de insuflação e
aspiração com seringa e soro.
Um dos principais pontos na realização de uma ➤ ABERTA: realiza-se uma minilaparotomia na região
videolaparoscopia é a confecção do pneumoperitônio. umbilical e a dissecção é feita até a abertura do peritôneo.
Somente após esse passo a equipe cirúrgica conseguirá Daí, sob visualização direta, o trocarte é introduzido.
realizar o procedimento.
c) Pode ser monitorado através da oximetria de pulso. Além do aumento da PIA, a absorção excessiva de CO2
também pode gerar repercussões. Veja as principais na tabela
d) Possui rápida eliminação.
abaixo.
a) Taquicardia.
➤ Diminuição do retorno
venoso. b) Bradicardia.
c) Extrassistolia.
➤ Aumento da frequência
cardíaca. d) Bloqueio atrioventricular.
➤ Aumento da resistência
vascular periférica. R.
VIDEO_ _R _CI
➤ Diminuição do débito
cardíaco.
TABELA 2
Comparando esses dois pontos, a maioria dos autores e
estudos defendem que, no final, a incidência de eventos
Absolutas
tromboembólicos é menor com a laparoscopia.
Relativas
a) Menor resposta endócrino metabólica ao trauma.
b) Menor dor pós-operatória devido ao menor dano tecidual. ➤ Cirurgia abdominal prévia: o grande problema é a
grande presença de aderências prévias, o que aumenta
c) Maior taxa de hérnia incisional devido à instalação do
o risco de lesões com a introdução de pinças e trocartes.
pneumoperitônio que aumenta a pressão abdominal.
➤ Obstrução intestinal: há pouco tempo era considerada
d) Realimentação e alta hospitalar mais precoce.
uma contraindicação absoluta, devido ao risco de lesão
iatrogênica. No entanto, atualmente, sabe-se que a
R. Como vimos acima, a videolaparoscopia diminui a incidência laparoscopia pode ser tentada em quadros não tão
Nos últimos anos houve um desenvolvimento muito grande da podemos a rmar que seus bene ícios são:
R. A cirurgia robótica tem grande aceitação na urologia, em robótica é bem mais cara. Somente as capas estéreis que o
especial para prostatectomia radical. O robô não é autônomo, cobrem a cada cirurgia custam milhares de reais. Além disso, a
mas funciona com uma relação mestre-escravo (cirurgião- cirurgia robótica é mais demorada, tanto pela di culdade em
instrumental). As suas principais vantagens são: posicionar o robô para a cirurgia, quanto pela curva de
● Efeito tridimensional possibilitado por duas óticas, ao invés aprendizado em que se encontram os pro ssionais. As vantagens
cirurgia robótica o instrumental é articulado na sua ● Estabilização dos instrumentos no campo operatório.
extremidade distal;
● Já as desvantagens são:
● A liberdade do instrumental é maior, possibilitando a
● Treinamento adicional;
realização de movimentos nos e manobras delicadas;
● Aumento de custo e tempo;
● O cirurgião pode operar de um sítio remoto ou dentro da sala,
já que não há contato direto entre ele e o instrumental, apenas ● Risco de falha mecânica;
com os consoles. ● Não é possível ser usado em cirurgias abdominais que
Uma desvantagem da cirurgia robótica é a ausência de percepção envolvam mais de dois quadrantes.
tátil, que deve ser compensada pela visão tridimensional. Portanto, resposta certa: A.
Gabarito: letra B. VIDEO_ _R _CI