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Hermenêutica

OICA

Observação. O que eu vejo?

Interpretação. (Básico de hermenêutica)

Correlação. Relação de um texto com o restante das escrituras.

Aplicação. O que isso significa pra mim, sem fugir da intenção do autor.

1. Faça observações sobre o que o autor queria dizer e os termos


2. Anote as dúvidas (5W 2H)
3. A interpretação será ajudada por textos correlatos.

4 categorias de interpretação:

Princípios gerais

Regra 1 – A autoridade da Bíblia

Quando se parte da razão para regra de fé, pode cair no liberalismo e terá
que considerar algumas histórias bíblicas como fictícias. Ex.: Jonas na
barriga da baleia.

Os católicos (romanistas), por exemplo, partem da tradição para regra de


fé. Ex.: interpretação sobre Maria.

Por isso, deve-se partir das escrituras, como autoridade. Cuidado ao tomar
tudo como literal.

Regra 2 – O melhor interprete das escrituras é a própria escritura

Não pode pensar o que um texto significa para mim e sim a intenção dos
seus autores originais. Aplique o OICA.

Leia a mesma passagem em várias versões disponíveis.

Anote as palavras que não se sabe o significado, busque em dicionários e


saiba até a origem da palavra, se necessário.

Conheça a palavra no seu sentido da língua original.

Utilizar as escrituras para provar aquilo em que você crê.


Fuja destes erros:

Omissão – citar a parte que convém e esconder o restante

Acréscimo – dizer mais do que a Bíblia diz

Regra 3 – A fé salvadora e o Espírito Santo são necessários para


compreender e interpretar bem as escrituras.

Somente com o estudo das escritas, a fé salvadora e o Santo as chances de


interpretar corretamente aumentam.

Regra 4 – Interprete a experiência pessoal à luz das escrituras, e não ao


contrário

Cuidado! Muitas pessoas pegam sua experiência pessoal e transformam em


doutrina.

Você pode usar sua experiência pessoal ou de outros, se não for antibíblica,
a ajudar outras pessoas, que estão na mesma situação, não de púlpito,
transformando em doutrina, mas diretamente com a pessoa.

Regra 5 – Os exemplos bíblicos só tem autoridade quando amparados por


uma ordem

Não devemos seguir exemplos negativos (Judas traindo, traição de Davi,


etc.)

Devemos seguir somente se houver uma ordem.

Ex.: Paulo não casou, mas ordenou sobre o casamento.

Regra 6 – O propósito da Bíblia é mudar nossas vidas e não aumentar o


conhecimento

Tirar o foco do egocentrismo e colocar no cristocentrismo.

Cuidado ao aplicar o texto à sua própria vida. Veja se a ordem foi dada a
todos ou especificamente a um personagem e para determinado tempo.

Regra 7 – Todo cristão tem o direito e a responsabilidade a investigar e


interpretar pessoalmente a Bíblia
Com a reforma a Bíblia ficou acessível, com isso todos podem interpretar,
porém há um movimento contrário onde os “leigos” entregam para o clero
interpretar as escrituras, e acreditam em tudo oque é dito de púlpito, igual a
igreja antes da reforma, isso causa heresias.

Cuidados com os ministérios leigos: estudos em casas com pessoas sem


estudo teológico.

Agir como os crentes da Bereia: avaliar tudo o que é dito dos púlpitos.

Regra 8 – A história da igreja é importante, mas não é decisiva.

O motivo é que as heresias não são novas, são históricas, e sem saber a
história trazemos coisas hereges para os nossos dias.

Mas a regra de fé não pode ser a história da igreja (tradicionalismo), pois


homens no passado erraram. Ex.: Cruzadas.

Sola scriptura.

Regra 9 – Interprete as promessas de acordo com sua sentença e contexto.

Promessas específicas – direcionadas a uma pessoa - Ex.: Promessa de Deus


sobre filhos a Abraão.

Promessas gerais - ao povo de Deus, em todas as épocas – Ex.: I João 1:9.

Princípios gramaticais

Regra 10 – A escritura tem somente um sentido e deve ser tomado


literalmente

Há exceções. Há passagens que não podemos tomar literalmente, quando


não se trata de um fato.

Entenda-se por literal – o sentido exato que o autor propõe. Cuidado em


buscar sentidos extras, místicos ou que fogem da intenção do autor.

Quando não sabemos o que significa devemos nos calar, não podemos
atribuir significados extras.

Regra 11 - Interprete as palavras no sentido que tinham no tempo do autor

Se não fizer a pesquisa histórica, às vezes perde-se o sentido verdadeiro da


passagem.
Liberte-se do misticismo. A Palavra explica melhor a Palavra. Procure outras
referências na Bíblia.

Regra 12 - Interprete a Palavra em relação à sua sentença e ao seu contexto

Há palavras homônimas (escrito igual com significado diferente), mas a


aplicação deve ser de acordo com seu contexto.

Conheça as figuras de linguagem.

Regra 13 - Interprete a passagem em harmonia com o seu contexto

O versículo não pode ser interpretado isoladamente.

1. Como essa passagem se relaciona com o texto anterior e


circunvizinho? Como esse capítulo se relaciona com os anteriores e
posteriores?
2. Como se relaciona com o restante do livro?
3. Como se relaciona com a Bíblia como um todo?
4. Como se relaciona com o fundo histórico em que foi escrito?

Matheus escreveu para os Judeus, provando que Jesus era o Messias.

Marcos apresenta Jesus como servo.

Lucas escreveu para os gregos, apresentando Jesus como perfeito.

João apresenta Jesus como o próprio Deus encarnado.

Regra 14 – Quando um objeto inanimado é usado para descrever um ser


vivo, a proposição pode ser considerada figurada.

O que fazer para facilitar a compreensão dos objetos? Estude os objetos.

Regra 15 - Quando uma expressão não caracteriza a coisa descrita, a


proposição pode ser considerada figurada.

1. Não pode ser literal e figurada ao mesmo tempo.


2. Sempre que possível parta do literal, se o literal não encaixa, parta
para o figurado.

Regra 16 - As principais partes e figuras de uma parábola representam


certas realidades. Considere somente essas principais partes e figuras
quando estiver tirando conclusões.
Qual é a razão que Jesus propôs a parábola? Volte atrás nos outros capítulos
para descobrir, pois está no contexto.

Regra 17 – Interprete as palavras dos profetas no seu sentido comum, literal


e histórico.

A não ser que o contexto ou a maneira como se cumpriram indiquem


claramente que têm sentidos simbólicos.

O cumprimento de uma profecia pode ser por etapas. Ou por vários


cumprimentos (census plenior, quando o autor da profecia não tem ideia
que pode ser cumprida fora do seu tempo).

Use a correlação.

Exercícios:

2 Cor 3:6 – a letra x o espírito – qual regra errou?

Apo 3:20 – Jesus quer entrar no seu coração - qual regra errou?

Fil 4:13 – Posso todas as coisas? – qual regra errou?

Mat 7:1 – Não julgar os erros – qual regra errou?

Luc 7:11-17 – ressurreição da filha da viúva de Naim (Jesus tocou o


instrumento esquife?) – qual regra errou?

Luc 18:9 – parábola – faça a aplicação

Princípios históricos

Regra 18 – Fazer perguntas investigativas, respeitando o fundo histórico.

Regra 19 – Embora a revelação de Deus seja progressiva, o Novo e Velho


Testamentos são partes essenciais desta revelação e formam uma unidade.

A revelação de Deus foi dada pouco a pouco. Ex.: Adão recebeu parte da
revelação. Não tinha consciência sobre o Messias, por exemplo.

O novo testamento ilumina, ajuda a explicar, o velho testamento, pois há


mais revelações no novo que no velho.

Regra 20 – Os fatos ou acontecimentos históricos se tornam símbolos de


verdades espirituais, somente se as Escrituras assim o designarem.

Cuidado: muitos começam a atribuir significados (alegorias) espirituais que


o texto não sinaliza, fugindo da intenção do autor.
Princípios teológicos

Regra 21 – Compreenda gramaticalmente a Bíblia antes de compreendê-la


teologicamente

Entender as regras da língua portuguesa

Regra 22 – Uma doutrina não pode ser considerada bíblica, a não ser que
resuma e inclua tudo o que as Escrituras diz sobre ela.

Não pode desenvolver uma doutrina e sobre um versículo ou conceitos


isolados.

Regra 23 – Quando parecer que duas doutrinas ensinadas na Bíblia são


contraditórias, aceite ambas como sendo escriturísticas, crendo que elas se
explicarão dentro de uma unidade mais elevada.

Contradição – duas informações, uma é verdade e outra é falsa. Ex.: Sou


careca, porém cabeludo.

Paradoxo – 2 afirmações são apresentadas e ambas são verdadeiras. Mas


aparentemente parecem ser contraditórias. Ex.: Jesus é Deus e Jesus é
homem. O que passa disso é heresia.

Mistério – O que não conseguimos racionalmente compreender.

A Bíblia apresenta diversos paradoxos. O que cai em mistério não se explica.

Regra 24 -

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