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c) A ricony Pury Ano Fantasy as se UMA TEORIA SOBRE A BRINCADEIRA wsia Aaa. ee EA FANTASIA wee Gregory Bateson 1922 SFETE ro ay scotogy of mind MED? SprenvTnes sooKs, 2-116 A presente pesquisa foi planejada ¢ iniciada com uma hip6tese de trabalho que guiasse nossas indagagbes, sendo tarefa dos investigadores coletar dados Observacionais relevantes e, no decorrer desse processo, ampliar ¢ modificar a hipétese. A hipétese seré aqui descrita da maneira como se desenvolveu em nosso pensamento. Trabalhos anteriores de fundamental importancia de Whitehead, Russel 2,Wittgenstein 3, Camap 4, Whorf 5, etc., bem como minha propria tentativa de usar esses raciocinios como uma base epistemol6gica para a teoria psiquidtrica, levaram a uma série degeneralizagoes (1) Que a comunicagao verbal humana pode operar ¢ de fato sempre opera em muitos nfveis contrastrantes de abstrago. Estes se distribuem em duas diregoes a partir do nivel aparentemente simples da denotagio (“o gato est sobre 0 tapete”). Uma distribuicao ou conjunto desses niveis mais abstratos inclui aquelas mensagens impl{citas ou explicitas em que o assunto do discurso é a linguagem, Nés as chamaremos de metalinguisticas (por exemplo, “a realizagdo sonora de 'gato! representa qualquer membro de tal ou tal classe de ; objetos” ou “a palavra 'gato’ nao tem pelo € nao pode arranhar”). Ao outro conjunto de niveis de abstragio, chamaremos de metacomunicativo (por exemplo, “eu dizer onde encontrar o gato foi um ato amistoso” ou “isto ‘brincadeira”). Nestas metacomunicag6es 0 assunto do discurso é a Telaga entre 0s falantes, | Note-se que a grande maioria das mensagens, tanto metalingufsticas como; metacomunicativas, permanece implicita; note-se também que, especialmente na’ entrevista psiquidtrica, ocorre uma outra classe de mensagens implicitas —, sobre como mensagens metacomunicativas (ou metamensagens) de afeto € hostilidade devem ser interpretadas. A Soom Cagko vERIAL Yoyava GeEXPRE OPERA Em Yurtos wivers CONTRACTAN- TE Ge ABT PASTO . Tas wivers Se OSTRIOVEM EM Qo OREPOET . aR THR goo whver APARENTE MENTE 1 Swpliet OA GENSTALTO C4 oO Ono ae oe) © tapee") 2 derausciiment -> wows KBs teasngent wFuloTae ov Quem en Bue © Mavs GO OAcpo ONDE A PRA “Tee or FManTEL <0 pupa go WWRIO . ExEUflo FS 1 © BAHCK” serea ’ . UNBBETIOM goo stern SA GRNDE YmopA OH ensagens, TANTO HEmN epewseeten ch | unr CATIAS, (2) owere v4 TKO AITO IaPoRTAUTE NA EvoLUSZo a. HUWIEAG TO Guasdo YH Lefero comer PEcoMMEGER UH siNAL OHO uM SYUROLO , OV Aen, 1 DE RECOWHECER Bue OF WINANS EMITIIOS PELO OUTRO IOviavo E POR cle AEIHO sho APenet Si | @) Se especularmos sobre a evolugao da comunicagio, parece evidente que’ 2°» © corre um est4gio muito importante nessa evolucdo, quando o organismo OW FIAR | gradualmente para de responder de maneira inteiramente automatica aos “sinais) gexcou Fue, de humor” do outro ¢ se torna capaz de reconhecer um sinal como um sfmboloy Hee «© TS isto €, de reconhecer que os sinais emitidos pelo outro individu ¢ por ele” Faueat | 9 mesmo sao apenas simbolos, em que se pode confiar, desconfiar, que se pode o*® , A¥TU, falsear, negar, ampliar, corrigir, e assim por diante. ee = Mee E claro que este reconhecimento, de que simbolos sao sfmbolos, de modo 8** algum esté completo, mesmo na espécie humana, Frequentemente respondemos automaticamente a manchetes de jornal, como se estes estimulos fossem indicadores diretos de eventos em nosso ambiente, em vez de simbolos inventados ¢ transmitidos por criaturas tao complexamente motivadas como nés mesmos. O mam/ffero nao-humano fica automaticamente excitado pelo odor sexual do outro. Isto € como deve ser, na medida que a secretagao desse sinal um sinal involuntério de humor, isto é, um evento exterior perceptivel que € parte do proceso fisiol6gico que estamos chamando de humor. Na espécie humana, uma situacdo mais complexa comega a ser a norma. Os desodorantes mascaram os sinais olfat6rios involuntérios e, em seu lugar, a indtistria cosmética oferece ao individuo perfumes que nao sao sinais involuntérios, mas simbolos voluntérios reconhecfveis como tal. Nao so poucos os homens que tém ficado de cabega virada com o apelo de algum perfume e, se acreditarmos ha propaganda, parece que esses simbolos, usados de maneira voluntéria, tém, as vezes, um efeito automético € auto-sugestivo até sobre quem 0 usa voluntariamente. Seja como for, essa breve digressio serve para ilustrar um estagio de evolugao - 0 drama iniciado quando organismos, tendo comido o fruto da drvore do conhecimento, descobrem que seus sinais so simbolos. Segue-se nao apenas o evento caracteristicamente humano da linguagem, mas uma complexidade de fenémenos como empatia, identificagio, projegao, ¢ assim por diante. E com eles vem a possibilidade de nos comunicarmos em uma multiplicidade de nfveis de abstragdo, como mencionamos acima @) O primeiro passo definido na formulagio da hipétese que guia essa pesquisa ocorreu em janeiro de 1952 quando fui ao zoolégico de Fleishacker em Sao Francisco para procurar critérios comportamentais que pudessem indicar se um dado organismo é ou nao capaz de reconhecer que os sinais emitidos por ele mesmo e por outros membros de sua espécie sao significativos. Teoricamente eu tinha imaginado quais deveriam ser esses critérios - que a ocorréncia de sinais (ou signos) metacomunicativos no fluxo da interagao entire os animais indicariam que tém, pelo menos, alguma: : LOGICS - UM OA (2) 0 ‘Pmfero PHHD OF FetDossk joe Sereion |B Jon ne ORRIN | be Oe Be ORDALIGHO «Ov NRO CAPAL OC PeCONeER Doe oc WAS : Cle eiuo POR OUTRAL YeHORCS OF WA exPETE STO WempexTOr | “ DRTELOS WHAGIDA Doe “A CROMREDOA DE LA'S COD AVGHOL) HeTACOMYNICATIOS NO FWYO DA ISTERAPKO egrRe ot ANIAAIS «INOICAMIAM Que TEA, Pero AENCL, Avoouk EIA Ceowsuente ov NAO) De Boe of wats soDRE ar Heats Me- TAOMHUBICAM 570 GOHOL" + © Qe ENwATROD NO KOCLOHICO | gore YRcatoe -DPINCAMIC , “EyyoLViDos EA UAR Se OWeMCA UTERATIVA SA QUAL A URIDADS GE AGEL CU GIES CRAM QARATET “Mo De ud COMBATE” . “Papa ou oDseRIADOR lo4nuc SoM eugene AF) ABOLO WFO CRA ud WupATE , 2%) OF UAcAcas THM idéia (consciente ou nao) de que os sinais sobre os quais metacomunicam sao. 3€"4 | -2A0'*4 signos. ost. Eu sabia, ¢ claro, que nao havia probabilidade de encontrar mensagens * STE, f°" denotativas entre os mamtferos nao humanos, mas ainda nao sabia que os dados *6°° C Sobre os animais ittam requerer uma revisdo quase total de minha maneira de ay" qe pe pensar. O que encontrei no zoolégico foi um fenémeno bastante conhecido de ; todos: eu vi dois jovens macacos brincanda, isto 6, envolvidos em uma wae se sequéncia interativa na qual a unidade de agdes ou signos eram similares as de, *® “ °% um combate. Era evidente, mesmo para um observador humano, que a 1 tee sequéncia como um todo nao era combate e era evidente para o observador Foxe CARAT humano que, para os macacos participantes na atividade, aquilo cra “ndo- Se ALco4 Grae combate” we TACOMA CAgho , ovve Agora, este fenémeno, o da brineadeira, s6 poderia ocorrer se os A TRO OF organismos participantes fossem capazes de algum grau de metacomunicagaoy Qume -GedmMo oc * geNoTAy” j SesCTTENAOS , Tereton |" eum ASBET | cd Que ARORA NOL ENGATAAOL | UFO DENOTIM oO Qoe 4PM SenoTAsc Por ADvEUK Ader Doe etm MBET GensT@" | po exeapo , TEPEdoL ! 8p dewTon OC DawcnoerRA HencTR A AORDIOA , AM NRO DEROTA 9 Dus JeRIA DESOTAIC PEA KORDA” —— Pan ENTEMDERMOL eoR DENTADN WE DANCNDEIRA —-&_— MORHION DE VeRONDE ' \ v v = & opscnverea = € udk worn = sio eck o © seo Pasn (5) (Um problema relacionado ao anterior, na evolugao da comunicagao, diz respeito & origem daquilo que Korzybski chamou de relagao mapa-territ6rio: 0 fato de uma mensagem, qualquer que seja seu tipo, nao consistir nos objetos por ela denotados (“A palayra *gato’ nao pode arranhar”). Na verdade, a lingua Possui uma relagao com os objetos que cla denota compardvel aquela que um mapa tem com 0 temtitério. A comunicagio denotativa, como ocorre na linguagem humana, sé € possivel depois da evolugao de um conjunto complexo de regras metalingufsticas (mas nao verbalizadas), que governam como palavras e sentengas devem ser relacionadas a objetos ¢ eventos: &, portanto, apropriado procurar essas regras metalingufsticas e/ou metacomunicativas em um nivel pré-humano e pré-verbal. Pelo que foi dito acima, parece que a brincadeira ¢ um fenémeno em que as agdes de “brincadeira” se relacionam a, ou denotam, outras agées de “ndo-brincadeira”. Encontramos, assim, na brincadeira uma inst&ncia de sinais ou signos que Tepresentam outros eventos, e, deste ponto de vista, parece que a evolugao da brincadeira pode ter sido um passo importante na evolugao da comunicagao, (6) A ameaga é outro fenémeno que se assemelha a brincadeira, na medida que certas ages denotam outras agées, distinguindo-se, no entanto, das primeiras. © punho cerrado da ameaga ¢ diferente do soco, mas refere-se a um futuro soco, inexistente no presente. Assim como a brincadeira, também a ameaga é usualmente encontrada entre os mamfferos nao-humanos. Na verdade, tem-se argumentado, que grande parte do que parece ser combate entre membros de uma espécie deve ser vista mais como ameaga (Tinbergen, Lorenz). (8) 5 meengao 4npa-Terarmo 7 AL PatavRec Wao SRO M WASH QveE SeTIGWAA Cm PALAVRA "GAOT AKO PODE ARRAKAAR) —> YA LINGUA Fos “88 GA PELASTO com 0% CBIETOS DYE eth EROTA COMPARKVEL AQUELA Ove “oa [Mage Ted con oO TeRRITORO" (7)_O comportamento histriénico ¢ o embuste so outros exemplos de uma pnimitiva ocorréncia da diferenciagio mapa-territério. Ha evidencias de que a “5. 52 Gramatizagao ocorre entre passaros: a gralha pode imitar seus préprios sinais ,,o°"s:n- de humor (Lorenz) e 0 embuste foi observado entre os macacos guariba On eee (howler monkeys) (Carpenter). oo tavand EN rengad weve sen PERAGO- (8) Poderfamos esperar que a ameaga, a brincadcira co comportamento “aoke” A a= histriénico fossem trés fendmenos independentes, cada um contribuindo paraa eros € discriminagao entre mapa ¢ territério, Mas tal ndo parece ser 0 caso, pelo. events menos no que diz respeito 4 comunicag’io dos mamfferos. Breve anilise do comportamento infantil mostra que combinagdcs tais como brincadeira 4 ; . 5 e *gamenoerea® Ab BRNCAOERA —€ v4 FEndHeNo Ed Duc A MESES De * omwcncerRe 4 pho = BRACADERAS | - Me Ree 9S PELATONA A, OO BEROTAA | CuTpM ASSET OE + EDWNTRAMOL A BRWCADEBA OHA wEThDEA OE WALKS OB GHOS Dee Rs = Pretenth4 OUTRO: EVENTOS . a ji a +R eMOWSFO OA QRINCADELRA ! yd PHO THTORTAITE NA EYOLUPKO WOH COMLMIEAER histriénica, blefe, ameaga brincalhona, brincadcira implicante em resposta & ameaga, ameaga histrinica, e assim por diante, formam juntos um tinico € indivisivel complexo de fenémenos. Além desses, fendmenos encontrados entre adultos, tais como jogos de azar e certos jogos que envolvem risco tém suas rafzes na combinagdo da ameaga ¢ da brincadeira. 1! igualmente evidente que ndo apenas a ameaga, mas sua recfproca - 0 comportamento do individuo ameagado - € parte desse complexo. E € provavel que nao apenas o comportamento histiénico, mas o de espectador devam ser inclufdos neste domfnio. Também seria apropriado mencionar aqui a auto piedade (9) Uma estensao deste raciocinio leva-nos a incluir o ritual dentro deste campo geral, no qual a discriminagao ¢ feita, embora ndo inteiramente, entre a agao denotativa € aquilo que deve ser denotado, Estudos antropolégicos de ceriménias de tratados de paz, para citar um s6 exemplo, reforgam essa conclusao Nas Ilhas Andaman, faz-se a paz depois que a cada lado € dado liberdade cerimonial para golpear o outro. Este exemplo, entretanto, também ilustra a natureza instével do enquadre “Isto € de brincadeira” ou “Isto € um ritual”. A discriminagao entre mapa e territério é sempre passivel de anular se, ¢ os golpes rituais usados no restabelecimento da paz podem, a qualquer momento, ser confundidos com os golpes “reais” do combate. Nestes casos, a ceriménia de paz se transforma em batalha (Radcliffe-Brown). C10) vn fora ars COMPLEXA De soenscageins 2 8 0 ToGo SVE & contTRLi9o WO gopne A PRE- Mista “ise oun gmOCh- (10) Isso nos leva ao reconhecimento de uma forma mais complexade OF'RA" , 4AM 10 — ibrincadeira: 0 jogo que € construido nao sobre a premissa “Isto € uma ee ee ve bnincadeira”, mas, sobretudo, em tomo da pergunta “Seré isto uma’, OP PERE brincadeira?”. Esse tipo de interagao tem também suas formas rituais, por sancaoe RA oe exemple, no trote de iniciagao. (11) © paradoxo est4’ duplamente presente nos sinais trocados dentro do’ contexto da brincadeira; fantasia, ameaga, etc. Nao s6 a dentada de brincadeira’ nao denota o que seria denotado pela mordida & sério a qual representa, mas, além disso, ela propria € uma ficgao. Nao s6 os animais, ao brincarem, nem’ sempre querem significar inteiramente 0 que esto sinalizando, mas também ‘est4o geralmente comunicando sobre algo que nao existe. No nfvel humanoy visto leva'a uma grande variedade de complicagoes ¢ inversbes nos campos dar rbrincadeira, fantasia'e artey lusionistas € pintores da chamada escola trompe Toeil concentram-se em adquirir uma virtuosidade, cuja tinica recompensa € alcangada depois que o espectador descobre que foi enganado e € forgado a rir- nOL 5 SWANS —FROLADOL DENTRO 90 WHNTEKTO DA DP Cu) An @Pretenga 50 PARMOOKO , CADE IAA FAUTMA , AMERDA, ETC; A DenTAOR GE GAWCATEIRA ALE Ge AO OENCTAR O Doe LERIA DEBOTAID JEL HORDIOA A séRO | E UHR FIESRO one + Ok moma 40 BMwCAREM NRO fo! “ned sexpre Dwenet somheae, tere ee te 0 Bue exTTo SiNAUpIWDO i —TAADEY V EXTTO GeRALHENTE OH BRE ND Boe NEO existe * + wo whyer dudano —> GRAWDE VAMIEDADE De COuPucagoet © POL OR BRACADERA FANTAMIA © ARTE - wnvepsidet war Cad se ou maravilhar-se_perante a habilidade do enganador. Os produtores de filmes de Hollywood gastam milhoes de délares para aumentar o realismo de uma sombra. Outros artistas, talvez mais realisticamente, insistem que a arte nao seja representacional. Jogadores de poker conseguem um estranho € viciante realismo equiparando as fichas, com as quais jogam, a délares. No entanto, insistem que 0 perdedor aceite sua perda como parte do jogo. Finalmente, na regiao obscura onde arte, magia ¢ religizio se encontram ¢ se entrelagam, desenvolveu-se a “metéfora que € {literalmente] significada”, a bandeira pela qual homens dao sua vida ¢ o sacramento que € visto como mais do que “um sfmbolo externo e visfvel que nos foi dado”. Aqui podemos reconhecer uma tentativa de negar a diferenga entre mapa ¢ territério ¢ de voltar 4 inocéncia absoluta da comunicagao por meio de puros sinais de humor. (12) Devemos encarar, entio, duas peculiaridades préprias da brincadeira: (ay (12) ov as mensagens ou sinais trocados durante a brincadeira so de algum modo no- Pessues - verdadeiros, ou ndo-intencionados; ¢ (b) aquilo que ¢ denotado por esses sinais. O° * € nao-existente. Estas duas peculiaridades algumas vezes se combinam de eee forma estranha para reverter a conclusao acima. Foi dito (4) que uma dentada ** * 6?“ “de brincadeira” denota uma mordida, mas nao vai denotar aquilo que seria’. C8 denotado pela mordida. Mas h4 outras insténcias em que um fendmeno, Case x0 0e contrério ocorre. Um homem experimenta, com intensidade total, um terror pvcs-t 4099 de natureza subjetiva quando ¢ alvejado por uma langa através deuma tela de_sfo- ver onset trés dimeng®es ou quando cai de cabega de uma grande altura criada por sua Po 0% Sf - propria mente na intensidade de um pesadelo. Durante o momento de terror, arco ‘ndo se questiona a “realidade”, mas de fato nao havia nem a langa projetada na’ sos tela do cinema, nem um rochedo no quarto de dormir. As imagens no ee denotavam aquilo que elas aparentavam denotar, mas'essas imagens evocaram 0.) Zuko - mesmo terror que teria sido evocado se se tratasse de uma verdadeira langa OW Qureste - de um verdadeiro precip{cio. Com um truque semelhante de contradigdes, 05 Cve pio: diretores de cinema de Hollywood podem oferecer a um ptiblico puritano uma yaa eum. vasta gama de fantasias pseudo-sexuais, que, de outra forma, nao seriam on * 9 toleradas . Em Davi e Betsabé , Betsab pode ser um elo perverso entre Davi ¢ Smecaser- Uriah. E em Hans Christian Andersen, 0 her6i inicia sua jormada acompanhado PA“ deno- por um rapaz. Ele tenta encontrar uma mulher, mas quando falha cm sua tA vA 4oRD- tentativa, retorna para o rapaz. OR, AM SRO VAN wewoTaa 0 Ove E claro que nao hé homossexualidade em tudo isso, mas a escolha desse SRA S=80 tipo de simbolismo est4 associada, nessas fantasias, a certas idéias TROD PETA caracterfsticas, por exemplo, a desesperanca ou falta de perspectiva da posigao 4oRd04 . heterossexual masculina face a certos tipos de mulher, ou a certos tipos de autoridade masculina. Em suma, a pscudo homossexualidade da fantasia nao representa um verdadeiro homossexualismo, mas representa ¢ expressa atitudes que podem acompanhar um verdadero homossexualismo, ou servir de base sexeapo oe ou fend - Aero wa- TRARIO Dum ROMEA EXPER ENTA VERDAGEIRO TERROR AO CAR SE OA PREUPIGO DURANTE vA Pesnreo ; wore-fe Be A “pentiorye’ pro ¢ QwexTowAgd Ovpawre 0 AP- YenTO ge TERROR, ad 0 fro € BOE ako AK wenoa “Rocdewo ea seu Des TO DE SORA «kk AEN gio DENOTAVAM RHUL Doc cia APARENTAUAM OEHO™ THR | Mik Skid IMAGERL EVOCARAM © YetdO TERROR Que rep L100 EVOCAGO SE he TWATMLE (+1) De ud VepoAvEIRO Precipiao ™ . para sua ctiologia. Os sfmbolos em si nao denotam homossexualismo, mas de fato denotam idéias para as quais o homossexualismo seria um simbolo apropriado . Evidentemente é necessdrio reexaminar a validade sem Antica das interpretagdes que o psiquiatra/psicanalista oferece a um paciente €, como passo preliminar para essa andlise, seré necossério cxaminar a naturoza do enquadre na qual essas interpretagdes sao feitas ey * ama- (13) O que foi dito anteriormente sobre a brincadeira pode ser usado como Peon eraeSt@t um exemplo introdut6rio para a discussio de enquadres ¢ contextos. Em suma, naTROoe - orn nossa hipétese € de que a mensagem: “Isto brincadeira” estabelece um ee, Y*R* * enquadre paradoxal compardvel ao paradoxo de Kpimenides. O enquadre pode ca dunneet e ser diagramado da seguinte forma: conTevtos UGRAAERO — 90 enBOAE Pawnoovat | EtApeew9o Pera ensnced "1s7O = Daiscnoeina® swaur to: 4 | ‘Todos os enunciados dentro deste quadro 12 Propougao = CONTRA- OM OUTRM , Loo, ‘so inverdades: Ok A ERMA FOR exrar gewTRO 90 Du Se eu et Ente, ono €, PORTNTO, Gut Too pk OUTRM 9E- Futeamo -» «© for verosoeno , corto | qadtmin ec” oua weveR- VEA AER VERORDEIRAL : Euteodeio ve den fatto © WE- | onve Co wero Tage € Venta Coe pconno won A Vengaac 3 eck 12 ProposysRo ) for venOngerRn , ourrm - co Te MO, ere. = geved ace Fauna) ” ‘A primeira proposicao neste quadro contradiz a si mesma. Se o primeiro enunciado for verdadeiro, entao deve ser falso. Se for falso, deve ser verdadeiro. Mas a primeira proposicao inclui todas as outras que estéo dentro do enquadre. Assim, sea primeira proposigio for falsa, todas as outras devem ser verdadeiras; e vice versa, se for verdadeira, todas as outras devem ser falsas, 14) Aqueles cujo pensamento pende para a Iégica vao observar um non. sequitur. Poder-se-ia dizer que, mesmo que a primeira afirmagio seja falsa, 7 ha uma possibilidade légica de que al gumas outras afirmagoes do enquadre sejam nao-verdadeiras. 6 , no entanto, uma caracterfstica do pensamento inconsciente ou de “processo primério” que o pensador nao consegue discriminar entre “alguns” ¢ “todos”, ¢ também nao consegue discriminar entre “nem todos” c “nenhum”. Parece que a realizagao dessas discriminagdes so executadas através de processos mentais de nivel mais alto ou mais consciente que servem, no caso do individuo nao-psicético, para a corregao do pensamento em branco ¢ preto préprio dos nfveis mais baixos. Nés assumimos, e esta parece ser uma posigao ortodoxa, que o processo primario est4 em permanente operacao, e que a validade psicolégica do enquadre de natureza paradoxal da brincadeira depende desta parte da mente. 15) Ao contrério, na medida em que € necessério envocar 0 proceso primério como principio explanatério para que possamos apagar a_nogao de “alguns” de sua posigao entre “todos” e “nenhum” , isto nao significa que a atividade “brincadeira” seja simplesmente um fendmeno do processo primério. A discriminagao entre brincadeira e nao-brincadeira , assim como a discriminagao entre fantasia e nao fantasia é certamente uma fungao do processo secundério, ou do ego . No sonho, o sonhador geralmente nao tem consciéncia de que est sonhando e durante uma brincadeira deve ser frequentemente lembrado de que “Isto é uma brincadeira” Da mesma forma, no sonho ou na fantasia ,o sonhador no opera com conceito de nao-verdadeiro . Opera com varios tipos de enunciados representativos (cf. Searle, 197-], mas com uma curiosa inabilidade de produzir meta-enunciados. A ndo ser préximo de acordar, nao pode sonhar um enunciado que se refira (j.¢., que enquadre) seu sonho Segue-se, portanto, que o enquadre da brincadcira, usado aqui como um prinefpio explanatério, implica uma combinagao especial dos processos primdtio e secundério. Isto, por sua vez, relaciona-se ao que foi dito anteriormente, quando argumentou-se que a brincadeira representa um passo frente na evolugio da comunicacao — 0 passo crucial da descoberta das relagdes mapa-territ6rio. No proceso primdrio, mapa e territétio sao neutralizados, no processo secundério podem ser discriminados. Na brincadeira sao simultaneamente neutralizados e discriminados 16) Deve-se mencionar uma outra anomalia I6gica neste sistema: a de que a relagdo entre duas proposigdes geralmente descrita pela palavra premissa tornou-se intransitiva. Em geral, todas as relagoes assimétricas so transitivas. A relagio “maior do que” é tipica neste sentido; E convencicnal argumentar- se que se A € maior do que B ¢ B é maior do que C, ento A é maior do que C. 8 CIO) A PacovRa “Preduca® SRK OEADA Gero AUTOR (PARA DEROTAR A SEPENIENA DE UA LOA OD ENLACE eu PELAETO A OUTRA No entanto, nos processos psicolégicos nao se observa a transitividade das relagdes assimétricas. A proposigo P pode ser uma premissa para Q; Q pode (12) ©. con- Ser uma premissa para R; e R pode ser uma premissa para P. Especificamente, cerTo w= no sistema que estamos considerando, 0 contrai-se ainda mais 0 efrculo. A woroora oo Mensagem “todos os enunciados dentro deste quadro sio falsos” deve ele enQerore ¢ proprio ser entendido como uma premissa, ao avaliarmos sua veracidade ou & wopko 4 falsidade (Cf. a intransitividade das preferéncias psicol6gicas discutida por eve petcio- McCulloch 13. O paradigma para todos os paradoxos deste tipo geral € 0 ASA "ge ca “Conjunto dos conjuntos que nao stio membros de si préprios” de Russell 14 exrO Com isso, Russell demonstra que 0 paradoxo gerado ao se tratar a relagao “ser 5 um membro de“ como intransitiva). Com este caveat, de que a relagao concerog Premissa” em psicologia € possivelmente intransitiva, usaremos a palavra ‘70s “premissa” para denotar a dependéncia de uma idéia ou mensagem em relagao PucoOG's a outra, uso compardvel a relagdo de dependéncia a que se refere a Légica + sou por quando se diz que a proposigéo P é uma premissa de Q SE ANALOGIA FA RBALOGIA FiarcA DA MOLDURA Ge UH QuADRO . (FPran giseTVR 7 A ABALOGIA 90 ORGGTO HATEHATICO C fms ABETRATA | dik KO isan PACOLOTSHCA) 17)Tudo isso, entretanto, deixa ainda obscuro o que queremos significar com oconceito de moldura ou enquadre e com a nogio a ele relacionada de + "Mm pew Contexto . Para tomné - los claros € necess4rio ensistir, em primeiro lugar, que set corre estamos tratando de conceitos psicolégicos. Usamos dois tipos de analogia para congenr0s sto discutir esses conceitos: a analogia fisica da moldura de um quadro ¢ a analogia epatenre mais abstrata, embora ainda nao psicolégica, do conjunto matemético. Na teona ‘waTRAoK Poe dos conjuntos, os matemiticos desenvolveram axiomas € teoremas para DinGhad Ho oderem discutir com rigor as implicag6es l6gicas de pertinéncia em categorias ‘Qeas o1 sress Ou conjuntos que se intersectam. As relacdes entre conjuntos sao geralmente oe Ye4oncx —_ustradas por diagramas nos quais os itens ou membros de um universo maior 9 vA uNwER- sao representados por pontos e os conjuntos menores sao delimitados por linhas {© 4wor so \imaginérias, contendo os membros de cada conjunto. Tais diagramas sao ‘PefartenThOOt itustragdes de uma abordagem topolégica em relagdo al6gica das classificagdes eR Pouros & \O primeiro passo ao definmos um enquadre psicolégico seria‘o de dizermos x conwort (que € (ou delimita) uma classe ou conjunto de mensagens (ou de agoes: Yesopet SK significativas). As atividades Iiidicas de dois indivfduos, em uma dada ocasiao, SeiTaSoL POR seriam ento definidas como o conjunto de todas as mensagens trocadas por! Lowa 14x64: eles, em um espaco delimitado de tempo, e modificadas pelo sistema de, Pom, cOPTES- premissas paradoxais que descrevemos. Em um diagrama de Venn, essas’ 90 ot 4e"- mensagens poderiam ser representadas por pontos € 0. conjunto. circundadoy ‘Broi s Ch, poruma linha que as separaria de outros pontos, representando mensagens de: OA congusTO" Fee bs - nao-brincadeira ow literais. A analogia matemética falha, no entanto, porque o 4 enquadre psicolégico'ndo é representado satisfat6riamente por uma linha, Asoeongew O- jmagindria. Assumimos que os enquadres psicolégicos possuem algum grau de fovotrca . —_existéncia real. Em! muitos casos 0 enquadre reconhecido conscientemente.é até representado no vocabulério ( brincadeira, cinema, entrevista, emprego ; +o enQoa- lingua, etc.). Em outros casos pode nao haver referencia verbal explicita aos DRE PNCOWGSID ¢ SeFMgAo. 9 ) ° RUE cu Coos STO Ge AEWERGENL COU Ge AESEX -YESIFlENT VAS)! ENEHPLOZ Ak ATWISNDEL WORM GE BOIS WOVIQVES , EH CHA RoR OCALITO | SRA =~ Femor Goo 0 ONQNTO de OOM Mo eRACENS TROCAOM POR Eret | cH OF EX PASO etdiTASO VE TEPC Ce HOmFICADM Pero BeTEdA GE PREMische Prangoxats Jue o MTOR SECREVED) » NO DuGRAMA GE VERN 7 cHM ewtacens Lett PePRELENTAOK SPOR RosTOs: © 0 copGesTo GROIADKIO FOR oA Unda Que MM HEPABADIA Ge GuTROE FowTDS , PETA HENTASGO EOIAGEHL Ge WIO- BMNCMIEIRA OO LTERMS - cher Mua TOL. " € Cov oeunrn) O48 AOALOGA ARTEAKTICA f Fata 5 © ENDoAIRE NFO ¢ PEPREIENTAIO ~SaTLE FA- Ted MGod GRAD YE ExSTEROA TopAWENTe FOR WAN Lada aagiakBA : eve EAL | EX Mur CHOt , Rewafecwo COMIGENTEYENTE CRBDUNMO 7 EA OVTROL, FOE NAO HAVER PEFERERGA VERSAL enquadres ¢ os sujeitos podem nao ter consciéncia deles, No entanto, o analista verifica que seu pensamento fica excessivamente simplificado se adotar a nogao de um enquadre inconsciente como prinefpio explanat6nio, usualmente ele/a avanga além desse ponto, inferindo sua existéncia no inconsciente do sujeito. € PEPREENTADO NO VO™ expuaTa +h pomogin " ~* Mas se a analogia do conjunto matematico ¢, talvez, abstrata demas, a oo pesone, Mnalogia da moldura de um quadro € excessivamente conereta. O conceito © ceceurza. PSicol6gico que estamos tentando definir nao é nem fisico, nem légico. Na seme ca, Vetdade, a propria moldura fisica, acreditamos, é acrescentada aos objetos de nen arte pelas pessoas, porque operam mais facilmente em um universo em que algumas de suas caracteristicas psicoldgicas sao externadas. Sdo essas caracteristicas que estamos tentando discutir, usando suas concretizagdes como mecanismos ilustrativos. (17) mm fongder © os vlos 90K enBoagnet (Parcotdoiaoo ¢ = SFO exctoavor "ye weue 18: ‘As fungdes ¢ os usos dos enquadres psicol6gicos podem agora ser cearm Acs ‘listados ¢ ilustrados pela referéncia as analogias cujas limitagdes foram: “cet (ov indicadas no par grafo anterior. - og | AsSet omfcATivM) geurRO Oe OA EWQOADRE , OUTAM EREAGERS sho |xcnvload® + HL sho wether: ° 10 ExCWiR ceRrat HentaGedt , CUTRM sho weLhoKe * + + © Ove o£ (a), Enquadres psicol6gicos sdo exclusivos, ou seja, ao incluir certas + 4ovoona amensagens (ou agbes significativas) dentro de um enquadre, outras mensagens jc vours o- so exclufdas, : 4a Gravugn >“ Pretre ATERSFO wo Boe erTh DewTRO © NRO PRetTE =rk por ® + 4 Terwtes (QD). __Enquadres psicol6gicos sao inclusivos, ou seja, ao excluir certas: ge frcopa Mensagens, outras so inclufdas. Do ponto de vista da teoria dos conjuntos; © fenso Matematicos estas duas fungdes sao sinénimas, mas do ponto de vista da -CG@extacr) : (psicologia ¢ necess4rio list4-las separadamente. A moldura em volta de umar “4 pencep- 8TaVU, sea considerarmos como uma mensagem cuja intensio é a de cdo oc jon OTBanizar ou ordenar a percepgao do observador, diz, ‘preste atengio no que © Tet oe est4 dentro e ndopreste atengao no que est4 fora”. Figura ¢ fundo, no sentido “eq. pourTn- CH. Ue estes termes s4o usados pelos psicélogos da gestalt, ndo se relacionam eare wn- ‘simetricamente como 0 sao os conceitos de conjunto e complemento da teoria wtemtica dos conjuntos . A percepgao de fundo tem de ser positi vamente avenge wo De perce inibida ¢ a pereepeao da figura (neste caso a gravura) tem de ser positivamente’ (Oa FiGoRA intensificada. Ge) Ted Ge dep PouTWAMesTE sTennprcon ® (©; — Enquadres psicoldgicos esto relacionados com 0 que estamos: chamando “premisas”. O enquadre da gravura sinaliza ao observador que: nao deve usar 0 mesmo tipo de raciocinio ao interpretar a gravura que poderia usar ao interpretaro papel de parede fora da moldura:. Ou, em: termos da analogia + epDunomet | PEUGONAGOE CON mY predate ® CusteRSePEnsENGA ENTRE WEIM deoancens ) . se ewQonone A GanwupA : PeooSmar gFEeRENTEL CA Gaavone © We FORA On HoLooRA) © Paper Se Pane EA TERMOL OA MOALOGIA DOH Ck COMATOSE: JewtAGens GeETRO OK Lk wdAGle ekMA = Aedpaol Se UHR UMLE —> COMPARTILIMM PRedieEn COMuME € KO MUTA — WewTe Retevantet - +O EvReAoRG | PARTE Oo WSTEYA De PReMItAt | + EWVOUNDE BA AuALA GRO OM fen in@ent Que wasted (ov Bre VEFIME) ; OHA AOR FO TARQALHO GOONTWO Se ENTENSEP APORTMNTE LEHDRETE AO PENLNDOR - derivada da teoria dos conjuntos, as mensagens encerradas dentro da linha imaginéria sao definidas como membros de uma classe, em virtude de compartilharem premisas comuns ou de serem mutuamente relevantes. O proprio enquadre torna-se, endo, parte do sistema de premisas. Quer, como + © ev8va- ‘no caso do enquadre da brincadeira, ele proprio est4 envolvido na avaliagao ore : 4eth- das mensagens que contém (ou que define), quer o enquadre é apenas uma ajuda exjoaCenvo . a0 trabalho cognitivo de entender as mensagens af contidas, servindo de "QoaSwer — lembrete ao pensador de que estas mensagens s4o mutuamente relevantes ¢ que wewiaces a8 mensagens do lado de fora do enquadre podem ser ignoradas. WMPUGTAHENTE DefurA U4 ENOUADRE , 1740 FACTO Wun QE GUTEROER Ag MENEAGEL Mm Apmagens 2 o4 warpomer 8 Qe expuaTa op FoRnes —_ BROOK AO RECEPTOR Ex Jon Ten wawhoe so END . (@. (No sentido do pardgrafo anterior, um enquadre é metacomunicativo. ““veon 4en- Qualquer mensagem que explicita ou implicitamente defina um enquadre, ipso ~AGe4 teva facto fornece instrugSes ou ajuda ao recertor em sua tentativa de entender as ceduw'CAT14 mensagens inclufdas no enquadre. oo deTAU- Gaierica gepwe , SePLUTA Oo PUOTAMENTE COMVICANDO , yx70 , TOR AENSAGEM HeTACOALEE CATIA Puce cuot. (©: ‘Oconverso de (d) também ¢ verdadeiro, Toda mensagem metacomunicativa ou metalingutstica define, explicita ou implicitamente, o + e& wes conjunto de mensagens sobre o qual est4 comunicando, isto €, toda mensagem: = pourvagze metacomunicativa constitui ou define um enquadre psicolgico. Isto, por wa evtace4 “exemplo, € bastante evidente em relacdo a certos sinais_metacomunicativos tais ‘apeene : como os de pontuacéo em uma mensagem impressa, mas se aplica, igualmente, ‘voni Jem @ Mensagens metacomunicativas mais complexas, por exemplo, a definicao que conpuicaTwwot 0 psiquiatra faz de seu proprio papel no processo de cura. E em termos dessa definigao que suas contribuigdes, que integram_ 0 total de mensagens que ocorrem em uma'psicoterapia, devem ser compreendidas. _ pac em © CONqeNTO WE Yewtngent somAe O & comeTiTy! 00 GEFIWE v4 ENHLADRE @): (A relagdo entre enquadre psicol6gico ¢ gestalt perceptual deve ser considerada, e, neste ponto, € titil a analogia da moldura de um.quadro. Em ‘uma pintura de Roualt ou Blake, as figuras humanas ¢ outro objetos representados tém seus contomos esbogados em linhas. “Homens sdbios enxergam em contomos, e, portanto, eles os desenham”. Mas, fora dessas ‘linhas, que delimitam uma gestalt perceptual ou “figura”, existe um campo visual ou “fundo”, que, por sua vez, € delimitado pela moldura do quadro. Similarmente, em diagramas da.teoria de conjuntos, o universo maior dentro + © sopo ‘do qual os conjuntos menores so desenhados, est, ele proprio, contido em, vadorane, ; uma moldura, Este duplo enquatre , acreditamos, nao € meramente um.caso de ““enquadres dentro de enquadres”, mas uma indicagao de que processos mentais m Fr@RM se assemelham a logica no fato de precisarem de uma moldura ou enquadre: Hodnom € — externo, que delimite um fundo em relacao ao qual as figuras possam ser ovrrer 08% ‘pereebidas, Frequentemente, esta necessidade nao é satisfeita como, por wou Daron , Tea teur cowtbhnot exaognoor ef Une - fora oerTm, SPE , DeUATAA pV FQARY cesre od CPO VLA oD“ FoNGe" Que , FoR A vet <= SELAITAOO PEA OLDVBA SO Hornko (0 HeAdo te OK |d DAERAH on TEoRA OO cwpgonros) « Yesre opto ed Bonone (...) io € depadenTe om Cao Se enDonone ©, dM uk MOCACIO Ge Boe PROcEHOL elewTus Ae Mas oisdar Wo FAO 90’ PRECHAMEA be ik HOLOURA Oo eXHKORE EXTERNO, Tre GEUMTE OM Fowoo em RELAGFO AO Qual nx FIGURAL Pound LER (PERCADNIM ¥ emQurnner SenTRo SE “p Waica A Comte ont KM OF foisfoRO 7 Wipe ge FEDS A wePEH ex cre! GOL => TD 0 Awe Hio FOR * CMtA Je foi foro” ve wn} dexuo GRAY COfNTO GF (TEL GewTRO © FORA a0 CongeuTo WeFinso {ex De nDePA exemplo, quando vemos uma escultura na vitrine de uma loja de quinquilharias, 7° » 4 © que €uma sensagao desconfortdvel. Sugerimos que a necessidade desses wo Snipe limites externos do “fundo” relaciona-se a uma preferéncia em evitar idence”. paradoxos de abstragao. Quando uma classe l6gica ou conjunto de itens definido - por exemplo, a classe das caixas de fésforos - € necessério delimitar © conjunto de itens que devem ser excluidos, neste caso, todas aquelas coisas que nao sao caixas de f6sforos. Mas os itens que devem ser inclufdos no conjunto “fundo” (ou complemento) devem ser do mesmo grau de abstragao, do mesmo “tipo légico” daqueles dentro do préprio conjunto: "Re eutaruor \Especificamente, se quizermos evitar 0 paradoxo , a “classe das caixas de © Paragoxo: fésforos” € a “classe de ndo-caixas de f6sforo” (embora ambos esses itens " wendoua sejam claramente nao-caixas de f6sforo) nao devem ser considerados como (imac pose ‘membros da classe dos objetos nao-caixa de fésforo. Nenhuma classe pode ser sep of tea (UM membro de si mesma. A moldura de um quadro, porque delimita um. RO oe 4 eta fundo, é aqui considerada como uma representagao externa de um certo tipo ~ ‘especial ¢ importante de enquadre psicolégico - a saber, um enquade cuja fungao € delimitar um tipo l6gico. Isto, na verdade, € 0 que foi indicado acima, +", dotger quando foi dito que a moldura é uma instrugao para o observador de que nao raen srmho © opteRuNgOR Se We Gtrewoer ream Dee wenn Ea ARE Ak FO RM geWTRO we deve estender as premissas que vigoram entre as figuras dentro do quadro para ‘penn © Papel de parede atrés dele. aliggolel Mas, € precisamente este tipo de enquadre que gera 0 paradoxo. A Tegra para evitar paradoxos insiste que os itens fora de qualquer linha delimitadora sejam do mesmo tipo légico daqueles dentro da linha, mas a moldura de um quadro, como analisado acima, € uma linha que separa itens de. um dado tipo légico de itens de outro tipo légico. De passagem, € interessante notar que a regra de Russell ndo pode ser formulada sem que seja quebrada. Russell insiste que todos os itens do tipo I6gico inapropriado sejam __ exclufdos (isto €, por uma linha imaginéria) do complemento ou fundo de Prax © Gualquer classe(ou seja, insiste em desenhar uma linha imaginéria exatamente shan ag (do tipo que profbe). deur * + 80 ewmas- 19) Todo este assunto de enquadres ¢ paradoxos pode ser ilustrado em termos cre de comportamento animal, em que trés tipos de mensagens podem ser noe ee aa. Teconhecidas ou deduzidas: (a) mensagens do tipo que estamos chamando aqui pion de sinais de humor, (b) mensagens que simulam sinais de humor (na Seore B princadeira, na ameaca, no comportamento histrinico, ete.); ¢ (c) mensagens pa oO PA que permitem ao receptor discriminar entre sinais de humor e aqueles outros Resoxo sinais que se assemelham a eles. A mensagem : “Isto é de brincadeira” é do «a pecan terceiro tipo. Ela informa ao receptor que certas dentadas ¢ outras agoes ean carne Senilcativas nfo sio mensagens do primeiro tipo man eur Prensovos ; A ouRA de um QonoRO COwTRAMA EXTRA PEGRA v8 12 QeGPA SE PouerL SIO POSE HER foRfuinon cd Bre Yea Dvepnron

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