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José Mariano Amabis Gilberto Rodrigues Martho Biologia moderna Amabis & Martho eT ColnT Componente curricular: BIOLOGIA pati M18 Co Pana A610 18 fon 8, 4) Adaptacao e evolucao CO termo adaptacdo (do latim adaptare, tornar apto) significa, para os bidlogos, a capacidade que todo ser vivo tem de se ajustar ao ambiente, isto ¢, de se adequar em resposta a uma altera- co ambiental. A capacidade de adaptacao estd indisscluvelmente ligada & manutencio da vida. Pouemus focalizar a adaplayau em duis niveis. nv individuo ena populayav. No primeiro vasu, a adaptacio consiste no ajustamento individual a determinada mudanca ambiental e é denominada homeostase (do grego homoios, da mesma natureza, igual, ¢ stasis, estabilidade). Por exemplo, quando a temperatura ambiental sobe, ficarios vermelhos e comecamos a suar. A vermelhidao da pele deve-se a dilatacao dos vasos sanguineos periféricos, que passam a irradiar mais calor, resfriando 0 corpo, proceso auxiliado pela sudorese. Do ponto de vista nopulacional, adaptacdo evolutiva é 0 processo em que uma populacao se ajusta ao ambiente ao longo de sucessivas geracdes como resultado da selecéo natural. Melanismo industrial como exemplo de ada 10 evoluti Um dos estudos que mostram a aco da selecao natural € o da dinamica de populagdes da mariposa Biston betularia, em reas industriais da Inglaterra e do norte dos Estados Unidos, a0 longo dos ultimos 160 anos. A partir de 185U, observou-se que a forma melanica (do grego melas, escuro, negro) dessa mariposa, na época extremamente rara, foi se tornando gradativamente comum nas éreas industrializadas, até suplantar as mariposas claras e passar a ser predominante. © fenémeno foi denominado melanisme industrial porque a predominancia das mariposas me lanicas estava nitidamente associada ao aumento da industrializaco, responsdvel pela liberacdo de poluentes atmosféricos que matam os liquens dos troncos das drvores e os tornam enegrecidos pela fuligem. (Fig. 5.26) Figura S26 Variedades clara ‘emelanica da mariposa Baton betula, cujos individuos adultos tém aproximadamente 6 cm de envergadura. A. Em troncos de Arvores cobertos por liquens, a forma melanica torna-se bem visivel, enquanto a forma clara € quase imperceptivel BB. Em troncos cobertos por fuligem, a situacao ¢inversa: as mariposas melanicas 830 menos visveis que as claras. Estudos realizados em bosques poluidos e nao poluidos mostraram que as mudancas nas fre quéncias de mariposas claras e escuras resultam da predacao seletiva por péssaros. Nos bosques do poluidos, as mariposas melanicas, a0 pousar nos troncos cobertos de liquens, ficam bem visiveis, € s80 facilmente percebidas e comidas por passaros, o que explica 0 fato de serem raras nesses locais. Ao contrario, nos bosques poluidos, s80 as mariposas claras que se tornam visiveis a0 pousar os troncos escuros cobertosde fuligem. Nessa condi¢o pés-industrializacdo, as formas melanicas de mariposas passaram a ter maior chance de sobrevivencia, por sofrerem menor predagio dos passaros. Assim, a selecao natural realizada pelos péssaros predadores levou a predominancia da variedade melanica sobre a variedade clara nas areas poluidas. Ha alguns anos a metodologia empregada nos trabalhos pioneiros sobre melanismo indus trial foi objeto de criticas, mas experimentos recentes, com métodos mais acurados, confirmaram aquelas conclusdes e 0 melanismo industrial das mariposas continua a ser um exemplo classico de evolucio, observado em tempo real Camuflagem, coloracao de aviso e mimetismo Camuflagem € 0 tipo de adaptacao em que uma espécie desenvolveu caracteristicas que a confundem com o ambiente e dificultam sua localizacao. Mariposas 8. betularia claras, por exe plo, apresentam camuflagem em relacdo aos troncos cobertos por liquens; as melanicas ficam camufladas a0 pousar sobre troncos enegrecidos pela fuligem. Outro exemplo interessante de camufiagem ¢ o das raposas-do-artico, que apresentam pela- gem brancano inverno, quando o ambiente esta coberto pelaneve, epelagem colorida nas outras épecas do ano, quando no hé neve. No inverno, a pelagem branca permite que a3 raposas 2° confundam com o ambiente, tornando-se menos visiveis, o que facilita a aproximacao das presase a ocultagio dos predadores. Quando nao ha neve, ¢ a pelagem colorida que confere maior camu: flaaem. E importante ressaltar aue a troca de pelaaem nao ocorre por uma decisao do animal. mas é uma caracteristica adaptativa incorporada a espécie ao longo de sua evolucao. (Fig. 5.27) . Pu, Hy, , v } f Figura 5.27 Exemplos de ‘camuflagem, Ae B. Raposa: -do-artico (Alepex lagopus) com pelagens de inverno e de verao, respectivamente. O animal mede até 55.cm de comprimento, sem conter a eauda. C, Cavale- -marinho da espécie Hyppocampus bargibanti, eyo corpo lembra certos corals, entre os quais esse animal vive. Pode atingir 3.cm de comprimento. D. Bicho- {otha daespécie Typophyllum bolivari.inseto cula forma e coloragao assemelham-se a folhas em decomposigao. Tem aproximadamente 2,5

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