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INTERVENÇÃO DE TERCEIROS

(CONTINUAÇÃO)

Profa. Juliana Fauth


Intervenção de Terceiros
6. NOMEAÇÃO À AUTORIA

Art. 62. Aquele que detiver a coisa em nome alheio, sendo-lhe demandada em nome
próprio, deverá nomear à autoria o proprietário ou o possuidor.
Art. 63. Aplica-se também o disposto no artigo antecedente à ação de indenização,
intentada pelo proprietário ou pelo titular de um direito sobre a coisa, toda vez que o
responsável pelos prejuízos alegar que praticou o ato por ordem, ou em cumprimento de
instruções de terceiro.
Art. 64. Em ambos os casos, o réu requererá a nomeação no prazo para a defesa; o juiz,
ao deferir o pedido, suspenderá o processo e mandará ouvir o autor no prazo de 5 (cinco)
dias.
Art. 65. Aceitando o nomeado, ao autor incumbirá promover-lhe a citação; recusando-o,
ficará sem efeito a nomeação.
Art. 66. Se o nomeado reconhecer a qualidade que lhe é atribuída, contra ele correrá o
processo; se a negar, o processo continuará contra o nomeante.
Art. 67. Quando o autor recusar o nomeado, ou quando este negar a qualidade que lhe é
atribuída, assinar-se-á ao nomeante novo prazo para contestar.
Art. 68. Presume-se aceita a nomeação se:
I - o autor nada requereu, no prazo em que, a seu respeito, lhe competia manifestar-se;
II - o nomeado não comparecer, ou, comparecendo, nada alegar.
Art. 69. Responderá por perdas e danos aquele a quem incumbia a nomeação:
I - deixando de nomear à autoria, quando lhe competir;
II - nomeando pessoa diversa daquela em cujo nome detém a coisa demandada.
Intervenção de Terceiros
6. NOMEAÇÃO À AUTORIA

NOVO CPC: a nomeação à autoria foi extinta do novo código de processo


civil.

Nomeação à autoria é uma intervenção provocada pelo réu.

É instituto exclusivo do processo de conhecimento.

É uma intervenção de terceiro obrigatória  é um dever do réu. Se o réu


não nomeia à autoria ele arcará com as custas do processo, já que descumpre
com um dever.

Seu objetivo é corrigir o polo passivo do processo.

Aquele demandado que não é o legitimado tem o dever de indicar ao autor


quem é o legitimado  o objetivo é fazer com que B saia do processo e C
(legitimado correto) entre em seu lugar.

Não há ampliação subjetiva do processo, apenas a modificação de um de seus


polos.
Intervenção de Terceiros
6. NOMEAÇÃO À AUTORIA

Nem sempre que alegar a ilegitimidade o réu terá que nomear à autoria.

Somente em duas situações há esse dever, informadas pelo CPC em seus


arts. 62 e 63  tais artigos estão diretamente ligados a relações jurídicas
encobertas pela aparência
Art. 62  Cuida de ações reipersecutórias propostas contra
o mero detentor, que nomeará à autoria o possuidor ou
proprietário (são as ações pelas quais se busca a entrega de
uma coisa).
Art. 63  Ações indenizatórias ajuizadas contra o preposto
do devedor.

Art. 62. Aquele que detiver a coisa em nome alheio, sendo-lhe


demandada em nome próprio, deverá nomear à autoria o
proprietário ou o possuidor.
Art. 63. Aplica-se também o disposto no artigo antecedente à
ação de indenização, intentada pelo proprietário ou pelo titular
de um direito sobre a coisa, toda vez que o responsável pelos
prejuízos alegar que praticou o ato por ordem, ou em
cumprimento de instruções de terceiro.
Intervenção de Terceiros
6. NOMEAÇÃO À AUTORIA
6.1 Procedimento

A nomeação deve ser feita no prazo de defesa.

Deferindo o pedido, o juiz tomará duas providências:

suspenderá o processo.*
ouvirá o autor sobre a nomeação, no prazo de 5 dias: acaso
silencie, presume-se a aceitação; a recusa deve ser expressa;

Aceita a nomeação, deverá o autor promover a citação do nomeado.

Ao nomeado abrem-se duas possibilidades:

reconhece a qualidade que lhe é atribuída expressamente ou


tacitamente (se ao comparecer ou, comparecendo, nada alegar);
negar a qualidade que lhe é atribuída.

O processo passará a correr contra o nomeado e o primitivo demandado será


excluído da relação processual  ato chamado extromissão da parte.
Intervenção de Terceiros
6. NOMEAÇÃO À AUTORIA
6.1 Procedimento
O CPC prevê dupla aceitação: do autor e do nomeado.

Segundo a redação do art. 66, no caso de negativa do nomeado, o processo


prossegue contra o nomeante, que terá novo prazo para contestar.

Entende a doutrina que se o nomeado negar a qualidade que lhe foi


atribuída, o processo continuará contra o nomeante  todavia, se o juiz
entender que o nomeado é o responsável o condenará.

Ou seja, o processo segue contra o nomeante mas será eficaz contra o
nomeado que se recusou a entrar.

O nomeante atuará, nesse caso, como legitimado extraordinário.

Sanções: presentes as hipóteses dos artigos 62 e 63, a nomeação é um dever


do réu. Caso deixe de fazê-lo, responderá por perdas e danos (art. 69), em ação
própria a ser proposta pelo prejudicado.

Pergunta-se: na nomeação à autoria, o nomeado tem relação com o


adversário do nomeante? SIM, E SÓ ELE TEM.
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7. CHAMAMENTO AO PROCESSO

O chamamento ao processo é uma intervenção provocada APENAS pelo


réu, e também apenas em processo de conhecimento.

Não há ampliação do objeto litigioso do processo.

Há uma ampliação subjetiva do processo, pois há uma ampliação do polo


passivo do processo.

Trata-se de intervenção facultativa. Ou seja, o réu chama ao processo se


quiser.

Ela pressupõe um vínculo de solidariedade entre chamante e chamado.

O art. 77 dispõe que:


um fiador pode chamar ao processo um devedor;
um fiador pode chamar ao processo um co-fiador;
um devedor pode chamar um co-devedor.

ATENÇÃO: o devedor não poderá chamar o fiador ao processo.


Intervenção de Terceiros
7. CHAMAMENTO AO PROCESSO
Podem haver chamamentos sucessivos.

O chamamento ao processo é um instituto que está em desarmonia com o


direito material  o direito material diz que o credor pode escolher qualquer
devedor solidário na hora de cobrar o seu crédito.

Utilidade:
a sentença de procedência será contra todos, chamante e
chamado  assim a sentença poderá ser executada contra
ambos.
aquele que vier a pagar a dívida (chamante ou chamado) poderá
regredir contra o outro no mesmo processo.

Não é correta a lição de que o chamamento ao processo é uma ação de


regresso.

O chamamento é uma convocação para o litisconsórcio passivo, ulterior,


facultativo e unitário ou simples (conforme seja o bem divisível ou não).

Pergunta-se: o chamado tem relação com o adversário do chamante? TEM,


TAMBÉM.
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7. CHAMAMENTO AO PROCESSO
NOVO CPC. Art. 130. É admissível o chamamento ao processo,
requerido pelo réu:
I - do afiançado, na ação em que o fiador for réu;
II - dos demais fiadores, na ação proposta contra um ou alguns
deles;
III - dos demais devedores solidários, quando o credor exigir de
um ou de alguns o pagamento da dívida comum.

7.1 PROCEDIMENTO
NOVO CPC. Art. 131. A citação daqueles que devam figurar em
litisconsórcio passivo será requerida pelo réu na contestação e
deve ser promovida no prazo de 30 (trinta) dias, sob pena de ficar
sem efeito o chamamento.
Parágrafo único. Se o chamado residir em outra comarca, seção
ou subseção judiciárias, ou em lugar incerto, o prazo será de 2
(dois) meses.
Art. 132. A sentença de procedência valerá como título executivo
em favor do réu que satisfizer a dívida, a fim de que possa exigi-
la, por inteiro, do devedor principal, ou, de cada um dos
codevedores, a sua quota, na proporção que lhes tocar.
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8. DENUNCIAÇÃO DA LIDE
A denunciação da lide é uma demanda, ou seja, uma ação do denunciante
contra o denunciado.

Formula-se um pedido novo contra o denunciado, pedido esse de natureza


regressiva.

A denunciação da lide é uma intervenção de terceiro provocada pelo autor


ou pelo réu  contudo, denunciação da lide feita pelo autor não é uma
intervenção de terceiro, uma vez que processo já nasce contra o terceiro.

Trata-se de ação regressiva: o denunciante pede que o juiz condene o


terceiro a ressarcir os prejuízos que sofreu.

A denunciação da lide é ação antecipada de regresso para qualquer


hipótese de regresso.

A partir dessa lide, o processo passa a ter duas demandas (AB e BC).

É preciso deixar claro que a denunciação da lide é uma demanda eventual.

A denunciação da lide é também uma demanda antecipada.


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8. DENUNCIAÇÃO DA LIDE
8.1 HIPÓTESES DE DENUNCIAÇÃO DA LIDE
Art. 70. A denunciação da lide é obrigatória:
I - ao alienante, na ação em que terceiro reivindica a coisa, cujo
domínio foi transferido à parte, a fim de que esta possa exercer o
direito que da evicção Ihe resulta;
II - ao proprietário ou ao possuidor indireto quando, por força de
obrigação ou direito, em casos como o do usufrutuário, do credor
pignoratício, do locatário, o réu, citado em nome próprio, exerça a
posse direta da coisa demandada;
III - àquele que estiver obrigado, pela lei ou pelo contrato, a
indenizar, em ação regressiva, o prejuízo do que perder a
demanda.
NOVO CPC. Art. 125. É admissível a denunciação da lide,
promovida por qualquer das partes:
I - ao alienante imediato, no processo relativo à coisa cujo
domínio foi transferido ao denunciante, a fim de que possa
exercer os direitos que da evicção lhe resultam;
II - àquele que estiver obrigado, por lei ou pelo contrato, a
indenizar, em ação regressiva, o prejuízo de quem for vencido no
processo.
Intervenção de Terceiros
8. DENUNCIAÇÃO DA LIDE
A) DENUNCIAÇÃO DA LIDE FEITA PELO RÉU
Art. 71. A citação do denunciado será requerida, juntamente com a do
réu, se o denunciante for o autor; e, no prazo para contestar, se o
denunciante for o réu.

Art. 72. Ordenada a citação, ficará suspenso o processo.


§ 1o - A citação do alienante, do proprietário, do possuidor indireto ou do
responsável pela indenização far-se-á:
a) quando residir na mesma comarca, dentro de 10 (dez) dias;
b) quando residir em outra comarca, ou em lugar incerto, dentro de 30
(trinta) dias.
§ 2o Não se procedendo à citação no prazo marcado, a ação prosseguirá
unicamente em relação ao denunciante.

Art. 75. Feita a denunciação pelo réu:


I - se o denunciado a aceitar e contestar o pedido, o processo prosseguirá
entre o autor, de um lado, e de outro, como litisconsortes, o denunciante
e o denunciado;
II - se o denunciado for revel, ou comparecer apenas para negar a
qualidade que lhe foi atribuída, cumprirá ao denunciante prosseguir na
defesa até final;
III - se o denunciado confessar os fatos alegados pelo autor, poderá o
denunciante prosseguir na defesa.
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8. DENUNCIAÇÃO DA LIDE
A) DENUNCIAÇÃO DA LIDE FEITA PELO RÉU
NOVO CPC. Art. 126. A citação do denunciado será requerida na
petição inicial, se o denunciante for autor, ou na contestação, se o
denunciante for réu, devendo ser realizada na forma e nos
prazos previstos no art. 131.
Art. 131. A citação daqueles que devam figurar em litisconsórcio passivo
será requerida pelo réu na contestação e deve ser promovida no prazo de
30 (trinta) dias, sob pena de ficar sem efeito o chamamento.
Parágrafo único. Se o chamado residir em outra comarca, seção ou
subseção judiciárias, ou em lugar incerto, o prazo será de 2 (dois) meses.

Art. 128. Feita a denunciação pelo réu:


I - se o denunciado contestar o pedido formulado pelo autor, o processo
prosseguirá tendo, na ação principal, em litisconsórcio, denunciante e
denunciado;
II - se o denunciado for revel, o denunciante pode deixar de prosseguir
com sua defesa, eventualmente oferecida, e abster-se de recorrer,
restringindo sua atuação à ação regressiva;
III - se o denunciado confessar os fatos alegados pelo autor na ação
principal, o denunciante poderá prosseguir com sua defesa ou, aderindo
a tal reconhecimento, pedir apenas a procedência da ação de regresso.
Parágrafo único. Procedente o pedido da ação principal, pode o autor, se
for o caso, requerer o cumprimento da sentença também contra o
denunciado, nos limites da condenação deste na ação regressiva.
Intervenção de Terceiros
8. DENUNCIAÇÃO DA LIDE
B) DENUNCIAÇÃO DA LIDE FEITA PELO AUTOR

Art. 71. A citação do denunciado será requerida,


juntamente com a do réu, se o denunciante for o autor; e,
no prazo para contestar, se o denunciante for o réu.

Art. 74. Feita a denunciação pelo autor, o denunciado,


comparecendo, assumirá a posição de litisconsorte do
denunciante e poderá aditar a petição inicial, procedendo-se em
seguida à citação do réu.

NOVO CPC. Art. 126. A citação do denunciado será requerida


na petição inicial, se o denunciante for autor [...].

Art. 127. Feita a denunciação pelo autor, o denunciado poderá


assumir a posição de litisconsorte do denunciante e acrescentar
novos argumentos à petição inicial, procedendo-se em seguida à
citação do réu.

A denunciação da lide feita pelo autor não é uma legítima intervenção de


terceiro.
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8. DENUNCIAÇÃO DA LIDE
8.2 DISPOSIÇÕES COMUNS

NOVO CPC. Art. 129. Se o denunciante for vencido na ação


principal, o juiz passará ao julgamento da denunciação da lide.
Parágrafo único. Se o denunciante for vencedor, a ação de
denunciação não terá o seu pedido examinado, sem prejuízo da
condenação do denunciante ao pagamento das verbas de
sucumbência em favor do denunciado.

8.3 SITUAÇÃO PROCESSUAL DO DENUNCIADO


A posição processual do denunciado é a de réu/demandado na
denunciação.

Na demanda originária o denunciado atuará na defesa de interesse alheio,


ou seja, o denunciado é legitimado extraordinário, na defesa dos interesses
do denunciante contra o adversário comum.

 Pergunta-se: esse legitimado extraordinário assume qual posição?

Segundo o código  há litisconsórcio entre denunciante e


denunciado (arts. 74 e75).
Intervenção de Terceiros
8. DENUNCIAÇÃO DA LIDE
8.4 DENUNCIAÇÃO DA LIDE POR EVICÇÃO: OBRIGATORIEDADE
DA DENUNCIAÇÃO DA LIDE
Pergunta-se: a denunciação é obrigatória para o exercício do direito de
regresso? A resposta à pergunta, de acordo com o atual código (a denunciação
da lide é obrigatória?), passa por três partes:
1ª parte: O CPC, em seu art. 70, dispõe que a denunciação da
lide é obrigatória:
2ª parte: Doutrina: a discussão sobre a obrigatoriedade da
denunciação da lide só se admite em relação aos casos de evicção
(inciso I do artigo 70).
3ª parte: tornou-se pacífico o entendimento de que a
denunciação da lide só seria obrigatória na hipótese do
inciso I do art. 70 (evicção).

 De acordo com o novo CPC, a denunciação da lide é sempre


facultativa:
Art. 125. É admissível a denunciação da lide, promovida por
qualquer das partes:
§ 1o O direito regressivo será exercido por ação autônoma
quando a denunciação da lide for indeferida, deixar de ser
promovida ou não for permitida.
Intervenção de Terceiros
8. DENUNCIAÇÃO DA LIDE
8.5 DENUNCIAÇÕES SUCESSIVAS

Admite-se aquilo que se chama de denunciações sucessivas (denunciado que


denuncia outro alienante e assim sucessivamente).

CPC. Art. 73. Para os fins do disposto no art. 70, o denunciado,


por sua vez, intimará do litígio o alienante, o proprietário, o
possuidor indireto ou o responsável pela indenização e, assim,
sucessivamente, observando-se, quanto aos prazos, o
disposto no artigo antecedente.

NOVO CPC. ART. 125, § 2o Admite-se uma única denunciação


sucessiva, promovida pelo denunciado, contra seu antecessor
imediato na cadeia dominial ou quem seja responsável por
indenizá-lo, não podendo o denunciado sucessivo promover nova
denunciação, hipótese em que eventual direito de regresso será
exercido por ação autônoma.
EXERCÍCIO
Assinale Verdadeiro (V) ou Falso (F) e justifique.

a) Requerida a nomeação à autoria, o prazo para contestação será suspenso e,


se o autor recusar o nomeado, será deferido ao nomeante o restante do
prazo.
b) É admissível a nomeação à autoria para corrigir a ilegitimidade passiva da
causa, quando o detentor é demandado como se fosse proprietário.
c) Na ação em que o fiador for réu é admissível o chamamento ao processo do
devedor e, neste caso, para que o juiz declare, na mesma sentença, as
responsabilidades dos obrigados, o réu requererá, até o julgamento da lide
em primeiro grau, a citação do chamado.
d) A denunciação da lide pode ocorrer em face de todos os devedores
solidários, quando o credor exigir de um ou de alguns deles, parcial ou
totalmente, a dívida comum.
e) A denunciação à lide pode dar-se tanto pelo demandante, como pelo
demandado.
f) Feita a denunciação pelo autor, o denunciado, comparecendo, assumirá a
posição de litisconsorte do denunciante, mas não poderá aditar a petição
inicial, procedendo-se em seguida à citação do réu.

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