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Bissasses POLIEDRO- "ee: (12) 9034657 onyrah© Estos Foca 2012 Teo retord apo recarcor 8 Eater Plas Astoria (om orem latin): Ande Osea de Gua, Cae ‘Aanoni de Bt, Ener Peri Siva Rosa, Gabert Elias ‘Selemao, Guinerme Aulono Basis dogo, Herraue Fore Vilas, ‘Mare Miguel Warns Peon, Marco Abend do Fara Pes, Marlo Medi Navara Cruz, alu Abs Sakis, Renato Abert Rogues (Tio), Renato Goes de Carano, Unborta Céear Chacon Maing Coordenaeo geral: Ane Obs de Guan ‘Superisto ettova: Sanara Casto, Projet gritice Kibet de Sours Pet ‘Coordenseio de arte: Antone Doringues, Kleber do Souza Pela Diogrameeso: Equpe de ae da Era Pood ustrapées: Equip de sapere da Era Potato. eonogata:Equpes de eonegraa ede ate da Eto Poo. ‘Coordenago de ego: Van Plscak Joe. digo: Equipe de ei da Eto Poeko Coordenagéo de revit: VagarBetosa. Revisso: Equip do visto da Era Poa ‘cepe: FernancoAupuso Poet Imprasssoe seabamento: Pr. y ee _ ___-,_,_,-,;E__ VOCOGEC {OG poem 1a) (8) Peed a0. ‘ e605. ™ fae ues 054 10 Me fas a 052 mh | a 5058 15 ies % | a9. 0 e058, a | bs 57058. “ us 5500 se | Iho hh a steal ‘ ” taste Msies ee 7 hans | seas ” hese | ste AF ht a ree a | 6 we * J Diao hast 08 bie esta ees sass ven sages tan vata date AeS80S N06 WC) Ch sto | aa a {limon Qin em joe | erst 5 13 | base hs 1 | | ms tm eS he ae See Teva hw Wh Me aa MleSSt Me his te A hese a ct Jjwes a co ce aise aw a | sits fanssess aah ca | TS ‘ante leet kk) ta Ww Loree) ALUNO« @ Aig 198 e075 A a) : 058 as fags. ) J] we Die am Bans a bso) 08 tet 906 dna) ata st 206 figsac)——— 208 fea hin a) saa taste 9) sates si bse REERES BESS: bb GE ais50 Y pda a8 a: ab: uo: uo: tl: sales sal sales sols sal geegs Seeees Portucuts | Concordancia nominal A concordincia nominal estuda as relagdes de _género e nlimero estabelecidas entre o substantivo e seus satélites. Entre as regras, destaca-se 0 emprego das pala- vras meio, bastante, caro, anexo, em anexo ealerta. Vale também ressaltar a concordincia com as expresses & timo, é bom, é proibido. Nao se esqueca, ainda, da leitu- rado texto complementar, pois nele estio as explicagies referentes a quatro vicios de linguagem: a ambjguidade, © barbarismo, a.cacofonia ¢0 pleonasmo vicioso. A seguir, vocé ler uma sintese do assunto, com as prineipais regras, as de maior emprego no cotidiano e nos exames atuais, 0 substantive e seus satélites A concordincia nominal estuda as relagtes esta belecidas entre o substantivo e seus satélites (relagdes de género e nimero). A regra geral diz que o artigo, © pronome, o numeral e o adjetivo concordam em gé- nero e niimero com 0 substantivo ao qual se referem. i 1 UO 1 Bragos feridos ¢ almas abaladas decoravam 0 triste Dois substantivos para um adjetivo Para uso correto das primeiras regras especiais, eve em conta os dois tipos de concordaneia: ‘concordincia gramatical Ss. mase, + §, mase. = ad. mase. plural s.fem.+s. fem, ad fem. plural s. mase. +, fem. = adj. mase. plural — coneordancia atrativa ‘o.adjetivo refere-se aos dois substantivos, mas eon- corda com 0 mais préximo (o crtério é a eufonia). 8) um adjetivo (na fungi de adjunto adnominal) para dois ou mais substantivos ‘ordem direta (substantivos + adjetivo): nesta cordem, 0 adjetivo pode concordar com 0 mais préximo (concordancia atrativa) ou com a soma (coneordancia gramatical), ‘Compraram granada etanque apones (ou japaneses), ordem indireta (adjetivo + substantivos): nesta ordem, 0 adjetivo concorda com 0 mais proximo (coneordancia atrativa). Viram indos golfinhos e baleias. b)_um adjetivo (na fungdo de predicativo) para dois ‘ou mais substantivos fordem direta (substantivos + adjetivo): nesta ordem, 0 adjetivo concorda com a soma (concor- inca gramatical, 0 professor eo aluno estavam arénitos. ordem indireta (adjetivo + substanivos): nesta or- dem, oadjetivo pode concordar com o mais proximo (cone. atrativa) ou com a soma (cone. gramatical), Estava atdnito 0 professor € o aluno, Estavam atdnitos 0 professor e 0 aluno, Dois adjetivos para um substantivo, a) Se o substantive estiver no plural, nao haverd artigo diante do segundo adjetivo. Brasil vence as Selentesalema ingles. b)_ Seo substantivo estiver no singular, haverd artigo diante do segundo adjetivo. Bras vence a selago aloms angles io, bastante, caro, barato, muito, pouco, sé fonge J 80 substantvo, ao pronome substantiv: variam (concorde), Reteremse| E meioia e mela nora) | 20 verbo, a0 adjetivo, 20 adverbio: ‘go variam (masc/sing). 3 las estavam meio bobas, aaeo0 Verbo ser + adjetivo As expressdes é bom, é étimo, & necesséirio, & proibido etc. (verbo ser + adjetivo) sto varidveis se precedidas de determinante; so invaridveis quando desacompanhadas de determinant. E proibido viagens ao exterior. ‘Sao proibidas as viagens a0 exterior. Adjetivo com valor de advérbio Os adjetivas que se transformaram em advérbios (ligados a0 verbo) permanecem invaridveis; (como adjetivos, variam), Elas desfitam bonito, fungdo adverbial verbo Elas sao onitas = fungdo adjetiva na» (© primeiro varia, concorda com 0 substantive (0 que esti sendo anexado); 0 segundo no varia, & locugao adverbial. Utiliza-se “em anexo” quando no & preciso especificar a que esté anexado, Seguem anexas ao bilhete as instrugdes, Seguem em anexo as instrugdes. Mesmo, prop! Variam quando ligados a0 nome, nao variam {quando ligados a0 verbo (“mesmo” como “de fato”) las mesmas escreveram 0 re Blas cantaram mesmo, HEB Leia o amincio a seguire faga o que se pede. a Chetan | we Vinfios e carnes nobres 4) Por que a frase “vinhos ¢ cares nobres” nfo & suficientemente clara? ) Para que © aniincio se apresente de forma mais clara, edija-o novamente. Mepicina 1V Texto para a questo 2 Coro Abreu, Muito obrigade pelo empréstino, ele me salvou de bastantes pro Betinho; Deus I 19 envelope azul o& duzentas reais. Eat incluso, nesse dinheiro, 0s juros de 10%. nas: © carro, © aluguel, @ divida com 0 ogue por sso ojuda. Segue anexo IE Faca a corresao do texto, climinando os erros de concordineia Em uma escola, via-se 0 seguinte carta ss Um dos alunos leu o cartaz ¢ resolve corrigi-lo, baseando-se na norma culta, Essa correo aparece na alternativa Aceita-se inserigaes.... partir. partir... meio dia © meia, meio-dia e mei, Se aceita inscrigdes Accita-se inscrigdes, a partir melodia € meio, KEE Leia os textos a seguir, Texto 1 Coma o verde sem dé DS > ALFACE E BOM PRA TUDO! ‘Texto? E proibido entrada de paciente: neste recinto. Explique por que as frases dos dois textos esto core tas do ponto de vista da concordaneia nominal, apesar e 0s adjetivos “bom” e “proibido” no estarem em concordancia (no género) com os substantivos aos auais se referem, TEBE Uniesp Adopt) Se fase “0 guarenio 0 amo- ‘oxo refnado, capaz de sentir pocsi onde © adales- cente 56 ¥6 0 embaragoso cotiiano.” for para 0 Plural eo terme destaeado substiuido por um sindni- (0s quarentoes soos amorosos refinads, Capazes de sentrem poesia onde os adolescentes caper de sentir pocsn onde os adolescents ‘eem o compicado cotidiano. HE Leia manchete a seguir faga 0 que se pede BRASIL SUPERA SELEGAO RUSSA EJAPONESA E CONQUISTA COPA g aL —==s 8) Desconsiderando nosso conhecimento de mundo, {que interpretagio poderiamos ter? b)_ Reescreva a manchete em duas versdes de modo a tomé-la coerente, HEA URRGS "Apesor de nGo termos ilusses quanto ao, cartler dos nossas eles, ens uma conto resstncio o e230 espécie de nilsmo © que o Brasil nos leva. *Os eseBndolos na 6120 financeir es160 acabando oFé com isso, Fico cad vez mais diel espantoros burgueses. ‘Os burgueses ndo se espantom com mais node. ‘Alguns toler se supreendom quando ouvem um fiko pequeno ‘0u:um neto repetindo ume letra dos Memonas, mos nestes casos © espant € dierido, ou pelo menos resignado. “A necessidade de se ser absolutamente claro sobre {que tpos de atvidade sexval causom Aids @ come fazer para preveni-a acabou com qualquer preacupagée da imprenso € do propaganda com o pundoner (grande palavo) alheio, embora ainda facam alguns rodeos "A inquogem cou mois leve, ficomos menos hipécritos. Burgueses epotéveis ainde existem, mas © acimulo de agress6es © seus owidos © pruidos os insensibiizou & hoje, se reagem, nbo 6 em pablic. ui Femand Visio, Conv oto Neg: to Close, iva 1996.53 Observe as seguintesafirmagdes sobre concordancia, Caso a palavra alguns no 5° periodo fosse subs- tituida por alguém, apenas dois verbos deveriam softer ajustes para fins de concordancia. TL Caso tivéssemos o burgués ao inv de hurgueses no 8° periodo, quatro outras palavras deveriam softer ajustes para fins de concordancia, IIL, Caso a sequéncia da imprensa e da propaganda (6 periodo) fosse substituida por da midia, 0 ver- bo facam (6° periodo) deveria soffer ajuste para fins de concordéncia. Est(4o) correta(s): apenas 1 apenas Ie Il. apenas I IL apenas Ife I. todas. 2 EE Portugués / Livro 4/ Fran ¥/ Caitlo 17 lei 0 piginas de 7 011 Fae o exrcion ropes 9,11, 19,14, 16620 I, Fogo os exci complemerires 6,769 Mepicina IV A concordincia verbal estuda, principalmente, as relagdes estabelecidas entre 0 verbo e 0 sujeito. Oaluno eve priorizar, além da regra geral, a concordincia do verbo haver, da palavra se, do sujeito composto, do sujeito oracional ¢ do substantivo coletivo, Lembre-se, ainda, da leitura do texto complementar, pois ha a sequeincia dos vieios de linguagem: + ocstrangeirismo + osolecismo + acolisto Veja agora a sintese do assunto. Sujeito simples © verbo concorda em niimero e pessoa com 0 sujeito, assaros raros colorem 0 c€u do Pat Sujeito composto a) emordem direta:seos sujeitos estiverem na terveira pessoa, 0 verbo vai para a terceira do plural. CCriangas e mulheres semen o pior. b) em ondem indireta: pode ir para o plural ou cconcordar com o mais proximo. Morre um velhinho e seu netinho ou Morven um velhinho e seu netinho. ©) icleos que so (quase) sindnimos ou hi gradagao: pode concordar com © mais prtximo ou ir para o plural Oeesforgo, a dedicagao € o empenho garante o su- ceess0 (0u garantem), 4) sujeito composto seguido de aposto reeaptulativo: concorda com o aposto (tudo, nada ete.) Sombra, mar, égua fresea... nada suaviza o calor ‘Quando 0 sujeito for oracional, 0 verbo da oragdo principal deve permanecer na terceira pessoa do singular, Parece que 08 alunos receberao as notas no sibado. (Obs.: 0 sujeito de “parecer” tem inicio a partir da palavra “que”. Pronomes de tratamento: Vossa Exceléneia, Vossa Santidade ete. © verbo € os pronomes devem estar na tereeira pessoa. ~ Vossa Excelén deseja 0 seu café na cama? Substantivo coletivo e expressdes partitivas (gran- de parte, grande maioria etc.) Grande parte das vitimas fugia (ou fugiam) da ‘guerra Verbos haver e fazer a) aver como sindnimo de existir, acomtecer: &im- pessoal, emprevado na terceira pessoa do singular {(oragao sem sujeito). ~ Devia haver outros doces naquela festa. Sim, havia tortas. ~ S6 se for de chocolate! b) aver e fazer com o sentido de tempo decorrido: impessoais, empregados sempre no singular (ora- «20 sem sujeito) Faz vinte anos que nfo volto & minha terra, Hai vinte anos que vivo longe de meus pais. Atencaor Em locvgo verbal, exe tombe permanece no sini Verbos que denotam tempo ou fendmeno da natureza 4) indicagdo de horas: 0 verbo concorda com 0 nnimero de horas, ‘Sao duas horas em Brasilia ) fendmeno de tempo: o verbo ¢ impessoal, usado apenas na terceira pessoa do singular, Chove na capital federal ATENGAo! No sentido figurado, esse tipo de verbo aceita flexéo, pois possui sui Chovem acusages no Congresso. Apalavra “se” a) particula apassivadora: 0 verbo concorda com 0 sujeito Roubam-se os coftes enquanto a radio prevé bom tempo, a) ATENGAo! a: Para saber se a palavra “se” € porticule opassivadora, basta transformar a estrutura dado ora a possiva analitica (Compram-se corlées./ Cartées 80 comprados). Essa estrutura ocorre com verbos transitives diretos e com tronsitivos diretos indiretos ) indice de indeterminacao do sujelto: 0 verbo permanece no singular. -Precsa-se do livios para a populagdo emxergar. ATENCAO! Etaa extra a6 6 poste com verbosreniivos indrtosenvnsives HEEB Leia a manchete a seguir e faa o que se pede. Busca de sentido e da verdade determinam converses 8) Corrija o erro de portugues na manchete, Mepicina IV HEB UFSM A partir da cleigao deste ano, a votacio portando a bandeira do partido ou estampando a cami- seiacom 0 nome eo nimero do eandidato esti pela Justga Eleitoral. As novas regras, em razio da miniereforma elitora pelo TSE, deixaram 4 campanha mais rigida e resultar em cidades mais limpas. Assinale a altemativa que contemple as formas aadequadas para completa as lacunas proibida ~ aprovada ~ vo proibido ~ aprovado ~ vao proibido —aprovada — vai proibida ~aprovadas ~ vo proibida ~ aprovado — vai HEI sper Anatise 0 emprego do verbo “lazer” nos excers a seguir, i Seto excess dizer que hoje {6 nBo se fazem bons Himes, mas ndo 6 excessvo dizer que j6 00 se fazem fimes como onigarente ors ose oad Ps, 28 el 006. HDD Hot 2011 Leia o texto a seguir. Oportunomente sero divulgados os resutedes de 18 impodante enconio, mos enguanto nordestinos € alagoanos sentimos no pele e no alma o dor dos mais altos indies de sorimento da inféncio mais pobre. Nosso Esiado € nossa regiéo podece de indices vergonhosos no toconte & mertalidade infant, & educogéo bésica @ tantos autos indicadores terres toc ago. Segbo Opinio. 12 ou. 2010 A justificativa para a concordncia do verbo padecer, no segundo periodo, & a mesma para a concordéncia verbal em: “Casa, gua, comida e carinho, nada fez 0 pardal- ino feliz." “Muita raivae indignago domina ~Passari o eéu ea terra “Uma brisa, um vento, © maior furae8o no os inguietava.” Pedro ou Paulo seré cleito papa.” seus gestos.” 14 Portuaues a Portugues / Livro 4 / Frente 1 / Capitulo 18 |. Lei 0s péginas de 22 0 28. I. Fogo 0s exercicios proposios 1, 4, 5, 76 12. Ii, Foga os exercicios complementares de 1 3, 9, 10 17. Acentuagao Aulas 55 58 Nestas aulas, serfo estudadas as regras de acen- tuagao. Sempre que possivel, utilize frases mnem6- ‘nieas para as prineipais regras’ + monossilabos tonicos + oxitonas + paroxitonas + regra dos hiatos + regra dos ditongos abertos ténicos Veja a seguir as principais regras |. Posigéo da silaba ténica A silaba tGnica é a mais forte (pronunciada com ‘mais intensidade). De acordo com sua posigdo,temos 2 seguine classiticago: 8) ima: oxitona café b)_pemiltima: paroxitona pa-ne-la ©) antepeniitima: proparoxitona lim-pi-do, Observe a silaba tnica das palavras a seguir: no-bel ava-ro rubri-ea ‘ + + oxitona —_paroxitona paroxitona proparoxitona ATENCA Deslocar 0 acento ténico pare silaba inadequa: do consiste em um erro de prosédia (pronunciar © poalovra “rubrica” como proparoxitons, por exemplo}. |. Mudanca de significado na olteragéo do slabo ténica A mudanga de silaba tOnica pode, em alguns ‘casos, gerar mudanga de sentido: Mepiciwa 1V Jaca = fruta Jared = cesto t + paroxitona oxitona i-qui = cor de pocira cca-qui = fruta + + paroxitona oxitona Il. Mudanca de classe gramatical na alteracéo da siloba nica ‘A alterago da posigao da silaba téniea também pode alterar a classe gramatical ficbri-ca = substantivo fabri-ca = verbo IV. Regras de acentuarao |, acentuam-se todas as proparoxitonas espécisme —mu-ni-ci-pe no-ti-va-go @xo-doan-tido-to 2. acentuam-se os monossilabos ténicos terminados em: -a(s) -e(5) -0(8) hi pis & pés més pi nis vés pas 3. acentuam-se as oxitonas terminadas em: -a(s) -e(s) -o(5) -em(ens) gum-bi tends axé pajds avs avs recom re-fens 4, acentuam-se as paroxitonas terminadas em: PS -um(uns) =x -u(s) =r -i(S) =n -Ao(s) -1 -A(s) -ditongo(s) oral(ais) -ons forceps fé-rum li-ter Polen 6rgdo acm ima fa-lén-ciaprd-tons 5. acentuam-se os ditongos abertos tnicos -éu(s) -Gi(s) -6i(s), exceto em palavras paroxitonas: réu, véu, céu, do-doi, pastes, to-feu Mas, nos termos da Reforma Ortografiea, no mais se acentuam: geleia, paranoico, ideia, plateia, ele apoia (verbo poiar), eu apoio (verbo apoiar) 6, acentuam-se 0 “i* e 0 “u”, quando: ) orem t6nicos; bb) fizetem hiato com a vogal anterior ©) estiverem sozinhos na silaba ou com “s”; 4) nao seguidos de “nh”; ) milo antecedidos de ditongo decrescente em palavras paroxitonas: Ataide, cafeina, Esai, citome, atrai-los Mas, nos termos da Reforma Ortogrifiea, no mais se acentuam: aluea, bocaitva, felura, tavismo As palavras “ita” e “juuna’” no sto acentuadas porque fazem hiato com a propria vogal 7. Verbos terminados em “guar”, “quar”, “equir” ~ como a-guar, a-ve-ri-guar, de-sa-guar, en-xa-guar, o-bli-guar, de-lin-quir—admitem duas pronincias ‘em algumas formas do presente do indicativo, do presente do subjuntivo e do imperativo. 14 duas possibilidades: 4) se pronunciadas com “a” ou “i” tOnicos, essas formas devem ser acentuadas se pronunciadas com “u" ténico, essas formas deixam de ser acentuadas. A No Brasil, a prontincia mais correta € deixor t8ni- cos 0 “a” € 0 "i" [primeiro oso). IEBB Leia o texto a seguir e faga 0 que se pede. Tae men le ne ine Eb tte le bade si Spm. Ta a) Explique o fundamento linguistico que é respon- sivel pelo humor e suas implicagdes no compor- tamento da personagem, 16 read 8._ principais acentos diferenciais + verbo tere vir (e derivados) singular plural ele tem eles tém cle detém eles detém ele vem eles vem ele intervém cles intervém, A La, c18, 68, vé (3° pessoe do singular) = leem, ‘creer, deem, veer (3° pessoa do plural + por/par preposieao (itona) Saiu por ai verbo (ténico) Poros pés pelas mis, + poderpéde presente Voee quer, vooé pode. passado Ele pode sentir 0 gosto da derrota. A para (verbo parar}, pelo (substantive), pera (subs tantivo), polo (substantivo). b) Levando em conta a regra que envolve a palavra “leem”, acentue a frase a seguir, caso necessitio: Yeem um pouco mais os que leem, os que fem 0 aft polo desconhecido e os que vem de pais conscientes. HE Mckenzie Leia a change a sezuir. Em “Gosta de qué “qué” recebe acento que o diferencia de “que”, uusado como conjungio, “qué” recebe acento por estar em posigo final de uma frase interrogativa, que, por ter entonagio ascendente, 0 tora t6nico, ‘que recebe acento para enfatizar o espanto eausado pelo menino no interlocutor, reforgado pelas expressdes facias, “qué” recebe acento, tal como “er8”, “V8”, por ser monossilabo terminado em “e”; sua posigao na frase nao interfere na regra ortogrfica. “qué” recebe acento para sinalizar que a vogal “u” iio deve ser pronunciada, FEB ures © ocothimento que dispensou aos seus Brojetos 0 excelentisimo senhor minisro do Fomento ‘Nacional, enimou 0 7ss0 @ improviser novos processos ave levantossem o pecuéria no Brasil, Xandu, com o cotovelo dreito sobre 0 meso € a mBo respectvo na testo, consideravo Bogélof com espanto e enternecido agradecimenta ..) Ah! Doutor disse ele. O senhor voi dor ume gio Tudo iss, Escelénca, ¢fruto de longos e acurados extudos. Nand continava o abhor embevecido © russo cadmirével este aduziv com todo convigdo: Mepicina IV Por meio da fecundagéo artical, Exceléncio, injectande germens de uma em outa espécie, consigo cobritos que sG0 0 mesmo tempo cameiros e porcos que s60 cabritos ou cameras, & vantade, ond mudou de posigéo, recostou-se na cadeira; ©, brincand com a mondcul, disse: Singular! © doutor vai fazer uma revolugéo nos métodos de crior! Néo haveré objeccBes quanto & poss: bilidede, @ viabildade? Nenhuma, Excelénci. Lido com as dhimos desco bertos da ciéncia © a ciéncia infalivel Voi ser uma revolugéo! oso Han ein oi. No quinto parigrafo do texto de Lima Barreto ocorre 4 palavra “germens”, paroxitona terminada em “ns” ‘que aparece grafada corretamente sem nenhum acento _grifico. Tomando por base esta informagao: 4) explique a razio pela qual se escreve no plural “germens” sem acento grafico, enquanto a forma do singular ) presente outro vocibulo de seu conhecimento tem que se observa essa mesma diferenga de acen- ‘uaglo grifica entre a forma do singular ea forma do plural HEM Leia a charge a seguir 1) O que a charge deixa implicito? b) Dé um exemplo de palavra que softeu alteragio na acentuago que envolva bil) ditongo aberto HEB nifesp © Museu da Lingua Portuguesa fo inau- gurado em Sto Paulo, em margo de 2006. Na ocasiao, howe um ero noma piel, conforme a imager. SOME Cra MS Sobre isso, Pasquale Cipro Neto escreveu: No vlna sequnde-feio, fl inovgurede @ Museu do Logue Fortugue tum erro dea No terga, a impre (arafouse oie" porque se oven tua "i? a) Considerando o contexto social, cultural e ideol6- ‘8ico, por que © erro do painel teve grande reper- ceussio? Responda & pergunta que foi enviada ao professor Pasquale por seus leitores. HEB Leia as duas frases a seguir. LO medo detém os covar I, © medo detém os covardes, Qual das duas frases & mais coerente? Justifique. HEM Usp 2008 Liao texto a seu. (© que eu the dizia Nao sei se & certo ou no 0 que au li outro dio, (Onde, jd néo me lambra, 6 minho neive omodo: ~ ‘A posse foz perder metade do volia ‘A couzo desejad." Nao sei se op6s hover saciado no meu peito, Quando houver de possuirte, esto ordente paixso, Eu sentiei em mim, de gozo sorisfet, ‘Menar o coragéo. Sei que te amo, ¢ 0 feus pés @ minhlalma abatide Beija humid e feliz 0 grilhdo que 0 torture: Sei que te amo, ¢ este amor & oda @ minho vide, Toda @ minha ventura. Tolvez hajo entre mim que os passos te acomponho, 0 abelho que o zumbir vai procurar a flor ~Almo ov asos movendo © mesma fuido estranko, sea insinto ou amor; Talvez 0 que eu presumo iradiagdo divino, ‘Minha nabre paixéo, meu fervoraso afeto, Pr sua ver 0 sito 0 verme da camping, O inseto 00 pé do inset. ‘boro de Olivie oesios segunda sre 898.1903). Rin de “ona H Garr. 1908. pp. 20.1 No terceiro verso da quarta estrofe, o eu poemitico escreve “o mesmo fluidoestranho”. Considerando que © vocibulo “Muido” foi adequadamente empregado, explique por que 0 poeta no poderia ter usado a forma acentuada “fluido’ HE Puc-SP 2006 Leia o texto a seguir. A animalizacao do pois SAO PAULO ~ No sébrio relato de Ehira Loboto, lio.se onfem, neste Folho, a historia de um Honda Fit tabandonodo em uma tuo do Rio de Janeiro ‘cam uma cabeca sobre 0 capé e os corpos de dois jovens negros, retothodos a machadadas, no interior do veicula’ Prossegue o relato: “A reago dos moradores foi 60 chocante como os brutols mutilagées. Vérias moradores Meniciwa IV buscoram seus celulores pare fotografar 0s corpos, @ os _mais jovens rram e fizeram troga dos corpes' Os préprios moradores descreverom a algozarca & reportogem. "Eu grite: Esté nervoso e perdeu a cabeca?”, -relotou um motoboy que pedi» pare néo ser identiicado, fenquonto um estudante admitiv ter vidoe feito pada 00 ver que 0 coragdo € 0s lntestinos de uma das vitimas finhor sido retirados # expostos por seus olgozes. "Ri porque & engragado ver um corpa ted picado’, respondeu 0 estudante ao ser questionado sobre @ cause de sua reogéo. (© crime em si 6 serio ume claro evidéncio de que estas faras estdo & sola @ @ vontade no pais. Mas aindo dro, aum esforgo de avtoengono, pora dizer que crimes bestiais ocorrem em todas as partes da mundo, ‘Mas a reagéo dos moradores prova que ndo se trolo de umo pewersidede circunstoncil e circunsetta, Nao. O pais perde, cresceniemente, 0 respeito & vide, 2 valores bésicos, a0 convisio civilzedo. O onoxmal, © potolégico, 0 bestia, vio normal. "E engragado’, como dis o estudart. Oprocesso de onimalizag6o contamina a sociedad, « portr do topo, quando 0 presidente do Repiblica diz que seu partido esié desmoralizedo, mos vai & festa dos desmoralizodos e confateiniza com rambiqueiros confessor, Também deve achar 'engragad!. ‘Algume surpreso quando & declorado inocente 0 comandante de massacre de 11) pessoos, sob aplausos de porcela da sociedade pore quem presos no tém dirato& vido? S60 bestos-Feras, © deve ser "engrocodo moté-los. €@ lei da selva, no asfako. lvoe Fao de Povo, 21 ov. 2006. 0 texto apresenia diversas pelavres em que se pode nota a presenga do aventogritfico, Em algumas delas, 2 musineia do acento provocaria mudanga de sentido. “Assnale a allemativa em que todas as palaves emda riam de sentido, caso estivessem sem acento sibrio,hstria, st ios, vtimas, mat ios 6. pls eth, pais tem, matéls,sobrio. Boo Portugués / Livro 4 / Frente 1 / Capitulo 19 |. Leo os paginas de 40 0 44, I. Foca os exercicos propostos de 8 a 12€ 17. Il, Faga os exercicios complementares 4, 7 © 12. Portucuts J] Estudo de determinadas particulas e vicios de linguagem (© estudo da palavra que possibilitard 20 aluno rever 1 valores semanticos das conjungdes coordenativas e subordinativas. Quanto ao estudo das palavtas denota- tivas de exclusio, incluso ete, trata-se de matéria Portante para os exames modernos. A semintica dessas particulas tem sido objeto de investigago por parte dos limguistas, Ndo se esquega de que o importante no & decorar, mas interpreta. Observe a sintese a seguit 1. situagdo: afinal, entao, mas Afinal, a guerra acabou? Enrdo, 0 verdio esti na final? Mas 0 governo cedera? 2. realce: c4, li, s6, mesmo Eu cd me viro, Maria! Veia so! E isso mesmo, beija a mogal Eu sei a 3. limitagdo: s6, apenas, somente ‘So cle sabia velejar. Somente o Sto Paulo € ti Apenas duas moscas pousatam na sopa, 4, imelusio: ainda, ademais, além disso, também, até, inclusive ‘Cantou e ainda fez malabarismo. Ademais & insano, Até 0 sol se pis. 5. exelusdo: salvo, exceto, menos, fora, tirante Tirante os olhos perversos, tudo era luz. Fora o deputado federal, todos votaram contra HEB Considere 0 excerto a seguir. [No Brasil, é um meio de reafirmar, na passage para 2 vido adulto, que 0 jovem estudonte pertence mesmo a uma sociedade ovtoritria, violento e de privilégio. Pee ets 6. porque ras respostas e justificativas (= pois) Cante, porque esti frio e perigoso. 7. por que nas interrogativas em inicio de frase Por que voce me olha assim? introduzindo substantivas interrogativas indiretas) Nao sei por que a cobiga existe. introduzindo adjetivas (~ pelo qual, pela qual...) “$6 eu sei as esquinas por que passei.” 8. por qué antes da interrogagio Por qué? Por que voce insiste? antes do ponto Nao sei por qué. 9. porque precedido de artigo Nao sei 0 porque. 10, sendo (principais casos) ~ Saia, sendo eu grito! (caso contritio) Todos cantavam, sendo José. (exceto) 11, se nao ~ Sendo contar, seré preso. (caso no) Preserva-se 0 sentido da frase anterior caso a palavra ‘em destague seja substituida por: ainda também, realmente, porém. portanto, HEB Leia a charge a seguir faga 0 que se pede. 'b)_Explique as fungdes gramaticais do“s sif.." @ 8 si tris...” ©) Substitua “o que” por uma expressio equivalente ce explique sua fungio morfolégica, HEB Leia a charge a seguir ¢ fuga 0 que se pede. Que DeLicial A palavra “que”, no aniincio, possui fungao: substantiva, nomeia, adjetiva, qualifica adverbial, intensifica adietiva, intensifica adverbial, qualifica Mepicina IV HE Leia oexcerto a seu. Estobelecev-se oindo 20 mesmo acordo que © sn Tadoyoshi Umetsu ndo causoré nenhum “6bice ov embargo & liberacée de projeto de supresséo junto aos 6cq80s competentes, seo judicial sejo erajudicialmento” (item 6 do acorde). [.) {Quon & flsa dendincia de que houve falsificagdo de cossinature em controto com © senhor Tadoyoshi Umelsu, Go passa de mais um factoide que fol objeto de denn do senhor Paulo Leite junto & Corregedoro da Policia Civil (que alestouo farsa perpet Ademais, 0 senhor Tedeyoshi Umetsu fer 0 ocordo jal cial que ps fim 0 desovenca negocial entre 0 proprietério dos teras © 0 arrendairio, encerrando também qualquer dispute em tore das tras, canforme acorda "ie mand Eee cumprr acer « demir Hora Dia do fod (Dro de spose © vocibulo “ademais”, dltimo parigrato fungio coesiva e possui valor semintico de: oposigao. condigao. consequencia finalidade, 5 cumpre HEB UU Assinale @ Gnica alternativa em que o termo, em destaque expressaexemplifcagdo, “.. eonseguiram divii-los em cinco grupos éinicos cujos ancestrais estveram isolados por barreiras geogréficas, como desertos extensos, montana intransponiveis ou oceans... “Como descendemos de um pequeno grupo de hominideos atrieanos ¢ 0 isolamento favorece 0 acimulo de semelhangas genctics, traos exter. nos como a cor da pele, dos othos e dos cabelos tomaram-se caractersticos de determinadas po- palagbes.” “Nos Estados Unidos, sto classificadas como negras pessoas que no Brasil consideramos braneas..” ninguém € lowco de eseother um doador apenas por ser fiscamente parecido ou por ter cabelocrespo como o do receptor” ron as HERI Fev 0 advérbio “nao” pode ser empregado de ‘modo enfitico, sem o sentido negative que the & pr6prio. Assnale a alterativa em que isso ocore. ‘Na época nao existia internet nem computadores, ‘© mundo era totalmente diferente Nio que cu seja contra livros, muito pelo contrario, ‘Quase metade das descoberts cientificas surgiu no da igica (J, mas da simples observagao. Quanias vezesnio participamos de uma reunido € alguém diz “vamos parar de discutie”[.? Quanias vezes agente simplesmente no lenxerga” a questo? UEG Na fase: “Woo-Suk Hwang, cienista que clonou embriges para estuo, aleyn que a técnica no serve para fins reproduivos”, os termes destacados apresentam, na mesma ordem, as mesmas fungdes smorossintics em (Os embrides que sto derivados de humanos tem limitagdes que impedem a sua evolugao. Toda vez que, com insistinca, tentou-se um embrido que sea vive, ninguém conseguiu ‘Quanto tempo o senhor acha que levara até que haa teste clinico com humanos? Eu espero que o Brasil, que tem ua situaglo similar da Corea, também possa evolu. As pessoas que trabalham com pesquisa sobre clonagem espera que todos respeitem a étca 2 oI Portugués / Livro 4 / Frente 1 / Capitulo 20 1. Lio as péginas de 55 0 57. Il. Foga os exerccios propostos de 11 0 18, I, Foga os exerccios complementares 2, 365 PRE PMR COR PORTUGUES LINGUAGENS, CODIGOS E SUAS TECNOLOGIAS bata Modernismo em Portugal: Fernando Pessoa e Mario de Saé-Carneiro “Volev 0 peno? Tudo vole 0 pene Seo olma née é pequena”. Femando etsoo Estes versos, que abrem estas aulas, so bem conhecidas ¢ esto contidos em Mensagem (1934), Parte Il, Mar portugués, no poema "Mar portugués’ No entanto, muitos desconhecem que tals. versos foram escritos pelo mais importante poeta modernista de Portugal, Fernando Pessoa. ‘Como o Modernismo apareceu em Portugal?” No inicio do século XX, Portugal recebeu influxos a modemidade vanguardista de toda a Europa: coube a Almada-Negreiros, pintor e poeta, ¢ a Santa- Rita Pintor trazer para o pais as informagdes que faltavam para as artes plisticas: Cubismo, Futurismo, Dadaismo. Outras tendéncias apareceram no pais a0 longo das décadas de 1910 e 1920. A revista Orphev Em 1915, apareceu em Lisboa a revista Orphen, ‘uma publicaglo luso-brasieira que pretendia ser trimestral (0 primeiro niimero cobriria os meses de janeiro, Fevereiro © margo daguele ano), dirigida por “Ant6nio Fero, escritore jomalista portgués que, na ‘casido, tnha 19 anos “ORPHEU”" PORTUGAL E BRAZIL binecoao © prieiro exomplar da ota Orphou Participaram, com a publicagao no primeiro ni- ‘mero, Luiz de Montalvor e Ronald de Carvalho (di- retores), Mario de Si-Cameiro, Femando Pessoa, Alfredo Pedro Guisado, José de Almada-Negreiros, Armando Cortes-Rodrigues ¢ Alvaro de Campos (he- terdnimo de Femando Pessoa). A primeira edigio abalou 0 ambiente das artes portuguesa ¢ brasileira, sobretudo pelo contetido de propostas renovadoras do marasmo em que se encon- trava a literatura dos dois paises; a capa de abertura fi criticada pelo “vanguardismo”, e “Ode triunfal” assustou pelo inesperado das aliteragdes, assondincias, ‘metonimias e onomatopeias, e pelo contetido que lou- ‘vava as miquinas, 0 progresso, o rumor das cidades. ey (O rodos, 6 engrenagens, rrrree eterna! Forte esposmo retide dos maquinismos em firiol Em fra fora dentro de mim, Por todos os meus nervos dissecados fora, Por todos as popilas foro de tudo com que eu sinfo! Teno os lébios secos, 6 grandes ruidos modernos, De wos ouvir demosiadamente de perto, Earde-me 0 cabeco de vos querer cantor com um excesso De expresséo de todas os minhas sensacées, Com um excesso contemporéneo de vés, 6 méquinas! al Fi! e 05 rails € 0s casos de méquinos e @ Europa! ia @ hurrah por mim-tude e tude, méquinas @trabalhar, Ieio! Golgar com tudo por cima de tudol Hypa! Hops, hup6, hupelé-hd, hup-lél Hele! He-hé] H-o-0-0-0! Zarnrzer2222| ‘Ah n6o ser eu todo 0 gente e toda @ portel uno. eran Psion: Fees do © Povi Compon dos taro. 1998, oro de Conee. Ode A revista teve ainda 0 segundo niimero, corres- pondente ao trimestre abril-maio-junho, cujos edito- tes foram Mario de Sé-Cameiro e Fernando Pessoa; porém, terceiro nimero teve grandes problemas para set langado, razdo pela qual seus autores sofreram chacota pablica; em junho de 1915, Mario de Sé-Car- neiro voltou a Paris, perdido dentro do que denominava “seus proprios labirintos”, e a Orpheu teve assim seu fim antecipado. Essa é a razdo para entender o de- sespero de Pessoa, que ficou sozinho em Lisboa, 10 responder a seu amigo Santa-Rita Pintor, que Ihe ofe- receu meios para continuar editando a revista: Noo posse por isso, meu core Santa-Rito, encorer tfirmotivamente a sua propesta, embore do coracéo Ivo ogradeca De resto, “Orpheu" ndo ocobou. “Orpheu’ no pode acabar: Ne mitologio dos antigos, que o meu esp! Fito redicelmente pagéo se néo cansa nunco de recordar, numa reminiscéncio constelada, hd 0 histvio de um rio, de cujo nome apenas me entrelembro, que, a certa altura do sev curso, se sumia no areio. Aporentemente mort, cle, porém, mais adiante — milhas para além de onde se sumica — surgia outa vex 6 superficie, @ continuave, com oqustico eseripulo, 0 seu leve cominho paro © mo: ‘Assim quero crer que seja — na pior das contingéncias — 0 revista sensacionisto “Orphev’ CCreia, meu caro Santo-Rito, na reciprocidade da om zade e do admiracéo do (ossinado) Femondo Pessoa Fernanda exon. Caso Santis Pn Ria Lope (Coord). bo No ano seguinte, em abril, Sé-Cameiro cometeu suicidi, Outras revistas apareceram (Centauro, Portugal Futurista, Contempordnea, Athena, Presenca, Sol Nascente), mas nenhuma provocou o impacto da pri ‘meira, cuja proposta era acabar com o saudosismo re nante no pais e integrar, como finalidade, o panorama das artes europeias A essa primeira geraclo deu-se 0 nome de orfis- ‘mo, Outras veragbes apareceram na sequéncia: 0 Pre- sencismo e © Neorrealismo, Context histrio-clturl do Modernism portugués 1. Apareceu quando terminou de maneita trigica 0 periodo mondrquico em Portugal e se instalou a Repiibica no pals Um ano antes de seu aparecimento, inicio a Pri- ‘eira Grande Guerta (Primera Guerra Mundial 3. Em 1917, ocomeu a Revolugdo Russa e seus fru- 10s se espalharam por toda a Europa 4. A Primeira Guerra Mundial colocou em risco a posse das coldnias portuguesas que ainda haviam sobrado das desagregagBes da primeira metade do século XIX Mepicina IV = 5. Portugal afundou-se, por ocasito do langamen- to da revista Orpheu, em 1915, em um imen- so saudosismo do poder ultramarino; Angola © Mogambique comegaram a ser intensamente exploradas em seu subsolo. Mais tarde, jé no final do Modemismo, apareceram as chamadas “Guer- jue devastaram esses paises. ras coloniais", Os “muitos eus” de Fernando Pessoa Fernando Pessoa (© mais importante poeta portugués da moderni- dade, além de escrever em revistas e jornais, teve apenas um livro publicado em vida, Mensagem (1934), vencedor do prémio de poesia do governo de Antonio de Oliveira Salazar. Trata-se de uma epopeia fragmentiria, dividida em trés partes e que eoloca em relevo a obra das grandes personaens portuguesas, As divisdes de Mensagem sto: 1. O Bras — refere-se a toda a ldadle Média e visita fs grandes nomes da histéria de Portugal; esta dividida em cinco partes enela esto dom Hentique, «dona Tareja, dom Duarte, dom Jodo, dom Sebastito € tantas outras criaturas que deram grandeza 20 ovo Iuso, H. Mar portugués ~ esta parte trata das grandes nave- ‘gagdes e conguistas das coldnias utramatinas. Com- posta de 13 poemas,€ 0 terceio que se destaca Il, PADRAO- rande e o homem é pequena. Ev, Diogo Céo, navegador, deve! Este podréo 00 pé do area! moreno E para diante naveguei Ocsorco Aalma é divino e @ obra & imperfeito Este padrao sinala ac vento e aos céus Que, do obra ousodo, ¢ minho 0 pare feito: O por fazer & sé com Deus. E ao imenso € possivel ocean Ensinom estas Quinas, que aqui vés, Que © mar com fim ser6 grego ou romano: © mar sem fim & portugués Fernando Paso. Mor patugut. ns © gurdode de eborhos@ ‘ues poemos, 7 ed. Canc 2008. p 207 IIL 0 Encoberto ~ a importincia e 0 foco temiti- co desta parte & o rei dom Sebastido, morto na Batalha de Aleacet-Quibir, em 1578, Nessa ter- ceira parte, entremostra-se 0 que © poeta sentiu a escrever sobre a patria desfeita nas mios de Salazar: “Serevo meu livro é beira-mdgoa”’; 08 portugueses, tal como Pessoa, estavam fartos de Portugal metido em meio a um “nevociro” de opresstio, de angistia, de desnimo e de esque- cimentos. livro € uma espécie de conclamagdo contra a miséria de ideias, de patriotismo e de crenga no futuro, O fecho dos poemas é o que segue: Nem 0 que é mol nem o que é bem. (Que énsia distonte pero chora?) Tudo ¢ incerto e deradeiro. Tudo ¢ disperso, nada é inter. © Portugal, hoje és nevosiro, Ea Horal Fernando Pstoa.Aneeye posta de Feando Fossa. 2d. S00 oul Eure, 2008 9.19 Obra ortonimica, obra heteronimica Existe uma parte da obra de Fernando Pessoa feita por ele mesmo (obra ortonimica); a outra pertence a ‘muitos outros “eus pessoanos” (obra heteronimica): antes de mais nada, é preciso considerar que em tal pproduglo ha composigdes em verso ¢ em prosa, além de teatro, poemas em inglés ¢ apreciagbes criticas ‘Atente para esta diferenga: quando uma pessoa usa vvirios nomes para quaisquer circunstancias da vida, di- ems que ela usa varios pseud6nimos (nomes falsos);, assim, podemos coneluir que hi varios nomes para ‘uma mesma personalidade. No caso dos heterdnimos, hha varias personalidades que tomam vida a partir de uma inica pessoa, neste caso 0 poeta, e se manifestam. de maneiras diferentes, com diversas peculiaridades, tematicas, ritmo de verso ¢ outras abordagens, 26 Porte Femando Pessoa eriou tis personalidades aqui enfocaremos apenas quatro: Alberto Caciro, Ricardo Reis, Alvaro de Campos (na poesia) e Bernardo Soa- rres (na prosa). Na poesia: Alberto Caciro: foi a primeira manifestagio na ‘obra heteronimica de Femando Pessoa, que costumava trati-lo por “meu mestre Caeiro”: poeta das simplicida- des da natureza, da reflexto sobre 0 que esti no mundo, das paisagens campesinas; ¢ dono de um tom filos6fico, que encanta pela reflexdo e aproximagdes inesperadas, Esse “guardador de rebanhos” & aparentemente simples; de seus versos transbordam a metafisica, as reflexdes intensas e, sobretudo, © sensacionismo, sua caracteristica mais exclusiva: & com as sensagbes dos Sruos dos sentidos que capta sutilmente 0 universo que ‘o cerca, Os textos a seguir s2o bons exemplos disso. XXI - Se Eu Pudesse Se eu pudesse trincor o tera todo Essentilhe umo palodos, Serio mais feliz um momento. ‘Mas ev nem sempre quero ser feliz. E preciso ser de ver em quando infeliz Fara se poder ser natural [Nem tudo é dias de sol, Ea chuva, quando falta muito, pede-se. Pr isso tomo o infelcidade com o felicidede Noturolmente, como quem no estanha (Que hajo montonhas e planicies E que hoja rochedos e ewe. © que ¢ preciso 6 sere natural e calmo Na felcidade ov na infelicidode, Sentr como quem olho, Pensar como quem ando, E quondo se vai mores lembrorse de que o dis morte, E que o poenie € belo &€ belo a noite que fico. Assim 6 ossim sea ‘Aveo Con, bro Foca # em Fos. Ed, Aino Quad, ro: eo endo, 1986, XIV - No me importo com as rimas Nao me imparto cam as rimas. Raras vezes H duos érvores iguais, umo 00 Jado do outa Penso e escrevo como as flores tém cor ‘Mas com menos perfeigao na meu mado de Texpeimir-me Porque me folto simpicidade divina De ser todo 26 o meu exterior lho e comovome, Comovo-me come a égua corre quando 0 chéo & Iinclinade, Ea minho poesia 6 natural come o levontor-se vent. fol Also Coto, Obra ola am fos. Ed, Arno Quod Fotos Iso a, 1988. XXVII - $6 @ Notureza é Divina $6.0 natureza & divina, e ela nde & divin. Se falo dela como de um ente E que pora folar dela preciso usor de linguogem dos [homens Que dé personelidede ds cousos, Eimpse nome s cousas. ‘Mos as cousas néo tém nome nem personaldede: Existom, @ 0 edu 6 grande o tera largo, E 0 nasso coragio de tamanho de um punho Ifechode. Bendito seja eu por tudo quanto néo se. Gozo tudo isso como quem sabe que hé 0 sol ‘Ato Cone, bo Fata em Pos. ES. Atiio Gunde Pt: alms, 1988 ‘Seus poemas estio reunidos em Fiegdes de Inter- liidio (Poemas completos de Alberto Caeiro), com- posto dos seguintes livros: O guardador de rebanhos, 0 pastor amoroso ¢ Poemas inconjuntos. Alvaro de Campos: & 0 poeta da modemidade, ‘que Towa intensamente 0 movimento das ruas, & cidade com suas luzes, 0 progresso, as fibricas, as fengrenagens; mas hi nele momentos de desalento (CPoema em linha ret” ¢ “Tabacera"), Sew poema “Ode triunfat” (1914) é um dos mais representativos de toda a sua ob. bol ‘Ah, poder expriminme todo como um motor se exprimel Ser complete como uma méquina! Poder ir na vide triunfonte como um outomével [attimo-modelo! Peder ao menos penetrar-me fiscomente de tudo isto, Rosgarme todo, obri:me completamente, tomnor-me (passento ‘A todos os pertumes de 6leos e colores © canes Mepicina IV Alas e esta fora estypendo, negro, orificile insocidvell Froteridede com todas as dindmicas! Promiscuo firia de ser parte-agente Do radar férreo e cosmopalito. Dos comboios eatBAuas, a fifi tronsportadore-de-cargas dos novios, Do gir labo e lento dos quindostes, Do tumutte discipinado dos fabrics, E do quose-siléncio GG e mondtono dos coreios [de transmisséo! roe de Canc. Arti poi de Fedo Past, 2a S00 Poo Edw, 2004 6.81 Poema em linha reta (fragmento) ‘Nunca conbeci quem fvesse levado porrade Todos os meus conhecidos tém sido compeses em tudo Eu, tantos vezes fle, tantos vezes porco,tontas vezes bil, Eu fontes vezes irrespondivelmente parasio, Indesculpavelmente suo. Eu, que fantos vezes ndo tenho tido paciéncia pare tomar Ibonho, Eu, que tontos vezes tenho sido ridicule, absurdo, Que feno enrolado os pés publicamente nos fopetes das etiquetes, Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso {arrogonte, Que tenho sofrido ensovalhos ¢ calado, Que quonde ndo tenho calada, tenho sido mois ridicule feindo; Eu, que tenho sido cémico ds criados de hotel, Eu, que teno sentido 0 piscar de olhos dos mocas de Uretes, Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestodo sem pager x, que, quando @ hora de soco surgiu, me tenho [egachade Paro foro do posibiidode do soco: Eu, que tenho sofrido o angéstio das pequenas coisas Iridicules, Ev verfico que ndo tenho por niste tudo neste mundo. bel ‘vor de Compe. Over i ato. Ro de one: ‘Gbjo, 2008p: 20 Alas e Ricardo Reis: poeta que constrdi odes & maneira hhoraciana, areddica, cuja énfase se faz no carpe diem: 4 musa, Lidia, aparece em varios momentos, como OS Versos que vocé ler logo a seguir. Quando, Lidia Quand, Lidia, vier @ nosso outono Com ¢ inverne que hé nele, reservemos Um pensamento, no pore o futuro Primavera, que & de outrem, Nem para o estio, de quem somos mors, Sendo pora 0 que fica do que passa ~ O amarelo atval que as folhos viver E05 tomo diferentes, cord aie Arteloga podica de Fenn eo, 2 ed. So Pol: Four, 2004.45. Na prosa: Bernardo Soares: autor de_um livro sobre “apreciagdes do mundo” ~ 0 livro do desassossego. Feando Pessoa considerava-o apenas como um “se- mi-heterdnimo”, pois julgava que ambos “escreviam Juntos". © coragao, se pudesse pensar, pararia Considero 0 vida uma estalagem onde tenho que me demororalé que cheque a dllgéneia do abismo, Néo sei conde me levaré, porque ndo sei node. Pederia conse ‘or esta estologem uma pris6o, porque estou compciido @ ceguardrnelo; poderia considera um lugar de socive's, porque aqui me encontro com oukos. Néo sou, porém, nem impaciente nem comum. Deixo a0 que s80 05 que se fecham no quart, deitodos moles no cama onde es perom sem sono; deixo ao que fozem os que conversam nas salas, de onde os misicas € as vozes chegom como dos ofé mim. Sentoune & porta @ embebo meus alhos & ‘ouvides nas cores e nos sons da polsagem, e canto len 4, pare mim $6, vagos contos que componho enquanto espera Para todos nés descend a noite e chegaré a diigén: cia. Gozo a brisa que me déo € « aime que me deram pare gors-la, € no interrogo mais nem procure. Se ue deixar escrito no lvro dos viajantes puder rede um dio por outros, entelé-los tombém no possagem, seré bem. Se néo 0 lerem, nam se entretiverem, seré bem também. Bemerdo Soo, Live do dessosepo, 2 ed. Sto Pave: Congorhie ds Leto, 2006p. Mario de Sa-Carneiro Nava de S8-Care, Perdi:me dentro de mim Porque eu era labiinto, Ehhoje, quondo me sinto, E com soudedes de mim. Posse! pela minha vide Um astra doide a sonhor. Na Gnsio de utrapassor, Nem dei pela minha vida Ll Mario de S8.Corr, Ferrando onde (Or) Poesia. 2 ed Tumnus Sto Fos, 2001p. 4 As duas quadras que voe8 acabou de ler abrem 0 Tongo poema “Dispersio”, escrito em 1913, quando o poeta tinha apenas 23 anos. Tal poema parece conter uma espécie de microbiografia do autor, perdido den- tro de seus proprios labirintos da alma e acrescido de lum lamento, um saudosismo que era tipico daquela poca em Portugal Companheiro de Fernando Pessoa na revista que inicia © Modemnismo portugués (1915), Sé-Cameiro publicou em 1913 um romance de vanguarda naquele pais: 4 confissdo de Licio, texto que, narrado em primeira pessoa, privilegia 0 tempo psicologico & toma contomos de anilise interior, uma espécie de tentativa desesperada de exorcizar os acontecimentos dos quais fez parte, explicar-se. Depois de longos dez anos de prisio, aos quais {oi condenado por ter matado Ricardo Loureiro, poeta € amigo, Liicio quer, segundo © que afirma, provar sua inocéncia, mas suas lembrangas so confusas e se chocam, dividem-se a0 confundir © amor que nutre pela muther do amigo, Marta, € 0 sentimento que censeja homossexualidade pelo amigo.

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