You are on page 1of 26
‘Segunda-feira, 11 de Novembro de 2019 0 electronica © Pande Box, Lda Todos 08 deitos reservados USERIE — Numero 217 BOLETIM DA REPUBLICA PUBLICAGAO OFICIAL DA REPUBLICA DE MOCAMBIQUE IMPRENSA NACIONAL DE MOGAMBIQUE, E. P. AVISO ‘A matéria @ publicar no Boletim da Repablica» deve ser remetida em odpia devidamente autenticada, uma por cada ‘assunto, donde conste, além das indicagdes nevessérias para @s80 ofeito, 0 averbamento seguinte, assinado e autenticado: Para publicagao no «Boletim da Republica. SUMARIO Assembleia da Repiblica: Leins2iz018: Estabelece os Prnofpios Procedimento da Cooperactio Jui Judivirie Internacional er Materia Penal ASSEMBLEIA DA REPUBLICA Lei ns 21/2019 de 11 de Novembro Havendo necessidade de estabelecer os principio e proce- ) se com respito a extradigio por crimes a que corresponds, segundo a lei do Estado requerente, pena ou medida de seguranca privativa ou restitiva de liberdade com carécter perpétuo ou de duragio indefinida, o Estado ‘equerenteoferece garantias de que tal pena ou medida de seguranga nfo é aplicada ou executada; €) 88 0 Bstado que formula o pedido accitar a conversio das mesmas penas ou medidas por um tribunal mogambicano segundo as disposig6es da lei ‘mogambicana aplicéveis a0 crime que motivou & condenagio; 4) se 0 pedido respeitar ao auxitio previsto na alinea g) do atigo 2, do presente artigo solicitado com fundamento na relevancia do acto para peesumivel nto aplicagso dessas penas ou medidas. 3. Para efeitos de apreciagao da suficigncia das garantias a que se refere a alinea c) do nimero 2 do presente artigo, tem ‘se em conta, nomeadamente, nos termos da legislagto e pritica do Estado requerente, a possbilidade de nio aplicagao da pens, reapreciagao da situay3o da pessoa reclamada e de concessdo a liberdade condicional, bem como a possibilidade de indulto, perdio, comutagio de pena ow medida anloga, previstos na legislagdo do Estado requerente ‘4.0 pedido de cooperagio é ainda recusado quando nio estiver garantidaareciprocidade, salvo odisposto no nlimero3 do artigo 6 da presente Lei. 5. Quando for negada a extradilo com base no disposto nas alfneas e),f) © g) do aimero 1 do presente artigo, é instaurado procedimento penal pelos factos que fundamentam o pedido, sendo solicitado ao Bstado requerente os elementos necessérios, ©, que o juiz pode impor as medidas cautelares que se afiguram adequadas. Axnco 9 (Recusa relativa 8 natureza da inraceo) 1. O pedido € a facto que const 4) infracgao de natureza politica ou conexa 2 infracgio politica, nos termos da legislago mogambicanay +) crime militar que ndo seja simultaneamente previsto na {ei penal comum, 2. Nio se consideram de natureza politica: 4) 0 genocfdio, os crimes contra humanidade, os crimes de ‘guerra e infracyGes graves segundo a Convencio de Genebra de 1949 ¢ 0s Protocolos Adicionais de que ‘Mogambique & parte: 4) as inftacgées determinadas nos temos da Coavengio {da Unio Africana sobre a Prevengio ¢ Combate ao Terrorismo de 1999 e o respectivo Protocolo; 6) 08 actos referidos na Convengo das Nagies Unidas ‘contra Tortura e outras Pens ou Tratamentos Crusis, Desumanos ou Degradantes; ibém recusado quando o processo respeitar Fale 11 DE NOVEMBRO DE 2019 0s atentados contra a vida ou a integridade fisica dos titulares ou membros de érgios de soberania ou seus parentes, ou de pessoas a quem for devida especial proteegio segundo o direito internacional; 6) 08 actos de pirataria area e martin ‘A qualquer outro crime que seja rtirada natureza politica por lei, tratado ow acordo internacional de que a Repiiblica de Mogambique é parte, ‘Anrico 10, (Denegagae facultava da cooperagio internacional) 1. Pode ser negada a cooperactio quando o facto que a motiva for objecto de processo pendente ou quando esse facto deva ou Possa ser também objecto de procedimento da competéncia de ‘umia autoridade judiciéris mogambicana 2. Pode ainda, ser negada a cooperagio quando, tendo em Conta as circunstincias do facto, o deferimento do pedido possa ‘mplicar consequéncias graves para a pessoa visaca, em razio da ‘dace, estado de satde ou de outros motivos de cardcter pessoal. 3. A cooperagio pode ser recusada, se a mesma poder prejudicar a investigagao ou diligéncias na Replica de Mocambique, comprometer a segurunga de qualquer pessoa ou impor custos elevados para o Estado mogambicano. ‘Axrico 11 (Extingto do procedimento penal) 1. A cooperagio no € admissivel se, na Repiblica de Mogambique ou novtro Estado em que tenha sido instaurado, procedimento pelo mesmo facto: 4) 0 processo tiver terminado com sentenga absolutéria twansitada em julgado ou com decisto de arquivamento; a sentenga condenat6ria se encontrar cumprida ou nfo pucer ser cumprida segundo o direito do Estado em {que foi proferida; ©) © procedimento se encontrar extinto por qualquer ‘outro motivo, salvo se este se encontrar previsto, fem convengio internacional, como nfo obstando & ‘cooperagio por parte do Estadio requerido, 2. Odisposto nas alineas a) eb) do nimero I do presente artigo, ‘do se aplica se a autoridade estrangeira que formula o pedido justificar ser para fins de revisio da sentenca ¢ os fundamentos desta forem idénticos 40s admitidos no direito mogambieano. 3.0 disposto na linea a) do némero 1, do presente artigo nto ‘bsta a cooperagio com fundamento na reabertura de processo arquivade prevista na lei. ‘Agniao 12 (Concurso de casos de camissiblidade e de inadiissibilidade ‘da cooperagio) 1, Se 0 facto imputado A pessoa contra a qual & instaurado e 0 procedimento estiver previsto em vitias disposigdes do direito mogambicano, o pedido de cooperagao s6 é atendido na parte que respeita a infracgao ou infracgbes relativamente as quais seja admissivel o pedido, desde que © Estado que o formula dé {garantias de que observa as condigbesfixadas para a cooperagio. 2. A cooperagio éexclufda se o facto estiver previstoem virias isposigtes do direito penal mogambicano ou estrangeiro, e 0 pedido possa ser satisfeito em virtude de uma disposigio legal ue o abranja na sua totalidade c que constitua motivo de recuse da cooperagio, fos reservados 3179 Axniao 13, (Reduzidaimportineta da infracgto) |. A cooperagio pode ser ecusada se a infraegio for de menor sravidade, 2. Considera-se infracglo de menor gravidade: 4) as de natureza criminal puniveis com pena de prisio até dois anos; ‘)2s contravengies puntveis nos termos da legislacdo penal. Agrigo 14 (Protecsho do segredo) 1. Na execugdo de um pedido de cooperagdo formulado & Repablica de Mosambique, observam-se as dispoxigBes do Cédigo de Processo Penal ¢ legislagio complementar relativas A recusa de testemunhar, ts apreensdes, as escutas telefOnicas e 10 segredo profissional ou de Estado e em todos os outros casos ‘em que o segredo seja protegido. 2. 0 disposto no mimero 1 do presente artigo aplica-se a informagdes que, segundo 0 pedido, devem ser prestadas por ‘pessoas nio implicadas no procedimento penal estrangeiro, “Agmigo 15 (DWretto apticaver 1. Produzem efeitos na Repitbliea de Mogambique: 4) 08 motivos de interrupeio ou suspensti da preserigao segundo o direito do Estado que formula © pedido; +) a queixa apresentada dentro do prazo constante da legistagdo aplicavel a uma autoridade estrangeira, quando for igualmente exigida pelo direito mogambicano, 2, Se apenas o direito moyambicano exigir queixa, nenhuma reaogio criminal pode ser imposta ou executada na Repiblica de Mogambique no caso de opasigo do respectivo titular, Agrigo 16 (Umputapéo da detengso) 1. A prisio preventiva cumprida no estrangeiro ou a detengao decretada no estrangeiro em consequéncia de uma das formas de ‘eooperagto previstas na presente Lat so tomadas em consideraga0 ro fmbito do processo penal mogamibicano ou imputadas na pena, nos termos do Cédigo Penal, como se a privagko de liberdade tivesse ocorrido em Mogambique. 2. A tomada em consideragdo da prisio preventiva ou da pena jé cumprida na Repablica de Mogambique sio prestadas as informagdes necesséris. ‘Aniao 17 (indemnizagao) Na lei mogambicana aplica-se & indemnizagio devida por detengdo ou prisio ilegal ou injustificada ou por outros danos softidos pelo suspeito ou arguido: 4) no decurso de provedimento instaurado na Repiblica de Mogambique paraefectvagao de pedido de cooperasio formulado 20 Estado mogambicano; +) no decurso de procedimento instaurado noutro Estado para efectvagio de pedido de cooperagio formulado por uma autoridade mogambicana, vic electronica © Pandor 5180 Agmico 18 (Concurso de peatios) 1, Se a cooperagio for solicitada por varios Estados, ‘elativamente 20 mesmo ou a diferentes factos, esta € concedida a favor do Estado que, tendo em conta as circunstancias do ‘caso, assegure melhor os interesses da realizaglo da justiga & {a reinsergio social do suspeito, do arguido ou do condenado. 2. O disposto no nimero 1 do presente artigo: 4) cede perante a regra de prevaléneia da jurisdigdo ‘ntemacional, nos esos a gue se refere 6 nimero 1 do artigo 2, da presente Lei; 1) nlo se aplica a forma de cooperagio referida na alt nea f), nimero 2 do artigo 2, da presente Lei ‘Agrigo 19 (Reogra da especialidade) 1. A pessoa que, cm consequéncia de um acto de cooperagio, comparecer na Repiiblica de Mogambique pata intervir em ‘processo penal como suspeit, argnido ou condenado iio pode ser persoguids, dctida, julgada ou sueita qualquer outrarestigao de liberdade por facto ou condenagio anterior a sua presenga ‘em teritério nacional, diferente do que origina o pedido de ‘cooperagio formulado por autoridade mogambicans 2. A pessoa que, nos termos do niimero 1 do presente artigo, ccomparecer perante uma autoridade estrngeira para intervie em rocessa penal como suspeito, rpuido ou condenado no pode set perseguida, detid, julgada ou sujeita a qualquer outrarestrigao de liberdade por facto ou condenagao anterior & sua safda do territério mogambicano, diferentes dos determinados no pedido de cooperagao, 3. A adimissbilidade do pedido de cooperagio a que se cefere ‘© ntimero 2 do presente artigo € condicionada a prestagio, pelo Estado requerente, das garantias necessrias ao cumprimento da teara de especialidade. 4. imunidadea que se refereo presente artigo cessa quando: 4) a pessoa em causa, tendo a possibilidade de abandonar © teritério mogambicano ou estrangeiro, ndo 0 fz dentro de 45 dias; ‘by apessoa em causa regressa voluntariamente ao tert do Estado requerent, tendo-o abandonado; €)0 Estado que autoriza a transferénci ouvido previamente ‘© suspeito, o arguido ou 0 condenado, consentir na errogagio da regra da especialidade, 5. Odisposto nos nimeros 1€ 2 do presente artigo no exclui « possibilidade de solcitar a extensio da cooperagio a factos diferentes dos que fundamentaram o pedido, mediante novo pedido apresentado einstruido nos termos da presente Lei 6. No caso referido no niimero 5 do presente artigo, ¢ ‘brigatria a apresentagto do auto onde constem as dectaragées, dda pessoa que benefcia da regra da especialidade. 7. No caso de 0 pedido ser formulado pela Replica de ‘Mogambigue a um Estado estrangeiro, 0 auto que se refere 0 _ndmero6 do presente artigo € layrado peranteo Tribunal Supetior de Recurso da érea onde residir ou se encontrar a pessoa que bbeneficia da regra da especialidade. 8. O disposto nos némeros anteriores éaplicdvel pessoa que sedesloque a um Estado estrangeiro quando tenha sido notiicado para intervirem processo como suspeito, arguido, testemunha ou perito, ov em caso de entrega temporéria de defidos ov presos nos termos da presente Lei. 2X Lda Teds 0¢ dretoe reservados SERIE — NUMERO 217 Agric 20 (Casos particulares de ndo aplicagso da regra da especialidade) 1. A iimunidade referida nos nimeros 1 ¢ 2 do artigo 19 do Presente artigo cessa também nos casos de renincia da pessoa ‘que beneficia da regra da especialidade ou quando é por tratado, convengio ou acordo internacional de que a Repiblica de Mogambique & parte, no haja lugar ao beneficio de regra da especialidade. 2. Quando a cessago da imunidade decorra de rentincia da ‘pessoa que beneficia da regra da especialidade, osta deve resultar de declarago pessoal, prestnda perance o juiz, que demonstre que ‘pesson a exprimiu voluntariamente e em plensa consciéneia das consequéncias do seu acto, com assistencia de defensor, que Ihe deve ser nomeado caso no tenha advogado consttuido, 3. Quando a pessoa em causa deva prestar declaragdes na Repiiblica Mogambique, no seguimento do pedido apresentado ‘este Estado ou formulado por urna autoridade mogambicana, as declaragées sto prestadas perante o Tribunal Supremo em primeira instincia, na secgdo criminal 4. Sem prejuizo do disposto no mimeco 3 do presente artigo, a rentincia da pessoa que comparecer ne Reptblica de Mogarabique em consequéneia de um acto de cooperagio solicitado por autoridade mocambicana prestada no processo que deve roduzir efeito, quando as autoridades mogambicanas, apés a entrega da pessoa, tiverem conhecimento superveniente de factos Por ela pratcados anteriormente a essa enttega. CAPITULO IT Processo de Cooperagio Anrezo 21 1. O pedido de cooperagio ¢ acompanhado de tadugao ajuramentada na Iingua oficial do Estado a0 qual € dirigido, salvo tratado ou acordo internacional em contrério ou se aquele Estado a dispensar. 2. O disposto no mimero 1 do presente artigo aplice-se 20 pedido de cooperacio dirigido & Repiiblica de Mocambique. 3. As decisées de admissibilidade ou recusa do pedido de oopera¢to S80 notficadas & autoridade do Estado que. formutou, ‘acompanhadas de uma tradugo na respectiva lingua oficial, salve ‘nos casos previstos na parte final do nlmero 1 do presente artigo. 4. Os documentos referidos nos niimeras 1 ¢ 2 do presente autigo devem ser apresentados em ués exemplares, dos quais dois destinados ao arquivo da Autoridade Central ¢ do Tribunal Supremo, 5.0 disposto no presente artigo aplica-se aos documentos que ‘deve acompanhar o pedido de cooperagao. ‘Aria 22 (Tramitagdo do peside) 1, Para efeitos de recepgio e de tramitaglo des pedidos de ccooperagdo abrangidos pela presente Lei, bem como para todas as comunicagdes que aos mesmos digam respeito, &designada a ‘Autoridade Central 2. A Autoridade Central submete 0 pedido de cooperagéo formulado a Mogambique ao Ministro que superintende a rea de Justiga, com vista a decisto sobre a admissibilidade do pedido, 3. 0 pedido de cooperagio formulado por uma autoridade ‘mogambicans ¢ remetido a Autoridado Central, para 0 devido encaminhamento, Eoigt| 11 DE NOVEMBRO DE 2019 4.0 disposto no mimero 1 do presente artigo no prejudica 08 contactos directos relativos a pedidos de cooperagio a que so Feporta aalincs f) do niimero 2 do artigo 2 da presente Les ‘Anmico 23 (Formas de transmisslo do pedo) 1. Quando dispontveis, e mediante acordo entre os Estados requerente e requerido, podem utilizar-se na transmissio dos pedidos os meios teleméticos adequados, desde que estejam ‘garantidas a autenticidade © a confidencialidade do pedide © a fiabilidade dos dados transmitidos 2. 0 disposto no mimero 1 do presente artigo no prejudica 0 Fecurso as vias urgentes previstas no mimero 2 do artigo 30 da prescate Lei Anrico 24 (Procedimentos do pedido) 1. 0 pedido de cooperagio indica: 4) a autoridade de que emana ¢ a autoridade a quem se ditige, podendo fazer esta designagiio em termos serais; ») 0 abjecto e motives do pedido; ©) @ qualificagao jurfdica’ dos factos que motivem © procedimento penal; 4) a identificagio do suspeito, arguido ow condensdo, da Pessoa cujaextradigdo ou transferéncia se requerea da ‘estemunha ou perito a quer devem pedir declaragies; #) a narragio dos factos, ineluindo o lugar e o tempo dda sua préties, proporcional a importancia do acto 4e cooperaglo que se pretende; D0 texto das disposicdes legais aplicfveis no Estado que formula; <8) quaisquer documentos relativos ao facto, relevantes para apreciacio do pedido, 2. Os documentos referidos no mimero 1 do presente artigo no cazecem do legalizagto, 3. No.caso de se entender que as informagées fornecidas pelo Estado requerente so insuficientes para dar satisfagio no pedido, podem ser solictadas informagdes complementares, sem prejuizo da adopgto de medidas provisérias quando estas no possarn esperar pela regularizagio. 4. O requisito a que se refere a alfnea f) do nimero 1 «do presente artigo, pode ser dispensado quando se tratar de forma de cooperagio referida na alinea f) do niimero 2 do artigo 2 da presente Lei, Aarigo 25, (@ecisso sobre a semiseibiidade) 1. A decisfo do Ministro que superintende a érea de Justiga ‘que declara admisstvel opedicio ¢ remetida 8 Autoridade Central para efeitos subsequentes. 2. A decisio que declara inadmissivel do pedidlo de cooperasao internacional € fundamentada ¢ admite recurso, com efeitos suspensives, 3.A decisto a que se refere o mimero 2 do presente artigo © {que tecusa o pedido de cooperago é comunicada pela Autoridade Central entidede nacional ou estrangeira que fortulou o pedido, Agmioo 26 (Competéncia interna) 1. A competéncia das autoridades mogambicanas para formulacdo de um pedido de cooperagao ou para a execugio de lum pedido formulado & Republica de Mogambique determina-s¢ pelas disposigdes seguintes, 293 | anibal.bos oA aniba 5181 2, Sto subsiiariamente aplicaveis, 0 Cédigo de Processo Penal respectiva legislagdo complementar, bem como a legislago telativa a contra-ordenagdes, ‘ARtio0 27 (Despesas) 1. A execugto de um pedido de cooperagio 6, em regca, gratuita, 2. Constituem encargo do Estado ou da entidade judicidria ‘ntemacional que 0 formula, o seguinte: 4) as indemnizagdes remuneragées de testemunhas & Peritos, bem como as despesas de viagem e estadia; ‘b)as despesas decorrentes do envio de entrega de coisas; ©) as despesas decocrentes da transferéncia de pessoas para © territério do Estado requerente ow para a sede da catidade judiciria internacional; ) as despesas do trinsito de uma pessoa do terit6rio de um. Estado estrangeiro ou da sede da entidade judicideia {ntemacional para terceiro Estado ou para a sede dessa entidade; @) outras despesas consideradas relevantes pelo Estado equerido, em fungao dos meios humanos etecnolégicas cenvolvidos no cumprimento do pedido. 3. Para efeitos de alfnea a) do mimero 2 do presente artigo, pode ser abonado um adiantamento & testemunia ou ao perit, a ‘mencionar na notificagdo e a reembolsar pelo Estado requerente finda a diligencia 4. Mediante aeordo entre « Repiiblica de Mogambique ¢ © Estado estrangeiro ou a entidade judiciéria internacional interessada no pedido, pode derrogar-seo disposto no nmero 2 do presente artigo, ‘Arico 28 (Transterdncla de pessoes) 1A tansferéncia de pessoas condenadas penas ou medidas de seguranga pivativas da liberdade que deve reslzar-se em curprinento das decisdesprevstas na presente Lai, efectusse pelo srvgoresponsivel pol sistema penitenciio, so ula do Ministo que superintende a rea de Jatga, mediante acordo corn A autoridade do Estado estangero em que se enconira a pensou ‘sada ou para onde a mesma deve serransferidn,relativamente to meio de transpone, data, local e hora de enregn 2. A transfectnciaefoctua-e no mais crt paso posvel aps a data da decisto que a determine. 3.Odlspesto nos némeros 1¢2 da presente Lei plica-se,com as nevessris adaptagies, A tansferéncia respetante a pedido formulado por uma entidade judicdriaintemacional Agrico 29 (Entrega do object valores) 1. Seo pedo de cooperasiorespeitaraentropa de objects © ‘valores, exchusivamente eu como complemento de outo pedide, contanto que ado sejam bens susceptiveis de ser declarados pzdidos favor do Esiado equerente ot do Esiado mogambicano, podem ser remetidos quando nfo sejam indispensivcs& prove de facts consittivos de infraego, cujocouhecimento for da competéncia das autocidades mosembicanas. 2. E resslvada a possibildade de remessaciferida ou sob condigao de restitigio. 3. Sto restalvados 0s direitos de tereiros de boo-é, bem coin os dos lettmos popriettios ou possuidores ¢ do Estado ‘mogambicano, nomeadamente quanto a impostos, contribuigies, -Prémios, rendas, taxas, multas, indemnizagdes e quaisquer outras ‘qantas legalmente devides. 5182 oligo eietranca © Pande 4, Em caso de oposigdo, os objectos¢ valores 86 sto reznetidos pds decisto favorivel da autoridade competente transitada em inlgado. ‘5. Mediante acordo entre o Estado mogambicano e um Estado cstrangeiro, 0s objectos suscepitveis de ser declarados perdidos a favor do Estado estrangeiro ou do Estado mogambicano poder ser objecto de divisio entre as partes, desde que scja garantida a reciprocidade, 6. A entrega de objectos ¢ valores, em caso de pedido de extradigio pode efectuar-se mesmo que a extradigio nio se efective nomeadamente por fuga ou morte do extraditando, ‘Antico 30 (Medidas provisérias urgentes) 1. Emecaso de urgtncia, as autoridades judiciias estrangeiras ‘padlem comunicar directamente com as autoridades judicidrias ‘mogambicanas, ou por incermédio da Organizagao Iniemacionsl de Policia Criminal-INTERPOL, para solicitarem a adopsa0 de uma medida cautelar ou para a pritica de um acto que nd0 admita demora, expondo os motivos da urgéncia e observando 0s requisitos referidos no artigo 25 da presente Lei, 2.0 pedido é transmitido por via postal, telecépia, electronica ‘ou meios felemiticos ou por qualquer outro meio que permita © registo por escrito e que seja admitide pela legislacdo mogambicana. 3. As autoridades judicifvias mogambicanas, se consideraremo pedido admissivel, do satisfaglo, sem prejutzo de submeterem a, \ecisio do Ministro que superintende a area de Justiga, através da Autoridade Central, em matérias quea presente Lei faga depender a sua prévia apreciagao ou, nlo Sendo isso possivel, raificagzo, 4. Quando, nos termos do presente artigo, a coopersgio ‘envolver autoridades mogambicanas ¢ estrangeiras de diferente natureza, o pedido é efectuado através da Autoridade Central Asmigo 31 (Destino do peaicoy 1. A decisio definitiva da autoridade judicidria que recusar © pedido de cooperacio ¢ comunicada & autoridade estrangeira ‘que o formulou, pelas vias referidas no artigo 22 da presente Lei 2. Satisteito 0 pedido de cooperagio, a autoridade judiciria cenvia, quando for caso disso, os respectivos autos 8 autoridade estrangcira, nos termos previstos no artigo 161 da presente Lei. ‘CAPITULO Formas de Cooperagtio Judieléria secghor tracgao passiva Anngo 32 (Fime tundamento da extradigao) {Com a ressalva das condigdes de extradicio estipuladss no regime jurfdico sobre a matéra, a extradigao pode ser concedida, quando for sotictada para cumprimento de pena ou medida de seguranca privativa de liberdade, de durago ou se o tempo por ‘cutuprirndo for inferior a seis meses, 2. Para efeitos do presente artigo a extradigio-pode ser concedida, independentemente de, 0 acto ou ofensa criminal for qualficada em categoria diferente descrita de modo diverso ‘on com terminologia diferente nas leis do Estado estrangeiro e ‘mogambicano, SERIE — NUMERO 217 Agric 33 (Cas08 om que 6 excluida a exradigso) 1, Para além das situagdes referidas nos artigos 8 a 10 da presente Lei, no regime juridico que regula extradigio, a extradigdo é exclu‘da, se: 4) o crime tiver sido cometido em terit6rio mogambicano; +) a pessoa reclamada tiver nacionalidade mogambicana, 2. Quando for negada a extradigfo com fundamento nas ali- ‘neas @)¢ 6) do nimero 1 do presente artigo ou nas alfneas e) ef) o nximero 1 do artigo 8, ¢ instaurado procedimento penal pelos factos que fundamentam 0 pedido, sendo solicitados ao Estado Fequerente os elementos necessérios 3. Nos casos previstos no niimero 2 do presente artigo, o juiz pode impor medidas cautelares que se afigurem adequadas 4. A qualidade de nacional é apreciada no momento em que seja tomada a decisio sobre a extradigo, com aressalva do disposto no ‘nimero 2 do artigo 4 do regime juridico que regula a extradigio. Agric 34 (Crimes comotides em tereolo Estado) [No caso de crimes cometidos em teritério de outro Estado que nio é 0 do requerente, pode ser concedida a extradicto, {quando a Lei mogambicana atribua competéncia A sua jurisdigdo em identidade de circunstincias ou quando o Estado requerente ‘comprovar que aquele Estado ndo reclama o agente da infracsio. Agnico 35, (Reextradigao) 1. O Estado requerente nto pode reextraditar para terceiro Estado a pessoa que lhe foi entregue por efeto de extradigio, 2. Cessa a proibicdo constante no nimero | do presente artigo quando: 4) nos termos estabelecidos para o pedido de extradigio, for solictada e prestada a correspondente autorizagio, ‘ouvido previamente o extraditado; +) 0 extraditedo, tendo possibilidade de abandonar 0 teritério do Estado requerente, nlo o faz dentro de 45 dias ov, tendo-o abandonado, af voluntariamente rogressar. 3. Para feito da alinea a) do néimero 2 do presente antigo, pode solicitar-se o envio de declaragio da pessoa reclamada relativa A sua reextradi 4. A proibigdo de reextradigo cossa nos casos em que, Por tratado, ou eeordo internacional de que a Repiiblica de Mosambique € parte, nfo seja necessario 0 consentimento do Estado requerido, 5. Nos casos em que a proibiglo prevista no nimero 4 do presente artigo decorra do consentimento da pessoa em causa, aplica-se a disposto no niimero 6 do presente artigo. 6. As declaragies da pessoa reclamada, a que haja lugar por forge dos nimeros 3 e4 do presente artigo, so prestadas perante © Tribunal Supremo entidade com compet8acia para julgar pprocessos de extradigo, observando-se quanto 20 nimero 4, a5 formalidades previstas no artigo 19 da presente Lei, AxTI00 36 {(€xtradigio com consentimento do extraditando) 1. A pessoa detida para efeito de extradigd0 pode declarar ‘que consente a sua entrega ao Estado requerente ou & entidade Idiciiria internacional e que renuncia ao processo de extradigio Tegulado nos artigos 47 a 59 da presente Lei, depois de advertida, de que tem 0 direito a este processo, 11 DE NOVEMBRO DE 2019 2. A declarasio ¢ assinada pelo extraditando © pelo seu efensor ou advogado canstitufdo, 3. 0 juiz verifica se estio preenchidas as condigdes para ‘que a extradigio possa ser concedida, para o efeito, € ouvido 0 eclarante para se certifcar se a declaracio resulta da sua livre ) que.a pena ou medida de seguranea privativa daliberdade seja de duragio méxima nio inferior a 1 ano on, twatando-se de pena pecunitia, o seu montante maximo no seja inferior a quantia equivalente a 108 saléios mfimos; ©) que o suspeito ou o arguido tenham a nacionalidade do Estado estrangeiro ou sendo nacionais de wm terceiro Estado ou apstridas, ali tenham resid8ncia habitual; 4) quando a delegagao se justiticar pelo interesse da boa administragdo da justiga ou pela melhor reinserglo social em caso de condenasio, 2. Verificadus as condigves a que se refere o nimero 1 do presente artigo, pode ainda ter lugar a delegaco, quando: @) 0 suspeito ou o arguido estiverem a cumprir sentenca no Estado estrangeiro por crime mais grave do que © cometido na RepGblica de Mogambique; ) em conformidade com a lei do Estado estrangeiro, no _possa ser obtida a extradicd0 do suspeito ou do arguido ‘ou, quando solicitada, ela for negada e estes tenhem. residéncia habitual nesse Estado; ‘)o suspeito ou 0 arguido forem extraditados para o Estado estrangeiro por outros factos e seja previsivel que a delegagio do processo criminal permite assegurar ‘methor reinsergio social, 3.A dolegagio pode ainda efectuar-se, independentemente da nnacionalidade do agente, quando a Repiblica de Mogambique ‘considerar que.a presenca do arguido em audincia de julgamento no pode ser assegurada, podendo sé-lo no Estado estrangeiro, 4. Excepcionalmente, a delegagao pode efectuar-se Independentemente do requisito da residéncis habitual, quando as Circunsténcias do caso aconselharem, para evitar que. julgamento lo possa efectivar-se quer na Repiblica de Mogambique quer no estrangeito. Arrigo 81 (Procosso de delegagio) 1. O tribunal competente para conhever do facto aprecia a necessidade da delegagao, arequerimento do Ministério Publico, {do suspeito ou do arguido, com audiéncia contraditéra, na qual se texpdc as razdes para solicitar ou dene gar esta forma de cooperagao internacional, 2. 0 Ministério Pablico, o suspeito eo arguido dispBem, cada tum, de 10 dias para responder ao requerimento a que se refere © rniero 1 do presente artigo, expondo as suas ra26es favordveis ‘ou contrétias a delegacio. 3. Apés aresposta, Ou decorridos o prazo para a mesma, o ji decide no prazo de oito dias, da procedéncia ou improcedéncia do pedido. 4. Se osuspeito ou oarguid estiverem no estrangeiro, podem, por si ou pelo sew representante legal ou advogado, pedir a delegago do procedimento penal directamente ou através de ‘uma autoridade do Estado estrangeiro ou de autoridade consular ‘mogambicana, que o encaminha para a Autoridade Central 5. A decisto judicial que aprecia o pedido é susceptivel de recurso para 0 Pienério do Tribunal Supremo.

You might also like