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O VIDRO EM PORTUGAL O VIDRO EM PORTUGAL use Nacional de Arte Anti tembeo-Dezenbra, 189 Da Proto-Historia aos alvores da Idade Média gal, de vidros anteriores & época romana, Isso explica-se pela raridade dos achados e também porque nio tém sido suficientemente divulgados através de exposicdes, Trinta € cinco pequ fabricadas por rotagdo sobre uma vara metallica, de forma anular, elipsoidal ou cilindrica, transhicidas, com cor amarela, castanha ow azul, provenientes da necrépole da Idade do Bronze da Atalaia (Ourique) e, muito pro- vavelmente, de manufactura egipeia, constituem os mais antigos objectos de vidro até a0 momento descobertos em Portugal. A sua presenca, no Sul do Alentejo, testemunha fcativos contactos — devidos a riqueza mineira da regio — entre as popula autéetones ¢ 0s prospectores ¢ comerciantes de metais originarios do Mediterraneo Orie tal, por volta da segunda metade do II milénio a.C. (0 desenvolvimento destas relacdes, entre os séculos VIII eV a.C., conduziu — na 4érea de influéncia do legendario reitio de Tartessos — ao florescimento do importante surto civilizacional que foi a Primeira Idade do Ferro do Sudoeste, responsavel pela introdugHo, naquela zona, da escrita, da reducao do ferro e da cerdimica fabricada ao tomo. 4 cualmente, poucas so as pessoas que tém noticia da existéneia, em Portux tre 08 ricos espélios funerdrios exumados, que incluem alguns tesouros contendo de ouro prata, encontram-se numerosos colares com contas de vidro proveniet iv tes de diversos centros produtores mediterrénicos. Conhecem-se, hoje, cerca de Ihar dessa contas oferecendo grande vaiedade formal e decorative; so fabricadas com Vidro tanshicido (mais de 50%) ou opaco, ¢ tm forma esférica, elipsoidal, ovbide, ‘anular, tubular ou cilindriea. As primeiras podem apresentar cor branea, amarela, eas- tanha, azul claro e, mais frequentemente, azul de cobalto: as opacas tém cor negra (25%) ou azul (15%) varidvel entre tons de cobalto e turquesa. Estas contas so ocula- das a braneo e, quando tém cor turquesa, apresentam manchas alternadas em azul de cobalto e branco. Os exemplares cilindticos, bieolores, oferecem decoracao em ban- das paralelas, lisas ou em ziguezague. Conhecem-se, ainda, contas bieromas, esféricas fou anulares, com uma das cores dispostas em ondulado (Gaio, Fonte Santa); contas esféricas com estrias formando gomos (Fonte Santa, Fonte Velha), ¢ contas oculadas com pequenas aplicagies, esféricas, amarelo de ciidmio (Gaio, Fonte Santa, Fonte Velha). Um invulgar pendente de cor negra e representando a cabeca de um ofidio foi des- coberto, conjuntamente com duas contas azuis, oculadas, numa sepultura da necrépo- le dos Comoros da Portela (Silves). ocala do aha de idea once em Panu = Resets de idm pico labia sobre niko de ain = Seon VI Va © — Sion IV - Ta e— Seno tH 4€ ‘Também 0 povoado de Cabeco de Vaiamonte (Monforte) oferecew uma abundante colecgiio de contas de vidro onde se destacam algumas esféricas oculadas, outras ov des achatadas, com dois orificios. Do mesmo sitio provém um pendente raro em forma de cabeca de cameiro, nas cores negra, branca ¢ amarela, dativel nos séculos VI a V a.G., ¢ cuja presenga se deve ao comércio fenicio. Dois recipientes, fabricados segundo a técnica do niicleo de areia, um amphoriskos de vidro azul eseuro, com faixas nas cores turquesit ¢ amarela, ¢ um alabastron de que se conhece, apenas, um fragmento, com idéntica cor azul mas decorado a branco. contrados numa sepultura da necrépole do Gaio (Sines). integram este mesmo fundo cultural, Neste cemitério, o mais setentrional da I Idade do Ferro do Sudoeste, foi des- coberto um importante tesouro constituide por. entre outros objectos, numerosas c: tas de ouro, prata, comalina, resina e vidro em diferentes tons de azul (lisas ou oculadas) & negras (oculadas a braneo), uma gargantilha de ouro, formada por dezasseis placas decoradas com grifos ou pégasos assentes em duas palmetas abertas, duas arrecadas ‘com eabecas da deusa Hathor, igualmente em ouro, assim como um escaravelho com © selo de Tutmosis II, engastado em anel rotativo de prata, Pertence a um momento posterior. jé da Segunda Idade do Ferro, em que se fazem setenhas e, depois, prinicas, um miicleo de objectos de 10 de Garvao (Ourique), compreendendo fragmentos de dois oenochoue e de um alabastron, algumas contas e um ex-voto que representa um maxilar inferior humano, O venochoe fabricado com vidro de cor negra, tem corpo bolbo- tulo na conjunc do colo com o ombro, gargalo alto e boca trilobulada de onde arranca a asa que, sobrelevada, assenta no ombro. Os fragmentos da parede, pouco espessos, mostram decoracio inovadora de finos plu ‘meados verticais, alternando nas cores branca e amarela de eédmio. Um fi vo, nesta tiltima cor, em espiral, 0 gargalo da peca ¢ contoma-the o libio: caracteri ‘a datam nos finais do século IV o século Il a.C., eoineidindo com a eronologia do restante espélio exumado neste bothros. Um segundo oenochoe. de que resta um fragmento contendo porgio do bordo e 0 aarranque da asa. foi fabricado com vidro de cor a ia boca trilobula- da, com libio decorado por um fio, em relevo, de cor amaela de eddmio e peg} asa de perfil semicircular, tipica em pecas baixas de corpo globular fragmento de alabastron, fabricado com vidro de cor azul turquess, corresponde & parte do bordo, largo ¢ horizontal, com o kibio valorizado por um fio em relevo. de cor amarela de cédmio. Estas duas pegas oferecem atributos que indicam cronolo- ia semethante a referida em primeiro lugar, embora 0 oenochoe de corpo globular possa suportar uma datacio ligeiramente mais alta stes belos recipientes policromos, destinados a conter cosméticos, unguentos raros, icias foram muito divulgados, a partir do sée. V a.C., por todo o Medi- 5 se conhecem outros fragmentos no Crasto (Figueira da Foz), em Co- ‘abeco de Vaiamonte (Monforte), em Chibanes (Setubal) ¢ Rocha Branca * Fratesina, pero de Rosgo, fore cu provas de fabric lea, ere W a. de deen: ones. V tos de ul © braclete, 2 Fim Deemeeh, fi encom um (Gilves). Sio geralmente atribuidos a oficinas sirias; no entanto, é possivel que, para acompanhar as necessidades de uma maior expansio comercial, tenham sido produzi- dos em diversos centros de fabrico, na Palestina, em Chipre, Rodes ¢ Creta, na Grécia, no Norte de Iuilia, em Roma , Alexandria e Cartago Um pequeno molde para camafeus de vidro, proveniente de Ampiirias, assim como um amphoriskos, de vidro policromo com origem idéntica, mas contendo ainda o ni cleo de barro e parte do molde com que foi fabricado, colado & parede exterior — pelo que nao constituiu uma pega comerciével — tém servido para sustentar, segundo al- guns autores, uma produgao autdetone deste tipo de objectos A problemitica que envolve o fabrico peninsular do vidro, nomeadamente em terri- A6rio hoje portugués, encontra novos elementos no citado ex-voto do depésito de Gar- vo representando um maxilar. Esta peca, muito tosca, é semelhante a outra ali também, ‘exumada, mas em cerimica e, por conseguinte, fabricada localmente. De igual modo, ‘algumas contas vitreas, pouco brilhantes e de cores escuras, podem constituir uma prb- ducio local ou regional Em algumas outras estagies da Il Idade do Ferro, do Sul de Portugal (Casas, Azou- gada, Galeado, Rocha Branca), descobriram-se contas de vidro transhicido de cor azu de cobalto, opacas de cor negra, oculadas a branco, € em azul claro, eculadas a azul ultramar e a branco, que mostram, no geral, cores menos vivas, quase sem brilho; 05 efeitos oculados mais parecem pintados sobre as superficies das contas do que resultan- tes de um proceso de fabrico que integra pastas vitreas de coloragoes distintas. Estes taderecos sio bem conhecidos em toda a costa mediterrnica da Peninsula e nas Balea- res, identificando-se com outros produtos de baixa qualidade, veiculados pelos cir {os comerciais prinicos, sobretuclo a partir dos finais do século V e durante 0 século IV a.C. Um amphoriskos de corpo globular, em vidro azul, decorado com banda de zigue- ~zagues brancos ¢ amarelos, provavelmente fabricado no Egipto ptolomaico, foi encon- ado em Almeirim (Santarém), numa sepultura romana, acompanhado de ceramicas « vidros tipicos da primeira metade do sée. I d.C. Nao é uma peca de grande qualida- de mas, ao seu tempo, ¢ naquele lugar, deveria ser rara e apreciada o bastante para que @ transmitissem de uma geracao a outras. [Até & pacificagio augustana, a importagao de vidros foi escassa em toda a Peninsula Ibérica, Durante as primeiras décadas do Império, a Lusitania conheceu praticamente todos 0s fabricos em voga, mas foi s6 pelos meados do séc. I d.C. que os vidros entra- ram no quotidiano das populagdes, ao generalizar-se a téenica de sopro livre que per mitiu produzir, rapidamente, grandes quantidades ¢ diversidade de formas, a precos reduzidos. ‘Com efeito, 0s vidros-mosaico e 0s vidros vasados ou prensados em molde exigiam muita mio de obra para acabamentos, ¢ a variedade de cores imitando pedras semi- -preciosas, que em regra ofereciam, era resultante de matéria-prima cara e de um grande dominio tenieo. Até uo momento presente, Conimbriga oferece a melhor representagio destes tipos de vidro encontrados em Portugal. Infelizmente, a natureza dos achados — lixeiras © Deis conus de 538 coms ep vie. Fonte Vl de Besa, Lag 1 dade do Fer, MNAE Conjnao de1comta de ps vie Fe Velb de Besim, Lagos [dade do Fer MINAE Peake, em fr de eae de cami, de pasta vite. Cab de Vian, Mnf ae do Feo, Ss, VIEY MAK Aphids evo Pai, eerie do Cao, Sie Fide 11." eta dade do Fer, de, Mae de Ss MNAE * Por exempl, a Clee Annaler de Muse de Histin© de Ar nn hr Tein (los Vesel Production it second erties aD. AGS, Ce ving, 27, 1987, p. 30-89 ae Av, 2* etd do se, dc MNAE e entulhamento antigos — nfo permite que tenhamos mais do que um mostrudrio de pequenissimos fragmentos: todavia, para quem conhece a vidraria romana, ele é suficiente para nos provar que a esta pequena cidade chegaram, em to- dos os tempos, pecas raras, de excelente qualidade. Entre os vidros do sée. I a.C. salientam-se as tacas de vidro - mosaico formado por diversas camadas transhicidas. de belissimas cores, em composigoes complexas que s6 tém paralelo nas melhores c lecedes estrangeiras *. Da primeira metade do século seguinte ou, para algumas for- ‘mas, um pouco mais tarde, avultam os vidros duplos e os salpicados, as tagas caneladas obtidas por cera perdida, e os skyphoi talhados ou afeicoados por pacientes lapidado- res, as tacas sopradas em molde e decoradas com cenas desportivas As fucilidades decorrentes do sopro livre, vieram juntar-se as vantagens econémicas do vidro sédico transparemte e incolor que Plinio afirma estar, & data em que eserevia Histéria Natural, a praticarse nio 56 em Itilia mas também nas provincias da Glia ¢ da Hispania Aléin dos fragmentos isolados rezistados em diversos sitios lusitanos, Emmerita Au- gusta, Conimbriga ¢ Bracara Augusta forneceram eseéria de video transparente, azul- -verde-zelo, em quantidade suficiente para atestar uma producao que, na capital, foi possivel datar desde 0 sée. 1. O estudo comparativo de algumas formas comuns nos culos Ie II (em vidro transpares verdeado) frequentemente achadas Grea concentrada, no Sul da Lusitania e da Bética, aponta claramente para a exis- éncia de um centro produtor dentro desses limites geograficos *. Uma investigagio mais aprofundada, servida por novos achados e analises laboratoriais, podera conduzir localizacdes mais precisas. De entre 0 vasto repertério das formas dativeis entre os meados do sée. Ie 0s mea- dos do século seguinte, salientamos duas que. pelas marcas que ostentam podem ser produtos lusitanos: o unguentario de reservatorio triangular ou ligeiramente bolbiforme © gargalo alto ¢ cilindrico, marcado em relevo com as letras AUG combinadas com uma palmeta e/ou duas folhas de hera: a garrafa quadrangular de fundo moldado que presenta — conjugada com diversas figuragdes em releve — uma das seguintes mar- cas: LF, q CEP (ou q CEH). 0 fabricante dos unguentitios é bem conhecido sul de Portugal e Espana; os outros nomes apenas se registaram, até & data, em terri- tério. portuguds, Particularidades de fabrico e de forma, sugerem que um numeroso grupo de pratos « tacas, aqui representado e proveniente de Ammaia (Aramenha) tenha origem regio- nal, embora o seu tipo seja bem conhecido por todo 0 mundo romano. ‘As umas cinerérias que figuram na exposigdo podem nio ter sido encontradas em Portugal. Sio, todavia, excelentes pecas de uma coleccio portuguesa ¢ o tipo ovéide, asa, encontrou-se em Lisboa, Aledcer do Sal ¢ Balsa. 0 modelo com asa em format de M é frequente em Espanha. 5 vidros totalmente incolores — preferidos a partir dos finais do séc. I — tinham uma transparéneia que se prestava melhor que todas as experiéncias anteriores a valo- rizar a lapidacao, a gravacao e a aplicagao de fios em relevo, técnicas que os vidreiros 5 J, de Maro, Une coupe an {For découverte Farabo, Pou fl, LS. Corning, 10, 1968, p78, ‘Una grande concen de fg meron esta tags, om aparentenent final, sere un agar le arc Paru he Ca om (in Fria, Alecht de Alexandria e Colénia desenvolveram ao mais alto nivel téenico ¢ artistico, Infelizmente, reduzem-se a muito pequenos fragmentos os vidros facetados e os dia- rota conhecidos no Pais, quase todos provenientes de niveis de habitacao ou destrui- cao de cidades e villae Datam dos finais do séc. I - inicios do sée. Il, as tagas e pratos de bordo decorado com dvulos ¢ linguetas, e fundo por vezes totalmente trabalhado em facetas longas © estreitas, 08 quais constituem um dos grupos mais notaveis de Conimbriga, e esto re- presentados em Alesicer do Sal por um fragmento excepeional. Sao igualmente de Co- nimbriga 08 fragmentos de diatreta encontrados em territério lusitano, correspondentes 1 trés vasos, um dos quais em vidro duplo, incolor ¢ azul ultramarino; infelizmente, fa sua posi¢ao estratigrafica nada ajuda a resolver 0 problema da data de producto destes vasos, cujo aparecimento parece ter ocorrido pelos meados do séc. TIL De sepulturas localizadas em diversos pontos do sul do Pais existem, todavia, algu- mas pecas notaveis, situadas cronologicamente entre a segunda metade do séc. Ill & 68 finais do sée. 1V Um prato decorado com uma cena de caga gravada & mao (proveniente de Torre de Ares) e duas garrafas (de Faro) oradas de motivos vegetais ¢ animais, trabalhados por abrasio, ao tomo, sio exemplo do melhor que se produziu no género, durante esse periodo, em oficinas do Médio Oriente. A taca que exibe a inscrigo DULCIS VIVAS, em fio de vidro dourado, do tipo fon- di d’oro frequente em Roma, é um espécime rarissimo, pois 56 existe outra pega com- pleta em Aquincum (Budapeste). 5 ¢ foi encontrada num importante contexto sepulcral, ‘em Aljustrel Surgido nos meados do séc. III, um estilo decorative tecnicamente menos valioso mas podendo originar pecas muito vistosas, consistia na aplicacio de cabuchdes de vidro colorido, a lembrar pedras preciosas. Embora fabricado em diversos centros no Ocidente e no Oriente, ao longo de dois séculos, estes vidros no terio cireulado com ia no nosso territério, pois #6 conhecemos alguns fragmentos em Conimbriga nplar intacto mas modesto, proveniente de Balsa, aqui exposto. Também os copos decorados com pingos de vidro sio rarissimos e os que deles derivam — os co- pos com trombas (claw ~ beakers) — mantém-se até agora desconhecidos em Portugal Do final do Império e perdurando pelo periodo seguinte, conhecem-se, pelo contra- rio, muitos exemplares de tacas e lamparinas de vidro esverdeado © cujo fabrico acu- sa a ripida decadéncia que esta arte conheceu a partir de meados do séc. IV. © uso de vidro para fabrico de pequenos objectos de adoro esta documentado em todos os periodos da época romana. ns am devas aii * rade doe MV 8C. ng de Tine, Fro ws. Sel MAE, mac ace ol oe 2 te doe MV dC. sei ies Aetna, S.A At Cape se Wavde ste A, Tia MINE Since Proto History to the begin Thiny five yellow, brown, or blue ring shaped beads, probably of Ezyptian origin, are the most ancient objects of glass discovered in Portugal. Is appearence in Ourique (south of Alentejo} shows all the contacts cstablshed about the middle of second millenium before Christ. between this province and the metal sear hers und merchants From the first Iron Age, we know about a thousand of beads quite differen as much in shape asin decoration, prevaling 25% ofthe whole) the opaque beads black coloured eyed of white. As the less re= «quent are thse of he form ofa cylinder, bicoloured, withthe decoration by zones, the beads on sections and eyed ones with small applications of yellow-cadmium, Meanwhile the most interesting archaeological liscoveries, dated from this tine are two stall pendents reproducing a head of «snake (Cimoros de Portela ‘Silves and a head of a sheep (Cabego de Vaiamonte, Monfort) The flasks for cosmetis, unguens and parfums such ss salabsstras samphoriskoes and soenochowe» made between V and I centuries, appear in several plaes from Sives to Mondego. A very ehumsy objet ‘of gla portraying a maxillary similar to another made of local potery and connected to it in the votive warehouse in Garvio (Ourique). seems to show an authochtonus glass production, during the second fron Age in Portuguese Land. During the Roman Epoch, all the well-known kind of glass were used by the Lusitania. The discoveries, of objects hefore che mille ofthe fist century A.D. are, however, extremely rare. A great amount of scorias in Emmerita Auguste, Conimbriga, Bracara Augusta suggest the posibily of local fabrication du ring the second half of this century or later on, The comparative study of some common shapes in the fist and second century and the map oftheir distribution suggest the existence of « productive center ‘the South of Lasiania oF more probably in Bitica I is quite possible that. during the Lawer Empire hhave licen produced in several places (such as Porto dos Cacos, Aleochete) very simple objects ke the innumerable cups of yellowed green glass with no polished border lasting a long time atthe begining of Middle Age Up to date Conimbriza is sil he archaeological place that provided the most important variety and ty of dated glasses between che fst century B.C, andl at least, the VI century A.D., Unfortunately Foecause the neeropolis of the city has heen completly destroyed in ancient tines. and we only have smal pices which has heen discovered on the onan testemuony have no value (0 be in levels of lodging and destruction Among the perfect or intact objects from other portuguese places (and there are many places all over the country that has given very good types) on this exhi the cup with an inseription «DULCIS VIVAS tion we shall point out: the prismatic hottes, er male of & sed wire a phate wit « huning scene registered, and a baloon by abrasion on the lathe De la Proto-Histoire & Yaube du Moye Le patrimonie des plus anciens objets en verre trouvés au Portugal se compose de 35 perles de collier jnunes, marron et bleues,probablement d "origine ézypienne, présentant une forme plutétannulaire, Leur présence & Ourique (au sud de Alentejo) prove les contacts éablis, vers Fans 1500 avant J. C., entre ceate région et les propeeteurs et marchands de métaus. . On connait presque um miller de perles de collier, datant du 1° Age du Fer, présentant différentes formes et décors, dont 25% de la totalié sont opaques, nores et oculées en blanc Parmi les moins fréquentes on distinguc ls prles eylindriques,bicolores, décorées en bandes, les perles segmeniées et les peres tichées de petites applications en jaune-cadmium, Les trouvales les plus importantes remontant a cette époque sont, pourtant, deux pendent représen- tant une te d'ophidien (Comoros da Pore, Sives) et ume téte de mouton (Cabeco de Vaiamonte Monfore. Des flacons pour cosmétiques, onguents et parfums, du type alabastron amphorshos et enochoe, lax boeiquésentee le VE™* et le I sigles, ont été trouvés dans fférentes régions, a partir dela ville de Sives, jusqu’a la zone du Mondego. Deus piécesassocies dans le méme dépotvotf de Garvio (Ourique), repré= sentantpareillement un maxlare — une trésgrossére, en verre, autre, en eéramique apparemment locale — semblen sutochione du vere, entettote portugais, pen- dan le 22 Age du Fer. Bude comparée de plusieurs formes communes, datant du I et du I sits, et les cartes locali- sant leur distribution, indiquent existence d'un centre produeteur dans le sud de Lasitinia on, plus pro- bablement, & Btica Ise peut aussi que, pendant le Bas-Empire, des piéeestrés simples, dont les urs abondantes tases, en vere vert jaundtre& bords non-polis, exeeutées usqu'en plein Moyen-Age,fussen fabriquées dans plu- savers localités (ite de Porto de Cacos, Aleochet}. imbriga est toujours le centre archévlogque le plus ice en ce qui concerne la diversité tla quate é de verres remontant du I" sicle avant J.C. jusqu'au VIF siécle aprés J... Malheureusement, ces précieux temoignages n'ont aucune valeur muséologique, la nécropole dela ville ayant éxédétuite depuis plusieurs sigeles, ns retrounés des niveaux d'habitation et de dese truction Pari les piBoes completes ou intactes exposées & cette occasion, en provenance autres localités portu- sauaises(rés mombreuses et riches en exemplares),novs soulignons importance des boutllesprismati- ques gravées, de la tasse présentant Linscription «Duiis Vivas» en fil de verre doré, du plat gravé avec tune seéne de chasse ¢ du ballon dévoré par abrasion au four. PERIODO ROMANO RADE MEDIEVAL \Waneio.s de, Videos do castelo de Mledcer do Sal, Setibal Arqueologica, IV 1978. pp. 155-170. Idem, Vidros Romanos de Balsa, 0 Arqueétogo Portugués, IL* série, IV, 1970, pp. 237-261 Tem e v.40... ae Videos Romanos do Museu de Martins Sarmento, Revista de Guimaries, LXXIIL (1-2), pp, 175-208. X11. 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