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A PRIMEIRA REPÚBLICA BRASILEIRA E SEUS DESDOBRAMENTOS INTERNOS E

EXTERNOS

Caro estudante!

Vamos trabalhar a Primeira República Brasileira e seus desdobramentos internos e externos. Para
facilitar o desenvolvimento dos conteúdos, serão quatro blocos de atividades:

- A Primeira República brasileira em seus aspectos internos.


- A Primeira Guerra Mundial (1914-1918).
- A Revolução Mexicana – 1910.
- A Revolução Russa – 1917.

Que os textos e atividades propostas neste caderno, acrescente os conhecimentos que vocês
precisam para alcançar o aprendizado necessário para o seu futuro dentro das dimensões políticas,
sociais, econômicas e culturais.

Bons estudos!

ATIVIDADES
A Primeira República brasileira em seus aspectos internos.

Para responder as questões e atividades abaixo, leia o texto que se segue e sempre que necessário
procure outras fontes de pesquisa como o livro didático, a internet e a ajuda do seu professor (a).

Final do século XIX

O governo de D. Pedro II passava por uma grande crise, com muitos desgastes nas relações entre o
Estado e suas bases de apoio:
▪ Oposição ao governo imperial por conta do trabalho escravo;
▪ Conflitos entre o Imperador e a Igreja Católica;
▪ Alguns militares não concordavam com o governo de D. Pedro II;
▪ Em 1888, a abolição da escravatura desagradou aos grandes fazendeiros e proprietários de
escravos.
FAUSTO, Boris. História Concisa do Brasil, 2 ed – São Paulo, 2009

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Os anos de consolidação da República

República da Espada
▪ Os militares tiveram bastante influência nos primeiros anos de República.
▪ Marechal Deodoro da Fonseca e Marechal Floriano Peixoto representaram o governo militar
na primeira fase da República.
República das Oligarquias
▪ A política do país era dirigida por oligarquias agrárias e por representantes civis na
presidência.

Aspectos econômicos

▪ Um país majoritariamente rural;


▪ Latifúndio;
▪ Café como principal produto da pauta de exportação;
▪ Outros produtos: açúcar, algodão, cacau, borracha;
▪ Incremento da industrialização (Capitais oriundos do café - 1ª Guerra Mundial – 1914 a 1918);
▪ Indústria têxtil e alimentícia;
▪ Principais polos urbanos – Rio de Janeiro e São Paulo.

Aspectos sociais

▪ Uma pequena elite formada, majoritariamente, de grandes proprietários;


▪ População majoritariamente rural;
▪ A população negra, seja no campo, seja na cidade, excluída dos princípios básicos da cidadania
(trabalho, educação, voto, etc);
▪ Uma população indígena extremamente marginalizada. Ausência da ideia da diversidade. Política
de absorção à cultura dominante – Criação do Serviço de Proteção ao Índio - SPI 1910;
▪ Imigração em massa, principalmente, italianos. Crise europeia. Teorias racistas. Tentativa de
branqueamento;
▪ Incipiente classe média – profissionais liberais. População urbana;
▪ Ausência de direitos – tanto de trabalhadores urbanos quanto rurais. “A questão social é uma
questão de polícia” – Frase símbolo da Primeira República, atribuída ao Presidente Washington
Luís.

Aspectos políticos
▪ Baixa participação política – não há o voto feminino, analfabetos não votavam.
▪ Prevalência dos mandatários locais – Coronéis;
▪ Clientelismo, voto aberto e fraudes.
▪ Política dos Governadores;
▪ Política do café com leite;
▪ Autonomia estadual – federalismo;
▪ Semana de Arte Moderna: a busca por uma estética nacional; Antropofagia.

Movimentos sociais: reação a uma sociedade excludente


Movimentos Rurais: Canudos e Contestado.
Movimentos Tenentistas: 18 do Forte de Copacabana (1922), Revolta Paulista (1924) e Coluna
Prestes.

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Movimentos Urbanos: Revolta da Vacina e Revolta da Chibata.

Movimento sindical: Anarcosindicalismo, Greve Geral de 1917 e fundação do Partido Comunista em


1922.

O fim da Primeira República - 1930


▪ Mudanças estruturais: crescimento urbano e industrialização.
▪ Contestações sociais: greves e movimentos sociais.
▪ Novos atores na sociedade brasileira– surgimento da classe média e imigrantes.
▪ Crise de 1929.
▪ Ruptura da política do Café com Leite: formação da Aliança Liberal (Minas Gerais, Rio Grande do
Sul e Paraíba (Getúlio Vargas e João Pessoa) X São Paulo (Júlio Prestes).

Texto adaptado. Bezerra, 2023. Toda Matéria. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/primeira-republica/.

1 – Leia o texto a seguir:

A pergunta, “Quem é você?” recebia invariavelmente a resposta: “Sou gente do coronel fulano”. Esta
maneira de redarquir dava imediatamente a quem ouvia as coordenadas necessárias para conhecer o
lugar socioeconômico do interlocutor, além de sua posição política. O termo “gente” indicava
primeiramente que não se tratava de alguém do mesmo nível que o “coronel“ ou sua família; caso
contrário, o parentesco seria invocado logo no início para situar o indivíduo dentro do grupo (diria por
exemplo “sou primo do coronel fulano”).
QUEIROZ, Maria Isaura Pereira de. O coronelismo numa interpretação sociológica. In: FAUSTO,Boris. (Org). História geral
da civilização brasileira. São Paulo: Difel, 1985.v.8.p.185.

A) Com base no texto acima, caracterize o coronelismo.


B) Explique a importância do coronelismo para o funcionamento da República Oligárquica.

2 – Observe a charge abaixo que representa de modo irônico a prática do voto durante a Primeira
República no Brasil (1889-1930).
Às próximas Eleições – “De Cabresto”
Fonte:(Ensinar História, 2022)

Com base nessa crítica, descreva esse processo.

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3 – (Adaptada) A historiadora Maria Efigênia Lage de Resende aponta que a Constituição Brasileira de
1891 inspirou-se no modelo norte-americano e implantou o federalismo no Brasil em substituição ao
centralismo típico do período monárquico.

RESENDE, Maria Efigênia Lage. O processo político na Primeira República. In.: FERREIRA, Jorge e DELGADO, Lucília de Almeida
Neves (orgs.). O tempo do liberalismo oligárquico: da Proclamação da República à Revolução de 1930. Rio de Janeiro:
Civilização Brasileira, 2018, p.83.

Com base em seus conhecimentos sobre a primeira Constituição do Brasil de 1891, marque a opção
correta:
A) homens e mulheres poderiam votar.
B) todos os cidadãos, incluindo analfabetos, ex-escravizados, etc, poderiam votar.
C) somente os homens com critério censitário poderiam votar.
D) somente homens com mais de 21 anos poderiam votar.
E) a Constituição não discorria sobre a questão do voto.

4 – (UFMG) A Política dos Governadores, inaugurada por Campos Sales, é considerada o exemplo mais
notório da política de conciliação na história do Brasil, porque:

A) consiste numa troca de favores institucionalizada entre os poderes municipal, estadual e


federal, que fortalece as oligarquias.
B) significa o apaziguamento das tensões no relacionamento entre civis e militares, difícil desde a
Revolução da Armada.
C) põe fim ao chamado Encilhamento, reforma econômico-financeira promovida por Rui Barbosa,
a qual tumultuou a vida do país.
D) representa a solução final para os problemas com a Igreja, enfrentados desde o período de
desagregação da Monarquia.
E) resolve dissensões internas, como as de Canudos e a luta do Contestado, ambas marcadas
por um caráter messiânico.

5 − Analise a charge a seguir e responda o que se pede:

Política dos Governadores (adaptada)


Fonte: (Todo Estudo, 2023)

A) Identifique a política a que a charge faz referência.


B) Conceitue a política retratada na charge.
C) Justifique a força de São Paulo e Minas Gerais na política nacional da Primeira República.

6 – (MPE-GO – adaptada) Durante a Primeira República (1889-1930), houve, na sociedade brasileira,


revoltas que, a despeito das diferenças, expressaram a insatisfação e a crítica de grupos populares
quanto aos mecanismos de exclusão social e política e às estratégias de expansão dos interesses

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oligárquicos, então vigentes.
Assinale a alternativa que identifica CORRETAMENTE revoltas dessa natureza:
A) Guerra de Canudos e Revolta da Vacina.
B) Revolta Federalista e Guerra do Contestado.
C) Revolta da Vacina e Revolta da Armada.
D) Revolta da Chibata e Revolta Federalista.
E) Revolta Federalista e Revolta da Armada

7 – (FUVEST 2009 - adaptada) Em um balanço sobre a Primeira República no Brasil, Júlio de Mesquita
Filho escreveu:
“... a política se orienta não mais pela vontade popular livremente manifesta, mas pelos caprichos de um
número limitado de indivíduos sob cuja proteção se acolhem todos quantos pretendem um lugar nas
assembleias estaduais e federais”. (A crise nacional, 1925.)
De acordo com o texto, o autor:
A) critica a autonomia excessiva do poder legislativo.
B) critica o poder oligárquico.
C) defende o regime parlamentarista
D) defende a supremacia política do sul do país.
E) propõe limites ao federalismo.

8 – (adaptada) As revoltas de Canudo e Contestado, durante a República Velha, apesar de acontecerem


em pontos distantes da geografia nacional, são semelhantes em suas causas. Assinale a alternativa
correta que expressa esta coincidência:

A) tanto canudos, na Bahia, quanto contestado, no sul, lutavam pela derrubada no regime
republicano.
B) notaram melhorias em suas condições de vida.
C) tratou-se de um levante organizado por ex-escravizados que pediam equiparação de direitos
civis com os brancos.
D) os dois acontecimentos foram capitaneados por militares que insuflaram a população pobre
contra a república recém-instaurada.
E) Antônio conselheiro, importante figura da guerra do contestado, era visto por seus seguidores
como um indivíduo com poderes sobrenaturais, tal como o monge joão maria, do arraial de
canudos.

9 – (ACAFE- adaptada) “No dia seguinte, centenas deles se entregaram, atendendo a um apelo do
governo. Um grupo se dispôs, porém, a resistir. O forte voltou a ser bombardeado por mar e por aviões.
Dezessete militares, com a adesão ocasional de um civil, decidiram sair pela praia de Copacabana, ao
encontro das forças governamentais. Na troca de tiros, morreram dezesseis, ficando feridos os tenentes
Siqueira Campos e Eduardo Gomes. Os Dezoito do Forte começaram a criar a legenda do tenentismo.”
FAUSTO, Boris. História do Brasil. 5ª edição. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 1997. Página 308.

O texto evidencia uma revolta do movimento tenentista brasileiro. Acerca desse movimento, assinale a
alternativa correta.

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A) a Revolta do Forte de Copacabana foi uma tentativa de impedir a posse de Humberto Castelo
Branco após a efetivação do regime militar no Brasil.
B) ocorreu na chamada República Velha ou Oligárquica. Buscavam mudanças no cenário político,
administrativo e eleitoral do Brasil.
C) combateram principalmente o governo provisório de Getúlio Vargas e exigiam a criação de
uma nova constituição.
D) repelia posições comunistas e anarquistas e suas proposições giravam em torno da
substituição do Estado burguês pela ditadura do proletariado como via de se chegar ao
socialismo.
E) as principais revoltas tenentistas ocorreram após a implantação do Estado Novo por Getúlio
Vargas, com o apoio de militares de alta patente.

10 – (UEMG- adaptada) Nos anos vinte a sociedade brasileira viveu um período de grande efervescência
e profundas transformações. Mergulhado numa crise cujos sintomas se manifestaram nos mais variados
planos o país experimentou uma fase de transição cujas rupturas mais drásticas se concretizariam a
partir do movimento de 1930.
FERREIRA, Marieta de Moraes; PINTO, Surama Conde Sá. A Crise dos anos 20 e a Revolução de Trinta . Rio de Janeiro: CPDOC,
2006. 26f.

Dentre as diversas manifestações que compõem a crise da República Velha brasileira, nos anos 20 do
século XX, encontra-se o movimento tenentista.

É CORRETO identificar o Tenentismo como

A) movimento liderado pelos membros do exército filiados ao recém fundado PCB e que visava
fazer no Brasil uma revolução socialista nos moldes da Revolução Russa, que havia eclodido
alguns anos antes.
B) motim acontecido no seio do exército e que objetivava a imediata destituição do ministro civil
da guerra, que havia impedido os militares brasileiros de participarem da Primeira Grande
Guerra.
C) foi uma manifestação dos antigos grupos dominantes afastados do poder devido à
proclamação da República.
D) revolta de militares de patentes baixas e intermediárias, representantes das camadas médias
da população, que questionavam a estrutura política vigente no país e desejavam reformas
que levassem à moralização da política brasileira.
E) movimento de militares de alta patente que, insatisfeitos com sua exclusão política, entraram
em confronto com o exército legalista, derrubando o presidente Washington Luís e pondo fim
à República Velha.

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Vamos investigar e comparar o século XX com o século XXI na atualidade?

Procure imaginar e compreender como 1- A atual conjuntura do surto de COVID 19, está sob
era sua cidade ou seu lugar de controle por causa da vacinação em massa. Você
moradia no início do Século XX. acha que é possível fazer paralelos entre a Revolta
da Vacina do início da República e a atual
1- Quantos habitantes tinham na sua conjuntura marcada pelo COVID -19?
cidade ou município naquela época? 2- Você acha que guerra entre Israel e o Hamas,
2- Quem ou quais famílias faziam parte que começou no dia 7 de outubro de 2023, após
da elite? ataques do grupo terrorista ao território israelense,
3- Como eram as relações sociais? tem ressonância no Brasil? Quais?
4- Quais as formas de lazer que
existiam. 3- A questão dos povos indígenas ou povos
5- Quais eram as principais atividades originários está presente em nossa realidade atual?
econômicas. Justifique.

A Primeira Guerra Mundial (1914-1918).


Prezado estudante!
A Primeira Guerra Mundial foi um conflito de grandes proporções e que, de uma forma ou outra, afetou
grande parte dos países pelo mundo afora.
Faça a leitura minuciosa do texto abaixo. Depois da leitura faça as atividades propostas para melhor
fixação e consolidação do tema. Para aprofundar pesquise também na internet, nos livros didáticos
disponíveis na sua escola e consulte o seu professor (a), sempre que tiver dúvidas.

Primeira Guerra Mundial: antecedentes

▪ Belle Époque: período marcado, na Europa e EUA, pelo otimismo, pela intensificação da vida
urbana, por inovações nas artes e nas ciências, no transporte e nas comunicações.
▪ Imperialismo: busca por mercados e matérias primas; discurso sobre superioridade
branca/ocidental; disputas por territórios.
Mapa Domínios europeus no continente africano entre os séculos XIX e XX
Fonte: (Curso Enem Gratuito, 2023)

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▪ Política de Alianças: as disputas e tensões no continente europeu fizeram com que buscasse
alianças para se protegerem frente aos seus possíveis adversários.
No decorrer da Guerra vão ocorrer alterações nessas alianças
▪ Paz Armada: À medida que as tensões cresciam, as nações investiram mais na produção e no
aperfeiçoamento de armas cada vez mais letais.

Países que compuseram a Tríplice Aliança e Tríplice Entente na primeira Guerra

Fonte: (Infoenem, 2017)


As tensões nos Balcãs e o estopim da I Guerra
▪ A região dos Balcãs combinava uma série de tensões nacionalistas, associada a interesses do
Império Austro-Húngaro, Russo e Turco-Otomano.

▪ O assassinato do herdeiro do Império Austro-Húngaro, Francisco Ferdinando, foi o estopim


para a I Guerra Mundial.

1ª Guerra Mundial: o conflito


▪ A Política de Alianças transformou um conflito local em uma Guerra Continental (Julho e
Agosto/1914);
▪ Império Austro-Húngaro declara guerra à Sérvia;
▪ Rússia declara guerra ao Império Austro-Húngaro;
▪ A Alemanha declara guerra à Rússia e à França;
▪ Para atacar a França, a Alemanha invade a Bélgica;
▪ A Inglaterra declara guerra à Alemanha.
▪ 1ª Fase da Guerra: chamada de Guerra de Movimento – Invasão da França e batalhas na
frente oriental;
▪ Patriotismo e otimismo: a crença em um conflito rápido.

Guerra de trincheiras (1915-1917)


▪ Equilíbrio de forças na frente ocidental;
▪ Guerra de trincheiras: poucos avanços e muitas mortes;
▪ Derrotas russas na frente oriental;
▪ Uma guerra disputada nos campos de batalha e na economia;
▪ O otimismo dá lugar à tragédia.

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Primeira Guerra Mundial

Fonte: (Wikipedia, 2023)


De cima para baixo, da esquerda para a direita: trincheiras na Frente Ocidental, avião bi-planador
Albatros D.III, Tanque britânico Mark I cruza uma trincheira, metralhadora comandada por um
soldado usando máscara contra gases e o fundamento do navio de guerra HMS Irresistible após bater
em mina.

O conflito em 1917 e 1918


▪ 1917 – Entrada dos EUA na Guerra – rompimento do equilíbrio;
▪ 1917 – Revolução Russa;
▪ 1918 - Rússia sai da Guerra;
▪ 1918 – Rendição Alemã.

Algumas consequências do conflito


▪ Perdas humanas em uma escala inédita (+ de 20 milhões de perdas);
▪ Alemanha é declarada culpada pela Guerra (Tratado de Versalhes);
▪ Reconfiguração do mapa europeu: Fim dos Impérios Centrais;
▪ A Revolução Russa;
▪ O fortalecimento dos EUA;
▪ Crise econômica na Europa, especialmente na Alemanha;
▪ Nova inserção das mulheres no mercado de trabalho e a reivindicação por direitos (O
movimento sufragista).

Os tratados do pós-Primeira Guerra


"A rendição alemã e a assinatura do Tratado dos “Catorze Pontos para a Paz” ou os 14 pontos de
Wilson não selaram definitivamente as questões abertas com o conflito da Primeira Guerra. Algumas
potências ainda buscavam um tratamento mais rigoroso às nações derrotadas na guerra,
principalmente a Alemanha. Por isso, em 28 de junho de 1919, as principais nações vencedoras do
conflito reuniram-se no Palácio de Versalhes, em Paris, para novas negociações de paz.

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Preocupados com a possibilidade de outra desgastante guerra, os Estados Unidos pleitearam a criação
da Sociedade das Nações. Esse órgão teria caráter internacional e deveria julgar as tensões militares
na esfera internacional. Por outro lado, França e Inglaterra queriam proteger seus interesses
econômicos à custa dos povos vencidos. Os ingleses exigiam o controle sobre as colônias e rotas
marítimas alemãs. Já a França pleiteava a reconquista da região da Alsácia-Lorena e o pagamento de
indenização pela Alemanha."

"Depois das negociações, o Tratado de Versalhes previa os benefícios e punições a cada um dos
lados envolvidos na guerra. A Polônia foi colocada como um Estado independente e livre do anterior
domínio russo. A França conseguiu reaver a região da Alsácia-Lorena. As colônias alemãs na África
foram divididas entre ingleses, belgas e franceses. As colônias alemãs no Pacífico foram entregues ao
domínio do Japão e da Inglaterra."
(Veja mais sobre "Os tratados do pós-Primeira Guerra" em: https://brasilescola.uol.com.br/guerras/os-tratados-do-pos-
primeira-guerra.htm).

Os reflexos da Guerra
A Primeira Guerra Mundial provocou alterações significativas no panorama político-social mundial, e
seus reflexos extrapolaram os prejuízos e mortes causados pelas batalhas.
Os países europeus perderam o domínio sobre a economia mundial, dando espaço para os Estados
Unidos, surgindo, portanto, uma nova potência.
A influência cultural europeia sobre o resto do mundo também foi reduzida e os valores do
eurocentrismo passaram a ser questionados. Razão, progresso e valorização da ciência foram
colocados em dúvida depois de terem colaborado para uma Guerra tão destrutiva.
No campo social, uma mudança importante também ocorreu. A Guerra matou aproximadamente 10
milhões de pessoas, a maioria homens entre 19 e 40 anos de idade. Esse fato fez com que se tornasse
necessária ainda durante o conflito, a substituição da mão de obra masculina nas frentes de trabalho.
As mulheres entraram de vez no mundo das fábricas, e, com o fim da Guerra, essa situação não se
alterou. O papel feminino deixou de ser o de dona de casa e, com isso, novas necessidades
surgiram. O movimento feminista também ganhou força na busca por direitos. Nos Estados Unidos, na
Inglaterra e em outros países, surgiram as sufragistas, que lutavam, pelo direito ao voto da mulher.
(Texto adaptado do Sistema de Ensino Bernoulli-Livro 2-Volume 1- História-9º ano-pág.22)

E o Brasil? Como ficou durante e depois da 1ª Guerra?


▪ O Brasil declara guerra à Alemanha, mas não chega a participar diretamente do conflito;
▪ A Guerra incentiva a substituição de importações (industrialização);
▪ Fortalecimento das lutas sindicais (greve de 1917 e fundação do Partido Comunista em 1922);
▪ As mulheres lutam nas fábricas por melhores condições de trabalho e na política pelo direito de
voto 1932/1934 – A conquista do direito ao voto.

Mulheres: exclusão, lutas e conquistas


▪ As condições das mulheres no Brasil das primeiras décadas do Século XX: negação da
cidadania;
▪ Lutas por direitos sociais e políticos: redução da jornada; igualdade na remuneração e direito
ao voto;
▪ Década de 30: a conquista do voto e a longa batalha pelo reconhecimento.

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Carlota Pereira de Queiroz, a única mulher da Assembleia Constituinte de 1934

Fonte: (Wikipedia, 2023)


1 − Faça uma linha do tempo que represente os principais acontecimentos da I Guerra Mundial. Em
seguida,
A) Elabore um quadro com os principais protagonistas da Guerra e suas perdas humanas no
conflito.
B) Aponte as principais consequências da 1ª Guerra Mundial.

2 − (UNIFOR CE/2017) A Primeira Grande Guerra Mundial foi um conflito de largas proporções e
consequências desastrosas para a Europa e para o mundo, tanto do ponto de vista humano quanto do
ponto de vista material. Pode-se afirmar sobre este acontecimento histórico que:

A) a Inglaterra e a França estavam mais avançadas tecnologicamente do que a Alemanha.


B) após a guerra, o centro dinâmico do capitalismo continuou sendo a Europa, com os Estados
Unidos em segundo plano.
C) as colônias não contribuíram para o esforço de guerra dos países beligerantes.
D) a Alemanha assumiu o pagamento pelos danos causados pela guerra, em termos razoáveis e
recíprocos.
E) as causas econômicas fundamentais da Primeira Guerra foram a busca agressiva por novos
mercados e o crescimento da Alemanha.

3 − (Enem-2014 adaptada) Três décadas — de 1884 a 1914 — separam o século XIX — que terminou
com a corrida dos países europeus para a África e com o surgimento dos movimentos de unificação
nacional na Europa — do século XX, que começou com a Primeira Guerra Mundial. É o período do
Imperialismo, da quietude estagnante na Europa e dos acontecimentos empolgantes na Ásia e na África.
ARENDT, H. As origens do totalitarismo. São Paulo: Cia. das Letras, 2012.

O processo histórico citado contribuiu para a eclosão da Primeira Grande Guerra na medida em que

A) difundiu as teorias socialistas.


B) multiplicou os conflitos religiosos.
C) superou as crises econômicas.
D) acirrou as disputas territoriais.
E) conteve os sentimentos xenófobos.

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4 – (Enem-2009-adaptada) A primeira metade do século XX foi marcada por conflitos e processos que a
inscreveram como um dos mais violentos períodos da história humana.
Entre os principais fatores que estiveram na origem dos conflitos ocorridos durante a primeira metade
do século XX estão:
A) a corrida armamentista, o terceiro-mundismo e o expansionismo soviético.
B) o enfraquecimento do império britânico, a Grande Depressão e a corrida nuclear.
C) o declínio britânico, o fracasso da Liga das Nações e a Revolução Cubana.
D) a crise do colonialismo, a ascensão do nacionalismo e do totalitarismo.
E) a Revolução Bolchevique, o imperialismo e a unificação da Alemanha.

5 – Fale sobre a participação do Brasil durante a Primeira Guerra Mundial (1914 – 1918).

6 – (PUC-Campinas-adaptada) Em relação às causas da Primeira Guerra Mundial é correto afirmar que:

A) A incapacidade dos Estados liberais em solucionar a crise econômica do século XIX colocou em
xeque toda a estrutura do sistema capitalista. A instabilidade política e social das nações
europeias impulsionou as disputas colonialistas e o conflito entre as potências.
B) O sucesso da política de apaziguamento e do sistema de aliança equilibrou o sistema de forças
entre as nações europeias, acirrando as lutas de conquista das colônias da África e da Ásia.
C) O expansionismo na Áustria, a invasão da Polônia pelas tropas alemãs assustaram a Inglaterra
e a França, que reagiram contra a agressão declarando guerra ao inimigo.
D) O desequilíbrio entre a produção e consumo incentivou a conquista de novos mercados
produtores de matérias-primas e consumidores de bens de produção reativando as rivalidades
entre os países europeus e os da América do Norte.
E) A desigualdade de desenvolvimento das nações capitalistas europeias acentuou a rivalidade
imperialista. A disputa colonial marcada por um nacionalismo agressivo e pela corrida
armamentista expandiu os pontos de atrito entre as potências.

7 – (UFR/adaptado)
"A mesma velha trincheira, o mesmo paisagem,
Os mesmos ratos, crescendo como mato,
Os mesmos abrigos, nada de novo,
Os mesmos e velhos cheiros, tudo na mesma.
Os mesmos cadáveres no front,
A mesmo metralha, das duas às quatro,
Como sempre cavando, como sempre caçando,
A mesma velha guerra dos diabos."
(soldado inglês)
"Estamos tão exaustos que dormimos, mesmo sob intenso barulho. A melhor coisa que poderia
acontecer seria os ingleses avançarem e nos fazerem prisioneiros. Ninguém se importa conosco. Não
seremos substituídos. Os aviões lançam projéteis sobre nós. Ninguém mais consegue pensar. As rações
estão esgotadas - pão, conservas, biscoitos, tudo terminou! Não há uma única gota de água. É o próprio
inferno.
(soldado alemão)
MARQUES. Adhemar Martins. (Org.) et al. História Contemporânea através de textos. São Paulo: Contexto, 2000. p. 118 e 120.

Os fragmentos apresentam o depoimento de dois soldados, um inglês e o outro alemão, durante a


Primeira Guerra Mundial (1914 -1918).

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A) Identifique características que estejam presentes em ambos os textos e expressem os
sentimentos dos combatentes nessa fase da Primeira Guerra.
B) Explique a razão para a Primeira Guerra ter frustrado as esperanças de que seria somente
um curto conflito.

8 – O conflito de 1914-1918 deixou em campos opostos os seguintes países:

A) Alemanha, Império Austro-Húngaro (Tríplice Entente) e França contra Inglaterra, Rússia e


Estados Unidos (Tríplice Aliança).
B) Alemanha, Império Russo e Itália (Tríplice Entente) contra Inglaterra, Império Austro-Húngaro
e Estados Unidos (Tríplice Aliança).
C) Alemanha, Itália e Império Austro-Húngaro (Tríplice Aliança) contra Inglaterra, Rússia e
França (Tríplice Entente).
D) Alemanha, Itália e Império Turco-Otomano (Tríplice Entente) contra Inglaterra, Rússia e
Império Austro-Húngaro (Tríplice Aliança).
E) Alemanha, Itália, Estados Unidos (Tríplice Aliança) e Rússia, Inglaterra e Império Austro-
Húngaro (Tríplice Entente).

9 – (UERJ/ Adaptado) Observe as gravuras referentes ao período da Primeira Guerra Mundial.

1916, mulheres trabalham em fábrica de munição em Londres. Mulheres na Primeira Guerra Mundial.
Fonte: (Archive of Modern Conflict London/Reuters-UOL, 2015)

Fonte: (Mulheres de luta, 2022)

Considerando os acontecimentos desse período, DESCREVA uma transformação social que, decorrente
da Primeira Guerra, está diretamente relacionada às gravuras.

10 – Leia o texto abaixo e responda o que se pede.

Estamos num contexto mundial de duas guerras em diferentes regiões que nos deixam apreensivos,
apesar da distância territorial que nos separam. Uma é a Guerra entre a Rússia e a Croácia, que já passa
de um ano de luta. E a outra é a Guerra entre Israel e o Hamas que está perto de completar um mês. A
palavra “guerra”, suscita nos seres humanos pensamentos desagradáveis como morte, perdas
econômicas, destruição, fugas, fome, entre outros.

Você acha que faz sentido comparar a guerra na Ucrânia com a Primeira Guerra Mundial?

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A Revolução Mexicana – 1910.

Leia o texto abaixo que faz uma síntese sobre essa Revolução e responda o que se pede. Sempre que
precisar consulte seu livro didático, internet ou peça ajuda para o seu professor (a).

Revolução Mexicana de 1910

No ano de 1910, o México se encontrava sob a liderança política de Porfírio Díaz, que havia implantado a
ditadura no México no ano de 1876 a 1880 e de 1884 a 1911, permanecendo mais de trinta anos no
poder.
Durante a ditadura porfirista, prevaleceram as grandes propriedades da terra e a ausência de liberdades
democráticas. Porfírio Díaz conduziu a classe latifundiária a assumir as ideias da burguesia norte-
americana e europeia, negando todas as tradições indígenas mexicanas. A política de José Porfírio visou
valorizar a entrada de capital estrangeiro para explorar os recursos minerais e vegetais e para fabricar
produtos de exportação.
A Revolução Mexicana teve como luta emblemática a busca pela revalorização da cultura indígena e a
reforma agrária, ou seja, a distribuição de terras entre os camponeses. Essa necessidade de terras
gerou o início da revolução que tinha como lema “Tierra y Libertad”.
A desapropriação das terras camponesas se iniciou no período colonial (pelos colonos espanhóis) e
continuou no século XIX (com os latifundiários). A situação se agravou na ditadura de Porfírio,
culminando no ódio dos camponeses que viviam explorados. As pressões da população, da igreja e de
uma elite que fazia oposição aumentaram. Não tendo mais saída, Porfírio Díaz renunciou.
Após a renúncia de Porfírio, Francisco Madero, que era integrante de uma elite que fazia oposição ao
governo anterior, assumiu o poder no México. Madero conquistou a população mexicana com promessas
de reformas sociais que iriam diminuir a exclusão social – cerca de aproximadamente 70% da população
mexicana era analfabeta.
Com o passar do tempo, o novo governo não cumpriu com suas promessas, o que foi gerando
insatisfação entre os camponeses que reivindicavam a posse da terra por meio da reforma agrária. Dois
camponeses se destacaram na oposição ao governo de Madero: Emiliano Zapata e Francisco ‘Pancho
Villa’ (líderes revolucionários camponeses).
Emiliano Zapata se opôs a vários governos sucessivos no México: primeiro, o governo de Madero;
depois, o governo de Victoriano Huerta; e, por último, o governo de Venustiano Carranza. Zapata
acusou Carranza de não cumprimento da reforma agrária, tão reivindicada pelos camponeses. No ano de
1911, lançou o Plano de Ayala, que reivindicava a reforma agrária mexicana. O documento se tornou um
referencial para a luta pela terra na América Latina.
Villa e principalmente Zapata, além da reforma agrária, tinham como meta o retorno às origens (uma
revalorização da identidade indígena mexicana). Eles contestavam a transformação dos latifúndios em
fazendas modernas (agroindústrias) e queriam a volta do antigo sistema indígena de comunidades
coletivas (ejidos).
No ano de 1913, Francisco Madero foi assassinado a mando de Victoriano Huerta, que instalou
novamente a ditadura no México. O retorno à ditadura levou Villa ao norte, e Zapata ao sul, visando a
organização de novos movimentos revolucionários contra as tropas federais. Com o aumento das
pressões populares, Huerta renunciou em 1914, assumindo o poder em seu lugar, por indicação,
Venustiano Carranza, apoiado pelos Estados Unidos.
Uma nova Constituição foi promulgada no México no ano de 1917, o que levou Carranza às eleições
presidenciais, sendo eleito presidente. Esse fato desagradou bastante as camadas populares e os

182
camponeses, que continuaram os conflitos contra o governo central. Entretanto, depois da morte de
Zapata, em 1919, e de Villa, em 1923, o movimento revolucionário perdeu força, abrindo as portas para
a entrada do liberalismo com o apoio da elite proprietária de terras.
Fonte: Carvalho, 2023. Mundo Educação. Disponível em: https://mundoeducacao.uol.com.br/historia-america/revolucao-
mexicana-1910.htm.

1 − (UM-SP-Adaptada) Recentes acontecimentos neste país, tais como a revolta dos zapatistas e o
assassinato de um candidato a presidente, provocaram reflexões sobre a maior revolução de massas da
história latino-americana, que teve entre seus líderes Pancho Villa, Emiliano Zapata e o liberal Francisco
Madero. Apoiado na legitimidade revolucionária, o Estado bloqueou o avanço da democracia política, não
solucionando também as desigualdades sociais; um único partido controla o poder há décadas.

O texto lembra qual revolução?

A) Revolução Cubana.
B) Revolução Nicaraguense.
C) Revolução Dominicana.
D) Revolução Peruana.
E) Revolução Mexicana.

2 – (adaptada) O Exército Zapatista de Libertação Nacional, como o nome indica, inspira-se na luta
comandada por Emiliano Zapata, no sul do México, durante a Revolução Mexicana de 1910. Nesse
sentido, o movimento tem como principal reivindicação:

A) a expropriação das indústrias mexicanas em favor de seus trabalhadores.


B) a saída do México do NAFTA.
C) a ampliação da Aliança Bolivariana para as Américas (ALBA)
D) a reforma agrária.
E) atuar em escala global visando impor uma nova ordem econômica que reforce o papel dos
Estados-Nações.

3 – (ENEM - adaptada) Ao longo do século XX, diversos movimentos sociais eclodiram na América
Latina. Dentre eles, destacamos a Revolução Mexicana, iniciada em 1910, que se caracterizou, em suas
origens, como um movimento:

A) operário pela implantação de um governo socialista no México.


B) camponês de luta por uma reforma agrária.
C) burguês em defesa da industrialização do país.
D) nacionalista contrário à dominação política espanhola.
E) liberal em prol de uma aliança econômica com os Estados Unidos.

4 – (UNESP - adaptada) “O descontentamento com a desigualdade social crescia em todos os setores


populares (…) Uma situação francamente revolucionária só se criou quando a este descontentamento
generalizado se somaram dois fatos novos. Primeiro, uma grave dissensão no patriciado político
motivada pelo continuísmo de Porfírio Dias (…) Segundo, e principalmente, o surgimento de duas
lideranças camponesas autênticas: a de Emiliano Zapata (…) e a de Francisco Villa (…)”

(Darcy Ribeiro, AS AMÉRICAS E A CIVILIZAÇÃO).

183
O texto refere-se a:
A) Revolução Sandinista.
B) Revolução Cubana.
C) Revolução Mexicana.
D) Guerra do Chaco.
E) Guerra do Pacífico.

5 – (FUVEST - adaptada) A Revolução Mexicana de 1910, do ponto de vista social, caracterizou-se


A) pela forte presença de combatentes estrangeiros.
B) pela aliança entre operários e camponeses.
C) pela liderança de grupos socialistas.
D) pelo apoio da Igreja aos sublevados.
E) pela intensa participação camponesa.

6 – (UNESP, 2017 - adaptada) A Nação terá em qualquer tempo o direito de impor à propriedade
privada as modalidades ditadas pelo interesse público […]. Com esse objetivo serão determinadas as
medidas necessárias ao fracionamento dos latifúndios […]. Os povoados, vilarejos e comunidades que
careçam de terras e águas ou não as tenham em quantidades suficientes para as necessidades de sua
população terão direito a elas, tomando-as das propriedades vizinhas, porém respeitando, sempre, a
pequena propriedade.
(Artigo 27 da Constituição mexicana de 1917. Apud Héctor H. Bruit. Revoluções na América Latina, 1988).

O artigo 27 da Constituição elaborada ao final da Revolução Mexicana dispõe sobre a propriedade de


terra e:
A) corresponde aos interesses dos grandes conglomerados norte-americanos, que se instalaram
no país durante o período do porfirismo.
B) representa a vitória dos projetos defendidos pelos setores operários e camponeses vinculados
a grupos socialistas e anarquistas.
C) expõe o avanço do projeto liberal burguês e de sua concepção de desenvolvimento de uma
agricultura integralmente voltada à exportação.
D) restabelece a hegemonia sociopolítica dos grandes proprietários rurais e da Igreja católica,
que havia sido abalada nos anos de luta.
E) contempla parcialmente as reivindicações dos movimentos camponeses e indígenas, por
distribuição de

184
A REVOLUÇÃO RUSSA – 1917

Leia o texto abaixo e em seguida responda o que se pede nas atividades propostas.

Revolução Russa
No século XIX, a Rússia juntamente com a Inglaterra, França, Alemanha e a Áustria, era uma das
maiores potências europeias. Porém, enquanto os outros países cresciam, faziam reformas e se
industrializavam, a Rússia não se modernizava.
A Rússia era considerada um país atrasado em relação aos demais. Sua economia baseava-se na
agricultura. Os servos trabalhavam, mas os senhores feudais não tinham o menor interesse de
modernizar as plantações.
O país era governado pelo Czar (Imperador), que tinha poder absoluto, ou seja, todos estavam
submetidos a ele, inclusive a Igreja Católica Ortodoxa.
Entre os anos de 1854 e 1856, a Rússia entrou em guerra com a Inglaterra, França e Turquia (Guerra
da Criméia), mas foi derrotada justamente por causa do atraso em que se encontrava o país.
Então, o czar Alexandre II tomou algumas providências:
- Aboliu a servidão, vendeu terras aos camponeses e mandou ocupar novas áreas agrícolas.
Tudo isso trouxe benefícios para o país que cresceu e se tornou exportador de grãos, além de ter
favorecido o aumento da população. Esse aumento trouxe algumas consequências graves, como por
exemplo, a dificuldade de se encontrar emprego e a baixa produtividade agrícola gerando fome e
revolta.
A saída encontrada pelo governo foi estimular um programa de industrialização. O programa permitiu
que muitos estrangeiros fossem para a Rússia e várias fábricas foram implantadas entre os anos de
1880/1900 e com isso a Rússia apresentou as maiores taxas de crescimento industrial.
Enquanto o país se modernizava o absolutismo continuava intacto e isso causava descontentamento
entre a população que se unia cada vez mais.
Em 1904 a Rússia se envolveu em uma guerra contra o Japão. Este conflito desorganizou a economia
piorando a situação dos operários e camponeses. A humilhação da derrota acirrou os ânimos contra o
czar. No ano seguinte, os habitantes saíram em uma passeata a fim de entregar um abaixo-assinado
ao Imperador pedindo melhoras nas condições de vida e a instalação de um parlamento. O czar
respondeu com um massacre promovido por suas tropas, aumentando ainda mais a revolta do povo.
Apesar de tudo, ele fez algumas concessões e dentre elas estava a instalação do parlamento
(Duma).
Entre os anos de 1907 e 1914, a Rússia voltou a ter uma aparente tranquilidade, pois houve uma alta
no crescimento industrial e os camponeses ganharam terras.
Grande parte da oposição era socialista e se baseava nas ideias de Karl Marx. Eles acreditavam que
todos os problemas do país só acabariam se o capitalismo fosse abolido e o comunismo fosse
implantado.
Os comunistas se dividiam em dois grupos: Bolcheviques e Mencheviques.
- Bolcheviques: queriam derrubar o czarismo pela força e eram liderados por Lênin.
- Mencheviques: propunham a implantação do socialismo através de reformas moderadas.

185
Com o advento da Primeira Grande Guerra (1914) o povo russo se sentiu na obrigação de lutar,
porém o combate trouxe algumas consequências como: desorganização da economia; fome, pobreza
e racionamento; saques, passeatas e protestos contra o czar e enfim, a renúncia do czar em 1917
diante da pressão popular.
A deposição do Imperador não trouxe tranquilidade aos russos, pelo contrário, o conflito passou a se
dar entre os elementos da oposição.
Com a derrubada do czar, o governo provisório (cujos membros se identificavam com os interesses
da burguesia russa) assumiu o poder. Esse governo adotou algumas medidas, como: anistia para
presos políticos; liberdade de imprensa e a redução da jornada de trabalho para 8h.
Estas medidas agradaram à burguesia, mas os camponeses (queriam terras) e operários (queriam
melhores salários) não gostaram.
Os bolcheviques, aos poucos, se tornaram os porta-vozes de todas essas reivindicações.
Os sovietes eram organizações políticas que nasceram no seio das camadas populares e
representavam os interesses dos trabalhadores. Assim, havia os sovietes de operários, de
camponeses e de soldados. Expressavam uma forma de poder popular em oposição ao governo
provisório e se tornaram decisivos nos rumos políticos do país.
Alguns grupos viam nos bolcheviques a solução pra diversos problemas.
Lênin apoiado pelos sovietes e por uma milícia popular conquista a capital obrigando o governo
provisório a renunciar e assumindo o governo em 1917. Eles acreditavam que só o comunismo
poderia trazer felicidade para os russos. No poder, eles tentaram realizar e criar uma sociedade onde
todos fossem iguais e livres.
Para realizar esse sonho, foram tomadas várias medidas:
- As terras da Igreja, nobreza e burguesia foram desapropriadas e distribuídas aos camponeses;
- Quase tudo se tornou propriedade do estado (fábricas, lojas, diversões, bancos, entre outros).
A ideia dessas medidas era criar igualdade entre os homens, pois, segundo o Marxismo, sem
propriedade não haveria exploradores e explorados.
Várias foram as dificuldades que surgiram durante o governo e o novo regime se tornava mais
autoritário, distanciando cada vez mais o sonho de criar uma sociedade onde todos fossem livres e
iguais.
Em 1921, foi permitido ao povo a abertura de pequenos negócios, pois a sociedade precisava ser
estimulada. Os camponeses voltaram a produzir para vender no mercado e as grandes empresas
estatais passaram a considerar as necessidades de consumo do povo.
Esta série de medidas ficou conhecida como Nova Política Econômica (NEP) e teve resultados
satisfatórios no campo econômico, porém no campo social não foi tão bom assim.
No campo, surgiram camponeses ricos que pagavam um salário para outros camponeses. Para os
comunistas essa atitude representava a volta da exploração capitalista.
Nas cidades, os grandes empresários lucravam com essa nova economia e isso fortaleceu o
aumento das desigualdades sociais.
Em termos políticos o poder ficou nas mãos do Partido Comunista. Outros partidos (inclusive os
demais partidos comunistas) e os sindicatos foram proibidos de funcionar.
Após a morte de Lênin, Trotsky (chefe do exército) e Stálin foram os dois líderes que disputaram o

186
poder. Stálin saiu vencedor.
Decidido a industrializar o país, ele só podia contar com dinheiro que vinha da agricultura, já que não
podia fazer empréstimos internacionais por causa da pobreza em que o país se encontrava.
Para aumentar a produtividade, foram criadas as fazendas coletivas e muitos camponeses foram
obrigados a entregar o gado e as terras ao estado para trabalharem (contra a vontade) nestas
fazendas.
Nas fábricas, os operários foram proibidos, sob ameaça de morte, de fazer greve ou mudar de
emprego. Apesar disso, as metas de Stálin foram alcançadas e a União Soviética passou por um
processo de modernização e industrialização. Porém, o totalitarismo implantado por Stálin na URSS
mantinha um rígido controle sobre a imprensa e a cultura em geral.
Texto adaptado: Gomes. 2023. Info Escola. Disponível em: https://www.infoescola.com/historia/revolucao-russa/.

Caro estudante!

Sabemos que a Revolução Russa de 1917 foi um acontecimento muito importante na história mundial,
pois pela primeira vez, as ideias socialistas chegaram ao poder num país. Abaixo segue as atividades
que te ajudarão a consolidar e aprofundar o conteúdo de forma prática e prazerosa.

Ressalto que sempre que necessário volte ao texto acima e pesquise também na internet e nos
materiais didáticos disponíveis. Qualquer dúvida recorra também ao seu professor(a) para te auxiliá-lo
nas suas dúvidas.

1 − Quais foram as principais razões da eclosão da Revolução Russa?

2 − (F. M. Santa Casa/SP - adaptada) A revolução de fevereiro de 1917, na Rússia, pode ser
caracterizada como:
A) uma luta encabeçada por Lenin para estabelecer um estado soviético.
B) um movimento de caráter burguês com o objetivo de depor o czar Nicolau II.
C) um conflito de inspiração rural a fim de apoiar os mujiques.
D) uma reação da Igreja Ortodoxa contra a prepotência de Rasputin.
E) um esforço de intelectuais, comprometidos com as ideias anarquistas de Bakunin.

3 − (UFMG - adaptada) Com relação ao processo revolucionário russo que culminou com a tomada do
poder pelos bolcheviques em 1917, pode-se afirmar que:

A) Na guerra civil entre brancos e vermelhos, os brancos receberam auxílio de mercenários de


toda a Europa, recrutados por países capitalistas.
B) O governo provisório liderado por Kerensky, tão logo assumiu o poder retirou a Rússia da
Guerra através do Tratado de Brest-Litovsky
C) O lema “Paz, Terra e Pão” adotado por Stalin, foi fundamental para a mobilização do
campesinato e seu engajamento na luta ao lado dos mencheviques.
D) Na fase denominada Comunismo de Guerra, uma das primeiras medidas tomadas por Lenin foi
a nacionalização dos bancos e das principais indústrias.
E) Na fase da NEP (Nova Política Econômica) houve estatização definitiva de todas as indústrias
bem como a proibição da entrada de técnicos estrangeiros.

187
4 − Relacione a ascensão dos bolcheviques ao poder com a Primeira Guerra Mundial.

5 − (UEFS - adaptada) Uma política foi sendo aos poucos colocada em prática, desde 1919, pelos países
vencedores na Primeira Guerra Mundial: não intervir, porém conter o bolchevismo. Formar uma
“barragem contínua”, apoiando-se no exército polonês e no exército romeno. Era o primeiro esboço do
mais tarde chamado “cordão sanitário”.
(Jean-Jacques Becker. O Tratado de Versalhes, 2011. Adaptado).

O historiador alude, implicitamente,

A) à irrelevância da revolução russa nas relações internacionais.


B) à ausência de plano no combate dos capitalistas ao socialismo soviético.
C) à aliança entre nações capitalistas e forças czaristas no combate ao socialismo.
D) à defesa pelo Ocidente das liberdades democráticas nos estados socialistas.
E) à consolidação da revolução socialista na Rússia soviética.

6 − (UESPI - adaptada) A Primeira Guerra Mundial e a Revolução Bolchevique de 1917 são parte do
mesmo contexto de conflagração militar e política. Portanto, é correto afirmar que:

A) O comunismo germânico acabou por se disseminar pela Rússia invadida, triunfando depois
como movimento revolucionário local.
B) O desfecho da revolução guarda estreita relação com o desenrolar da guerra, notadamente os
fracassos militares do exército do czar, que permitiu a morte de milhões de russos.
C) A revolução de outubro de 1917 foi induzida de fora para dentro da Rússia, sendo apoiada
sobretudo por generais cansados da guerra estrangeira contra a Alemanha.
D) A Proclamação da República de Weimar, nas fronteiras russas, desperta o sentimento
republicano, e também socialista, no povo russo, que proclamou a república soviética.
E) O czar da Rússia aliou-se aos inimigos externos da Tríplice Aliança, e, internamente, entregou
“todo o poder aos sovietes”.

7 − (UNISA/SP - adaptada)

1. Fica abolida a propriedade privada da terra, sem qualquer indenização.


2. Todas as grandes propriedades territoriais, todas as terras pertencentes à Coroa, às ordens
religiosas, à Igreja, compreendendo o gado, o material agrícola e os edifícios com todas as suas
dependências, ficam à disposição dos comitês distritais agrários e de camponeses até a reunião da
Assembleia Constituinte.
(John Reed. Dez dias que abalaram o mundo, 2002)

O texto faz referência

A) às medidas adotadas pelo partido bolchevique após a tomada do poder na Rússia em 1917.
B) às propostas do presidente Roosevelt para combater a Grande Depressão causada pela crise
de 1929.
C) aos decretos nazistas de expropriação dos bens da população judaico-alemã no final da
década de 1930.
D) à Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão elaborada durante a Revolução Francesa
de 1789.
E) às Reformas de Base propostas pelo presidente João Goulart em seu comício realizado em
março de 1964.

188
8 − (FMJ/SP - adaptada) A Revolução Russa de outubro/novembro de 1917 implantou no país um
regime socialista baseado nas ideias marxistas de Estado proletário. No entanto, além da classe
operária, outro grupo social participou ativamente da luta pela queda do governo czarista. Foi

A) a burguesia, buscando desatrelar seu desenvolvimento da ajuda francesa.


B) a intelectualidade, partidária da implantação do liberalismo econômico na Rússia.
C) a nobreza, contrariada com a interferência das potências estrangeiras no país.
D) o clero, descontente com a influência do monge Rasputin nas decisões políticas.
E) o campesinato, explorado e sofrendo os efeitos da 1ª Grande Guerra.

9 − Por que podemos dizer que essa Revolução Russa mudou a história do Ocidente?

189
A CRISE DE 1929 E A ASCENSÃO DOS REGIMES TOTALITÁRIOS

Caro estudante, seja bem-vindo à segunda parte dos nossos estudos de História do 1º bimestre de
2024!
Dando sequência ao que vimos anteriormente, vamos estudar os desdobramentos, ou seja, fatos que
aconteceram no mundo e que afetaram de alguma forma a política, a economia, a cultura e a questão
social no Brasil da Primeira República.
É importante ressaltar que os conteúdos e atividades postadas neste caderno, podem ser
complementadas por seu professor (a) e por você, através de pesquisas e estudos, sempre que surgir
alguma dúvida ou dificuldade.
Bons estudos!
Segue abaixo textos que deverão ser lidos e interpretados para depois fazer as atividades propostas.

American Way of Life

● O American Way of Life surgiu no período entre guerras (1918-1939), com base no vertiginoso
aumento da produção industrial estadunidense, no grande sentimento de euforia pelo término da
Primeira Guerra mundial (1914-1918) e na promoção do incentivo ao consumismo no país.

● Com base nas ideias de trabalho, liberdade, consumo, privacidade e nas promessas de progresso
e felicidade, o modelo estabeleceu os valores e ideais do cidadão norte-americano, tentando
homogeneizar a população e criando um sentimento de pertencimento.

● É importante lembrar que a população afro-americana não usufruiu do American Way of Life, na
medida em que ainda lutava pelos direitos civis.

● Apesar do estilo de vida ter surgido no período entre guerras, ele foi retomado durante a Guerra
Fria e amplamente divulgado pelo rádio, TV e cinema, a fim de exportar o ideal capitalista,
fazendo dos EUA uma vitrine de sucesso.

● Entre as suas características, encontram-se o liberalismo, o nacionalismo, o capitalismo, a busca


pela felicidade e o consumismo midiático.

● Teve forte influência no Brasil durante o governo populista de Getúlio Vargas, que estabeleceu
acordos comerciais para a importação de produtos estadunidenses, entre eles, eletrodomésticos e
carros.

● Gerou o endividamento de grande parcela da população estadunidense, o que, associado à euforia


e à especulação da Bolsa de Valores, desencadeou a Crise de 1929, culminando na Grande
Depressão.

● O cenário de industrialização e a ampliação do acesso aos meios de comunicação, tais como TV,
rádio e cinema, possibilitaram a difusão do American Way of Life para o mundo.
Texto adaptado: Cardoso, 2023. Mundo Educação. Disponível em:https://mundoeducacao.uol.com.br/historia-
america/american-way-of-life.htm.

190
Crise de 1929

A Crise de 1929, ou Grande Depressão, foi o colapso do capitalismo e também do liberalismo


econômico. Ficou conhecida como uma crise de superprodução.
"A Crise de 1929, também conhecida como Grande Depressão, foi uma forte recessão econômica que
atingiu o capitalismo internacional no final da década de 1920. Marcou a decadência do liberalismo
econômico, naquele momento, e teve como causas a superprodução e especulação financeira.
Antes da crise de 1929 estourar, os Estados Unidos já ocupavam o posto de maior economia do
mundo. Antes mesmo da Primeira Guerra Mundial, a economia americana já possuía índices que
comprovavam essa supremacia, e os eventos da guerra só acentuaram a posição de potência
econômica internacional dos Estados Unidos.
Em virtude do rápido crescimento da economia americana após a guerra, a década de 1920 foi um
período de grande euforia econômica, o qual ficou conhecido como Roaring Twenties (traduzido para
o português como Loucos Anos Vinte). Esse momento da história americana ficou marcado
principalmente pelo avanço do consumo de mercadorias, consolidando o American way of life, o
estilo de vida americano.
O avanço da economia americana tornou o país responsável pela produção de 42% de todas as
mercadorias feitas no mundo. A nação também era a maior credora do mundo e emprestava
vultuosas somas de dinheiro para as nações europeias em processo de reconstrução (após a Primeira
Guerra). No quesito importação, os Estados Unidos eram responsáveis por comprar 40% das
matérias-primas vendidas pelas quinze nações mais comerciais do mundo.
Essa euforia econômica refletia-se na população a partir de um consumismo acelerado, levando as
pessoas a comprarem carros e artigos eletrodomésticos de maneira desenfreada. Esse consumismo
ancorava-se, em parte, na expansão do crédito que acontecia no país sem nenhum tipo de regulação
ou intervenção estatal. A expansão do crédito também cumpria importante papel no financiamento
de diferentes atividades econômicas.
Com esse quadro, os Estados Unidos viviam um momento de pleno emprego e rápido crescimento
industrial. Entre 1923 e 1929, os Estados Unidos possuíam uma taxa média de desemprego de 4%, a
produção de automóveis no país aumentou 33%, o número de indústrias instaladas no país
aumentou por volta de 10% e o faturamento do comércio quintuplicou.
Por causa do boom econômico e da onda de euforia, as pessoas passaram a investir de maneira
intensa no mercado financeiro, disparando a especulação monetária. Durante a década de 1920, os
investimentos nas ações das empresas na bolsa de valores de Nova Iorque tiveram saltos
consideráveis.
O sentido de especulação financeira aqui está relacionado com pessoas que compravam ações na
bolsa, esperando que elas se valorizassem, para logo em seguida revendê-las. Esse processo fazia
com que os valores das ações aumentassem — pois havia muitos compradores — e criava uma falsa
sensação de prosperidade. A continuidade desse falso cenário de prosperidade financeira e a
superprodução resultaram na quebra da economia americana."
Toda essa prosperidade estava amparada em bases extremamente frágeis. O crédito desregulado e o
crescimento da especulação financeira criaram uma bolha de falsa prosperidade que estava à beira
do precipício. A sociedade tornou-se incapaz de perceber o que estava prestes a acontecer. Esse
processo foi explicado pelo historiador Hobsbawm da seguinte maneira: o que acontecia, como
muitas vezes acontece nos booms de mercados livres, era que, com os salários ficando para trás, os

191
lucros cresceram desproporcionalmente, e os prósperos obtiveram uma fatia maior do bolo nacional.
Mas como a demanda da massa não podia acompanhar a produtividade em rápido crescimento do
sistema industrial nos grandes dias de Henry Ford, o resultado foi superprodução e especulação.
Isso, por sua vez, provocou o colapso.
A questão salarial que foi mencionada no trecho acima é muito importante para entendermos uma
das facetas da crise: a superprodução. Na década de 1920, a indústria dos Estados Unidos expandiu-
se e a produtividade do trabalhador aumentou. Esse aumento na produção, no entanto, não foi
acompanhado de aumentos salariais, pois os salários permaneceram estagnados. Assim, o mercado
não teve condições de absorver a quantidade de mercadorias que eram produzidas (nem o mercado
americano nem outros países conseguiam absorver essas mercadorias). Isso abalou a esperança de
rápida prosperidade de muitos que tinham ações de empresas americanas.
Milhares de pessoas resolveram vender as suas ações no dia 24 de outubro de 1929, no que ficou
conhecido como Quinta-feira Negra. Nesse dia, mais de 12 milhões de ações foram colocadas à
venda, o que deixou o mercado em pânico. Essa situação se estendeu por dias e na segunda, dia 28,
mais 33 milhões de ações foram colocadas à venda. Imediatamente o valor das ações despencou, e
bilhões de dólares desapareceram. A economia americana quebrou.

Consequências da Crise de 1929


Os efeitos da crise para a economia dos Estados Unidos foram imediatos e espalharam-se pelo país
como um efeito dominó. O período mais crítico foi de 1929 a 1933; logo após, os efeitos da crise
foram enfraquecendo-se, principalmente por causa da intervenção do Estado na economia com o
New Deal (Novo Acordo).
Separamos abaixo alguns dados que evidenciam o impacto da crise na economia dos Estados
Unidos:
PIB nominal dos Estados Unidos caiu aproximadamente 50%; O desemprego disparou e alcançou
27% (era 4% antes da crise); Importações caíram 70%; Exportações caíram 50%; Diminuíram em
90% os empréstimos internacionais; Produção industrial caiu, no mínimo, 1/3; Produção de
automóveis foi reduzida em 50%; Salário médio na indústria caiu 50%; Falência de milhares de
empresas e bancos; Milhares de pessoas perderam instantaneamente todo seu patrimônio, uma vez
que ele estava investido em valores da especulação que haviam desaparecido com a quebra da
bolsa.
Os efeitos da crise espalharam-se pelo mundo, por isso, a economia de diversos países entrou em
recessão, e o desemprego disparou mundo afora.
A situação era tão crítica que o desemprego alcançou níveis altíssimos nos seguintes países: (Grã-
Bretanha: 23%), (Bélgica: 23%), (Suécia: 24%), (Áustria: 29%), (Noruega: 31%), (Dinamarca:
32%),
(Alemanha: 44%).
A maioria desses países teve dificuldade em reduzir esses índices mesmo após 1933. Vale dizer
também que esses dados nos dão uma pista do motivo pelo qual o fascismo e os ideais de extrema-
direita tiveram tanta repercussão nos quadros políticos da Europa durante a década de 1930.
Ao todo, o comércio internacional foi reduzido em aproximadamente 1/3."
Fonte: Adaptado. Silva, 2023. Brasil Escola. Disponível em: em: https://brasilescola.uol.com.br/historiag/crise29.htm.

192
O que foi o New Deal

▪ Após longos períodos de prosperidade, a economia norte-americana foi impactada pela quebra da
Bolsa de Valores de Nova Iorque, em 1929. A crise faliu empresas e desempregou milhões de
pessoas, causando vários problemas sociais. Os republicanos perderam as eleições presidenciais de
1932, e o democrata Franklin Delano Roosevelt foi eleito para a Casa Branca, propondo um
programa econômico que recuperaria as finanças dos Estados Unidos e retomaria o seu pleno
desenvolvimento.
▪ O New Deal, como foi intitulado o programa do governo Roosevelt, aplicou as ideias econômicas de
John Keynes de maior intervenção estatal na economia. Até 1929, o liberalismo econômico fez com
que os órgãos governamentais não fiscalizassem as transações econômicas e as movimentações
financeiras feitas pela Bolsa de Valores de Nova Iorque, a principal do mundo capitalista.
▪ A proposta de Roosevelt para recuperar a economia norte-americana era: aumentar a presença do
Estado na economia ao fiscalizar as movimentações financeiras, controlar a produção para que as
mercadorias estocadas pudessem ser comercializadas, e executar obras públicas para acelerar a
criação de empregos.
▪ A quebra da Bolsa de Valores de Nova Iorque, em 1929, afundou a economia norte-americana em
uma grave crise, gerando desemprego e pobreza. Outros países também foram afetados pela
quebra da bolsa, e suas economias também colapsaram. Enquanto o mundo capitalista estava em
crise, a União Soviética não sentiu diretamente os efeitos e pôde se posicionar como uma
alternativa ao modelo econômico predominante no Ocidente.
Texto adaptado: Higa, 2023. Mundo Educação. Disponível em:https://mundoeducacao.uol.com.br/historia-america/new-
deal.htm.

Pesquisem em dicionário ou na internet o significado de “totalitarismo e de autoritarismo”. Depois


que eles conceituarem, coloque na lousa os seus significados.
•Totalitarismo – condicionamento e controle dos indivíduos por parte do Estado, destituindo-os de
direitos. Exemplos: stalinismo soviético, fascismo italiano, nazismo alemão.
•Autoritarismo – Estado forte e ditatorial, mas que não impõe uma ideologia nem o controle total
sobre o indivíduo. Exemplos: salazarismo português, franquismo espanhol.
Em seguida caracterize um ‘Estado totalitário’.

Diferenças entre fascismo e nazismo

Fascismo como sistema de governo


O fascismo foi um movimento político que nasceu na Itália, após a crise deixada na Europa pela
Primeira Guerra Mundial. Em 1922, Benito Mussolini fundou o Partido Nacional Facista, cujos
princípios eram fundamentalmente autoritários, imperialistas, antiliberal e antidemocrático.
Com raízes totalitárias, o movimento fascista acreditava no poder centralizado, em que apenas uma
pessoa poderia tomar decisões, sendo colocada em uma posição de idolatria por toda a população
sem sofrer julgamentos ou críticas.
Neste regime, os líderes poderiam controlar e fiscalizar toda a comunicação de massa, disseminando
ideologias e impedindo que fossem divulgadas críticas ao seu governo. A oposição e os inimigos do

193
regime eram brutalmente ameaçados e perseguidos por meio de violencia, prisão, tortura e até a
morte.
Além dessas características, o governo fascista visava a expansão de seu poder por meio de conflitos
internacionais. Entre seus objetivos estavam conquistar novos territórios, ampliar sua força e investir
em força bélica, armas e equipamentos de guerra.

O que é nazismo?
Regime nazista surgiu na Alemanha com a ascensão de Adolf Hitler e o Partido Nacional Socialista dos
Trabalhadores Alemães ao poder, de 1933 a 1945. Sua corrente de pensamento baseava-se no
totalitarismo e antissemitismo, o que daria início a Segunda Guerra Mundial e geraria o maior
extermínio étnico da história, o Holocausto.
Diferente do fascismo, as principais raízes do nazismo era sua corrente de pensamento que
acreditava no racismo científico: crença que defendia a existência de raças de seres humanos
superiores a outras, levando em consideração fatores étnicos, raciais e socioculturais.
Durante o regime nazista, Hitler e seus seguidores pregavam que a “raça ariana” e alemã, era
superior as outras, e portanto, todas as outras nações deveriam se curvar. Crendo nisso, o regime
alemão procurava se expandir por outros territórios da Europa e combater o que eles acreditavam ser
o seu maior inimigo: os judeus.
Mesmo com o termo “Socialista” utilizado no nome do partido nazista, o conceito empregado por
Hitler se diferenciava do de Karl Marx, que era judeu. O “socialismo” de Hitler tratava-se da
exaltação do nacionalismo e do Estado alemão.
A luta de classes defendida pelo socialismo de Marx, era uma corrente de pensamento contrária ao
que os nazistas acreditavam. Os nazistas defendiam força e controle do Estado, acima de tudo e
todos, mas ainda assim defendendo unidades privadas.
Fonte: Fundação 1º de Maio, 9 nov. 2022. Disponível em:https://www.fundacao1demaio.org.br/diferencas-entre-fascismo-
e-nazismo/.

Caro estudante, leia e analise os textos abaixo. Se tiver alguma dúvida peça ajuda ao seu (a)
professor(a).

Crise de 1929: Impactos no Brasil

Nessa época, o Brasil tinha o café como principal e maior produto de agroexportação. Os
Estados Unidos da América era o maior comprador do nosso grão. Com a Grande Depressão, os EUA e
diversos importadores diminuíram o consumo do café brasileiro – o que diminuiu drasticamente o
preço do produto. Então, o governo brasileiro optou por fazer a compra e queima dos
excedentes das colheitas, com isso, o estoque era diminuído e o grão valorizado.
Internacionalmente, os países que estavam atrelados ao sistema de crédito norte-americano também
foram atingidos e sofreram uma grande recessão. No caso do Brasil, a redução da exportação de café
foi um dos principais efeitos, a qual resultou na limitação da entrada de dividendos e reduziu a
capacidade de importações do país.
Os cafeicultores tiveram prejuízos gigantescos. No auge dessa crise, o país enfrentou transformações
políticas profundas com o acontecimento da Revolução de 1930. O novo governo teve Getúlio Vargas
como presidente provisório.

194
Para superar esse cenário negativo, o governo brasileiro, com Getúlio Vargas na presidência (1930-
1945) – além de realizar a famosa compra e queima do café excedente para ajudar os produtores,
adotou medidas protecionistas com o intuito de incentivar a indústria nacional e alinhar a produção
agrária a esses interesses.
Além da compra e queima de café, Vargas criou em 1931 o Conselho Nacional do Café (CNC) para
proteger o principal produto do país.
Assim, foi necessário diversificar a indústria nacional para abastecer o mercado interno, causando
assim uma inflexão no modelo importador até então vigente para uma nova matriz nacional de
produção e consumo, além de aumentar a entrada de capital nas indústrias do país. Tais ações
fizeram a indústria brasileira crescer 11,2% entre 1933-1939 dissipando, assim, os efeitos da crise no
país.

Textos compilados e modificados.


Silva, 2023. Brasil Escola. Disponíveis em: https://brasilescola.uol.com.br/historiag/crise29.htm.
Elias, 31 out. 2022. Estratégia Vestibulares. Disponível em:
https://vestibulares.estrategia.com/portal/materias/historia/crise-de-1929/.
Info Enem, 23 abr. 2021. Disponível em: https://infoenem.com.br/como-a-crise-de-1929-afetou-o-brasil/.

Crise de 1929 atingiu economia e mudou a ordem política no Brasil

A Crise de 1929 atingiu em cheio a economia do Brasil, muito dependente das exportações de um
único produto, o café. Mas, mais do que gerar dificuldades econômicas, o crash que completa 80
anos em 2009 provocou uma mudança no foco de poder no país, acabando com um pacto político
interno que já durava mais de trinta anos.
Entre os anos de 1894 e 1930, o presidente da República foi eleito pelos paulistas barões do café
num mandato, e no outro pelos pecuaristas mineiros. Era a chamada política do café com leite,
viabilizada pela hegemonia da oligarquia cafeeira paulista na época e que garantiu a formação de
uma economia agrícola praticamente monoexportadora no país.
Em 1929, a quebra nos mercados acionários do mundo provocou uma forte queda nos preços
internacionais das commodities. "O Brasil era fortemente dependente das exportações de café, e
tinha uma enorme dívida externa, que precisava ser financiada com essas vendas", afirma o professor
de História Econômica da FEA-USP, Renato Colistete.
Além da queda nos preços, a crise provocou uma diminuição na renda e no consumo no mundo todo,
prejudicando ainda mais as vendas de café. As exportações do produto, que chegaram a US$ 445
milhões em 1929, caíram para US$ 180 milhões em 1930. A cotação da saca no mercado
internacional, caiu quase 90% em um ano.

Fogueira
Na tentativa de conter a queda, o governo federal comprou grande parte dos estoques dos
produtores, e queimou 80 milhões de sacas do produto. "A ideia era queimar para diminuir a oferta e
aumentar o preço internacional, porque o Brasil era o maior país exportador", segundo Marcos
Fernandes, coordenador do Centro de Estudos dos Processos de Decisão da FGV-SP.
"A crise arruinou a oligarquia cafeeira, que já sofria pressões e contestações dos diferentes grupos
urbanos e das oligarquias dissidentes de outros Estados, que almejavam o controle político do Brasil",

195
explica Wagner Pinheiro Pereira, doutor em História pela USP e autor do livro "24 de Outubro de
1929: A Quebra da Bolsa de Nova York e a Grande Depressão".

Poder
O que aconteceu, então, foi que o foco do poder no país foi deslocado para o gaúcho Getúlio Vargas,
que se tornou presidente da República após a Revolução de 1930. "Do ponto de vista político, a crise
foi importante porque desviou o foco do poder para Getúlio Vargas e para um projeto de
industrialização", diz Fernandes.
O novo presidente, porém, sabia que, mesmo com o fim da oligarquia paulista, o café não podia ser
deixado de lado. Assumiu, então, uma nova política de defesa da cafeicultura, na tentativa de
equilibrar os preços e evitar a superprodução.
"Não podemos esquecer que Getúlio era o pai dos pobres e a mãe dos ricos", diz Fernandes. "Ele
tratou de não romper tão radicalmente com a oligarquia agrícola, e o café continuou sendo
importante no Brasil. Isso começa a mudar mesmo a partir de Juscelino Kubitschek e, principalmente,
a partir do Golpe de 1964."
A Grande Depressão, porém, dificultou os esforços do governo para ajudar o café e "somente no final
da década de 1930 o café começou a recuperar os bons preços nos mercados internacionais",
segundo Pereira.
Texto. Disponível em: Fonte: Vallone, 24 out. 2009. Folha de São Paulo. Disponível em:
https://m.folha.uol.com.br/mercado/2009/10/642391-crise-de-1929-atingiu-economia-e-mudou-a-ordem-politica-no-
brasil.shtml?loggedpaywall#_

Depois da leitura e análise do texto, responda à pergunta abaixo no caderno:

Quais as consequências que o Brasil sofreu após a Crise de 1929?

Para finalizar e aprofundar ainda mais o tema estudado, elabore um texto sobre a crise de 1929,
abordando os antecedentes, causas e consequências. Para melhor embasamento na escrita do texto,
consulte o Mapa Mental da Crise de 1929, que se encontra-se disponível em:
https://ensinarhistoria.com.br/a-crise-de-1929-mapa-mental/. Blog: Ensinar História - Joelza Ester
Domingues.

196
Fonte: (Domingues, 2015)

ATIVIDADES
1 – (Estratégia Vestibulares-modificada) "A crise atingiu o mundo inteiro. O operário metalúrgico de
Pittsburgo, o plantador de café brasileiro, o artesão de Paris e o banqueiro de Londres, todos foram
atingidos". (Paul Raynaud - LA FRANCE A SAUVÉ L'EUROPE, T. I. Flamarion).
O autor se refere à crise mundial de 1929, iniciada nos Estados Unidos, da qual resultou:

A) a imediata valorização dos preços da produção industrial e fim da acumulação de estoques.


B) o aumento do número das sociedades acionárias e da especulação financeira.
C) a expansão do sistema de crédito e do financiamento ao consumidor
D) o abalo do liberalismo econômico e a tendência para a prática da intervenção do Estado na
economia.
E) o crescimento acelerado das atividades de empresas industriais e comerciais, e o pleno
emprego.

197
2 − (UFRGS) No período chamado de Entre-Guerras, um acontecimento norte-americano alcançou
repercussão mundial. Trata-se da Quebra da Bolsa de Valores de Nova Iorque, em outubro de 1929.
Foram causas dessa Crise econômica a (o):
A) intervenção do Estado na economia, contrariando o ideal do liberalismo, profundamente
arraigado na cultura norte-americana.
B) retomada da produção europeia, o aumento do preço do petróleo no mercado internacional e
a redução do consumo interno.
C) explosão do consumo, o aumento das taxas de juros e uma sequência de nacionalizações de
empresas estrangeiras.
D) aumento das exportações e dos preços dos produtos, sem que houvesse um aumento de
produção de matérias-primas.
E) superprodução agrícola e industrial, a diminuição nos níveis de exportação e a queda nos
preços no mercado interno.

3 − (Mackenzie-SP-adaptada) A partir do ano de 1932, o presidente norte-americano F. D. Roosevelt


adotou um conjunto de medidas, o New Deal, com o objetivo de resgatar o crescimento econômico
interrompido pelo Crack de 1929.
Entre essas medidas, destacam-se:
A) Privatização da previdência social, aumento da jornada de trabalho e proibição da construção
de obras públicas.
B) Venda de empresas estatais e incentivo ao aumento da produção de produtos agrícolas.
C) Incentivo à construção de obras públicas, intervenção estatal na economia e controle da
produção visando à manutenção dos preços dos produtos.
D) Redução dos salários dos empregados e fim do seguro-desemprego.
E) Desenvolvimento da previdência social e fim da intervenção estatal na economia.

4 − (UFPE) Após a Primeira Guerra Mundial, a febre de negócios baseada na especulação provocou a
Crise de 1929. Identifique, nas alternativas a seguir, os principais fatos que a produziram.
A) Aparecimento de ideologias como o fascismo e o nazismo.
B) Superprodução de mercadorias e saturação dos mercados consumidores.
C) Retraimento do crédito e proibição das exportações.
D) Equilíbrio entre a agricultura e o comércio.
E) Má colheita e demanda ilimitada da indústria.

5 − (Enem–2009) A depressão econômica gerada pela Crise de 1929 teve no presidente americano
Franklin Delano Roosevelt (1933-1945) um dos seus vencedores. New Deal foi o nome dado à série de
projetos federais implantados nos Estados Unidos para recuperar o país, a partir da intensificação da
prática da intervenção e do planejamento estatal da economia. Juntamente com outros programas de
ajuda social, o New Deal ajudou a minimizar os efeitos da depressão a partir de 1933. Esses projetos
federais geraram milhões de empregos para os necessitados, embora parte da força de trabalho norte-
americana continuasse desempregada em 1940. A entrada do país na Segunda Guerra Mundial, no
entanto, provocou a queda das taxas de desemprego e fez crescer radicalmente a produção industrial.
No final da Guerra, o desemprego tinha sido drasticamente reduzido.
EDSFORD, R. Americas’s response to the Great Depression. Blackwell Publishers, 2000 (Adaptação).

198
A partir do texto, conclui-se que:
A) o desenvolvimento da indústria bélica incentivou o intervencionismo de Roosevelt e gerou
uma corrida armamentista.
B) a Crise de 1929 foi solucionada por Roosevelt, que criou medidas econômicas para diminuir a
produção e o consumo.
C) os programas de ajuda social implantados na administração de Roosevelt foram ineficazes no
combate à crise econômica.
D) o fundamento da política de recuperação do país foi a ingerência do Estado, em ampla escala,
na economia.
E) a intervenção de Roosevelt coincidiu com o início da Segunda Guerra Mundial e foi bem-
sucedida, apoiando-se em suas necessidades.

6 − (Nova Iorque, 29 (UP) A Bolsa de Títulos abriu com uma baixa de proporções sem precedentes.
Porém, logo a seguir, manifestaram-se os efeitos do mais poderoso apoio bancário que jamais fora
prestado ao mercado. As cotações estabilizaram-se e chegou-se mesmo a verificarem-se algumas altas.
Mais de 3.250.000 ações foram vendidas nas primeiras horas de funcionamento do mercado. A firma
corretora John J. Bell, não conseguindo enfrentar os compromissos assumidos, suspendeu as suas
transações. É esta a primeira falência (…)
Folha da Manhã, 30 outubro, 1929.
Sobre a crise citada no texto, é correto afirmar que:
A) nasceu do violento intervencionismo estatal, característico das economias capitalistas após a
Primeira Guerra Mundial.
B) foi precipitada pela inadimplência dos países emergentes, produtores de matérias-primas.
C) foi reflexo da expansão do movimento socialista no mundo todo, ameaçando a economia
capitalista.
D) refletiu a destruição material e de capitais provocada pela Segunda Guerra Mundial.
E) surgiu da violenta especulação da Bolsa de Valores, em decorrência da expansão econômica
norte-americana após a Primeira Guerra Mundial.

7 − (UFJF-MG- adaptada) Leia atentamente o texto abaixo:

Na verdade, mesmo os orgulhosos EUA, longe de serem um porto seguro das convulsões de continentes
menos afortunados, se tornaram o epicentro deste que foi o maior terremoto global medido na escala
Richter dos historiadores econômicos (…). Em suma: entre as guerras, a economia mundial capitalista
pareceu desmoronar. Ninguém sabia exatamente como se poderia recuperá-la.

HOBSBAWN, Eric. A era dos extremos. São Paulo, Companhia das Letras, 2000, p. 91.

Assinale a alternativa correta:

A) Uma das principais alterações na ordem capitalista, após 1930, foi o aumento da intervenção
do Estado na economia.
B) Enquanto a crise da economia capitalista acentuava-se no entre-guerras, fortaleciam-se os
regimes democráticos.
C) A Europa, principal credor dos Estados Unidos nos entreguerras, não foi afetada pela crise de
1929.
D) Após a crise de 1929, fortaleceu-se o liberalismo econômico.
E) Atingindo fundamentalmente o sistema bancário, a crise de 1929 não alcançou a produção
industrial, estimulada pelo crescimento do consumo.

199
8 − (Ensinar História-adaptada) A riqueza de uns e a pobreza de outros:
Observe as duas imagens do Natal de 1928, nos Estados Unidos e responda o que se pede:

“O senhor acha que estará trabalhando o ano que vem, papai?”

Caricatura norte-americana de 1928, que ironiza a sociedade de consumo e o desemprego nos Estados Unidos.
fonte: https://ensinarhistoria.com.br/a-crise-de-1929-mapa-mental/ - Blog: Ensinar História - Joelza Ester
Domingues.

A) O que essas imagens revelam sobre a economia e a sociedade norte-americana da época?


B) Como explicar duas situações tão opostas existindo na mesma época?

9 − Que condições políticas e econômicas favorecem a emergência dos regimes totalitários?

10 − Quais eram as principais características de regimes totalitários, como o fascismo italiano e o


nazismo alemão?

11 − Explique por que em regimes como o nazista utilizava-se a propaganda como meio de
comunicação.

12 − Marque a alternativa que traz uma ação do governo brasileiro em resposta à Crise de 1929:

A) criação de uma bolsa para o grande número de desempregados.


B) promoveu grandes reformas no Rio de Janeiro para garantir emprego à população.
C) comprou dólar, aproveitando-se do câmbio favorável.
D) retirou o lastro da moeda nacional do dólar.
E) promoveu a compra de sacas de café para evitar a queda do produto.

200
REFERÊNCIAS
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em:<https://noticias.uol.com.br/internacional/ultimas-noticias/2015/05/08/guerra-destruiu-figura-do-
homem-heroi-e-consagrou-mulher-no-trabalho.htm>. acesso em 24 out. de 2023.
A REVOLUÇÃO MEXICANA DE 1910. Disponível em:https://mundoeducacao.uol.com.br/historia-
america/revolucao-mexicana-1910.htm. acesso em 24 out. de 2023.
A REVOLUÇÃO RUSSA.(adaptado) adaptado: disponível em: <.
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primeira-republica-um-outro-olhar-sobre-o-voto-de-cabresto/. Acesso em 23 out. 2023.
ATIVIDADES ADAPTADAS. Disponível em:<https://exercicios.brasilescola.uol.com.br/exercicios-historia-
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latina-revolucao-mexicana/>. Acesso em 25 out. de 2023.
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BRASIL. Ministério da Educação. Sistema de Avaliação da Educação Básica - documentos de
referência: versão 1.0. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira; Diretoria
de Avaliação da Educação Básica, Brasília, 2018. Disponível em:
https://download.inep.gov.br/educacao_basica/saeb/2018/documentos/saeb_documentos_de_referencia
_versao_1.0.pdf. Acesso em: 05 fev. 2023.
BRASIL. Ministério da Educação. Sistema de Avaliação da Educação Básica - documentos de
referência: versão 1.0. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira; Diretoria
de Avaliação da Educação Básica, Brasília, 2018. Disponível em:
https://download.inep.gov.br/educacao_basica/saeb/2018/documentos/saeb_documentos_de_referencia
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CARICATURA NORTE-AMERICANA DE 1928, QUE IRONIZA A SOCIEDADE DE CONSUMO E O
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