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SOBRAL - CEARÁ
OUTUBRO/2023
CASO 2
Paciente do sexo feminino, 44 anos, internada há 20 dias em hospital de pequeno porte que
possui leitos credenciados para atendimento de pacientes psiquiátricos. Foi encaminhada ao
serviço pelo médico do CAPSI – Centro de Atenção Psicossocial – para tratamento psiquiátrico
com diagnóstico de depressão(1) e posteriormente foi diagnosticada com esquizofrenia
paranoide(2). Em entrevista com a paciente, ela relata que precisou ser internada devido a
ansiedade, tristeza profunda, crises de choro, medo e que tinha alucinações auditivas, vozes de
comando, que conversavam entre si, e que apenas uma dessas vozes interagia com o paciente
ordenando-lhe o suicídio e também porque apresentava alucinações visuais, “figuras
sombrias”, que a perseguiam. Ela conta que sua primeira internação psiquiátrica ocorreu em
janeiro de 2008 e após passar por diversas internações, ficou internada por um período no
Hospital Psiquiátrico Paulo Guedes, em Caxias do Sul/RS. Ela afirma que foi casada há 14
anos e que o ex-marido era agressivo e bebia álcool com frequência. Seus pais se separaram
quando ela era muito jovem. Sua mãe faleceu há 22 anos e seu pai há dois anos, quando sua
depressão piorou. Ela perdeu o irmão devido ao abuso de álcool e uma de suas irmãs que tinha
muita afinidade também faleceu. Seu pai também teve alucinações auditivas, seu irmão
também teve depressão. Seu filho consumia bebidas alcoólicas. Paciente nega uso de
substâncias psicoativas, relata não ter hábitos de lazer, dificuldade para dormir e falta de
apetite. Ao exame de seu estado mental, apresentava-se consciente, relatando alucinações
visuais e auditivas, psiquicamente orientada e autoorientada, memória preservada, pensamento
lógico, ansiosa, depressiva, delírio de perseguição e ideação suicida(3,4), julgamento crítico
prejudicado, insight insatisfatório, eulálico, hipoativo e hipotímico. Sinais vitais dentro dos
parâmetros normais. Ao exame físico, pele com textura seca e descamação na região plantar,
sujidades nas unhas e couro cabeludo e leve edema em ambos os pés, com discretas lesões
entre os dedos(5,6).
DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM
1. TRISTEZA CRÔNICA
Foco do diagnóstico: tristeza
Domínio 9 • Classe 2 • Código de Diagnóstico 00137
Definição: Padrão cíclico, recorrente e potencialmente progressivo de tristeza generalizada
experiente (por um dos pais, cuidador, indivíduo com doença crônica ou deficiência) em
resposta à perda contínua, ao longo da trajetória de uma doença ou incapacidade.
2. ISOLAÇÃO SOCIAL
Foco do diagnóstico: isolamento social
Domínio 12 • Classe 3 • Código de Diagnóstico 00053
Definição: Um estado em que o indivíduo carece de um senso de parentesco conectado a
relações interpessoais significativas, duradouras e significativas.
4. RISCO DE AUTOMUTILAÇÃO
Foco do diagnóstico: automutilação
Domínio 11 • Classe 3 • Código de Diagnóstico 00139
Definição: Susceptível de comportamento autolesivo deliberado, causando danos aos tecidos
com a intenção de causar lesão não fatal para obter alívio da tensão.
5. ABANDONO
Foco do diagnóstico: autonegligência
Domínio 4 • Classe 5 • Código de Diagnóstico 00193
Definição: Uma constelação de comportamentos culturalmente estruturados envolvendo um
ou mais autocuidados atividades em que haja uma falha em manter um padrão socialmente
aceito de saúde e bem-estar.