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UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ – UVA

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE


CURSO DE ENFERMAGEM
MÓDULO: SAÚDE MENTAL

PROFESSORES: MESTRANDO MARCOS PIRES E ELIANY NAZARÉ OLIVEIRA

ESTUDO DE CASO – DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM


Abordagem Clínica e Terapêutica em um Caso de Depressão e Esquizofrenia Paranoide

Equipe: - Georgia Fontenele A. de Vasconcelos

- Charliane Rodrigues dos Santos

- Francisca Karoline Ximenes Teixeira

- Francisco Cid da Silva Lopes

- Francisco Leandro Silva

- Geanne Hellen Freires de Mesquita

SOBRAL - CEARÁ
OUTUBRO/2023
CASO 2

Paciente do sexo feminino, 44 anos, internada há 20 dias em hospital de pequeno porte que
possui leitos credenciados para atendimento de pacientes psiquiátricos. Foi encaminhada ao
serviço pelo médico do CAPSI – Centro de Atenção Psicossocial – para tratamento psiquiátrico
com diagnóstico de depressão(1) e posteriormente foi diagnosticada com esquizofrenia
paranoide(2). Em entrevista com a paciente, ela relata que precisou ser internada devido a
ansiedade, tristeza profunda, crises de choro, medo e que tinha alucinações auditivas, vozes de
comando, que conversavam entre si, e que apenas uma dessas vozes interagia com o paciente
ordenando-lhe o suicídio e também porque apresentava alucinações visuais, “figuras
sombrias”, que a perseguiam. Ela conta que sua primeira internação psiquiátrica ocorreu em
janeiro de 2008 e após passar por diversas internações, ficou internada por um período no
Hospital Psiquiátrico Paulo Guedes, em Caxias do Sul/RS. Ela afirma que foi casada há 14
anos e que o ex-marido era agressivo e bebia álcool com frequência. Seus pais se separaram
quando ela era muito jovem. Sua mãe faleceu há 22 anos e seu pai há dois anos, quando sua
depressão piorou. Ela perdeu o irmão devido ao abuso de álcool e uma de suas irmãs que tinha
muita afinidade também faleceu. Seu pai também teve alucinações auditivas, seu irmão
também teve depressão. Seu filho consumia bebidas alcoólicas. Paciente nega uso de
substâncias psicoativas, relata não ter hábitos de lazer, dificuldade para dormir e falta de
apetite. Ao exame de seu estado mental, apresentava-se consciente, relatando alucinações
visuais e auditivas, psiquicamente orientada e autoorientada, memória preservada, pensamento
lógico, ansiosa, depressiva, delírio de perseguição e ideação suicida(3,4), julgamento crítico
prejudicado, insight insatisfatório, eulálico, hipoativo e hipotímico. Sinais vitais dentro dos
parâmetros normais. Ao exame físico, pele com textura seca e descamação na região plantar,
sujidades nas unhas e couro cabeludo e leve edema em ambos os pés, com discretas lesões
entre os dedos(5,6).

DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM

1. TRISTEZA CRÔNICA
Foco do diagnóstico: tristeza
Domínio 9 • Classe 2 • Código de Diagnóstico 00137
Definição: Padrão cíclico, recorrente e potencialmente progressivo de tristeza generalizada
experiente (por um dos pais, cuidador, indivíduo com doença crônica ou deficiência) em
resposta à perda contínua, ao longo da trajetória de uma doença ou incapacidade.

• Tristeza Crônica relacionada a depressão e esquizofrenia paranoide, devido ao padrão


cíclico, recorrente e potencialmente progressivo de tristeza generalizada
experimentada.

2. ISOLAÇÃO SOCIAL
Foco do diagnóstico: isolamento social
Domínio 12 • Classe 3 • Código de Diagnóstico 00053
Definição: Um estado em que o indivíduo carece de um senso de parentesco conectado a
relações interpessoais significativas, duradouras e significativas.

• Isolamento Social relacionado a comportamento sintomático da esquizofrenia


(alucinações auditivas e visuais, delírios) e história de perda de familiares.

3. RISCO DE COMPORTAMENTO SUICIDA


Foco do diagnóstico: comportamento suicida
Domínio 11 • Classe 3 • Código de Diagnóstico 00289
Definição: Susceptível a atos autolesivos associados a alguma intenção de morrer.

• Risco de suicídio devido transtorno psiquiátrico (depressão).

4. RISCO DE AUTOMUTILAÇÃO
Foco do diagnóstico: automutilação
Domínio 11 • Classe 3 • Código de Diagnóstico 00139
Definição: Susceptível de comportamento autolesivo deliberado, causando danos aos tecidos
com a intenção de causar lesão não fatal para obter alívio da tensão.

• Risco de Automutilação relacionado à ideação suicida, alucinações auditivas de


comando para o suicídio e histórico de tentativas de suicídio.

5. ABANDONO
Foco do diagnóstico: autonegligência
Domínio 4 • Classe 5 • Código de Diagnóstico 00193
Definição: Uma constelação de comportamentos culturalmente estruturados envolvendo um
ou mais autocuidados atividades em que haja uma falha em manter um padrão socialmente
aceito de saúde e bem-estar.

• Abandono/Autonegligência com a higiene pessoal relacionado à descamação da pele,


sujidades nas unhas e falta de cuidados de higiene pessoal.

6. DÉFICIT DE AUTOCUIDADO NO BANHO


Foco do diagnóstico: autocuidado no banho
Domínio 4 • Classe 5 • Código de Diagnóstico 00108
Definição: Incapacidade de realizar atividades de limpeza de forma independente.

• Déficit no autocuidado para banho/higiene, relacionado a sintomas depressivos,


evidenciado por relato verbal de falta de interesse em relação a manutenção da
aparência física.
PLANO TERAPÊUTICO

Um plano terapêutico abrangente para o - Terapia de apoio e psicoeducação para


paciente com esquizofrenia paranoide e ajudar a paciente a entender seus sintomas
depressão deve envolver uma equipe e gerenciá-los.
multidisciplinar de profissionais de saúde
mental, incluindo psiquiatras, psicólogos, 5. Terapia de Grupo:
assistentes sociais e outros. Aqui está um
plano terapêutico geral para consideração: - Participação em grupos de apoio para
compartilhar experiências com outras
1. Avaliação Inicial: pessoas que têm condições semelhantes.
- Grupos terapêuticos para melhorar
- Avaliação detalhada do estado mental e habilidades sociais e o enfrentamento de
histórico médico e psiquiátrico. sintomas.
- Avaliação da gravidade dos sintomas,
incluindo ideação suicida, alucinações e 6. Avaliação e Gestão do Risco de
delírios. Suicídio:
- Exames médicos para avaliar a saúde
física, incluindo a condição dermatológica. - Avaliação contínua da ideação suicida e
do risco de autolesão.
2. Hospitalização ou Ambulatório: - Implementação de medidas de
segurança, como acompanhamento
- Avaliação da necessidade de continuar a constante e remoção de objetos perigosos.
hospitalização ou optar por tratamento
ambulatorial, com base na gravidade dos 7. Intervenção em Abuso de Substâncias:
sintomas e na segurança da paciente.
- Avaliação de qualquer potencial abuso
3. Tratamento Farmacológico: de substâncias e encaminhamento para
tratamento de dependência, se necessário.
- Administração de medicamentos
antipsicóticos para tratar a esquizofrenia 8. Apoio Social e Psicossocial:
paranoide.
- Uso de antidepressivos para tratar a - Conectar a paciente a serviços de
depressão. assistência social para ajudar com questões
- Monitoramento constante da eficácia e de moradia, benefícios e assistência
dos efeitos colaterais dos medicamentos. financeira.
- Envolver a família ou rede de apoio na
4. Terapia Individual: terapia, quando apropriado.

- Terapia cognitivo-comportamental 9. Monitoramento Contínuo:


(TCC) para abordar sintomas depressivos e
delírios. - Avaliação periódica da resposta ao
tratamento e ajustes conforme necessários.
- Monitoramento da adesão ao
tratamento. 12. Prevenção de Recaídas:

10. Plano de Alta: - Desenvolver estratégias de prevenção de


recaídas, incluindo identificação de sinais
- Desenvolvimento de um plano de alta precoces de recaída.
abrangente que inclui continuação do
tratamento ambulatorial, estratégias de 13. Acompanhamento a Longo Prazo:
reabilitação e apoio à reintegração social.
- Garantir que a paciente receba
11. Educação do Paciente: acompanhamento a longo prazo para
gerenciar suas condições de saúde mental.
- Fornece informações à paciente e à
família sobre suas condições, tratamentos e
estratégias de enfrentamento.

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