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REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE

PROVINCIA DE CABO DELGADO

Assunto: Carta de Pedido de Socorro dos Professores e Agentes do Estado da folha


paralela e assalariados na Província de Cabo Delgado.

Ilustres, queiram por favor receber as nossas cordiais saudações!

É com profunda indignação, tristeza e desgaste que os Professores e Agentes do


Estado dessa Província, em particular dos Distritos de Namuno, Mecúfi, Balama,
Metuge, Palma, Montepuez, Quissanga, Mueda, Meluco, Chiúre, Nangade e
Muidumbe que estariam a auferir os seus ordenados por via da FOLHA PARARELA,
que escrevem esta carta de pedido de socorro, visto que estamos meses e meses
sem nosso salário. Considerando que o Artigo 54 da Lei no 10/2017, de 1 de Agosto
de 2017, publicado no Boletim da Republica, I Serie numero 119, da redação que:

“O vencimento constitui a retribuição ao funcionário ou agente do estado de acordo


com a sua careira, categoria e função, como contra partida pelo trabalho prestado
ao estado e consiste numa determinada quantia em dinheiro em período ou local
certo”.

Ilustres e as demais entidades competentes as questões que prevalecem e se


colocam são:

 Dois, Três, Quatro, Cinco, Seis, Sete, Oito, Nove, Dez meses sem salário acham
justo?

 Onde esta o período e o local certos? Uma vez que quando o professor se
ausenta é marcado faltas em tempo e hora certa. Onde estão os direitos do
Professor?

 Em nenhum Santo dia, perdeu-se respeito aos chefes responsáveis, ao não se


exigir os direitos e a resposta sempre tem sido: “Paciência colegas melhores
momentos virão ou tenham calma, o sofrimento é a porta da felicidade”. Que
felicidade se refere? Podemos abandonar as turmas e esperar por esses bons
momentos que virão?

 A fome que passamos, as humilhações e maus tratos que recebemos nas


casas de Renda são tais melhores momentos referidos? Onde para a
consideração do Estado para com os seus funcionários?

 Já se pensou como é que sobrevivem os professores afectados por esse


problema? E qual é o estado social, psicológico e profissional?

 Onde e como conseguem produtos alimentares e higiénico para lavar a sua


indumentaria para ir ao posto do trabalho e não abandonando-o, a fim de
garantir o fluxo das suas actividades?

 Esta se falar de uma Província em Guerra onde um olho adormece e outro


mantem-se aberto por toda noite. E o custo de vida é um sonho a se realizar
bem longe desse continente. É na base dessa realidade que espera-se numa
qualidade, eficácia e eficiência de Ensino no país?

Outro especto que preocupa a classe é a não realização de cadastros biométricos


dos professores recém contratados no ano 2023, e não enquadramento na folha
normal de pagamento e para os contratados no ano 2022 o não enquadramento na
folha normal de pagamento, mesmo tendo feito cadastro biométrico em Dezembro
do mesmo ano.

Em Linhas finais, todos envolvidos na renomada FOLHA PARELALA, pedem


esclarecimentos urgentemente e os devidos pagamentos, caso não aconteça tem
por equacionar:

 Os SDEJT, não podem contar com a presença dos visados na data prevista
para se apresentar bem como na abertura do ano lectivo 2024, por falta dos
valores monetários;

 Muitas turmas estarão sem professores para lecionar;

 Muitos alunos sem aulas no início do ano;


 O pagamento de todos meses em atraso definirá o regresso dos professores
e agentes do estado aos seus postos de trabalho.

Já basta, é tanta humilhação e desrespeito ao nosso trabalho, somos ameaçados de


expulsão por alguns gestores que alegam que não temos nomeações definitivas e
que a nossa expulsão será daqui para aqui. Por isso pedimos socorro a quem é de
direito, que essa situação seja resolvida muito rápido possível. Queremos nosso
dinheiro dos meses do ano passado (2023) que trabalhamos e não recebemos.

Como disse a Vossa Excelência Presidente da República de Moçambique, Filipe


Nyusi, "O salário é sagrado, mesmo que seja 10 Meticais deve entrar na conta do
funcionário todos meses sem falhar, porque o funcionário faz planos com esse 10
Meticais".

Por favor, não matem a Educação no nosso país!

Lágrimas de sangue dos visados dos Distritos acima mencionados

Pemba, Janeiro de 2024

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