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Pi J A POR UMA PRATICA EDUCATIVA CRIATIVA: ALTERIDADE E TRANSDISCIPLINARIDADE 0 ENSINO JuRiDICO Daniel Achurti Fernanda Cowéa Ostia Q procura das coisas perdidas é dificultada pelos hébitos rotineiros e é por isso que dé tanto trabalho encontré-las. Gabriel Garcia Marquez’ Introdugio O presente trabalho? pretende apresentar uma possivel nova pos- tura para a pritica educativa no ensino juridico, questionando os antigos métodos de ensino a partir de suas bases epistemolésiicas Julgamos condigio de possibilidade para a adogo dessa nova pos tura o respeito ao Outro, através da ética da alleridade, e, no contexto do debate acerca da faléncia dos monélogos académicos, apresentamos a transdisciplinaridade como indispensavel para o estudo do fendmeno juridico neste inicio de século XXI. "Gem Anos de Solidao, p. 238. + Importante mencionar que o presente trabalho teve sua génese a partir da leitura do artigo Criminologia ¢ Transdisciplinaridade, de autora de Salo de CARVALHO (Recista do Instituto Brasileiro de Ciéncias Criminais,n. 56, Sio Paulo: RT, 2005), bem como dos férteis didlogos reaizados nas disciplinas “Antropolagia Social" (11). “Histéria, Tempo ¢ Memerie “Teoria e Metodologia de Histéria das Ideias” (ministrads pel Prof. Dra. Rath Mar ia chitté PI as és-Graduacao em Ciencias Criminais ¢ Historia, am~ var Pu ns. da ae an bec 2003), “A Fundamentagiio Etica do Agir Humano: do ‘Estado de Excegéo' ao ‘Humanismo do Outro ‘Homem’ ética, politica, vialéncia e alteridade em Giorgio Agamben ¢ Emmanuel Levinas” (ministrada pelo Prof. Dr ard T a i poe no Programa de Pés-Graduagao em Filosofia da PUCRS. duraniz ot senate ooae “Metadolagia do Ensino Superior"(ninistrada pela Profs, Dra Df Eicon no Programa de Ps-Graduagio em Direito da PUCRS, igualmente durante o Il semestre de 2005) Digitalizado com CamScanner iva eviativa or citica edu ACHUTHL D; OSORIO, FG. / Perumal PT itica ed 4 1A revolucao cientifica do século XVI eae de po sibilidade de conhe: imenlo NO undo moderno o ensino juridico, neste limiar de sécn- Jo é surpresa pensar que i > u ee significatiyas na sociedade contemporg. snstein e sua teoria Teoria da Relatividade fortivel uma séric de crengas que, on. To, este em crise: i nea, quica iniciadas a partir de Bi (1905), colocam em posigao descon trora, acreditavam-se imortais. Desde a chuva de bombas inaugu al da Primeira —_ Mundial, pereebeu-se que a téenica ea ciéncia nao serve somente para aevolugio da espécie humana, podendo servir, igualmente, para a sua aniquilacio, ‘Tal descoberta desvelou um mundo sujo, ganancioso, violento, que, antes, pensava-se poder ser corrigido com a ciéncia, em principio | somente usada para o bem. A mascara caiu: 0 projeto moderno da saloagdo esté em crise ~ niio ha mais que se pensar no futuro, mas no presente, viver ida minuto como se ele fosse o tiltimo.’ Para Edgar Morin, é preciso “ensinar e propa- garam noticia: ndo hd salvaciio neste mundo.” Fssas ponderacdes possibilitam demonstrar, mesmo que de forma sucinta, a crise em que a ciéncia moderna est inserida. Junto dessa crise, coloca-se sob suspeita também todo 0 conhecimento produzido desde o sé- culo XVI até o presente momento. Os pensadores modernos acredilavam no ‘progresso, na promessa’, no fim da histéria‘(vide as teorias contratualistas ¢ 0 Estado civilizado; a teoria marxista e 0 comunismo; dentre outras) e, a partir de entio, passaram a priorizar a vida e a pensar no futuro, 20 contrario do que se vivia no period medieval, quando toda uma vida de sacrificios se justificava em virtude do que viria apés a morte: vivia-se para Deus, para a morte. Nao é demais recordar que toda a civilizacio ocidental foi afetada pela crenca na ciéneia moderna: desde que Descartes, com seu racionalis- ‘mo’, comecou a questionar as formas de ver 0 mundo impostas pela [greja » Como obras exemplificativas dessa visio, sugerimos a leitura de LIPOVETSKY,( 4a era del vacio: ensayos sobre el individualismo contemporiineo. Bavcelon 1986; e, do mesmo autor, O império do efémero: a moda e seu destino nas dernas, Sio Paulo: Companhia das Letras, 199. + MORIN, Edgar, Para Sair do Século XX, p. ‘Tomamos o termo promessa no sentido de © futuro ser methor que 0 presente se cumprida conferir ( raciedades mo- nculo com o futuro, uma certeza ce ate rane 0 r ssi promessa, Para maiores detalles. Francois, 0 ‘Tempo do Direito. Lisboa: Piaget, 1999. ‘Nesse sentido, a obra de Francis 1 i s obra de Francis Fukuyama, O in ¢ O Capi ki Marx, so bastante elucidativas, fim da histéria, © 0 Capital, de Kal 7 GAUER, Ruth M, cedressos de C¢ gn eonsruco do estady-nagio no trai: contibigio dos Digitalizado com CamScanner Metodotog et Hologta do Ensino juridicn Revisic » Critica Catélica (Palo da ofiistizaia dy yoy do séeulo V9, 0 mundo nin gre homem nio poderia pens cia das doutrinas cclesiistic visio de mundo para a hom teocéntrico pelo modelo ‘Alien pelo tie Delo Estado’, por volta mie le antes: questionando se 0 ey aie wine munde sem ainfluén. CM, po ee fFaneés den impulso a uma nova + bossibilitando a substituicsio do modelo antropoce Xplicar a vid: : plicar a vida plo conhecimento passa p, vordem di f n o.que nao poderia ser ra lonalmente explie: objeto de estudo ¢ acahaya se tormando inv cia. Tralat-se do que Max Weber cham, do’, ot seja, os fendmenos da 1; vontade divina ¢ expli nao st Mtrico para racionalidade, ou seja, lo perdia todo valor como isivel pi ava dle “desencs latureza que tinham como porta-vo dos por uma légica ra i a cientifica, ‘0 mundo da cién- ntamento do mun antes cram explicados pela ) Igreja. e que passaram a ser ional, desprovida de qualquer erenea que Hvidentemente que nao se pode : omitit 0 nome de Galileu Ga cujo pen’ ci, umento “estrulurou o pensamento moderno e abalou o suporte do saber medieval que tinha por hase o critério da f@ ¢ da revelagdo.© Par Friljof Capra, *Galileu foi o primeiro a combinar o conhecimento empiric com a matemiitica, o que Ihe confere o titulo de pai da ciéneia moderna. A meta cientifica era dissolver os mitos ¢ substituira revelacdo pelo saber, Tais fendmenos, agora, poderiam ser previsiveis ¢ controliveis. 0 que permitia ao homem estabelecer as leis da natureza. Sendo a nature- a um objeto do conhecimento cientifico, ela poderia ser utilizada como, instrumento de melhora da vida humana no mundo. Ao inves da contem- plagio, importava agora a intervengio ¢ domesticago da natureza para melhorar as condigdes de vida. Dessa forma, “a concepgio de ci¢ncia mo- derna ligava a igacdo das foreas da natureza 2 utilidade das mesmas para beneficiar a humanidade a ciéncia deixava de ser serva da teologia. Nesse sentido, a contemplagio formal ¢ finalista foi substituida por um aber que produzia uma técnica capa de auxiliar 0 homem. As inovagies celamento do mundo feudal. 0 ra Je discernir, distinguir e comparar, © po- Cientificas foram a expressiio do est cionalismo, poder exclusivo da razio ( aie substituiu o dogmatismo medieval, assume jo uma a er conceituado da mest forma inl deve séculos entre 0 temporal de mais de quinze Note-se que o terme Estado, aa como o 6 hoje, em virtude da separa século Ve os dias atustis, + BATISTA, Nilo, Matrizes thé! © GAUER, Ruth M. Chitté, OP: ily D1 "CAPRA, Frifjof, O tao da Fisica, Om oriental, p. 2. sas do Dieta Penal Brasileira ~ le P-N-17S nara entr fice mera € -misticome paratelo¢ 5 Digitalizado com CamScanner 40 ACHUTTI Dy OSORIO, E.G, / Por uma priitica edi 1 criativa lemica peraute a tradigio. O antropocentrismo eliminow 0 pensamenys teocéntrico, possibilitando ao homem moderno colocar-se a si préprig ny, centro, allerando, assim, a visio de mundo."" O pensamento moderno é, entao, construido sob uma légica de dg. acéo, que possui como fundamento 0 esclarecimento, 0 conhec Mento, 0 ¢a melhora da vida no mundo em detrimento da ilusio, dos Mitos, fé, da crenga, da metafisica, produzidos fundamentalmente pela Igreja, Conforme ensina Norbert Elias, “uma das precondig® de Descartes foi um certo afrouxamento, uma perda de poder por parte das instituigdes sociais que tinham sido guardifis dessa tradicio intelectual, Seu pensamento reflete a crescente conscientizacao, em sua época, de que as pessoas eram capazes de decifrar os fendmenos naturais € dar-Ihes uma utilizacao pratica simplesmente com base em sua propria observagio pensamento, sem invocar autoridades eclesiasticas ou vetustas,» Antes da revelagdo cartesiana, “0 universo medieval era finito, esté- rico ¢ hierarquizado; esse universo morreu, e, com ele, a ‘consciéncia’ me- dieval de um ‘mundo fechado’ A ruptura criada por Galileu contrapos esse mundo; sua teoria criou um universo ‘infinito’ ¢, portanto, ‘aberto: A dimensao religiosa do saber medieval foi quebrada. Na ‘nova’ visio, houve a separagao entre razio e fé; a verdade reveladora no podia mais ser con- fundida com a ciéncia. O ‘finito’ ao ser substituido pelo ‘infinito’, subverteu a ordem de se pensar 0 mundo. 0 homem vive em um mundo onde ele nao ¢ 0 centro, 0 céu abriga inimeros mundos, ¢ 0 lugar do homem no mundo passou a ser questionado. Os espacos sagrados Ppassaram também a ser questionados. A geometria de Galileu climinou os espacos heterogé- neos (céu-inferno) e criou espagos homogéneos, despojados de qualida- des e passiveis de serem quantificado: mensurados, enquanto uma nova geometria espacial. Podemos arriscar dizer que Galileu criou a génese do espaco democratico, uma vez que para ele todos os espacos se equivalem’: De acordo com a visio de Galileu, “a natureza continuava a ser pic- torica, mas cra agora descrila, de modo crescente, nao como um organis- mo, mas como uma maquina ou um reldgio, que prendeu a imaginacao curopeia durante os duzentos anos seguintes.”* A partir dessa concep¢a0 torna-se possfvel estabelecer as “leis da natureza” e, portanto, prever oS “GAUER, Ruth M. Chitt6, Ob, cil, p. 102. GAUER, Ruth M. Chitt6, Ob. Cit, pp. 105-106. “ BAUMER, Franklin 1, O pensamento europeu moderno. V.1,p. 67 Digitalizado com CamScanner Metodologi, \lologia do, I NINO Juridicg: Revisio Critica ALLOLA-los, Se : sores Se hav 8 wm raion 3 J€elda pelo home de um método riggs Um determinismo 1 i -acontecimentos ¢ coy no mundo que poderia em decifra-la atra a ‘lidade © uma logic: io haveria problema la certeza seu estado em determinad; Ih partir da divi acreditava-se ser possivel exp} observador humano, de forma ob se em todos os de : base filoséfica originou-se a ns © res extensa, realizada por Descartes: ‘ar 0 mundo sem qualquer influéncia do bjetiva ¢ universal.* dio entre res cogita Essa cosmovisiio mecani que claborou sua Mecinica alicerce da Fisica classi sta “foi sustentada por Isaac Newton, 4 partir de tais fundamentos, tornando-a 0 ‘4 segunda metade do século XVII até o fim do 0 pen: amento cientifico™ Assim, “a configuracio moderna dos valores subordinou 0 homem a novas regras, por exemplo, 0 uso do relégio, que estava vinculado ao mundo pitblico ¢ produtivo das cidades. Os valores como uma construcio do pensamento, a precisio das maquina resultado da aplicacao da ciéncia a indiistria como uma supremacia da teoria sobre a técnica mudaram a relagio entre o homem e a natureza’2 Toda essa construgio do pensamento e do conhecimento mode! no instaurou uma concep¢ao de busca pela “verdade de todas as coisas” que iria dominar por muito tempo (¢ ainda domina) a pratica cientifica no mundo ocidental, excluindo quaisquer outras formas de saber nao r: cional, espalhando-se por todos os campos do conhecimento. Conforme Ricardo Timm de Souza, “o ser humano acabou por fazer da ciéncia a sua verdade racional, tendendo, especialmente na cultura ocidental, a fazer dela o seu idolo ao qual tudo mais - especialmente outras formas de ra- cionalidade - é sacrificado’.* Para Scarlet Marton, “entrincheirada em Gn feudo, a ciéncia nio leva em conta outras areas do Gears a dominios do saber. Além da explicaco dos fenomenos, a ate terpretacao do mundo. E mais: a tinica interpretacio verdadeira "CAPRA, Fritjof. O tao da Fisica, p. 50. ” Ihidem, "Idem, p. 25. * GAUE shitt6. OB. cit, p. 108. : re iia cae ftica como fundamento: uma introdugio ea * SOUZA, Ricardo Timm de. Poranea, p. 34. Digitalizado com CamScanner iva criativa a educat Por uma pritica €¢ 48 ACHUTTLI OSORIO. F of » plano, posto que nag aum segundc r relegado a.um Ss dl a verdade’ rio quanto a ve! : : eee jespi-lo dos mitos que 0 configura- ar” 9 mundo e d a la verdade e ant ar rial privilegiado de revelacao da verdade e, asi por outro, a saber de que a ituiu um mito sabe Sa xplicar todos os fenomenos do Diante dela tudo deve se do. | existe nada tao nec Ao “desent yam, a ciéncia atribuiu ao fazer isso, mitificou- ifi ar coniae e racionalidade cientifica podia dar conta c jando salienta que “a vincu- mundo. Vale citar novamente Ruth Gauer, (uate ‘Iaico-newtoniano ¢ a1 consideragio cimento a delo galilaico-new ; lacio do conhecimento ao Modelo £ Dee nena fli i sncia como campo privilegiado para a revelagio ~_ eee , de conhecimento mais relevante da tradigdo ocidental moderna’ no da Ciéneia Juridi . reito como disciplina 0 processo de codifi sociais, nada mais poderia es e completude da ciéneia juridic autocomplementagio da legislagdo sem precisar do apoio de nada “estra- nho” ao corpo juridico-normativo; extrema coeréncia interna; capacidade para solucionar os conflitos ¢ litigios sociais a partir de s mo ¢ das solucdes propostas na legislac: Lc., caracterizam essa ¢ apar do projeto unificador ¢ de cocrencia ima absoluta previsiio dos fatos sociais; Nada mais importava ao direito a nao ser a propria norma ¢ seus mandamentos, 0 que veio a constituir uma suposta ciéucia que bastava or : propria, independente de tudo o que poderia vir a the dar suporte. Qual quer lemento que estivesse fora dos pressupostos da racionalidade cientifica juridica nao tinha validade. TA mevposieao rresicta dos conhecimentos ¢ da metodologia das ane haluras para a ciéncia do direito a condicionou e estabelecet te ee recmaleeles dle signiticacdo e producio do entido. Assim, a“ éncia do direito” passou a trabalhar a nel a trabathar numa concepcao racionali Rais esi Pao racionalista, meca- ae oe instrumental. Logo, desvinculada de quaisquer fins s ¢ éticos que pudessem atra an ae ae ‘ssem atrapalhar rogre: i Juridico ¢ da verdade da ciéneia inn Si Cia ee forma que a ciéncia: ¢ eae “ica. O direito funciona da mesma i cia: cle mesmo é ‘smo € sua fonte de legitimacio rche: uma Filosofia a GAUER, Ruth M. Chitts, Contecimenny en ; |. Chitt6. Conhecimento e \celeracao (mit eeieecer ce ilo, verdade ¢ tempo), p.1 igo 4° da L ‘Odigo Civil (Decreto que dispie: -Qus aan ando aanalogia, os costumes Mussa. 0 juiz decidir 0 caso dle acortl ais de dircito,- aso de acordo 0. ¢ alei for or ©08 principios vera Digitalizado com CamScanner Metody Vodologia do Ensing Wi i ico: Revisio Critica A ciéneia juridica alinge coma.obra Teoria Parada nineng ROM Malo de 0 autor expde sta leoria de inden a tts Kelse demais sistemas presentes na so, influéncia externa que poder bastava por si préprio e buscava dy Liberal, baseando-se na objetivid cagao do direito, auténomo em ri A politica (poder)"»* i) Seu nareisismo® a ne dattan Dendéneia do dire cc a Soft ito em relagio aos de toda ¢ qualquer NO juridico. O direito NGa aos cidadiios do Estado 'a “previsibilidade na identifi- 4 moral (valores) ¢ em re ICAO ade, bem como 'o fenéme: segui lade ena elagao, Produzir 0 diveito pressw nio ha interferéncia da politic para torna-lo auténomo, Diant vista distingue poder fatico de constitufdo ou exercido em c conformidade coi segundo, 0 realizado em conformidade com n de uma interven do poder. Mas, se ‘a (poder) no direito, algo ha que se fazer ade, a construcao positi- Drimeiro seria aquele nao mM as normas juridicas; € 0 jormas validas, Pelas palavras do proprio Kelsen, “o fundamento de validade de uma norma apenas pode ser a validade de uma outra norma, Uma norma que representa o fundamento de validade de uma outra norma é figurati- vamente designada como norma superior, por confronto com uma norma que é, em relaco a ela, a norma inferior. Na verdade parece que se poderia fundamentar a validade de uma norma com 0 facto de cla ser posta por qualquer autoridade, por um ser humano ou supra-humano: assim acon- tece quando se fundamenta a validade dos Dez Mandamentos com 0 facto de Deus, Jehova, os ter dado no Monte Sinai [..."** No entanto, reconhece 0 autor que 0 questionamento do funda- mento de validade de uma norma nao pode perder-se no interminavel, devendo terminar em uma norma, a mais elevada, que, como lal, “deve ser bressuposta, visto que nao pode ser posta por uma autoridade, cuja a peténcia teria de se fundar numa norma ainda mais lo “| tae i norma, pressuposta como a mais elevada, sera aqui designada como no ma fundamental (Grundnorm)y.” ito penal, conferie CARVALIIO. i ve as (dis)funcaes lo Pe imeiras obsereacdes sobre as (dis)funcdes d rr {Qualicade do Tempo: para além das (on). Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2005 i uma intvodugio a —_____ . especial, do dit 5 Sobre o narcisismo do direito c, em especial, do Salo, A erida Naretsica do Dirito Pentti controle penal na sociedade contemporaine’. aparéncias historias.” GAUER, Ruth M, Ghit0) a * BARZOTTO, Luis Kernando. 0 pasitivismo jure Kelsen, Ross ¢ Hart, p. 19 * Conforme BARZOTTO, Luis Fern: KRLSEN, Hans. feoria pura do Dire! » KELSEN, Hans. Ob. cit., p- 269. empori rernando, Ob. cits P.2 10, p. 267-208. Digitalizado com CamScanner 50 ACHUTT, Ds OSORIO, F.C. / Por uma pritica educativa criativa nn conclui o positivista: “\ norma fundamental é a fonte Hle todas as normias pertencentes a tima ¢ mesma orem ato de validade comum. O facto de uma norma pertencera uma determinada orclem normativa basea-se em aqueosen ai. tno fncamento devalidade é a norma fundamental d nar lem. a norma fundamental que constitu’ a unidade de uma plur ‘alidade d lenormasenquan- to representa o fandamento da validade de todas as normas pertencentes a essa ordem normativa’ Para Luis Fernando Barzotto, “€ facil ver, entao, que o verdadeiro fundamento de validade de uma norma nio € o poder, mas outra norma. Dai o positivismo poder falar em autoprodugao do direito. 0 direito no é contaminado pela politica na medida em que nao € produzido pelo ‘mero’ poder, mas pelo poder constituido pelo proprio direito"» A seguir comum da validade normativa, o sen fundame! Com tal ojeriza ao que lhe é estranho, 0 direito passa a operar em uma légica de autossuficiéncia, de autoproducao, que nada mais reflete © que se percebe do ensino juridico atual: muita leitura de cédigos, leis e artigos e pouca reflexo acerca do fendmeno juridico enquanto fato social, cultural, hist6rico, politico ete. Evidentemente que, dentro desse contexto, impossivel deixar de mencionar 0 que ocorre no interior das salas de aula: uma pessoa veste 0 manto sagrado da sabedoria e professa a verdade, enquanto outras apenas ouvem, escutam o mestre, que, do alto de sua sapiéncia, devera, periodi- camente, exigir uma comprovacio de que suas aulas esto sendo provei- tosas ¢ os alunos estao, de fato, aprendendo. Boaventura de Sousa Santos refere que “um professor sem qualquer preparacio pedagégica e sem qualquer reflexao critica acerca da sua acio docente torna-se um improvisador ou, no melhor dos casos, um especia~ lista de ensino antidialégico, contratado para proferir alguns discursos semanais, que deverao ser repetidos fielmente em provas ¢ trabalhos” O espaco para a avaliacao do desempenho dos alunos esta aberto. sendo utilizada “como mecanismo arbitrério, que tem como propésito es clusivo a classificacdo do desempenho escolar do aluno, Como tal, assume © papel de evento, que ocorre somente no final do trabalho didético-pe- dagogico (unidade de ensino ou rubrica de conteddos ou periodo letive ou ciclo de ensino) para julgar 0 grau de aproximagio das intengdes pre tendidas nos objetivos de ensino ¢ expressi-los através de uma nota” E » thidem, * BARZOTTO, Luis Fernando, Ob. cit » SANTOS, Bo: p.2 entura de Sousa. Para uma revolueio democritica da justica, D. 7 60. ‘TURRA, Glodia Maria Godoy. Avaliagio e reconstrugio continua da realidade, Digitalizado com CamScanner Metod odologtia do Ho Ensino juridico: Revisio Critica aquilo que Paulo Freire, citado : + cilado por em que “os alunos sao ‘depésit rate Behe ate den aPbsitOS' nos quai informagdes. que devem ser memorizadaye eee José Eduardo Fy AUS C arquivadas™ fe 7 ace Li Faria, citando. conferéncia de tt ar dole tas ade Nacional Autonoma do Axi cnn tot pos basicos de aula magisiral a aniy baseada na reprodugio do que esta nos livros 4 ane toriamente de ler, ¢ a aula de natureza ontncy cao retdrica, que costuma encantar ¢ buir para a minima sistematizagao d: Santos. chama de “educaga hancé ‘do jogando as. ‘oberto Vernengo rea~ ‘0, cm 1977, refere que la de carater kelseniano, que os alunos terao obriga- ad orteguiana, fundada na improvisa- os ouvinles sein, no entanto, contri- anaes las informacdes transmitidas’ ee alias " ae a0 longo de todo 0 curso de Direito eed 7 _ , desprezam o poder criador do estudante: “ mo 0 legitimo aluno, incapaz de interagir com 0 pro- a estabelecer um diilogo criativo e produtivo, para alémn da mera reproducao, que exige maior participagio intelectual dos aprendizes no desenrolar das atividades docentes. da interferéncia de outras disciplinas para ser explic: préprio”; e b) 0 aluno deve se ater ao estudo da legislagiio para ser um bom profissional. Somados, esses dois pressupostos, conseguiram, aos poucos, transformar as aulas de direito em mediocres mondlogos académicos, onde os mestres falam, os alunos escutam, anotam ¢ reproduzem, como maquinas, 0 que lhes foi dito. Esté criado, portanto, um circulo vicioso, em que o professor diz, 0 aluno repete, ¢ o professor, a seguir, con [ere se 0 alu- no repetiu corretamente. Tendo repetido de forma correla, estar apto a reproduzir o que Ihe foi dito nas earreit juridicas e, também, nas acade- mias. As portas para realidades outras, nesse contexto, estavam cerradas. Conforme Santos, “com a tentaliva de eliminagao de qualquer ele- mento extranormativo, as faculdades de direito acabaram criando uma 1 0u 3 erioridade do direito diante das mu- cultura de extrema indiferenca ; me dancas experimentadas pela sociedade”.” Naturalmente, 0 exercicio das profissdes juridicas ¢ colocado diante do aprendiz, como mers ‘ i técnico-burocralicas, em que © principal atrativo ver a sere sakirio pro- metido pelos drgaios piblicos ou privados. itividades SANTOS, Boa » PARIA, José Edu ricos, p. 55. %* SANTOS, Boaventura de a. Ob. ¢ f digmas teo~ fico: muta plura de Sou arco. Ensino juridl substituir para nirios ¢ sousa. Ob. cil PTH Digitalizado com CamScanner iativa ACHUTTI. D.: OSORIO, F.C. / Por una pritica educativa ¢ lade no Ensino Juridico ansdisciplina 3.1 A negacio da violéncia do mondlogo académico Al6gica da exclusio, da submissio do aprendiz aos dizeres do mes- tre adepto do método puramente expositivo, “onde o professor racioc na unilateralmente em voz alta, [.... aponta a solucaio “inca, ‘definitiva’ ¢ ‘verdadeira, num atentado & inteligéncia e capacidade dos estudantes’ acaba por transformar o aluno em mero objeto do processo de aprendi- zagem, usurpando-lhe a possibilidade de estabelecer um didlogo fruti- fero com o professor e seus colegas, Conforme leciona Celso dos Santos fasconcellos, “com esta metodologia, efelivamente, nao se consegue pro- piciar condigies favordveis para a apropriacao critica, criativa, signific liva e duradoura do conhecimento, condicio para exercicio consciente e ativo da cidadania’ 0 Outro de Levinas, aqui, parece nao se fazer presente na relaci professor-aprendiz, em que o professor representa 0 Eu, ¢ 0 aprendiz, 0 Outro. Onde sempre esteve este Outro? Para onde foi levado? A que con- dicio foi relegado ao longo de todos esses anos? A responsabilidade do Eu em relacio ao Outro, até entao, aparenta nunca ter existido. Na esteira de Ricardo Timm de Souza, 0 Outro é aquele que “chega de fora, fora do ambito do meu poder intelectual, de minha inteligénci que vé e avalia o mundo. 0 Outro rompe com a seguranga de meu mundo, ele chega sempre inesperadamente, di-se em sua presenca iio prevista, sem que cu possa, sem mais, anular essa sua presenga e esse sew sentido™” 0 Outro coloca em xeque a prépria visio que Lemos de nosso contexto com sua simples presenga ~ no pela presenca em si, mas pelo significado res- ponsabilizador que ela produz. “Quando realmente encontramos alguém, em principio nao ‘resolvemos’ esta outra pessoa em nossa abeca, nao a consideramos um objeto, uma funcaio que exerce ou um naimero qualque! mas 0 consideramos um Outro que pode dizer ‘nio’ ao meu ‘sim’, ao qual nao atribuimos uma classificacio, mas perguntamos seu nome; a isto se chama ‘encontro.”” » SOUZA, Ri poranea, p. 56. “SOUZA, Ricardo Timm de. Ob. cit. p.57. Digitalizado com CamScanner Metodologia lo Ensino juridicg Re Esse encontro, ao ainda-nao-conhe questionar sua pré status de Outro a visao Critica . Lomado © fondo COMO “permanece + mpulsiona una ne T disposto ag Out p TO, Ou seja, CCessid: lade humana de re- no forma de reconhecer 9 Scla: “eu preciso reiniciar 9 al 0 encontro Se deu, ja que mi- “ntes que eram para o conforto + $0 incapazes de latar o acontecimento meu mundo significa’ Vera Salo de Caryall visage (‘olhar’), imp! Pria pos nhas represenlacdes ¢ de minha anterior Dosicao Logica, que o surgimento do outro emn Nesse sentido, a outro, que ocorre com a tr ama i. aie a tendén ‘ia do Um Tesguardar(-se em) sua finitude e lolalidade. A violencia S¢ manifesta, por nto, quando o Um toma Posse do outro, consumindo- © 408 Poucos, controlando-o em suas manifestagdes, contendo seus desejos ¢ sua identidade”» Nada mais propicio Para se pensa aprendizes, desde ha muito relegados 4 supramencionado das aulas Magistrais culdades de direito - ignoraa alleridade, subtrai do aprendiz. a oportuni- dade de se estabelecer e se reconhecer como ser, como si ijcito. Asseveram Jacques Delors et al. que “os métodos de ensino nao devem ir contra este reconhecimento do outro, Os professores que, por dogmatismo, matam a curiosidade ou 0 espirito critico dos scus alunos, em vez de os desenvol- ver, podem ser mais prejudiciais do que titeis”.+ visdes, sufic lho que *o encontro com 0 ica ambos, pois sempre é ssa rela 10 do mestre com seus ‘ondicao de ndo ser. 0 modelo ainda hoje reproduzido nas fa- Um modelo que, ao atribuir ao professor toda a responsabilidade pelo ensino, nao poderia deixar de estar em crise ~ muito embora essa crise nao dé sinais de quando, efetivamente, teve inicio: ba sta, Para tanto, conferir as palavras de Eduardo de Oliveira Leite, quando, ee ee Barreto, refere que “a critica que se fazia ha vinte anos ~ apontandoa ale nagao do ensino de direito Rac das state au ae Lae social e econdmica - é repetida, enfatizando-se, porém, o fa cada vez tas o bacharelreom-formadaencona-b despeparado para oe ritos de Vicente Barreto datam de 1979, ou seja, aad ahr et e significa que, pelo menos desde possuem mais de duas décadas, 0 que sig “SOUZA, Ricardo Timm de. Ob. cit.. * Thidem. ie CARVALHO, Salo de, Criminologia e ransdisciplinaridade, p roa descobrir, p. 98. bi Go: um tesour a descol sor Yavardo | ns eee obreo ensino juridico, p.75-86.Apud LEITE, Edua * BARRETO, Vicente. Sete nolass de Oliveira. A aula em Direilo, pp. 4-4? Digitalizado com CamScanner 4 \CHUTTI, Dz OSORIO, F.C. / Por uma pratica educativa criativa vada de novo se aduz, Dortanto, 50, areferida crise ja se fazia presente. ee ceria: no caminho do questionamento das Driti. cas de ensino que ignoram a alteridade como condigéio fundamental Dara que haja uma troca reciproca entre mestre ¢ aprendiz, deixando para Urds 0 monélogo dos professores e estabelecendo uma dindmica de interacig com seus aprendizes. Vale citar novamente Salo de Carvalho, quando afirma que “a visage nos faz sofrer a presenca da alteridade’” Essa presenca, enquanto cons- lituinte de sentido, faz surgir 0 Outro em toda a sua condigao: “insubs- tituivel que sou, tenho de, enquanto mera consciéncia, substituir minha estrutura enddgena de autocompreensao pela radical inseguranga que se deriva do fato de que, além de mim, algo mais é consistente em si mes no: 0 Outro ~ muito embora esta consisténcia nunca se ofereca 4 minha de- ‘a racional, por mais poderosa que esta se apresente”* Assumindo a complexidade do Fenémeno Juridico: transdisciplinarizando o ensino Ademais, uma abordagem transdis plinar do fenédmeno juridico torna-se, cada vez mais, uma exigéncia. Pelas palavras de Jayme Paviani, “a transdisciplinaridade aponta para maturidade intelectual, para uma espécie de sabedoria onde se poem em Contato a ciéncia com a vida, as manifestagdes éticas e estéticas, os valores eas norma s sociais"* : l N40 assumir como complexo o processo de casino © aprendizagem do problema juridico-social, acaby por reconhe- cer, igualmente, a impossibilidade de reflexio critica sobre o direito no século XX1 a partir, unicamente, de uma explicagao juridica. As possibili- dides de enfrentar a realidade social tio somente através te wee vnih fos, como pretendiam alguns (¢ due, até hoje, muitos ainda pretendem). demonstra-se praticamente impos ivel, uma vez que o direito nao foi feito para Se auloexplicar, ¢ muito menos para ser isolado do resto do mundo. a, wo", 08 operadores do direito acreditam Sua disciplina.° Mas esquecem-se de que o termo Talvez por puro narci ha aulossuficiéncia de ALHO, Salo de. Ob, cit, p, 325, © SOUZA, Ri fe a PAVIANI i Levinas ea razio ética, p, on WIANI, Jayme, Inerdisciplinari relldie Bisiacss emia ‘ridades: conceitoe distingoes, p. 22 ido Timin de, Digitalizado com CamScanner Metodolog #4 do Ensino juridico: Revisio ¢ it Revisio Critica disciplina pode ser definido, Do conhecimento”, ou “unidade hy rar suas proprias limitacie ‘mundo A sua volta de oute Dr exemplo, cor ‘SICA isoladg™ (Ne OS impedent a mane} M0 “unidade OW Seja, na de sextuir de uma area de Dodero supe- adiante e perceer sentido, at nsdisciplinari Sst ei ra haridade, =processo de integracio que ade, proce: esto que ocorre além ou fora "a das disciplinas” senta-se como indispensivel para a pereenean yes rinca. 0 ensino juridico, por sua vez, ie sath aoe contempo- de, uma vex mais. ver-se engolido pelo ansiosy vi tear de fora, sob pena intelectuais ¢ educadores em manter o dteito faction ae alzuns Como pré-condicio,a simples presenga deeonean nn s6 assim podera existir qualquer pratica Acar ma mente assumida pelos professores, pos: ae te) manifestagio da violéncia do mondlogo mantida a l6gica da exclusio da r: todo ser humano possui. também referida como, apre- antes (visto que se nio for plena- tard a sutil (porém marcan- académico, sob pena de ser ‘acionalidade criativa ¢ produtiva que Consideragées Finais O mondlogo juridico académico tende ase manter caso aalteridade néio seja assumida pelos docentes em relagio aos seus aprendizes. \ pos- sibilidade de se estabelecer um frutifero ¢ criativo didlogo estaria criada, mas entendemos ser necessario ir ainda mais além, assumindo também que, em pleno século XXI, nao mais se deve ignorar a imperiosa supera- cio das fronteiras limitativas das disciplinas, ampliando nossas formas € maneiras de raciocinio com 0 auxilio de outras areas do conhecimento, tornando plena e efetiva a transdisciplinaridade nos bancos académicos. Se 0 aprendizado “implica 0 abandono dos marcos de seguranca que nos limitam na direcio da compreensio dos novos movimentos da vi- gar Morin, que lembra que “Marcel Proust da,"* trazemos novamente Ed Te el s” (SANTOS, Boaventura, tals sem um maior comprometimento com os problems sai’ SANTOS de Sousa, Para uma Revolucia Democrilica da Fusti¢a, p- 70). » PAVIANI, Jayme. dulerdiseiplinaridades: conceit & distingies. p * Idem, p. 81 ee : ” ra Pe ¢i jonomia: saberes: Nesse sentido, conferir o primedro capitulo da aba Hage eae ska dehalliie : . lo " necesstirios és pratica educativa, de Paul é ah tncia” (FREIRE, Paulo, Pedagegia da atonal: shed. Jo: Paz e'Terra, 2005). a * PORTO, Inés da Fonseca, Husii. ee brojeto didftico no ensino juridico. p- 10° cujo titulo & ox ores necessirios a pr jen educativa, didlogos com a imasinact Digitalizado com CamScanner 56 “tiea cducaliva criativa +.) Por uma priilica educativa criativ: OSORIO, FG. / Por ACHUTTI, Ds OS a1 dizias | erdadeira viagem dedescobrimento nao é encontr, Novag {ia dizia: ‘Uma ve Ihar novo" Perceber 0s novos movimentos da Vida ee i ar aprescnla-se como crucial nesse contexto, Paden. plague Fi : postura inovadora propicia um estimulo a cra; it do-se pensar ques jf que ela “nao é paralisante frente ao deslumbramenjy, be oF a Dead ef engajamento para lransformacao do mundg* i ees naesteira de Déleia Enricone, “pode modifica concep. ces curriculares, disciplinas, avaliagdo, aprendizagem do aluno e formas, de ensinar e aprender’ O abandono da ites zona da cerleza tradi- cional da ciéncia do direito, por um lado, sujeita “ao perigo de contornos indefinidos c de nogies equivocas, mas, de outro, com a vantagem de po. der atualizar-se e libertar-se de seu conhecido ranco"® desafia 0 apren- diz das ciéncias juridicas e sociais a raciocinar a partir de s incerlezas, do novo, do desconhecido, estimulando seu senso critico e, possivelmente, sua criatividade. A funcio da escola deveria ser justamente esta: “modificar 9 conhecimento cotidiano, no sentido de tornd-lo mais complexo, buscando as arliculacGes ¢ as interdependéncias entre os conhecimentos, propondo uma visao mais critica de mundo” Deixar de lado a condi¢io de sujeito dos aprendizes ¢ ignorar a transdisciplinaridade no ensino juridico significa deixar tudo como sempre foi e manter a antiga sistemdtica dentro das salas de aula. O fendmeno juri- dico nao pode ser explicado somente através de Icis, ordenamentos e dou- trinas juridicas, devendo deixar-se trabalhar pelos outros campos do saber, reconhecendo suas milliplas faces ¢ Possibilidades de entendimento. E, dentro desse contexto, nada mais natural que os aprendizes Dossam dialogar com seus mestres, de forma atrabalhar melhor sua lividade © exercé-la cotidianamente, a partir de uma postura produtiva, ¢ nao simplesmente reprodutiva, Referéncias BARRETO, Vicente. Sete Notas sobre 0 i Pusino Juridica, Brasilia: UNB, ig7o, BARZOTTO, Luis, ‘nsino Juridico, In; icontros da UNB - ‘0 contempordneo: uma introdugio 2003, O brofessor eas imovacdes, p, 3. 00. Metodologia cieny lt. OD. cit. p, 47, MELO FILHO, Aly, ENIICONE, bate Mea aplicada ao direito, p, 25 Digitalizado com CamScanner Metodologi dologia do Ensing Juridico: Re » Critica théricas do Direit ° Dircito Penal Brasiteing 1 Rio d ~ 1 Rio de J . janeiro: ~ O pensamen i nlo e1 e1 ligdes 70, 1990, ‘woheu moderna, Volume |, Séeuos XVI |. Sécullos XVII e CAPRA, Friljol. O ponto de mutagao. 14, ¢¢ 4. Sao Paulo: Cultrix, 1995, ‘alelo entre a fisi O Tao da Fisica. Um par: 10 Paulo: Cultrix, 1983, ed. tal. moderna ¢ 0 misticismo orien- CARVALHO, Salo de. Criminologia Brasileiro de Ciéncias Criminais. n Dlinaridade, Revista do Instituto = 36, Slo Paulo: RT, 2005 . A ferida nareisica do Direi i arcisica do Direito Penal (primei fancies do controle penal na soci dae ae Baa area - le contemporanea). 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Enricone, Délcia. Il. Haeberlin, Martin. Ill. Molinaro, Carlos Alberto, CDD 340.07 Ficha Catalogréfica elabora UCRS. pelo Setor de Trptamento da informacsio dai TODOS 05 DATOS RESERVADOS. roid a pods tot ub porque melo ov pce, {eBsCalmene po stan gion merotinces foe renoolees hanes woes “rasan fu einer pci a se oat are ee sn sat stn rend Es peeeapan em esa eo smear tego deiessnonntoaemsce ete do Cédgo Pena, com panacepradoe mala cntunamentecontaaars eeeres hasten tars ota NodsterSer0,deis08 Doe tees caer eee Digitalizado com CamScanner

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