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ESTRUTURAS

Capítulo 4
CAPÍTULO 4 – Determinamos as forças internas (esforços) de uma estrutura.
Uma estrutura de engenharia é qualquer sistema de elementos conectados, construído para
suportar ou transferir forças e resistir de forma segura às cargas a ele aplicadas.
Para determinar as forças internas a uma estrutura de engenharia, devemos desmembrá-la e
analisar os diagramas de corpo livre separados dos elementos individuais ou de combinações de
elementos.
Esta análise requer a aplicação cuidadosa da terceira lei de Newton.

No Capítulo 4 analisamos as forças internas que


atuam em diversos tipos de estrutura —
especificamente, treliças, pórticos e máquinas.
Nesse tratamento consideramos apenas
estruturas estaticamente determinadas, que não
possuem mais restrições de apoio que as
necessárias para manter uma configuração de
equilíbrio.
Assim, as equações de equilíbrio são adequadas
para determinar todas as reações desconhecidas.
A análise de treliças, pórticos e máquinas, e vigas sob
cargas concentradas constitui uma aplicação direta do
material desenvolvido nos dois capítulos anteriores. O
procedimento básico desenvolvido no Capítulo 3 para isolar
um corpo por meio da construção de um diagrama de corpo
livre correto é essencial para a análise de estruturas
estaticamente determinadas.

4/2 - Treliças Planas - Uma estrutura formada de elementos


unidos em suas extremidades para formar uma estrutura
rígida é denominada treliça. Pontes, apoios de telhados,
guindastes e outras estruturas do gênero são exemplos
comuns de treliças. Os elementos estruturais
habitualmentemente usados são vigas em I ou em U,
cantoneiras, barras e formas especiais que são unidas em
suas extremidades por soldagem, conexões rebitadas, ou
grandes parafusos ou pinos. Quando os elementos da
treliça se situam essencialmente em um único plano, a
treliça é denominada treliça plana.
Diversos exemplos de treliças comumente utilizadas, que
podem ser analisadas como treliças planas, são mostrados
na Fig. 4/2.
Para pontes e estruturas semelhantes, treliças planas são comumente
utilizadas juntamente com um conjunto de treliças colocado em cada
lado da estrutura. Uma seção de uma estrutura típica de uma ponte está
mostrada na Fig. 4/1.
O peso combinado do pavimento e dos
veículos é transferido às traves
longitudinais, daí para as vigas cruzadas
e, finalmente, levando em conta o peso
das traves e das vigas cruzadas, para os
nós superiores das duas treliças planas
que formam os lados verticais da
estrutura. Um modelo simplificado da
estrutura da treliça está indicado no lado
esquerdo da ilustração; as forças L
representam as cargas nos nós.
Treliças Simples

O elemento básico de uma treliça plana é o triângulo. Três barras unidas por
pinos em suas extremidades, Fig. 4/3a, constituem uma estrutura rígida. O
termo rígido é usado para significar que a deformação dos elementos
devida às deformações internas induzidas é desprezível.

Por outro lado, quatro ou mais barras unidas por pinos para formar um
polígono com o mesmo número de lados constituem uma estrutura não
rígida.

Podemos tornar rígida, ou estável, a estrutura não rígida da Fig. 4/3b


adicionando uma barra diagonal unindo A e D ou B e C, formando, assim,
dois triângulos. Podemos aumentar a estrutura adicionando unidades extras
formadas por duas barras conectadas nas extremidades, tais como DE e CE
ou AF e DF, Fig. 4/3c, que são presas por pinos a dois nós fixos. Desta forma,
toda a estrutura permanecerá rígida.
Quando mais elementos do que os necessários para evitar o colapso
estão presentes, a treliça é estaticamente indeterminada. Uma treliça
estaticamente indeterminada não pode ser analisada apenas com as
equações de equilíbrio. Elementos adicionais ou apoios que não são
necessários para manter a configuração de equilíbrio são chamados de
redundantes.
Diversas suposições são feitas na análise de forças em treliças simples.
Primeiramente, consideramos que todos os elementos são elementos
de barra. Um elemento de barra é aquele que está em equilíbrio sob a
ação de apenas duas forças. Cada elemento de uma treliça é
normalmente uma conexão reta, que une os dois pontos de aplicação da
força. As duas forças são aplicadas nas extremidades do elemento e são
necessariamente iguais, opostas e colineares para haver equilíbrio.
O elemento pode estar em tração ou compressão. Quando
representamos o equilíbrio de uma parte de um elemento de barra, a
tração T ou a compressão C atuando na seção de corte é a mesma para
todas as seções. Levamos em conta, aqui, que o peso do elemento é
pequeno em comparação com a força que ele suporta.
• Treliças simples. O elemento básico de uma treliça simples é o triângulo. Três barras
unidas por pinos nas suas extremidades constituem uma estrutura rígida.
• Quando existem mais elementos do que os estritamente necessários para evitar o
colapso, a treliça não pode ser analisada apenas com as condições de equilíbrio
(treliça estaticamente indeterminada).
• Os elementos adicionais ou apoios que não são necessários para manter a
configuração de equilíbrio são chamados de redundantes.
Nós e Apoios de Treliças - Quando conexões soldadas ou
rebitadas são usadas para unir elementos estruturais,
podemos considerar normalmente que a conexão é um
nó se as linhas de centro dos elementos forem
concorrentes na junta.
Na análise de treliças simples, também consideramos
que todas as forças externas são aplicadas nos nós. Essa
condição é satisfeita na maioria das treliças. Em treliças
de pontes, o pavimento é normalmente colocado sobre
vigas cruzadas apoiadas nos nós, como mostrado na Fig.
4/1.
Dois métodos para a análise de forças em treliças simples serão
colocados. As reações externas são normalmente determinadas
primeiro, aplicando as equações de equilíbrio à treliça como um
todo. Em seguida, é realizada a análise de forças para o restante
da treliça.
• Consideramos que todos os elementos de uma treliça estão em equilíbrio sob a acção de apenas duas
forças.
• As duas forças apoiadas nas extremidades do elemento de barra são necessariamente colineares, opostas e
com a mesma intensidade (condição necessária para existir equilíbrio).
• Quando as conexões são soldadas ou rebitadas (para unir os
elementos estruturais) podemos considerar que a conexão é um nó
se as linhas médias dos elementos forem concorrentes na junta.
• Método dos nós: Consiste em
satisfazer as condições de equilíbrio
∑ Fx=0, ∑ Fy=0 .
Redundância Interna e Externa
Se uma treliça plana tem mais apoios externos do que os necessários para garantir uma
configuração de equilíbrio estável, a treliça como um todo é estaticamente indeterminada e os
apoios extras constituem redundância externa. Se uma treliça tem mais elementos internos do
que os necessários para evitar colapso quando a treliça é removida de seus apoios, então os
elementos extras constituem redundância interna e a treliça é, novamente, estaticamente
indeterminada.

Para uma treliça estaticamente determinada externamente, existe uma relação


específica entre o número de seus elementos e o número de seus nós, necessária
para haver estabilidade interna sem redundância. Como podemos especificar o
equilíbrio de cada nó por duas equações escalares de força, existem ao todo 2j
equações deste tipo para uma treliça com j nós. Para a treliça completa composta
de m elementos de barra e tendo no máximo três reações de apoio desconhecidas,
existem no total m + 3 incógnitas (m forças de tração ou compressão e três
reações). Assim, para qualquer treliça plana, a equação m + 3 = 2j será satisfeita se
a treliça é estaticamente determinada internamente.
• Redundância interna e externa.
• Redundância externa: a treliça tem mais apoios
do que os necessários para garantir a
configuração de equilíbrio estável.
• Redundância interna: a treliça tem mais
elementos internos do que os necessários para
evitar o colapso quando a treliça é removida
dos seus apoios.
j nós correspondem a 2j equações.
m elementos
3 reacções de apoio
• Relação: m+3=2j
Relação: m+3=2j

Uma treliça plana simples, formada inicialmente a partir de um triângulo e na qual


são adicionados dois novos elementos para posicionar cada novo nó em relação à
estrutura existente, satisfaz a relação automaticamente. A condição vale para o
triângulo inicial, para o qual m = j = 3, e m aumenta de 2 para cada nó adicionado
enquanto j aumenta de 1.

Esta equação é uma condição necessária para estabilidade, mas não é uma
condição suficiente, já que um ou mais dos m elementos pode ser organizado de
forma a não contribuir para uma configuração estável da treliça como um todo. Se
m + 3 > 2j, existem mais elementos do que equações independentes e a treliça é
estaticamente indeterminada internamente com elementos redundantes
presentes. Se m + 3 < 2j, existe carência de elementos internos.
Condições Especiais
É comum encontrarmos diversas condições especiais na análise de
treliças. Quando dois elementos colineares estão sob compressão, como
indicado na Fig. 4/9a, é necessário adicionar um terceiro elemento para
manter o alinhamento dos dois elementos e prevenir flambagem. A
partir de um somatório de forças na direção y vê-se que a força F3 no
terceiro elemento deve ser zero, e que na direção x, F1 = F2.
Esta conclusão não
depende de θ e se os
elementos colineares
também estão sob tração.
Se uma força externa com
uma componente na
direção y fosse aplicada ao
nó, então F3 deixaria de ser
zero.
Quando dois elementos não colineares são unidos como mostrado na Fig. 4/9b, então, na
ausência de uma carga externa aplicada a este nó, as forças em ambos os elementos devem ser
zero, como podemos ver através dos dois somatórios de força.
Quando dois pares de elementos colineares estão unidos como mostrado na Fig. 4/9c, as forças
em cada par devem ser iguais e opostas. Esta conclusão deriva dos somatórios de força indicados
na figura.

É comum usar tirantes cruzados em painéis de treliças, como mostrado na Fig. 4/10a . Quando os
tirantes são elementos flexíveis incapazes de suportar compressão, tal como são os cabos, então
apenas o elemento em tração atua e podemos ignorar o outro elemento.
• Condições especiais.
Exemplo 4/1 - Calcule, pelo método dos nós, a força em cada
elemento da treliça em balanço carregada.

R: O primeiro passo será calcular as forças externas em D e E


a partir do diagrama de corpo livre da treliça como um todo.
As equações de equilíbrio fornecem:
[σ ME=0] -5mT+5m20000N+10m30000N=0 -> T=80000N
[σ Fx=0] TCos[Pi/6]-Ex=0 -> Ex=TCos[Pi/6]=69282N
[σ Fy=0] TSin[Pi/6]+Ey-20000N-30000N=0 -> Ey=10000N
Exemplo 4/1 – continuação
Para o nó A vem
[σ Fy=0] AB Sin[Pi/3]-30000N=0 -> AB=34641N T (tracção)
[σ Fx=0] AB Cos[Pi/3]-AC=0 -> AC=17321N C (compressão)

Para o nó B vem:
[σ Fy=0] -34641N Cos[Pi/6]+BC Cos[Pi/6]=0 -> BC=34641N C
[σ Fx=0] -34641N Cos[Pi/3]+BC Cos[Pi/6]+BD=0 -> BD=34641N T
Exemplo 4/1 – continuação
Nó C:
[σ Fy=0] CD Cos[Pi/6]-20000N-34641Cos[Pi/6]=0 ->
CD=54735N T
[σ Fx=0] –CE+17321N+34600N Cos[Pi/3]+CD Cos[Pi/3]=0 ->
CE=63509N C
Nó E:
[σ Fy=0] -DE Cos[Pi/6 ]+10000N=0 -> DE=11547N C
[σ Fx=0] DE Cos[Pi/3]-69282N+63509N=0 -> DE=11547N C
4/4 Método das Secções - Ao se analisar treliças planas
pelo método dos nós, consideramos as forças
concorrentes em cada nó.
No Método das Seções consideramos uma seção inteira
da treliça sob a ação de um sistema de forças não
concorrentes.

A força em praticamente qualquer elemento de interesse


pode ser determinada diretamente da análise de uma
seção que corte o elemento. Deste modo não é necessário
fazer o cálculo de nó a nó até que o elemento em questão
seja atingido. Ao escolher uma seção da treliça plana, em
geral, não mais do que três elementos cujas forças são
desconhecidas devem ser cortados, pois existem apenas
três relações de equilíbrio independentes disponíveis.
As reações externas são inicialmente calculadas
considerando a treliça como um todo.
Força no elemento BE: Uma seção imaginária, indicada
pela linha tracejada, é passada pela treliça, cortando-a
em duas partes. Essa seção corta três elementos cujas
forças são inicialmente desconhecidas. Para que a
porção da treliça de cada lado da seção se mantenha em
equilíbrio, é necessário aplicar a cada elemento cortado
a força que era exercida sobre ele pelo elemento que foi
cortado.
Para treliças simples compostas de elementos retilíneos
de duas forças, estas forças estarão sempre na direção
dos respectivos elementos. A seção da esquerda está em
equilíbrio sob a ação das forças L, R1 e das três forças
exercidas nos elementos cortados pela seção da direita,
que foi removida.
Equilibrio dos momentos em relação ao ponto B para a
seção da esquerda: a força EF é para a esquerda (força de
compressão).
A carga L é maior do que a reação R1, de forma que a
força BE deve ser para cima e para a direita para dar o
componente para cima necessário para o equilíbrio
vertical (força de tracção).
Equilíbrio de momentos em torno do ponto E: requer
que BC seja para a direita.
A força BE é obtida da equação de equilíbrio para a
direção y. BC é obtida a partir do equilibrio dos
momentos calculados em relação a E.
A seção à direita da treliça está em
equilíbrio sob a ação de R2 e das
mesmas três forças nos elementos
cortados aplicadas nos sentidos
opostos aos da seção à esquerda.
O sentido correto para as forças
horizontais pode ser visualizado do
equilíbrio de momentos em torno
dos pontos B e E.
EXEMPLO 4/3 - Calcule as forças induzidas nos elementos
KL, CL e CB pela carga de 200 kN na treliça em balanço.

R: As componentes verticais das reações em A e M são


estaticamente indeterminadas devido aos dois suportes
fixos.
Passamos uma seção diretamente através dos elementos
KL, CL e CB.
O somatório de momentos em relação a L verifica a
atribuição de CB como compressiva e um somatório de
momentos em relação a C mostra que KL está sob tração.

O somatório de momentos em relação a P elimina


referência a KL e CB e mostra que CL deve ser compressiva
para equilibrar o momento da força de 200 kN em relação a
P.
Comprimento do elemento BL é (4+ (6,5 – 4)/2)m = 5,25 m.
EXEMPLO 4/4 - Calcule a força no elemento DJ da
treliça de telhado Howe mostrada. Despreze
quaisquer componentes horizontais de força nos
apoios.
R: Não é possível passar uma seção por DJ sem
cortar quatro elementos cujas forças sejam
desconhecidas. Consideramos primeiro a seção 1
adjacente antes de analisar a seção 2.
Ao atribuir os sentidos adequados para as forças
atuando nos três elementos cortados, vemos que
um equilíbrio de momentos em relação a A requer
que CJ seja para cima e para a esquerda.

O equilíbrio de momentos em relação a C indica que JK deve ser para a


direita para proporcionar suficiente momento anti-horário.
Exemplo 4/4 - A fim de calcular a força exercida pelo
apoio em A, calculamos os momentos em relação a G
considerando a totalidade da treliça.
Exemplo 4/4 continuação – Consideramos agora o diagrama correspondente à secção 2. Da figura
vemos que o comprimento do elemento CK é 4m e o comprimento do elemento BL é 2m. O
ângulo GJC é pois igual a 3Pi/4. Do equilíbrio dos momentos em relação a G obtemos:
4/5Treliças Espaciais - Uma treliça espacial é o equivalente
tridimensional da treliça plana. Enquanto para a treliça
plana, um triângulo de barras unidas por pinos forma a
unidade básica não desmontável, uma treliça espacial, por
outro lado, requer seis barras unidas em suas extremidades,
formando as arestas de um tetraedro, como a unidade
básica não desmontável. Na Fig. 4/13a as duas barras AD e
BD unidas em D requerem um terceiro apoio CD para evitar
que o triângulo ADB gire em torno de AB. Na Fig. 4/13b a
base de apoio é substituída por três outras barras AB, BC e
AC para formar um tetraedro que não depende da base para
sua própria rigidez.
Podemos formar uma nova unidade rígida para estender a estrutura,
com três barras concorrentes adicionais cujas extremidades são
presas aos três nós fixos da estrutura existente. Assim, na Fig. 4/13c
as barras AF, BF e CF são ligadas à fundação e, portanto, fixam o
ponto F no espaço. Da mesma forma o ponto H é fixo no espaço
pelas barras AH, DH e CH. As três barras adicionais CG, FG e HG são
presas aos três pontos fixos C, F e H e, portanto, fixam o ponto G no
espaço. O ponto fixo E é criado de maneira similar. Vemos agora que
a estrutura é inteiramente rígida. As duas cargas aplicadas mostradas
resultarão em forças sobre todos os elementos. Uma treliça espacial
formada desta maneira é chamada de treliça espacial simples.
Se as linhas de centro dos elementos unidos se interceptam
num ponto, podemos justificar a suposição de elementos de
barra sob tração ou compressão simples.
Treliças Espaciais Estaticamente Determinadas -
Quando uma treliça espacial é apoiada externamente de forma que ela seja
estaticamente determinada como um todo, existe uma relação entre o número
de seus nós e o número de elementos necessários para haver estabilidade
interna sem redundância.
Como o equilíbrio de cada nó é especificado por três equações escalares de
força, existem ao total 3j equações deste tipo para uma treliça espacial com j
nós.
Para a treliça inteira, composta de m elementos, existem m incógnitas (as forças
de tracção ou compressão nos elementos) mais seis incógnitas devido às reações
nos apoios, no caso geral de uma estrutura espacial estaticamente determinada.
Assim, para qualquer treliça espacial, a equação m + 6 = 3j será satisfeita se a
treliça é estaticamente determinada internamente.
Começando com o tetraedro inicial, para o qual a equação é válida, a estrutura é
estendida pela adição de três elementos e um nó de cada vez, preservando,
assim, a validade da equação.
Como no caso de uma treliça plana, esta relação
(m + 3= 2j) é uma condição necessária para
estabilidade.
Esta relação (m + 6 = 3j) entre o número de nós e o
número de elementos é muito útil no projeto
preliminar de uma treliça espacial estável, já que a
configuração não é tão óbvia como para uma treliça
plana, onde a geometria para a determinação estática
é, em geral, bem aparente.
Método dos Nós para Treliças Espaciais
O método dos nós pode ser aplicado diretamente a treliças espaciais, satisfazendo
completamente a equação vetorial (ΣF = 0) para cada nó. Normalmente começamos a análise
num nó onde atuam pelo menos uma força conhecida e não mais do que três forças incógnitas.
Nós adjacentes nos quais não mais do que três forças incógnitas atuem podem ser então
analisados em seguida.

Método das Secções para Treliças Espaciais


O método das seções também pode ser aplicado a treliças espaciais. As duas equações vetoriais

devem ser satisfeitas para qualquer secção da treliça. Como as duas equações vetoriais são
equivalentes a seis equações escalares, concluímos que uma seção não deve, em geral, passar
através de mais do que seis elementos cujas forças sejam desconhecidas. No entanto, o método
das seções para treliças espaciais não é muito usado porque raramente se encontra um eixo de
momento que elimine todas, exceto uma, das incógnitas, como no caso de treliças planas.
EXEMPLO 4/5 - A treliça espacial consiste num tetraedro rígido
ABCD ancorado por uma junta articulada em A e impedido de girar
em torno dos eixos x, y e z, pelas conexões 1, 2 e 3,
respectivamente. A carga L é aplicada ao nó E, que é preso
rigidamente ao tetraedro pelas três conexões adicionais. Calcule
as forças nos elementos do nó E e indique o procedimento para
determinação das forças nos elementos restantes da treliça.
R: A treliça está apoiada com seis restrições apropriadamente
colocadas, que são as três em A e as conexões 1, 2 e 3. Sendo m =
9 elementos e j = 5 nós, a condição m + 6 = 3j de suficiência de
elementos para formar uma estrutura não desmontável é
satisfeita. Começamos com um nó no qual atuem ao menos uma
força conhecida e não mais do que três forças incógnitas que,
neste caso, é o nó E. O diagrama de corpo livre do nó E está
mostrado com todos os vetores de força arbitrariamente
colocados em seus sentidos positivos de tração (saindo da junta).
Solve[{-L,0,0}+d{0,-3,-4}/5+c{-3,0,-4}/5+b{-1,-1,0}/Sqrt[2]==0,{b,c,d}]
Solve[{-L,0,0}+d{0,-3,-4}/5+c{-3,0,-4}/5+b{-1,-1,0}/Sqrt[2]==0,{b,c,d}]
4/6 Pórticos e Máquinas - Uma estrutura é denominada pórtico ou
máquina se ao menos um de seus elementos individuais é um elemento
multiforça. Um elemento multiforça é definido como aquele com três ou
mais forças atuando nele, ou aquele com duas ou mais forças e um ou
mais momentos atuando nele. Pórticos são estruturas projetadas para
sustentar cargas aplicadas e são normalmente fixos numa posição.
Máquinas são estruturas que contêm partes móveis e são projetadas
para transmitir forças ou torques de entrada para forças ou torques de
saída.
Como pórticos e máquinas contêm elementos multiforça, as forças nestes elementos não
estarão, em geral, nas direções dos elementos. Pelo contrário, nos métodos que se aplicam a
treliças simples compostas de elementos de barra consideram-se forças nas direções dos
elementos.

Corpos Rígidos Interligados com Elementos Multiforça


Consideramos o equilíbrio de corpos rígidos interligados que incluem elementos multiforça.
Apesar de a maioria desses corpos poder ser analisada como sistemas bidimensionais, existem
inúmeros exemplos de pórticos e máquinas que são tridimensionais. As forças que atuam em
cada elemento de um sistema interligado são encontradas isolando o elemento com um
diagrama de corpo livre e aplicando as equações de equilíbrio.
Se o pórtico ou máquina forma uma unidade rígida por si só quando removido de
seus apoios, como o pórtico em A na Fig. 4/14a, é melhor iniciar a análise
estabelecendo todas as forças externas à estrutura, que é tratada como um único
corpo rígido. Então, desmembramos a estrutura e consideramos o equilíbrio de
cada parte separadamente. As equações de equilíbrio para as diversas partes serão
relacionadas por meio dos termos envolvendo as forças de interação. Se a
estrutura não é uma unidade rígida por si só, mas depende de seus apoios
externos para ter rigidez, como ilustrado na Fig. 4/14b, então o cálculo das reações
dos apoios externos não pode ser completado até que a estrutura seja
desmembrada e as partes individuais sejam analisadas.
Representação das Forças e Diagramas de Corpo Livre - Na maioria
dos casos a análise de pórticos e máquinas é facilitada pela
representação das forças em termos de suas componentes
retangulares. Este é especialmente o caso quando as dimensões das
partes são dadas em direções mutuamente perpendiculares. A
vantagem dessa representação é que o cálculo dos braços de
alavanca é simplificado.
Não é sempre possível atribuir o sentido correto para cada força ou
suas componentes quando se desenha os diagramas de corpo livre,
tornando-se necessário fazer uma atribuição arbitrária. Em qualquer
caso, é absolutamente necessário que uma força seja
consistentemente representada nos diagramas para corpos que
interagem, e que envolvam a força em questão. Assim, para dois
corpos unidos pelo pino A, Fig. 4/15a, as componentes da força
devem ser consistentemente representadas em sentidos opostos nos
diagramas de corpo livre separados.
Pode-se descobrir que os sentidos atribuídos estão errados quando os sinais
algébricos das componentes são determinados no cálculo. Se Ax, por exemplo, for
determinado como negativo, está na verdade atuando no sentido oposto àquele
originalmente representado. Podemos deixar a representação na forma original e o
sentido correto da força será depreendido do sinal de menos. Se escolhermos usar
a notação vetorial na identificação das forças, devemos ter o cuidado de usar um
sinal de mais para uma ação e um sinal de menos para a reação correspondente,
conforme mostrado na Fig. 4/16.
EXEMPLO 4/6 - O pórtico sustenta a carga de 400 kg da
maneira mostrada. Despreze o peso dos elementos
quando comparados às forças induzidas pela carga e
calcule as componentes horizontal e vertical de todas as
forças atuando em cada um dos elementos.
R: Os três elementos de sustentação que constituem o
pórtico formam uma estrutura rígida que pode ser
analisada como uma única unidade. A partir do
diagrama de corpo livre do pórtico como um todo
determinamos as reações externas.
Em seguida, desmembramos a estrutura e desenhamos os
diagramas de corpo livre separados para cada elemento. Os
diagramas são organizados em suas posições relativas
aproximadas para ajudar a seguir as forças de interação em
comum. As reações externas recém-determinadas são
colocadas no diagrama para o elemento AD. As outras
forças conhecidas são as forças de 3924 N exercidas pelo
eixo da roldana no elemento BF, conforme obtido do
diagrama de corpo livre da roldana. A tração de 3924 N no
cabo também é mostrada atuando no seu ponto de ligação
em AD.
As componentes de todas as forças desconhecidas são mostradas nos diagramas. CE é um elemento
de barra sendo as forças dirigidas ao longo da linha que une as duas extremidades, o que implica
que em E temos as forças Ex e Ex/2 e em C temos as forças Cx e Cx/2. As componentes de força sobre
CE têm reações iguais e opostas, que estão mostradas sobre BF em E e sobre AD em C. As
componentes em B são atribuídas de forma arbitrária mas consistente. Consideramos o elemento BF.
Por inspeção do diagrama de corpo livre temos
Cx = Ex = 13080N. Consideramos o diagrama para AD. As equações de equilíbrio
podem agora ser aplicadas ao elemento AD como uma verificação, já que todas as
forças que nele atuam já foram calculadas. As equações conduzem a resultados já
conhecidos
EXEMPLO 4/7 - Despreze o peso do pórtico e calcule as forças atuando em todos os seus
elementos.
R: O pórtico não é uma unidade rígida quando removido de seus apoios, já que BDEF é um
quadrilátero com mobilidade nas suas junções, não sendo rígido como acontece com um
triângulo. Analisaremos os elementos individuais. Determinamos as componentes verticais das
reações em A e C a partir do diagrama de corpo livre do pórtico como um todo.
Desmembramos o pórtico e desenhamos o diagrama de corpo livre de cada parte.
Como EF é um elemento de barra, a direção da força em E sobre ED e em F sobre
AB é conhecida. Consideramos que a força de 120 N é aplicada ao pino como uma
parte do elemento BC. A direção de By é arbitrariamente representada apontando
para baixo em AB e para cima em BC.
Elemento ED. As duas incógnitas são facilmente obtidas por
Elemento AB. Sin[α]=3/5. Já conecemos F. Determinamos Bx, Ax e By.
EXEMPLO 4/8 - A máquina mostrada é projetada como um
dispositivo de proteção contra sobrecargas, que liberta a carga
quando ela excede um valor predeterminado T. Um pino de
cisalhamento S feito de um metal macio é inserido em um furo
na metade inferior e sofre a ação da metade superior. Quando a
força total sobre o pino exceder sua resistência, ele quebrará. As
duas metades então giram em torno de A sob a ação das forças
de tracção em BD e CD, como mostrado no segundo esquema, e
os roletes E e F libertam o olhal. Determine a tensão máxima
admissível T se o pino S cisalhar quando a força total sobre ele
for de 800 N. Calcule também a força correspondente sobre o
pino da articulação A.
R: Devido à simetria analisamos apenas um dos dois elementos
articulados. A parte superior foi escolhida e seu diagrama de
corpo livre está desenhado junto com o da ligação em D. Devido
à simetria, as forças em S e A não têm componentes em x. Os
elementos de barra BD e CD exercem forças de mesmo módulo
B = C em D.
\vec{B}=B(jSin[θ]+iCos[θ])
[ΣFx = 0] B(Cos[θ])+C(Cos[θ])-T=0 -> B=C=0.5T/Cos[θ]
\vec{B}=(jSin[θ]+iCos[θ])0.5T/Cos[θ]
Tan[θ]=5/12, (Sin[θ])^2+(Cos[θ])^2=1 ->
(Sin[θ])^2[(12/5)^2+1]=1 -> Sin[θ]=5/13, Cos[θ]=12/13
Do diagrama de corpo livre da parte superior consideramos
o equilíbrio de momentos em torno do ponto A.
Substituindo S = 800 N e a expressão para B obtemos
[ΣMA = 0]
(0.5T/Cos[θ])Cos[θ]50mm+
(0.5T/Cos[θ])Sin[θ]36mm-(36mm)800N-26mm(T/2)=0
-> T=1476.9 N
[ΣFy = 0]
S-B(Sin[θ])-A=0 -> 800N-1476.9N(5/13)/(2(12/13))-A=0 ->
A=492.313N
Do diagrama de corpo livre da parte superior consideramos o equilíbrio de
momentos em torno do ponto A.
EXEMPLO 4/9 - Na posição específica mostrada, a escavadora aplica uma força de
20 kN paralela ao chão. Existem dois cilindros hidráulicos AC para controlar o braço
OAB e um único cilindro DE para controlar o braço EBIF. (a) Determine a força nos
cilindros hidráulicos AC e a pressão pAC agindo em seus pistões, que têm um
diâmetro específico de 95 mm. (b) Determine também a força no cilindro
hidráulico DE e a pressão pDE atuando em seu pistão de 105 mm de diâmetro.
Despreze os pesos dos elementos, em comparação aos efeitos da força de 20 kN.
R: Começamos construindo um diagrama de corpo livre de todo o conjunto do
braço.

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