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Gestão Do Transporte Escolar Rural A Otimização de Rotas e Acesso Dos Alunos
Gestão Do Transporte Escolar Rural A Otimização de Rotas e Acesso Dos Alunos
1. INTRODUÇÃO
O transporte escolar é um serviço essencial que desempenha um papel importante para permitir
que os alunos entrem e permaneçam na escola. É o principal meio de transporte para quem está
longe da rede escolar e o seu não fornecimento pode contribuir de várias formas negativas, até
levando o aluno a desistência escolar, pois é a única forma dos alunos da zona rural chegarem
à escola (EGAMI et al., 2006).
Além disso, todas as ações voltadas para a melhoria do transporte escolar têm impacto direto
na qualidade do aprendizado dos usuários do serviço.
Em cumprimento do artigo 206, inciso I, da Constituição Federal de 1988 diz que “o ensino
será ministrado com base no princípio da igualdade de condições para o acesso e permanência
na escola” e artigo 208, inciso III que complementa dizendo “o dever do Estado com a educação
será efetivado mediante a garantia do atendimento ao educando, no ensino fundamental, através
de programas suplementares de material didático-escolar, transporte, alimentação e assistência
à saúde”
Portanto, baseado nesse contexto, há uma necessidade urgente no estado de fornecer serviços
de transporte escolar que aumentem a segurança e o conforto.
1
Instituto Federal do Espírito Santo, Campus Colatina – Polo Afonso Cláudio. apgiestas@hotmail.com
2 Instituto Federal do Espírito Santo, Campus Colatina. braulio@brilho.adm.br
Além das premissas estritamente relacionadas ao tema transporte escolar, a composição do
valor do transporte escolar precisa ser considerada, pois muito desse valor é influenciado por
questões regionais, como preço do combustível, terreno, tipo de trânsito, estradas, tamanhos
de rotas e tipos de veículos, proporcionando assim transparência e melhorando o uso de
recursos públicos.
No Estado do Espírito Santo, os serviços de transporte para alunos de escolas públicas têm sido
discutidos e aprimorados. Em 2013, o governo do Estado do Espírito Santo lançou um
movimento junto aos municípios promulgando a Lei nº 9.999/20131. Durante o período de 2013
a 2020, houve um aumento na demanda de projetos-chave para novas contratações e, portanto,
foi considerado um estudo para aprimorar as ferramentas colocadas para preparar os roteiros a
serem contratados, pois o modelo usado não atendia à demanda rápida e nem permitia o controle
de dados.
Porto et al (2018) usaram um Sistema de Informação Geográfica (SIG) como suporte para
desenvolver um método para ajudar a melhorar os sistemas de transporte escolar. Com o uso
do SIGs é possível consultar, manipular capturar, armazenar, analisar, exibir e imprimir dados
de qualquer local (latitude e longitude) sobre a superfície terrestre (RAPER & MAGUIRE,
1992).
Por sua vez, associado ao suporte do GIS com o “bum” motivado pela Lei 9999/2013 que
fornecia recursos aos municípios, a Secretaria da Educação do Estado Espírito Santo trabalhou
com a Universidade Federal de Minas Gerais para realizar um estudo para o desenvolvimento
de um sistema de transporte escolar. Mas, o projeto não foi concluído devido ao término do
contrato. Com base no que fora feito até então neste projeto, a Equipe Técnica do Setor de
Transportes do Governo do Estado do Espírito Santo apresentou mais um modelo de
1
Lei nº 9999/2013: institui o Programa Estadual do Transporte Escolar no Estado do Espírito Santo – PETE/ES, no
âmbito da Secretaria de Estado da Educação – SEDU, com o o objetivo de transferir recursos financeiros aos
municípios que realizam o transporte escolar de alunos de ensino fundamental, ensino médio, e educação
de jovens e adultos da rede pública estadual, residentes no meio rural.
mapeamento de rotas que utiliza ferramentas de geoprocessamento, especificamente SIG para
otimização de rotas.
Esta conjunção de fatos sobre o transporte rural, motivou-se a seguinte questão de pesquisa para
este trabalho na busca pelo entendimento de como as ferramentas de geoprocessamento podem
ser utilizadas para realizar o mapeamento de tráfego de escolas rurais do ES, visando otimizar
rotas e consequentemente reduzir custos.
Face a esse contexto, o objetivo geral deste trabalho é apresentar os resultados deste projeto que
foi implementado pela Equipe Técnica do Setor de Transportes evidenciando os benefícios da
assertividade deste serviço de mapeamento de tráfego de transporte escolar rural do município
de Santa Maria de Jetibá – ES. Logo para atingir tal objetivo, têm-se os seguintes objetivos
específicos: descrever o Cenário 1 representando uma rota de transporte escolar que não
utilizava o SIG; apresentar o Cenário 2 que se utiliza do SIG com proposta de rotas específicas
sobre demanda; e, relacionar o custo do transporte escolar rural nos dois cenários.
A pesquisa com este estudo, justifica-se pela relevância do tema, na busca pelos possíveis
resultados oferecidos a comunidade no tocante a disponibilidade do transporte escolar, bem
como, melhoria do fluxo de trabalho, automatização de tarefas, redução de custos, redução de
recursos humanos, redução de erros, dentre outros.
2- REFERENCIAL TEÓRICO
O transporte escolar rural é considerado o meio que transporta alunos residentes em áreas
rurais para escolas em áreas urbanas ou áreas rurais dentro dos limites urbanos (GEIPOT,
1995). Neste estudo, o transporte escolar foi considerado como transporte público gratuito e
transporte dedicado para estudantes residentes em áreas rurais. Nesse conceito, a matrícula
do aluno é fundamental, além de ser um direito garantido legalmente, definindo como
público-alvo a população em idade escolar residente em áreas rurais.
A educação do campo é um desafio para os gestores públicos, pois na maioria das vezes o
transporte escolar é o único meio de transporte para os alunos da zona rural chegarem à escola.
Fatores como altos custos operacionais, más condições de tráfego nas estradas e longas
distâncias dos alunos às escolas dificultam a prestação desse serviço.
A única forma de a maioria dos alunos chegar à escola é o transporte escolar fornecido pelo
governo (Egami et al, 2006, p.1). Segundo Pegoretti (2005, p.14), os alunos que vivem em
áreas rurais encontram limitações na matrícula devido a restrições geográficas,
disponibilidade de serviços de transporte e até mesmo por razões sociais e econômicas.
2.2 LEGISLAÇÃO
O transporte escolar é fundamental para promover a matrícula e permanência dos alunos nas
escolas e para o desenvolvimento da educação, pois além de aumentar as matrículas, permite
que continue sendo um dos direitos mais importantes dos alunos do meio rural. Segundo Feijó
(2006, p.2), os governos estaduais são obrigados a fornecer transporte escolar e garantir que os
alunos possam frequentar e permanecer na escola.
Os serviços de transporte escolar são encarados como um grande desafio tanto para quem os
explora como para os profissionais responsáveis pela gestão dos contratos deste serviço no
domínio público. As matrículas dinâmicas e as necessidades de cuidados de curto prazo estão
entre as principais barreiras para os administradores públicos engajados nas operações de
transporte escolar. É importante entender os instrumentos legais que ajudam a lidar com as
complexidades do setor, garantindo assim o direito dos alunos ao transporte gratuito para a
escola, sempre seguindo os princípios da legalidade, transparência, eficiência e economia,
além de garantir a padronização de atuação entre os entes federativos.
Os serviços de transporte escolar são percebidos como um grande desafio pelos envolvidos na
operação, bem como pelos profissionais responsáveis pela gestão desses contratos de prestação
de serviços em espaços públicos. O cenário dinâmico de matrículas e a demanda por proteção
de curto prazo estão entre os principais obstáculos para os líderes estaduais envolvidos na gestão
do transporte estudantil.
É importante conhecer os instrumentos legais que podem ajudá-lo a lidar com as complexidades
desse setor. Isso garante que os alunos tenham o direito de se deslocar gratuitamente para a
escola em todos os momentos, com base nos princípios de legitimidade, publicidade, eficiência
e acessibilidade, ao mesmo tempo em que regulamenta os atos entre os federativos.
Depara-se, então, com a necessidade de fornecer transporte para escolas públicas próximas de
casa para alunos do ensino fundamental, médio e da educação de jovens e adultos,
preferencialmente residentes em áreas rurais, para garantir o acesso à educação e permanência
no processo educacional até a formatura.
Para o transporte escolar fornecido pelos governos estaduais e municipais, além das normas
gerais do DETRAN, existem também leis especiais que regulamentam o repasse de recursos
financeiros e o funcionamento do transporte escolar de acordo com as especificidades do poder
público. Rede educacional.
A nível nacional, a principal diretriz sobre transporte estudantil é a Lei Nº 11336/21. A alteração
pela Lei Nº9.999/13, o Governo do Estado do Espírito Santo propôs um Programa de Transporte
Escolar Público (PETE/ES) para direcionar recursos financeiros aos municípios para a
realização de trabalhos escolares em áreas de fronteira. Formação para crianças do ensino
básico, estudantes do ensino secundário, jovens e adultos da rede pública nacional residentes
em zonas rurais.
Despacho n.º 225-R, de 15 de setembro de 2021 é uma portaria que determina as normas,
procedimentos, formas de repasse e execução, fiscalização e responsabilidades dos recursos
financeiros do Programa de Transporte Escolar Público (PETE/ES). fornecendo transporte para
alunos do ensino fundamental, médio, de jovens e de adultos que residem em áreas rurais para
escolas públicas próximas de casa, para que possam continuar seus estudos até a formatura.
A maioria dos contratos SEDU são administrados pelas prefeituras municipais, onde elas
recebem o repasse financeiro para custear o transporte necessário, o mapeamento e feito na
SEDU e encaminhado para o município que faz o processo licitatório, o contrato com as
empresas e a administração dos pagamentos. Somente uma pequena porcentagem desde o
processo licitatório até o pagamento tudo e gerido diretamente pela SEDU.
As vias de trânsito escolar devem utilizar as ferramentas tecnológicas disponíveis para garantir
um melhor planejamento e otimização de rotas, seja por meio de simulações de rotas virtuais
ou sistemas de informações geográficas.
Essa rota marca os pontos de localização de cada aluno e os conecta a uma rota que fornece a
rota completa, permitindo cobertura e também a rota mais econômica para evitar o
reencaminhamento.
Uma destas tecnologias é realizada por meio do Sistema de Posicionamento Global (GPS) que
nada mais que uma rede de satélites que compõem o sistema de posicionamento global
desenvolvido pelos Estados Unidos, ainda nos anos 1970. No entanto, o nome se tornou um
sinônimo para a tecnologia, que permite saber com bastante precisão a localização de uma
pessoa, objeto ou determinado local, na Figura 1 é apresentado a ilustração do GPS.
Existem muitos softwares disponíveis hoje que podem processar informações geoespaciais de
uma forma ou de outra, mas as melhores opções envolvem altos custos de licenciamento ou
treinamento. Para evitar gastos com softwares pagos ou complexos, existem outras ferramentas
disponíveis que podem te ajudar a estreitar seu caminho, mesmo que de forma limitada. Por
exemplo, para melhorar a jornada do motorista, pode-se usar um mapa interativo online de uso
gratuito separado do Google ou um aplicativo móvel que também está disponível gratuitamente
em português no smartphone ou tablet.
Por exemplo, o Google Maps, é um site que permite ler distâncias e tempos ao longo de um
percurso onde se insere a origem e o destino, e o próprio site determina possíveis rotas com
base na distância e no tempo de viagem, conforme mostra a Figura 2.
Segundo Trentin (2013), o software Google Earth forneceu uma coleção de séries de imagens
de vários anos que são muito úteis para identificação, incluindo projetos continuamente
atualizados e imagens de alta resolução de grandes áreas, especialmente áreas densamente
povoadas eventos específicos. Além disso, é possível realizar uma investigação preliminar da
área de risco, para que uma grande quantidade de informações possa ser obtida em um curto
espaço de tempo, para que possam ser determinadas as rotas de transporte dos estudantes.
O software Google Earth tem se tornado amplamente utilizado para obtenção de imagens de
áreas específicas, principalmente pela facilidade de aquisição através das imagens de alta
resolução disponíveis e pelo crescente número de imagens disponíveis para download gratuito
na Internet, como imagens SRTM e ASTER.
Após manipulação utilizando técnicas específicas em softwares GIS com ênfase no uso do
QUANTUM GIS (QGIS), essas imagens tornaram-se uma forma de alunos e escolas obterem
mapas temáticos que permitem um estudo mais detalhado de possíveis áreas. Desta forma, a
geoengenharia pode contribuir para o cumprimento da legislação existente, prestando mais
apoio no domínio do transporte escolar, tendo em conta os critérios dos órgãos de controlo mais
rigorosos.
3. METODOLOGIA
Como uma pesquisa bibliográfica foram utilizados livros, artigos, textos eletrônicos e pesquisas
e estudos área de direito são utilizados como ferramentas de pesquisa, apresentados de forma
de dados estatísticos, informações e dados validados que contribuíram para aprofundar a
compreensão desta questão de pesquisa.
Portanto, neste estudo, por mais que tenham sido coletados dados desta prefeitura, também foi
considerada a natureza dos documentos. A fonte da investigação também foi por meio das
informações fornecidas pelo site do FNDE e pela legislação brasileira sobre trânsito escolar.
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
A escolha do município analisado foi o de Santa Maria de Jetibá no estado do Espirito Santo
com população estimada em 2020 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
de 41.015 habitantes distribuídos por uma área de 735.552 km².
O município que possui 7 escolas estaduais e 1 APAE (Associação de Pais e Amigos dos
Excepcionais) onde todos os alunos da rede de ensino estadual, que oferece ensino fundamental
e médio, residem neste município e se deslocam para o local da unidade de estudo, sendo
possível analisar os grupos maiores de bairros e comunidades dentro dos limites do estudo.
As rotas geralmente eram determinadas de forma intuitiva pelos motoristas que, com base em
sua experiência e conhecimento do município, determinam as melhores rotas para atender os
alunos. Os motoristas, mesmo com conhecimento, podem escolher rotas que não sejam as mais
adequadas para atender a demanda. Silva et al. (2003) afirma que o uso do conhecimento do
motorista é importante, mas enfatiza que as frequências e rotas devem ser avaliadas com
habilidade com base na demanda do serviço e na capacidade disponível ou necessária dos
veículos. Também deve haver rigor no horário e no itinerário planeado. Todavia, como mostra
a Figura 4 a malha das possíveis rotas eram bem abrangentes e não primava pelo horário e nem
do itinerário.
A pesquisa identificou que no ano de 2014 o transporte tinha sua aferição feita com a
quilometragem de um carro e mapeamento feito com um GPS que delimitava rusticamente o
trajeto, e para dar veracidade era feito um planilha (Figura 05) onde pelo caminho se anotava
a latitude X longitude Y e pontos de referência que cada ponto do caminho ficava como por
exemplo: cemitério, igreja, mata burro, porteira, e no final do roteiro dobrava aquilometragem
e com isso se tinha, que geralmente não se fazia o trajeto todo, somente o trecho a ser aditivado,
para o novo aluno
Dessa forma as rotas eram imensas, pouco assertivas, com roteiros sobrepostos da mesma
escola ou entre escolas com ofertas da mesma modalidade de ensino. Tal fato, ocasionava o
deslocamento de aluno de uma escola próximo de sua moradia para uma mais distante.
Já o valor pago pelas rotas eram publicadas em diário oficial, ano após ano, divididos de acordo
com a quilometragem, atendendo ao estado inteiro como se todos tivessem a mesma realidade,
em relação a estradas, custos, acessibilidade, como mostra a Figura 06.
Tem-se na Figura 07 o mapeamento da EEEFM GRAÇA ARANHA, feito em 2017 com rotas
pouco eficientes, longas e com trajetos sobrepostos por outras escolas com a mesma modalidade
de ensino, e com isso, têm um número maior de contratos com veículos passando mais de uma
rota sobre o mesmo trecho do trajeto.
No ano de 2017 vigorava a os valores por quilometragem obtidos através da Portaria nº43-R de
31 de março de 2016, (ESPÍRITO SANTO, 2016), conforme já apresentado na Figura 06.
Assim, o estado todo recebia o mesmo valor para rotas com a mesma quilometragem, com
valores bem abaixo do que deveria ser, pois não respeitava a peculiaridade da região no que
condiz com a realidade de valores e de trajetos como asfalto recebia o mesmo que o trajeto com
a mesma quilometragem feito no trajeto totalmente em estrada de terra.
Até essa época não se tinhas muitos meios de fazer medição da rota, assim ficava muito difícil
de acertar no mapeamento, e o roteiro era pouco assertivo e com muitos quilômetros a mais.
Outro ponto de destaque identificado pela pesquisa é que não era pago o quilometro vazio ou
de aproveitamento, ou seja, o trecho que o transporte volta pra atender os alunos do outro turno
e faz com o carro sem alunos ele não recebia nenhum valor por esse trabalho.
A análise do Cenário 1 foi realizada a partir de dados relativos a 785 alunos de escolas públicas
que utilizam transporte estudantil e ano base 2017 conforme indicado na ficha do município.
Na ausência de dados georreferenciados, é importante notar que os alunos que viviam num raio
de 3 km da escola, eram beneficiados pelo transporte escolar oferecido. Os dados necessários
sobre quilometragem e tipo de veículo eram coletados por meio de medições de campo
realizadas pelos técnicos responsáveis pelo transporte escolar do município, e todas as
informações coletadas eram preenchidas em uma tabela, como mostra a figura 5.
No terceiro nível, denominado Secretaria Estadual de Educação, a equipe técnica coleta dados
cadastrais das concessionárias de energia, códigos de instalação de energia residencial e dados
de indicação geográfica. A equipe criou uma tabela de atributos que foi importada para o
software QGIS e georreferenciada pelos alunos (Tabela 1). Na Tabela 1 têm os dados dos
cadastros anual utilizando coordenadas X e Y obtidos através da combinação do código do talão
de energia da concessionária com a localização geográfica
Fonte: Q-Gis
Esta tabela de atributos foi importada para o projeto Qgis para geocodificação. Além disso são
utilizados os dados espaciais obtidos do sistema Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN)
Geobases (2023) e georreferenciados, Sirgas 2000, fuso horário 24S, projeções UTM. Assim,
todo este conjunto de dados sobre os alunos ficam armazenados dentro do Q-Gis até a próxima
atualização como mostra a Tabela 2.
Fonte: Geobases
Nesta fase é necessário georreferenciar a rede rodoviária disponível aos veículos de transporte
escolar. Além de ser uma parte importante na resolução de problemas, o banco de dados
também pode ser usado para obter uma visão geral de uma determinada parte do problema.
Os dados georreferenciados coletados no local foram processados para representar uma grade
topológica de caminhos percorridos pelos veículos de transporte escolar rural. A grade foi
gerada a partir de trajetórias capturadas por navegação GPS, colocadas em veículos de
transporte escolar rural (Figura 09), e complementadas com informações de imagens de
satélite.
Figura 09- mapa do cenário 2
A equipe SEDU então simulou a rota no Q-Gis com base na geocodificação de alunos, escolas
e rotas de transporte escolar. Esta análise espacial é necessária para otimizar rotas, melhorar
o conforto dos alunos e aumentar a eficiência de custos operacionais.
Na ilustração abaixo representado pela Figura 11 que concebe os gastos de cada ano com o
transporte escolar do período de 2014 a 2022 que foram repassados o total de 26,34 milhões de
reais. Pode-se perceber que em 2014, época em que não se tinha o georreferenciamento, o gasto
foi de 1,5 milhões de reais. Já em 2022 com o georreferenciamento, o gasto foi de 6,2 milhões
de reais. Se comparado a 2014, teve um aumento de mais de 318%; porém, a pesquisa
identificou que esse aumento se deve especialmente, a subida elevada do preço do combustível
e o valor pago a empresa contratada. Todavia, e o mais importante, é que a população de alunos
atendidos passou de 785 (em 2017) para 1.317 (2022) aumento de mais de 67% alunos
atendidos, com mais alunos chegando na escola mais pessoas tendo acesso a educação,
Ainda sobre esse valor de 6,2 Milhões de reais, pode-se afirmar que é uma forma mais assertiva
em concordância com a realidade e individualidade de cada município, onde levam-se em
consideração o tipo de relevo geográfico de estrada, a mão de obra, os custos previstos e
variáveis, consolidando assim, na otimização de recursos públicos despendidos para
contratação dos serviços de transporte escolar para atendimento aos alunos da rede estadual de
ensino em consonância com os princípios da administração pública como reportado aqui por
meio do cenário 1 e cenário 2.
Entre 2017 e 2018 foi período de mapeamento, de todo o estado, onde todas as rotas foram
adaptadas a realidade e melhor execução, com a portaria 027-R, de 25 de fevereiro de 2019,
tudo começa efetivamente a mudar, pois com os cálculos feitos de acordo com a realidade de
cada município, conforme (Figura 9). São eles insumos/veículos, quilometragem mensal,
quilometragem diário, remuneração capita, depreciação do veículo, custos de fiscalização de
CRLV, DPVAT, IPVA, DETRAN e ITL, custo fixo mensal veículo, custo variável mensal do
veículo, coeficiente de consumo veículo, custo fixo mensal pessoal, tributação, outros. Soma
destes itens tem o custo fixo e o custo variável, igual ao custo total de cada município.
Figura 12 - Composição do custo do transporte escolar no Cenário 2
Fonte Q-Gis
Sobre o aproveitamento passou a ser atendido pela portaria 027-R, de 25 de fevereiro de 2019
que se refere à quilometragem percorrida pelo veículo sem transportar alunos, podendo um
mesmo veículo realizar mais de um trajeto de turno ou atender mais de uma escola. Os custos
fixos de veículos e motoristas têm um impacto significativo no custo total de uma rota, o que
significa que utilizar um veículo com boa quilometragem é menos dispendioso do que utilizar
dois ou mais veículos quando necessário.
5 - CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
Após a análise da mudança ocorrida entre 2014 e 2022, constata-se que a forma que é executado
o transporte escolar rural, mudou drasticamente num período curto e passa a ser uma forma de
atendimento bem apropriada, uma vez que sua execução traz grandes mudanças na vida dos
alunos.
No Cenário 1, evidencia as rotas antigamente só podiam ser aferidas in loco e só assim poderiam
ser reconhecidas através das rotas de tráfego existentes, simplificando o processo de rota e
identificando os tipos de veículos utilizados em uma determinada rota. Porém, o processo era
feito manualmente sem controlar o caminho correto. Como os dados para verificação de
quilometragem são baseados em informações fornecidas pelo transportador, assim surgia
incertezas nos dados disponíveis e afetavam diretamente os recursos públicos disponíveis para
a execução dos serviços, ou seja, aumentando os custos.
Já o Cenário 2, confirma-se que com uma ferramenta de geoprocessamento (GIS) pode ser
usada para determinar a melhor roteiro para implementação de rotas, realizando assim a
otimização de rotas considerando aquelas mais curtas e acertadas. Logo, tal falto, garante
certeza de informação em tempo real a um custo que corresponda à realidade dos serviços
prestados. Neste sentido, pode-se inferir sobre uma boa prática da gestão pública.
Acrescenta-se a esse fato, utilizando a fala de Silva et al. (2003) que a chegada e saída dos
alunos de cada escola, promove o compromisso com a população, criando uma dependência
entre ela e o comportamento da escola no sentido de favorecer que a educação chegue até os
alunos.
A pesquisa identificou ainda que este projeto desenvolvido no Cenário 2 já foi alvo de vitrine e
procurado por agentes públicos de outros estados para conhecerem seu funcionamento.
Porém, recomenda-se como projeto futuro, continuar na pesquisa para melhorar o processo de
automação no QGIS, visto que a tecnologia avança dia após dia, pois a detecção de caminhos
não é instantânea devido a erros de plugins utilizados no GIS. Explicando melhor, as camadas
não mostram todas as conexões de caminho, exigindo intervenção manual, o que desperdiça
tempo e pode levar a erros humano.
REFERÊNCIAS
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