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UINERSIDADE ABERTA ISCED (UnISCED)

Faculdade de Ciências de Educação

Curso de Licenciatura em Ensino de Biologia

Plantas medicinais

Eltone Armando Come – 41230741

Massinga, Setembro, 2023


UNIVERSIDADE ABERTA ISCED (UnISCED)

Departamento de Ciências de Educação

Curso de Licenciatura em Ensino de Biologia

Plantas medicinais

Trabalho de campo a ser


submetido na coordenação do
curso de licenciatura em ensino
de Biologia da UnISCED para
efeitos avaliativos.

Tutor(a): Alfixa Bernardo Melo

Eltone Armando Come – 41230741

Massinga, Setembro, 2023


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Índice
1. Introdução ................................................................................................................................................. 4
1.2. Objectivo geral ................................................................................................................................... 4
1.3. Objectivos específicos ....................................................................................................................... 4
1.4. Metodologia ....................................................................................................................................... 4
2. Plantas medicinais..................................................................................................................................... 5
2.1. Plantas medicinais da minha comunidade ............................................................................................. 5
2.2.1. Capim cidreira ou capim limão (Txakalabhati) .............................................................................. 5
Utilidade medicinal ....................................................................................................................................... 6
2.2.2. Imapalha (Pahla Kufa) .................................................................................................................... 6
Utilidade medicinal ....................................................................................................................................... 7
2.2.3. Cahlu ou CiXaxenga (Tabernaemontana elegans Stapf) ................................................................... 8
Utilidade medicinal ....................................................................................................................................... 9
3. Considerações Finais .............................................................................................................................. 10
4. Referências bibliográficas ....................................................................................................................... 11

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1. Introdução
A utilização de plantas medicinais como fonte de tratamento e cura de diversas enfermidades
remonta a tempos ancestrais, e essa prática continua a desempenhar um papel significativo na
saúde humana em todo o mundo. A riqueza da biodiversidade vegetal tem proporcionado uma
ampla gama de compostos bioactivos, com potencial terapêutico, que têm sido explorados ao
longo da história da medicina tradicional e, mais recentemente, na pesquisa científica.

Nos últimos anos, o interesse científico e público pelas plantas medicinais tem crescido
substancialmente, impulsionado pelo desejo de encontrar alternativas naturais aos tratamentos
farmacológicos convencionais e pela crescente conscientização sobre os impactos ambientais da
indústria farmacêutica. Este trabalho de pesquisa se propõe a explorar profundamente o mundo
fascinante das plantas medicinais, examinando suas propriedades medicinais, os avanços na
pesquisa científica que sustentam seu uso e os desafios que envolvem sua preservação e
regulamentação. Ao investigar a complexa relação entre a natureza e a saúde humana, esta
pesquisa busca lançar luz sobre o potencial inexplorado das plantas medicinais e sua importância
contínua na promoção do bem-estar e no desenvolvimento de terapias eficazes.

1.2. Objectivo geral


 Desenvolver as plantas medicinais.

1.3. Objectivos específicos


 Identificar as plantas medicinais da comunidade.
 Apresentar nomenclatura científica, local e vernacular (Fotografias).
 Descrever a sua utilidade medicinal.

1.4. Metodologia
A pesquisa bibliográfica foi feita tendo como pano de fundo as plantas medicinais, seus usos,
descrição botânica e a sua fotoquímica e com mais profundeza as plantas estudadas.
Adicionalmente foi feita a recolha de informação no que tange à actividade biológica, métodos e
técnicas de extracção, identificação das classes de metabólicos secundários.

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2. Plantas medicinais
De acordo com a Organização mundial da saúde (OMS), " As plantas medicinais referem-se a
plantas que possuem propriedades terapêuticas e medicinais reconhecidas e que são utilizadas
para prevenir, aliviar ou tratar doenças em humanos ou animais". Essas plantas contêm
compostos químicos activos que podem ter efeitos benéficos para a saúde quando usados de
maneira apropriada.

Desde os tempos remotos, muitos dos medicamentos utlizados nos tratamentos de doenças e
enfermidades tiveram a sua origem em plantas. Pode-se afirmar que o hábito de recorrer às
virtudes curativas de certos vegetais se trata de uma das primeiras manifestações do antiquíssimo
esforço do homem para compreender e utilizar a natureza como resposta para uma das suas mais
antigas preocupações, aquela originada pela doença e pelo sofrimento (JANSEN & MENDES,
1991).

2.1. Plantas medicinais da minha comunidade


"A riqueza da biodiversidade natural muitas vezes oferece soluções terapêuticas acessíveis e
eficazes". Na minha comunidade local (Massinga-Bairro Conze), as três plantas medicinais
amplamente utilizadas são:

 Capim cidreira ou capim limão (Txakalabhati)


 Impalha (Phahla Kufa)
 Cahlu (CiXexenga)

2.2.1. Capim cidreira ou capim limão (Txakalabhati)

Figura 1 AB: Capim cidreira ou Txakalabhati (Cymbopogon citratus)

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Nome científico: Cymbopogon citratus

Nome local: Txakalabhati

Nome vernacular: capim cidreira ou capim limão

É conhecida por diversos nomes populares, tais como capim-limão, capim-cidreira e capim-
cidrão no Brasil, belgata e chá-do-gabão em Portugal, citronelle na França, lemongrass nos
países de língua inglesa e surwai na Índia (CORRÊA, 1984).

Utilidade medicinal

 Digestão e Problemas Gastrointestinais: O capim-cidreira é conhecido por suas


propriedades calmantes que podem ajudar a aliviar distúrbios gastrointestinais, como
indigestão, flatulência e cólicas. O chá de capim-cidreira é frequentemente usado para
esse fim.
 Redução do Estresse e Ansiedade: O aroma cítrico do capim-cidreira tem efeitos
relaxantes e pode ser usado para reduzir o estresse, a ansiedade e a tensão. Muitas
pessoas tomam chá de capim-cidreira ou usam óleo essencial de capim-cidreira em
aromaterapia para esse fim.
 Melhoria do Sono: Devido às suas propriedades relaxantes, o capim-cidreira também
pode ser útil para melhorar a qualidade do sono e tratar distúrbios do sono, como insônia.
 Tratamento de Resfriados e Gripes: O chá de capim-cidreira pode ser útil para aliviar
sintomas de resfriados e gripes, como congestionamento nasal e febre leve, devido às
suas propriedades sudoríferas e antipiréticas.

2.2.2. Imapalha (Pahla Kufa)


Nome científico: Brachylaena discolor

Nome local: Pahlakufa

Nome vernacular: Impalha

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Figura 2 AB: Impalha ou Pahlakufa (Brachylaena discolor)

A pahla kufa é uma histórica planta conhecida pela população da zona sul de Moçambique, como
sendo o remédio ideal para curar dores e para efeitos de lavagem no abdômen (estômago,
intestinos, fígado, vesícula biliar, rins e útero). Muito amarga, a planta também ostenta outros
nomes, como impalha, intsombelobacha e patcha.

De nome científico Brachylaena discolor, a pahla kufa pode variar de arbusto a uma árvore
dióica (planta que apresenta flores masculinas e flores femininas em pés separados) e cresce até
cerca de 6 metros de altura (JANSEN E MENDES, 1991).

Utilidade medicinal

 De acordo com Vovo Catarina Balata, a impalha(Pahlakufa) é muito usada na província


de Inhamabene, sua terra natal, concretamente no distrito de Massinga.
 A fonte explica que durante toda a sua infância, seus pais valeram-se da planta como um
grande aliado medicinal, visto que na altura era difícil a comunidade ter acesso a um
hospital ou a um médico.
 Em Massinga, as folhas são usadas no tratamento de tosse, dores de estômago e dentes,
constipações e malária.
 Segundo Percina Nhanguatala, natural da Cidade de Maxixe, província de Inhambane,
para além de limpar e aliviar as dores de estômago, as raizes de pahlakufa são ideais para
a limpeza do útero após o parto e até mesmo para fazer aborto.

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 “Utilizávamos mais a pahla kufa para interromper gravidezes indesejadas.
Costumávamos ferver as raízes até alterarem a cor e ingerir a mistura”, conta ela. Percina
recorda ainda que, na altura de sua juventude, a planta era também um método
contraceptivo de emergência.
 “As mulheres da minha terra natal, usavam esta planta para evitar uma possível gravidez,
após a relação sexual desprotegida, bastava que elas triturassem as folhas da planta e
introduzissem até ao mais fundo do canal vaginal”, referiu. Finalizando, a fonte alertou
que, devido a sua potência e efeitos, o consumo da pahla kufa não é aconselhável a
gestantes, porque pode provocar um aborto espontâneo.

Para o medicamento, as folhas da patcha devem ser lavadas muito bem, depois trituradas,
misturadas num recipiente com água em temperatura ambiente, em seguida ser deixadas agir
durante meia hora e por fim coadas.

2.2.3. Cahlu ou CiXaxenga (Tabernaemontana elegans Stapf)


Nome científico: Tabernaemontana elegans Stapf

Nome vernacular: Cahlu

Nome local: CiXexenga (Kahlwani)

Figura 3AB: Cahlu ou CiXexenga (Tabernaemontana elegans Stapf)

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CiXexenga é o nome de uma planta nativa moçambicana que abunda no distrito de Massinga,
concretamente na região de Lionzuane. Cientificamente conhecida por "Tabernaemontana
elegans", esta planta possui múltiplos usos e, é de extrema importância para as comunidades
locais, moçambicanas.

Utilidade medicinal
Em Chicopa, um povoado situado no distrito de Massinga, sul de Moçambique, em conversa
com a avó Madalena, uma anciã de setenta e quatro anos, cuja aparência física denuncia uma
larga experiência de vida, particularmente, no domínio de plantas medicinais. Carinhosamente
tratada por vovó Madumane, ela constitui uma referência na região por ser conhecedora de uma
variedade de plantas medicinais, da qual a CiXexenga faz parte.

 As sementes, são particularmente apreciadas pelas aves (o madhekele é uma das aves que
adora estes frutos). Algumas mulheres, ao dar a luz por via cirúrgica, a dita cesariana, e
estando o leite a atrasar dias
 Para sair, o fruto desta planta tem ajudado muito, bastando para o efeito, gotejar o seu
líquido nos mamilos da mulher. Depois, lavam-se os mamilos com água e sabão, para
garantir a limpeza destes. O leite materno desce logo, em menos de 10 minutos,
assegurou vovó Madumane.
 Ci Xexenga, o fruto da Xexenga, também é usado pelos pastores (principalmente de cabritos)
para, segundo a crença, uma cabra passar a parir gémeos, acelerando assim a multiplicação da
espécie. Contam ser isso possível através de uma cerimónia simples em que, a placenta de uma
cabra que acaba de parir, é usada para envolver dois frutos gémeos da Xexenga e, o "arranjo' é
depois enterrado no "mahanzakanyi"- entroncamento de caminhos.

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3. Considerações Finais
Ao longo deste trabalho de pesquisa sobre plantas medicinais da comunidade, pude mergulhar
profundamente em um mundo de saberes tradicionais e práticas de cura que desempenham um
papel fundamental na saúde e no bem-estar das populações locais. Minha jornada de investigação
revelou várias descobertas significativas que merecem reflexão e reconhecimento.

Primeiramente, ficou evidente que as plantas medicinais desempenham um papel crucial no


cuidado da saúde em comunidades ao redor do mundo. Através do conhecimento transmitido de
geração em geração, essas plantas oferecem uma alternativa valiosa aos tratamentos
convencionais, muitas vezes inacessíveis para essas populações.

Além disso, essa pesquisa sublinhou a importância da conservação e uso sustentável desses
recursos naturais. A degradação ambiental e a perda de biodiversidade representam ameaças
sérias a essas práticas medicinais tradicionais, tornando imperativo um equilíbrio entre a
utilização das plantas medicinais e a preservação de seus habitats. Por fim, este trabalho
individual de pesquisa me fez compreender que a colaboração entre as abordagens tradicionais e
convencionais de cuidados de saúde é fundamental para promover o bem-estar geral. O respeito
mútuo entre essas abordagens pode abrir portas para soluções mais abrangentes e eficazes em
saúde.

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4. Referências bibliográficas
CORRÊA, M. P. (1984). Dicionário das plantas úteis do Brasil e das exóticas cultivadas. Rio
de Janeiro, Nacional. V.1, p. 577.

JANSEN, P.C.M., & MENDES, O. (1984). Plantas Medicinais- Seu Uso Tradicional em
Moçambique. Tomo 4, 299pp. Gabinete de Medicina Tradicional (G.E.M.T)

Organização Mundial de Saúde (OMS). (2002). Estratégias de Medicina Tradicional 2002 – 2005.

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