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Influência da fissuração do concreto na resistência do cone de concreto

de barras com cabeça moldadas in loco


Influence of concrete cracking in the concrete cone resistance of cast-in headed bars

Nataniel W. B. Lima(1); Manoel J. M. Pereira Filho(1); Paulo F. Santana(1); Marcos H. Oliveira(2);


Mauricio P. Ferreira(3)

(1)Departamento de Engenharia Civil, Universidade de Brasília, DF, Brasil


(2)Professor Doutor, Departamento de Engenharia Civil e Ambiental, Universidade de Brasília
(3)Professor Doutor, Faculdade de Engenharia Civil, Universidade Federal do Pará, Belém, PA, Brasil
Endereço para correspondência - mpina@ufpa.br

Resumo
Conectores com cabeça estão sendo progressivamente utilizados em ancoragens de estruturas de concreto
armado. Dentre as aplicações incluem-se: conexões em estruturas mistas de aço e concreto, como as ligações
viga-pilar, várias situações de reforço estrutural bem como nos sistemas tradicionais de estruturas moldadas in
loco e pré-moldadas. Este trabalho investiga a redução da resistência última à tração de barras com cabeça,
utilizadas como conectores moldados in loco, devido à fissuração do concreto. Uma série composta por 9
experimentos foi utilizada para avaliar a influência das fissuras na resistência do cone de concreto à tração. Os
resultados experimentais mostraram que as fissuras afetaram ambas as resistências e o comportamento carga-
deslizamento da ancoragem. Os resultados obtidos foram comparados com resistências teóricas calculadas
segundo as recomendações normativas apresentadas pelo EN 1992-4 (2018), ETAG 001 (2010) e ACI 318
(2019). A influência de parâmetros como comprimento de embutimento efetivo (hef), diâmetro da barra (ds), e
resistência a compressão do concreto (fc) são analisadas e discutidas. As recomendações teóricas mostraram-
se mais conservadoras quanto aos comprimentos de embutimento e, em geral, imprecisas em comparação com
as evidências experimentais. A ACI 318 (2019) foi a norma que apresentou o melhor desempenho na previsão
da carga de ruptura, com uma média de 1,42 para a relação entre as resistências observadas e estimadas,
desvio padrão de 0,36 e coeficiente de variação igual a 0,25.
Palavra-Chave: Ruptura do cone de concreto, barras com cabeça, concreto fissurado.

Abstract
Headed anchors are increasingly used for anchorage in concrete structures. Applications include connections in
composite steel-concrete structures, such as beam-column joints, in several strengthening situations as well as
in more traditional uses in cast-in-place and precast structural systems. This paper investigates the reduction in
the ultimate tensile capacity of headed deformed bars, used as cast-in anchors, due to concrete cracking. A
series of 9 laboratory tests is carried out to evaluate the influence of cracking on the concrete breakout strength
in tension. The experimental results show that cracking affects both the resistance and load-slip response of the
anchors. The strengths measured in these tests are compared to theoretical resistances calculated following the
recommendations presented by EN 1992-4 (2018), ETAG 001 (2010) and ACI 318 (2019). The influences of
parameters such as the effective embedment depth (hef), bar diameter (ds), and the concrete compressive
strength (fc) are analysed and discussed. The theoretical recommendations are shown to be over-conservative
for both embedment depths and were, in general, inaccurate in comparison to the experimental trends. The ACI
318 (2019) was the design code which presented the best performance regarding to the predictions of the ultimate
load, with an average of 1.42 for the ratio between the experimental and estimated strengths, standard deviation
of 0.36, and coefficient of variation equal to 0.25.
Keywords: Concrete cone breakout, headed anchors, cracked concrete.
1 Introdução
Conectores com cabeça estão sendo cada vez mais utilizados para transferência de esforços
em estruturas pré-moldadas de concreto armado. O seu uso simplifica o detalhamento
estrutural, acelera o processo de construção, favorecendo a flexibilidade estrutural e
economia. Estão sendo largamente utilizados para conectar diferentes tipos de elementos
estruturais como por exemplo, conexões pilar-fundação e viga-pilar assim como em várias
situações de reforço estrutural. Nestes casos, em geral a resistência da estrutura
normalmente depende da resistência à ruptura do cone de concreto. ELIGEHAUSEN e
SAWADE (1989) caracterizam o modo de ruptura por uma fissura circunferencial em forma
de cone que se inicia na cabeça do conector e se propaga constantemente até a ruptura.

As evidências experimentais e numéricas disponíveis na literatura mostram que além de


variáveis essenciais como o comprimento efetivo de embutimento da ancoragem (hef), ou a
tensão de compressão do concreto (fc), o estado de fissuração afeta a resistência da
ancoragem. De acordo com REHM et al. (1988), a carga de ruptura dos conectores com
cabeça quando a falha ocorre pelo cone de concreto é reduzida em torno de 25% para uma
fissura com abertura de 0,3 mm. Além disso, ELIGEHAUSEN, MALLÉE e SILVA (2006)
verificaram através de dados experimentais que a resistência média do cone de concreto em
regiões fissuradas pode ser razoavelmente assumida como cerca de 70% da sua capacidade
em elementos estruturais não fissurados.

De acordo com ELIGEHAUSEN e OZBOLT (1992) e ELIGEHAUSEN e BALOGH (1995), o


decréscimo de aproximadamente 30% da resistência do cone de concreto devido a
fissuração pode ser relacionado com a redução da intensidade dos esforços transmitidos
próximos aos planos das fissuras (ver Figura 1). Essa mudança na distribuição das forças
de reação, que se tornam não uniformes e mais concentradas nas bordas, como mostra a
Figura 1, é causada pela redução da rigidez paralela a direção da fissura. ELIGEHAUSEN
(1984), BUJNAK, BAHLEDA e FARBAK (2014) e CHUN, CHOI e JUNG (2017) também
mostraram que a capacidade do cone de concreto pode ser bastante afetada pela presença
de fissuras no concreto.

a) b)

Figura 1 - Influência da fissura no mecanismo de transferência de carga. a) concreto não fissurado, b) concreto
fissurado (adaptado de ELIGEHAUSEN et al. (1995))
Este artigo apresenta e discute os resultados de 9 ensaios de arrancamento feitos em
conectores com cabeça embutidos em elementos de concreto armado. Estes ensaios foram
realizados para investigar a influência da fissuração do concreto na capacidade resistente de
ruptura por tração de ancoragens metálicas com cabeça. A abertura de fissuras foi variada
nos ensaios em função da taxa de armadura à flexão dos blocos de concreto armado. O
comportamento geral dos experimentos e resistências últimas são apresentadas e utilizadas
para avaliar a performance das equações de dimensionamento propostas pelas normas: fib
Bulletin nº 58 (2011), ETAG 001 Anexo C (2010) e ACI 318 (2019).

2 Métodos de cálculo
A capacidade última resistente de um único conector com cabeça sem efeitos de borda e
espaçamento para a ruptura do cone de concreto é geralmente calculada com base na
Equação 1, onde k1 é uma constante que relaciona o estado de fissuração do concreto, fc é a
tensão de compressão do concreto, e hef é o comprimento de embutimento efetivo da
ancoragem. A Tabela 1 relaciona os parâmetros teóricos mais importantes utilizados pelo fib
Bulletin nº 58 (2011), ETAG 001 Anexo C (2010) e ACI 318 (2019).

𝑛
𝑁𝑡 = 𝑘1 ∙ √𝑓𝑐 ∙ ℎ𝑒𝑓 (Equação 1)

Os valores calculados para G, utilizando-se os KI e KII mostrados nas figuras 4 e 5, no entanto,


mostram-se muito próximos às taxas críticas de liberação de energia, GC, relatadas por SHAH
et al. (1995) ou aquelas previstas pelo CEB MC-90 (1993), ou obtidas experimentalmente por
BITTENCOURT (2000) em ensaios realizados no Brasil.

Tabela 1 – Definição dos parâmetros teóricos.


Símbolos Parâmetro fib Bulletin nº 58 ETAG 001 ACI 318
k1 para 12,5 para hef < 280 mm
concreto
12,7 10,1
não 4,9 para 280 mm < hef < 635 mm
fissurado
k1 para 10 para hef < 280 mm
concreto 8,9 7,2
fissurado 3,9 para 280 mm < hef < 635 mm
3/2 para hef < 280 mm
n 3/2 3/2
5/3 para 280 mm < hef < 635 mm

3 Programa Experimental
Os espécimes ensaiados foram idealizados para representar modelos locais de ligações
semirrígidas de viga-pilar como mostrado na Figura 2. A área retangular em destaque
representa o prisma de concreto onde as ancoragens são embutidas. Em situações reais,
essas regiões podem ou não estar fissuradas, a depender da combinação dos carregamentos
e momentos fletores transferidos para a conexão. Todos os ensaios foram projetados para
que a ruptura ocorresse pelo cone de concreto.
Figura 2 – Conector com cabeça em ligação viga-pilar de estrutura pré-moldada.

Esta série de ensaios aqui realizada teve como objetivo avaliar a influência da fissuração do
concreto na capacidade última resistente de um único conector com cabeça sob tração. Os
conectores foram embutidos em blocos de concreto armado de 350 mm de largura (bw), 200
mm de altura (h) e 900 mm de comprimento (L), e foram fabricados com o diâmetro da cabeça
(dh) três vezes maior que o diâmetro da barra (ds). As principais variáveis foram o diâmetro
das ancoragens, 10 mm e 16 mm, o comprimento de embutimento efetivo, 60 mm e 110 mm,
e a taxa de armadura à flexão (ρf) dos blocos de concreto armado, que foram usadas para
reforçar o controle de fissuras. Para comprimentos de embutimento de 60 mm, ρf variou entre
0,13% e 1,24%, e para comprimentos de embutimento de 110 mm, variou entre 0,33% e
3,21%.

O concreto foi feito utilizando Cimento Portland CP-II-Z-32 (com 6% a 14% de adição de
pozolana), areia lavada e seixo rolado com diâmetro máximo de 9,5 mm como agregado
graúdo. Os blocos de concreto testados foram por 7 dias curados via cura úmida e suas
principais características estão resumidas na Tabela 2. A Figura 3 apresenta o detalhamento
das armaduras.

As propriedades mecânicas do concreto foram determinadas por ensaios de corpos-de- prova


cilíndricos de acordo com as recomendações normativas brasileiras. A resistência à
compressão e tração do concreto foram obtidas por ensaios em cilindros de 100 mm x 200
mm, feitos no mesmo dia dos ensaios de arrancamento. O modulo de elasticidade foi
determinado através de ensaios utilizando corpos-de-prova de 150 mm x 300 mm. Os valores
médios foram: fcm = 34,5 MPa, fctm = 1,5 MPa, Ec = 23,5 GPa. A barra de ancoragem foi
submetida ao ensaio uniaxial de tração para determinar as propriedades mecânicas do
material e mostrou uma resposta elasto-plástica do aço. Tais resultados estão exibidos na
Tabela 2.

Deslocamentos verticais foram medidos através de transdutores de deslocamentos como


indicados na Figura 3. O DG1 mede o deslocamento vertical do bloco de concreto armado e
o DG2 foi acoplado à cabeça da ancoragem através de um furo localizado na face inferior do
bloco de concreto, permitindo assim a leitura de deslocamento da ancoragem. A posição dos
extensômetros na barra (Gs) e próximo à cabeça do conector (Gh) foi definida de forma a ser
possível monitorar as deformações na armadura de flexão (Gf) como também mostrado na
Figura 4.

Tabela 2 – Características dos blocos de concreto testados.


Conector com cabeça Armadura à flexão
Modelos
hef (mm) ds (mm) dh (mm) fya (MPa) Esa (GPa) d (mm) N1øf øf (mm) fys (MPa) Esa (GPa) ρf (%)
F-60-0.1 61 171 4 6.3 544 198 0.13
F-60-0.3 63 172 4 8.0 580 196 0.33
10 30 504 190
F-60-0.5 62 170 4 10.0 504 190 0.53
F-60-1.2 60 170 6 12.5 515 191 1.24
F-110-0.3 116 175 4 8.0 580 196 0.33
F-110-0.5 114 176 4 10.0 504 190 0.51
F-110- 0.8 115 16 51 545 190 176 4 12.5 0.80
515 191
F-110- 1.6 116 166 8 12.5 1.69
F-110- 3.2 113 168 6 20.0 546 194 3.21
Nota: fcm = 34.5 MPa; fctm = 1.5 MPa; Ec = 23.5 GPa; L = 900 mm; bw = 350 mm; h = 200 mm.

Figura 3 - Detalhamento das armaduras dos modelos testados.


a) c)

b) d)

Figura 4 - Configuração do ensaio e instrumentação. a) vista superior, b) vista lateral, c) transdutor de


deslocamentos, d) extensômetros.

4 Resultados e Discussões
Todos os modelos ensaiados falharam pela ruptura do cone de concreto. A Figura 5 mostra
uma série de resultados experimentais para o modelo F-110 e suas variações, que refletem
as grandes diferenças encontradas comparadas aos modelos F-60. Como esperado, o
aumento da taxa de armadura à flexão resulta em um comportamento carga-deslocamento
mais rígido (ver Figura 5a) e menores deformações na armadura de flexão (ver Figura 5b),
reduzindo efetivamente a abertura de fissuras.

Esses experimentos confirmaram as considerações apresentadas por Eligehausen e Balogh


(1995) de que o estado de fissuração e a abertura das fissuras afetam o comportamento
carga-deslocamento dos conectores com cabeça, como mostrado na Figura 5c. É possível
ver que para uma carga de tração superior a 30 kN, que é a carga prevista para fissuração
dos blocos de concreto, a relação carga-deslocamento de todas as ancoragens são
praticamente as mesmas. Então os modelos com as menores taxas de ρf (F-110-0.3; F-110-
0.5; F-110-0.8) apresentaram grandes deslocamentos enquanto outros (F-110-1.7 e F-110-
3.2) tiveram um comportamento mais rígido até um nível de carga em que o aumento das
deformações na armadura de flexão permitiram o deslocamento da ancoragem.
Figura 5 - Resposta Experimental dos modelos F-110. a) Curvas carga-deslocamento. b) Curvas carga-
deformação nas armaduras de flexão. c) Curvas carga-escorregamento.

Figura 6 - Curvas carga-deformação. a) Comparação entre deformações na barra (Gs) e próximo à cabeça
do conector (Gh) para o modelo F-110-0.5. b) e c) Carga-deformação para as ancoragens (Gs) dos modelos
F-100 e F-60.
Figura 7 - Capacidades resistentes. a) Relação entre a carga última e taxa de armadura à flexão. b) Fator k1 em
função da taxa de armadura à flexão.

A Figura 6a mostra a relação encontrada entre as deformações ao longo da barra de


ancoragem, fora do prisma de concreto (Gs) e dentro do prisma, próximo à cabeça do conector
(Gh). Estes resultados se referem ao modelo F-110-0.5, porém reflete o que foi observado nos
demais modelos. Deformações na região próxima à cabeça do conector foram quase iguais
as deformações ao longo da barra fora do bloco de concreto, evidenciando que a região de
interface entre a cabeça do conector e o concreto é o mecanismo principal de ancoragem
para os ensaios realizados. As cargas axiais de tração e as deformações medidas ao longo
da barra fora do bloco de concreto estão apresentadas nas Figuras 6b e 6c. Mostra-se que a
capacidade de carga das ancoragens é afetada significativamente pelo estado de fissuração
uma vez que os conectores embutidos em blocos de concreto com maiores taxas de armadura
à flexão, escoaram antes mesmo da falha ocorrer no cone de concreto.

A Figura 7a mostra a capacidade última de carga de tração (Nu) medida nos ensaios em
função da taxa de armadura à flexão. Essa figura mostra que para ambos os valores de
comprimento de embutimento efetivo (60 mm e 110 mm) a capacidade de carga das
ancoragens aumenta de acordo com a taxa de armadura à flexão dos modelos em que foram
instalados. Na Figura 7b o fator k1 obtido dos ensaios, tomado como (Nu / fc0,5 ⸱ hef1,5), é
apresentado como uma função da taxa de armadura à flexão. Para ambos os comprimentos
de embutimento, pode ser observado que o fator k1 cresce de acordo com a armadura de
flexão, também mostrando que os valores teóricos propostos pelos métodos de cálculo acima
são conservadores, especialmente para o estado de concreto não fissurado.

A Tabela 3 compara a capacidade última resistente à tração (Nu) com os valores teóricos
calculados seguindo as recomendações do fib Bulletin nº 58 (2011), ETAG 001 Anexo C
(2010) e ACI 318 (2019). As estimativas teóricas tenderam a divergir dos resultados
experimentais com o acréscimo da taxa de armadura à flexão. Entre os métodos teóricos
analisados, o ACI 318 (2019) apresentou a melhor correlação com os resultados
experimentais nesta pesquisa. O ACI teve um valor médio entre Nu/Nteórico de 1,42 e
apresentou o menor desvio padrão (0,36) e coeficiente de variação (0,25). Nenhum dos
métodos teóricos foi capaz de prever, corretamente, a influência da taxa de armadura à
flexão na capacidade de carga dos conectores com cabeça embutidos em elementos de
concreto armado.

Tabela 3 – Listagem dos resultados.


Modelos hef (mm) ρf (%) Nu (kN) Nu /Nfib,cr (kN) Nu /NETAGcr (kN) Nu /NACI,cr (kN)
F-60-0.1 61 0.13 38.0 1.53 1.89 1.36
F-60-0.3 63 0.33 48.0 1.84 2.27 1.63
F-60-0.5 62 0.53 46.0 1.80 2.23 1.60
F-60-1.2 60 1.24 50.0 2.06 2.54 1.83
F-110-0.3 116 0.33 66.5 1.02 1.26 0.91
F-110-0.5 114 0.51 72.0 1.13 1.40 1.01
F-110- 0.8 115 0.80 83.5 1.30 1.60 1.15
F-110- 1.6 116 1.69 101.5 1.55 1.60 1.40
F-110- 3.2 113 3.21 136.0 2.17 2.68 1.93
Média. 1.60 1.94 1.42
Desvio Padrão. 0.40 0.51 0.36
Coeficiente de Variação. 0.25 0.26 0.25

5 Conclusões
Este artigo apresenta os resultados de nove ensaios experimentais de ancoragens tipo
conector com cabeça embutidos em elementos de concreto armado sob cargas axiais de
tração. As principais variáveis nesses ensaios foram o diâmetro dos conectores, o
comprimento de embutimento efetivo e a taxa de armadura à flexão dos blocos de concreto
armado. As capacidades últimas de carga à tração de cada modelo, obtidas em ensaio foram
comparadas com as previsões teóricas calculadas de acordo com fib Bulletin nº 58 (2011),
ETAG 001 Anexo C (2010) e ACI 318 (2019). As principais conclusões do trabalho são:

I. Grandes aberturas de fissuras foram observadas em modelos com baixa taxa de


armadura à flexão, favorecendo o escorregamento prematuro dos conectores com cabeça
sob tração;
II. As cargas de ruptura dos modelos foram influenciadas pela taxa de armadura à
flexão uma vez que afetam a abertura de fissuras. Incrementos na taxa dessa armadura
nos modelos resultaram em maiores resistências do cone de concreto;
III. A contribuição da tensão de aderência na capacidade resistente última à tração dos
conectores com cabeça pode ser desprezada para os comprimentos de embutimento
analisados nesta pesquisa, independente do estado de fissuração do concreto;
IV. Entre os métodos de cálculo teóricos avaliados, o ACI 318 (2019) foi o que
apresentou melhor performance, com uma média de 1,42 para a relação entre as cargas
experimentais e estimadas, com um desvio padrão de 0,36 e coeficiente de variação igual
a 0,25. Nenhum dos métodos teóricos foi capaz de prever, corretamente, a influência da
taxa de armadura à flexão na capacidade de carga dos conectores com cabeça
embutidos em elementos de concreto armado.
V. Os valores do fator 𝑘1, que leva em consideração o estado de fissuração do concreto,
utilizado nos métodos de cálculo são conservadores. Nos ensaios realizados esses
valores crescem à medida que a taxa de armadura à flexão é aumentada e tendem a ser
elevados para menores comprimentos de embutimento da ancoragem.

6 Agradecimentos
Os autores desejam expressar sua gratidão a Paul E. Regan, Professor Emérito da
Universidade de Westminster, por todas as relevantes considerações feitas durante o
desenvolvimento desta pesquisa. Ao suporte da CAPES, CNPq, FAP-DF e FAPESPA,
Agências de desenvolvimento de pesquisas brasileiras, nossos agradecimentos.

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