You are on page 1of 7

Relatório de aula

IINTRODUÇÃO AO DIREITO
FERNANDO JOSÉ BRONZE

ELABORADO POR:
BEATRIZ JESUS Nº22303018
AULA: 02 DE OUTUBRO 14H-17H

No mês de outubro começamos por aprender a diferença entre ordem de


direito e ordem jurídica ominosa onde indica que nem todas as ordens são
ordens de direito. Podem até apresentar todas as características, todas as
notas e não ser ordens de direito. A circunstância da ordem jurídica ser
uma ordem não garante que lhe deva reconhecer o sentido predicativo de
direito. Nem todos os estados se podem dizer de direito, só o são quando
a validade for autónoma do poder político, logo a ordem jurídica não é uma
ordem de direito apenas por ter a nota desta dualidade. Se todo o direito
fosse estadual, o direito seria o seu fundamento. O poder político não é o
fundamento do direito e se fosse qualquer norma pelo estado seria de
direito, “coisa” à qual o homem não está disposto a submeter-se.
Um exemplo disso era a União Soviética, uma ordem jurídica ominosa é um
sistema legal que é opressivo, injusto e ameaçador para os direitos
individuais e liberdades de cada indivíduo.

AULA: 09 DE OUTUBRO 14H-17H

Na seguinte aula demos a iniciação do tema das funções da ordem jurídica.

Regulação de comportamento: onde a ordem jurídica estabelece regras


e normas que orientam o comportamento dos indivíduos na sociedade,
definindo o que é permitido e proibido.
Resolução de conflitos: que fornece um mecanismo para resolver
disputas e conflitos de forma ordenada, através do sistema judicial e
de resolução alternativa de litígios, como a mediação e a arbitragem.

Seguidamente temos a função primária ou prescritiva — a ordem jurídica


funciona como princípio de ação ou conduta do Homem (coloca os
cidadãos num plano de igualdade jurídico social, atribuindo direitos e
poderes e proscrevendo deveres e responsabilidades) e como critério de
sanção (prevê as consequências da violação de normas jurídicas, ou seja,
as punições).
Como princípio de ação a ordem define os nossos comportamentos e as
nossas responsabilidades e pesa os nossos comportamentos como lícitos
ou ilícitos, isto é, a ordem jurídica visa influenciar a nossa ação, levando-
nos ao proceder licitamente.
Por sua vez, a sanção é o meio a que a ordem jurídica recorre para tornar
sérios os seus objetivos práticos, as sanções surgem como
consequências. Ao contrário da moral, o Direito apresenta este aspeto
mais rígido, pois quando qualquer um atua de determinado modo está a
condicionar os outros, pois o direito tem a ver com o domínio das nossas
relações sociais, portanto torna se necessários meios destinados a evitar
ou punir eventuais abusos.
No direito, cada um pode exigir ao outro o cumprimento das suas
obrigações, caso isto não aconteça, pode-lhe ser aplicada uma sanção.
As sanções podem ser positivas (no caso de subsídios) ou negativas (no
caso de uma multa), mas nem todas as sanções negativas envolvem o
recurso à coação. O carácter sancionatório do direito implica a existência
de uma autoridade, nomeadamente de um tribunal. Por fim, podemos dizer
que há uma evolução histórica no tipo de sanções a que o direito tem
recorrido.
A sanção associa-se à exigibilidade (o Direito atribui-nos deveres e exige-
nos o cumprimento desses deveres) e a executabilidade (a ordem jurídica
executa e impõe-nos pela força que tenhamos de cumprir esses deveres).

Relativamente à função secundária ou organizatória, a ordem jurídica


volta-se para si própria, com o objetivo a auto-organizar de modo a
conseguir subsistir, pois, ela integra uma multiplicidade de exigências e
elementos entre os quais podem existir incompatibilidades e
contradições, e é ao auto-organizar-se que ela consegue superar esta
dificuldade. Também, ao longo do tempo as normas vão-se a modificar,
havendo uma sucessão de leis no tempo. Essa sucessão de leis no tempo
torna-se um problema, pois esta sucessão perturba a estabilidade
enquanto existe uma indecisão em saber qual a lei que rege, então a
ordem jurídica preocupa-se em fornecer critérios para solucionar este
problema. A tarefa de solucionar esses problemas é dada a órgãos
competentes: tribunais, órgãos da administração e até certas entidades
privadas. O poder legislativo cria os critérios, os outros órgãos mobilizam.
De modo a tornar esses órgãos mais eficientes na realização do seu
objetivo, surge o processo (conjunto de atos ordenados para se realizar
um certo objetivo; podem existir ordens jurídicas sem critérios pré-
disponíveis, mas não existem sem processo). Concluindo, a ordem jurídica
auto-organiza-se através da sua função secundária, só deste modo é que
ela garante a sua subsistência.
O ato de forçar alguém a fazer algo contra a sua vontade, geralmente
usando ameaças, pressão ou algum tipo de poder, ou autoridade, a isso
damos o nome de coação.
Critério analítico é a abordagem mais tradicional procuram entender o
texto com base no seu sentido literal e no uso convencional das palavras.
Critério dialético é uma abordagem mais flexível e contextual na
interpretação do Direito, os mesmos reconhecem que o significado de uma
lei pode mudar com o tempo e em diferentes contextos.
AULA: 16 DE OUTUBRO 14H-17H

Dando continuidade às aulas anteriores iniciamos ao definir a praxis que


refere no geral que o homem tem de agir, tem de tomar decisões, apesar
de esta necessidade ultrapassar, as possibilidades de conhecimento
disponível.
As expetativas de comportamento contra faticamente estabilizada
significa o construir do dever ser, que assim se convoca, uma
pressuposição que se impõe e opõe aos factos.
Referidas as funções primárias e secundarias da ordem jurídica podemos
agora olhar como um todo e apontar-lhe notas caracterizadoras.
A função primária:
•Ex ante: É uma regra de conduta.
Exemplo: proibido matar.
•Ex post: após violar a regra de conduta. A regra de conduta vai ser uma
avaliação do nosso comportamento.
Exemplo: matar.
•Critérios de sanção: tudo o que a ordem jurídica aplica para tornar eficaz
os seus objetivos práticos.
Exemplo: pena, coimas, multas administrativas.

A função secundária:
A Ordem jurídica assegura as suas condições de subsistência — mudando
quando é necessário mudar, e restabelecer quando é necessário
restabelecer.
•Momento de unidade sistemática
Este momento não pode ser uma ideia contraditória, ou seja, não pode
ser contraditória nos seus dizeres.
Exemplo: Um comportamento lícito no campo de direito civil penal fosse
considerado ilícito no campo de direito penal, logo, é contraditório.
•Momento de desenvolvimento constitutivo do Direto
Está integrado na jurisprudência e diz que o Direito não é uma entidade
estática, e em vez disso é moldado e desenvolvido pela prática e pelas
decisões judiciais ao longo do tempo, ou seja, dando a entender que
cada caso concreto é uma novidade para a Ordem jurídica (o Direito
está sempre a inovar).
•Momento de realização orgânico processual
É um momento em que a Ordem jurídica vai dizer quais as entidades são
competentes para tomar decisões em determinados assuntos.

AULA: 23 DE OUTUBRO 14H-17H

Neste dia a aula foi dada pelo senhor professor Flavio Roques, o
mesmo fez revisões das aulas passadas acerca das funções
primárias, secundárias e notas caracterizadoras e por fim
terminou a aula referindo os efeitos da ordem jurídica, porém na
aula seguinte o senhor professor Fernando José Bronze voltou a
repetir a matéria porém detalhamente que irei explicar
seguidamente.

AULA: 30 DE OUTUBRO 14H-17H

Dando continuidade á aula passada começamos por referir os


efeitos da ordem jurídica
O sentido predicativo da ordem jurídica refere-se à capacidade de o
sistema legal de impor obrigações e direitos aos cidadãos e instituições.
Ou seja, a ordem jurídica possui um carácter normativo e prescritivo,
atribuindo deveres e concedendo direitos com base em leis e
regulamentos.
Efeitos práticos da ordem jurídica: são efeitos que podem dizer
resultados das notas caracterizadoras, eles podem ser os seguintes:
Racionalização: enquanto seres humanos somos inacabados, e é
devido a esse inacabamento que temos que fazer um esforço
cultural de racionalização, quando não nos sentimos satisfeitos
invocamos a razão, isto é, temos que nos empenhar a disciplinar o
nosso agir.
Por exemplo, o Homem é inacabado a nível instintivo biológico, enquanto
os animais irracionais não o são, para isso criamos normas que
disciplinamos os nossos comportamentos.
A ordem jurídica estabelece dois tipos de racionalização: a
racionalização segundo um modelo de fundamentação, que assenta
numa dialética entre fundamento e consequência e a racionalização
enquanto unidade de estratégia, que assenta numa dialética entre meios
e fins, racionalizam-se os meios visando alcançar o fim.

Institucionalização: a ordem jurídica é uma instituição, e como


instituição define comportamentos com determinados valores.
É uma instituição flexível, pois está aberta a novas exigências e a novos
problemas que emergem. Nas instituições estão presentes duas
dimensões: a liberdade(autonomia) e a comunidade, isto significa que
nós, enquanto seres livres, queremos exercer a nossa liberdade, porém
vivemos em comunidade e para que cada um de nós possa exercer a
sua liberdade sem interferir na dos outros, é preciso que a nossa e a dos
outros seja limitada.
Se só se manifestasse a liberdade podíamos afirmar que só tínhamos
direitos, com as duas dimensões presentes podemos afirmar que temos
direitos e deveres, portanto, podemos dizer que há um equilíbrio entre
estas duas dimensões, apesar de pôr vezes uma estar mais presente
que a outra.
Segurança: representa a previsibilidade, antecipa as consequências
dos nossos comportamentos.
Liberdade: “Para haver uma liberdade é preciso haver duas” –
Fernando Bronze.
Paz: a ordem jurídica promove a paz social, referência á justiça.

You might also like