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“ARTIGO Recebido em: 20/05/2014 Acetto em: 30/11/2014 ¥.20,mesp, 2015 89-107 19N 1518-2924 Encontros Bibl: revista eletrénica de biblioteconomia e elénela da informapd, v.20, n. esp. 1,» 189-107, Fev, 2015, ISSN 1516-2924, DOI: 10.5007/1518-2924.2015v20nesp1 p89 Propostas de tipologias de KOS: uma andlise das referéncias de formas dominantes de organiza¢ao do conhecimento Proposals KOS typologies: an analysis of the references of dominant forms of knowledge organization Marilda Lopes Ginez de LARA? Resumo Discute os parimetros de organizacio do conhecimento utilizados pela KO tomando como ‘abjero de observagao tipologias de KOS. Identifica, na construgio das dpologias, a predominancia da figura da oposi¢ao como recurso utilizado para estabelecer as disjungdes centre os sistemas, mostrando que sua variario depende do ponto de partida adotado para a sua organizardo, Repertoria os aspectos privilegiados em sua construcao que compreendem, goralmente, graus de forca semantica, 0 uso por humanos ou méquinas, dimensoes abrangidas, referéncias de representacio conceitual, maior ou menor relaglo com 2 Tinguagem natural, entre outras. Analisa os principios de organizacao da Norma ISO 25964 destacando,além de sua l6gica, os recursos de mapeamento que permitem, adicionalmente & sua finalidade principal, 2 identificagao dos pardmetros de organizagio. Conelui pela observagao de que prevalece nas tipologias ¢ na norma de construgio de tesauros os principios da légica clésica, introduzindo a discussdo sobre as implicagées decorrentes para ‘ enfrentamento da complexidade caracteristica do momento contemporéneo. Palavras-chave: Tipologias de KOS. Norma IS0 25964, Parimetros légicos de organizagio, Organizagao do conhecimento Creative Commons. 2 Universidade de Sao Paulo, Escola de Comunicages e Artes -larama@usp.br Bolsista PQ-CNPa 89 Abstract, Discusses the parameters of knowledge organization used in KO's studies taking as object of observation types of KOS, Identifies in the typlogies's construction, the predominance of ‘opposition figure as a resource used to establish the disjunctions between systems, showing ‘that the variation depends on the starting point adopted for its organization, Highlights aspects privileged in its construction, which generally comprise semantic degrees of force, the use by humans or machines, cavered dimensions, references to conceptual backgrounds, ‘more or less relationship with the natural language representation among others. Analyzes the organization principles of ISO 25964 highlighting the mapping capabilities that, in addition to its primary purpose, allows the identification of the parameters of organization Concludes by observing that prevail in typologies and in the recommendations of thesaurus construction the principles of classical logic standard, introducing discussion about its implications as regards the complexity of the contemporary world Keywords: Typologies of KOS. ISO 25944. Logical parameters of organization, Knowledge organization. 1. INTRODUGAO Parametros de organizacao do conhecimento espelham légicas dominantes da ciéncia, Premissas subjacentes 4s formas de organizacao do conhecimento podem ser identificadas e analisadas em diversos niveis, seja observando tipos especfficos de Knowledge Organization Systems - KOS, ou propostas de sua tipologia. Neste artigo tomamos como objeto de andlise as tipologias, de modo a pesquisar suas semelhangas e diferengas, bem como seus possiveis relacionamentos, As propostas de tipologias de KOS, cada uma a seu modo, buscam agrupar objetos explorando seus graus de profundidade semantica, niveis de estruturagio, dimens6es ¢ propésitos, muitas vezes recorrendo a recursos de visualizagao. Mais do que tratar e avaliar tais tipologias, procuraremos verificar como se organizam para deduzir seus principios, como uma espécie de trabalho sobre a meméria das formas de organizagao que tém caracterizado a maior parte da produgio em Knowledge Organization - KO, Quaisquer tipologias revelam a necessidade que temos de organizar 0 conhecimento para melhor compreendé-lo, buscando encontrar meios de agrupamento tendo geralmente como base a identificagio de tragos ou atributos semelhantes. Embora o procedimento seja mais facilmente 90 realizado quando elas se referem a objetos concretos, sua operacionalizagao torna- se to mais complexa quanto mais nebulosos sao os limtites entre eles, a exemplo do que acontece com os objetos teéricos, caracteristicas das pessoas, comportamentos. A dificuldade de estabelecer tipologias relativas a objetos teéricos tem como principal motivo a convivéncia de uma multiplicidade de referéncias socio-culturais. Do mesmo modo, 0 questionamento dos parimetros da racionalidade que tem colocado em xeque o alcance do modelo moderno de cigncia, “Estamos no fim de um ciclo de hegemonia de uma certa ordem cientifica (SANTOS, 1988)". Vivenciamos hoje 0 esgotamento dos modelos baseados na busca da redugao e simplificagao da realidade assentes na crenca na estabilidade do mundo. Sem que estejamos muito conscientes desse fato, 6 natural que as ificuldades também afetem nossas atividades de organizario do conhecimento. Mas € bastante claro que os KOS, reflitam, em seus modos de estruturagiio, os parametros utilizados, tal como pode acontecer, também, com nossas anlises sobre cada um deles. As ferramentas que utilizamos ainda assentam suas bases na lgica cléssica, aristotélica. Se por um lado, a interoperabilidade de vocabularios permitiria, 20 menos teoricamente, escapar as restrigdes da predominancia da hierarquia e da miitua exclusividade facilitando a comparagio de vocabularios e as escolhas em fungao de objetivo a codificagao e 0 mapeamento semantico, além de serem dificeis de operacionalizar em razdo dos diferentes pontos de partida, carregam os problemas da estruturagao original dos instrumentos. Do mesmo modo, 2 modelagem dos vocabulérios - aqui compreendida como resultado de uma transformacao de KOS em SKOS - Simple Knowledge Organization System, ou outros formatos interoperdveis - também tém seus limites, porque seus principios continuam tendo como referéncia a orientagio para a estruturagio formal baseada na hierarquia e na mitua exclusividade, Introduzimos a discussao sobre o tema apresentando, primeiramente, uma breve caracterizacao sobre os Knowledge Organization Systems - KOS, seguida de uma andlise sobre algumas das tipologias existentes, Abordamos a recente norma de tesauros ¢ outros vocabularies, a ISO 25964-1/2:2011-2012, publicasao motivada pela promogto da interoperabilidade, destacando, de um lado, a manutengio dos principios de organizaso tradicionais de estruturagao de vocabulirios e, consequentemente, da fundamentagio para a construgao de tipologias de KOS e, de outro, a possibilidade de alcangar novos resultados via mapeamento de 1 vocabulérios. Com esse quadro, problematizamos os parametros tradicionais da organizagao do conhecimento pontuando algumas das dificuldades enfrentadas quando das tentativas de reducao da complexidade do mundo contemporaneo, examinando reflexes que procuram por légicas de organizacio alternativas de organizagio. 2. PARA UMA ANALISE DAS TIPOLOGIAS DE KOS Os Knowledge Organization Systems - KOSs, compreendem uma série de instrumentos que tratam do ‘contetido’ dos documentos para fins de armazenamento e recuperacao ou para promover sua gestao. Englobam os sistemas de classificasio, listas de cabecalhos de assunto, tesauros, taxonomias, terminologias, ontologias, além de listas de autoridade e anéis de sinénimos, instrumentos esses que se assemelham e se diferenciam pelo grau de estruturagto semiantica de seus elementos, A norma IS0 25964-1/2 (2011/2012) nao utiliza o termo KOS, mas em seu escopo prevé aplicagdes para o desenvolvimento e manutengio dos tesauros vocabulérios que visam a recuperacao da informagao. Estes vocabulérios abrangem todos os tipos de recursos de informagio, qualquer que seja a midia utilizada, incluindo bases de conhecimento, portais, bases bibliograficas, textos, colesoes de museus e multimidia, podendo-se dizer, portanto, que constituem tipos de KOS. 0 termo Knowldege Organization Systems (KOS) foi inicialmente utilizado por Hodge (2000) para abarcar todos os tipos de esquemas de organizacao da informagao e gerenciamento do conhecimento, desde sistemas de classificagao, de categorizacao, cabecalhos de assunto, listas de antoridades, tesauros, dicionérios, glossrios ¢ redes seménticas ¢ ontologias (HODGE, 2000; HJORLAND, 2008). 0 termo também foi empregado por Soergel (2001), quando ele analisou as diversas normas dos instrumentos de organizagao do conhecimento. No Brasil, nao ha consenso sobre a utilizagao de um termo que abranja 0 conjunto de instrumentos de organizacao da informagao e do conhecimento. Alguns autores utilizam 0 termo em inglés ou sua tradugio literal - Sistemas de Organizagao do Conhecimento. Em termos mais gerais, a denominagao adotada pela ANCIB no Grupo de Trabalho que retine as discussées sobre o tema nos Encontros Nacionais de Pesquisa ¢ Pés-Graduagio em Céncia da Informagao ~ ENANCIBs, é “Organizagtio e Representagao do Conhecimento’ (MARTELETO; LARA, 2008). Guimaraes & Pinho (2006) e Fujita (2008) adotam essa essa expressio 92 acompanhada de sigl ORC, mas dela nao houve derivagio para um termo que poderia equivaler a KOS, Predomina, portanto, variagao de denominagao, mas isso nao compromete sua compreensao genérica. A anilise das tipologias de KOS auxilia a identificar seu escopo, provendo uma espécie de definigao por exemplificagao, muitas vezes mais esclarecedora do que uma definigao formal, As propostas de tipologia envolvem a selecio de caracteristicas, privilegiando determinados aspectos, conforme seus objetivos. 0 trabalho de Souza, Tudhope e Almeida (2012), por exemplo, apresenta um retrospecto sobre 0 assunto destacando as caracterfsticas selecionadas por varios autores. Nao nos deteremos nas propostas analisadas uma vez que o referido texto j4 cumpre essa fungo, mas destacaremos dele a proposta de Hodge (2000), um dos primeiros a usar o termo KOS, e faremos breve referéncia as oposigées utilizadas nas propostas apresentadas, incluindo as feitas pelos préprios autores da revisio. Recorreremos também a outras referéncias sobre tipologias de KOS (que usam ou nao essa denominagao) para cotejarmos alguns de seus aspectos. Hodge (2000) propoe observar a complexidade das estruturas, os relacionamentos entre os termos ¢ a finga0 histérica de cada instrumento, agrupando-os em t 's categorias: as listas de termos (frequentemente com definigdes), as classificages e categorias (com énfase na criagao de conjuntos de assuntos), ¢ as listas de relacionamentos (conferindo énfase As conexdes entre os termos e o5 conceitos). As listas de termos compreendem Listas de Autoridades, Dicionrios, Glossérios e Gazetteers (Guias geogréficos); as classificagdes e categorias, abrangem as Listas de Cabecalhos de Assunto, as Classificagbes, Categorizacdes e Taxonomias; as listas de relacionamentos, os Tesauros, as Redes Semanticas e as Ontologias. Souza, Tudhope e Almeida (2012) apresentam sua proposta primeiramente sob a forma de um mapa conceitual, agrupando os tipos sob as categorias “Textos nao estruturados, ‘Listas de termos e/ou conceitos’, Estruturas de conceitos relacionamentos’, ¢ ‘Esbocos de Estrutura de conceitos e Relacionamentos’. Apés avaliarem varios outros tipos de estruturago, apresentam uma taxonomia relativa as dimensdes dos KOS a partir da oposigio das _caracteristicas “Intrinseca/Extrinseca’, seguida de outras subdivisdes, sendo a primeira, sob “int nseca’, as caracteristicas “Essencial/Acidental’, ¢ ‘Extrinseca, ‘Propésitos’ “Comunidades de usuarios’, ‘Sensitividade (Sensicivcy)’, e ‘Atualizagées.. A primeira cadeia, sob ‘Intrinseca’, apresenta maior desenvolvimento, 93 Na revisto feita pelos autores (SOUZA, TUDHOPE E ALMEIDA (2012), todas as propostas de visualizagao utilizam oposigdes: semantica forte/fraca (Orbst. 2004; Daconta et al, 2005; Bergman, 2007}; usada por humanos/usada por maquinas (Almeida; Souza; Fonseca, 2011; Smith: Welty, 2001); ontologias leves/ontologias pesadas (Lassila; McGuinness, 200: dimensées (Zeng, 2008), A norma ISO 159641/2 (2011-2012), embora nao use o termo KOS, faz recomendagdes pata diversos tipos de instrumentos que se caracterizam como tal. ; Guarino, 2006); dimensio plana/miitiplas Comprende os sistemas de classificagao (usados em bibliotecas ou bases de dados bibliogréficas, incluindo os esquemas enumerativos, os sintéticos e os facetados); os esquemas de classificagio usados para gestio de registros (classificagées funcionais); as taxonomias (a norma afirma nao discutir sua tipologia); os tesauros; as listas de cabegalhos de assunto: as ontologias; as listas de nomes de autoridades; eos anéis de sindnimos, ‘A proposta de Moreiro Gonzélez (2011) em seu livro ‘Linguagens documentdrias e vocabularios semanticos para a web: elementos conceituais’, opde as linguagens documentérias a vocabulérios semanticos, com o objetivo de destacar sua presenca na web, Embora nao se apresente formalmente como uma tipologia, o panorama apresentado permite conceituar o trabalho como tal. buscando identificar © que permanece ¢ 0 que muda nos instrumentos de representagao conceitual de documentos no contexto contemporaneo. A anilise de Moreiro Gonzalez (2011), sob nossa perspectiva, pode ser onganizada pelas oposigdes a que recorre. A primeira, a partir do tipo de procedimento adotado: tratamento morfolgico e relacdes entre palavras (palavras- chave, folksonomias, glossérios, listas de nomes e diciondrios ligados por anéis seminticos), de um lado, ¢ tratamento semantico, via conceitos (taxonomias esquuemas, tesauros automsticos e conceituais, topic maps e ontologias), de outro. A segunda, reportando-se as origens da representagao conceitual, seja quanto & formacao de categorias ou & associagao entre conceitos (Aristételes, Leibniz, Kant, Ramén Llull, Port-Royal, Descartes, Hume, entre outros). 0 autor chama a atengao para a primeira proposta de representarao visual. a arvore de Porfirio, cuja evolugo resultou nos atua topic maps. A terceira, sobre o grau de aperfeigoamento das redes semanticas (classificagdes enciclopédicas universais, regras para as listas de cabecalhos de assunto, tesauros) ¢ a superagao das hierarquias com o privilégio dado as associagdes entre conceitos (Vannevar Bush). Uma quarta oposigao enfoca 94 as tentativas de melhorar as estruturas para sua apresentagio na web seméntica, contrapondo as linguagens colaborativas (folksonomiias) baseadas na arquitetura colaborativa e na usabilidade, as propostas mais formalizadas (ontologias vocabul 1s de metadados) que privilegiam a interoperabilidade em detrimento da usabilidade, Uma quinta oposigao explora as linguagens documentarias do ponto de vista de sua estruturagao e formalizagao: de um lado, 03 KOS semiformais e, de outro, os SKOS, codificados em xml e rdf, O trabalho também recorre a oposiges entre as folksonomias e os tesauros; entre as taxonomias sisteméticas (da biologia, botinica e zoologia) e as taxonomias atuais; entre tesauros tradicionais e outros KOS; entre ontologias ¢ os recursos dos motores de busca por palavras-chave; entre ontologias ¢ os outros KOS que nao trabalham com relagdes complexas: entre tesauros tradicionais versus tesauros conceituais, tesauros de descritores verbais, redes seménticas de grafos, mapas conceituais e, finalmente, entre mapas conceituais, tesauros e topic maps, Outras propostas mais antigas também sao dignas de nota, observando-se 0 uso de uma terminologia particular anterior & proposta do termo KOS. A destacar, a elaborada para a descricao dos ‘Iéxicos documentérios’ de Gardin (1966), que abrange “todo 0 conjunto de signos (palavras naturais, simbolos alfa-numéricos etc.) onganizados ou nao, que servem para construir representagdes indexadas de certos documentos", A diferenga das propostas anteriores, 0 autor usa, como critério, a maior ou menor correspondéncia entre tais instrumentos e a linguagem natural, separando aqueles propriamente documentaries conforme seus modos de construgao, dos relatives as linguas naturais (Iexicografia natural), que inclui glossérios e tesauros de lingua. 95 1 4 « naturelle » . sire » I (Ly) | (LD) 2 3 5 6 inorganisée onganisée correspondances _correspondances (listes «) (groupes) = LN-LD LN-LD cexplicites implicites Glossaires Thésaurus Thesaurus (Ly) (LD) 7 0 inorganisée organisée Listes « Classifications 8 9 négatives » (cx. : dictionnaires [ef fig. 2) ‘UNITERM) KWIC) ‘VOCABULAIRES ‘THESAURUS CLASSIFICATIONS (LN ow LD) (LN e LD) (LD seul) LN, Langage naturel ‘LD, Langage documentaire Figure 1 Fonte: http:/ /bbf.enssib fr/consulter/bbf-1966-05-0171-001 Na apresentagao de Gardin (1966), a primeira dicotomia ~ entre Texicografia natural’ e ‘lexicografia documentdria’ - avanga para subdivistes que colocam énfase, 98 de um lado, sob lexicografia natural, no fato de serem ou nao organizadas e, de outro, sob ‘lexicografia documentaria’, na existéncia ou nao de correspondéncias com as linguas naturais (‘correspondéncias explicitas’, nos tesauros, ¢ ‘implicitas’ nos sistemas de classificagao). Os léxicos documentérios com correspondéncias explicitas entre LN e LD se dividem em ‘nao organizadas' (‘positivas', como os Unitermos, e ‘neg como os diciondries KWIC), e ‘organizadas’ (as dlassificagdes). As ‘dlassificagdes, por sua vez, sdo organizadas quanto & sua dimensao: ‘unidimensionais/multidimensionais. As se subdividem em ‘reais’ e ‘aparentes's as ‘pluridimensionais’, quanto ao tipo de onganizacao (‘semantica’,‘sintstica’, mista’). Finalmente, as ‘classificaroes mistas’ se subdividem quanto ao modo de estruturacio (‘quase-hierrquica’, ‘analitico- sintética’, ‘facetada’), sendo que as duas primeiras ainda podem ser classificadas como “unfvocas’ ou ‘multivocas’. 7 Classifications 1 4 ‘unidimensionnelles pluridimensionnelles 2 3 rielles appareates organisations « sérantiques » 2 cegenantions mints lasifications ~~ clstfcatons——samifications (quasi) higrarchiques analyticoynthétiques a facettes Fonte: bbe O breve levantamento realizado permite verificar que as tipologias de KOS, embora se distingam pelas diferentes énfases conferidas aos aspectos privilegiados, tendem a se aproximar no que diz respeito & ldgica que governa sua apresentagio. Embora as tipologias abranjam em sua maior parte tipos de KOS estruturados, 98 algumas delas incluem instumentos sem prinefpio de organizagio (nao estruturada) como € 0 caso daqueles que recorrem ordem alfabética (a ordem do alfabeto & arbitréria) ou a enumeracao simples. Observa-se também a inclusao das Listas de Autoridade entre os instrumentos estruturados, mesmo que as primeiras tenham sido exclusivamente ordenadas de modo alfabético e apenas as mais recentes apresentem algum nivel de estruturag4o, quando langam mao de relagdes entre variagdes de designagdes (nomes e simbolos), ou superordenagae/subordinagao geogrifica (relagdes todo/parte). A ressaltar, que a proposta de Gardin (1966), considerando-se a época em que foi feita, enfoca prioritariamente as questdes semanticas, privilegiando a maior ou menor aproximagio e representagio das correspondéncias com as Iinguas naturais. Lida sob chave atual, por exemplo, sob a ética tedrico-metodolégica da Terminologi ia para a qual o3 aspectos linguistico-semanticos sio privilegiados, a proposta também se alinha as tipologias mais recentes, embora neste caso a linguagem receba énfase especial. 3. ALOGICA DA NORMA ISO 25964-1 /2 ‘A mengio A norma, neste artigo, embora escape & questio da onganizagio das tipologias propriamente ditas, pretende ressaltar os parametros recomendados para a construgio dos tesauros e sua comparagao com outros instrumentos que, por sua vea,influem decisivamente na construgao de tipologias. Embora recente, a légica pressuposta na norma corrobora & continuidade das formas de organizacao dos vocabul 3S, consequentemente, & sua classificagio tipolégica nos moldes tradicionais. A norma ISO 25964-1/2 (2011; 2012) atualiza © substitui as normas anteriores voltadas 4 elaboragio de tesauros e vocabularios, quer da prépria ISO, da BS ou da NISO/ANSI, que apresentam variagdes quanto ao titulo, alcance e profundidade no tratamento de varios aspectos, mas convergem no que tange a0 objetivo primeiro de orientar a construgao desses instrumentos. A norma é apresentada em duas partes: a parte 1, publicada em 2011, trata das recomendagies relativas ao desenvolvimento ¢ manutengio de tesauros monolingues ou ‘multilingues, incluindo formatos e protocolos para intercdmbio de dados; a parte 2 trata da interoperabilidade entre diferentes tesauros ¢ outros tipos de vocabulario estruturado, como sistemas de classificagio, listas de nomes de autoridade, 99 ontologias etc, que nao eram cobertos anteriormente por nenhuma norma internacional A principal motivagao da norma é a promocao da interoperabilidade, raza0 pela qual sao enfatizados os aspectos de preciso, considerando que a formalizagio requer a explicitagao dos aspectos que anteriormente estavam subjacentes, A norma amplia 0 rol de termos definidos e utilizados, apresentados geralmente com exemplos, ¢ aperfeigoa o sistema de simbolos e abreviagdes, antes de introduzir seu corpo principal Na primeira parte, d4 privilégio ao conceito, representado pelo termo, como uma das principais sustentacdes dos vocabulérios estruturados, detalhando os graus de equivaléncia possiveis entre os termos, tratando também de sua auséncia quando envolvem uma ou mais linguas. A parte estruturante dos vocabulérios, que ¢ 0 que mais nos interessa neste artigo, 60 sistema de relagdies entre conceitos, observando- se que ela se mantém muito préxima a norma anterior, acrescentando apenas uma mengao as estruturas nao simétricas em tesauros multilingues e multiculturais, jé que a mesma para ambos os tipos, As relagdes associativas sao descritas em detalhe com especificacao dos aspectos que justificam o relacionamento entre os termos. Também como acréscimo & edigo anterior, a norma traz um subcapitulo especifico sobre a andlise facetada para organizar os termos sob as hierarquias. Outros aspectos abordados pela norma nto serdo aqui analisados, pois nosso interesse maior sao as questdes relativas a organizagao estrutural, ‘A segunda parte da norma é dedicada 8 interoperabilidade com outros vocabul 1s, sendo o mapeamento inter-vocabulr 1s seu principal foco. Como nao existe uma norma internacional sobre outros tipos de vocabulério com os quais 0 tesauro necessita interoperar, esta parte inclui descrigo elementar sobre eles, conforme mencionamos anteriormente, Antecede o corpo principal desta parte da norma a especificagao dos termos e definigdes ilizados, geralmente com exemplos. Os objetivos da interoperabilidade e do mapeamento sao prover recursos para identificar, durante a recuperacao da informacao, expressdes correspondentes em um ou mais vocabularios, mesmo quando as linguas naturais sao diferentes. ‘A expressio em questdo pode tanto ser uma equacio de busca ou parte dos ‘metadados associados a um documento, Em ambos os casos, o mapeamento 6 0 passo chave. Se cada um dos conceitos no Vocabulério 4 foi mapeado [relativamente] 0(s) conceito(s) correspondente(s) no Vocabulirio B, torma-se possivel intercambiar (ou aumentar) os termos ou identificadores ‘que representam 0 conceito em cada um dos vocabulérios. No nivel do 100 trabalho, a iteroperabilidade & possivel pelo estabelecimento de ‘mapeamentos inter-conceitos, particularmente equivaléncia (..). Um outro aspecto da interoperabilidade é 0 aprimoramento dos instrumentos do vvocabulitio por meio de atividades come fundir miltiplos vocabulézios ou usar porgdes de um para extender outro (ISO 259642, 2012, p18, tradusio livre), 0s mapeamentos indicados pela norma podem seguir trés modelos: modelo de unidade estrutural (structural unity) quando os vocabulérios compartilham exatamente a mesma estrutura hierarquica © associativa (por exemplo, para o ‘mesmo instrumento em diferentes linguas); modelo de ligagao direta (direct-linked) para estabelecer ligagdes entre dois ou mais vocabulérios que ndo compartilham 2 mesma estrutura: estrutura com centro (hub structure) para estabelecer as correspondéncias de cada vocabulirio em relasao a um vocabulario de referéncia (180 25964-2, 2012, tradugao livre) Todos os mapeamentos sao feitos a partir de conceitos representados diferentemente conforme o tipo de vocabulério: tesauro (termos preferidos), esquema de classificagao (inotagdes), taxonomia (etiquetas ou notagdes, conforme caso), esquema de cabegalho de assunto (cabegalhos), lista de nome de autoridades (nomes), ontologia (etiquetas), terminologia (termos ou outros tipos de designacio). De um modo ou outro, os mapeamentos buscam comparar as equivaléncias, as hierarquias € as associagdes. A norma observa que, apesar de poderem ser implementados automaticamente em alguns casos, 0s mapeamentos nao prescindem da mediacao humana. 0 que foi exposto sobre a norma ISO 25964 permite verificar que: primeiro, ela nao sofreu grandes alteragdes no que diz respeito as recomendagdes para a configuracio dos instrumentos, & excegao de seu intuito de incentivar a codificagao para pemitir a interoperabilidade; segundo, que a norma continua a se orientar pelos parametros da légica classica, sustentando-se fortemente na hierarquizagao e no prinefpio da métua exclusividade, Escapam dessa condigao as associagdes nao- hierérquicas, a exemplo dos TR dos tesauros e dos recursos similares em outros instrumentos. De qualquer modo, a norma avanga no sentido de fazer recomendagdes sobre os mapeamentos que tém, como resultado, além da visualizagao comparativa, a potencialidade de destacar elementos para elaborar tipologias, No proximo item, procuratemos refletir sobre suas implicagoes. 101 4, FUNDAMENTOS DOS KOS E DAS TIPOLOGIAS DE KOS A anilise das tipologias apresentadas permite afirmar que os parametros utilizados para sua apresentagao permanecem assentados na légica cléssica, recorrendo ao principio do terceiro excluido, da nao contradigao e da identidade, tal como ocorre na maioria dos KOS. A evolugio da ldgica, no entanto, incluiu 0 desenvolvimento de outras possibilidades que nao a dicotomia, a exemplo da légica paraconsistente de Newton da Costa que “permite 0 suporte efetivo da contradigao” (SOARES; MARTIN; FRANCELIN, 2003), Enquanto na légica classica nao seria possivel afirmar, por exemplo, que ‘O homem é surdo, mas escuta’, a légica paraconsistente aceita 0 contexto dessa proposicio, pois nfo se prende ao binarismo (2003). Embora as tipologias se mostrem titeis A compreensto do estado da arte sobre o tema, cumprindo assim os propésitos priticos, & pertinente observar que 0 principio da oposicao que orienta sua construgao conduz necessariamente 2 ‘omissdes; nao apenas a auséncia de sistemas que nao alcangaram projesao ou visibilidade ¢ nao tém ‘autoridade’ (por razdes econdmicas ou culturais), como nao permite a representagio de ‘objetos fronteiricos’ (BOWKER: STAR, 1999). A questo da ‘autoridade’ se relaciona necessariamente as prioridades do pensamento dominante: a visualizagao das propostas‘subterraneas’ ou ‘marginais' implicaria seu levantamento e reconhecimento e a promogao de sua interoperabilidade, de sua codificaczo, empreendimentos que nao sao simples. 0 problema dos ‘objetos fronteirigos’, embora parega constit am outro problema, decorre do primeiro ou, de modo mais preciso, do privilégio conferido a razao ocidental. 0 que funda a construgao das tipologias - observagao que ultrapassa as tipologias de KOS - sao os principios de organizagao dicotémica que estio & sua base, Embora a maior parte das ‘classificagdes' incorporem referéncias pragmaticas — e abram seu leque para contemplar variagdes ou disjungoes a partir de uma referéncia conjuntiva - continua sendo respeitado o principio da miitua exclusividade, a exemplo da Arvore de Porfirio. Com pequenas variagdes, as tipologias confinam a apresentagao de um objeto a uma classe, sendo pouco frequente o uso das polihierarquias, que embora continuem a obedecer o prinetpio da mitua exclusividade, permite ampliar os pontos de vista abordados na tipificagio. 102 Os problemas ficariam mais evidentes se cada KOS fosse tomado como unidade de andlise, A prevaléncia dos parametros da logica clissica se mostrariam mais evidentes, a exemplo do que observa Holpe Olson (2002) que, em resenha a0 livro de Bowker e Star (1999), ‘Sorting things out: classification and its consequences’ se refere ao fato de que a CID - Classificasio Internacional de Doengas, e 2 Classificaao Decimal Universal nao sAo sistemas abangentes, ja que as classificagées sto sistemas “e sistemas tém limites que excluem, pois eles sio como tervitérios finitos’ (OLSON, 2002, p.382). Tal situacio permite compreender o lento reconhecimento da AIDs como tema potencial de doenga e mortalidade na CID (2002), Podemos observar, também, que a Classificacao Decimal de Dewey reserva apenas 0 mimero 890 (na série entre as notagdes 810-890 da classe 800) para reunir as literaturas em outros idiomas que no os ocidentais, a exemplo das linguas no oficiais como as africanas (LARA, 2012) No mesino texto, Hope (2000) refere-se ao fato de que as linguagens de comutac2o ¢ os metathesauri ~ propostas anteriores aos mapeamentos semanticos hoje previstos pela norma ISO 25964 ~ a partir de varios tipos de vocabulaios, pemitiriam acessar diferentes significantes considerando significados comuns, sem conferir privilégio a um vocabulério central sobre outro, permitindo estabelecer relacionamentos quase-hierarquicos. Reflexio em linha semelhate é feita por Garefa Gutiérrez (2007, p.10), para quem “A unidade logica 6 inimiga do diverso”, A légica que caracteriza a maior parte de nossa epistemologia nao aceita a complexidade, fazendo com que os individuos, 20 reelaborar 0 mundo, mesmo frente as suas contradigées, “sejam forgados a aceitar 0 governo de uma légica tinica e universal que nega a condicao constitucional da diversidade humana’ (GARCIA GUTIERREZ, 2007, p.10). A contradigao, para o autor, representaria 0 mecanismo classificatério que permitira acolher ideias plurais, Segundo sua proposta, a epistemologia interativa, como uma organizacao horizontal do conhecimento que adota uma estrutura rizomatica ou em rede, permitiria acolher © que havia (ou é) subtrafdo, ou excluido das formas de organizacao dominantes, a exemplo das exomemérias, as memérias anteriormente marginais. A partir do exposto, pode-se afirmar que a légica que preside a organizagio das memérias, cujo principal problema é a ocultagio, preside também o prinefpio de organizagao das tipologias. A alteragio desse quadro implicaria construir tipologias baseadas em conceitos que se ligam, mais do que se afastam, A estrutura em rede, mais do que a hierarquia, permitivia organizar 0 conhecimento de modo horizontal 103 refletindo a complexidade do mundo. Para Garefa Gutiérrez (2008), por exemplo, a epistemologia interativa permitiria propor ‘categorias tecnoculturais' que facilitariam a integracao dos sujeitos ¢ das culturas, mas mesmo essas categorias tém de ser periodicamente validadas por categorias éticas elaboradas na ‘transcultura’. Sobre os limites da légica tradicional, podemos também citar Mazzocchi (2003) que, em sua andlise sobre imagens como metiforas ou modelos de classificasao, refere-se ao impacto da arvore sobre a organizagio do conhecimento contrapondo-a as novas imagens - 0 mapa, 0 labirinto e a rede ~ dando destaque a0 rizoma proposto por Deleuze e Guattari (1987) como simbolo do perfodo pés- moderno para enfatizar a natureza contingente do conhecimento. Para ele, seu projeto tem um objetivo emancipatério, permitindo que nos desembaracemos das superestruturas dominantes ¢ paralisantes da superestrutura légico-linguistica. O rizoma também € referido por Tredinnick (2003) em contraste com a metéfora de rede, Maria José Lopez-Huertas (2003) também se refere & necessidade de repensar 0s atuais fundamentos da organizagao do conhecimento reconhecendo a grande mudanca ocorrida na produsao, na cultura, na sociedade © nas posisoes epistemolégicas nas tiltimas décadas, identificado duas infl ncias principais nesse movimento: 0 modelo de transdisciplinaridade de Nicolescu e as teorias de Garcia Gutiérrez, Sugere, como alternativas, primeiro, uma abertura e porosidade de conceitos e categorias abertas aos contextos, de modo a evitar exclusdes e quebrar as rigidas estruturas em arvore do modelo aristotélico; segundo, a adogao de estruturas nao dicotémicas para organizar essas categorias ¢ conceitos, movendo-se para sistemas transversais ou em rede sem esquecer as hierarquias, mas inchuindo-as como um dos elementos de uma estrutura; e terceiro, buscar por novas légicas para articular estruturas conceituais de modo a permitir escapar dos dlimites da dicotomia. E evidente, portanto, que os prinefpios tradicionais de organizagao nao s6 imponham limites 4 construgao dos sistemas de organizacao do conhecimento, como A construgio de suas tipologias, condicionadas que esto a obediéncia aos princfpios de redugao da complexidade, 5. CONSIDERAGOES FINAIS Aaanilise das tipologias de KOS, bem como das recomendagdes da Norma ISO 25967 mostram, de forma reiterada, que apesar das reflexdes contemporaneas que 104 destacam os limites das hierarquias, do principio da nao contradigio e da miitua exclusividade, as formas clissicas de organizagao ainda sao dominantes, Nessas tipologias, muito provavelmente os principios de organizacao permanecem aparentemente vlidos, uma vez que permitem visualizar ‘estados da arte’, a despeito da auséncia de referéncia aos sistemas desenvolvidos localmente que nao tém projeeio por nao terem sido reconhecidos como tendo ‘autoridade’. Contemplar a complexidade, mais evidente quando enfrentamos problemas de onganizagio de fendmenos das ciéncias sociais ¢ das humanidades, exigiria novas lentes, bem como novas ferramentas. Os mapeamentos semanticos podem ser uma dessas ferramentas jé que, apesar de ainda serem construfdos tendo como referéncia prinefpios classicos de organizagéo, permitem trazer & tona uma série de KOS cujo conhecimento construido pode ser consultado, escolhido, combinado e recombinado sem se prender aos vértices que estio em sua origem, apesar das lacunas relativamente as solugdes locais que nao estao vistveis por problemas de diversas ordens. Mais do que problematizar ou reorganizar os diferentes KOS, trataria-se de tirar deles insumos para a construcao de novas perspectivas de organizacao, como se os varios dispositivos, com sua carga simbélica, pudessem ser apropriados como combustivel para novas dticas de organizagao que alteram e criam novos cédigos. De qualquer modo, ¢ preciso investir na reflexto e na construgao de novas ferramentas, Como firmou Glifford Geertz, “Se vocé nao conhece a resposta, discuta a pergunta” (GEERTZ, citado por GARCIA CANCLINI, 2007). REFERENCIAS BOWKER, Geoffrey C, & STAR Susan Leigh. Sorting things out: classification and its consequences. Cambridge: MIT Press, 1999. FUJITA, Maridngela Spotti Lopes. Onganizagio e representago do conhecimento no Brasil: andlise de aspectos conceituais e da produgao cientifica do enancib no perfodo de 2005 2 2007. Tendéncias da Pesquisa Brasileira em Ciéncia da Informagao, v.1, n.1, 2008. Dispo: < Acesso em fev. 2014. GARCIA CANCLINI, Néstor. Diferentes, desiguais e desconectados: apas da interculturalidade, 2.ed, Rio de Janeiro: Ed. UFRJ, 2007. 105 GARCIA GUTIERREZ, Antonio. 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