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Quais são as diferentes consequências do processo de erosão gramatical que se dá no

início da situação de contato?


Se as condições sociolinguísticas proporcionam um maior acesso aos modelos da língua de superstrato,
menores serão a erosão e, consequentemente, a necessidade de recomposição da gramática; e quanto menor for
esse acesso, maiores serão a erosão e o processo posterior de reestruturação gramatical. E o nível de acesso à
língua de superstrato (condicionado por fatores socioculturais e demográficos) continua sendo determinante nas
fases seguintes da expansão estrutural da nova variedade linguística (seja no plano da rede de relações sociais,
seja no plano da aquisição da língua materna nas gerações seguintes), pois um menor acesso à LA abre espaço
para a incorporação e fixação de elementos gramaticais do substrato.

O que condiciona a influência do substrato nesse processo?


O grau de homogeneidade linguística dos grupos dominados e/ou pelo estatuto social desses grupos. No
plano histórico-cultural, as soluções do substrato teriam de vencer um grande obstáculo: o forte estigma que a
herança cultural africana carregava nas novas sociedades coloniais, não sendo rara a repressão aberta a essas
manifestações culturais e, principalmente, religiosas.

Transferência funcional – as variedades que surgem em fortes situações de contato


linguístico deixam erosões, rupturas, no âmbito linguístico. Otimização de recursos
gramaticais. Os meios são desenvolvidos em processos de gramaticalização (“a gente” de um
lugar, substantivo, transfere-se funcionalmente para pronome, para a gramática).

Saussure se baseava no “fato social” de Durkheim. A língua, para ele, era um sistema
abstrato social, comum a todos. Questões fundamentais para a formação socio-histórica do
PB: demografia histórica, contato linguístico, transmissão linguística irregular.
Em Portugal o fator escolaridade não é tão marcado quanto no Brasil. Temos a
polarização sociolinguística no Brasil.
Contato de populações na formação do Brasil: língua brasílica (usada para
comunicação entre portugueses, brasileiros mestiços, indígenas e africanos), jargões instáveis
de línguas africanas, africanos ladinos (aqueles que aprendiam português como L2 por meio
de interações de suas línguas e a segunda língua em aquisição, diferentemente dos boçais, que
não sabiam português inicialmente).
Os centros urbanos eram onde aconteciam os falares mais próximos aos europeus.
Minhas de pedras e metais preciosos aumentou a vinda dos africanos, o que
popularizou ainda mais o português popular, vieram mais português europeus também, em
busca de enriquecer.
Cada situação de contato é única, explicada por fatores sócio-históricos. Alguns
viram pidgins...
Mufeni fala que o que leva à mudança linguística são os movimentos, os deslocamentos, populacionais.
Formação de línguas nacionais sob a perspectiva do contato: considerar aspectos demográficos,
variação de ideoletos, situações comunicativas e atividades socioeconômicas.
Os aspectos vão determinar qual é a língua que vai nascer da situação de contato.
Mudanças intersistêmicas e inovações oriundas do contato: Reestruturação parcial
(John Holm, crioulista): o PB não tinha características de língua crioula, mas de uma língua
parcialmente reestruturada (ou transmissão linguística irregular, conforme cunhado por
Dante). O Brasil passou por situações crioulizantes.
A nativização transforma em L1 o que foi adquirido em L2. Em seguida, há uma
estabilização de interlíngua.
A não-escolarização no PB não suprimiu a força dos traços de L2. Os portugueses que
vieram de Portugal para o Brasil eram advindos de diferentes regiões de Portugal.
O input europeu foi diverso ao longo da colonização do Brasil. A próclise era padrão
no português antes de sofrer mudança, quando a ênclise passou a ser padrão.
Emílio Pagotto – Norma e condescendência (como a norma culta do PB tornou-se
diferente do PE).
A sociolinguística remete a questões sociais no estudo da linguagem. A
sociolinguística comporta os fatores externos à língua.
A norma culta é próxima ao PE, mas não é a mesma coisa. A norma popular é muito
marcada pela aquisição do português como L2.

Introdução de línguas pidgins e crioulas (livro).

História da Língua Portuguesa – Serafim da Silva Neto (já falava sobre o contato
linguístico) (nega o contato, ao mesmo tempo em que fala que o contato fez acelerar as
mudanças, pois no âmbito do estruturalismo as mudanças sociais não afetavam o sistema).

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