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Língua lexificadora = língua de superestrato, a que vai fornecer o léxico daquela

língua que está sofrendo contato.

O contato linguístico era discutido sob um viés nacionalista e impressionista, não


sociolinguístico. Guy (1989) trouxe uma hipótese de crioulização, dizendo que era impossível
não ter havido uma língua crioula na formação do PB.
Tarallo (1993) trouxe a questão com base em dados empíricos, negando a hipótese de
crioulização prévia do PB. Ele diz que em crioulização, ocorre descrioulização, porque a
língua caminha na direção da língua do colonizador. No PB, houve um processo de
afastamento entre o PB e o PE, tornando-se línguas mais diferentes. Tarallo usava textos de
pessoas cultas.
Lucchesi (1994) contesta Tarallo, que ignorava as variedades populares. O PB está
perdendo características crioulizantes. Empiricamente, se sustenta a hipótese de contato. A
hipótese da crioulização prévia no Brasil foi desacreditada, entrando em seu lugar a TLI
(transmissão linguística irregular), fruto do contato entre línguas.
Foi decisivo para a formulação da hipótese da TLI o entendimento do contato entre
línguas como processo de variação.
Teóricos: Baker (1990, 1991), Bickerton (1988, 1989) e Thokerton (1984, 1988, 1989,
1992): As consequências linguísticas dos contatos decorrem de: demografia, estrutura social
do contexto dos contatos, modelos disponíveis das línguas de substratos e superestratos.
Quanto mais distante as línguas (do colonizador e do colonizado), é mais fácil que se torne
um crioulo, e não uma variedade da língua alvo.
Cada situação de contato é única.
Línguas crioulas: situações extremas de contato em que não se tinha língua comum e
era necessário criar um código. Nisso, acontecia erosão de morfologia (marcadores de tempo,
modo e aspecto verbal, além de construções com verbos seriais [verbos que passam a
funcionar como preposições/complementos em línguas crioulas]). Sistema verbal analítico
TMA perde substância fônica e carga semântica, convertendo-se em afixos gramaticais.
Linguística de contato (tendencias estruturais morfossintáticas das línguas pidgins e
crioulas): (MÜHLHÄUSLER, 1986, p. 152-165) (WINFORD, 2003, p. 275-276)
(BICKERTON, 1981, 1984, 1988). Holm chama de reestruturação parcial do Português o
fato do PB ter traços crioulizantes. Todas as características (ver slide) são evidências de
contato, não de deriva. O contato aconteceu, só não foi tão radical a ponto de acontecer uma
crioulização.
Baxter (1995) discute a importância do contato entre línguas na sócio-história do
português do Brasil (PB). Para que essa discussão aconteça, é necessário investiga-lo com
ênfase nas variedades que historicamente estiveram mais propensas à aquisição do português
como L2 (variedades mais ligadas às línguas africanas e às línguas indígenas).
Alan Baxter explica as situações de contato linguístico na história do Brasil: contato
→ bilinguismo → domínio do português → gradual abandono das outras línguas.
Transmissão linguística irregular para os descendentes: falantes adultos africanos e indígenas
falam o português como L2 → o português adquirido como L2 passa a ser modelo para
aquisição de L1 para os descendentes → variedades de L2 e L1 para os descendentes futuros.
As crianças que nascem vão recompondo as erosões mais perdidas.
Nas situações de crioulização, pidginação, na situação de multilinguismo generalizado,
a massa de adultos falantes subjugados (geralmente), esboça-se uma língua com base no
léxico do colonizador, uma língua comum (chamada de língua de superestrato). O processo
de evolução desse código se dá na devida ordem: jargão → pidgin → crioulo. O pidgin vai
sendo nativizado, e torna-se um crioulo. A língua alvo é erodida, resumindo-se a palavras, daí
a língua vai se reconstruindo, o que gera o crioulo.

 Verificar no slide: nuances no processo de mudanças linguísticas induzidas


pelo contato entre línguas.

As línguas crioulas envolvem simplificações gramaticais próprias. Consequentemente,


as línguas que passaram por TLI apresentam em maior ou menor grau, alterações.
- A realidade sociolinguística brasileira: circunstancias sociais (escravizados da casa
grande, da lavoura, do agropecuário, da plantação) → final do século XIX e início XX:
deixou de ser diatópico e virou diastrático com a migração para os centros urbanos.

Mattos e Silva identificou supressão de artigo em línguas indígenas (1988, p. 106-107)


Mendes (1985) português angolano também identificou essa supressão. Ambas as
línguas (indígenas e africanas) tendo isso em comum podem indicar uma competência da
linguagem, que tende a ignorar marcações com pouco valor semântico, como o artigo.

No SN, primeiro se aprende o artigo → concordância de gênero → concordância de


numero
No SV, primeiro é o tempo/aspecto → (concordância? verificar slide) → modo/pessoa
TLI possui consequências menos abruptas, drásticas. O processo variável (Lucchesi,
2015).
 Fichar textos dos seminários.

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