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MODELAGEM DA QUALIDADE DA ÁGUA

BASES PARA O ENQUADRAMENTO


AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS UNIVERSIDADE FEDERAL
REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL E SANEAMENTO BÁSICO DO PARANÁ
MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO REGIONAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
Jair Bolsonaro
Presidente da República

MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO REGIONAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

Daniel Ferreira Victor Godoy Veiga


Ministro Ministro

AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS UNIVERSIDADE FEDERAL


E SANEAMENTO BÁSICO DO PARANÁ

Diretoria Colegiada Reitoria


Veronica Sánchez da Cruz Rios (Diretora-Presidente) Ricardo Marcelo Fonseca (Reitor)
Vitor Saback Graciela Bolzón de Muniz (Vice-reitora)

MODELAGEM DA QUALIDADE DA ÁGUA


Maurício Abijaodi
Filipe de Mello Sampaio Cunha
Ana Carolina A. N. de Castro

BASES PARA O ENQUADRAMENTO

BRASÍLIA - DF

ANA
2022
© 2022, Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS E SANEAMENTO BÁSICO
Setor Policial Sul, Área 5, Quadra 3, Blocos B, L , M, N, O e T.
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capa e infografia Equipe Técnica
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de fonte foram elaborados pela ANA.
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Fotografias
dados: cedoc@ana.gov.br. Carlos Alberto Perdigão Pessoa
Raylton Alves / Banco de Imagens ANA
Disponível também em: https://www.ana.gov.br/ Sérgio Rodrigues Ayrimoraes Soares
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É permitida a reprodução de dados e de
e Saneamento Básico UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ
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desde que citada a fonte.
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Cristóvão Vicente Scapulatempo Fernandes Carlos Augusto Wroblewski
Luis Henrique da Costa
Coordenação Técnica Luiz Carlos Zem
Eduardo Vedor de Paula
Regina Tiemy Kishi Iniciação científica
Tobias Bernward Bleninger André Luiz de Souza Bonfim
Joaquin Ignacio Bonnecarrere Garcia Beatriz Tiemi Kawano
Dário Hossoda
Equipe técnica Gabrieli Senger
Haddoula Galbert
Pós-Graduados Irani dos Santos
Alexei Nowatski Jhenifer Priscila
Bruna Arcie Polli Laura Beatriz Krama
Danieli Mara Ferreira Mariana Gomes dos Santos
Gabriel Henrique de Almeida Pereira Marina Fernanda de Oliveira Cordeiro
Julio Werner Yoshioka Bernardo Thiago Francisco Godoy
Marcelo Coelho Ugo Maranhão Leal
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Vitória Pfaffenzeller
Pós-Graduandos
A265f Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (Brasil).
Alana Louise Werneck Lassen Consultores
Modelagem da Qualidade da Água na Bacia do Paranapanema: Bases para o
Ana Carolina Canossa Becker Antonio Ostensky Neto
Enquadramento / Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico.
Arthur Humberto Rocha Ferreira Fernando Mainardi Fan
– Brasília : ANA, 2022.
Camila Goulart Helder Nocko
84p.: il.
Camila Carvalho Almeida de Bitencourt Klajdi Sotiri
ISBN: 978688101230
Daniel Passeti Luciene Stamato Delazari
Eileen Andrea Acosta Porras Sidnei Agra
1. Qualidade de água – Água – Uso. 2. Paranapanema, Rio, Bacia. I. Título.
João Marcos Carvalho Silvana Philippi Camboim
CDU 628.161.1 Stephan Fuchs

Elaborada por Fernanda Medeiros – CRB-1/1864


COMITÊ DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO PARANAPANEMA (CBH)

DIRETORIA

Presidente
José Luiz Scroccaro
Primeiro Vice-Presidente
Marco André F. D’Oliveira
Segundo Vice-Presidente
Carla Beck
Secretária
Suraya Damas O. Modaelli
Secretário Adjunto
Carlos Eduardo S. Camargo

CÂMARA TÉCNICA DE INSTRUMENTOS DE GESTÃO (CTIG)


COMITÊ DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO PARANAPANEMA (CBH)

Associação Brasileira de Recursos Departamento de Água e Energia Elétrica do Secretaria da Agricultura e Abastecimento do Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Hídricos (ABRHidro) Estado de São Paulo (DAEE) Estado PR (Seab) Antonio Cezar Leal - Titular
Luis Sergio de Oliveira - Suplente David Franco Ayub - Titular Antonio Carlos Barreto - Titular
Álvaro Yanagui - Suplente Fernando Emmanuel G. Vieira - Suplente Universidade Tecnológica Federal do
Associação do Sudoeste Paulista de Irrigantes Paraná (UTFPR)
e Plantio na Palha (Aspipp) Faculdade Cristo Rei (FacCRei) Secretária de Estado do Desenvolvimento Ricardo Nagamine Costanzi - Titular
Uiara Queli Valim Almeida - Titular Moniki Campos Janegitz - Suplente Sustentável e do Turismo (Sedest)
Rosimeire Borges Passos Aveiro - Suplente João Lech Samek - Titular Usina Santa Terezinha (Usaçucar)
Federação da Agricultura do Estado do Danielle Teixeira Tortato - Suplente Dominique Martins Sala - Titular
Associação Regional dos Engenheiros de Paraná (Faep) Vivian Mussolini Desidério - Suplente
Itapeva (Arespi) Carla Beck Kersting - Titular Secretaria Estadual de Infraestrutura e
Marco André Ferreira D’Oliveira - Titular Bruno Vizioli - Suplente Meio Ambiente (Sima)
Carlos Eduardo S. Camargo - Titular
Associação Turística do Norte Pioneiro Federação da Agricultura e Pecuária do Suraya Damas Oliveira Modaelli - Suplente
do Paraná (Atunorpi) Estado de São Paulo (Faesp)
Michael Couto Mendes - Titular Gilmar Ogawa - Titular Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE)
Antonio Salvador Consalter - Suplente Palmital/SP
Companhia Ambiental do Estado de Luis Antonio Ferreira - Titular
São Paulo (Cetesb) Instituto Água e Terra (IAT)
Hilton Iwao Ubukata - Titular Christine da Fonseca Xavier - Titular Sindicato Rural de Jacarezinho/PR
Geraldo do Amaral Filho - Suplente Luiz Fornazzari Neto - Suplente Eduardo Sérgio Assumpção Q. Braga - Titular

Companhia de Saneamento Básico do Prefeitura Municipal de Alvares Machado Universidade Estadual do Norte do
Estado de São Paulo (Sabesp) Guilherme Bortoluzzi Cabrera - Titular Paraná (Uenp)
Sérgio Hideki Yamashita - Titular Carlos Eduardo Gonçalves Aggio - Suplente
Prefeitura Municipal de Alvorada do Sul/PR
Companhia de Saneamento do André Luiz Debiasio - Titular Universidade do Oeste Paulista (Unoeste)
Paraná (Sanepar) Ever Donizete Dugolin - Suplente Elson Mendonça Felici - Suplente
Thaisa Carolina Ferreira Waiss - Titular
Julio Kazuhiro Tino - Suplente
APRESENTAÇÃO 09

1 CONTEXTO 11

2 BACIA DO RIO PARANAPANEMA 17

3 PROCESSO DE ELABORAÇÃO 27

4 BASES PARA O ENQUADRAMENTO 45

5 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES 79

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 82
Rio Paranapanema, em Marilena (PR)
Raylton Alves / Banco de imagens ANA
APRESENTAÇÃO
O enquadramento dos corpos de água era a Portaria no 13, de 15 de janeiro de 1976,
em classes, segundo os usos preponde- do antigo Ministério do Interior. Contudo,
rantes da água, é um dos instrumentos em função da revogação desta portaria e em
previstos da Política Nacional de Recursos virtude dos novos normativos de enquadra-
Hídricos, a Lei 9433/1997, e tem como ob- mento aqui mencionados, surge a necessi-
jetivo “assegurar às águas qualidade com- dade de adequação do instrumento a partir
patível com os usos mais exigentes a que de uma nova proposta de enquadramento
forem destinadas” e “diminuir os custos de para a Bacia do Paranapanema.
combate à poluição das águas, mediante
Esta nova proposta demanda uma abor-
ações preventivas permanentes”. O enqua-
dramento oferece ainda subsídio à outorga dagem técnica mais robusta no que se refere
para o uso da água, sempre condicionada às ao diagnóstico e prognóstico da qualidade
prioridades de uso estabelecidas nos Planos da água nos rios e reservatórios da bacia.
de Recursos Hídricos e respeitando a classe Neste sentido, é recomendável a utilização
em que o corpo de água estiver enquadrado. de modelos de simulação de qualidade de
água capazes de apontar a origem, o cami-
O processo de enquadramento é par- nho e o destino das cargas poluentes, bem
ticipativo e exige estudos para determinar como apontar cenários e alternativas para
os usos dos recursos hídricos na bacia, as que se alcancem as metas de qualidade de
condições de qualidade da água presentes e água propostas com base nos usos dos re-
futuras e as classes de qualidade adequadas cursos hídricos na bacia hidrográfica.
para os trechos dos corpos de água da bacia
hidrográfica. Para orientar o processo, a Re- Dessa forma, uma cooperação entre a
solução CNRH no 91/2008 estabelece pro- Universidade Federal do Paraná - UFPR e a
cedimentos gerais para o enquadramento, Agência Nacional de Águas e Saneamento
incluindo a elaboração de uma proposta de Básico - ANA foi firmada e, a partir do uso
enquadramento, que prevê etapas de diag- de modelos hidrodinâmicos de simulação
nóstico, prognóstico, propostas de metas de qualidade de água, o presente estudo
relativas às alternativas de enquadramento foi concebido com o objetivo de gerar bases
e programa para efetivação. Por fim, o en- técnicas para subsidiar a construção de uma
quadramento dos corpos de água nas clas- proposta de enquadramento com a partici-
ses de uso deve ser submetido à apreciação pação dos atores envolvidos com a gestão
do Comitê da bacia hidrográfica, para pos- dos recursos hídricos na bacia do Paranapa-
teriormente ser encaminhado ao Conselho nema.
de Recursos Hídricos para sua aprovação e Portanto, a ANA e a UFPR apresentam
publicação da respectiva Resolução. o estudo Qualidade de Água na Bacia do
As águas da bacia do rio Paranapanema Rio Paranapanema – Bases para o Enqua-
foram classificadas em 1980 de acordo com dramento como uma relevante contribuição
a proposta apresentada pelo Comitê Execu- ao planejamento e à implementação deste
tivo de Estudos Integrados da Bacia Hidro- importante instrumento de gestão dos re-
gráfica do Rio Paranapanema (CEEIPEMA). cursos hídricos na bacia do Paranapanema
A legislação vigente sobre o tema à época e no Brasil.

Represa de Jurumirim, em Piraju (SP)


Raylton Alves / Banco de imagens ANA
1 CONTEXTO

PONTO DE PARTIDA - PIRH PARANAPANEMA


O PIRH Paranapanema foi concebido Como agente condutor da implementa-
como um instrumento de planejamento, ção e acompanhamento das ações do PIRH
gestão e integração da bacia, pactuado a Paranapanema, e visando atender às expec-
partir de um arranjo institucional que envol- tativas dos usuários da bacia, o CBH Para-
veu a ANA, os órgãos gestores estaduais, o napanema contemplou as ações GRH.A.4.1
CBH Paranapanema e os seis CBHs Afluen- e GRH.A.4.2 no conjunto das 20 ações, den-
tes, além da participação contributiva de tre as 123 integrantes do PIRH que, devido
atores estratégicos. à sua importância ou interesse prioritário da
sociedade, foram inseridas no Manual Ope-
Com vistas à construção de um ade- rativo (MOP).
quado planejamento do uso dos recursos
hídricos na bacia, o PIRH Paranapanema Esse instrumento de planejamento
estabeleceu diretrizes para o aumento da (MOP) tem por objetivo promover a con-
quantidade e a melhoria da qualidade dos cretização das medidas eleitas como prio-
recursos hídricos disponíveis. ritárias no Plano de Ações, por meio do es-
tabelecimento de roteiros e procedimentos
A partir dessas diretrizes, o Plano de detalhados, elaboração de estudos de base
Ações do PIRH definiu estratégias de atu- e configuração dos arranjos institucionais
ação reunidas nos componentes temáticos necessários.
Gestão de Recursos Hídricos (GRH) e Inter-
venções e Articulações com Planejamento Portanto, as diretrizes e recomendações
Setorial (STR). apontadas no PIRH Paranapanema e a ação
correspondente, priorizada no MOP, con-
No âmbito do primeiro componente, o jugaram-se e resultaram na contratação,
programa GRH.A – Instrumentos de Gestão, pela ANA, do presente estudo, cujo objetivo
subprograma GRH.A.4 – Enquadramento é a produção de subsídios técnicos para o
apontou como meta a necessidade de avan- processo de enquadramento dos rios e re-
ços na definição de estratégias para elabo- servatórios federais da bacia em classes de
ração de propostas de enquadramento de qualidade que atendam os usos preponde-
cursos d’água federais. rantes da água.

Silvicultura em Congonhinhas (PR)


Raylton Alves / Banco de imagens ANA
Tais subsídios focam principalmente na
necessidade de redução das cargas polui-
gidos critérios de qualidade que permitem
o uso da água para os usos preponderantes
1 CONTEXTO
doras que alcançam os rios e reservatórios mais comuns nas bacias onde há a imple-
bacia, tendo como objetivo assegurar que mentação do instrumento do enquadramen-
a qualidade da água esteja adequada para to, notadamente o abastecimento público
seus diversos usuários. Neste caso, enten- após tratamento. Por outro lado, a Classe 4
de-se que a qualidade da água é avaliada envolve padrões de qualidade da água me-
por meio dos parâmetros que geralmente nos exigentes, o que restringe o uso dos
são priorizados no processo de enquadra- recursos hídricos a poucas atividades, tais
mento e considerados na expedição de ou- como a navegação.
torgas para o uso da água.
Neste contexto, o presente estudo foi
Com base nas concentrações destes pa- desenvolvido com foco em: GESTORES
râmetros nas águas superficiais, a Resolu-
• Apontar as áreas prioritárias para a gestão ESTADUAIS
ção CONAMA no 357/2005 define conjuntos
da qualidade da água na bacia em fun-
de padrões de qualidade para cinco classes
ção da produção de cargas poluidoras da CBHS
para as águas doces de rios e lagos: Espe-
água; AFLUENTES
cial, 1, 2, 3 e 4.
• Identificar as principais fontes de polui-
A Classe Especial é a categoria em que a
ção, quantificando suas respectivas car- ATORES
qualidade da água deve estar praticamente
gas; ESTRATÉGICOS
livre de interferências humanas, isto é, livre
de lançamentos de cargas poluidoras decor-
rentes de atividades antrópicas. Portanto, é
• Estimar o potencial de redução das cargas
poluidoras nas divisões hidrográficas;
PIRH
a classe adequada para a proteção e preser-
• Indicar a necessidade de redução para
PARANAPANEMA
vação dos ecossistemas aquáticos em sua
que as metas previstas nas classes de
integridade.
qualidade de água sejam atingidas nos
Para as classes intermediárias são exi- trechos de domínio federal.

GRH
Gestão de PLANO DE AÇÕES
Recursos
Hídricos
GRH.A.4.2
GRH.A.4.1
STR
Intervenções e
Articulações com
Planejamento
Setorial

(MOP)
Manual Operativo

QUALIDADE DE ÁGUA NA

BASES PARA O
ENQUADRAMENTO
1 CONTEXTO

PRESERVAÇÃO PROTEÇÃO DAS RECREAÇÃO AQUICULTURA ABASTECIMENTO RECREAÇÃO PESCA IRRIGAÇÃO DESSEDENTAÇÃO NAVEGAÇÃO HARMONIA
DO EQUILÍBRIO COMUNIDADES COM PARA O COM DE ANIMAIS PAISAGÍSTICA
Usos da NATURAL DAS
COMUNIDADES
AQUÁTICAS CONTATO
DIRETO
CONSUMO
HUMANO
CONTATO
INDIRETO

ÁGUA
AQUÁTICAS

Classe mandatória Após


desinfecção
Classe em Unidades de
ESPECIAL Conservação e
Proteção Integral

Hortaliças
Classe Classe
Após consumidas
cruas e frutas que

01
tratamento
mandatória se desenvolvem
simplificado
em Terras rentes ao solo
Indígenas e que sejam
ingeridas com
casca

Após Hortaliças,
Classe tratamento frutíferas,

02
convencional parques, jardins,
campos de
esporte e lazer

Após Culturas
Classe tratamento arbóreas,

03
avançado cerealíferas e
forrageiras

Classe

04
2 BACIA DO RIO
PARANAPANEMA

O rio Paranapanema se localiza na divi- realizadas na bacia destacam-se a agrope-


sa entre os estados de Paraná e São Paulo. cuária e a indústria.
Após percorrer um curso de 930 km desde
O rio Paranapanema representa um
sua nascente principal, no sudeste de São
importante eixo de geração de energia hi-
Paulo, o Paranapanema deságua no rio
drelétrica no país, contando para isso com
Paraná. O PIRH Paranapanema (ANA, 2016)
uma cascata de reservatórios em seu corpo
reúne importantes informações sobre a
principal. Além da geração de energia, es-
bacia.
tes reservatórios fornecem água para usos
A bacia hidrográfica do rio Paranapane- diversos e estratégicos na escala regional,
ma ocupa 1,2% do território brasileiro e pos- com destaque para a produção agrícola e
sui área total de 106 mil km², com 49% desta industrial.
área no Paraná e 51% em São Paulo. Dentro
dos limites da bacia estão inseridos, total ou A Resolução CNRH no 109, de 13 de
parcialmente, 247 municípios. Destes muni- abril de 2010, incluiu no território da bacia
cípios, 230 possuem suas sedes na bacia. a Unidade de Gestão de Recursos Hídricos
do Paranapanema - UGRH Paranapanema
A população da bacia é de cerca de 4,7 com o objetivo de priorizar a implementação
milhões de habitantes, segundo o censo dos comitês de bacia e dos instrumentos
de 2010 (IBGE, 2010). Quase 90% desta da Política Nacional de Recursos Hídricos.
população é urbana. O Paraná concentra a Entre tais instrumentos, o enquadramento
maior parte dos habitantes da bacia (63%). dos corpos hídricos em classes de qualidade
Os municípios mais populosos com sede na segundo os usos preponderantes da água
bacia são Londrina, Maringá e Ponta Grossa, é aquele com foco específico na gestão da
no lado paranaense, e Presidente Prudente qualidade de água. Dentro da UGRH Para-
e Itapetininga, no estado de São Paulo. napanema, também foram definidas seis
No contexto socioeconômico nacional, Unidades de Gestão Hídrica (UGHs) e seus
a bacia do Paranapanema abriga 2,3% da respectivos comitês com base nos principais
população do país e concentra aproxima- rios afluentes. A Figura 2 apresenta a UGRH
damente 2% do PIB brasileiro (ANA, 2016). Paranapanema, com suas UGHs e as sedes
Entre as principais atividades econômicas urbanas mais populosas.
Ponte Hélio Serejo, Presidente Epitácio (SP)
Raylton Alves / Banco de imagens ANA
2 BACIA DO RIO PARANAPANEMA
BR
A gestão dos recursos hídricos da bacia do rio Paranapanema conta, além da
ANA e dos órgãos gestores estaduais (IAT e DAEE), com o CBH Paranapanema,
A bacia do rio Paranapanema no âmbito interestadual, e com os seis CBHs Afluentes, cuja área de atuação
ocupa uma área de cerca de coincide com a delimitação das Unidades de Gestão Hídrica (UGHs).

106.500 KM² PONTAL DO


PARANAPANEMA
SP
MÉDIO

49%
PARANAPANEMA

SP
no estado de São Paulo
PR ALTO
PARANAPANEMA
MS
PIRAPONEMA
BACIA DO RIO MG
SP
PARANAPANEMA
SÃO
PAULO

51% PR PR
CURITIBA
NORTE
no estado do Paraná PIONEIRO
SC TIBAGI

A bacia do rio
Paranapanema abrange

247municípios
no total
230 sedes
municipais
4,7
milhões de
habitantes
2,3%
da população
do país
90%
da população da
bacia é urbana
2%
do PIB
brasileiro
A qualidade da água numa bacia hidro-
gráfica tem forte relação com as atividades
ra na área de estudo.
Para fins de modelagem, no presente
2
Para estimar o grau de intervenção hu-
mana no território da bacia do Paranapane-
BACIA DO RIO PARANAPANEMA
A partir deste levantamento, conclui-se
que 18% da área da bacia ainda se encontra
exercidas em seu território, uma vez que ma, as classes de uso da terra foram agru- em seu estado natural e 80% estão ocupa-
estudo, optou-se por agrupar as classes de
esta reflete o aporte de poluentes delas de- padas em áreas sob influência antrópica e das por classes de uso antrópico, incluindo
cultura temporária, cana-de-açúcar, milho,
correntes. O levantamento do uso da terra aquelas que se apresentam em seu estado culturas permanentes e temporárias, áre-
soja e os pivôs, na classe “Cultura Temporá-
fornece uma visão geral das atividades pra- natural de preservação, como as áreas de as urbanizadas, pastagens e silvicultura.
ria”. Do mesmo modo, as classes de culturas
ticadas na bacia. floresta e campestres, seguindo as propos- Dois por cento da área total são ocupadas
permanentes (citrus e café) foram agrupa-
tas metodológicas do Manual Técnico de por rios e reservatórios dos mais variados
Neste estudo, a informação apresentada das em apenas uma única classe denomina-
Uso da Terra (IBGE, 2013). portes.
no PIRH Paranapanema sobre o uso da terra da “Cultura Permanente” reduzindo o total
e a cobertura vegetal na bacia do Paranapa- de classes de uso de doze para oito.
nema foi fundamental para as estimativas da Neste novo mapeamento, predominam as
produção de cargas poluidoras pelos mode- classes de pastagem e de culturas temporá-
los computacionais. A figura abaixo mostra rias. Somadas, estas classes de uso chegam ESTADO DE PRESERVAÇÃO/DEGRADAÇÃO
um levantamento dos principais usos da ter- a aproximadamente 70% da área do estudo. DO USO DA TERRA
2 1,1
1,1
CLASSES DE COBERTURA VEGETAL E USO DA
8,3 4,1
TERRA NA BACIA DO PARANAPANEMA
SP
USO DA TERRA E COBERTURA VEGETAL
NA BACIA DO PARANAPANEMA
33,5
36,2

SP
13,9

Usos da Terra (%)

URBANO

CAMPESTRE

CULTURA PERMANENTE PR
CULTURA TEMPORÁRIA

FLORESTAL

PASTAGEM

SILVICULTURA

ÁGUA PR

2%
RIOS E
80%
USO
18%
ESTADO
RESERVATÓRIOS ANTRÓPICO NATURAL

ÁGUA ANTRÓPICO NATURAL


ESTADO DE PRESERVAÇÃO/DEGRADAÇÃO DO USO DA TERRA
2 BACIA DO RIO PARANAPANEMA

As Áreas de Preservação Permanen- reter parte da poluição hídrica de fonte di- A bacia do rio Paranapanema possui vem ser enquadradas na classe especial,
te - APPs são áreas protegidas pela Lei fusa, contribuindo para a qualidade da água diversas unidades de conservação. Para mantendo as condições de qualidade mais
12.651/2012 com a função de preservar os em rios e reservatórios. o enquadramento dos corpos hídricos em próximas às condições naturais.
recursos hídricos, a paisagem, proteger a Neste estudo foi realizada a delimitação classes de qualidade, segundo os usos pre- Em função da importância destas unida-
biodiversidade, proteger o solo e assegurar das APPs da bacia do Paranapanema. A par- ponderantes, as Unidades de Conservação des de conservação para o enquadramento,
o bem-estar das populações humanas. As tir daí, foi feita uma análise espacial sobre o de Proteção Integral são áreas de especial estas áreas também foram analisadas quan-
APPs também têm um papel importante de grau de preservação destas áreas. interesse. De acordo com a Resolução CO- to ao grau de preservação/degradação. Os
NAMA no 357/2005, nestes locais, as águas resultados mostram que as áreas de pro-
que banham estas unidades devem ser teção integral da bacia, que representam
CATEGORIAS DE APPS E SEU RESPECTIVO GRAU DE PRESERVAÇÃO/DEGRADAÇÃO
destinadas prioritariamente à preservação 1,2% do total de seu território, estão em bom
45,9 (Km²) 8,9 (Km²)
dos ambientes aquáticos e, portanto, de- estado de conservação.
Nascente 83,8% 16,2%
1.793,1 (Km²) 1.584,3 (Km²) PRESERVAÇÃO E DEGRADAÇÃO DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO DE PROTEÇÃO INTEGRAL
Rios > 10 m 53,1% 46,9%
0,1 36,2 177,9 (Km²)
30,1 (Km²) 16,9 (Km²)
Estação
Rios < 10 m 64,1% 35,9% 0,1% 16,9% 83,8%
Ecológica
331,4 (Km²) 135,6 (Km²) 1,1 1,1 (Km²)

Reservatórios 71% 29% Monumento


49,0% 51,0%
3,8 (Km²) 2,5 (Km²)
Natural
0,8 118,6 823,0 (Km²)
Declividade 60,7% 39,3%
ANTRÓPICO 303,1 Parque 0,1% 12,6% 87,3%
249,4 (Km²) (Km²)
Áreas de 0,1 0,7
NATURAL
Uso Restrito 45,1% 54,9% (Km²)
Refúgio da
Vida Silvestre 14,3% 85,7%
ÁGUA
22,1 127,1 (Km²)
PRESERVAÇÃO Reserva
DEGRADAÇÃO Biológica 14,8% 85,2%
A partir dos resultados desta análise espacial, observa-se que as APPs das nascentes
apresentam maior grau de antropização (84%), seguidas das áreas que margeiam reserva-
tórios (71%) e dos rios com menos de 10 metros de largura (54%). A figura abaixo mostra a si- Assim como as unidades de conser-
tuação das categorias de APPs com maior grau de antropização. As classes de uso antrópico ESTADO DE PRESERVAÇÃO DAS
vação de proteção integral, as águas que TERRAS INDÍGENAS NA BACIA.
que mais avançam sobre as APPs da bacia são as pastagens e culturas temporárias. banham terras indígenas têm uma classe de
0,2%
enquadramento predefinida pela resolução
CONAMA no 357/2005. Nas Terras Indíge- 56,4% 43,4%
PROPORÇÃO DE DIFERENTES TIPOS DE USO DA TERRA NAS APPS DA BACIA. nas, a água deve ser destinada principal-
mente à proteção das comunidades aquá-
4,0%
13,5% 27,6% 12,2% 40,8% ticas, mantendo qualidade compatível com
ANTROPIZAÇÃO 19,6% 35,7%
1,1%
os critérios da classe 1. Segundo a análise,
PASTAGEM
1,8%
pouco mais da metade das terras indígenas ÁGUA
CULTURA TEMPORÁRIA se encontra preservada quanto à cobertura
8,4% PRESERVAÇÃO
SILVICULTURA vegetal original.
9,5% DEGRADAÇÃO
ÁREA URBANA RIOS NASCENTES RESERVATÓRIOS
CULTURA PERMANENTE 1%
32,6% 0,3%
FLORESTA
2,4%
CAMPESTRE
18,9%
PRESERVAÇÃO
0,3% 5,2% 31,6% 31,4%
0,7%
A Figura aponta áreas da bacia do Pa-
ranapanema onde o enquadramento deve
rão ser enquadrados na classe 1, e unida-
des de conservação de proteção integral
2 BACIA DO RIO PARANAPANEMA
18%
4%
0,6%

seguir estas classes mandatórias (especial a montante do reservatório de Rosana, no


e classe 1). No mapa é possível identificar rio Paranapanema, onde, em princípio, a
terras indígenas no curso médio do rio Ti- água deverá ser compatível com a classe
bagi, indicando que aqueles trechos deve- especial.
SOBREPOSIÇÃO DAS RESTRIÇÕES AO USO DA TERRA
NA BACIA DO PARANAPANEMA
UNIDADES DE CONSERVAÇÃO DE PROTEÇÃO INTEGRAL E TERRAS INDÍGENAS

SP 77%

SP

NÚMERO DE RESTRIÇÕES
LEGAIS AO USO DA TERRA
SEM RESTRIÇÕES

PR 4

ESTAÇÃO ECOLÓGICA
PR
PARQUE
ÁREAS DEGRADADAS E PRESERVADAS DAS
RESTRIÇÕES DE USO DA TERRA
REFÚGIO DA VIDA SILVESTRE

RESERVA BIOLÓGICA
1.897,4 214,3 23,0 1,09 (Km²)
MONUMENTO NATURAL 2,3% 1,1% 0,6% 0,2%
TERRAS INDÍGENAS

Também foi realizada uma análise es- O resultado é o somatório das diferentes
pacial integrada levando em consideração categorias de restrições sobrepostas, cujo 82,0% 73,9% 72,5% 73,1% 69,3% 57,8% 85,8%

informações sobre as restrições legais ao valor máximo foi de seis na bacia do Para-
uso da terra na bacia do Paranapanema, en- napanema. Também foi realizado o cálculo de áreas

14.548,5
67.412,2

2.833,4
tre elas: APPs, Unidades de Conservação e

468,6
degradadas e preservadas das restrições ao

44,8
Observa-se que, além das APPs, que

0,01
1,2
suas subdivisões, Áreas Prioritárias para uso da terra, na qual pode ser analisada na
são áreas com uso restrito bem distribuídas
Conservação da Biodiversidade Brasileira, Tabela.
por toda a bacia, as regiões de cabeceiras
Terras Indígenas, Tombamentos, manan-
do Paranapanema e seus maiores tributários
ciais de abastecimento e assentamentos
apresentam pelo menos uma restrição legal
do INCRA.
ao uso do solo. Isto revela uma preocupação

12.937,7
ÁGUA

1.052,4
A análise, baseada no relatório técni- do poder público com a conservação dessas

4.927,8

171,5

0,00
19,9

0,9
PRESERVAÇÃO
co de Silva (2019) e Silva e Paula (2020), áreas e indica maior potencial de efetividade 15,7% 25,0% 26,9% 26,7% 30,7% 42,2% 14,2%
DEGRADAÇÃO
envolveu 15 variáveis, com a sobreposição das ações voltadas para a garantia da qua-
das classes de restrições ao uso da terra lidade da água relacionadas com a imple- (Km²) (Km²) (Km²) (Km²) (Km²) (Km²) (Km²)
na forma de matrizes (NOWATZKI, 2019). mentação do processo de enquadramento.
CLASSES 0 1 2 3 4 5 6
3 PROCESSO
DE ELABORAÇÃO

A gestão da qualidade da água por meio


do enquadramento dos corpos hídricos
visa principalmente o controle das cargas
poluidoras que a impacta de modo a evitar
sua degradação e garantir o recurso para
os múltiplos usos na bacia hidrográfica.
A qualidade da água nos rios e reser-
vatórios é variável no tempo e no espaço,
dependendo da produção de cargas po-
luentes na bacia hidrográfica e de onde,
quando e como estas cargas atingem os
corpos hídricos. Existem também ques-
tões intrínsecas aos corpos hídricos e às
próprias cargas e seus constituintes que
determinam a qualidade da água, além de
inúmeros outros fatores.

Reservatório de Capivara, Sertaneja (PR)


Raylton Alves / Banco de imagens ANA
3 PROCESSO DE ELABORAÇÃO
EUTROFIZAÇÃO - INDICADORES
Entender a dinâmica dos poluentes, Neste estudo foi utilizada uma abordagem
principalmente cargas orgânicas e nutrien- metodológica que integra diferentes modelos
tes, desde sua origem no território da bacia, matemáticos utilizados para simular a pro- Os indicadores de qualidade de água mais estreitamente relacionados
seu fluxo, nos rios, e seu destino, nos re- dução das cargas poluidoras na bacia, isto é, com a eutrofização representam fontes poluidoras ricas em nutrientes e
servatórios do Paranapanema, é um passo a origem, o caminho destas cargas ao longo matéria orgânica. São eles:
fundamental para planejar ações de controle dos rios Paranapanema e Itararé e o impac-
da poluição hídrica que garantam água de to das cargas nos reservatórios da bacia.
qualidade para o meio ambiente e os usuá- O objetivo do estudo é fornecer bases técni-
rios da água. cas e conhecimentos para o processo de en-
Modelos computacionais e simulações
quadramento dos corpos hídricos em classes FÓSFORO E NITROGÊNIO FÓSFORO
de qualidade de água, de acordo com o que São nutrientes para plantas
de qualidade da água tem sido cada vez
prevê a Política Nacional de Recursos Hídricos aquáticas e algas que 15 PLANTAS
mais empregados para a compreensão da

P
FE AQUÁTICAS
(Lei Federal 9.433/1997). desencadeiam o processo de RT
dinâmica destes poluentes ao longo da rede IL
IZ
eutrofização nos reservatórios. AN
hidrográfica. Estes modelos permitem rela- O desenvolvimento de modelos depende TE
S
A EUTROFIZAÇÃO é um
cionar causas e efeitos da poluição hídrica, de informações de entrada. Portanto, a or- processo de degradação da
orientar ações e aperfeiçoar estratégias de ganização de uma base de dados consisten- água difícil de ser revertido, ESGOTO
gestão voltadas para a garantia da qualidade te foi uma frente de trabalho importante para que pode prejudicar o
NITROGÊNIO
da água diante de diversos cenários. as etapas deste estudo. abastecimento público e o
7

N
uso da água pela indústria e
OS
agricultura. Suas principais JE
T
DE
fontes são os esgotos
domésticos, fertilizantes e
dejetos animais.

Na bacia do rio Paranapanema, onde os PROCESSO DE


reservatórios são fundamentais para a oferta Alterações no sabor, odor DECOMPOSIÇÃO
regional de água, o controle da poluição da e aspecto, além de outros
água deve ter foco especial nas causas da parâmetros de qualidade
eutrofização. A eutrofização é um processo de da água; DEMANDA BIOQUÍMICA DE
degradação da qualidade da água difícil de se OXIGÊNIO (DBO) MATÉRIA O
reverter e capaz de comprometer importantes H
usos da água. Combater as causas da Perda da área do Indica o consumo de oxigênio ORGÂNICA
dissolvido na água no processo H
eutrofização é, portanto, essencial para espelho d’água;
biológico de degradação da O
assegurar padrões de qualidade compatíveis H
com os usos mais nobres da água. matéria orgânica. A matéria H
Reduções agudas do orgânica é abundante em esgotos
Basicamente, a eutrofização envolve o não tratados. O aumento da DBO
oxigênio dissolvido na água MATÉRIA
enriquecimento das águas, sobretudo, de
lagos, naturais ou artificiais, por nutrientes 0 e mortandade de peixes e também ocorre em função da
degradação da matéria orgânica
ORGÂNICA
outras espécies aquáticas; H VEGETAL
que acarretam o crescimento excessivo da
flora aquática. Este desequilíbrio ecológico
0 vegetal que se acumula com o
processo de eutrofização.
H
provoca um processo de degradação da O
qualidade da água que normalmente se
Crescimento de algas H
com capacidade H
caracteriza por:
de liberar toxinas.
PIRH PARANAPANEMA
(ANA, 2016)
3 PROCESSO DE ELABORAÇÃO
BASE DE DADOS
O desenvolvimento de modelos de simu-
lação de qualidade de água depende de uma GIA
PRODUÇÃO DE CARGAS POLUIDORAS NA BACIA
sólida base de dados. Os dados de entrada (MPA, 2012) A gestão da qualidade da água e o con- Neste estudo, o modelo MoRE (Mode-
determinam em boa parte a precisão e com- trole da poluição hídrica se apoiam no co- ling of Regionalized Emissions) foi aplicado
plexidade dos modelos. As principais fontes nhecimento sobre as origens dos poluentes. para a estimativa da produção de cargas de
de dados utilizadas neste estudo são prove- A poluição pode ser proveniente de uma nutrientes e matéria orgânica na bacia do
nientes do PIRH Paranapanema (ANA, 2016) fonte pontual, a partir de um lançamento Paranapanema. O MoRE é um modelo deter-
e do Estudo/Relatório do Grupo Integrado localizado direto no corpo receptor. Os po- minístico de estimativa de cargas poluentes
de Aquicultura e Estudos Ambientais - GIA luentes também podem ser provenientes de em bacias hidrográficas desenvolvido na
(MPA, 2012). Somados, os dois estudos pos- fontes difusas, tendo sua origem em exten- Alemanha a partir do modelo consolidado
suem cerca de 1.000 diferentes camadas de sas áreas urbanas ou rurais e sendo carre- MONERIS (Modelling Nutrient Emissions in
informação nos formatos vetorial, matricial e adas principalmente pelo escoamento da River Systems).
de banco de dados espaciais. água das chuvas no solo.
O modelo considera diferentes fontes
A partir dos dados de entrada, os modelos As cargas poluidoras de fontes pon- e vias para as cargas poluidoras em cálcu-
produzem dados de saída. Esta grande quan- tuais geralmente são mais facilmente los de emissões regionalizadas. Trata-se
tidade de informação também precisa ser or- identificadas e quantificadas. Lançamen- de uma ferramenta bastante flexível, que
ganizada numa base de dados para que seja tos de efluentes domésticos tratados e permite adequações em função da dispo-
aproveitada futuramente nos processos de industriais são exemplos de fontes pon- nibilidade dos dados e de acordo com as
gestão dos recursos hídricos, o que inclui até vetorial
tuais. Já a estimativa de cargas poluidoras especificidades de cada bacia hidrográfica.
mesmo o aperfeiçoamento dos próprios mo-
delos. Os dados e metadados gerados pelo
matricial 1.000 da água provenientes de fontes difusas,
como geralmente é o caso dos fertilizantes
Uma das grandes vantagens do modelo é a
possibilidade de aperfeiçoamento das esti-
estudo foram sistematizados, categorizados espaciais diferentes
camadas de aplicados nas lavouras, é mais complexa e mativas com a inclusão de dados atualiza-
e estão disponibilizados no Sistema Nacional informação demanda mais pesquisas sobre os usos da dos e módulos adicionais, de acordo com a
de Informações sobre Recursos Hídricos - terra na bacia, seus coeficientes de produ- disponibilidade das informações de entrada.
SNIRH (https://metadados.snirh.gov.br/). ção de cargas e modelos matemáticos, não
DADOS A ferramenta é dividida em módulos que
Para a construção das bases técnicas HIDROLÓGICOS DO tendo um ponto específico de lançamento
representam as fontes e/ou vias de poluição
para o enquadramento, foram compilados os MONITORAMENTO no corpo hídrico.
e utiliza unidades espaciais analíticas para
seguintes grupos de informações: COBERTURA Caracterizar a poluição e sua respectiva agregar as variáveis de entrada de acordo
VEGETAL E USO fonte por meio das estimativas de cargas com a resolução espacial. Cada módulo pos-
• Dados hidrológicos do DA TERRA
monitoramento; ESTIMATIVAS depende essencialmente dos dados dis- sui diversos dados de entrada que definem a
DE CARGA poníveis e das ferramentas de modelagem. acurácia dos resultados, a depender de sua
• Cobertura vegetal e uso da terra; POLUIDORAS Este é um importante diagnóstico para a quantidade e qualidade. O total de emissões
• Estimativas de carga poluidoras; gestão no âmbito da bacia hidrográfica por- em cada unidade de área é uma previsão de
CR SIMULAÇÃO
OTTOITÉRIOS D
que permite identificar as principais fontes potencial geração de carga anual. A deter-
• Simulação integrada INTEGRADA BACIA- poluidoras e as áreas com maior produção minação dos módulos deve contemplar as
bacia-rio-reservatório. CODI E RIO-RESERVATÓRIO
FICA de cargas. principais fontes e vias de poluição.
Com a geoespacialização das informa- ÇÃO
ções e sua representação seguindo os crité-
rios de Ottocodificação foi possível estabe-
lecer pontos de contato entre os modelos de
produção de cargas nas bacias e os trechos
dos rios e reservatórios aos quais são apor-
tadas, o que confere a esta etapa do trabalho
caráter integrador dos modelos aqui utiliza- BANCO
dos para a simulação da qualidade da água na
bacia.
DE DADOS
Sistema Nacional de Informações
sobre Recursos Hídricos - SNIRH
https://metadados.snirh.gov.br/
CARGAS POLUIDORAS NA BACIA
Neste estudo foram estimadas as cargas das seguintes fontes poluidoras:
3 PROCESSO DE ELABORAÇÃO
SIMULAÇÕES NOS RIOS
EFLUENTES INDUSTRIAIS: potencial ESTAÇÕES DE TRATAMENTO DE
ESGOTO - ETES: Potencial despejo
despejo pontual de efluentes industriais. Para fins de simulação da qualidade, os As simulações hidrodinâmicas foram
Dados obtidos por consultas às outorgas, pontual de esgoto das estações de
tratamento conforme a população trechos lóticos dos rios Paranapanema e elaboradas com a utilização do modelo Sih-
considerando-se a vazão máxima
atendida e o tipo de tratamento. Dados Itararé foram assim classificados com base Qual (Ferreira, 2019), considerando o cená-
outorgada e concentração máxima
permitida (DBO) e concentrações por obtidos pelo Atlas Esgoto (ANA, 2017), no critério do tempo de residência, que é o rio base, o ano de 2012 (B12), e os cenários
tipologia de acordo com referências com atualizações de dados de algumas tempo necessário para a renovação total do futuros tendencial e acelerado, tendo como
prefeituras e empresas de saneamento; referência os anos de 2025 e 2035. Estes
técnicas (PT e NT); volume de água de um determinado trecho.
Para este estudo, trechos com tempo de cenários foram definidos como horizontes
ESGOTO NÃO TRATADO: de planejamento no PIRH Paranapanema
residência menor que 40 dias foram consi-
potencial geração de esgoto
derados lóticos e tiveram uma metodologia (ANA, 2016).
difuso pela população que não
USO DA TERRA: potencial tem coleta de esgoto, tem coleta de simulação específica, descrita a seguir. Os parâmetros simulados foram a de-
geração de poluição difusa de sem tratamento ou possui solução Ainda de acordo com este critério, os tre- manda bioquímica de oxigênio (DBO),
acordo com a utilização da terra, individual de tratamento. Dados chos com aproveitamentos hidrelétricos a fio
de população obtidos pelo Atlas
oxigênio dissolvido (OD) e os nutrientes
considerando os coeficientes d’água foram considerados também lóticos.
de exportação utilizados para o Esgoto (ANA, 2017) e IBGE (2010) fósforo total (PT) e nitrogênio total (NT).
Estado de São Paulo estimados e espacialmente distribuídos de As simulações dos reservatórios Juru- Os resultados foram obtidos a partir de
por Lima et al. (2016), Moruzzi acordo com as unidades espaciais mirim, Chavantes e Capivara seguiram uma
et al. (2012) e pela Secretaria deste estudo, além de dados de estações de monitoramento usadas como
de Estado do Meio Ambiente do literatura de emissão per capita;
metodologia diferente, a ser descrita mais referências neste estudo. Estas estações,
Estado de São Paulo. adiante, visto que estes foram classificados operadas pelos órgãos estaduais gestores de
como sistemas lênticos pelos mesmos cri- recursos hídricos, foram selecionadas a partir
térios. Os efeitos dos reservatórios no fluxo da disponibilidade de dados de vazão e con-
dos constituintes da água, porém, foram centrações dos parâmetros de qualidade de
PISCICULTURA:
potencial carga pontual
levados em consideração nas simulações água. As séries históricas do monitoramento
gerada pela criação dos trechos lóticos como condições de con- a partir do ano 2000 foram utilizadas nas si-
de peixes (módulo torno de montante de cada trecho (geradas mulações dos rios por representar de maneira
criado considerando a partir de dados observados) e do termo de adequada a variabilidade de concentrações
as peculiaridades transporte (módulo hidrodinâmico). esperada para os períodos estudados.
da bacia), baseado
no estudo do GIA
(MPA, 2012) e dados
de concentração
encontrados na
literatura;
3 PROCESSO DE ELABORAÇÃO
ESTAÇÕES DE MONITORAMENTO PRÉ-PROCESSAMENTO E CENÁRIO BASE

Para as simulações de qualidade


de água nos rios Paranapanema
e Itararé, a bacia hidrográfica foi
dividida em quatro grandes blocos
com base nas áreas de drenagem
e nos aportes das cargas para As análises, estimativas de
os principais reservatórios, qualidade de água e calibrações
Jurumirim, Chavantes e Capivara. dos modelos nestes blocos,
tomaram por base pontos de
monitoramento de referência
localizados em locais
estratégicos nos blocos.

De acordo com a disponibilidade


de dados de monitoramento e
MONITORAMENTO
da localização dos reservatórios
Jurumirim, Chavantes e Capivara,
DBO
oito trechos foram definidos para as
PT simulações fluviais. Os comprimentos
dos trechos variam entre 161 e 50
NT km, sendo seis deles estabelecidos
no rio Paranapanema (T1 – T7) e um
Vazão
no rio Itararé (T8). Os trechos 3 e 4,
Seção transversal e 5 a 7 são contíguos, porém foram
segmentados para manter eficiência
Curva de descarga computacional no modelo SihQual.
Para a modelagem hidrodinâmica, foram
utilizados hidrogramas e cotagramas do ano O EFEITO RESERVATÓRIO SIMULAÇÕES NOS RESERVATÓRIOS
3 PROCESSO DE ELABORAÇÃO
2012, além de séries históricas de curva de
descarga e perfis transversais ao longo dos
Ao atingir os reservató-
trechos. As simulações de qualidade de A análise dos reservatórios partiu de critérios de classificação
rios, as cargas transporta-
água se basearam no conjunto de dados de segundo o esquema abaixo.
das pela água são sujeitas a
monitoramento a partir do ano 2000 em cada
transformações em função
seção de referência. Estas foram determina-
da mudança de regime hidro-
das de acordo com a representatividade das
lógico e de processos físicos,
concentrações, agrupando-se informações Tempo de
químicos e biológicos pró- Salto Grande
seguindo um critério de proximidade. residência Canoas II
prios dos ambientes lênticos. Jurumirim
Tr (t)=Q(t)/V(t) Canoas I
Rio ou reservatório? Chavantes
Nas simulações dos trechos, as estima- Tais alterações foram con- Capivara
Taquaruçu
Rosana
tivas de cargas provenientes da bacia hidro- sideradas no fluxo das car-
gráfica foram consideradas como aportes gas para os trechos lóticos
Reservatório Rio
laterais ao longo dos comprimentos de tre- a jusante dos reservatórios, (Tr (médio)>40dias) Boxplots e curvas
0D e GLM
cho de rio. Para este fim, foi desenvolvido onde o processo de simula- Dinâmico? Diagnóstico e
Boxplots e curvas
de permanência
de permanência
Prognóstico
um algoritmo para compatibilização entre ção específico para os rios
comprimentos de rio equivalentes às otto- recomeça.
bacias e realizada a divisão dos trechos em Dinâmico Permanente
segmentos de 500 m para as simulações. Processo e parâmetro crítico? Fósforo
Carga afluente

Estratificado Misturado Imagens satélites

CENÁRIOS TENDENCIAL E ACELERADO Variação espacial? Separar em dois períodos


(misturado e
OD ou
Vollenweider
Misturado Geoestatística
Carga da bacia
estratificado)

Os dados de entrada ajustados para Os coeficientes de crescimento foram


simulação de cenários futuros foram as aplicados linearmente às informações de
cargas laterais estimadas pelos modelos entrada (cargas) de acordo com as pre- Zoneamento
Alocação de carga Zoneamento
de produção de cargas, as condições de visões definidas no PIRH Paranapanema Zoneamento OD em setores Vollenweider
análise 3D e Vollenweider
contorno de montante em cada trecho e as (ANA, 2016) para as unidades de gestão Enquadramento
Fluvial
concentrações dos parâmetros estudados. e planejamento de recursos hídricos. Nos
casos em que estações de referência se lo-
As condições hidrodinâmicas conside- calizavam nas divisas destas unidades, fo-
radas foram as mesmas do ano de 2012. ram adotadas as médias dos coeficientes.
O tempo de residência, que é o tempo A metodologia usada para esta análi-
necessário para a renovação do volume de se da variação temporal foram simulações
água do reservatório, foi o critério para a não permanentes com um modelo vertical
Cenários PIRH (2016) diferenciação do regime lêntico em relação unidimensional GLM. Foram simulados os
ao ambiente lótico. Tempos de residên- parâmetros de temperatura, oxigênio dis-
Demanda por Água (m3/s)

250
cia superiores a 40 dias determinaram a solvido, nitrogênio total (nitrato mais nitro-
200 adoção de uma abordagem metodológica gênio amoniacal) e fósforo total. No total
específica para ambientes lênticos para os foram feitas 27 simulações, 9 para cada
150 reservatórios Jurumirim, Chavantes e Capi- reservatório, sendo a situação de referên-
vara. cia (cenário base, ano 2012), os cenários
100 acelerados e tendencial para os anos 2025
O passo seguinte foi analisar as va-
e 2035, com variações de carga e quatro
riações temporais e espaciais de vazão e
50 cenários hipotéticos extremos.
concentração de constituintes nos reser-
vatórios, bem como suas implicações para Os dados de entrada dos cenários si-
o processo de enquadramento dos trechos mulados são exemplificados nas figuras
2010 2015 2020 2025 2030 2035 2040
lênticos. seguintes para o reservatório Jurumirim.
Tendencial Acelerado
ESTRATÉGIA DE REDUÇÃO DE
3 PROCESSO DE ELABORAÇÃO

CARGAS PARA O ENQUADRAMENTO


NOS RIOS
Variação temporal dos
parâmetros afluentes do As estimativas de redução de cargas nientes da bacia.
reservatório Jurumirim.
poluidoras necessárias para o alcance
O ano base (2012) foi A resolução CONAMA no 357/2005 não
marcado em verde. das metas de qualidade de água nos rios
estabelece padrões para o NT, mas define
O intervalo interquartil Paranapanema e Itararé são contribui-
é definido pelo intervalo que, quando o nitrogênio for fator limitante
dos quartis superiores e ções importantes na construção de bases
para eutrofização, nas condições estabe-
inferiores em um box plot. técnicas para subsidiar o processo de en-
lecidas pelo órgão ambiental competente,
quadramento dos corpos hídricos na bacia
o valor de nitrogênio total (após oxidação)
hidrográfica.
não deverá ultrapassar 1,27 mg/L para am-
A conformidade dos parâmetros com os bientes lênticos e 2,18 mg/L para ambientes
padrões de qualidade das classes, defini- lóticos, na vazão de referência. Com base
das na Resolução CONAMA no 357/2005, nesta definição, nos dados observados e no Curva de permanência
conceitual para um
foi analisada a partir de curvas de perma- conhecimento dos pesquisadores envolvi- ponto qualquer no rio,
nência, tanto em relação ao cenário base dos neste estudo sobre a qualidade de água indicando percentual de
transgressão de classe
(ano de 2012), quanto aos cenários futuros na região, foi estabelecido para o presente de enquadramento
previstos no PIRH Paranapanema, conside- estudo as faixas de NT para as classes de durante um determinado
rando o aumento das cargas laterais prove- qualidade conforme a tabela abaixo. período

Classe Adaptado de CONAMA no 357/2005 - Limites adotados (mg/L)


Estação de
Referência DBO PT NT
1 0-3 0 – 0,025 0 - 2,18

Para responder à questão sobre as varia- dimensional, porém, distribuídos espacial-


2 3-5 0,025 - 0,05 0 - 2,18
ções espaciais dos reservatórios e se há ne- mente. A distribuição espacial foi realizada
cessidade de propor seu zoneamento para utilizando informações das cargas estima-
3 5 - 10 0,05 - 0,075 2,18 - 3,27
fins de enquadramento, foram aplicadas das para a bacia e acrescentando as cargas
simulações não permanentes com modelos
4 10 - 25 0,075 - 1,5 3,27 - 8
provenientes da aquicultura. A variação dos
tridimensionais Delft3D. Cada simulação hi- resultados foi analisada visualmente por
drodinâmica foi seguida por uma simulação meio de boxplots e curvas de permanência, Curva de
de qualidade de água. Polutograma Permanência
considerando os tempos de ocorrência de
A avaliação da variabilidade espacial uma faixa específica de concentração, ce- Concentração
nários base, tendencial e acelerado e varia- Concentração
foi apoiada por análises de séries de ima-
gens de satélite (sensoriamento remoto) e ções de cargas.
métodos geoestatísticos de clustering dos Limite de
A partir das simulações acima também classe 2
parâmetros.
foi possível identificar os parâmetros mais
Os dados de entrada dos cenários simu- críticos para a qualidade de água nos reser-
lados foram os mesmos da modelagem uni- vatórios.
Tempo 20% % Tempo
Foram projetadas curvas de permanên-
cia com as cargas simuladas ao longo do
produto da concentração limite de classe e
vazão simulada. A interseção dessas duas
O efeito dos reservatórios na assimi-
lação e atenuação das cargas já descrito
3 PROCESSO DE ELABORAÇÃO
que esse valor é totalmente atingido – seja
por diminuição dos aportes da área de con-
ano no ponto de referência do trecho de si- informações fornece a porcentagem de car- anteriormente foi considerado para as tribuição direta do trecho 1 ou por meca-
mulação. Estas curvas foram comparadas à ga a ser removida para que a classe de inte- estimativas das reduções necessárias das nismos de degradação do reservatório, por
curva com o máximo permissível, obtida pelo resse seja mantida. cargas nos rios. Por exemplo, se a redução sua vez, também afetados pelos aportes la-
de matéria orgânica necessária para manter terais. Deste modo, a correção da condição
classe 2 no trecho 1 é de 50%, assume-se a ser propagada no trecho 2 é de 50%.

Estação de Estação de
Referência Referência
C C
RIO
Carga (Kg/dia)

Carga (Kg/dia)
Q Q

TRECHO 1 Condição TEMPO/ESPAÇO

calculada de contorno
permissível

Frequência(% do tempo) Frequência(% do tempo)


TRECHO 2
Esquema de solução dos

BARRAMENTO
modelos hidrodinâmico e de CARGA LATERAL
qualidade de água em rios;
Q corresponde à vazão e C
representa concentração.
RESERVATÓRIO RIO

Dado observado
Dado simulado pelo modelo de rio
Dado simulado pelo modelo reservatório
Carga (Kg/dia)

calculada C C C

Q Q Q
permissível

Porcentagem (P) a reduzir da Frequência(% do tempo)


carga estimada para que atinja
o limite permissível:
P=100x (1-Carga Permissível/Carga Calculada)
REDUÇÃO SEGUNDO FREQUÊNCIAS
DE TRANSGRESSÃO PERMISSÍVEL Estação de
Referência
Assumindo que a porcentagem de redu- onde a simulação será refeita com uma nova 1000 t/d
ção requerida para um determinado trecho condição propagada. Este procedimento per-

Carga (Kg/dia)
foi atingida, considerou-se a mesma teria mitiu a simulação nos trechos para os quais As curvas de permanência oferecem a
possibilidade de análise por faixas ou perío- calculada
que ser refletida no início do trecho seguinte, não há dados de monitoramento disponíveis.
dos de interesse. Caso o tomador de decisão
defina que no trecho de interesse seja factível permissível
que um determinado valor seja igualado ou
excedido, os requisitos de redução de apor- Exemplo: carga de Frequência(% do tempo)
20%
tes àquele ponto podem ser flexibilizados. 1000t/d pode ocorrer
ou ser superada
durante 20% do ano
NAS BACIAS NOS RESERVATÓRIOS
3 PROCESSO DE ELABORAÇÃO

Os percentuais de redução de cargas dos trechos de rios, estudadas em termos Para os reservatórios, com base nas car- reduções necessárias de modo a garantir a
produzidas nas bacias - nas diferentes ot- de concentração. Trata-se, portanto, de gas afluentes resultantes das simulações da qualidade da água compatível com diferentes
tobacias e das diversas fontes estudadas medidas de redução de cargas em sua modelagem fluvial, assim como das cargas classes de uma proposta de enquadramento.
- também foram estimados para medidas origem.O fluxograma abaixo explica o pro- provenientes da piscicultura, foi realizada Esquema de análise de alocação de car-
de controle da poluição na fonte, as quais cesso de estimativa dessas reduções nas
uma análise visando a alocação de cargas e gas nos reservatórios:
podem ser confrontadas com as demandas bacias:

(II) Definição de um A maior diferença Nessas áreas, ESQUEMA DE ANÁLISE E ALOCAÇÃO DE CARGAS
(I) Estimativa
potencial de medidas de entre (I) e (II) aponta trabalha-se a
de cargas
ação na bacia e estimativa o local com maior nível de ações
potenciais
das cargas resultantes da potencial de redução nas fontes e vias
na bacia • Ranqueamento de cargas contribuintes de Fósforo
aplicação dessas medidas de cargas na bacia de poluição PASSO 1 • Para o reservatório todo (total) e cada setor

• Análise e comparação dos efeitos para cada setor usando modelagem


As demandas de reduções de cargas na 50% para os 3 parâmetros.
bacia contribuinte foram definidas para que PASSO 2 e sensoriamento remoto
• Redução de 30% das cargas difusas
se alcance os padrões de qualidade nos tre-
pela adoção de boas práticas no campo.
chos dos rios segundo as classes pretendidas
e cenários adotados (modelagem nos rios e Para a redução das cargas de fontes • Cálculo de carga excedente ou disponível
reservatórios). As reduções de cargas pelas difusas, baseadas nos usos da terra, re-
PASSO 3 • Fpt,i/Fpt-limx,i indica quantas vezes a carga estimada está acima da admissível
• Percentual de redução de carga necessário para cada classe: Red (%) = 1 - (Fpt-limix,i/Fpt,i)
principais fontes poluidoras foram estimadas comenda-se a recomposição das áreas de
considerando medidas viáveis de controle APP (Áreas de Proteção Permanente) de
da poluição, que podem ser confrontadas toda a Bacia e adoção de boas práticas na
com as demandas. Deste modo, os critérios agropecuária. A redução de cargas a partir Todos os contribuintes foram ranquea- de fósforo Fpt para cada setor i, Fpt,i , e cada
adotados visaram oferecer subsídios para da adoção de boas práticas agrícolas é um dos do maior até menor porcentual de carga cenário futuro e a carga máxima admissível,
atendimento das metas desejadas em termos tema que demanda estudos específicos e de fósforo. Posteriormente os aportes foram Fpt-limx,i para cada classe x.
de concentrações dos parâmetros, poden- aprofundado para cada área, uma vez que agrupados segundo os contribuintes para O coeficiente Fpt,i / Fpt-limx,i indica quan-
do e devendo ser revistos e negociados no depende de vários fatores como tipo de cada setor do reservatório. Na sequência, foi tas vezes a carga estimada está acima
processo participativo da construção de uma cultura, declividade, tipo do solo, degrada- realizada a análise e comparação dos efei- da admissível. Assim, o percentual de re-
proposta de enquadramento pelos gestores e ção do solo, recursos, maquinários e tec- tos das cargas para cada setor utilizando os dução necessária de carga, ou o potencial
usuários de recursos hídricos da bacia. nologias envolvidas no manejo da terra. Em resultados das simulações dos reservatórios de carga a ser alocada, para cada classe
Entre medidas potenciais para a redu- casos exemplares, é possível chegar a mais descritas anteriormente com a utilização de foi calculado usando a equação Red(%) =
ção de cargas de DBO, fósforo total e nitro- de 80% de redução da emissão de cargas a séries de imagens de satélite para a identifi- 1 - (Fpt-limx,i / Fpt,i).
gênio total estão: partir de boas práticas (Xia et al., 2020). cação dos setores mais críticos.
As análises e comparações das mode-
• A melhoria da eficiência das ETEs para A diferença entre as cargas estimadas Com isso, foi avaliada a necessidade de lagens mostraram que a definição da carga
o patamar de 97%, 70% e 70% para re- na bacia sem e com a aplicação das medidas redução de cargas nos trechos. Para esta máxima admissível pode ser feita usando
moção DBO, PT e NT, respectivamente. potenciais a serem implantadas resultou em análise, foi necessário reduzir e integrar a classificação de Vollenweider, porém,
mapas de potencial de redução de cargas. todos os dados disponíveis das forçantes e aplicada a cada setor dos reservatórios, re-
• Tratamento dos esgotos não tratados A indicação das áreas com maior potencial das modelagens para obter uma única infor- duzindo assim o esforço computacional de
da bacia, assumindo as mesmas efi- de redução e das cargas que mais ameaçam mação para cada setor, sendo a carga anual calcular cada cenário e variação de carga.
ciências de tratamento mencionadas a qualidade de água de rios e reservatórios
acima. são importantes subsídios para a implemen-
• Aumento do tratamento de efluentes tação do enquadramento na bacia do Para-
industriais com redução da carga em napanema.
4 BASES PARA O
ENQUADRAMENTO

As estimativas de cargas potenciais que requer modelos diferenciados para rios


produzidas no território da bacia ajudam a e reservatórios.
compreender a origem das cargas polui-
Portanto, neste estudo, modelos para a
doras que podem atingir os corpos hídricos
simulação da qualidade de água nos rios e
e alterar sua qualidade, além de orientar
nos reservatórios foram calibrados e apli-
as medidas para o controle da poluição
cados para os três cenários de desenvolvi-
hídrica.
mento previstos para a bacia no PIRH Pa-
Os impactos que estas cargas exercem ranapanema (ANA, 2016). A ideia foi definir
sobre os rios e reservatórios dependem não as cargas máximas toleráveis para garantia
só de sua magnitude e de como atingem os dos critérios de qualidade de água previstos
corpos hídricos no tempo e no espaço, mas para as classes de enquadramento e, assim,
também das suas características hidrodinâ- indicar a redução necessária de carga em
micas e de transporte do corpo receptor, o cada trecho ou bacia de drenagem.

Culturas irrigadas em Itaberá (SP)


Raylton Alves / Banco de imagens ANA
PRODUÇÃO DE CARGAS NA BACIA EMISSÕES DE DBO NAS OTTOBACIAS
4 BASES PARA O ENQUADRAMENTO

B4

Carga DBO
(Kg/dia)
0-1.000
B1
1.000 - 2.000 B3
Redução
2.000 - 25.549

Modelagem
necessária de
carga por trecho
B2
de Rio
CENÁRIO DE Ottobacias
REDUÇÃO Agricultura
Mais Emissoras
REQUISITADO/ Modelagem de (>2000 kg/dia)
ACORDADO Estimativa Reservatório Área
de cargas
Potencial
Urbana 51%
de Ação
Cargas
Redução Potencial
POTENCIAL DE
ETE

Esgoto
100%

50%
2400

2350
B2
Redução
ATENDIMENTO Não Tratado
0% 2300
1%
potencial 911 863
Indústria

Psicultura
100% 10000
B1
50% 5000

Apoiados pelas informações produzi- grande importância para a gestão da quali- 7%


Pastagem 0% 0
929 984 923 934 922 958 994 964 965
das por estes modelos, aqui organizadas e dade da água no sentido de apontar a prio-
apresentadas como bases técnicas para o
enquadramento, os gestores e usuários da
rização de áreas e das fontes poluidoras da
água na bacia.
Outros Usos
do Solo 100% 20000
B4
água da bacia poderão discutir e estabele- O potencial de produção de cargas orgâ- DBO (Kg/dia) 50% 10000
cer consensos sobre possíveis medidas de nicas e nutrientes na bacia, estimadas com 14%
redução de cargas poluidoras na bacia. As base nas fontes pontuais e difusas aponta- 0% 0
142 145 115 146 155 119 157 118 149 147 141 158 143 114 152
reduções de cargas estimadas com a ado- das no capítulo anterior, é apresentado nos
ção de tais medidas, se comparadas com as
necessidades de redução nos trechos para
infográficos a seguir. As principais fontes
de poluição orgânica e nutrientes são apon-
100% 30000

20000
B3
os quais a qualidade da água foi simulada, tadas para toda a bacia do Paranapanema, 50%
10000
indicam o potencial de efetividade destas por blocos e nas ottobacias, ranqueadas de 29%
0% 0
medidas. Este potencial, por sua vez, tem acordo com sua contribuição. 231 237 235 421 232 451 293 626 234 434 247 322 324 627 242 329 624 238 292 266 276 239 631 256 327 249 554 422 246 427 227
EMISSÕES DE NT NAS OTTOBACIAS
4
EMISSÕES DE PT NAS OTTOBACIAS
BASES PARA O ENQUADRAMENTO

B4 B4

Carga NT Carga PT
(Kg/dia) (Kg/dia)
0-700 B1 0-50 B1
700 - 1.200
B3 50 - 100 B3
1.200 - 7.767 100 - 1.754

B2 B2
Fonte Poluição Fonte Poluição

Agricultura Agricultura
Ottobacias
Mais Emissoras
Área Ottobacias Área
(>100 kg/dia)
Urbana Mais Emissoras Urbana 50%
(>1200 kg/dia)
B2
31%
ETE ETE 100% 400

50% 200
Esgoto Esgoto

B1
Não Tratado Não Tratado
0% 0
911 863 819 862 3%
100% 3000
Indústria Indústria
100% 600

B1
2000
50%
400
Psicultura 1000 Psicultura
3% 50%
0% 0 200

B4
929 923 922
Pastagem Pastagem 0% 0
929 934 923 922 994 984 991
6%
100% 6000

B4
Outros Usos Outros Usos 100% 600
do Solo do Solo
4000
50% 400
PT (Kg/dia) 50%
NT (Kg/dia) 2000
200
9%
0% 0 0% 0

B3
142 115 145 155 119 157 118 141 142 115 145 119 155 157 146 141 147 149 118 151 158 152 12%
100% 10000 100% 2000

50% 5000 50% 1000


B3
0% 0 19% 0% 0 29%
231 237 235 421 451 232 626 293 234 324 627 322 242 329 237 231 421 434 235 232 451 293 275 554 234 324 322 626 247 627 329 242 292 246 631 266 276
EMISSÃO DE CARGA NA BACIA
DO PARANAPANEMA
4 BASES PARA O ENQUADRAMENTO
As emissões de fontes difusas, como a
agricultura e as pastagens predominam em
relação às fontes pontuais na bacia do Pa-
REDUÇÃO DE CARGAS PARA ATENDIMENTO
DE POSSÍVEIS METAS DE ENQUADRAMENTO
DBO
ranapanema e nos blocos individualmente.
Ano base 2012
Tomando a bacia como um todo, as fontes
difusas potencialmente respondem por 77%
da DBO, 84% do NT e 67% do PT. As culturas
temporárias podem chegar a representar 1% 7% 8% Os trechos intermediários do rio Para- TENDENCIAL 2035 - T35
pouco mais de 50% das emissões orgâni- 10%
16%
napanema T4 e T3 e, logo a jusante, o reser- DBO PT NT DBO PT NT
cas e nutrientes da bacia. As pastagens têm 6% vatório Capivara são os mais impactados por Rio Trecho
potencial para contribuir com quase 8% dos Classe 2 Classe 3
estas cargas. Isto se deve principalmente
nutrientes e 16% da emissão orgânica, sendo à extensa área de contribuição direta aos T1 -6% 55% 27% -112% 32% -10%
a segunda principal fonte difusa potencial trechos, representado pelo bloco 3 (B3) e à
das cargas estimadas. T2 -18% -71% -79% -136% -83% -99%
produção potencial de cargas significativas

Paranapanema
53% em suas ottobacias. No B3 são produzidas T3 18% 2% 63% -65% -47% 45%
Os efluentes domésticos somados,
tratados ou não, respondem por 18% das cerca de 60% de todas as cargas que atin- T4 12% 68% 13% -56% 52% 7%
emissões orgânicas, 10% do NT e 12% do gem os corpos hídricos da bacia.
T5 3% 1% -21% -75% -26% -76%
PT. Os esgotos não tratados representam PT As unidades de gestão de recursos hí-
cerca de 10% das emissões orgânicas e 4% Ano base 2012 dricos Tibagi, Médio Paranapanema estão T6 11% 47% -12% -73% 21% -68%
do PT e NT, individualmente. As estações completamente inseridas no B3, sendo o rio T7 0% 11% -16% -79% 7% -73%
de tratamento de esgotos representam Tibagi o principal afluente do Paranapanema
8% de cada DBO, PT e NT. Estima-se que o Itararé T8 -1% 89% 85% -102% 83% 77%
em termos de área de contribuição. A UGH
setor industrial produz 16% das emissões 5% 8% Norte Pioneiro tem a maior parte de sua área
de fósforo, 6% das emissões orgânicas e 8% 4% inserida no B3, que compreende parcial- ACELERADO 2035 - A35
4% do NT. mente também a UGH Piraponema e Pontal DBO PT NT DBO PT NT
16% do Paranapanema em menor proporção. Rio Trecho
O nitrogênio total é a principal emissão Classe 2 Classe 3
estimada de fontes difusas na bacia (84%), As tabelas a seguir sintetizam os per- T1 23% 67% 59% -53% 51% 38%
porém elevadas proporções de PT (67%) e 6% centuais de redução de carga necessários
DBO (77%) também tem origem difusa, prin- T2 -10% -60% -124% -70% -74% -129%
54% para se atingir as metas de qualidade de

Paranapanema
cipalmente das terras agrícolas e pastagens. água para as classes 2 e 3 tendo em vista os T3 41% 31% 64% -18% -4% 46%
Entre as emissões produzidas pela in- cenários T35 e A35, de acordo com metodo- T4 33% 80% 19% -1% 70% 14%
dústria, o fósforo total seria a principal na logia apresentada no capítulo anterior e com
as ferramentas computacionais apresen- T5 25% 29% 16% -9% 5% -16%
bacia do Paranapanema em comparação NT
com a DBO e o NT. Estima-se que 16% do Ano base 2012
tadas em (https://sites.google.com/view/ T6 29% 55% 16% -8% 48% -5%
fósforo produzido na bacia é oriundo de paranapanema-openmodels/home). Os
T7 23% 35% 14% -11% 14% -8%
atividades industriais, enquanto 4% do NT e resultados são apresentados pelos trechos
cerca de 6% da DBO teria a mesma origem. dos rios utilizados como referência para os Itararé T8 40% 93% 94% -20% 90% 91%
ambientes lóticos.
9% 6%
1% 4%
4%
2%
17%

57%

Ano base 2012

Agricultura Área ETE Esgoto Indústria Psicultura Pastagem Outros


Urbana Não Tratado Usos
do Solo
Res.
Capivara
4 BASES PARA O ENQUADRAMENTO
Bloco 4 BLOCO I
As reduções de carga para atendimento
Para o ano base de 2012 (B12), no tre-
de classes 2 e 3 são apresentadas na tabela
cho de cabeceira do rio Paranapanema, OD,
Res. Res. da página 53. Valores negativos significam
Os resultados das simulações para OD, Chavantes Jurumirim DBO e NT são compatíveis com os critérios
que a carga estimada na seção não atingiria
DBO, NT e PT nos trechos dos rios Para- das classes 1 e 2. Para o PT, o intervalo in-
o limite máximo permissível. Os resultados
napanema e Itararé são apresentados por terquartil indica maiores ocorrências entre
Paranapanema indicam que, para manter classe 2, seria
blocos, tendo como referência os critérios classes 2 e 3, com eventuais condições
Bloco 1 necessário maior atenção aos aportes de
das classes 2 e 3 e a qualidade de água no compatíveis com a classe 4, em 2012.
Bloco 2 fósforo e nitrogênio até o ano de 2035. Em
ano base de 2012 e nos cenários tendencial Itararé Para o cenário T35, a estimativa é que relação à classe 3, tal necessidade se man-
e acelerado para o ano de 2035 (T35 e A35). concentrações de DBO e NT fiquem próxi- tém principalmente no cenário acelerado.
mas aos limites de classe 3 na maior parte Por fim, em termos de matéria orgânica, há
do ano. Neste cenário tendencial, OD e PT indicativos que o bloco I possui alta capaci-
Bloco 3
estariam na classe 4. dade de assimilação, principalmente se os
limites definidos forem aqueles compatíveis
No cenário A35, todos os parâmetros te-
à classe 3. Os limites impostos de classe 4
riam concentrações compatíveis com a clas-
para efeito de cálculo não seriam atingidos
64081000/PARP 02100 se 4, indicando deterioração da qualidade
Res. em nenhum dos casos estudados.
Jurumirim da água na maior parte do ano.
T1
SIMULAÇÕES DOS CENÁRIOS PARA
A SEÇÃO DE REFERÊNCIA DO BLOCO I
Bloco 1
64081000/PARP02100 15 64081000/PARP02100 64081000/PARP02100
15 PARP02100 250 0.5 250
9
0.45
8 200 200

CDBO (mg-O2/L)
0.4
7
0.35
CNT(mg-N/L)

10 10

CPT(mg-P/L)
Q (m³/s)
6 150 150
0.3

Q(m³/s)
5 0.25
CDBO (mg-O2/L)

4 100 0.2 100


5 5
3 0.15
2 50 0.1 50

1 0.05
0
0
0 0
O B12 T25 A25 T35 A35 O B12 T25 A25 T35 A35 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Frequência (%) Frequência (%)

64081000/PARP02100/64080000 PARP02100 64081000/PARP02100/64080000 64081000/PARP02100


10 20 250 10 250 0.5
9 18 9 0.45
8 16 200 8 200 0.4
7 14 7 0.35
COD(mg-O2/L)

CNT(mg-N/L)

COD(mg-O2/L)

CPT(mg-P/L)
6 12 150 6 150 0.3

Q (m3/s)
Q (m³/s)

5 10 5 0.25
4 8 100 4 100 0.2
3 6 3 0.15
2 4 50 2 0.1
50
1 2 1 0.05
0 0 0
0
O B12 T25 A25 T35 A35 O 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 0 O B12 T25 A25 T35 A35
10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Frequência (%) Frequência (%)
Observado Cenário Cenário Cenário Cenário Cenário Vazão Série
Base 2012 Tendencial 2025 Acelerado 2025 Tendencial 2035 Acelerado 2035 Sintética 2012

Observado Cenário Cenário Cenário Cenário Cenário Vazão Série Classe 1 Classe 2 Classe 3 Classe 4
Base 2012 Tendencial 2025 Acelerado 2025 Tendencial 2035 Acelerado 2035 Sintética 2012

Classe 1 Classe 2 Classe 3 Classe 4


Res.
64219000

T2 SIMULAÇÕES DOS CENÁRIOS PARA A SEÇÃO DE REFERÊNCIA DO BLOCO II


4 BASES PARA O ENQUADRAMENTO
Chavantes 64219000 64245200/ITAR 02500
15 1600 1
64219000 0.9
64247000 10 1400
0.8
1200

CDBO(mg-O2/L)
64245200/ITAR 02500 0.7

CDBO (mg-O2/L)
10
1000 0.6

T8 5 800 0.5

Q (m³/s)
BLOCO II 5
600

400
0.4
0.3
0.2
0 200
0.1
O B12 T25 A25 T35 A35
O bloco II inclui os trechos a jusante do Bloco 2 0
0 0
reservatório de Jurumirim (T2) e a mon- 64219000
10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 O B12 T25 A25 T35 A35 O
Frequência (%)
tante do reservatório Chavantes (T8). As 0.5

condições no cenário base nestes trechos 0.45


0.5 64219000 1600 30 ITAR 02500

indicam qualidade de água compatível 0.4


0.45 1400
com a classe 2 na maior parte do tempo, 0.35
0.4
25

CPT(mg-P/L)
1200
passando para os padrões de classes 3 e 4 0.3
0.35 20

CNT(mg-N/L)
CPT(mg-P/L)
eventualmente. No T2, observa-se o efeito 0.25
0.3 1000

Q(m³/s)
do reservatório de Jurumirim de assimilar as 0.2 0.25 800 15

cargas de montante. Neste trecho, as con- 0.15 0.2 600 10


dições de qualidade no cenário base são 0.1 0.15
400
predominantemente de classe 2 para todos 0.05 0.1
200
5
0.05
os parâmetros analisados. 0
O B12 T25 A25 T35 A35 0
0 0
O B12 T25 A25 T35 A35 O
As simulações não apontam necessida- 0 10 20 30 40 50 60 70
Frequência (%)
80 90 100

de de redução de cargas para o T2 nos cená- 15


64245200/ITAR 02500/64247000
64245200/ITAR 02500
rios futuros para que se alcancem as metas 15
64245200/ITAR 02500/64247000
300
1 300

das classes 2 e 3 em relação aos parâmetros 0.9


250
estudados. 250 0.8
CDBO (mg-O2/L)

10 0.7
200
Para o T8, no entanto, o modelo prevê a

CPT(mg-P/L)
10 200

CDBO (mg-O2/L)
0.6

Q (m³/s)

Q(m³/s)
necessidade de reduções expressivas das 0.5 150
150
cargas nutrientes para que o trecho man- 0.4
tenha padrões de qualidade compatíveis 5
5 100 0.3
100

com a classe 2 ou 3 nos cenários T35 e A35. 0.2


50
Tais reduções também são importantes para 50
0.1
reduzir ou mitigar os riscos de eutrofização 0 0 0 0
0
nos braços do Chavantes. Para a DBO no O B12 T25 A25 T35 A35 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
10 20 30 40 50 60 70
Frequência (%)
80 90 100

T8 ficar compatível com a classe 2 no A35, Frequência (%)


64245200/ITAR 02500/64247000
haveria necessidade de redução de 40% das 10
64245200/ITAR 02500/64247000 ITAR 02500
cargas orgânicas aportadas ao trecho. 9 10 300 30 300

9
8
O trecho T8 sofre interferência do Norte 8
250 25 250

Pioneiro, onde altos índices de crescimento 7


7
COD(mg-N/L)

200 20 200
são estimados para os cenários futuros da

CNT(mg-N/L)
6
6

COD(mg-O2/L)

Q (m3/s)

Q (m³/s)
bacia. Além disso, esse trecho tem vazões 5 5 150 15 150

mais baixas em comparação aos demais, o 4 4


100
que geralmente leva ao aumento das con- 3 3
100 10

centrações dos parâmetros. 2 2


50 5 50
1
1
0 0
0 0 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
O Observado
B12 T25 A25 T35
Cenário A35 O
Cenário Cenário Cenário Cenário
Frequência (%) Vazão Série Frequência (%)
Base 2012 Tendencial 2025 Acelerado 2025 Tendencial 2035 Acelerado 2035 Sintética 2012

Observado Cenário Cenário Cenário Cenário Cenário Vazão Série Classe 1 Classe 2 Classe 3 Classe 4
Base 2012 Tendencial 2025 Acelerado 2025 Tendencial 2035 Acelerado 2035 Sintética 2012

Classe 1 Classe 2 Classe 3 Classe 4


SIMULAÇÕES DOS CENÁRIOS PARA A SEÇÃO DE REFERÊNCIA DO BLOCO III
15
464326000/PARP 02500
BASES PARA O ENQUADRAMENTO
600 8
PARP 02500

550 7
Res.
Capivara 500 6
10

CDBO (mg-O2/L)
64335000 450 5
T4

CNT(mg-N/L)
Q (m3/s)
T3 400 4
64326000/PARP 02500
350 3
64278080 5
300 2

64278080 250 1
0.5
0 200 0
0.45
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 O B12 T25 A25 T35 A35
0.4 Frequência (%)
0.35
64335000

CPT(mg-P/L)
10 650
0.3 64326000/PARP02500
10 600
9 600
0.25 9 550 8 550
0.2 8
500 7
500

COD(mg-O2/L)
0.15 7

COD(mg-O2/L)
6
0.1 450 450

Q (m3/s)
6 5

Q (m3/s)
0.05 5 400 400
4
0 4 350
350 3
O B12 T25 A25 T35 A35
3 2 300
300
2 1 250
250

Bloco 3
1 200
64326000/PARP 02500 0
15 200 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 Frequência (%)
Frequência (%)

64278080
64335000 0.5 600

CDBO(mg-O2/L)
10 10
0.45 550
9
0.4 500
8
0.35
450

CPT(mg-P/L)
7

COD(mg-O2/L)
5 0.3

Q(m³/s)
6 400
0.25
5 350

BLOCO III
0.2
4 300
0.15
0 3 250
0.1
O B12 T25 A25 T35 A35
2 200
0.05
No bloco III, os trechos 3 e 4, a jusan- 1
0 150
te do reservatório Capivara, apresentam 10
64326000/PARP02500 0 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
O B12 T25 A25 T35 A35 O Frequência (%)
concentrações de DBO e NT predominan- 9
PARP 02500
temente compatíveis com classes 1 e 2 8
0.5 64278080
8 600

para o cenário base. O fósforo total, porém, 7 7


550
COD(mg-O2/L)

0.45
6
apresenta concentrações ocasionalmente 5
0.4 6
500

450
compatíveis com a classe 3 neste cenário.

CNT(mg-N/L)
0.35 5
4

CPT(mg-P/L)

Q (m³/s)
0.3 400
Nos cenários futuros, a projeção é que haja 3 0.25
4
350
aumento das inconformidades com as clas- 2 0.2 3
300

ses 2 e 3, para DBO e NT, e com as classes 3 1 0.15 2 250


0
e 4 para PT e OD. O B12 T25 A25 T35 A35 O
0.1
1 200
0.05
150
Para que a classe 2 seja atendida no 0
O B12 T25 A25 T35 A35
0 10 20 30 40 50 60 70
Frequência (%)
80 90 100

bloco 3 em 2035, seria indicado reduzir as 64278080


15 600
cargas de matéria orgânica e nitrogênio no 550 64326000/PARP 02500
0.5
64326000/PARP 02500
600
0.5
trecho 3, a jusante de Chavantes, e de fós- 500 0.45
0.45 550

foro no trecho afluente a Capivara.


CDBO (mg-O2/L)

0.4
10 450 0.4 500
0.35
Q (m3/s)

CPT(mg-P/L)
0.35 450
Para os cenários futuros, há uma previ- 400 0.3

Q(m³/s)
0.3

CPT(mg-P/L)
350 0.25 400
são de que a DBO se mantenha em classe 3 0.25
0.2
5 300 350
sem necessidade de reduções de cargas or- 250
0.2
0.15
300
gânicas. Contudo, prevê-se a necessidade 200
0.15
0.1
0.1 250
de redução de NT no T3 e de fósforo no T4. 0 150 0.05
0.05
0 200
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
0 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Frequência (%)
Observado Cenário Cenário Cenário Cenário Cenário
O B12 T25 VazãoT35
A25 A35 Série Frequência (%)
Base 2012 Tendencial 2025 Acelerado 2025 Tendencial 2035 Acelerado 2035 Sintética 2012

Observado Cenário Cenário Cenário Cenário Cenário Vazão Série Classe 1 Classe 2 Classe 3 Classe 4
Base 2012 Tendencial 2025 Acelerado 2025 Tendencial 2035 Acelerado 2035 Sintética 2012

Classe 1 Classe 2 Classe 3 Classe 4


BLOCO IV
4 BASES PARA O ENQUADRAMENTO

ANÁLISE E ALOCAÇÃO DE CARGAS NOS RESERVATÓRIOS


O bloco mais a jusante da bacia se esten- nos trechos a jusante.
de desde jusante do reservatório Capivara
Para que no futuro, os trechos do bloco IV
até a foz do rio Paranapanema e compre- tenham DBO e PT compatíveis com águas de
ende 3 trechos (T5, T6 e T7). Neste bloco, classe 2 serão necessárias medidas voltadas
apenas uma estação de monitoramento Os reservatórios de Jurumirim, Chavan- Segundo o critério de necessidade de
para o controle de cargas poluidoras, sendo o tes e Capivara agem como atenuadores dos redução das cargas, o fósforo total se des-
apresentou dados suficientes para as simu- fósforo o parâmetro mais crítico neste sentido.
lações da qualidade da água nos trechos. A fluxos de constituintes da água ao longo dos tacou como o parâmetro mais crítico na
O mesmo ocorre com relação à classe 3. Para rios Paranapanema e Itararé na medida em modelagem dos reservatórios, isto é, aquele
retenção e diluição das cargas nos reserva- ambos os cenários, o trecho intermediário
tórios a montante do bloco contribuem para que diluem, depuram e retém parte deles. que mais se afasta dos aos critérios mínimos
(T6) é o que requer maiores reduções. Quanto No entanto, a retenção, principalmente dos de conformidade com as classes 2 e 3, prin-
a manutenção das concentrações dos parâ- à DBO, as simulações não indicam necessida- nutrientes fósforo e nitrogênio, eleva o po- cipalmente em relação aos cenários futuros.
metros estudados na faixa das classes 1 e 2 de de reduções de cargas orgânicas. tencial de eutrofização nos segmentos dos Portanto, serão apresentados os resultados
reservatórios em que há maior propensão do fósforo total para os reservatórios de
de ocorrer este processo de degradação da Jurumirim, Chavantes e Capivara, para o ano
SIMULAÇÕES DOS CENÁRIOS PARA qualidade da água. Assim, torna-se impres- base de 2012 e cenários tendencial e acele-
T7 T5
A SEÇÃO DE REFERÊNCIA DO BLOCO III cindível a redução dos aportes de nutrientes, rado projetado para o ano de 2035, confor-
T6 principalmente oriundos dos rios afluentes, me o PIRH Paranapanema (ANA, 2016).
para os reservatórios.
PARP 02900 15
PARP 02900
2400 Na análise dos reservatórios, os grá-
62571100/PARP 02900 15

2200
A divisão dos reservatórios em seto- ficos a seguir apresentam estimativas de
res foi definida a partir das respostas dos fósforo total das cargas afluentes e gerada
2000
10 modelos sobre as variações espaciais das pela piscicultura praticada nos próprios re-

CDBO (mg-O2/L)
CDBO (mg-O2/L)

10

Bloco 4 1800
concentrações dos constituintes ao longo servatórios calculada sobre a carga máxima

Q (m3/s)
1600 dos reservatórios. Para os três reservatórios admissível estimada para cada classe. Os
5 5
1400 ficou constatado que há setores com carac- gráficos apontam a redução de cargas ne-
1200
terísticas significativamente diferentes em cessária para se atingir a conformidade com
termos de qualidade de água. Deste modo, a a classe de qualidade ou a folga em função
0 1000
0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 análise a seguir será realizada considerando da capacidade de assimilação de fósforo no
O B12 T25 A25 T35 A35 Frequência (%)
estes setores. trecho do reservatório.
PARP 02900 PARP 02900
10 10 2400

9 9

JURUMIRIM
2200
8 8
7 2000
7
COD(mg-O2/L)

COD(mg-O2/L)

6 6

Q (m3/s)
1800
5 5
1600
A partir das concentrações médias Para os cenários futuros, é prevista a
4 4
anuais de fósforo total, apresentadas nos necessidade de redução de cargas de fós-
3 3 1400

2 2
mapas a seguir, e de análises de séries de foro para que as concentrações de fósforo
1 1
1200
imagens de satélite, observa-se que o se- sejam compatíveis com a classe 2 em todos
0 0
1000 tor 2 apresenta as maiores concentrações os setores de Jurumirim. O setor 3, braço
10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
O B12 T25 A25 T35 A35 O
Frequência (%) médias deste constituinte da água. Neste formado pelo afluente Taquari, é o segundo
setor, o afluente Rio Ribeirão das Posses setor mais crítico em relação aos critérios da
PARP 02900 PARP 02900
11 20 2400 forma um braço raso e estreito do reserva- classe 2 e mesmo da classe 3.
10 18
2200 tório, com elevado tempo de residência. No
9 16 Para o cenário tendencial, estima-se a
setor 2 constata-se que a qualidade de água
8 14 2000
necessidade de redução de 37% das car-
não chega a ser compatível nem mesmo
CNT(mg-N/L)

CPT(mg-P/L)

7
12
1800 gas de fósforo afluente para que se atinja
6
com a classe 2 em termos de fósforo para o
Q(m³/s)

10
5 uma concentração média compatível com a
8
1600
cenário base de 2012. Considerando ainda
4
classe 2 no reservatório de Jurumirim como
3
6 1400 o cenário base, a maior parte dos demais
4 um todo. Para o cenário acelerado de 2035,
2
1200 setores apresenta fósforo compatível com a
1 2 esta redução seria de 55%, em relação ao
classe 2, porém com valores médios próxi-
0 0 1000
limite máximo da classe 2, e de 24%, para
O B12 T25 A25 T35 A35 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
mos ao limite superior da classe.
Frequência (%) a classe 3.

Observado Cenário Cenário Cenário Cenário Cenário Vazão Série


Base 2012 Tendencial 2025 Acelerado 2025 Tendencial 2035 Acelerado 2035 Sintética 2012

Classe 1 Classe 2 Classe 3 Classe 4


Isto significa que ações devem focar em:
1. Redução de carga de fósforo total nas
2. Redução de carga de fósforo nas áreas con-
tribuintes para os demais setores, principal-
4 BASES PARA O ENQUADRAMENTO
mente na área de contribuição do rio Taquari
áreas contribuintes para o setor 2 em curto
com vistas à preservação do setor 3.
prazo;

JURUMIRIM CENÁRIO BASE


Percentual que a
Classe 2 Classe 3 carga calculada deve
diminuir para chegar
Estimativa de na carga limite para
concentração média cada classe para o
de fósforo total no cenário tendencial
corpo do reservatório. (T35) e acelerado
(A35) do ano 2035 e
do cenário base para
cada setor

CENÁRIO TENDENCIAL
Classe 2 Classe 3

CENÁRIO ACELERADO
Classe 2 Classe 3

Carga Limite Redução de Carga Folga de Carga


4 BASES PARA O ENQUADRAMENTO
Estimativa de
concentração média
de fósforo total no
corpo de reservatório

CHAVANTES CENÁRIO BASE


CHAVANTES Classe 2 Classe 3
Percentual que a
carga calculada deve
Em relação ao cenário base de 2012, em diminuir para chegar
geral, o reservatório de Chavantes apresenta na carga limite para
concentração média de fósforo total dentro cada classe para o
dos limites da classe 3 e, consequentemen- cenário tendencial
(T35) e acelerado
te, da classe 2. A exceção é o setor 1, onde
(A35) do ano 2035 e
há uma demanda por redução das cargas de do cenário base para
30%. Este trecho fica a jusante da represa de cada setor
Jurumirim e sofre influência da qualidade da
água deste reservatório situado a montante.
Assim, reduções de fósforo em Jurumirim
poderão ter reflexos positivos na qualidade
da água de Chavantes. CENÁRIO TENDENCIAL
Para os cenários futuros, há necessida-
Classe 2 Classe 3
de de redução significativa das cargas de
fósforo aportadas ao reservatório de Cha-
vantes como um todo de modo a se atingir a
conformidade com a classe 2 ou até mesmo
a classe 3 e reduzir os riscos de eutrofização
dos setores mais sensíveis a este processo
de degradação da qualidade da água.
Em Chavantes, as ações devem focar
em:
1. Redução de carga nas áreas a mon-
tante do setor 1, principalmente
aquelas provenientes do reservató- CENÁRIO ACELERADO
rio de Jurumirim
Classe 2 Classe 3
2. Redução de carga nas áreas con-
tribuintes para os demais setores.
Esta redução, em princípio, seria
da ordem dos aumentos das cargas
previstas nas projeções realizadas
para os cenários futuros.

Carga Limite Redução de Carga Folga de Carga


CAPIVARA
4 BASES PARA O ENQUADRAMENTO

Isto significa que as ações devem focar em:


CENÁRIO BASE
No mapa temático abaixo, observa-se
que o reservatório de Capivara apresenta 1. Redução de carga nas áreas a montante Classe 2 Classe 3
concentrações médias de fósforo total mais do setor 2, na bacia do rio Tibagi; Percentual que a
baixas em relação aos reservatórios de Cha-
2. Redução de carga nas áreas a montante carga calculada deve
vantes e Jurumirim. O setor 2 de Capivara, diminuir para chegar
afluente do Tibagi, é o que apresenta as do setor 1, provenientes do rio Para-
na carga limite para
maiores concentrações médias e que de- napanema. Neste caso, as reduções de cada classe para o
manda maiores reduções de fósforo. fósforo nos reservatórios de Jurumirim e cenário tendencial
Chavantes tendem a beneficiar a quali- (T35) e acelerado
Para o cenário base, observa-se con- dade de água em Capivara; (A35) do ano 2035 e
formidade com a classe 3 no reservatório do cenário atual (base)
de Capivara. Porém, nos cenários futuros, 3. Redução de carga nas áreas contribuin-
para cada setor.
o aumento das cargas tende a extrapolar os tes para os demais setores. Em princí-
limites de concentração de fósforo da classe pio, tal redução seria da mesma ordem
3 na maior parte do reservatório, caso não dos aumentos das cargas previstas nas
sejam tomadas ações de redução da carga projeções de cenários futuros do PIRH
Paranapanema.
adicional. CENÁRIO TENDENCIAL
Classe 2 Classe 3
CAPIVARA

Estimativa de
concentração média
de fósforo total no
corpo de reservatório

CENÁRIO ACELERADO
Classe 2 Classe 3

Carga Limite Redução de Carga Folga de Carga


4 BASES PARA O ENQUADRAMENTO
Os resultados mostram que, para o ano
base de 2012, as águas de Jurumirim e Cha-
em mudança de classe de 2 para 3 para Juru-
mirim e Chavantes e a não conformidade com
FÓSFORO TOTAL - CENÁRIO TENDENCIAL E ACELERADO 2035
vantes estavam estavam, em grande parte, classe 3 para Capivara. Entre os setores mais
em conformidade com a classe 2, enquanto críticos dos reservatórios estudados, desta- Nos mapas a seguir estão apontados os de amortização dos aportes de nutrientes
Capivara já apresentava condições de classe cam-se o setor 2 de Jurumirim (Ribeirão dos percentuais de redução das cargas de fós- que chegam ao reservatório de Capivara,
3. No entanto, em 2012, todos reservatórios Passos), o braço do rio Itararé e as áreas de foro total necessários para que os trechos estima-se a necessidade de redução de
já possuíam setores em que a qualidade da piscicultura, em Chavantes e o braço do rio dos rios federais se enquadrem nas clas- mais de 50% de PT nos trechos intermedi-
água já se encontrava próximas de ultrapas- Tibagi, no reservatório de Capivara. ses 2 e 3 em face dos cenários T35 e A35. ários (T3 e T4) do Paranapanema para que
sar ou mesmo em desconformidade com os Os tons de verde nas ottobacias indicam os estes atendam os critérios da classe 2 nos
Importante destacar que a redução
padrões destas classes. potenciais de redução das cargas de fósfo- cenários futuros. Há ottobacias com poten-
de carga de montante para jusante benefi-
ro total (kg/dia/km2) estimados a partir das cial moderado de redução de cargas de PT
Consequentemente o aumento de cargas, ciará diretamente os reservatórios à jusante
medidas descritas no capítulo 2. adjacentes a estes trechos intermediários do
sem ações, para os cenários tendencial (T35) dos setores 1 que são relacionados ao Rio
Paranapanema.
e acelerado (A35) para o ano 2035 resultarão Paranapanema. Segundo as estimativas dos modelos,
o reservatório de Capivara se destaca pela Para se enquadrar nas classes 2 e 3,
necessidade de reduções do aporte de PT, considerando qualquer cenário estudado, o

MAPAS-SÍNTESE principalmente no cenário acelerado pre-


visto para 2035. Estima-se que são neces-
trecho T8, do rio Itararé, situado a montan-
te do reservatório de Chavantes, demanda
sárias reduções de PT variando entre 50% prioridade nas reduções das cargas de PT,
Os mapas-síntese apresentam estimati- apropriar dos resultados deste estudo de e 75% no corpo do Capivara para que as estimadas em mais de 75%. As reduções de
vas dos potenciais de redução e as reduções forma mais acessível. Por este motivo, os condições de classe 2 sejam mantidas em cargas neste trecho são importantes no sen-
de cargas poluidoras necessárias para que mapas-síntese serão disponibilizados no relação a este parâmetro. O braço do reser- tido de reduzir o risco de eutrofização e ga-
os parâmetros estudados se enquadrem portal do Sistema Nacional de Informações vatório de Capivara que recebe as cargas do rantia da qualidade de água de Chavantes,
nos critérios de qualidade de água definidos sobre Recursos Hídricos (SNIRH): rio Tibagi demanda reduções de PT acima visto que a água no corpo do reservatório
para as classes 2 e 3 nos trechos dos rios de 75% para que sua concentração na água também demandaria reduções expressivas.
Nos mapas-síntese, o potencial de re- Nesta UGH, a maior parte da produção de PT
federais da bacia do Paranapanema diante seja compatível com a classe 2, no cenário
dução de carga das medidas de controle estimada ocorre na porção superior da ba-
de cenários previstos no PIRH (ANA, 2016). tendencial, e acima de 75%, no acelerado.
escolhidas foi calculado a partir da subtra- cia do Itararé e é atribuída à poluição difusa
A proposta de mapas temáticos visa inte- ção entre as cargas para o cenário estudado De acordo com as estimativas de pro- proveniente das culturas temporárias e à
grar os principais resultados das simulações e as cargas remanescentes após aplicação dução de cargas apresentadas no início indústria.
sobre a origem, caminho e destino das cargas de medidas potenciais de redução de cargas deste capítulo, observa-se uma expressiva
poluidoras na bacia e da qualidade de água para cada ottobacia, conforme descrito no O trecho de cabeceira (T1) do rio Para-
produção de cargas de fósforo na metade
nos corpos hídricos, tendo como referência a capítulo anterior. O mapa síntese destaca as napanema, a montante do reservatório de
inferior da bacia do Tibagi, onde as culturas
situação atual e futura da qualidade da água ottobacias com maior potencial de diminui- Jurumirim, também demandaria reduções
temporárias e a indústria contribuem de for-
nos corpos d’água de domínio da União. ção de carga em termos absolutos. entre 50% e 75% das cargas de PT para se
ma relevante. Nesta área da bacia do Tibagi
enquadrar na classe 2 em qualquer cenário
Os mapas facilitam a interpretação dos Já as estimativas de reduções das cargas há ottobacias com potencial para a redução
futuro estudado. Também é estimada a ne-
resultados provenientes de complexas nas fontes poluidoras necessárias para que destas cargas em benefício do reservatório
cessidade de redução de até 50 % das cargas
técnicas de modelagem que, integradas, as águas dos trechos (T1 a T8) se enqua- de Capivara.
de fósforo para que o corpo deste reserva-
visam subsidiar a proposta de metas de en- drem nos critérios de qualidade das classes Apesar da retenção nos reservatórios tório tenha água com qualidade compatível
quadramento para a bacia do rio Paranapa- 2 e 3 em função dos cenários tendencial e de Chavantes e Jurumirim e da expectativa com a classe 2 em ambos os cenários.
nema. A partir desta forma de apresenta- acelerado de 2035 são representadas por
ção, espera-se que gestores e usuários diferentes cores nos trechos federais apre-
de recursos hídricos na bacia possam se sentados nos mapas.
4 BASES PARA O ENQUADRAMENTO

PT - Cenário PT - Cenário
tendencial (2035) acelerado (2035)
4 BASES PARA O ENQUADRAMENTO
NITROGÊNIO – CENÁRIO TENDENCIAL E ACELERADO 2035 NT - Cenário
tendencial (2035)
Antes de prosseguir com a análise, é 75% seriam necessárias para tornar o trecho
importante lembrar que não há critérios de imediatamente a jusante da represa compa-
qualidade para as concentrações de nitro- tível com as classes 2 ou 3 definidas no estu-
gênio total definidos na Resolução CONA- do em qualquer cenário simulado. O controle
MA no 357/2005. O normativo indica que do nitrogênio neste trecho é importante para
quando o nitrogênio for fator limitante para assegurar qualidade da água no reservatório
eutrofização, nas condições estabelecidas de Capivara e reduzir o potencial de eutrofi-
pelo órgão ambiental competente, o valor zação de suas águas.
de nitrogênio total (após oxidação) não de-
Para o trecho do Paranapanema a mon-
verá ultrapassar 1,27 mg/L para ambientes
tante do reservatório de Jurumirim, no ce-
lênticos e 2,18 mg/L para ambientes lóticos,
nário tendencial, também se estima neces-
na vazão de referência. Portanto, com base
sária uma redução de 25% a 50% do NT para
nestas referências e em dados observados,
que a água tenha qualidade compatível com
nesta análise foi adotado o limite de até 2,18
o limite estabelecido para a classe 2 no ce-
mg/L de NT para a classe 2 e de 2,18 a 3,27
nário T35. Para o cenário acelerado, seria
mg/L para a classe 3.
necessário reduzir o NT em mais de 50%
Os modelos não apontaram necessidade para se atingir a classe 2. Estima-se ainda
de redução de cargas de NT para os corpos que uma redução entre 25% e 50% de NT
principais dos reservatórios estudados. colocaria este trecho na classe 3 no cenário
Porém, tais reduções se fazem necessárias A35, segundo os critérios aqui definidos
para os trechos a montante dos reservató- para este parâmetro.
rios, principalmente de Chavantes. Neste
Caso este trecho do Alto Paranapanema
caso, estima-se que reduções de mais de
seja enquadrado na classe 3, não haveria
75% das cargas de NT serão necessárias
necessidade de redução de NT segundo os
para que o trecho T1 do rio Itararé fique com
resultados das simulações. Há produção
qualidade compatível com o critério aqui es-
expressiva de cargas de NT pelas culturas
tabelecido para as classes 2 e 3 em qualquer
temporárias no Alto Paranapanema, onde a
um dos cenários futuros.
adoção de boas práticas agrícolas e recu-
Os trechos a jusante da represa de Cha- peração de APPs poderiam contribuir para o
vantes também merecem atenção em rela- controle das emissões deste nutriente pelas
ção às cargas de NT. Reduções entre 50% e fontes difusas de poluição.
4 BASES PARA O ENQUADRAMENTO
NT - Cenário DBO – CENÁRIO TENDENCIAL E ACELERADO 2035
acelerado (2035)
Os resultados das simulações da DBO montante de Chavantes até o trecho logo a
foram restritos aos trechos lóticos dos rios Pa- jusante de Capivara.
ranapanema e Itararé. Nos trechos estudados
Apesar de estar geralmente associada aos
não foi observada a necessidade de reduções
efluentes domésticos e industriais de deter-
da DBO para que se alcance condições de
minadas tipologias (indústrias de alimentos,
qualidade compatíveis com águas de classe
por exemplo), as estimativas de produção po-
3 em relação a este parâmetro em ambos os
tencial de cargas orgânicas na bacia apontam
cenários considerados.
as culturas temporárias e pastagens como as
Entretanto, para se alcançar a conformi- maiores fontes. Este resultado indica a ne-
dade com a classe 2, considerando o cenário cessidade de controle de cargas difusas para
tendencial, haveria necessidade de se reduzir a redução da DBO nos trechos em que este
os valores de DBO em até 25% nos trechos parâmetro se apresentou mais crítico. As áreas
intermediários e baixos do Paranapanema com maiores potenciais de redução deste in-
(T3 a T7). Considerando o cenário acelerado dicador estão distribuídas principalmente na
para 2035, esta necessidade de redução seria porção média da bacia do Paranapanema, em
de 25% a 50% desde o trecho do rio Itararé a áreas com intensa produção agrícola.
4 BASES PARA O ENQUADRAMENTO

DBO - Cenário
DBO - Cenário acelerado (2035)
tendencial (2035)
5 CONCLUSÕES E
RECOMENDAÇÕES
A Política Nacional de Recursos Hídri- apoiar e incentivar os comitês da bacia na
cos, instituída pela Lei n° 9.433/1997, prevê revisão de seus enquadramentos com base
cinco instrumentos que devem ser aplicados nos resultados e diretrizes do PIRH no sen-
para promover a gestão dos recursos hídri- tido de pactuar condições de entrega entre
cos de uma bacia hidrográfica: planos de os afluentes estaduais e os rios federais.
recursos hídricos, outorga de direito de uso O presente estudo é uma das ações deste
dos recursos hídricos, cobrança pelo uso da subprograma e sua conclusão representa
água, sistema de informações sobre recur- um avanço na implementação do instrumen-
sos hídricos e enquadramento dos corpos to do enquadramento.
d’água em classes. Os planos de recursos
hídricos visam fundamentar e orientar a im- Como previsto no PIRH, os subsídios
plementação dos demais instrumentos. entregues por meio deste estudo formam
uma base sólida para a preparação de uma
Os Programas e Ações do Plano Inte- proposta atualizada de enquadramento para
grado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio os reservatórios e rios federais da bacia. A
Paranapanema - PIRH Paranapanema (ANA, compatibilização das metas de qualidade
2016) foram estruturados em dois eixos de de água dos rios com os reservatórios, que é
atuação: ações para a Gestão de Recursos uma atividade prevista no Manual Operativo
Hídricos (GRH) e ações voltadas às Inter- do Plano (MOP), também foi contemplada
venções e Articulações com o Planejamento neste estudo por meio da integração de di-
Setorial (STR). versos métodos e modelos de simulação.
A implementação do enquadramento é A aplicação de técnicas de modelagem
um dos subprogramas do programa Instru- integradas para estimar i) a origem e pro-
mentos de Gestão (GRH.A) previsto no PIRH dução de cargas com potencial de poluir as
Paranapanema. Esse programa tem por ob- águas da bacia do Paranapanema; ii) o fluxo
jetivo promover o fortalecimento da gestão destas cargas pelos rios de domínio federal
dos recursos hídricos por meio da aplicação até os reservatórios; assim como iii) as es-
dos instrumentos previstos na Lei Federal timativas acerca das necessidades e poten-
9.433/1997 e nas leis estaduais de recursos ciais de redução destas cargas poluidoras
hídricos. para o atingimento de possíveis metas de
O Subprograma GRH.A.4 visa aprovar o qualidade de água representam subsídios
enquadramento nos rios federais e reser- importantes para o processo de enquadra-
vatórios da UGHR Paranapanema, assim mento dos corpos hídricos na bacia do rio
como seu programa de efetivação, além de Paranapanema.

Represa Chavantes, no rio Paranapanema, divisa entre São Paulo e Paraná.


Raylton Alves/Banco de imagens ANA
Compreender a origem da poluição que Estas áreas de vegetação que margeiam e
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A caracterização do uso da água pela in-
CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
os instrumentos de planejamento da PNRH
degrada a qualidade das águas na bacia é protegem corpos d’água e nascentes são dústria na bacia do rio Paranapanema foi ob- com relação mais próxima com o tema da
fundamental para a gestão dos recursos muito importantes para amortizar os aportes jeto de um estudo visando o aprimoramento qualidade de água e a proposta do estudo.
hídricos, pois permite priorizar o controle de cargas poluidoras da água, sendo sua do balanço quali-quantitativo dos recursos O contexto tem foco em um painel interativo
de sua produção diretamente nas principais restauração uma medida fundamental para a hídricos. O estudo intitulado A Indústria na com as características da bacia do rio Para-
fontes poluidoras e identificar áreas críti- manutenção da qualidade da água e a con- Bacia do Rio Paranapanema – Uso da Água e napanema relacionados ao tema. Na sessão
cas para o planejamento das medidas que secução das metas do enquadramento. Boas Práticas (ANA, 2020) foi uma iniciativa de diagnóstico são apresentadas as cargas
garantirão a efetividade do processo de en- da ANA que, assim como o presente estudo, estimadas com potencial para poluir os rios
A caracterização das áreas com restri-
quadramento dos corpos hídricos segundo foi elaborado visando a implementação das e reservatórios e suas respectivas fontes. Fi-
ções à ocupação e uso da terra, apresentada
classes de qualidade. ações definidas no PIRH Paranapanema e nalmente, são apresentados mapas-síntese
no início deste documento, aponta oportuni-
priorizadas pelo Comitê. com os potenciais de redução das cargas
Os resultados obtidos com este estudo dades para a restauração e preservação da
poluidoras nas sub-bacias onde elas são
podem repercutir também em outros ins- bacia com vistas à garantia da qualidade da Durante a discussão e elaboração da
produzidas e as reduções necessárias nos
trumentos da Política Nacional de Recursos água por meio do enquadramento em articu- proposta de enquadramento, além da cui-
trechos dos rios federais para que estes
Hídricos (PNRH), especialmente sobre a lação com as demais políticas públicas com dadosa seleção de parâmetros para a ava-
apresentem água de qualidade compatível
outorga de direito de uso da água, dado o influência no tema. Em adição ao planeja- liação da qualidade da água, é essencial
com as classes 2 e 3.
seu papel em relação à alocação de cargas mento e gestão da ocupação do território da conhecer e estimar adequadamente as car-
poluidoras de origem pontual, tais como os bacia, o uso racional de fertilizantes e apli- gas poluidoras da bacia para a indicação de As estimativas fornecidas pelos mode-
efluentes tratados domésticos e industriais. cação de técnicas adequadas de drenagem ações de controle e mitigação das cargas. los utilizados neste estudo devem ser vistas
das áreas plantadas são práticas importan- Nesse sentido, os dois estudos se conectam como bases técnicas, isto é, um passo inicial
Além dos instrumentos da PNRH, o co-
tes para a preservação dos recursos hídricos e representam um passo importante para o para as discussões sobre a alocação de car-
nhecimento sobre a origem e distribuição
e que trazem benefícios ao próprio setor planejamento e a gestão da qualidade da gas orgânicas e de nutrientes no processo de
das cargas poluidoras da água no território
agrícola como usuário de água na bacia. água na bacia. gestão da qualidade da água na bacia. Defi-
da bacia pode orientar a necessária inte-
nidos os objetivos e prioridades do enqua-
gração entre a gestão dos recursos hídricos Entre os resultados deste estudo, tam- Como um próximo passo, o MOP prevê
dramento na bacia do Paranapanema, tais
com a gestão ambiental, visto que somente bém se verificou a importância do controle a atuação do CBH Paranapanema na for-
estimativas podem e devem ser aperfeiçoa-
a aplicação dos instrumentos da PNRH pode das cargas industriais para a redução da mação de grupos de trabalho para avaliar
das e detalhadas a partir da atualização e in-
não ser suficiente para o controle da polui- poluição hídrica na bacia. Apesar do louvável estratégias com vistas ao enquadramento
corporação de dados aos modelos existentes
ção hídrica oriunda de fontes difusas. esforço dos órgãos ambientais e do setor in- dos reservatórios e rios federais. Também
ou por meio de ferramentas complementares.
dustrial no sentido de reduzir suas emissões, estão previstas séries de encontros setoriais
Entre as principais fontes emissoras de
verificou-se que esta ainda é uma fonte ex- e regionais, envolvendo setores usuários e Os resultados desta cooperação entre a
cargas poluidoras apontadas pelo estudo
pressiva de nutrientes e matéria orgânica na demais atores, visando a consolidação de UFPR e a ANA são uma entrega da área de
estão fontes difusas no meio rural. Estima-
bacia. Recomenda-se, portanto, a contínua uma proposta de enquadramento, além de planejamento de recursos hídricos ao pro-
-se que as culturas temporárias e pastagens
busca pelas melhores práticas e tecnologias seu alinhamento com os órgãos gestores de cesso de enquadramento dos rios e reser-
contribuam com mais de 60% das cargas de
de tratamento, sobretudo voltadas à remo- recursos hídricos que atuam na bacia. vatórios federais da bacia do Paranapanema
matéria orgânica e nutrientes produzidas
ção de fósforo e nitrogênio dos efluentes. com grande potencial de continuidade a
com potencial de atingir os rios e reservató- Este Sumário Executivo tem por fina-
partir do envolvimento dos órgãos gestores
rios da bacia. O lançamento de efluentes industriais lidade principal promover a entrega e a
estaduais, comitês afluentes e demais ato-
é considerado um uso da água outorgável, apropriação dos resultados do estudo de
O controle da poluição destas cargas res envolvidos no processo.
sendo, portanto, estas cargas poluidoras modelagem dos rios federais a todos os
é complexo e depende da articulação en-
mais facilmente submetidas ao controle atores da gestão dos recursos hídricos Para a ANA, a continuidade do desen-
tre políticas públicas voltadas a questões
das autoridades responsáveis pela gestão participantes das próximas etapas do pro- volvimento dos estudos sobre o tema da
ambientais e fundiárias, incentivos e boas
dos recursos hídricos, tanto no nível federal cesso de construção da proposta da im- qualidade da água, a partir da apropriação
práticas para a produção agropecuária, or-
quanto estadual. Além disso, as medidas plementação do enquadramento. Pelo link dos resultados aqui apresentados pelos
denamento territorial e à própria gestão dos
de controle da poluição hídrica emitida por https://bit.ly/paranapanema_modelagem atores locais, é desejável e tem um signi-
recursos hídricos.
estas fontes tendem a ser mais efetivas e de os interessados poderão ter um resumo do ficado especial para o desenvolvimento e
A caracterização da bacia quanto ao uso implementação mais rápida, visto que são estudo apresentado em quatro sessões: i) implementação dos planos de recursos hí-
e ocupação da terra na bacia do Paranapa- relativamente mais fáceis de identificar e Apresentação; ii) Contexto; iii) Diagnósti- dricos e do instrumento do enquadramento
nema indica a existência de um passivo am- quantificar do que as fontes difusas em vir- co, IV) e Bases para o Enquadramento. A dos corpos d’água em conjunto com as en-
biental de Áreas de Preservação Permanente. tude de sua origem pontual. sessão inicial contém explicações sobre tidades parceiras.
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UME.” PLOS ONE 8, NO. 11 (2013): E81457.
Reservatório de Capivara na divisa entre São Paulo e Paraná.
Raylton Alves/Banco de imagens ANA
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Represa de Jurumirim, em Piraju (SP)
Raylton Alves / Banco de imagens ANA

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