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Modelagem Da Qualidade Da Água
Modelagem Da Qualidade Da Água
BRASÍLIA - DF
ANA
2022
© 2022, Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS E SANEAMENTO BÁSICO
Setor Policial Sul, Área 5, Quadra 3, Blocos B, L , M, N, O e T.
CEP: 70610-200, Brasília-DF Superintendência de Planejamento de Recursos Hídricos (SPR)
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Humberto Cardoso Gonçalves Marcelo Luiz de Souza Marcelo Luiz de Souza
Rogério Menescal (Secretário Executivo) Celio Bartole Pereira
Projeto gráfico, diagramação,
capa e infografia Equipe Técnica
As ilustrações, tabelas e gráficos sem indicação
Vanessa da Silva Cardoso - DATA AO CUBO Daniel Izoton Santiago
de fonte foram elaborados pela ANA.
Informações, críticas, sugestões, correções de Alexandre de Amorim Teixeira.
Fotografias
dados: cedoc@ana.gov.br. Carlos Alberto Perdigão Pessoa
Raylton Alves / Banco de Imagens ANA
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É permitida a reprodução de dados e de
e Saneamento Básico UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ
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Dário Hossoda
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Haddoula Galbert
Pós-Graduados Irani dos Santos
Alexei Nowatski Jhenifer Priscila
Bruna Arcie Polli Laura Beatriz Krama
Danieli Mara Ferreira Mariana Gomes dos Santos
Gabriel Henrique de Almeida Pereira Marina Fernanda de Oliveira Cordeiro
Julio Werner Yoshioka Bernardo Thiago Francisco Godoy
Marcelo Coelho Ugo Maranhão Leal
Catalogação na fonte: Divisão de Biblioteca/CEDOC
Vitória Pfaffenzeller
Pós-Graduandos
A265f Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (Brasil).
Alana Louise Werneck Lassen Consultores
Modelagem da Qualidade da Água na Bacia do Paranapanema: Bases para o
Ana Carolina Canossa Becker Antonio Ostensky Neto
Enquadramento / Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico.
Arthur Humberto Rocha Ferreira Fernando Mainardi Fan
– Brasília : ANA, 2022.
Camila Goulart Helder Nocko
84p.: il.
Camila Carvalho Almeida de Bitencourt Klajdi Sotiri
ISBN: 978688101230
Daniel Passeti Luciene Stamato Delazari
Eileen Andrea Acosta Porras Sidnei Agra
1. Qualidade de água – Água – Uso. 2. Paranapanema, Rio, Bacia. I. Título.
João Marcos Carvalho Silvana Philippi Camboim
CDU 628.161.1 Stephan Fuchs
DIRETORIA
Presidente
José Luiz Scroccaro
Primeiro Vice-Presidente
Marco André F. D’Oliveira
Segundo Vice-Presidente
Carla Beck
Secretária
Suraya Damas O. Modaelli
Secretário Adjunto
Carlos Eduardo S. Camargo
Associação Brasileira de Recursos Departamento de Água e Energia Elétrica do Secretaria da Agricultura e Abastecimento do Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Hídricos (ABRHidro) Estado de São Paulo (DAEE) Estado PR (Seab) Antonio Cezar Leal - Titular
Luis Sergio de Oliveira - Suplente David Franco Ayub - Titular Antonio Carlos Barreto - Titular
Álvaro Yanagui - Suplente Fernando Emmanuel G. Vieira - Suplente Universidade Tecnológica Federal do
Associação do Sudoeste Paulista de Irrigantes Paraná (UTFPR)
e Plantio na Palha (Aspipp) Faculdade Cristo Rei (FacCRei) Secretária de Estado do Desenvolvimento Ricardo Nagamine Costanzi - Titular
Uiara Queli Valim Almeida - Titular Moniki Campos Janegitz - Suplente Sustentável e do Turismo (Sedest)
Rosimeire Borges Passos Aveiro - Suplente João Lech Samek - Titular Usina Santa Terezinha (Usaçucar)
Federação da Agricultura do Estado do Danielle Teixeira Tortato - Suplente Dominique Martins Sala - Titular
Associação Regional dos Engenheiros de Paraná (Faep) Vivian Mussolini Desidério - Suplente
Itapeva (Arespi) Carla Beck Kersting - Titular Secretaria Estadual de Infraestrutura e
Marco André Ferreira D’Oliveira - Titular Bruno Vizioli - Suplente Meio Ambiente (Sima)
Carlos Eduardo S. Camargo - Titular
Associação Turística do Norte Pioneiro Federação da Agricultura e Pecuária do Suraya Damas Oliveira Modaelli - Suplente
do Paraná (Atunorpi) Estado de São Paulo (Faesp)
Michael Couto Mendes - Titular Gilmar Ogawa - Titular Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE)
Antonio Salvador Consalter - Suplente Palmital/SP
Companhia Ambiental do Estado de Luis Antonio Ferreira - Titular
São Paulo (Cetesb) Instituto Água e Terra (IAT)
Hilton Iwao Ubukata - Titular Christine da Fonseca Xavier - Titular Sindicato Rural de Jacarezinho/PR
Geraldo do Amaral Filho - Suplente Luiz Fornazzari Neto - Suplente Eduardo Sérgio Assumpção Q. Braga - Titular
Companhia de Saneamento Básico do Prefeitura Municipal de Alvares Machado Universidade Estadual do Norte do
Estado de São Paulo (Sabesp) Guilherme Bortoluzzi Cabrera - Titular Paraná (Uenp)
Sérgio Hideki Yamashita - Titular Carlos Eduardo Gonçalves Aggio - Suplente
Prefeitura Municipal de Alvorada do Sul/PR
Companhia de Saneamento do André Luiz Debiasio - Titular Universidade do Oeste Paulista (Unoeste)
Paraná (Sanepar) Ever Donizete Dugolin - Suplente Elson Mendonça Felici - Suplente
Thaisa Carolina Ferreira Waiss - Titular
Julio Kazuhiro Tino - Suplente
APRESENTAÇÃO 09
1 CONTEXTO 11
3 PROCESSO DE ELABORAÇÃO 27
5 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES 79
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 82
Rio Paranapanema, em Marilena (PR)
Raylton Alves / Banco de imagens ANA
APRESENTAÇÃO
O enquadramento dos corpos de água era a Portaria no 13, de 15 de janeiro de 1976,
em classes, segundo os usos preponde- do antigo Ministério do Interior. Contudo,
rantes da água, é um dos instrumentos em função da revogação desta portaria e em
previstos da Política Nacional de Recursos virtude dos novos normativos de enquadra-
Hídricos, a Lei 9433/1997, e tem como ob- mento aqui mencionados, surge a necessi-
jetivo “assegurar às águas qualidade com- dade de adequação do instrumento a partir
patível com os usos mais exigentes a que de uma nova proposta de enquadramento
forem destinadas” e “diminuir os custos de para a Bacia do Paranapanema.
combate à poluição das águas, mediante
Esta nova proposta demanda uma abor-
ações preventivas permanentes”. O enqua-
dramento oferece ainda subsídio à outorga dagem técnica mais robusta no que se refere
para o uso da água, sempre condicionada às ao diagnóstico e prognóstico da qualidade
prioridades de uso estabelecidas nos Planos da água nos rios e reservatórios da bacia.
de Recursos Hídricos e respeitando a classe Neste sentido, é recomendável a utilização
em que o corpo de água estiver enquadrado. de modelos de simulação de qualidade de
água capazes de apontar a origem, o cami-
O processo de enquadramento é par- nho e o destino das cargas poluentes, bem
ticipativo e exige estudos para determinar como apontar cenários e alternativas para
os usos dos recursos hídricos na bacia, as que se alcancem as metas de qualidade de
condições de qualidade da água presentes e água propostas com base nos usos dos re-
futuras e as classes de qualidade adequadas cursos hídricos na bacia hidrográfica.
para os trechos dos corpos de água da bacia
hidrográfica. Para orientar o processo, a Re- Dessa forma, uma cooperação entre a
solução CNRH no 91/2008 estabelece pro- Universidade Federal do Paraná - UFPR e a
cedimentos gerais para o enquadramento, Agência Nacional de Águas e Saneamento
incluindo a elaboração de uma proposta de Básico - ANA foi firmada e, a partir do uso
enquadramento, que prevê etapas de diag- de modelos hidrodinâmicos de simulação
nóstico, prognóstico, propostas de metas de qualidade de água, o presente estudo
relativas às alternativas de enquadramento foi concebido com o objetivo de gerar bases
e programa para efetivação. Por fim, o en- técnicas para subsidiar a construção de uma
quadramento dos corpos de água nas clas- proposta de enquadramento com a partici-
ses de uso deve ser submetido à apreciação pação dos atores envolvidos com a gestão
do Comitê da bacia hidrográfica, para pos- dos recursos hídricos na bacia do Paranapa-
teriormente ser encaminhado ao Conselho nema.
de Recursos Hídricos para sua aprovação e Portanto, a ANA e a UFPR apresentam
publicação da respectiva Resolução. o estudo Qualidade de Água na Bacia do
As águas da bacia do rio Paranapanema Rio Paranapanema – Bases para o Enqua-
foram classificadas em 1980 de acordo com dramento como uma relevante contribuição
a proposta apresentada pelo Comitê Execu- ao planejamento e à implementação deste
tivo de Estudos Integrados da Bacia Hidro- importante instrumento de gestão dos re-
gráfica do Rio Paranapanema (CEEIPEMA). cursos hídricos na bacia do Paranapanema
A legislação vigente sobre o tema à época e no Brasil.
GRH
Gestão de PLANO DE AÇÕES
Recursos
Hídricos
GRH.A.4.2
GRH.A.4.1
STR
Intervenções e
Articulações com
Planejamento
Setorial
(MOP)
Manual Operativo
QUALIDADE DE ÁGUA NA
BASES PARA O
ENQUADRAMENTO
1 CONTEXTO
PRESERVAÇÃO PROTEÇÃO DAS RECREAÇÃO AQUICULTURA ABASTECIMENTO RECREAÇÃO PESCA IRRIGAÇÃO DESSEDENTAÇÃO NAVEGAÇÃO HARMONIA
DO EQUILÍBRIO COMUNIDADES COM PARA O COM DE ANIMAIS PAISAGÍSTICA
Usos da NATURAL DAS
COMUNIDADES
AQUÁTICAS CONTATO
DIRETO
CONSUMO
HUMANO
CONTATO
INDIRETO
ÁGUA
AQUÁTICAS
Hortaliças
Classe Classe
Após consumidas
cruas e frutas que
01
tratamento
mandatória se desenvolvem
simplificado
em Terras rentes ao solo
Indígenas e que sejam
ingeridas com
casca
Após Hortaliças,
Classe tratamento frutíferas,
02
convencional parques, jardins,
campos de
esporte e lazer
Após Culturas
Classe tratamento arbóreas,
03
avançado cerealíferas e
forrageiras
Classe
04
2 BACIA DO RIO
PARANAPANEMA
49%
PARANAPANEMA
SP
no estado de São Paulo
PR ALTO
PARANAPANEMA
MS
PIRAPONEMA
BACIA DO RIO MG
SP
PARANAPANEMA
SÃO
PAULO
51% PR PR
CURITIBA
NORTE
no estado do Paraná PIONEIRO
SC TIBAGI
A bacia do rio
Paranapanema abrange
247municípios
no total
230 sedes
municipais
4,7
milhões de
habitantes
2,3%
da população
do país
90%
da população da
bacia é urbana
2%
do PIB
brasileiro
A qualidade da água numa bacia hidro-
gráfica tem forte relação com as atividades
ra na área de estudo.
Para fins de modelagem, no presente
2
Para estimar o grau de intervenção hu-
mana no território da bacia do Paranapane-
BACIA DO RIO PARANAPANEMA
A partir deste levantamento, conclui-se
que 18% da área da bacia ainda se encontra
exercidas em seu território, uma vez que ma, as classes de uso da terra foram agru- em seu estado natural e 80% estão ocupa-
estudo, optou-se por agrupar as classes de
esta reflete o aporte de poluentes delas de- padas em áreas sob influência antrópica e das por classes de uso antrópico, incluindo
cultura temporária, cana-de-açúcar, milho,
correntes. O levantamento do uso da terra aquelas que se apresentam em seu estado culturas permanentes e temporárias, áre-
soja e os pivôs, na classe “Cultura Temporá-
fornece uma visão geral das atividades pra- natural de preservação, como as áreas de as urbanizadas, pastagens e silvicultura.
ria”. Do mesmo modo, as classes de culturas
ticadas na bacia. floresta e campestres, seguindo as propos- Dois por cento da área total são ocupadas
permanentes (citrus e café) foram agrupa-
tas metodológicas do Manual Técnico de por rios e reservatórios dos mais variados
Neste estudo, a informação apresentada das em apenas uma única classe denomina-
Uso da Terra (IBGE, 2013). portes.
no PIRH Paranapanema sobre o uso da terra da “Cultura Permanente” reduzindo o total
e a cobertura vegetal na bacia do Paranapa- de classes de uso de doze para oito.
nema foi fundamental para as estimativas da Neste novo mapeamento, predominam as
produção de cargas poluidoras pelos mode- classes de pastagem e de culturas temporá-
los computacionais. A figura abaixo mostra rias. Somadas, estas classes de uso chegam ESTADO DE PRESERVAÇÃO/DEGRADAÇÃO
um levantamento dos principais usos da ter- a aproximadamente 70% da área do estudo. DO USO DA TERRA
2 1,1
1,1
CLASSES DE COBERTURA VEGETAL E USO DA
8,3 4,1
TERRA NA BACIA DO PARANAPANEMA
SP
USO DA TERRA E COBERTURA VEGETAL
NA BACIA DO PARANAPANEMA
33,5
36,2
SP
13,9
URBANO
CAMPESTRE
CULTURA PERMANENTE PR
CULTURA TEMPORÁRIA
FLORESTAL
PASTAGEM
SILVICULTURA
ÁGUA PR
2%
RIOS E
80%
USO
18%
ESTADO
RESERVATÓRIOS ANTRÓPICO NATURAL
As Áreas de Preservação Permanen- reter parte da poluição hídrica de fonte di- A bacia do rio Paranapanema possui vem ser enquadradas na classe especial,
te - APPs são áreas protegidas pela Lei fusa, contribuindo para a qualidade da água diversas unidades de conservação. Para mantendo as condições de qualidade mais
12.651/2012 com a função de preservar os em rios e reservatórios. o enquadramento dos corpos hídricos em próximas às condições naturais.
recursos hídricos, a paisagem, proteger a Neste estudo foi realizada a delimitação classes de qualidade, segundo os usos pre- Em função da importância destas unida-
biodiversidade, proteger o solo e assegurar das APPs da bacia do Paranapanema. A par- ponderantes, as Unidades de Conservação des de conservação para o enquadramento,
o bem-estar das populações humanas. As tir daí, foi feita uma análise espacial sobre o de Proteção Integral são áreas de especial estas áreas também foram analisadas quan-
APPs também têm um papel importante de grau de preservação destas áreas. interesse. De acordo com a Resolução CO- to ao grau de preservação/degradação. Os
NAMA no 357/2005, nestes locais, as águas resultados mostram que as áreas de pro-
que banham estas unidades devem ser teção integral da bacia, que representam
CATEGORIAS DE APPS E SEU RESPECTIVO GRAU DE PRESERVAÇÃO/DEGRADAÇÃO
destinadas prioritariamente à preservação 1,2% do total de seu território, estão em bom
45,9 (Km²) 8,9 (Km²)
dos ambientes aquáticos e, portanto, de- estado de conservação.
Nascente 83,8% 16,2%
1.793,1 (Km²) 1.584,3 (Km²) PRESERVAÇÃO E DEGRADAÇÃO DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO DE PROTEÇÃO INTEGRAL
Rios > 10 m 53,1% 46,9%
0,1 36,2 177,9 (Km²)
30,1 (Km²) 16,9 (Km²)
Estação
Rios < 10 m 64,1% 35,9% 0,1% 16,9% 83,8%
Ecológica
331,4 (Km²) 135,6 (Km²) 1,1 1,1 (Km²)
SP 77%
SP
NÚMERO DE RESTRIÇÕES
LEGAIS AO USO DA TERRA
SEM RESTRIÇÕES
PR 4
ESTAÇÃO ECOLÓGICA
PR
PARQUE
ÁREAS DEGRADADAS E PRESERVADAS DAS
RESTRIÇÕES DE USO DA TERRA
REFÚGIO DA VIDA SILVESTRE
RESERVA BIOLÓGICA
1.897,4 214,3 23,0 1,09 (Km²)
MONUMENTO NATURAL 2,3% 1,1% 0,6% 0,2%
TERRAS INDÍGENAS
Também foi realizada uma análise es- O resultado é o somatório das diferentes
pacial integrada levando em consideração categorias de restrições sobrepostas, cujo 82,0% 73,9% 72,5% 73,1% 69,3% 57,8% 85,8%
informações sobre as restrições legais ao valor máximo foi de seis na bacia do Para-
uso da terra na bacia do Paranapanema, en- napanema. Também foi realizado o cálculo de áreas
14.548,5
67.412,2
2.833,4
tre elas: APPs, Unidades de Conservação e
468,6
degradadas e preservadas das restrições ao
44,8
Observa-se que, além das APPs, que
0,01
1,2
suas subdivisões, Áreas Prioritárias para uso da terra, na qual pode ser analisada na
são áreas com uso restrito bem distribuídas
Conservação da Biodiversidade Brasileira, Tabela.
por toda a bacia, as regiões de cabeceiras
Terras Indígenas, Tombamentos, manan-
do Paranapanema e seus maiores tributários
ciais de abastecimento e assentamentos
apresentam pelo menos uma restrição legal
do INCRA.
ao uso do solo. Isto revela uma preocupação
12.937,7
ÁGUA
1.052,4
A análise, baseada no relatório técni- do poder público com a conservação dessas
4.927,8
171,5
0,00
19,9
0,9
PRESERVAÇÃO
co de Silva (2019) e Silva e Paula (2020), áreas e indica maior potencial de efetividade 15,7% 25,0% 26,9% 26,7% 30,7% 42,2% 14,2%
DEGRADAÇÃO
envolveu 15 variáveis, com a sobreposição das ações voltadas para a garantia da qua-
das classes de restrições ao uso da terra lidade da água relacionadas com a imple- (Km²) (Km²) (Km²) (Km²) (Km²) (Km²) (Km²)
na forma de matrizes (NOWATZKI, 2019). mentação do processo de enquadramento.
CLASSES 0 1 2 3 4 5 6
3 PROCESSO
DE ELABORAÇÃO
P
FE AQUÁTICAS
(Lei Federal 9.433/1997). desencadeiam o processo de RT
dinâmica destes poluentes ao longo da rede IL
IZ
eutrofização nos reservatórios. AN
hidrográfica. Estes modelos permitem rela- O desenvolvimento de modelos depende TE
S
A EUTROFIZAÇÃO é um
cionar causas e efeitos da poluição hídrica, de informações de entrada. Portanto, a or- processo de degradação da
orientar ações e aperfeiçoar estratégias de ganização de uma base de dados consisten- água difícil de ser revertido, ESGOTO
gestão voltadas para a garantia da qualidade te foi uma frente de trabalho importante para que pode prejudicar o
NITROGÊNIO
da água diante de diversos cenários. as etapas deste estudo. abastecimento público e o
7
N
uso da água pela indústria e
OS
agricultura. Suas principais JE
T
DE
fontes são os esgotos
domésticos, fertilizantes e
dejetos animais.
250
cia superiores a 40 dias determinaram a solvido, nitrogênio total (nitrato mais nitro-
200 adoção de uma abordagem metodológica gênio amoniacal) e fósforo total. No total
específica para ambientes lênticos para os foram feitas 27 simulações, 9 para cada
150 reservatórios Jurumirim, Chavantes e Capi- reservatório, sendo a situação de referên-
vara. cia (cenário base, ano 2012), os cenários
100 acelerados e tendencial para os anos 2025
O passo seguinte foi analisar as va-
e 2035, com variações de carga e quatro
riações temporais e espaciais de vazão e
50 cenários hipotéticos extremos.
concentração de constituintes nos reser-
vatórios, bem como suas implicações para Os dados de entrada dos cenários si-
o processo de enquadramento dos trechos mulados são exemplificados nas figuras
2010 2015 2020 2025 2030 2035 2040
lênticos. seguintes para o reservatório Jurumirim.
Tendencial Acelerado
ESTRATÉGIA DE REDUÇÃO DE
3 PROCESSO DE ELABORAÇÃO
Estação de Estação de
Referência Referência
C C
RIO
Carga (Kg/dia)
Carga (Kg/dia)
Q Q
calculada de contorno
permissível
BARRAMENTO
modelos hidrodinâmico e de CARGA LATERAL
qualidade de água em rios;
Q corresponde à vazão e C
representa concentração.
RESERVATÓRIO RIO
Dado observado
Dado simulado pelo modelo de rio
Dado simulado pelo modelo reservatório
Carga (Kg/dia)
calculada C C C
Q Q Q
permissível
Carga (Kg/dia)
foi atingida, considerou-se a mesma teria mitiu a simulação nos trechos para os quais As curvas de permanência oferecem a
possibilidade de análise por faixas ou perío- calculada
que ser refletida no início do trecho seguinte, não há dados de monitoramento disponíveis.
dos de interesse. Caso o tomador de decisão
defina que no trecho de interesse seja factível permissível
que um determinado valor seja igualado ou
excedido, os requisitos de redução de apor- Exemplo: carga de Frequência(% do tempo)
20%
tes àquele ponto podem ser flexibilizados. 1000t/d pode ocorrer
ou ser superada
durante 20% do ano
NAS BACIAS NOS RESERVATÓRIOS
3 PROCESSO DE ELABORAÇÃO
Os percentuais de redução de cargas dos trechos de rios, estudadas em termos Para os reservatórios, com base nas car- reduções necessárias de modo a garantir a
produzidas nas bacias - nas diferentes ot- de concentração. Trata-se, portanto, de gas afluentes resultantes das simulações da qualidade da água compatível com diferentes
tobacias e das diversas fontes estudadas medidas de redução de cargas em sua modelagem fluvial, assim como das cargas classes de uma proposta de enquadramento.
- também foram estimados para medidas origem.O fluxograma abaixo explica o pro- provenientes da piscicultura, foi realizada Esquema de análise de alocação de car-
de controle da poluição na fonte, as quais cesso de estimativa dessas reduções nas
uma análise visando a alocação de cargas e gas nos reservatórios:
podem ser confrontadas com as demandas bacias:
(II) Definição de um A maior diferença Nessas áreas, ESQUEMA DE ANÁLISE E ALOCAÇÃO DE CARGAS
(I) Estimativa
potencial de medidas de entre (I) e (II) aponta trabalha-se a
de cargas
ação na bacia e estimativa o local com maior nível de ações
potenciais
das cargas resultantes da potencial de redução nas fontes e vias
na bacia • Ranqueamento de cargas contribuintes de Fósforo
aplicação dessas medidas de cargas na bacia de poluição PASSO 1 • Para o reservatório todo (total) e cada setor
B4
Carga DBO
(Kg/dia)
0-1.000
B1
1.000 - 2.000 B3
Redução
2.000 - 25.549
Modelagem
necessária de
carga por trecho
B2
de Rio
CENÁRIO DE Ottobacias
REDUÇÃO Agricultura
Mais Emissoras
REQUISITADO/ Modelagem de (>2000 kg/dia)
ACORDADO Estimativa Reservatório Área
de cargas
Potencial
Urbana 51%
de Ação
Cargas
Redução Potencial
POTENCIAL DE
ETE
Esgoto
100%
50%
2400
2350
B2
Redução
ATENDIMENTO Não Tratado
0% 2300
1%
potencial 911 863
Indústria
Psicultura
100% 10000
B1
50% 5000
20000
B3
os quais a qualidade da água foi simulada, tadas para toda a bacia do Paranapanema, 50%
10000
indicam o potencial de efetividade destas por blocos e nas ottobacias, ranqueadas de 29%
0% 0
medidas. Este potencial, por sua vez, tem acordo com sua contribuição. 231 237 235 421 232 451 293 626 234 434 247 322 324 627 242 329 624 238 292 266 276 239 631 256 327 249 554 422 246 427 227
EMISSÕES DE NT NAS OTTOBACIAS
4
EMISSÕES DE PT NAS OTTOBACIAS
BASES PARA O ENQUADRAMENTO
B4 B4
Carga NT Carga PT
(Kg/dia) (Kg/dia)
0-700 B1 0-50 B1
700 - 1.200
B3 50 - 100 B3
1.200 - 7.767 100 - 1.754
B2 B2
Fonte Poluição Fonte Poluição
Agricultura Agricultura
Ottobacias
Mais Emissoras
Área Ottobacias Área
(>100 kg/dia)
Urbana Mais Emissoras Urbana 50%
(>1200 kg/dia)
B2
31%
ETE ETE 100% 400
50% 200
Esgoto Esgoto
B1
Não Tratado Não Tratado
0% 0
911 863 819 862 3%
100% 3000
Indústria Indústria
100% 600
B1
2000
50%
400
Psicultura 1000 Psicultura
3% 50%
0% 0 200
B4
929 923 922
Pastagem Pastagem 0% 0
929 934 923 922 994 984 991
6%
100% 6000
B4
Outros Usos Outros Usos 100% 600
do Solo do Solo
4000
50% 400
PT (Kg/dia) 50%
NT (Kg/dia) 2000
200
9%
0% 0 0% 0
B3
142 115 145 155 119 157 118 141 142 115 145 119 155 157 146 141 147 149 118 151 158 152 12%
100% 10000 100% 2000
Paranapanema
53% em suas ottobacias. No B3 são produzidas T3 18% 2% 63% -65% -47% 45%
Os efluentes domésticos somados,
tratados ou não, respondem por 18% das cerca de 60% de todas as cargas que atin- T4 12% 68% 13% -56% 52% 7%
emissões orgânicas, 10% do NT e 12% do gem os corpos hídricos da bacia.
T5 3% 1% -21% -75% -26% -76%
PT. Os esgotos não tratados representam PT As unidades de gestão de recursos hí-
cerca de 10% das emissões orgânicas e 4% Ano base 2012 dricos Tibagi, Médio Paranapanema estão T6 11% 47% -12% -73% 21% -68%
do PT e NT, individualmente. As estações completamente inseridas no B3, sendo o rio T7 0% 11% -16% -79% 7% -73%
de tratamento de esgotos representam Tibagi o principal afluente do Paranapanema
8% de cada DBO, PT e NT. Estima-se que o Itararé T8 -1% 89% 85% -102% 83% 77%
em termos de área de contribuição. A UGH
setor industrial produz 16% das emissões 5% 8% Norte Pioneiro tem a maior parte de sua área
de fósforo, 6% das emissões orgânicas e 8% 4% inserida no B3, que compreende parcial- ACELERADO 2035 - A35
4% do NT. mente também a UGH Piraponema e Pontal DBO PT NT DBO PT NT
16% do Paranapanema em menor proporção. Rio Trecho
O nitrogênio total é a principal emissão Classe 2 Classe 3
estimada de fontes difusas na bacia (84%), As tabelas a seguir sintetizam os per- T1 23% 67% 59% -53% 51% 38%
porém elevadas proporções de PT (67%) e 6% centuais de redução de carga necessários
DBO (77%) também tem origem difusa, prin- T2 -10% -60% -124% -70% -74% -129%
54% para se atingir as metas de qualidade de
Paranapanema
cipalmente das terras agrícolas e pastagens. água para as classes 2 e 3 tendo em vista os T3 41% 31% 64% -18% -4% 46%
Entre as emissões produzidas pela in- cenários T35 e A35, de acordo com metodo- T4 33% 80% 19% -1% 70% 14%
dústria, o fósforo total seria a principal na logia apresentada no capítulo anterior e com
as ferramentas computacionais apresen- T5 25% 29% 16% -9% 5% -16%
bacia do Paranapanema em comparação NT
com a DBO e o NT. Estima-se que 16% do Ano base 2012
tadas em (https://sites.google.com/view/ T6 29% 55% 16% -8% 48% -5%
fósforo produzido na bacia é oriundo de paranapanema-openmodels/home). Os
T7 23% 35% 14% -11% 14% -8%
atividades industriais, enquanto 4% do NT e resultados são apresentados pelos trechos
cerca de 6% da DBO teria a mesma origem. dos rios utilizados como referência para os Itararé T8 40% 93% 94% -20% 90% 91%
ambientes lóticos.
9% 6%
1% 4%
4%
2%
17%
57%
CDBO (mg-O2/L)
0.4
7
0.35
CNT(mg-N/L)
10 10
CPT(mg-P/L)
Q (m³/s)
6 150 150
0.3
Q(m³/s)
5 0.25
CDBO (mg-O2/L)
1 0.05
0
0
0 0
O B12 T25 A25 T35 A35 O B12 T25 A25 T35 A35 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Frequência (%) Frequência (%)
CNT(mg-N/L)
COD(mg-O2/L)
CPT(mg-P/L)
6 12 150 6 150 0.3
Q (m3/s)
Q (m³/s)
5 10 5 0.25
4 8 100 4 100 0.2
3 6 3 0.15
2 4 50 2 0.1
50
1 2 1 0.05
0 0 0
0
O B12 T25 A25 T35 A35 O 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 0 O B12 T25 A25 T35 A35
10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Frequência (%) Frequência (%)
Observado Cenário Cenário Cenário Cenário Cenário Vazão Série
Base 2012 Tendencial 2025 Acelerado 2025 Tendencial 2035 Acelerado 2035 Sintética 2012
Observado Cenário Cenário Cenário Cenário Cenário Vazão Série Classe 1 Classe 2 Classe 3 Classe 4
Base 2012 Tendencial 2025 Acelerado 2025 Tendencial 2035 Acelerado 2035 Sintética 2012
CDBO(mg-O2/L)
64245200/ITAR 02500 0.7
CDBO (mg-O2/L)
10
1000 0.6
T8 5 800 0.5
Q (m³/s)
BLOCO II 5
600
400
0.4
0.3
0.2
0 200
0.1
O B12 T25 A25 T35 A35
O bloco II inclui os trechos a jusante do Bloco 2 0
0 0
reservatório de Jurumirim (T2) e a mon- 64219000
10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 O B12 T25 A25 T35 A35 O
Frequência (%)
tante do reservatório Chavantes (T8). As 0.5
CPT(mg-P/L)
1200
passando para os padrões de classes 3 e 4 0.3
0.35 20
CNT(mg-N/L)
CPT(mg-P/L)
eventualmente. No T2, observa-se o efeito 0.25
0.3 1000
Q(m³/s)
do reservatório de Jurumirim de assimilar as 0.2 0.25 800 15
10 0.7
200
Para o T8, no entanto, o modelo prevê a
CPT(mg-P/L)
10 200
CDBO (mg-O2/L)
0.6
Q (m³/s)
Q(m³/s)
necessidade de reduções expressivas das 0.5 150
150
cargas nutrientes para que o trecho man- 0.4
tenha padrões de qualidade compatíveis 5
5 100 0.3
100
9
8
O trecho T8 sofre interferência do Norte 8
250 25 250
200 20 200
são estimados para os cenários futuros da
CNT(mg-N/L)
6
6
COD(mg-O2/L)
Q (m3/s)
Q (m³/s)
bacia. Além disso, esse trecho tem vazões 5 5 150 15 150
Observado Cenário Cenário Cenário Cenário Cenário Vazão Série Classe 1 Classe 2 Classe 3 Classe 4
Base 2012 Tendencial 2025 Acelerado 2025 Tendencial 2035 Acelerado 2035 Sintética 2012
550 7
Res.
Capivara 500 6
10
CDBO (mg-O2/L)
64335000 450 5
T4
CNT(mg-N/L)
Q (m3/s)
T3 400 4
64326000/PARP 02500
350 3
64278080 5
300 2
64278080 250 1
0.5
0 200 0
0.45
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 O B12 T25 A25 T35 A35
0.4 Frequência (%)
0.35
64335000
CPT(mg-P/L)
10 650
0.3 64326000/PARP02500
10 600
9 600
0.25 9 550 8 550
0.2 8
500 7
500
COD(mg-O2/L)
0.15 7
COD(mg-O2/L)
6
0.1 450 450
Q (m3/s)
6 5
Q (m3/s)
0.05 5 400 400
4
0 4 350
350 3
O B12 T25 A25 T35 A35
3 2 300
300
2 1 250
250
Bloco 3
1 200
64326000/PARP 02500 0
15 200 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 Frequência (%)
Frequência (%)
64278080
64335000 0.5 600
CDBO(mg-O2/L)
10 10
0.45 550
9
0.4 500
8
0.35
450
CPT(mg-P/L)
7
COD(mg-O2/L)
5 0.3
Q(m³/s)
6 400
0.25
5 350
BLOCO III
0.2
4 300
0.15
0 3 250
0.1
O B12 T25 A25 T35 A35
2 200
0.05
No bloco III, os trechos 3 e 4, a jusan- 1
0 150
te do reservatório Capivara, apresentam 10
64326000/PARP02500 0 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
O B12 T25 A25 T35 A35 O Frequência (%)
concentrações de DBO e NT predominan- 9
PARP 02500
temente compatíveis com classes 1 e 2 8
0.5 64278080
8 600
0.45
6
apresenta concentrações ocasionalmente 5
0.4 6
500
450
compatíveis com a classe 3 neste cenário.
CNT(mg-N/L)
0.35 5
4
CPT(mg-P/L)
Q (m³/s)
0.3 400
Nos cenários futuros, a projeção é que haja 3 0.25
4
350
aumento das inconformidades com as clas- 2 0.2 3
300
0.4
10 450 0.4 500
0.35
Q (m3/s)
CPT(mg-P/L)
0.35 450
Para os cenários futuros, há uma previ- 400 0.3
Q(m³/s)
0.3
CPT(mg-P/L)
350 0.25 400
são de que a DBO se mantenha em classe 3 0.25
0.2
5 300 350
sem necessidade de reduções de cargas or- 250
0.2
0.15
300
gânicas. Contudo, prevê-se a necessidade 200
0.15
0.1
0.1 250
de redução de NT no T3 e de fósforo no T4. 0 150 0.05
0.05
0 200
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
0 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Frequência (%)
Observado Cenário Cenário Cenário Cenário Cenário
O B12 T25 VazãoT35
A25 A35 Série Frequência (%)
Base 2012 Tendencial 2025 Acelerado 2025 Tendencial 2035 Acelerado 2035 Sintética 2012
Observado Cenário Cenário Cenário Cenário Cenário Vazão Série Classe 1 Classe 2 Classe 3 Classe 4
Base 2012 Tendencial 2025 Acelerado 2025 Tendencial 2035 Acelerado 2035 Sintética 2012
2200
A divisão dos reservatórios em seto- ficos a seguir apresentam estimativas de
res foi definida a partir das respostas dos fósforo total das cargas afluentes e gerada
2000
10 modelos sobre as variações espaciais das pela piscicultura praticada nos próprios re-
CDBO (mg-O2/L)
CDBO (mg-O2/L)
10
Bloco 4 1800
concentrações dos constituintes ao longo servatórios calculada sobre a carga máxima
Q (m3/s)
1600 dos reservatórios. Para os três reservatórios admissível estimada para cada classe. Os
5 5
1400 ficou constatado que há setores com carac- gráficos apontam a redução de cargas ne-
1200
terísticas significativamente diferentes em cessária para se atingir a conformidade com
termos de qualidade de água. Deste modo, a a classe de qualidade ou a folga em função
0 1000
0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 análise a seguir será realizada considerando da capacidade de assimilação de fósforo no
O B12 T25 A25 T35 A35 Frequência (%)
estes setores. trecho do reservatório.
PARP 02900 PARP 02900
10 10 2400
9 9
JURUMIRIM
2200
8 8
7 2000
7
COD(mg-O2/L)
COD(mg-O2/L)
6 6
Q (m3/s)
1800
5 5
1600
A partir das concentrações médias Para os cenários futuros, é prevista a
4 4
anuais de fósforo total, apresentadas nos necessidade de redução de cargas de fós-
3 3 1400
2 2
mapas a seguir, e de análises de séries de foro para que as concentrações de fósforo
1 1
1200
imagens de satélite, observa-se que o se- sejam compatíveis com a classe 2 em todos
0 0
1000 tor 2 apresenta as maiores concentrações os setores de Jurumirim. O setor 3, braço
10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
O B12 T25 A25 T35 A35 O
Frequência (%) médias deste constituinte da água. Neste formado pelo afluente Taquari, é o segundo
setor, o afluente Rio Ribeirão das Posses setor mais crítico em relação aos critérios da
PARP 02900 PARP 02900
11 20 2400 forma um braço raso e estreito do reserva- classe 2 e mesmo da classe 3.
10 18
2200 tório, com elevado tempo de residência. No
9 16 Para o cenário tendencial, estima-se a
setor 2 constata-se que a qualidade de água
8 14 2000
necessidade de redução de 37% das car-
não chega a ser compatível nem mesmo
CNT(mg-N/L)
CPT(mg-P/L)
7
12
1800 gas de fósforo afluente para que se atinja
6
com a classe 2 em termos de fósforo para o
Q(m³/s)
10
5 uma concentração média compatível com a
8
1600
cenário base de 2012. Considerando ainda
4
classe 2 no reservatório de Jurumirim como
3
6 1400 o cenário base, a maior parte dos demais
4 um todo. Para o cenário acelerado de 2035,
2
1200 setores apresenta fósforo compatível com a
1 2 esta redução seria de 55%, em relação ao
classe 2, porém com valores médios próxi-
0 0 1000
limite máximo da classe 2, e de 24%, para
O B12 T25 A25 T35 A35 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
mos ao limite superior da classe.
Frequência (%) a classe 3.
CENÁRIO TENDENCIAL
Classe 2 Classe 3
CENÁRIO ACELERADO
Classe 2 Classe 3
Estimativa de
concentração média
de fósforo total no
corpo de reservatório
CENÁRIO ACELERADO
Classe 2 Classe 3
PT - Cenário PT - Cenário
tendencial (2035) acelerado (2035)
4 BASES PARA O ENQUADRAMENTO
NITROGÊNIO – CENÁRIO TENDENCIAL E ACELERADO 2035 NT - Cenário
tendencial (2035)
Antes de prosseguir com a análise, é 75% seriam necessárias para tornar o trecho
importante lembrar que não há critérios de imediatamente a jusante da represa compa-
qualidade para as concentrações de nitro- tível com as classes 2 ou 3 definidas no estu-
gênio total definidos na Resolução CONA- do em qualquer cenário simulado. O controle
MA no 357/2005. O normativo indica que do nitrogênio neste trecho é importante para
quando o nitrogênio for fator limitante para assegurar qualidade da água no reservatório
eutrofização, nas condições estabelecidas de Capivara e reduzir o potencial de eutrofi-
pelo órgão ambiental competente, o valor zação de suas águas.
de nitrogênio total (após oxidação) não de-
Para o trecho do Paranapanema a mon-
verá ultrapassar 1,27 mg/L para ambientes
tante do reservatório de Jurumirim, no ce-
lênticos e 2,18 mg/L para ambientes lóticos,
nário tendencial, também se estima neces-
na vazão de referência. Portanto, com base
sária uma redução de 25% a 50% do NT para
nestas referências e em dados observados,
que a água tenha qualidade compatível com
nesta análise foi adotado o limite de até 2,18
o limite estabelecido para a classe 2 no ce-
mg/L de NT para a classe 2 e de 2,18 a 3,27
nário T35. Para o cenário acelerado, seria
mg/L para a classe 3.
necessário reduzir o NT em mais de 50%
Os modelos não apontaram necessidade para se atingir a classe 2. Estima-se ainda
de redução de cargas de NT para os corpos que uma redução entre 25% e 50% de NT
principais dos reservatórios estudados. colocaria este trecho na classe 3 no cenário
Porém, tais reduções se fazem necessárias A35, segundo os critérios aqui definidos
para os trechos a montante dos reservató- para este parâmetro.
rios, principalmente de Chavantes. Neste
Caso este trecho do Alto Paranapanema
caso, estima-se que reduções de mais de
seja enquadrado na classe 3, não haveria
75% das cargas de NT serão necessárias
necessidade de redução de NT segundo os
para que o trecho T1 do rio Itararé fique com
resultados das simulações. Há produção
qualidade compatível com o critério aqui es-
expressiva de cargas de NT pelas culturas
tabelecido para as classes 2 e 3 em qualquer
temporárias no Alto Paranapanema, onde a
um dos cenários futuros.
adoção de boas práticas agrícolas e recu-
Os trechos a jusante da represa de Cha- peração de APPs poderiam contribuir para o
vantes também merecem atenção em rela- controle das emissões deste nutriente pelas
ção às cargas de NT. Reduções entre 50% e fontes difusas de poluição.
4 BASES PARA O ENQUADRAMENTO
NT - Cenário DBO – CENÁRIO TENDENCIAL E ACELERADO 2035
acelerado (2035)
Os resultados das simulações da DBO montante de Chavantes até o trecho logo a
foram restritos aos trechos lóticos dos rios Pa- jusante de Capivara.
ranapanema e Itararé. Nos trechos estudados
Apesar de estar geralmente associada aos
não foi observada a necessidade de reduções
efluentes domésticos e industriais de deter-
da DBO para que se alcance condições de
minadas tipologias (indústrias de alimentos,
qualidade compatíveis com águas de classe
por exemplo), as estimativas de produção po-
3 em relação a este parâmetro em ambos os
tencial de cargas orgânicas na bacia apontam
cenários considerados.
as culturas temporárias e pastagens como as
Entretanto, para se alcançar a conformi- maiores fontes. Este resultado indica a ne-
dade com a classe 2, considerando o cenário cessidade de controle de cargas difusas para
tendencial, haveria necessidade de se reduzir a redução da DBO nos trechos em que este
os valores de DBO em até 25% nos trechos parâmetro se apresentou mais crítico. As áreas
intermediários e baixos do Paranapanema com maiores potenciais de redução deste in-
(T3 a T7). Considerando o cenário acelerado dicador estão distribuídas principalmente na
para 2035, esta necessidade de redução seria porção média da bacia do Paranapanema, em
de 25% a 50% desde o trecho do rio Itararé a áreas com intensa produção agrícola.
4 BASES PARA O ENQUADRAMENTO
DBO - Cenário
DBO - Cenário acelerado (2035)
tendencial (2035)
5 CONCLUSÕES E
RECOMENDAÇÕES
A Política Nacional de Recursos Hídri- apoiar e incentivar os comitês da bacia na
cos, instituída pela Lei n° 9.433/1997, prevê revisão de seus enquadramentos com base
cinco instrumentos que devem ser aplicados nos resultados e diretrizes do PIRH no sen-
para promover a gestão dos recursos hídri- tido de pactuar condições de entrega entre
cos de uma bacia hidrográfica: planos de os afluentes estaduais e os rios federais.
recursos hídricos, outorga de direito de uso O presente estudo é uma das ações deste
dos recursos hídricos, cobrança pelo uso da subprograma e sua conclusão representa
água, sistema de informações sobre recur- um avanço na implementação do instrumen-
sos hídricos e enquadramento dos corpos to do enquadramento.
d’água em classes. Os planos de recursos
hídricos visam fundamentar e orientar a im- Como previsto no PIRH, os subsídios
plementação dos demais instrumentos. entregues por meio deste estudo formam
uma base sólida para a preparação de uma
Os Programas e Ações do Plano Inte- proposta atualizada de enquadramento para
grado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio os reservatórios e rios federais da bacia. A
Paranapanema - PIRH Paranapanema (ANA, compatibilização das metas de qualidade
2016) foram estruturados em dois eixos de de água dos rios com os reservatórios, que é
atuação: ações para a Gestão de Recursos uma atividade prevista no Manual Operativo
Hídricos (GRH) e ações voltadas às Inter- do Plano (MOP), também foi contemplada
venções e Articulações com o Planejamento neste estudo por meio da integração de di-
Setorial (STR). versos métodos e modelos de simulação.
A implementação do enquadramento é A aplicação de técnicas de modelagem
um dos subprogramas do programa Instru- integradas para estimar i) a origem e pro-
mentos de Gestão (GRH.A) previsto no PIRH dução de cargas com potencial de poluir as
Paranapanema. Esse programa tem por ob- águas da bacia do Paranapanema; ii) o fluxo
jetivo promover o fortalecimento da gestão destas cargas pelos rios de domínio federal
dos recursos hídricos por meio da aplicação até os reservatórios; assim como iii) as es-
dos instrumentos previstos na Lei Federal timativas acerca das necessidades e poten-
9.433/1997 e nas leis estaduais de recursos ciais de redução destas cargas poluidoras
hídricos. para o atingimento de possíveis metas de
O Subprograma GRH.A.4 visa aprovar o qualidade de água representam subsídios
enquadramento nos rios federais e reser- importantes para o processo de enquadra-
vatórios da UGHR Paranapanema, assim mento dos corpos hídricos na bacia do rio
como seu programa de efetivação, além de Paranapanema.