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e ARIS ys Pookeret 4) Riad EMILE DURKHEIM 2 Tania Quintaneiro fete Doki INTRODUGAO Emile Durkheim fof um des penstdores que mais contribs part ‘conn eineta empitica. para sus inst Lemicn, tomande-se © primelr professor universitirio dss Pesquisiclor metGdiey e evitivo, deixou um considedvel nimeny > seu nam Furopa contra ros inicloctuais. O soeidlogo fia por guernas « em vins de moxternizigao, © pacers imtiuigies que esau srulo comotles« Fortus umergets cus pel inde nao se encunteva totalmente configurado, ‘Ac referencias necessirins pars stuar seu perssmenio so, por un eh, 4 Revolugao Francesa ea Revolucto Incustrial , por ont, » mananctal le Ideas que, sobre esses mesmncs aeontecimentos, vinhaa senda forme autores com Sunt-Sitton © Comte, Entre as pressupetas consifiutivs ds roster fnekectual «kt qual se inypregnacia a teorkt social ‘eahe salient) erent ee Ls do pring, Meader por pratcamente tad ay futons sho act 19, embora asnisse naticras partwulares thir she ois vim eke AUER. ENE. 3 eonseidncia de que 0 repertério de ideias e valores ct velba order social ‘Uo qual inal sobreviviam alguns elementos, fora destruido pelo vendaval revoluciondrio de 1789 e que era, portant, necwssirio criar um novo sist cientifico © moral que se harmonizasse com a oreler industrial emergente. O industrilisme, com sus incontida forca de teansformnacio, impunhase a toes ‘como a marea devisiva da sodedade medema. Por outro lado, clfundliese 2 ncepedo de que a vida voletiva no ert apenas ma imagem ampliada de inwlividual, rmis um ser distinto, mais complex, e iredutivel partes que « foram, Esse seria, precisimente, o objeto prSprio das ci@ncias sociais, © seu estilo demandava a utilizagao do métouo pasitivo, apaiado na observaedo, indupio e esperimentagao, ta] como vinham fizendo os elentistas naturais. esse modo, a cigneias dt sociedade deveriam aspisar & formulagao de Proposigaes nomologicas, isto 6, de Jes que estahelecessem rekagdes cans- mntes entre Fenimenos. Durkheim rocele também a influéncia ds filosofia ricionalista de Kant, do dargvinismo, ho onganiclsmo alemao € do socialismo de citedsa. Mas scu pensamento nde apenas faz cco as ies revebidlas, seme que 36 refunde ‘num novo sistema, chegando com frequéncia a contestar tencéncias intelec: twais dominantes de seu tempa. Um dos alvos da critica durkheimiana, ex al sentido, foi ao que chamou de individualismo utilitarisa representado por Herbert Spencer, par quem a coopenicio é 0 resultado expontineo das ‘agbes que 0s inclividuos executam visindo atender seus interesses particu laves. Durkheim via na ciéncia social uma expressio da consciénela racional das sociedades modermas, mas no exctula o dlillogo com a Historia, Roonomia e a Psicologia, embors apontasse os limites de cad uma dessas dlisciplinas na explicagao ds fatos soci. A ESPECIFICIDADE DO OBJETO SOCIOLOGICO A Sociologia pode ser definida, segundo Durkheim, como a ciéncia tisuipdes, ct sa génese ¢ do seu funcionamento”, ou sej, de “toda ccrenga, toelo compertament instinide pela coleividtacle”” Na fase positivist ‘que matea o inicio ce sua produc, considera que, pars torsar-se uma ciéncia| ‘abkOnoma, essa esfera cr conhecimenta precisava delimitar seu objeto pro prio: of fatos sociais."Tais fendmenos compreendem “texts maneira de agie Fix ok nao, sscetivel de exercer sobre w individua uma coeredo exterior ot tention ainda, que€ geri na estensio de uma sociedale daca, apresentando lumna existénela preipeia, independent cas manifesticoes individuais que ase onanicimas der, de pensar ¢ de sentirexteriores ao inlivid, tum poxler de cneredo em virile Ge qual se the impoein" ot ack ira uke Laver eat de pensar, revonheciveis per particu cg ose hes once ee dotodade ques 182 PET ora ape e neces de Bp pant conch, feet 9 Ne SST ne “reno ofl eM iedzake nao ores de wn sonata ee oa cen RICE 20 Bia fon Ee ect a re pe seme pr nates or sete 9 eno, ma ven ann om os erent apes ls ee ena i fividuais agregadas geram um fendmer todo eh ms a et du eo pene Os sete QE Be fem uma foga ¢ wma, peeuliadads ee 24 cous ma Poe He 2 eed «muri rnd one 98 pm pera oe deg ode melee Teena parte encontni-se tal riquea de «nate i a my chat rene. Nan € unten a ES Kr 2 el cee sabe os teri se aeons ome nies de xen 0 arto sa quenventenin mans panei erase i wen say a nc por so a ae c lutividade e nao em cada UR satmaconinoaino reap us 9 Snir vv reat: news que € a consciinca de SOT fennindose he ee 3 wns se eit nado wh ores mon ey sa ahr ee mn ee te ern AT es rate va Myre qoe Fenn que 538 eee ere EA ens veal ete tes sociais, dos movimen das corentes de opinito “que nos impeles segundo as épocas € 08 paises, a0 uma natalidade mais ou menos fort ccristalizaca na sociedale, co os coletivos, -m com intensidade desigual, asamento, por exemplo, a0 suicidio, a We ete." Outtos Fatos tém uma forma fi mstitiem suas mane dle sen as regres juridicas, moras, dogmas relixiosos ¢ sistemas financeiros, o sentido das vias de commu, nicicdo, a maneia como se constroem as casts, a8 vestimentas de um povo © suas intimeras formas de expressio, Eles so, por exemplo, os moclos de Clrculagao de pessoas © de mercaclorias, de comunicar-se, vestir-se, dan. Sar, negociar, rir, cantar, converses etc, que vio Sendo estabelecidos pelas sucessivas geragdes, Apesir Ue Seu caniter ser mais ou menos cristalizado, tanto as maneiras de ver quanto de agir sto igualmente imperativas, coagem: (98 membros das sociecades « adotar dleterminacas condutas e formas de sentir. Por encontrarse fora dos individuos ¢ possuir ascendéncia sobre cles, consistem em uma realidade objetiva, so Fatos sociais, Para tentar comprovar carter extermadesses m cou de sentir, Durkheim arguments que eles t&m que ser internalizados por meio de um proceso educative. Desde muito pequenas, lembra, as crian. sas SiO Constrangids (ou educadas) a seguir horirios, a desenvolver certos Comportamentas e maneiras ce ser e, mais tarde, a trabalhar. Elas passam Por tuma soctalizaigeo metédica © °é uma iusto pensar que educamos nos: 80s fillios como queremos. Somos forcados a seguit regras estabelecidas no melo social em que vivemos.” Com o tempo, as crianeas vio adquitindo os habtios que Ihes sto ensinados ¢ deixando de senticlhes a coagto, apren. dfem comportamentos © modos de sentir dos nem dos grupos dos quais Panicipam, Por isso a educagiiv “ert nes humem um ser nove", insere-n em, uma sociedade, leva-o a compadilhar com outtos cle uma certa escala de entimentos, comportamentos, Mais clo que isso, nasce dai um ser juele puramente natural, & seas maneiras de agi e sentir proprias de uma sociedade precisam ser tninsmitlas por mefo da aprendizagem & Porque sio externas ao individu, 1odos de agir, de pensar © dlexcko a nace enc prontas a rors eas pric dt vik neigh “exitindo ants dele, & porte exit fort dele. stem de sina de qu me sv pat exprimie pensmenin, ser de mows que empresas pea Pag ts rks, rstrumenien eerie que ulzo mts mine leer Priteas seguhlas ni profisto ete. funciona inclepunulone- mento ise qe debs Fg AS representagdex coletivus sto uma das exp presses do fato social. Flas Compreendiem ox moos “como a sociedacle ve a si mesma € a0 mundo que 4 rodeia” como, por exemplo, a massa de individuos que & compoem, as colsas cle que se utilizam © o solo que ocupam, represeatantle-on stmeen suas lendas, mitos, concepgdes retigiosas, ideals de bondade ou de aawraves de Kle no apenas no espe mas no mine compro dv eee to wei GE A Tempo também, pata constiutas, expos dh 1c seetimentos; ongas sénes Ue er Seecaeer es ‘experiénci € sabedoria, Una inelectuaidaele mui, ae rast mis rica € mais complexs do que 4 do indiviche ests ie pa nor arem mas xvid ge ab epeseniaes cio nos conetas ares a aan do May Tino dein comunidad, de um grupo on de wr maghon tro componente fundamental do conjunto dos fatos soca 20 os soe Sica He nie panen una a Se end dcentmenoge mpeica agin keine Thess nao necesitam expressese por meio de wna pes 7 ‘com eles. Como demonstragao de que os fatos ‘ou que esta esteja de acordo a e de que CEM sobre racine todos uma autoridade especifica, Durkheim eter a uma lela volar uta fegra moral, «no usar oom oA moeda aresistr a uma lei, avi ; nacional. El ‘es, incluindo a violencia, advertindono 930, do prio ede ours snes inctuindo a olen aév etn Geque esti diante de algo que no depend dele, Quando optames pela nig- SSibmisio, as for 5 quais nos insurgimos reagem contra “submissio, “as forgas morais contra 8s qu senior one saponin vide de sua Superiotidade, que ndo sejamos Venci (2 “Mas isso no significa que a tnica ‘duo sea prostrar-se imporente diante das regras socais alteratva par inva sa prosrar se inpoteni ans cost Ns ‘ou viver permnarientemente cons lr contricio de oxigem socal, cexisténcia de dif icles seein ee oniiieetiis pee de Minne desde que "varios individus tenham, pelo menos, combinado a irda ee de combinagio se tena desprendido um prodivo novo? ae eo ir om iate socal ™ Assim, por exeinplo, ma ropes Seen nica ave exieja ea cxf coma concep de suet deen re ier tonnes do fro, sepragoes dem novo Wea pode aaa ce ee obsticulos e imporse, tomando 0 lugar das ideias aceitas. Nagao Tea Oe a i ee rmals cfc quanta inne & peoo ou n cenalidade aa rmien crenga ov a prtiea social que se quer modlICar possuam see aeeeeemto social, Enguanto nas sociediades moderna a6 mesmo os n , if ee ‘Simento, ndo foi Util apenas & humanidade como também a sua patria, cl xc tn re ait Sat ras os de Soest bla, nproduene poole time, pois tatava-se de ofa sald das conseigncias. A “especie de hersticos que 0 be eso da Tad Mi, st seinen snda mio eae noe Uberd teste por pcunoes co rset cago ee spe dep conenpcne' 0 METODO DE ESTUDO DA soci SEGUNDO DURKHEIM pee No estudo da vida social, uma chs preocupagde: avalar qu cdo permit faz ue nancies sean ee as deticiencias do senso comum, Conclui que ele doves wane ao adotaclo pelas ciéncias naturais, mas nem por isso ser o seu denne Peculaidades que os dstinguem dos fendmuanos ds tates fan leveria ser estritamente socioléglen. Com base nele, on tients nee {ivestiuriim possivets relagdes de causa e efeto e regularidads con nen 8 descubert ce et w mesmo de "tops Ca fendmenos rigorosamente definidos, iia ; ' se Frimeiuo, hi que estudara soccdade no seu ‘4 perspec ca sue co te mma cov dense, capita de dete marin dispersi nas campos ou cancenttida nas cide ipa EA 08 tuto dn pos name uke sspecto exterior, Gnséderat sy ‘Jue consttuids por una mass de popula, €9 ele: OCU Um tert inal mane cen seigo a mates ais ot meness atavessila pie cms comunicigdo que exihelecum conte, mute ‘11 mio in, ees om aban. Este tone, a8 aut dre, 2 € par derenses vis de ‘nus que apresentenn cote einoso Nas socieckides onde se lesenvolve uma divisio do trabalho, # cons- ciéncin comum passt « ocupar uma reduzida parcela da conseiéncia total, permitinds © desenvelvimento da personalidad, Quanto mais o meio social se ampli, menos 4 desenvolvimento das diver séecias privy € conto. Mas, entre as dvengéncin,exisem iqueles gue Slo especies de vada individ, de camer da Famili, las means {orname senipre mais nunerosese mais nyportactes media que o camp tds elagBes sociais se torn mai vaso, Ali entdo, onde elas encontorm une resiténcia dil 6 nevitivel que elas se provenim de for, e accnnuern oe ‘consoldem, e como clis sto 0 Amago da personalidade individual ea ca ‘ecessuriamente se desenvolver. Cala qual, cam 0 pasar do tempo anne ‘mais ut Rstonomia propria, sua maneiea pessoal de sentir ¢ pene Mas w dlferenciagio social flo dimiinut @ cbe8a0..! A6 contnicioy faz 2 tdsiade ds pts. im sodas sind malate ene gor na interdependence na indvidvaea ds anion one esas socetcet Durei exubcec une alogin con ae poxina homem e mulher ue, por screm dessemelhanicn, congle ¢ formam unt tod ataves de sb iniao™ Eng es costae a spats cup fote 2 somethings levam a uns linac che near nas sociedades a araasna eae Nesse aso, 0 equilibrio e a solidariedade originam-se na propria dle, ©, constituindo fortes lagos que unem is sociedades organicas 0 seus membros, ene A divisio do tabalho nto & especifica do mundo econdmico: ela se encontra em outras éreas da sociedade, como nas lunges policas, ela nistrativas judas, asics cenficas ete Embusecee ae elementos comuns que toc socieckide necessariamente powul . come oe ideias a respeito da natureza hi 1 tumand, do dever € do progresso que formam. 8 base do espitito naciona a cela «we cida profs “recama aptdees paricutes cconherien eae Cus! Onle exe una iso do wala deanshtaey neta dea descobent una pacela da comeienca nuvi eve fey propria de cada um dos membros. A medida que a comunidade ‘ocupa um gar menor, abre-se expaco para 0 desemchimene, dan wee da individuatidade, da personaliclade autGnoma Senators OS DOIS TIPOS DE SOLIDARIEDADE Os lagos que unem os membros ent 6 > enlte si € wo proprio grupo conse tue a solidariedade, 4 qual pode ser organica ou mecdnica, de acorto com 0 tipa de sociedade cuji coesio procuram garuntit: Quando tae ‘vineulos assemelham-se aos que ligam um déspota aos seus stidlitos, a nate reza destes € andloga & dos lagos que unem um proprietirio a seus hens nao SAO Feciprocos mas, sim, “medainicos”. O individuo no se pestence, € “literalmente uma coisa de que a sociedade dispde’.™ A solidariedade & organizado de crengas ¢ sentimentos comuns a todos as membros ck grupo: € 0 chamado tipo eoleteo’. Isso significa que nao encontramos ali aquelas caracteristicas que diferenciam tao nitidamente uns dos outros os membros de uma sociedad, a ponto de podermos chamé-los de éndividiras. Suas ‘consciéneias se assemelham, eles S40 pouco ou quase nada desiguais entre s € por isso a soliciaricciade entre eles deve-se as similitudes que compacilham, Ate mesmo a propriedade de bens nio pore ser individual, © que s6 vem @ acontecer quanclo 0 individuo desliga-se © distingue-se da massa, Nas sociedtades onde essas ligacdes predominam, a propria educagio é difusa, nao hi mestres, ¢ “as idleias e as tendéncias comuns a todos os membros cla sociedad ultrapassam em mtimero e intensidude aquelas que pertencem a cada um deles pessoalmente”.*” A parcela de responsabilidadle que a solidariedade mecinies tem na integragao social depencle da extensio da vida social que ela abrange e que € regulamentadla pela consciéncia comum, O estabelecimento de um poder absoluto ~ ou scja, a existéncia de tum chefe situaclo “muito acima do resto dos homens", que encama a extraordindria autoridade emanada da consciéncia comum ~ embora jf seja uma primeira divisto do traba- Iho no seio das sociedacles primitivas no muda ainda a natureza de sua solidariedade, porque 0 chefe nto faz mais do que unir os membros & imagem do grupo que ele proprio representa. Bssc tipo de sociedade, n qual a coesio resulta “exclusivamente das semelhancas compoe-se de uma -massa-absolutamente homogéned, cujas partes nio se distinguiriam umas cr . €.um agregado informe: a bord, um tipo dle sociedacle simples ou ndo-organizada, Quando a sociedade passa a ser formada por um conjunto de hordas, que so seus seymentos, 6 sinal que se tornou mais complex © passa a cchamar-se ela. Esse: € un tipo de sociedad polisseymentar simples agregado homogéneo, de natureza familiar ¢ politica, fundado numa forte solidariedade inica. A dissolugao das sociedades segmentares & concomitante a forma de sociedades pareiaisno seio da sociedad global, Nesse processo, ci-se aproximagio entre os membros que formam, “a vida social general -se em lugar de concentrar-se numa quantickicle de pequenos lates distintos fe semelhantes”, reduzem-se 0s “vicuos morais” que separavam as pessoas , com i880, as relagdes socials tornam-se mais numerosas € se estendem, Fsse ¢ o resultaclo de um aumento da densidace moral ¢ dindmica, Com a intensificacao ds relagdes socials, os partivipantes Jessts soviedldes pas, 7a ‘estar em contato suficlente entre si, desse modo reagem a0s demais desde © ponto de vista mora, © ‘nto apenas tracam servigos ou fazem concortCncia ‘uns aos outros, mas vivem uma vida comumn’” Concomitantemente, desenvolve-se uma densidade material concen- ‘ese a populato,formatse cidade, aument a nataliade e tambien ‘as de Comunicagao e transmissao ripidase em quantidade que, suprimindo ou diminuindo 0s vazios que separam os segamentos socials, aumentatn a densidad da sociedade".” A condensacao da sociedad, ao muliphicar as relagbes intersociais, leva ao progresso da dvs do trabalho, A medida que se acentua a divisio do trabalho social, a solidariedade mecanica se reduz © € gradualmente substituida por uma nova: a solidariedade organica ou derivada da divisaa do trabalho, Insite entio um processo de individ, lizagao dos membros dessa sociedadle que passam a ser solidrios por terem uma esfer propria de ago, Com iso ororre uma interdependéndia entee telos « cada um dos demais membros que compaem tal soviedade, A funcao a dlvisto do trabalho € enfim, a de inteyrar 0 compo social, assegururlhe a Lunicade. F, portanto, uma condigao de existéncia da sociedade onganizada, uma necessidade. Senclo esta sociedacde “um sistema de funcdes diferentes © especiais", onde cada érgao tem umn papel diferenciado, a fungdo que Individuo desempenha € o que marca seu lugar na sociedde, e os grupos formados por pessoas unidas por afinidades especiais tornanse Grates € “chegari o dia em que tod organizagio social e politica ter’ uma base «xclusivamente ou quase exclusivamente profssional” Dat deriva aiden dl que individuaco é um processo imtimamente ligado 20 desenvolvimento da dlvisio do tbalho sociale a uma classe de conscigncia que gradativamerne ‘cua © lugar dh conscléneix comum € que s6 ocomre quando os memhvos das sociedades se diferenciam. E & esse mesmo proceso que os tomna interdependentes. Segundo Durkheim, somente existem dividios no sentido moxlemo da expresso quando se vive numa sociedade altamente Ciferencac, ow sei, onde a diva do tabalio eta presente a ql consciéncia coleiva ocupa um espago jt muito reduzida em fice da cor biel Metean te Ue et mie tea Fess das formas de soidariedade evoluem em sazio inverst: enquante tna prog «out se feta, ts cud um dela, a seu modo, cumpre a fungi de asegurar a eoesto ccc as socks simples ou comple, fore fnclna fortmente os homens entre, colo em eee cont, rnubiplion as ocises que tém dese elckinen(.) Quanto tals solar so 08 membres de uma siete, mas relagtes lverah sstentoms, soe rte 8s com o grup tomadoeetivamente, porque se exes ences foxsam tas eles ao dependesiam uns don otros serio de mani fig OS INDICADORES DOS TIPOS DE SOLIDARIEDADE Durkheim utiliza-se da predominancia de certas normas do Direito como indicaddor da presenca «le um ou do outro tipo de solidariedace, j {que esta, por ser um fendmeno moral, ndo pode ser diretamente observacta, Nio obstante se sustente nos costumes difusos, 0 Direito € uma forma esti- vel € precisa, © serve, portanto, de fator externo e objetivo que simboliza 0 elementos mais esseneiais da solidariedade social. Por outro lado, as sangdes que sto uplicadas aos preceitos do Dircito mudam de acordo com 1 gravidade destes, sendo assim possivel estudar suas variagbes. O papel do Direito seria, nas sociedades complexas, andlogo ao do sistema nervoso: regular as fungdes do corpo. Por isso expressa também o graur de concen tracao da sociedade devido a divisio do trabalho social, tanto quanto 0 sistema nervoso exprime o estado de concentracdo do organismo yerado pela divisto do trabalho fisioldgico, isto é, sua complexidade e desenvolvi ‘mento. Enquanto as sangées impostas pelo costume so difusas, as que se impoem através do Direito sto organizacls Flas constituem dluas classes: as, repressivas ~ que infligem ao culpado uma dor, uma dimiauicio, uma priva- lo; e as restiutteas — que fazem com que as coisas € relagdes perturbadas Sejam restabelecidlas 2 sua situagio anterior, levando o culpado a reparar dano causido. A maior ou menor presenca de regras repressivas pode ser atestada através da fragao ocupads pelo Direito Penal ou Repressivo no sistema juridico da sociedade, Naquelas sociedadles onde as similitucles entre seus componentes sio o principal trago, um comportamento desviante & punido por meio de ages que tém_profundas raizes nas costumes. Os membros dessis coletividades pparticipam conjuntamente de uma espécie de vinganga contra aqueles que Violaram alguim forte sentimeato comparihado que tenha para a sociedade a Fungo central de assegurur sua unidade, Sendo a consciéncia coletiva to significativa e disseminada, ferita € uma violencia que atinge a todos aqueles aque se senfem parte dest lotalidade. O crime provoca uma ruptora dos elos de solidarivdade, e sua incontestivel reptovacio serve, do ponto de: vista da sociedad em questo, para confirmar € vivificar valores e sentimentos comuns ¢, desde uma perspectiva sociolégica, permite demonstrar que alguns valores possuem a functo de assegurara existéncia da propria asso- Ciacdo. A vinganga é exercida contra o agressor na mesma intensidade com {ue a violaglo por ele perpetrada atingit uma crenga, uma tradigl0, uma ritica coletiva, um mito ou qualquer Outro componente mais ou menos essencial para a garantia da continuidade daqueta sociedad. Nas socied:des primitivas é a assembleia do povo que faz justiga sem Intermedirios. Os sentimentas coletivos estao profundamente: gravados ‘io enérgicos ¢ incontestes, € assim também sua ‘em todas as consciénci Punicio. Os crimes sio, portanto, atos que ou we afligem a sociedad... com as tendéncias & melancolia langoross, remineia ativa ou a fadiga exasperada que so as consequéncias das referilas comen. tes’ © Em geral, esis tr8s corentes compensam-se tmutuumente ¢ mantem Os individuos estiveis, A ultrapassagem por parte de qualquer delas de sea -grau normal de intensidade pode expor alguns membras a formas de sal idio que depencem da configuragto particular desse desequilfbrio, Certas concligdes sociais, profissBes ou confissoes religiosas & que estimulariain vs individuos a ir adiante ou ajudariam a conté-los, A influéncia clas con, junturas pariculares ~ que s2o, em geral, tomadas por causas imecliatas eo Suicidio = nao passam de “ressonfincias do estado moral da sociedad", Ae s Elas Sao tendéncias coletivas, “forcas tio reais quanto as forgas césmicas, embore cle outra natureza"* A maior coesio e vitalidade dhs insttuigdes is quate 4 pessoa esté ligada ~ a intensidade com que se manifesta a solitlariedade. Em seu grupo religioso, a solidez dos tacos que a unem 2 sua familia, ou a Forea dos valores e sentimentos que a vineulam & sociedade politica — contri, bbuem para preservé-la de cometer um ato dessa natureza, Sob tis eoncligoes, AO se constituirem em. suciedades fortemente intepradas, elas protegem seus membros. Durkheim considera, por exemplo, uc 8 grupos religiosos minoritrios, que precisam lutar contar a hostilidede ¢ intolerdncia de outros cultos, acabam por exercer controle e diseiplina mais SeVeros &, portanto, submetem seus membros :1 uma maior moralidade, Que reduz a taxa de suicidio entre eles. Caso uma sociedade venha sofrer um processo de desintegragio, 0 indlividuo que clela faz parte poule semtitse estimulado a. suicidae-se, jf que quanto masse enfraquegam cx rupos socis a que ele pertence, menos cle dlepencerd deles e cau vex mais, po conseguintc, dependert upemon den testo para reeonhecer como rere con io somente as gue se a «quem sos seus iteresses panculres. Se, pois, concordamos em than de ‘ofsnou esta stuaeao ent que oes india se afimna com excessn dante ou social vem detinento desc uiklimo, pexteremos designae de emis» ‘ipo particular de suicicho que rests de usa individagae descomedi A depressio, a meluncolia, a sensagtio de desumparo moral provor Gadas pola desintegracio social tomam-se, entio, causis do suicidio eeotsec Durkheim acreditava que 2 lacuna gerada pela caréncia de vida soci] erg Infor nos povos modemos do que entre os primitivos © afligia os humens mais do que as mulheres. Por isso, acredita que uma mulher vitiva ou sok, ‘eira suportaria melhor a solido, porque as necessidades femininas, mais ruclimentares nos aspectos socias, seriun sutisfeltas nessa drea com “poucos f#astos" em relacio as clos homens, socialmente mais complexos, '.-- por vikvas por ocasito da monte do mario, i ores com o falecimento de seus chefes, ou 0 aos herolcos eerie aera ou Conus sacs. sud € vist ent como um dever trae Sao for cumprido, € punido pela desonra, pera da estima plea aoe eigen religiosos, Mais uma vez € a sciedade que infervém para se honéavis do fendmend analisado, Se no tipo egofsta ela afrouxa seus lagosa ponte ve deixar 0 individuo excapar, neste segundo o ego da pessoa. 2 familia, o std Ov i Tgreja. Nas sociedades modemas, a ocort@ncia do icidio altruisea CHS entre mvitires religiosos e, de mancira erénica, entre settee due saciedade militar expresst, em cettos aspectos, uma Servant di moral primtiva e da estrutura das sociedades inferlores, ‘Teme promover Uma fea indvidusgho, estimulando & impessalidade © abnegagao, fo tipo ~ 0 suicidio andmico ~ € aquele que se deve a uma O tere A sociedacle deixa de estar presente 0 suliciente part regular a puixoes individuals, detxando-as comer desenfreadas, Esta & tuaeao earactevitica das sociedades modernas. ‘ co tm consid princpalnente fa, um sno, presi econdmico c Ox iborar as relaoes indosrais de toda e qualquer regolamentn¢a0 ‘tie evcentemente, nt sistema inteiro de poderes moms tina por Fungo oe ‘ats, Hava, em primeiro lugar, 2 religito, cuja influéncia se fazia in pales ene pares sm, Cas disci talent ene ope ee pitctose os ensinar se eonformarem com & sua sate an es prea qua end soc ¢ prone, que © quinklo de cad classe fl deter undo von que experisem de um rund futur as justis Se poren ef uf Here lherpo caereeericrtae oa as dest honetn Oat Aye " Tevet sce huscados sein comet, we moralidacle que se wurkheim a necessidide de uma no \ vor uta velocadesemelhante gus em que we diva o crest Sse claes Wrevn i mato nannaler Saleh aaa ay na ais, Este € 0 estado de anomia, 0 qual, & “impos ih, 39 rege ine gon tlk lras exo cm conto sullen emficentrrenle Sent profongaclo” j anifestam detamente uma dessemelang ‘que © exeeutou € 0 tipo soci, ou ent ‘comum, Tanto num cata coma no outro, DS repete €a mesma; ela € um prodito das tem por efeo mantera coesio social que 3 dems vile ene — ene 0 Spot coos * org ating peo cee x qua Sites cae mats ence us dest iaudes = Aqueles que ameacam ou abalam a unida ser punidos « fim dle que a cousio seja field cea ee se prio in ia protegida. Assim a pena “nao serve. ceca Sccundariamente, para conigiro culpado ou para inimidar soe Fare i tactres” Ela existe para sustentiravialidade dos laos que lgns S2zE 1 os Membros dessa sociedade, evitando que se relatem ¢ debiliens de conacone le Que mann unids is membres. E todo estado fone ensciencia € uma fonte de vida, € um fator essencial de noses vic spl or congue, enbera pare parson oc oe SSbretco a inf sobre a pessoas honest Sends oles emerges ke movimentos passions, ¢ demonsrindo a forte intoleriel ae vis paahttinades ates, punigdo no em si a mer ereldac ‘mas visa principalmente evitar que a coesio social se éma . a ial sejafragilizada, Bla é uma forma de proteio, e« clera que sea ¢ a mua ke ge Sonas que asseguram o estado de par. “Quando reclamamwos a tepreeeks vy mega Somos a nos que queremos pessoalmente vingar, masa algo ce Saco que sentimos, mais ou menos confusamente fora e acim de nog SRenst atnge uma autoridade que transcende o indicus e canes Fores moral superior Aquele que no seja a forga voletva, Mang pret das regras morais no debxa de vatiar hstoricamente. Pex ne © homeo consti un ao el de guetra, porque nao hil nese nenmed eee ‘880 um preceto que © prota. sto €, umn ato, omits preestabetecid.* As veres a pena sobeepassa os cul 3 884 08 culpados € familia ~ porque, sendo baseada na painto, mente, de mancira mecdnica e imacionsa contra a ameaga, € obra da vinganea, atv ana i Sociedade onde se deservo} tarefas especificas a certos setores jé ato s ini eet Ce atone Fo sho comuns tas, €wmpotco Poder sy imentos que seu descumprimento gera. Aquele que ¢ trolls A, tte Observat um conteato no € humilhad, nem avitade ness Fontes nO piblica, a qua, as vexes, até desconlece as razdes hy leno, Embora possa haver entre as req ‘im a gondenasio, as repras especifcas de cada um SESE SSUES tds com dd to tal aamarege oe ato Penal, elas em geral so estranhas ou alingem deliver onsen comur Hl consttucnn» Diet Chik Cone eee ‘tinge inocentes — como sua pode estender-se incontrolav F uma grosseira arma defensiva com impeto passional iveu uma divisdo do trabalho, as _administeativo € Constitucional, Este conjunto de regras € tao especializado 1e € necessirio criar a cada vez novos Grgios para executé-las. Ao contrario ido Direito Penal ou Repressivo, que corresponde ao *coraio” da saciedade, f Direito Cooperativo e as sangdes restitutivas que dele derivam aplicam- “se a circulos especiais nas sociedades onde impera a divisio do trabalho social. Eles sobrepujam a consciéncia coletiva, Diante da ocorréncia de uma perturbagao nessas Fungées divididas, 0 Diteito Cooperative ou Resttutivo € chamado a contribuir para o pronto restabelecimento do anterior estado, de coisas. A sociedade é, portanto, capaz de cobrar agtes resolutas de seus mem- bros tendo em vista autopreservacio, por isso pode exigir que, em nome dessa coesio, eles abdiquem da propria vida. E a partir de consideragies como essa que Durkheim propée uma anilise clo suicfdio enquanto fato social. © que tomna a discussio instigante € que o fendmeno nao € analisado ‘com base em motivagoes exclusivamente privacis, como em geral se fxz. O autor parte dks Seguinte rellexto: Considerando que o sucidio € um ato da pessoa © que 50a ela atinge, do indica que deva depender exclusvamente de fatones individuais © que sua cexplicasio, por conseguinte cab tio somente& psicologia. De fata, no é pelo temperamento do sucida, po seu carter, por Seus antecedentes, pelos faxos da sua histria privada que em geral se explica a sun devisiog™ Dai procurara demonstrar de que modo 0 conjunto desses fendmenos poderd ser tonado como umm fato novo € sit generis, resultante de fatores de origem social que chama de “correntes suicidogéneas’, verdadeiros est mulos que atuariam sobre os individuos, exorando-os, exigindo-thes ou possibilitando que eles procurem a propria morte. Com base no exame dle estatisticas europeias, o autor argumenta que a evolugio do suicidio se dé por ondas cle movimento que constituem taxas nacionais constantes durante longos perioclos, embora variem de uma para outta sociedade, Como pro- pugna em seu método, deve-se comegar por uma definigao objetiva de sui- Gidio ~ “todo caso cle morte que resulte direta ou indiretamente tle um sto positive ou negativo praticado pela propria vitima, sabedora cle que devia produzir esse resultado”. Delimitado o fato que se pretende investiga, passa-se a considerd-lo como um fenémeno coletivo, tomando dados rela- Livos 2s sociedades onde ocorrem para encontrar regularicades ¢ construir Uma taxa especifica para cack uma celas.® & partir de uma tipologga dos suicidas, Durkheim procurou, uma vez mais, distinguir a Sociologia cle outras ciencias que t8m o homem como objeto. Portanto, aqueles que buscant cexplicar 0 suicieio com base na consideragio de casos isolados niio chegam. sua causa geradora que € exterior aos individuos. Cada grapo social tem Uma disposigo coletiva para 0 suicidio, ¢ lesta derivam as inchinagdes in Viduais. Hla deriva de “correntes de egoisino, de altruismo ou de anomia que 30 Ser comtguos,« todo moment perceem a necessidade que tém uns dos outros e, por consent, én un ein lento vivo convo de sa mt dependéncia, 0 mismo motives ntercimbics se cin ene eles eon fa lade; send regulars, so también feqenes,regulanzam se por x woman € a tempo termina pouco a poucoa obi de consolugo. Finalmente come as menores rele plem ser seni rum pat € na ou as cas ‘si se Forman Levan st mata, bo, preveonne fram conde de wquiibig ME 0 detalhe as © estado de anomit ou de cesregramento pode ser melhor compreen- dlido quanclo referido as consequéncias do cescimento desonlenadlo da indi, isa. Antes, o poder temporal es regulamentiges impostas peas corporugces oficios diminuiam 0 impeto da inchussaizagao e, emborafossetn Tomman de organiza¢io inadequads para a sociedad comtemporinea, nat velo ocupar o seu lugar. Por iss € que a ocontncia de uma erie econGmica eu de rmudangas sibs nas crengas vigentes em una soiedade podem imped la de cumprir sua funcio reguladora, discipline, dese mode, a condao de anomia Vira tornar-se normal, Se alguém é langado por um desastre eeond- imico @ uma situasdo inferior pode ndo terempo para aprendera conter stag pees efazendo sua clucag2o mor. Umbrusco aumento de iguea ov de poder tende a levar a0 mesmo desiuse, passando a nio haver make fue pessoa niio tenha pretenses; seus apes mio tém mis lites, sous frcassos © crises multipicamse, e as resis parecemihe insupertivels 0 divércio, aliado 20 afrouxamento do conte social, pode também lever anomia, rompendo o estaclo ce equilitio moral des ialivihios Entre as fungoes industriais ¢ comencais que se hs = daca wu fri cincipiente moraliade eos pattbes sao prowl, zene os mais atingidos pelo tipo cham de andmico, Segundo Durkheim, ‘os paises pobres desfrutam cle una singularimuniacea ese tipo de aulca iH que a pobreza consttui um freio ao que se «ier tere, asin, rama te € eva acter semi cul das ecesidades. Apo fencia,ebrigrdo-nos i moderato ae na habia, ale do que Imedocidade € era, ua etn aie cb, A quer ple oy registram mais suick nue tie, dle ns iniacao Peles polees que cootee, nos di uso ue que 46 depesamnon Imestnos. Or, quanto mene imide sertimas, nto as cl os parece intlerve "| MORALIDADE E ANOMIA Fares [Earn ry cals ecw teme.A WcdeGa da bubalbo mache, Mont (1p ogue nese ha ens a a regular seus movimentas com base em outra pmrccds ene ning. dude € tanto mais sélicl co que mes impulses dese eH, #2 MOH ‘quanto mais aumerosos ¢ fortes sets La 0s, Fe rava-se mergulhada numa crise devi ao vv pronorad pel depres des rove toes “ptr nes ms Ka cn 8 cpa Sse nse sss ai se thin do scompanhade cc descent de asp ie tcp in ninco roi paint at te pts por nao faa ap de exercer sobre seus membros papel de Feio mor, de uma conseincin superior & dos individuos, Estes deixam, entao, de ser solickitios, ea prop Soacaal evs pmaaaa poem ns pel well so roe © Ta kept anoeer noe deer wera dant cum ox med ou reanofien, & ie slg a let dos mais forte que ois eet fa renee, Se os str rein ¢, atente ou agudo, o esta de guesta € necessriamenteerénio, ‘referencia implica aqui ei de “esti de nate, objeto cas conderagos de Hobbes durante o século 17, Durkheim econhece qu 2 marguia ¢dloros, os indviduos soem com os cnfles¢ desorens com a sensagto ce oslidade gerale de esconfianga matua quand eles se tornam crdnicos. Erlticede esate 7 biliclade, tendo diminuido a wis, tentlo Soar chetaelet vito exteriores e muito intermitentes para 87 ue nao mais subordinam completamente o fiel, subsumindo-o no sagrado, Com isso, a profissio assume importincia cada vez maior na vida social, ‘omando-se herdeira da familia, substtuindo-a e excedendova. Mas ela propria somente ¢ regulada no interior da esfera de suas proprias atividades, Por isso que Durkheim procurou no campo do trabalho, nos grupos profissionais, lum lugar de reconstrugao da solidariedade ¢ da moralidade integradoras das quais Ihe pareciam tao carentes as sociedades indusriais. Nesse caso, snp. refes'onal ou Corporagte cumpriria as duas condigoes necessarias par a regulamentag2o da vida social, entio andrquica, jf que estaria interessado fa vida econdmica e term uma perenidacie a0 menos igual A da familia, Ao ‘mesino tempo, por ser mais restrito do que o Estado ou a vida econdmica © estar mutis proximo da profiss20 ou dos agentes de uma mesma indestria, cele € competente para “conhecer bem seu funcionamento, para sentir todas as suas necessidades e seguir todas as suas variagdes”” Enfim, ele exerceria sobre os membros daquela sociedace profissional uma regulamentacio moral ‘apta a refrear-the certos impulsos e a por fim aos estados andmicos quando cles se manifestam, procurando suceder a familia nas fungdes wcondmicas & monais que ela se tons ea vee ‘mais incapaz dle preencher (..1 ser precio pou a pouco vincukr es homens 8s suas vis profisslonas, constcarForemente os grupos dese genet, secd preciso que o dever profissional assum, dentro ces coragbes, 0 mesma papel ‘Que o dever doméstico desempenhow até agora” Como 0 socidlogo francés 0 percebia, tal estade de anarquia nado Poderia ser atributdo somente a uma distribuigle injusta da riqueza mas, Principalmente, a falta de regulamentacto cas atividades econdmicas, cujo desenvolvimento havia sido tao extraordinirio nos tiltimas dois séculos que tas acabaram por deixar de ocupar seu antigo lugar secundario. Ao mesmo tempo, 0 autor conferiu as anormaliclades provocadas por uma divisdo and- mica do trabalbo uma parte da responsabilidace nas desigualdades e nas insutisfagdes presentes nas sociedacles modermas. Mesmo tendo absorvide lima "enorme quantidade de individuos cuja vida se passa quase que inte ramente no meio industrial”, tais atividades nao exerciam a “coacio, sem a qual nao ha moral’, isto é, nao se Ihes apresentavam como uma autoridade que Ihes impusesse deveres, regeas, limites. HA uma mont profisional do advogada « do magisrads, do soldado e do professcr, do n ico € do sacercote ete. Mas se se tentam fixa emt ma in _Euugem algo definida as ies em curse sobre o que devem ser as celagbes slo empregidor com o emprexado. do uabalhador com 6 chele da eanprene «los indusrias concorrentes ent s ox com @ pico, que femmukisindecisas ss obteriam.Algumas generalididey sem precise soba ideale a ded caste que as aslo dle to brea ender oe ‘stipes deve Aguetes que us ernpregam, ual cer Glimos devem usie a sua preponderincés Till wna ta opens por tle enero boa Seen gpoeecanpaticpe ccebisis Svemmendienhopenenels Sgn rt coach ol aan pote.) O or al cma stnenia artes es abn os Rinnai SIS cpl Do restau een scl me se moder ep pone, soba 4 bora a atividade econémica venha acompantando a civilizagio, cota nko team, poral 6, aada de meralmente obrigtério nem tem servido ao progress da moral. jstamente nos grandes cents indus © comer Gais onde se vé 0 crescimento do mimero de suicidios ¢ da criminalidade, uma clas medidas da imoralidade coletiva. A civilizacdo em si é moralmente rneutta, sendo a ciéncia o nico de seus elementos que apresenta um certo cariter de dever. oo a Concretamente, 0 que Durkheim propde € que, na medida em que © scado se amplia, passando do afvel municipal ao intemacional, caberia I conporsgao fret mesmo, incependentemente de determinagoes tras, € consolidate num ogo autbnomo, Hida a esbelect om princpiosexpeccos dos distin ramos industria, Isto nto signfcara fazer resus atfcalmente as corporis medics, mas concer @ papel que lis haviam cumprido enquano sige © se “poder mora captz de comer os egosmos indvidais, de manter ao coragio dos taba. Ihadores um sentimento mais vivo de sua solidariedade comm, cle imped due lel co as fore se apique to brutalmente ds eaves indus € comercial’. As novas corporacdes tormarse-iam uma autoridade moral € uma fnte de vd pa seus membros. Como ta soctedae, seca apts a fazerse respeta © amar, a exercer um domino indiseutivel,« esubelecer regras de conduta que possviriam sobre os individios um carter obrigat6- fo &, por fin, a evr seus membros 20 stereo © 2 unegao en nome dio interesse comum, a0 mesmno tempo que crasiam entre eles uma forte slate, Pesos que io pte de um grupo que pass em comm ideias, sentiment © ocupagées’ Sto atrafdas umas em diregio 3s outras, secure, enue em flagbe,nsoiase€ aca por const Uh Grupo eapecal do qual vem a esprender-se uma vida moral um sentimento de todo. (0 esa unit com algo que supers a indvidv, esa subordinago dos ink teen pacar inersse ger € propia forte deta aad mors Sc nentmeno se precise se determina, quando, apindo-ascrcs- rr ‘e mais importantes da vidi, se traciux em f6rmulas tnclas mais ondina een fini, cen um compo se regras morals estes 9 6 consti 89 © espago que a reflexito sobre esse tema ocupa na obra durkheimiana ‘mostra su preocupagio com as questées de um mundo que, para ele, se decompunha moralmente. Embora tenha sido ativamente engajado nos debates politicos da Franca, o sociGlogo rejeitava as solugdes para os pro- blemas sociais propostas pelos grupos que se qualificavam socialistas ‘As chamales dort socialists 0, de Fata, essencialmente relativas a esta esfera ch vid coletiva que se chama via econ6nica. Isto nao quer dizer que 4 questo social sejs uma questio de salriog, somos, pelo contci, Alaqueles quee pensam que eta, wes de mais, moval Ele via naquele socialismo apenas indicadores de um mal-estar social expresso em simbolos, pela "maneira como certas camadas da sociedlade, Particularmente atingidas pelos sofrimentos coletivos, os representam’ ‘Como o entendia, 0 socialismo jf estava implicado na propria natureza das sociedades superiores, onde o trabalho estava muito dividido, sendo a socia- lizagdo uma decontncia natural da evolugao das fungdes econdmicas cach vvez mais organizadas, Enfim, sendo a divisto do trabalho um fato social, seu principal efeito € aumentar o rendimento das fungdes divididas mas produzir solid. fiedade. Se isto niio acontece, ¢ sinal de que os érgios que compdem uma sociedade dividida em funcoes nio se autorregulam, seja porque os inter- ‘cambios ou contatos que realizam slo insoficientes ou pouco prolongacios ‘Com isso, nito podem garantir 0 equillbrio & a coesio social. Nesses casos, (© estado de anomia € iminente. Vé-se, assim que, sob certs circunstancias, a divisio do wabalho pode agir de maneira dissolvente, cleisando de cumprir seu papel moral: 0 de ‘omar soliditias as funcdes clivididas. A auséncia de notmas — que em situ- ago normal se desprendem por si mesmas como prolongagoes da divisto do trabalho ~ impossibilita que a competigto presente na vida social se ‘moderada € que se promova a harmonia das fung6es, Sa0 trés 0S casos em ue isto se ct nas crises industriais€ comerciais que denotam que as fungoes sociais no esto bem acluptacay entre sis nas lutas entre trabalho eo capital que mostram a falta de unidade ¢ a desarmonia entre os trabalha- dores © os patroes; e na clivisio extrema de especialidades no interior da iéncia. Durkheim utiliza-se do exemplo de uma situagio de mercado rt qqual um intenso crescimento reciuz os contatos entre ils pattes — produtores € consumiciores. O resultado sto as “crises que perturbam periodicamente as fungdes econdmicas’. Av separar completamente 0 patrao e 0 empregado, 4 grande indlistria mocificou as relagdes de trabalho e apartou as membros das familias, antes que os interesses em conflito conseguissem estabelecer lum novo equiltbrio, Se a funcdo da divisie do trabalho Falha, a anomia ¢ o petigo dla desintegragte ameacam todo 0 eoxpo social e “quando o in isp or mt ie, 0 el en au ide cope ns peesb Be oeioa ser dor elation € el Jodse ra era oles moog tin tia ce bea ca Duties dato Gases que coum ait de wills de resins easter & an males os peer veins erat tao rent Ws eeSoseF of operogoes ox Woe Sta cigars on propio Se 9 opeta "ako 6 ura cau va Geum opps vio fin som cea cons a al pono Sis eagrengem inate ur uma Axga een $00 ot tiont nee Tal sa a dle nents mor, frase ond ceo 2 Tone da a soc, 9 que € unm amenta Ao fargoes ceonbmics, nas principalmente a todas as fungdes sociais. A solugao para isso va esta em STspear 8 Ginko walls nr em Seance biennale tém um fim fora de si mesmas, Daj, por especial ¢ uniforme que possa ser sua atividade, é a de um ser inteligente, porque ela tem um sentido ¢ ele 0 sabe."® Por outro lado, a desarmonia entre as aptidées individuais € o genero das tarefas que so atribuidas ao trabalhador por meio de alguma forma de coayie cnetioem ai fmm cperaxbapio Scdolda tind ay ete uma consequéncia necessiria da divisiio do trabalho em condigdes nor- ims Durkheim arguments qu tabatho 36 e divide espontanesmente ft socledade eet conta de al meta que as deslgualdades soca expressam exatamente as desigualdades naturais” Vemos aqui que o autor cuperds @ ot Mare aa a lor ts ats como tae exprealo de chon ao nfvel dag rages toca, Hc ackoga tims que 0 setae dar eg petal pal tale vara &. ponare, emg Bar to cea ineuigo da hea ‘existran rias e pobres de Sempre que a iquezs soja wansmitla por heranca, exit caw po rascimento, As condigbes morals de nos vids socal so tals que as sociedad rio poderio se marker a mo ser que as desigualdides exteriors, dentro das ‘qua os ndivias esto stacks, fre ciel wee ase nivelando.& peeiso no entender, por 80, que es homens dever tomurse igs entee eles; 40 ‘contro: desigualdade interior, aquela que deriva da valor pessoal de cada tum, i sempre abmentando, sem que este valor se exagerado ou diminutdo por alguma causa exterior. Ort, ques heredicia € uaa dessa causa, Ela fornece a qualquer um vantagens que mo derivam de seus peéprios mites e que, portanto, Ine conferem es superloridade sobre outros. tommg-se cada vez bs crescentemente intlev sta injustic, que nos parece erescentemes ‘mats inconciléve com as coneligoes de existncia de nosis sociedades. Tudo ‘onconte entia para demonste que 0 dieito sucesso, mesmo sol a ortna testamentiia, ext destinaclo 4 desapareeer progressivarmente." Mas mesmo que @ extingiio da instituigto da heranga possibilitasse a cada individuo entrar na lita pela vida com os mesmios recursos, no deixasia de subsist certa heredltariedade: Ados dons mtunsis. itligenca,o gosto, o vilor centifico, atten, lier, Indust, a coragem, a destteza natural s40 forces que cada tn ce nbs reeebe ‘0 nascer, como © proprlatiio nata recebe o seu capitl (9 See, portato, ecessiris ainda cert disciplina meal para fora os menos favorecidos pela atureza a aceitarem 0 que devem a0 acaso de se rascionento, Haverd quem reivingique uma paritha igual para iados © que aw se conceda vantagers alguma aos mais dels € metecedores? Nesse ciso, seria preciso wma disc. lina muito mats enéspica para obeigar estes times acitarem tm tatament Smplesmente igual ao dispensicko aos meclion’se impotentes MORALE VIDA SOCIAL ‘A moral consiste em “um sistema de normas de condluta que presere- yom como o sujeito deve conduzir-e em determinaclas circunstincias". No entanto, tais normas distinguem-se de outros conjuntos de regras ponque envolvem uma nogio de dever, constituem uma obrigacio, possuem urn res- Peito especial, sio sentidas como desejiveise, para cumpiFlas, os membros da sociedade Sto estimulados a superar sua natureza individual. AS normas ‘morsis t@m uma finalidade desejavel e desejada para aqueles a quem se destinam. Blas nao sio uma mera orem... experimentamos um prazer sti etteris em cumprir com nosso dever porque € nosso dever. A nogiia de bem penetra na nogio de dever.” Junto 40 conceito de autoridace desenvolve-se o de liberdade, a “filha da autoridade bem compreendila. Porque ser livre nao é fazer 0 que se queirs; ¢ ser-se senhor de si saber agis pela raza, praticandle © dever."" Cada povo, em utn certo momento de sua historia, possui uma ‘moral, E com base nela que a opiniao pablica © os tibumas julgam. F a ela ue se almeja, ela é 0 bem. Negicla ¢ negar a sociedade e, embort possam existir conseiéncias que ndo se ajustem & moralidade de seu tempo, existe ‘uma moral comum ¢ geral 2queles que pertencem a uma coletividade e uma infinitude de conse jculares que a expressim de modo, «ceneléncia moral Sobre seus alunos € porque ¢ para eles uma autoridade legitima, a qual nao se di através do femor que possa inspitar mas da propria creng’ na misstio que desempenha ‘© mesmo se pode dizer do sacerdote que fala em nome de uma divindade: Ambos sto Gngiios dle enticlades morais: um da sociedade e das grandes ides montis de scu tempo e de sua terra, outro, de sew Deus. Mas é a sociedade :tautoridade moral, ¢ ela que confere is normas morals seu cariter obrigats tio. Além dessa moral comum, existe uma diversidade indefinila de outs moraliclaes, expressas pelas dstintas consciéncits pasticulares, O valor moral clos atos deve-se a que visam um propésito superior aos indivitues, st forte mais elevada e seu fim € a sociedade Em toda a sua obra, Durkheim procurt comprovar os principios que funcamentam sua concepeio de sociedade. Esta, se nada mais fosse do que Uuma soma dos individuos que a constituem, nao poderia ter valor moral superior a soma clo valor moral de cada um de seus elementos. F, “se existe ‘uma moral, um sistema de deveres e obrigagdes, é mister que a sociedade seja uma pessoa qualitativamente distinta das pessoas individuals que com- preende e de cuja sintese € 0 resultado”. Por isso & que, onde se inicia a vida do grupo — familia, corporagio, cidade, patria, agrupamentos internacionais — comega a moral, ¢ "0 devotamento € o desinteresse adquirem sentido”, A ligagao do membro a um grupo € também a sua adesto a um determinado ideal social, © s6 na vida coletiva o individuo aprende a idealizar. “A socie- cade € a melhor parte de és’, acredita Durkheim, ‘na verdade, o homem n € humano senao porque vive em sociedade" e sair dela é deixar de s€-1o.”" Para adlquitir humanicade ¢ indispensavel superar-se, dominar as proprias paixoes, considerar outros intetesses que nao os proprios. E € a sociedade que ensina aos homens a virtude do sacrificio, da privagio, e a subordinagao de seus fins individuais a outros mais elevados. Mas no processo de ctescente diferenciagao provocada pela divisio, do wabulho, os membros de um grupo chegam ao ponto de nao ter em ‘comur nada além da qualidade de serem humanos. Entio, no ha nada que eles *possain amar € honrar em comum senio 0 proprio homem... E como: cack um de nds enearna algo da humanidade, cada consciéncia individual encerra algo de divino e fica, assim, marcada por um cariter inviolivel para 03 outros.” Esse € Gnico sistema de crengas que pocle garantir a Uunidhide moral da sociedde moderna: a moral indivicualista ¢ « religito «da humanichide, 1a qual o homem é, a6 mesmo tempo, 0 fiel € o deus. E “quem quer que atente contra a vida de um homem, contra a liberdade de uum homem, contra a honra cle um homem, inspiei-nos um sentimento de repulsa, andlogo Aquele que 0 crente sente quando vé profanarem o seu dolo”.* E nesse ponto que se coloca um dos elementos mais relevantes da Sociologia durkheimiana: o lugar do individuo na sociédade modema, stta relagao com 0 stad, a protecio de seus interesses e a criagao de seus dligeitos. Fm socieciicles menos complexas, que controlam mais cle perto scus membros ¢ através da cisciplina podem chegar a tirania, o Estado tem ainda cariter religioso, Assim, a moral cfvica, que trata dos deveres dos cidado confunde-se com a religito publica, e © individuo € merumente o mento de realizacio clos fins estatais. Fm sociedades complexas, nas quiais © Bstudo possvi fungées muito mais extensas, cxiste também um numero cada vez mais significative de grpos secundirios que, além de expressar ‘05 distintos interesses organizados de seus membros, maniém com estes lum contato estreito. E do equilfbrio surgido do jogo entre o Estado © esses gfupos — familia, corporacia, lara, distrtos terrtorais e outras formas de sissociiglo ~ que nascem as liberdades individuais. A esta concepgao do Estado, Durkheim cama individualista, Nao possuinclo os dseitos individuals ae qualquer limite intransponivel, “aquilo que ontem nao parecia espécie de luxo vird a tomar-se, amanha, direito estvito, A tarefa, assim, do Estado, ¢ilimitada. (..) Tudo faz prever que nos tornaremos mais s a quanto respeite 2 personalic A glonficagao do individuo move-se com base nia simpatia por “tuclo €do homem, uma maior piedade por todas as dores, por tocas as s humans, uma mais arcente necessidade de os combater e atenvatr, tuma maior sede cle justiga, A vida, a honra, a liberdade do ineliviciuc so respeitacas € protegicis, e se “ele tem diteito 2 esse respeito religioso € Porque existe nele qualquer coisa da humanidade, a humanidade que € respeitivel ¢ sagrada”™ ©, quando © homem a cultua, ele tom que sait de sie estender-se aos outros, Fssa moral nao deve, entio, ser confundida com a concepyio vulgar, condenada por Durkheim, igualada ao egotsino uiilitirio € a0 utiltarismo estreto que fazem a “apoteose do hem-estat ¢ do interesse indlividuais e desse culto egoista do ego". O homem livre ¢ aquele ue contém seu egofsmo natural, subordina-se a fins mais altos, submete os desejos a0 império da vontade, conforma-os a justos limites. Por isso, umn individualismo desregraco aclviria da falta de disciplina e de autoriciade moral da sociedade. A divinizacao do indivicuo é obra da propria sociedade, ¢ a liberdade deste ¢ utilizacla para 0 beneficio social. O culto de que ele ¢ 10 mesmo tempo objeto e agente dirige-se & pessoa humana, estd acima das ‘consciéncias individuais e pode servir-Ihes de elo em direclo a uma mesma fe. Ele representa a adesio unanime a um conjunto de crengas e pra coletivas merecedoras de um respeito particular que hes confere um caritet religioso, Portanto, o que no € de recear que alguma vez 9 eda se despovce de formu defintiva, pois Somos nds propries que o povoamos. O que nele projetimos Slo imagens !amplialas dens proprin. Eenquanto houver sociedad humans clas tine "ho do seu seto grandes ideais de que os homens se tornaria sen klores Sendo os Estados, nit época em que tais refle altas soviedades organizacl de outras socied! es foram Feitas, as mais © nilo estando livees ce ameagas provenientes lades, a disciplina orientada a protecao da coletividade nacic~ nal (© patriotismo) foi apontada por Durkheim como oposti A que visit o desenvolvimento dos seres humanos (o cosmopolitismg). Para superar esse conflito, ect necessdrio que as sociedades se guiassem por um ideal acim das purticularidacles © que buscassem fing mais universais: os propriamente hhumanos. A tdeia de uma futura confederagio das Estados europeus, se bem que mais abrangente do que um Estado particular, ainda estaria longe de Onganizar a humanidade. 4 existéncia de contradigdes entre os sentimentos Pattistico © cosmopolita exigiia um esforgo de conciliagan por parte do. Estado que se fixaria como larch esencil, nio # crises, @ eisider as onic © alm o ang thor que essa, sua autonomi, chamae a wins vida men aise tatitaia mibenieeo domi memos. (4 Nites oz en et ‘mas a sent fazer, de seus cdickios, homens, no sentido completo da pala, © 08 everes civics mio passe de forma mals particular dos deveres gras da Ihumanidade.(.) As soeiedades, porém, podam consagrar seu amor-prdprio into ser as msiores, nua nals sbustadas,e sim ser a8 male fut, a mals bem onganizadas, a possui a melhor constiuigio moral ™ RELIGIAO E MORAL é purte dessa preocupagio com o estudo da moralidade que a religio onuya um expagoinprtamte na obra de Durkheim, A egies primitivas so 0 ponto de partida de seu estudo por considerar que, em sva clareza e simplicidade, evidenciam o essencial, mais turde oculto pelo secundirio ¢ 0 acessorio, Nas comunidades mais simples, onde é menor © desenvolvimento das individualidades e das diferengas, “o fato religioso ‘ainda traz visivel o sinal de suas origens’, mostranclo também mais facilmente ‘elementos comuns a todas as sociedkides. Mas que classe de realidad humana as religioes expressam sob seus simbolos? {As religides sao constituidas por “um sistema solidaro cle erengas e de praticas relativas as coisas sagradas ~ isto €, separadas, interditas ~ crencas ‘comuns a todos aqueles que se tnem numa mesma comunidade moral cha- mada Igreja’.” Os lendmenos religiosos so de dias espécies: as crencas, questo estidos cle opinio,representagbes, #08 ras, que exprimem modos de conduta, Ambos orgnizam ¢ classificam © universo das coisas em duas classes ou dominios radicalmente exclucdentes: 0 profanoe o sagrado. A pas- sam do mundo profane pm osagnido implica una mctnexfoe eenvale 5 de iniciagio realizados por aquele que remuncia ou sai cle um mundo Tt erat rn DUC o Que sue ubovcxnate pus weace por ie de uma ceriménia. As coisas sagraclas so protegidas, mantidas & distancia e isoladas pelas intercicdes aplicudas As profanas. Flas podem ser palavras, objetos, animais, alimentos, lugares, pessoas etc, Entre essas coisas existem as que sio proibidas de ser provadas, vistas, pronunciadas ou tocadas, por exemplo, por homens, mulheres, soltciros, membros de algum grupo, caste ou classe soctal, durante uma fase da vida ow em certos estudos naturais| ‘como a gravider ou a menstruagao. Algumas wezes tl stings requer sofrimento porque twos afer ramos com todas as fibras de nossa carne ao mundo profano; mosst sensibilidade nos ata @ cle; nossa vicla depende dele. (...) Na podemos, pois,

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