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PONTA GROSSA, tatuarte de civismo e de trabalho fecundo ros Campos Gerais do Parand, assinala mais um aniversério ta criagdo ta Frepuesia de Sant’Ana e, sob a inspiragdo de flva pomba, a cidade nasceu, transformando-se num dos mals importantes polos econdmicos-sciais do Estado, ‘Sun gloriosa Historia, em busca do destino que The est re servalo, € registrada por passagens épicas e altanciras; pelo Ccforg, sbnegasdo ¢ pelo labor de seus filhos; pelo ideal for- fade, ela coragem e pelo ratrotismo de séus antepsasados, luz due até hoje fulgura, tal eomo a aurora de 15 de Setembro de 11823, quando D. Pedro I, Tmperador ¢ Defensor Perpétuo do Brasil, cru a Freguesia da Senhora Sant’Ana, ato com 0 qual fe iniiou a emancipagio pottia do Munieipio, mais tarde con- Cfetizada, em toa a sua plenitude, © que, agors, como Texado puiant, € espléndida realidade, pela sua expressao econémica, lo seu cescimento organizado, valorizando o elemento ho: mano, peca nobre e fundamental do progress. Ponta Gross, eresee, dia a dia, através do uma caminhada ebjetiva e grandioes, com todos que aqui vivem participando do desenvolvimento eccnémico e social, numa’ unio comunité- ria, na qual se sobressaio esforgo ¢ trabalho de um povo que consolida 0 futuro, com coragem, perseveranga e amor. Ponta Grossa, 15 de Setembro de 1.976 AMADEU PUPPI Prefeito Municipal PUBLICACAO COMEMORATIVA DO 152.° ANIVERSARIO DE PONTA GROSSA,EM 15 DE SETEMBRO DE 1975 HISTORIA DE PONTA GROSSA bp 10K0 voxTnant {COCRDENAGAO EXECUTWA or fan ANTONIO 4. NICKARE Ameena snasas eeaioeeos saiyabor ost oe FRETS Escusndo acentuar quio temeréria ¢ arriseada 0 frdua tarefa de eonsubstanciar, em simples edigéo pionei- ru, cento € eiugitenta e dois anos de histéria, somados aoe facontecimentos do presente ¢, com base nestes, esborar uma projerdo do futuro de uma comunidade eminentemente tradicionalista como Ponta Grossa. Aceitar tamanka em presa, procurando manter incélume, o quanto possivel, um sentido eritico da Nistéria, som adulterar a verdade dos fatos; reportar com abjetividade os acontecimentos pre- sentes, som distoreer a fidedignidade féction das sit ‘que nos ceream; prever a diregéo do futuro, com base na exporiéncia do passado e com aa lipdes do presente — eis enpreitada « que chamariamos desofio, E assim a accita- (0 temar dos risens foi envotvide por dez meses de tra balhos de coordenacio, onde as difieuldades ve acumula-| nam, d medida que farto material emergia, seja das Bé ‘wiaas procedides pelo zelo do espirito voeacionalmente cr ages tico de wma Professora Guisela V. Frey Holzmann ou, seja pS pela contribuieto cientifiea de um Professor Olavo Soares fn, quando menos, pela nossa humilde participacio ¢ de todos os que enriqueceram a obra, ora levada a lume, com sua ciéncia e seu labor s fatos, os dedos, as datas, os documentos escritos € Jotograficos; 08 loenis histéricos, acontecimentos e pes- 008, tudo revivide como que pelo toque magico de midos ‘que os descobrem nas furnas exeuras do tempo. Eles td es- tavam perdidos pelo manta do exquecimento e, agora, res- eurgem eheios de vida. E, entéo, envolvem-nos por suas experiéucias existenciais edifieantes, em seu tempo e es ago, materializados elos legados culturais motivadores| ‘do nosso presente; este caudal vivo de pessoas ¢ fatos, ver. dadeiras gevatrizes energéticas do espirito humano, enrie ‘quecom nossa gevacio ¢ do sentido a vida, Vida que é lute, como o foi « dos maiores que nos antecederam © que, trithando velo senda de saerificios, lutaram por manter ‘acesoe 08 Inzeiros da fé na vida e no género humane, KKK Em meio a estas elocubracées plasmadas pelo sacri cio dos que nos transmitiram uma heranga moral e cule tural, pego vénia para eonsignar, nesta obra, eterno preito de gratidio aos meus pais Anibal (Bimba) e Haydée Re auiio, pelo bem supremo — a vida, ¢ pelos seus exem- plos de pureza de sentimentos, bondade e dignidade, fon- tes inezanriveis de inspirocio dos meus mais acalentados ideais de grandeza. Em 15 de setenbro te 1975 aunazo atau 3 Wn Gj eaten AAI iy EAS ms PIAA) SaaS (a May = PONTA GROSSA DE ONTEM ‘avon nee GRANDES VULTOS rags iin gr = apt Gs ~ i iB conges Nina oii de Foie Gis ~ ate one Gos ure fore PONTA GROSSA DE HOJE ‘So Asenars ge Pnejnana — As Ferg de Me Gt Vnaados wo Fer Enusive fe te LUNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA Stoeger res aod ogee 3 feta Cr RELIGIAO enue Geaigis AGROPECUARIA ‘eoten Goa — Art the do Sole Au ia cos hash = Coopaas, as 28 de Gare err Sos Eta Ht = Se ASSOCIACAO COMERCIAL E INDUSTRIAL PARQUE INDUSTRIAL, ESTRADA DE FERRO CENTRAL DO PARANA ouoctane KKKKKE DECRETO NP 479/69 0 PREFEITO MUNICIPAL DE PONTA GROSSA, Estado do Parand, sand das atribuigSes do seu cargo, CONSIDERANDO 0 relatirio apresentado pelo Grupo de Trabalho istiuido pela Portaria n 144/69, de 28 de tetem: tro de 1969, e destinado a estudar e emitir pareeer a propdalto da eriagio da Bandeira do Municipio de Ponta Grossay “DECRETA Art, 1° — Flea criada a bandeira do Municipio de Ponta Grose, de conformtdate como nevelo que scomanis« pre sente decreto,constando o Pavilhio Mun‘epal das seguintes ractoristieas; retingulo Branco, com uma faixa azul a0 centro @ em forma diagonal, indo do canto superior esquerdo a0 inferior Girelto; ostentands no centro da diagonal vil duas_pombas Drancas, voltada uma para outra e apoiadas em mela-lua ver~ mmelha, fendo a forma de um segmento lenticular céncavo-con- ‘exo, @, oncimando as pombas, uma coroa dourada, com deta- Ths em pret, § Unico — As caracteristicas do Pavilhio Municipal, cons tante deste artigo, correspondem & tradigao cue emoldura o t= pirito do Povo, tais como: 4) As cores azul branca, as predominantes da Virgem Santissima, invocadas pelo Povo, através de Nossa Senhora da Vila Velha, Mae.da Divina Graca, e da Senhora Sant’Ana, cua excelsa Mie, Padrovira de Ponta Grossa; 1) as duas pombas brancas que, conforme a lends, exeo- Iheram o local onde se erigiu a primeira Igrea, sob 0 orago de Sant’Ans, hoje Catedral do Bispado, fazendo curgir, do entao aglomerado de casas ao seu redor, a Cidade de Ponta Grossa ) Avcoroa simboliza o eognome de Princesa des Campos, @ A Tneia-lua em vermelho ressaliaa fundagao de Ponta Gross no reno imperial aj Gr preponderant era a e- cammada, "Art, 2° — A confecgio da Bandeira do Municipio, de con formidaie com o dieposto no art. 1° desta lei, obedecerd rigoro- tsamenteao desenho anexo, e 0 Médulo.(segmento de reta que f¢ tora & yontado, de acordo com o tamanho da bandeira a fa zer) € de: 14 de aitura e 20 de comprimento; a corca, as pom base a mela-lua serdo colocadas num didmetro de 2,5 médalos f faixa diagonal tord 62 médulos e o segmento lenticular edn ‘avo-eonvero, terd.o médulo do 0,1 na dirsqio do ralo focal ‘Art. 3° — Fico insttuido o Dia da Bandeira do Muniei de Ponta Groisa, & data de 22 de Novembro. i § Unico — Anualmente, na data constante deste artigo, 0 Pavilhio Municipal sera revereneiado em todo o Territrio do Municipio. ‘Art, 4° — Este decreto entrar em vigor na data de sua publiccio: revovadas as disposigtes em contro, SECRETARIA MUNICIPAL DE ADMINISTRAGAO E NEGOCIOS JURIDICOS, em 21 de noverbro de 1969. ss) CYRO MARTINS Prefeito Municipat MANOEL MARCOS MARTINS Seeretirio Munieipal de Administragdo @ Negécioe. Juridicos. as) u No 388 A CAMARA MUNICIPAL DE PONTA GROSSA, Estado do Parani, decretou e eu, Prefeito Municipal, sanciono a se- suinte LEI Art. 1° — Fica criado 0 escudo do Municipio de Ponta Grossa, de acordo com © modelo que acompanka a presente Lei, eas seguintes caracteristicas: a) — sobre duss bandeiras que representam o Estado © a Unido, um escudo no qual aparece um pinheiro, principal fonte da vida econdmica do Municipio; b) — Ao pé do pinhelro uma roda dentada e uma bigorna, simbolos da indistria o trabalho em todas as suas formas; c) —No centro do eseudo, dentro de um cireulo, uma paisa- ‘rem que representa o planalte paranaense; 4) — ao fundo,um sol iluminando a data de 15 de setembro dle 1828, em que foi fundada a eidade: ) — pousand sobre o eseudo, na parte superior, duas pom- bas que conforme a lenda escolheram o local da fundagio da cidade; £)'— eneimando o eseudo uma coroa simbolizando 0 cogno- me de “Princess dos Campos"; 2) — dentro do eseuo duas faixas com os dizere io de Ponta Grossa ¢ Paran’ hh) — as bandeiras obedecerdo as cores normais, 0 fundo do eseudo sera amarelo e azuis as letras do distin, ‘Art, 2° — O tamanbo lo escudo variara de acordo com 9s finalidades em que for aplicado, Art. 8° — Kista Lei entraré em vigor na data de sua pu- Dlicagio; revogadas as disposigies em contrario 5: Muniei- ESTE LIVRO N&O CONTEM MATERIA PAGA. AS REFERENCIAS ‘A PESSOAS, FIRMAS E INSTITUICOES CONSTITUEM DADOS MERAMENTE INFORMATIVOS, OS AUTORES Nasida ‘em reg fd de ins Carn & po A oles 6 via oon Gaol feds da Co ont dt Prfouare Unis de Nee lever th de undone de Perea « (3h edi. Unercace Gedal Pots Dede 1955 vom ww ddan wo etude de Geog de tr ters va een ‘ud icine le palonlge Pde Widenar Lange aan vido ne Due Je Erle da a de Peden sists Sim nde tee ‘Salida We alge settcmane net Coen tac em na ce Fons Grn, dey de gf 0 fio gelato fons ror de Se as tabs «ort de enc nr hor Pon Grn 96S ee grata de Vie Ve Liv Soe Un ado Ce Cito! Ecsta Cty, Se Soe de rcededs Ws da Conor * toua10 teouito ere, tam aon baer no caepe de Se ‘cD wtruo de Maia Wore oe Pore shee, com » aul 6 asada una ib de 95 smo lv dy nein pono atoms oo | fervolinevo ex can Mra ind Se cn hele moe 6k Prato APRESENTACAO BSTE LIVRO. He comunidades, em nosso Brasil, que na verdade, pouco ou nada ficaram a dever « certos moldes tradicionais de divulgagéo, ‘como folhetos ou edicées comemorativas. Fatores varios, quanto a isso, sempre pr: maram pelo surgimento do fracasso, jé pela caréncia inegavel de meios, dados ou ele- mentos, no caso exigidos, jé pela demonstra go visivel da ganéncia como principal ob- jetivo, ou, ainda, pela relativa credibilidade ‘ou reniténcia em semelhante circulo de boas intongées. No que se refere & primeira das circuns- téncias mencionadas, temos que, ndo obstan- te a yontade beneditina de certos pesquisc dores de antanho, as perquirigdes jamais se apresentaram decentes ou satisfatérias, pois ninguém ignora as falhas, confusées, mau es- tado do material, lutas antiburocrdticas ¢ outros empecos, que sempre acompanharam a esses lutadores e Ihes tornaram precdria & participagtio na-andlise e compreenséo das ‘comunidades, no dizer’sensato de José Alipio Goulart, através de seus trabalhos sobre os mascates, os tropeiros e outros fatores do pro- gresso.. Ta no tocarié &@ segunda, porcebese, claramente, que, ao invés de tornar factivel o empreendimento, a persecugio do vil metal — que nem sequer leva em conta a nobreza, seriedade e espirito comunitério (o que vale dizer séciocivico-econémico) das empresas, conglobados em tais publicagdes — sempre se mostrou intensa e soberanc. "A técnica apressada”, diz Karl Popper, "gera novos problemas, em vez de evité-los, com os elementos de que dispoe". Finalmente, hd os obstinados, os teimo- 50s, que, em que pese a seus excelentes in- tentos, langam méo de dados, documentos ou elementos de todo porte, inconscientes, em tal prdtica, da idoneidade, da qualidade ou objetividade dos pressupostos. Credite-se, porém, a esses abengoados herdis, de semelhante linha de conduta, ao menos, a indiscutivel boa intencdo, que, mais cedo ou mais tarde, tende a suscitar e, até, encorajar tarefas mais condizentes com a re- Jevémcia dos problemas e desenvolvimento da ciéncia, Foi assim que muito vicjante e cronista percorreu o interior do Brasil, & cata: de emo- ‘ges e informacées. Por at, ficamos, entéo, sabendo quéo de- ficiente, distorcida ou cheia de confusdes se presenta « generclidade das publicagses sobre as cidades do imenso “hinterland” bra- sileito. ‘Séo edigdes, por via de regra, de fotc- graties, dados familiares, iia sclopllice ramos de comércio ¢ industrial extremamen- te abundantes, promogdes de ordem pessoal. Pouca ou nenhuma consideragéo_his- tériea do local, elementos responsaveis pela evolugéio geral em tais paragens, explicagao geoantropolgica das variedades étnicas que oi se encontraram, enim, a concepgao mui clara e légiea de que “toda historia é his- téria do pensamento”, no dizer autorizado de R. G, Collingwood. ‘© pensamento sempre antecede os fatos, de qualquer maneira. Esta Edigéo sobre Pon- ta Grossa, sem pretender renovar os empre~ endimentos no_género, principalmente no conjunto das acdes, idéias ou fenémenos fun- damentais, apresenta, no entanto, 0 fato no- tavel de ser realizada pelos professores da Universidade, D. Guisela Frey Holzmann, Olavo Soares, que, de hé muito, vem pesqui- sando, comparamdo, avaliando e concluindo sobre Ponta Grossa, numa soberba e inédita demonstracéo de verdadeiros estudiosos das indmeras unidades do nosso Brasil. Quanto & Prof. Guisela Holzmann, néo 6 de hoje que a conhecemos, buscando ele- mentos e aconselhando os professores e alu- nos a procurarem os arquivos e cartérios de Ponta Grossa, Castro, Palmeira e varios ou- tos pontos, para se escudarem, suficiente- mente, no caso de intentarem qualquer esp&- cie de imonogratic. E, em relacGo ao Prof. Olavo Soares, to- dos 0 conhecem, com sua grande enudigio, invulgar objetividade e invejavel capacida- de de transmisséio. £, portanto, um aut8ntico livro de visoes sobre a terra, o homem, a inter‘nfluéncia de ambas as partes, e assim por diante, como iGo ver 08 nosscs prezcadds leitores. Antes de terminar, desejo agradecer ao editor Renato Requido, pela oportunidade que me concedeu, de elaborar o presente prefdcio, estendendo, também & Prof. Gui- sela os meus melhores votos de novos triun- fos, neste dificil setor de estudos. Finalmente, meus parcbéns a Ponta Grossa, pela régia homenagem que se lhe presta, consubstanciada na admirével Edi- Go Histéria que ora & apresentada. Ponta Grossa, setembro de 1975 Foier Aforois 7 Mita Farts ANTONIO 5, MICHAGE © TERRITORIO Ponta Grossa esté situada na regio dos Campos Gerais, visitados pela primeira vez por Alvar Niinez Cabeza de Vaca, descobridor das Cataratas do Tguagu, quando viajava em dire- ‘¢lo de Nossa Senhora da Assungio do Paraguai, onde seri © novo governador, Preferiu o caminho por terra, visto a ‘euldade de navegagao pelo Rio da Prata, em virtude das exigén- cias que faziam alguns prepostos das autoridades castelhanes do Adelantado de Assuncio. » Cabeza de Vaca tinha sido nomeado governador do Pa- raguai em 1540. Chegou ao Brasil em 1541, aportando em Ca- nanéia por julgé-lo porto espanol, ou na altura da ihe de Santa Catarina, e dai enviou sous navios a Buenos Aires, en- ‘quanto seguia por terra para Assunglo. Levava em sua eomitt- ‘va 250 homens de armas, 2 frades © 26 cavalos. No dia 1.° de desembro ehegava as margens do rio Tgiagu, nas proximidades de Arauedria de hoje. x Seguindo viagens, Cabeza de Vaca procurava pelo Rio Ti- bagi, aleangando a aldela de Tapapirassu, préximo a atual Io- calidade do Lago, marco de quem vinha de Piratinings para 0 Paraguai. ‘Mais tarde, bandeiras paulistas seguiram este roteiro, pro- ‘curando ouro, pedras preciosas ou eagando indios. Voltavam a Piratininga entusiasmados com a paisagem dos Campos Gerais. Surgiu dai a vontade de possuirem terras nesta regido, demons- -trando o desejo de aqui ficarem residindo. OS CAMPOS GERAIS [A principio, qualquer favoresido dos governadores eras, com pratexto de “por servis d rele & Coron reseba vas tomas extensis errtorae Com o passat do tempo, procuroa 0 govern colonial ortuguts cle oe abuse o reyulcizar as quests de terra, Cxlzindo as caras e confirmagies de dong nam prazo de ses mses Muités paulistas se iritaram com as novas ordens, mas 0 overnador do Rio de Janeiro, D. Alvaro da Silvera de Albu- uerqe teve o apvio do rei D, Pedro TI de Portugal, que em farta de 8 ge margo de 170 estpulava que oassunto feara a cargo dos Ouvidore Gerais SN pirstanto, p svermador, agora amparado pelan Ouvid- | las, a fm de nfo prejaear antigen posseros, fer publcar ka PONTA GROSSA DE ONTEM ee err By ceditals oferecendo terras em sesmarias aos paulistas, de con. formidade com a carta de 14 de margo de de 1702, que estabe- Hecla as normas legais para a posse de terras doadas pelo go vverno. Exigia, no entanto, que os sesmeiros usassem as terras © construissem currais, tudo no intuito de desenvolver m pecus- ia e gradativamente a povoagio destes lugares, AS SESMARIAS, 0 Capitio-Mor Pedro Taques de Almeida, paulista de gran- de pretpioem Praising, apovetou a oportunidad Te ques par si, seus filhos ¢ gens, as terra compreendidas entre o rio agunrcatae apo as paragens qv chamavam de Taacoa Sob sie de Moray, Iida om stuscanhados Bartolome Pas de Abreu ¢ Antnio Pino Guedes, veram tomar posse das teres. Trouneram tro as €fundaram cura De Carambel os seamsrosdirigramae para osteat6 ax barraneas do Tibi. Estes campes foram dnominadon de St Jofo,Fizeram quclmadas a fim de marca as teras que dor, ante les perteniam, desde o Taps ato Serio da Mibeta,¢ do Pitanui até o Tibi. Todos ox semsirosprleniam am liar suas poses, aleltando do govern novascocestey, mas da volta Sio Panto, somente Joe Gs de Moras requereu sa ovo governor D, Fernando Martin ¢Laneaste, qe Ihe con cede s teras denominadas do Rio Verde entre ro Pltangul ¢ Ialngoa, Nas sesmarias de Jon Glade Moras os ebanbon eresiam, atestando a bea qualidade dos patos Estas noticias eatimularam © poyoamento no sul, Fazen- | dae de eriagho se matptenvam, ; Pedro Tagues do Almedefaleeeu erm 171 seu iho Joo | Géis de Morais consegui passat sexmaria de Carambe para seu nome «ode seus primos. As terras de Sto Jodo foram ad- auiridas apis reterados peas em seu nome e no de seu | eamhado aos potentados at Capitan A 80 de janeiro de 1720 todas estas terras ficavam sob a | rid du Via de Curitiba, contorme as dais do Ov dor-Mor Pires Parinho, que ftou aa dives entre Curitiba © Sorostb, nso rio Itraté, Jé se eabgava enti por traades€ Times a 8 Comarca de So Pala, José Gis de Morals enviguecou com aun criagSo de ado tas sermarias de Rio Verde, Malacca, Pltanul, Carambet Ska doo, e mas lavras auroras de Mins Geris« Ri de Ja tr, Desistin enti de expancir seus tritros limitandose fs leas de seus vaio latino Em 1728 requereuo desdoramento da Sesmaria de Iain | cea, desistndo de suas pretense alin do rio Pitangu. Em \ agosto doou a Sesmaria de Itaiacoca, até o Pitangui, ’ Compa- hia de Feras,enjn misiondeos com aia permisfo haviam Al contro, em 107, uma capeinha de tap em honra de I Santa Barbara, ¢ a visitavam esporadicamente, ministrando 0 | Santo Oficio e os Santos Sacramentos aos moradores da regiso. | A 4 de novembro de 1727 doou a Sesmaria do Rio Verde || sox Beneitines dn Casa de Noa Senhora do Destero Oa Vila de Santos, NASCE UM ROVOADO A BEIRA DE UM CAMINHO DE TROPAS. ‘As terras de Itsiacoca e Pitangut voltaram & Coroa Por: fuguess, quando o Marqués de Pombal, em 1778, expulsou os ‘esuitas de Portugal e das Colénias confiseando todos os seus ens. © Papa Clemente XIV extinguiu a Companhia de Jesus pela Bula “Dominus ac redemptor noster”, entregando as pro- priedades fesuticas aqui da 6.* Comarca ao Bispo de Sto Paulo, Pipes tte maryo de 1774, Este bispo, a0 astumir eu cargo ecletdstico, recolveu tomar providensiee no sentido de elevar 0 pouso do Taps a Froguesia de Sant'Ann do Tap6, 0 que entusiasmou moradores e viajantes, aumentando 0 comércio. if. és\ Nesta ocasifio 0 governo portugués estava empenhadg uta pela posse definitiva de Santa Catarina e Sto Pedro Rio Grande, luta que vinha de muito tempo, isto 6, desde ‘quando da fundagio da ColGnia do Santissimo Sacramento ng extremo sul, na regitio do Prata, quaso em frente a By Aires, A Cimara de Curitiba reeebew a incumbéncia de mel rar 08 caminhos e providenciar o necessério & passazem tropas. Nio tendo os recursos exipidos revorreu sos moradorgy | da regito, estendendo o seu apelo aos fazendeiros dos Gerais 4 José Ferreira Pinto, na qualidade de feltor, arrecadou Aistribuin a contrbuigSo dos fazendeiros da nossa regio defesn do sul do Brasil 3 Com 0 correr dos tempos, as scsmarias foram se des brando: com a morte de seus proprielaries, os herdelros di ‘iam as terras ou vendiam, e novos moradores aqul chogavam, 0 movimento aumentava ano a ano. O caminko de tropas, qu primitivamente passava elas fazendas Cambijé e Italae foi desviado, pois a Froguesia de Sant’ Ana do Inpé atrafa seu comércio, e os tropelros neste desvio acampavam junto a Capo da Ponta Grossa. (Pinhal, que visto de longe, parecia Drojetar-se numa ponta grossa.) Por fazerem a ronda, 0 eampo préximo ao capio fleo assim conhecido, ¢ até hoje o progressivo bairro da Ronda, lene ‘bra com seu nome estas andancas e vigflias de tropas em noites frias na Princesa dos Campos. Sendo lugar de pernoite das tropas que vinham do sul, dos ‘campos de Sio Pedro do Rio Grande, em demanda das feiras de Sorocaba, alguns viajantes aqui permaneceram estabclece dovse nas proximidades do Capto, com o objetivo de comerciar om 08 que por aqui passavam. Casavam com jovens filhas de fazendeitos da regifo e aos poucos o loeal {ate povoando. 3 tropeiros que por aqui vinkam, pernoitando apenas, segulam viagem passando por Carambe, Troneo e Lageado, para 2 Freguesia do Tapé,onde iam encontrar casas comercial sapalelros, seleiros, ferreiros, La ja havin uma Companhia de Covalari, um Juiz e um Eserivao. ‘A-20 de janeiro de 1789, foi a Freguesia de Sant’Ana do 1apé, com grandes solenidades, erigida em Vila de Castro, Teve ‘este nome porque Manoel Gongalves Guimaries havia prome ‘ido, em 1788 a0 Ministro dos Negécios Ultramarinos, Marti. ho de Melo e Castro, que conseguira 0 perdio do rei ao sen- tenciado Manoel Gongalfes Guimaraes, fundar uma Vila com 6 nome de Castro. © foverno da nova vila mandou abrir estradas ¢ construlu aterros no antigo eaminho usado pelos tropeiros. Isso fez com aue dat por diante todos seguissem ease roteiro, eno demorou ruito que o pouso da Ponta Grossa fosse conhecido tanto quan. to-a Vila de Castro, pelos viajantes que vinham do Sul. DE POVOADO A BAIRRO DE PONTA GROSSA AA primeira vee que o povoado a beira do camisho de teo- as foi chamado de baiero de Ponta Grossn, foi quando Cie mara de Castro nomeou Ienicio dos Santos, Capitao de Mato deste bairro, a 12 de feversito de 1792, para acabur com os autos que se verificayam nesta regito, em vietude dos agri: Damentos de “negros fugidos", Estes negros, ecravos, fuga das fazenda dos arredores devido a03 main traton, (Sabra @ assunto existem fatos pitorescos que podem ser encontrados em arquivos de alguns cartérios da cidade.) % Oy moradores da regido nto tinham mais sossego, pois hegros fujGes safam dos seus esconderijos e vinhanm para boira do caminho a espera das tropas para pedic servigo ol comida. Devido suas aparénclas assustavam a quem on vssey ¢ foi portanto 0 Capitio de Mato Ignacio dos Santos, a prime ra autoridade policial que aqui tivemos, e que pis fim A pre nga dos elementos que inquietavam viajantes € moradores, Crescendo continuamente 9 Bairro de. Ponta Gross, em 1796 vai ter uma Companhia de Gavalaria das Ordenangas, por ugesto do Captio-Mor José Rodrigues Betim, da Vila de aaarense Cantio General Bernardo de Lorena que nomeou gant referida Companhia 0 Capitto Comandante Cyrino Bor Pirvge Macedo; Aivdante: Jon Lelto de Azevedo; Alfres BM grfaco os Santos e Joaquim Gongay Etendarte: Domingos Martins, [AS FAZENDAS DA EPOCA — Fazenda Bom Sucesso, distante mais ou menos alguns quildmetros do caminho das tropas, no lugar onde hoje se en: contram o8 baitros da Palmeirinha e Chapada, de propriedade do Capitio-Mor Miguel Ferreira Carvalhais por heranga pater- na, Esta fazenda era o eentro da grande inyernada da Boa ta, que 0 caminho das tropas cortava, Neste ponto, na inver- nada, préximo a colina mais altaneira onde crescera uma figuel ra de grandes proporgées, havia sido erguido um rancho cober- to de sapé, que As veres servia de pousada para os viajantes ‘Miguel Ferreira Carvalhais era pecuarista, 0 gado eriado ‘em sua propriedade era famoso pela qualidade, — Fazenda Estrela, situada no local do bairro da Vila Estrela de hoje, estendia-se para sudoeste quase alcansando Guaragi de hoje. Era propriedade de Domingos Ferreira Pin- to, mais conhecido por Mingote, natural do Rio Grande do Sul Havia sido tropeiro antes de fixar-te como fazendelro nos Cam- pos Gerais. Era pal de Domingos Ferreira Pinto Filho, mais tarde Baro de Guaratina e que herdou parte da fazenda onde se situava a sede, ¢ do Capitio Joaquim Ferreira, que herdou a ‘outra parte das terras da fazenda para os lados da povoagio de Conchas, onde foi chefe politico. — Fazenda Cambifi, fazendo limites com os campos de Itaiacoca. Propriedade de José Géia de Morais, que a receheu de Iheranca de seu pal Pedro Taques de Almelds, Com a morte de ‘José G6is de Morais a fazenda foi desmembrada e passou a vé- ros donos. Fazenda do Pitengut — fazendo parte a principio da sesmaria de Pedro Taques de Almelda e depois do fitho deste José Géis de Morais, que doou esta fazenda numa extensio que fa do Itaiacoca até as barrancas do rio Pitangui, & Companhia de Jesus em 1723. Os Jesuitas jé haviam construtdo uma ea- pela e também nas mesmas terras, além de um pequeno riacho enominado Lageadinho, usavam uma casa toaca de madeira, tendo ao lado um abrigo aberto,coberto de telhas,o que Ihe valeu ‘nome de “Casa da Telha” onde os missiondrios jesuftas aten- diam as veres o3 viajantes de passagem ou mesmo moradores das visinbangas, por ser esta “Casa da Telha” ponto mais préximo que a Capelinha de Santa Barbara, na fazenda Pitan- ul, © PROBLEMA DA FUNDAQKO DA FREGUESIA No infeio do século XIX 08 moradores do Bairro da Ponta Grossa receberam satisfeitos a lideranga de dois jovens deci didos fazendeiros: Miguel Ferreira Carvalhais e seu cunhado Domingos Ferreira Pinto, Representando os moradores da re- sido, reivindicavam 0 que mais se necessitava na ocasifo: um templo e um cemitério, A Capela de Santa Bérbara ficaya muito diatante, pois, como vimos, aos poueos os caminhos foram-se desvinndo mais para geste @ a Capela dos Jesultas ficou multo falém, Depois da expulsio destes, nfo havia mais padre re Gente, e portanto of oficios religiosos 36 eram celebrados de tempos em tempos quando por aqui chegava algum religioso. O ‘cemitério junto & Capela de Santa Barbara era, como a igrejs, distante « por esse motivo Miguel Ferreira Carvalhais ¢ Do- tmingos Ferreira Pinto recorreram ao Vigirio de Castro que conseguiv, com o Bispo de Sio Paulo, provisio para fazer ba- tizados, casamentos e enterros fora da sede da Vila, em 25 de abril de 1810. Joaquim de Almetda Leite, Vigirio da Vila de Castro, pas- sou a visitar os bairros e oratérios particulares das fazendas, Datizando ¢ casando seus moradores, mas a distancia ¢ a pre- ceariedade dos meios de condugdo (viagem a cavalo ou a pé) dificultavam o seu trabalho, de modo que o Vigario delegou po- deres a outros padres que podiam substitui-lo nestes misteres sempre que ele estivesse impossibilitado. Para facilitar o trabalho destes abnegados pregadores da 46, foi construido um altar consagrado a Senhors-Sant’Ana na casa de Domingos Ferreira Pinto, por ser a mais préxima da ‘estrada, ¢ all os moradores se reuniam para assistir aos Santos Oficios. ‘Tornou-se hébito desde entfo, levantar-se um mastro com bandeira da Senhora Sant’Ana, todos os anos no dia 25 de u- 4ho, quando ers a Santa festejada por ser o seu dia consagrado no ealendério eclesidstico. ‘Nesta época algumas pessoas sonhavam com a elevagio do Bairro a Freguesia, pois viam sua posicio privilegiada, centra- lisando varias estradas, fazendas abastadas ¢ a continua aflu- Gneia de novos moradores aumentando suas possibilidades. ‘A necessidade de percorrer cerca de sete léquas até a de Castro para resolver seus negécios, muitas vezes com exi- séncias oficiais de nenhuma importineis, desgostava os mora- ddores da nossa regitio que por este motivo resolveram se bater pela elevagio do Bairro a Freguesia de Ponta Gross Domingos Ferreira Pinto, Miguel Ferreira Carvalhals, Toaquim Carneiro Lobo e seus filhos, José de Azevedo e outros, assinsram a peti¢do. Para serem atendidos, entretanto, era ne- ws. Ss el dhenta ge 88 Provassem sero Bairro provido do: ndmero sutl Gite de toradoren; Capelnparamentadn; tisha da Cone No® Pitroeos o dstincia don recuranaespritals. ray g° Rdmero de habitantes preenchia perfeitamente a8 SRRGMIAR: lstinela dos recures capiionia também, Mas ‘lo havin Capela paramentada ete ‘ara Feaolver eate problema, os Iideres do Bairro tranefe Fitam o altar de Sant’Ana existonte i easn de Domingos Fer Zelta Pinto para a “Casa da Telha", A margem da estrada geral {eine hé algum tempo yinha servindo como easa de pouso 208 {ropeiros que aqui demandavam, Havin sido construida por subserigio feita por Manool Goncalves Gulmarkes e Foto da Silva Machado e outros que pre tendlam dessa manelra atrairos tropelros, agasalhé-lose assim contribuir para com o movimento comercial do Bairro. Pixaram também a COngrua, e a 13 de julho de 1821 a pe tisfo fol encaminhada a0 Gaverno Provincial de Sio Paulo por intermédio da Camara de Castro, A situagio politiea na 6poca nfo era das mais favordvels HA Pouco, D, Joo VI havia deixado o Brasil. O principe re- gente D. Pesiro lutaya com problemas financsiros¢ jé se fazia Jovem principe © a volta do Brasil & Ae: sua antiga posigio de Co- Tenia. Assim sendo, tomiente apts a procmacio da Indepen cia 6 gue os notsosvoltaram & lta, snimoaee yao eat de emancipagio que dominava na pace, Aim Se Ponta Grown também os nleos de Tibagte Jaguaratvsprocravam ter tare do foro de Caste, 3 oeos foram expedidos cumpresalientar 0 tae batho nesse sentido do Cel. Luciano Carri. Ess estore foram coroados de siceso, ols x16 de stant de 1828, Peta Grossae também Jnguaratya passavam 2 condgto de Prerec; sia 0 Decreto Imperial contin mo soya “Decreto n.° 16, de 15 de setembro de 1823 Eu Imperador Constitucional do Império do Bra- sil, fago saber que attendo ao que por Nero (sie), de consciéncia © ordens, subio a Minha Imperial pre- ‘senga. Hei por bem crear uma nova Freguezia com 0 Togo de Nossa Senhora Sant'Ana, em um lugar vial. ho & eapela denominada Casa da. Telha, no bairro de Ponta Grossa, distrieto da vila de Castro do Bis- ado de So Paulo,.ficando desmembrada da Fre- ‘guezia da mesma vila, servindo-the de limites o rio Pitangui, atravessando toda a latitude do Districto a Freguesia da Vila de Castro e formando meio de crculo vai fazer barra no rio Tibagy e seguindo até fazer barra no Yap6, devendo pertencer todos os ro- radores além do Pitanguf e Tibagy até a barra do Yap6, a esta nova Freguezia, este se cumprira como nelle se contem sendo passado pela chancelaria. das fordens e valerd de carta posto que seu efeito haja de urar mais de um anno sem embargo de ordenagio em contrario, sendo revestidas nos livros da Camara, do Bispado de Sto Paulo, nos da nova Freguezia dos que com ela confinarem. Rio de Janeiro, 15 de Settembro de mil oitocen- tos e vinte © tres. Segundo da Independéncia e do Império, i Imperador com Guarda. Caetano Pinto de Miranda Montenegro” _ Iniimeras difieuldades se apresentaram Togo de inicio & nova Fregutsia de Sant Ana de Fonte Grose 12 Falta de Um Vigério permanente - 22 A “Casa da Telha” nfo servis para Capela ‘permanen- te, alegando os moradores ser o local desprovido de &gua e le. nha, 0 que prejudicaria os habitantes da nova sede, Thm Feito ealzaga na Fuoeis Hor) Sao, cde on losers Bon Viki, op mondores tecbeces otters Colina, eal elevado ¢ que ern visto de Inge ela oshtnen 18 ‘Assi a nova Capela dominaria do alto deta « Fol consrulda 8 Capea sob invoeagag An. Com o decreto Imperial de 16 de setam, Freguesin passavn a eontar com juisado ge alsticn ¢ eivi ‘eve o seu primeiro Jarl, a 27 de noy 2 de malo de 1886 Benedito Mariano Ribas gf feito # SANTANA, ‘A PADROEIRA, Castro, antes de ser erigida & Vila e 4 vimos anteriormente, havia sido Freguesia Inpé. A maioria dos sesmeiros que vieram para ais © aqui permaneceram fundando fazends ‘ham especial devocdo por Sant’ Ana. Daf o p uma Freguesia sob a protesio de tio divina Historia Sagrada. Os moradores de Ponta Gross Sent’Ana protegia com especial earinho a8 ‘entio foi construida modesta igrefinha de ve, por Jerdnimo Vieira, Carpinteiro de Seu primeiro vigirio foi o Padre Joaquim: seca, As festas da Padrosira eram realizadas dia 26 de julho e precedidas geralmente, uma se novenas. No dia da festa o povo todo participay CEMITERIOS ie Enterravam-se os mortos nos primelros ‘no cemitério ao lado da Capela de Santa Por ser muito Jonge, alguns fazendelros tinh ticulares em suas fazendas, © primero cemitério do Bairro de Ponta Gr dado por seus moradores no din 24 de junk de 18 nominaglo de Sio Jofo, no local onde hoje 6 @ Praga B Guaratina. Ao lado da Capela de Sent’Ana, na eo dos alguns mortos da Freguesia, mas esto cemité €0 povo preferis mesmo era o de Sia Jota, Somente muitos anos depois 6 que foi eon trio de Sio José, ainda hoje utilizado, CIDADE E: = MUNICIPIO — A 2.de maio de 1886, Benedito Mariano Ribas foi nomeado Subpre‘eito, 0 “Cédigo de Processo" criou os cargos de Prefeito para as Vilas e de Subprefeitos para os Distritos. O Prefeito era no- rmeado pelo Governo Provincial e o Subprefeito era escolhido pelo Prefeito. (As Camaras Municipals de acordo com as ordenagies ré- sias, eram constituidas da seguinte maneira: um Julz Pres dente, trés Verendoree, Procurador da Clmara, 0 Conselho © lum Almotacel, nomeado mensalmente, que equivalia a um car~ ‘£0 de Fiscal Geral do Muniefpio. (0 Juiz Presidente das reunies do Legislativo assumia fun: ‘es executivas quando a Camara entrava em recesso, vigoran- do apenas a autorldade do Juiz Presidente e do Almotace. ‘Apés a Independencia e as experiéncias administrativas, a Assembléia Legislativa de So Paulo, pela Lei n.? 18 de 11 de ‘abril, criou 6 Cédigo de Processo Administrativo e Criminal da Provincia de Sio Paulo, Nesse decreto foram criados os cargos e Prefeito e delegados Municipais.) ‘Manoel Ignacio do Canto ¢ Silva, foi nomeado Prefeito da Vila de Castro a 26 de junho de 1885, Renunciou a 1.° de“agosto do mesmo ano, sendo substitufdo por Joaquim José Borges, que omeou Benedito Mariano Ribas, Subprefeito da Freguesia de Ponta Grossa, Foi nosso primeiro governante oficial. ‘A Assembléia Legislativa Provincial de S80 Paulo, pela Lei n° de 29 de janeiro de 1888, revogou a Lei que eriou os car- ‘gos de Préfeltos e Subprefeitos, cessando desta mancira a exis- tincia desses cargos, e Ponta Grossa nfo teve mais Prefeitos ou Subprefeitos até a proclamacio da Repablics, ou melhor dizen- do, estes iro reaparecer com a Constituigdo de 1891. ‘A de abril de 1855, pela Lei n° 34, Ponta Grossa, foi elevada & categoria de Vile. No dia 6 de dezembro do mesmo ano foi empossada a Ci mara de Vereadores, necessiria & existénela legal do Municipio. 0 Presidente da Cimara era chamado de Intendente e gover- nava a Vila como Prefeito. 0 Livro de Atas n2 1 da Camara Municipal, datado de 5 e derembro de 1855 ¢ assinado por Joaquim José Borges, co rmuniea a posse dos Camaristas: Joaquim Procépio de Sousa (Presidente) ; Francisco Martins de Aradjo, Jeremias Alvares Carneiro, Alexandre da Rocha Ferreira Carvalhais, Frederico Martinho Bahls e Cindido Xavier de Almeida e Sousa; e apre- senta a cépia da Lei n° 84 referente A eriaglo da Vila: “Lei n? 34 de 7 de Abril de 1858. Zacharias de Gées e Vasconcellos, presidente da Pro- vineia do Parana. ago saber a todos os habitantes que a Assem- biéia Legislativa provincial deeretou e eu san- cionei a lei seguinte: Art, 1 — Flea elevada categoria de Villa 9 freguezia de Ponta Grossa do Bfuni- ipio de Castro. com os Municfpios de Castro, Guarspuava e Curitib lo os mesmos que se observam na parte eclesiéstica. Art. 8 — Ficam revogadas as disposigies em contrarlo, Mando portanto a todas as autoridades a quem conhecimento e execugio da referida let per tencer, que a cumpram e a fagam cumprir, tio inteiramente como nela se contém. O Secretirio desta Provincia a faga imprimir, publicar e correr, Palicio do Governo do Parani em 7 de abril de 1855, 98.° ano da Independéneia do Im- pério. Zacharias de Gées © Vasconcellos.” © novo Municipio instalado, ficava dentro das seguintes divisas, conforme o Livro de Atas n° 1: “Divisas — Rio Tibagi, que masce na Fazenda dos Porcos, pelo dito abaixo até o Ribeiro chamado de Santa Rita e por este acima procurando o sertio di- reito até o Rio Tguagu e por este abaixo a0 lugar fronteiro as nascentes e cubeceiras do Rio dos Patos fe por este abaixo dividindo-se com Guarapuava, e do mesmo rio rumo direito as eabeceiras do Ribeirao Fundo ¢ por este abaixo até o rio Tibagi; e por este acima até a barra do rio Pitanguf; por este acima até frontear a Serrinha denominada Sdo Miguel e Dor esta acima até 0 Ribeiro das Areias e por este baixo até outro Ribeirdo denominado 0 Bufo de ‘Agua ¢ deste rumo direito as eabeesiras do rio Ti- bagi de onde principiam as divisas." se - 4 Prmleareunito da Chara Municipal do Vila de Ponta dha 6 de devembro do 185, umn sala da casa do adie onal Pocilo de Sous Castro, quando odsttes 6 problema do lugar onde se realizaiam aa sessGes ante a de um edifielo piblico, : Ha eae remo lira de Atay data da eto sequins dle de janeiro do 1857, nada constando portanto do perfodo de 1856, : Era presidente da Cimara nesta época, Francisco Martina e Arai, ¢ eram camaristas: Joaquim Prosipio de Sousa ¢ Gastro, Jeremins Alves Carneiro, Alexandre da Rocha Carva- thais, Frederico Martinho Babls, Joos Joaquim Pereira Bran- $@ Manoel Anténio dos Santos e Cindido Xavier de Almeida e Sousa. Nada de importante ocorreu neste periodo Na seario de 14 de setembro de 1860 eram elitos novos as: Presidente: Frederico Martinho Bahls; camarls- Wade Jotauim Pereira Branco, Cap, Cindido Xavier de Al. Dahle, oa Sotss, {ate substitulu depois a Frederico Martinho Tatts ta Presidéncla), Joaé da Rocha Ferreira Carvalbais, A. Metepimlagos Anténio da. Cunha, Alteres Schatito Joc de ealarera, Major Fernando Penteado Ross, Antonio Dise Ba, Este Tenente Joaquim José Correa, Joaquim Prociplo de Son, $2.g Cast © Manoel Antnio dos Santos, Neta rela, neil ‘nos os sunlentes, que subatituiam os camaristaslicenciades Zeitos planejamentos para reformas ‘Ana, que se achava em precérias con. 8 orcamentos para o seu funciona. io de Impostos para on moradores, leyeda Ponta Grots, de Vile in 82. qoram feitas obras de melhoria nas estradas de aceaso & cidade, construfram-se pontes ete... Ns sessio de 11 de junho de 1864, os mesmos camaristan Seed anteriormente voltam a ser eleits, endo na presiden sia Sutra vez Frederico Martinho Bhs. Cutioso de se solar d ve dat em diante, os elementos eleltos para a Cimara ndo nis : inttulam Camaristas, sim Vereadores, Ponta Grosse are uma clade, nfo mais uma simples vila! Neste period fol dondo um terreno & Trmandade do Rosé: a construsio da Tgreja do Rosario, Na sesso de 7 de julho de 1869 o Presidente Cap. Cand do Xavier de Almeida e Sousa, eleito para este cargo, em 1868, Bassa-o para o Sr. Manoel AntOnio dos Santos, impossbilitade de continuar & frente da Camara e da cldade, por motivo de Aoenca Na sessio de 31 de janciro de 1870, apés as leiges, t- maram posse: Dr. José de Sousa Ribas (Presidente) ¢ os Ve ‘[eadores Francisco Martinho Babls, Joaquim Antinio da Crus Santon, Cap. José Prudéneio Marcondes, Domingos Ferreina Pinto € José da Costa Rodrigues Guimaries, A 8 de julho,o Sr. Francisco Martins AraGjo substitu 0 Dr. Joné de Sousa Ribas; en 15 de abril de 1878, assume a pre. Sidéncia da Cimara Manoel Vicente Bitencourt (suplente do Vereador), por ter 0 Sr. Francisco Martin Aragjo se exone. ado, Neste periodo foram na Igreja Matriz de Sant’ Aigses. A Camara fixou rio Neste perodo, pela Lei n* 261, de 15 de abrit de 1871, a inde deizou de se chamar Ponta Grassa e passou a sey Proie ou, Pela Lei no 909 de 6 de abril de 1872, voltava novamente A denominapto de “Ponta Grone AB do jancito de 1877 foram reslosdas elegSes, Tome: am posse: Augusto Lustosa Je Andrade Ribas (protien Sotguim Anténio dos Santos, Francisco José da Rooke: teog AntOnlo de Cervatho, Jacinto Gomer ve Oltcing Reet neroso Martins de Araijo e Benedito Mariano Ribas, (Verea. Sore Nos ifly i Nesta épbca foram résolvidos ox rotenas de comunion ‘40 com Curitiba, tendo sido extableldoentie nee mane cae iba -Campo Late estendeaer: seus setvigos Fol reebido em 1878 0 Pres dente da Provinela Dr. Lamenha Lins, que dlo assuntos atinentes & imigragio tag inicinda Z Em 1879 foi nomeada uma comissdo de ae iriam representar clade na Inge Ferro Curtibn-Paranaguh (26 Je deere Em 1880 tratou-se dos festejos relativos & Imperial D. Pedro Tl, que vila a Ponta Gra Em sntlo de 7 de janeiro de 1881 noves vara Presidente: Jost Joaguity Pereity, Bean dors: Armand Rodrigues Pera da Cua lst iis, Januim Antoni ds Santon Ria da Rocha, Vidal Marques de Almeida ¢ Tabig Silva, Na ses do de janeiro de 1888 foram devco Marino Bahls — Presidente; Vere Gongatves Gulmartes, Renjamim Contant 86 Dimaso José Correia Ribas, Antonio Mauricio Guimaries, Mancel Marton de’ Aradios ey Carvalho anion, Em 1 de janeiro de 188 fot fitaesatna dente : Gantou o Tenente Démaio José Correia im Em 18 de janiro de 188 foram reaeedge Vere 8, Frederic tatnto Beha Ne set de 10 de jaro de 185 foram sleies, Venceram: Mariano Ribsa Preston Joaguim Antnio dos Santos Riban, Buea ain Antlo Xavier, Antnio Soleas Dine Be Ribad Prange Pedro Maria Rites A28 de janciro de 1868 fot veo José Caetano de Miranda, « ple prior Aente: Ernesto Guimaries Viele AT de fancro de 1889 tii Peran como Presidente, « Jooguim Antone deena Vice-Peesidente,Foram vate ezime de governo, Dat ‘scothidos os Prefeitos da cidade, © os Presidentes d {2s nfo mais terio estas funcdes,ficando somente Legislative Municipal, A FORMACAO soctaL——— ATMIGRACAO ESTRANGEIRA uando mencionamos o povoamento dos Camy cacti et oe ai tamos que es penton ekmerton qu al fan de. origem portuguesa e vinham de So | Mais iatde tomine ve So edee de ria também de. origem portuguesa algu hola, para aqui yieram, sh ese ‘Assim sendo, de inicio, a pequena povoaglo formada por cetos moradores, foi aumentando porque, parentes ou conhecl dos destes foram chogando e aqui ficwram, Feeravos africanos cram trazidos pelas fam(lioa mals abas tadas, e'n medida que os fazendelros prosperayam, aumentavn fo niimero de escravos comprados. Por volla de 1835 iniciou-se a emigragio dos germAnicos ‘da Europa. Vinham dos Estados Alemies da Sulga, A maiorin fixou-se nos arredores dn capital paranaense, Entretanto, tempos dopols alguns membros das 145 famt- tis aqui chegadas comegaram a se deslocar, tendo alguns vin do fixar residéncia nos Campos Gerais. Famfline Bahls, Canto fe Naumann, foram algumas das primeiras. ‘A partir de 1870 comegou a imigragio dos poloneses da Europa. Ingimeras familias chegaram ao Parand, Ponta Grossa viu ‘entdo sve populaglo aumentar com o grande afluxo de estran- geiros loiros e de clhos azuis, que vinham colorir com os sous trajes tipicos as belas paisagens dos campos sempre verdes, ‘com seus majestosos pinheiros, Os primeiros poloneses que aqui chegaram em 1876 eram: 1424. poloneses prussianos; 1246 poloneses silesianos € 900 poloneses galician Em 1884 chegaram mais $45 familias, ¢ em 1891 mais 8.610 poloneses russos. ‘i Virias regides da Polinia, nesta época se encontravam sob io de nacées vizinhas como a Prissia e a Ris ‘Ao emigrarem, os poloneses trocavam uma situagio diff. cil, por uma vida de esperangas, em plagas distantes do Brasil Nas suas terras sob o jugo estrangeiro, os pesados impos- tos, o servico militar obrigatério, que revoltaya por terem de servir sob uma bandeira estranha, levavam-nos a tudo abando- nar e trocar de pitria, ‘Ao chegarem, foram distribuidos por varias regices cen- trais do Parand, em nosso Muniefpio, na Colénia de Prudenté- polis e nos arredores de Ponta Grossa, Construlam easas de madeira, toto de tabuinhas, ¢ pendu- ‘ravam nas paredes quadros de santos e fotografias. No campo uusavam 0 arado, a foice, a enxada eo gradil, comeco foi artiuo e dificil, Viram Ponta Grossa crescer. ‘A prova do seu valor af estd: deseendentes de poloneses que hoje britham nos mais diversos setores e ajudam Ponta Grosea 1 progredir! Em 1878 chegaram os germinicos da remiéo do Volga Eram chamados de russo-alemfes e para 4 vieram trazidos pela compreensfio e bonidade de S.M.I. D. Pedro II, que enten- dew a situaglo aflitiva destes elementos na Rissia onde mora vam jé hé algum tempo. Seus antepassados para ai haviam emigrado a eonvite de Catarina a Grande que tentava assim reforgar seus planos de uma agricultura mais produtiva na Russia, Qs alemies eram considerados étimos agricultores, ¢ en- oda aut» Carin veut ape materia ¢ para sa Depot da morte Imperato clos viramae aban Aonudon hr norte plo goveroo imperial ruse. Nk puderam tus yar yares'pzin polo governoalemto nfo The du permite par a. Nenhum pals 08 qt teceber eles perma eccrjRngor aludonem leras iat, As marge do Mo Valga onde invernocadtigaerusimente durante grande pare do ano THbitaam povodos de misra aparéncl,e,redeeados as seus pripres Tetrion, Tutavam por asbreviver, ond fad ern faves: lima pve indferente e distant desta mandea txplon nado de sous dscendentos manejarem «lingua ale tnd com ms propridade do gue do phd povo nada amigo, Apenas a terra russ revelose slrin Tratadn com ca mo, tiga planado eretcia Torte e produto era bo Grande parte desta rodugdo erm enregve ao governo rst, fue asim “corave™ 0 que havin ctido om etrangls: & Este povo sentindo-se eonstantemente intruso, e sem pers- pectiva de melhoria, aceitou com jabilo a oferta do magnanimo imperador brasileiro, ¢ emigraram para o nosso pais. Foram encaminhados ao sul, onde o clima oferecia melhores condigdes de adaptacto, Esta colonizagio foi muito eriticada na época, e quase todos 1s livros eseritos por historindores paranaenses se referem a0 ‘malogro da colonizagio acusando os referldos imigrantes ‘Sabemos entretanto que o fracasso se dew pela inoperaneia do governo provincial da época, que nfo atendeu em nada os estrangeiros como havia sido combinado com D. Pedro Il, Povo humilde e sofredor, estranhando a terra e o elima, re- ceberam do governo da Provincia do Parand, apenas terra, das unis se ressentiram, por serem na sua maioria, terras impres- tiveis, impréprias ao uso. Sem ums orientagéo adequada, por- ‘que 0 governo se omitiu completamente, a colonizagdo.russo- lem fracassou quase que totalmente. Comegaram a emigrar para a Argentina, onde as condigbes e as vantagens oferecidas compensavam a desilusio que agui ti Entretanto, muitas familias resolveram aqui permanecer lutar pela sobrevivéncia. E conseguiram Carlos H. Hoberacher, diz no seu livro: fo brasileira”, pigina 307 'Formagio da na- No planalto do Parand, eriaram e ampliaram as idades industriais em Palmeira, Lapa e Ponts Grossa, que antes da emigragio dos germfnicos da regiio do Volga, eram cidades da campanha ¢ sem. vida.” Muitos continuaram lutando em suas terras, nos ndeleos de Guaraiina, Dona Gertrudes, Taquari, Botuquara, Tavares Bastos, Pelado e Neves. Construirani com grandes dificuldades suas rusticas habi- tagdes e enfrentaram 0 grande problema da terra pobre que lr Tater ae necessitava de multa adubaglo e boas semente | Outros resoiveram tentar a vida ao comércio, Construlam ‘istieos carrogdes de tragio animal, ¢ iniclaram o transporte de mercadorias aos mais distantes lugares do Parang, enfren tando estradas estretas, poeirentas e esburacaas, que se tor navam verdaelros atoleiros quando chovi ‘Atravessar rios que nio tinhars pontes era uma real ayen tura para os desbravadores do sertio paranaense. Dificeis de vencer, os trechos montanhosos, onde as subi: Aas 6 0s abismos se tornavam um ebsticulo quase inyenevel No entanto, os earrogdes de tlda venclam, ¢ a riqueza dn Provincia, como a erva-mate, na épocs, era leva do inter para oltorl. ‘Sem o roconhecimento pelos servigos de desbravamento, ‘estes risticosimigrantes td eritieados pelo presidente da Pr incla Dr. Rodrigo Otivio, contributram com o sew huride trabalho e sacritieio, pelo progresso do interior do. Parand ‘Aqueles que ficaram nos nicleos lutando na lavoura, v- ram seus esforgos coroados de éxito, Alguns anos mala tarde, ‘com casas, plantagées e familia aumentada com o nascimento ds filhos, vram-se expoliados de tudo por elementos que se diziam proprietitios das terrae, Ea amarga verdade surgiu; o governo havin dado as ter- nas de palavra, eos estrangeiros esqueceram-se da im- do registro destas terras em Cartirios para n posse ras portin Aefinitiva ‘Acossados e amengados, abandonavam tudo e vinham para, as imediagées da sede do Muniefpio, onde auxiliados por con- terrineos ji ai fixados, iniciaram-se nas mais diversas profis- bes: oleiros, serradores, ferreitos, teceldes, earpinteiros, pe- Areiros, latoeiros ete... Com parcas economias, no comego do séeulo comesaram a adquirir lotes de terras da municipalidade em Nova Rissia e Uvaranas. Ainda nests época notamos que nio despertavam nenhuma simpatia nos antigos moradores de Ponta Grossa pelo que podemos comprovar nos livros da Cima- ra Municipal: por volta de 1905, foram realisadas cobrancas Judieiais dos terrenos dos colonos que nio haviam pago as des- ‘pesas de medigio, diseriminagho ¢ localizagio “Quem nfo pa- ‘gar, seu terreno sera considerado devoluto"! dizia o Prefeito a época, 0 estranho em tudo isto que nas folhas seguintes, no ‘mesmo livro, a Prefeitura doava “gratuitamente” étimos ter- rrenos em Ponta Grossa, e arredores a familias importantes de posses, aqui da cidade. ‘ Talvez este preconceito observado naqueles tempos fosse fem decorréncia do morador mais antigo se sentir imais dono do lugar; tinha manetras fidalgas e ares senhoris. No com¢o do povoamento preferia a pecufris a agricultura. Os trabalhos servis ele defxava para os escravos ¢ agregados., Esta classe social de proprietérios, reservava para si os cargos da administragio local nos muniefpfos ¢ nas Provineias, Dela safram a nobreza do Império, 03 chefes politicos que con- ttolavam os movimentos eleitorais e o partidarismo local, Seus filhos eram encaminhados as escolas superiores das grandes metrépoles, © mals tarde irlam particinar das altas este vida polities do pats. Aqui no sul, na regio dox Campos Gerais, peeuay fervateiros formavam esta eamada social que s¢ colbeaya do elemento estrangeiro recém-vindo. se fh campo, vinkam para a cidade onde passavam a viver hhabilidades artesanaia, situagio servil que nflo se com a aristoeracia rural aqui formada. ‘ Esta forma de divisdio social, eomegada no fim do Tope se estendeu por hoa parte da Repiblica Velha, A partir dg ‘a situago comegou a mudar, e em muitos ensos até 8e inva Mas 0 melhor de tudo, 6 que houve integraglo. 6 40 beneficion com isso. E adiantariamos que Ponta G ‘ganhow mais ainda eom a contribuigéo trazida pelos itali ‘eranianos aqui chegados no comego do século, & Depois vieram os sirios ¢ libaneses, que deram novo i 10 a0 comérclo local, E Ponta Grossa continuou e continux recebendo. s reforgos étnicos, Austriacos, poloneses, alemies e wera ses, portuueses, espanhéis, Japoneses, holandeses, russoe 08 e corvanos, agui também chegaram. Grossa tem crescido dentro do Estado e sua fama ja ultr sou fronteiras, ‘Um dos principais motives da vinda de S.M.T. D, Ped ‘a0 Parané, era visitar os nicleos dos imigrantes russo ver de perto como estes viviam, e poraue a maioria deles tava debandando rumo A Argentina, Durante a presidéncia do vereador Francisco José ds cha na auséneia de Andrade Ribas, na sessio da Cit 7 de feverciro de 1880 foi escolhida a comissio para recepel Imperador, Para saudar o ilustre visitante em varias 6 tunidades foram escolhidos: Dr. Agostinho Ermelino de L ‘Tristio Cardoso de Meneses, Generoso Marques dos Sant noe! Eufréisio Corréa e Justiniano de Melo e Silva. Nesta reunifo, 08 presentes resolveram que o Pago cipal deveria ser calad, «que deveriam sex confeccionad Janternas para a sua iluminagdo. As russ por onde 0 e9t real devcrin passar seriam consertadas, ‘Na reuniao de 21 de fevereiro de 1880, tratou-se doa f Jos para receber §,A.1. 0 Imperador, na sua vinda a ade, € convidar os municipios vizinkos a vitem se tnie a ‘manifestagbea D, Pedro I aqui chegou na tarde do dia 26 de ma 1880, Foi recebido por uma eomissio de pontagrossenses valo, na altura da atual estrada que demanila Curitiba, frente A sede campestro do Clube da Lagon, ASD, Pedro 11 foi ntusiastiamente saudedo como também sun augusta esposa rua brilhante comitiva. Em seguida todos se dirigiram Ae late seguindo © mesmo percurso da atval Av. Maus, rua Dr. ‘Rnguste Ribas em diregio & Praga da Matrie de Sant Ana, onde hha residénela do cidadio Domingos Ferreirn Pinto, situada nes te praga (no lugar onde 6 atualmente a sede da 6. Bgda. de Tnfant, Blindada), os ilustres visitantes iriam se hospedar, No Livro de Atas n° 3 (1871 a 1888) da Camara Muni cipal de Ponta Grosse, encontra-se a 1.* Ata da Vialta Impe- ————— os 27 dias do més de malo de 1880, as sete horas da manhf, reunidos no Pago Municipal o8 Se- nhores Vereadores Augusto Lustosa de Andrade Ri- bas, Joaquim Antonio dos Santos Ribas, Francisco José da Rocha, Jacinto Gomes de Oliveira, Jeremi de Almeida e Silva, Rufino da Silva Ribas, e Bene- ito Mariano Ribas. A esta hora anunciada a chegada de sua Majes- tade o Imperador, a Camara recebe-o com as for- malidades de estilo, percorrendo 0 mesmo Augusto Senhor em primeiro lugar a Cadeia Pablica, que se ‘acha no Pavimento térreo deste edificio, examinando tudo com minuelosidade. Subiu depois Sua Majestade a esta Sala dignat do-se examinar os pesos ¢ medidas métricas 0 08 s1- 1Wes deste Pago notando haver falta de uma Sala para, testemunha de dofesa por ocasilo do Juri o qual ce- lebra suas sessées neste Eaificio, Do Paso da Cimara foi Sua Majestade, scomps- mhado dos Vereadores, visitar a escola do sexo mas- celine, nfo ficando satisfeito com o estado de atraso fem que achou os alunos dessa aula, e dela passou Sua Majestade A de meninas mostrando-se mais sa- jafeito, deste recolheu-se Sun Majestade ao Pago, saindo acompanhado desta Camara visitou a aula par- tleular do Sr. José Colares donde salu satisfeito aten- endo a0 tempo de criagio daquela aula, onze meses. ‘As onae horas saiu Sua Majestade o Imperador fe sua Majestade a Imperatriz a percorrer as colb- nas, eomegando pelos Nicleos Uvaranas e Neville, ppassando depois aos Nicleos Taquarf e Tavares Bas- tos. AAs quatro e mela horas da tarde recolheu-se Sua Majestade ao Pago. Nesta excursio foi Sua Majes- tade acompanhado do Presidente desta Camara e al- ‘guns vereadores, examinando com cuidado os paisis f¢ algumas cercas, Amanhd as 7 horas tem lugar ppartida imperial para a cidade de Castro. ‘As nove horas da noite encerrou 0 Senhor Pre- sidente sesso do quo para constar mandou lavrar festa ata, que sendo lida e aprovada foi consignsds. Eu, José da Costa Rodrigues Guimaries que os- revi,” (Seguem-se as asshuaturas.) 2° ATA DA VISITA IMPERIAL “Aos trinta e um dias do més de Maio de 1880, reunidos as sele horas da manki, os Senhores Ve- readores Augusto Lustosa de Andrade Ribas, Ruti- no da Silva Ribas, Jeromias de Almeida e Silva, Ja~ into Gomes de Oliveira, Francisco José da Rocha, oaquirs Anténio dos Santos Ribas e Benedito Maria no Ribas, foram receber & porta do edificio a Sua Majestade 0 Imperador que veio de novo ao Pago Municipal. Sun Majestade tendo chegado ao dia anterior As quatro e meia horas da tarde, mandow logo prevenit esta Cimara que desejava de novo visitar o seu Raificlo, ¢ apreeiar seu lindo panorama, o que no foi possivel pela densa cerracio que fazia, desta di- rigit-re Sua Majestade acompanhado dos Vereadores ft visitar 0 mercado ¢ matadouro voltando is nove horas, As nove horas e mein ouviu missa e &s 11 horas partiu para a Palmeira. Na. presente sessio compareceu o Dr, Tristio Cardoso de Moneses ¢ deelarou a esta Cimara que pelo Exmo, Sr. Presidente da Provincia The foram fentregues a quantia de um conto, e seis contos © cincoenta mil réis, que Sua Majestade deixava para sserem distribuldos da seguinte maneira: A Tgreja ‘Matriz 600000; para eomeco de uma casa para ins trugio pablica 6008000, que foram entregues a esta Camara para aplicar, acham-se em poder do pro- curador. Deu mais 3003000 para serem distribuidos pelos pobres, os quais em grande parte foram entre- gues em presenga desta Camara na razio de 105000 ‘cada um; a quantia de 2005000 para a Iiberdade do feseravo Marcelino de propriedade de José da Costa Rodrigues Guimaries, cuja carta foi entregue pelo ‘mesmo senhor Dr, Tristio ao dito eseravo em pre- ‘senga desta Ciara; 1003000 ao Theatro desta cl- dade e 50$000 para Madame Josefina Nicaucl. Esta Cimara eprovou um voto undnime de azra- decimento pelas ofertas de Sua Majestade ¢ a0 Mu- nicipio. ‘Sues Majestades ouviram duas missas nesta Ci- ‘dade, sendo a primeira em sua chegada da Palmeira, ‘¢ outra em sua volta de Castro; em ambas foram 08 Imperiais Viajantes recebidos A porta da Tgreja pela Camara e Paroco, e conduzidos desde a porta debaixo ao palo. Visitou no dia 27 a biblioteca particular que fachou-a bem comegada, elo Sr. Vereador Andrade Ribas, indicou ver- balmente em honra & augusta visita de Sua Majes- tade o Imperador a esta cidade se denominasse Rua do Imperador, a do antigo Mereado, o que foi unani- ‘memente aprovado. ‘Nao havendo mais a tratar, mandou o Sr, Pre- sidente lavrar esta acta, que sendo lida e aprovada assinou com o Dr. Tristio Cardoso de Meneses. Eu, ‘José da Costa Ribas Rodrigues Guimardes, Secret rio da Camara que escrevi." — (Seguem-se as assi- nnaturas). Nada mais poderia se acrescentar, pois tudo o que kouve tobre a visita imperial j4 foi meneionado, nas atas acima des- critas, Seria oportuno, entretanto transerever aqui palavras do livro de Wilson Martins: “Um Brasil diferente” . lo frases do proprio Imperador, quando de sua viagem ao Parané, diante dos areais e pedras: — “Na verdade, lograram os russos!” Foi com esta impressio que D. Pedro II voltow ao Rio de Janeiro, desiludido com of insucessos da colonizagio russo-ale- ‘mA, na qual, ele, S, Majestade, depositava tantas esperansas PRIMEIRAS: =—=IGREJAS iscsi vty Homann 0s Jesuftas haviam construido, com a permisso de José Gées de Morais, uma Capela em honra de Santa Barbara, em 1707, por Joss Tavares de Siqueira. Mais tarde ao reeeberem do José Gées de Morais a Sesmaria de Ttalacoca, eujas terras iam 406 o rio Pitangui, os Jesutas elificaram a redugdo cereada de ruros de peas, dos quais 86 existem hoje rufnas ence | | » fem cértos trechos do campo, Da casa principal dos Josultas, das senzalas e das cochelras nada mais existe, Somente 0 pequeno templo, hoje restaurado de manciea dosculdada, sem seguir 0 ‘estilo da época, perlen quare que totalmente seu valor hist ico, Pouco antes desta “restaurago™ podiam ser apreciadas ‘a8 quatro parcses,feitas do pedras e de espessura avantajada, © telhado j4 ndo era mais o original. Para se entrar na Capela de Santa Barbara, sublam-se alguns degraus de pedras ja has tante gastas pelo uso, O interior era muito simples, paredes com uma Gniea janela do lado ‘uas, partidas em virios lugares eaquerdo perto do altar. Desse ado hava um pequeno pilpite de madeira, com uma pequena escada, Sobre o altar encontra vase a imagem em argila da Santa, Esta tinha sobre a fronte uma coroa de prata com algumas pedras coloridas. Existiam sinda duas pias batismais de madeira, um turibulo de bronze © um pequeno sino, pesando aproximadamente dez quiles. Havia apenas uma porta de entrada voltada para o sul Sobre esta porta teria existido uma placa de madeira eom ins crigées a foro, destruida pela ago do tempo, e que foi substi tuida em parte, por um papel datilografado, com os seguintes dizeres copiados do original: “Em 1707 passow pelos Campos Gerais uma ‘Misso Cientifiea composta de Jesultas, que como fem todas as demais fazendas fundaram aqui uma pequena Igreja, Padres: Anténio da Cruz — 1007 ‘Tomis de Aquino — 106 Vito Antinio

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