Professional Documents
Culture Documents
Desenho Técnico I - APONTAMENTOS GERAIS
Desenho Técnico I - APONTAMENTOS GERAIS
co ai
ni r
éc Ge
T os
ho t
n en
se m
De nta
p o
A
Desenho I – 2006/2007 M.ª Eugénia Santos
Desenho Técnico I – Apontamentos Gerais 2
ÍNDICE
Programa da Disciplina
Com a disciplina de Desenho Técnico I, pretende-se que o aluno adquira uma formação básica de
no campo do Desenho Técnico e com ela consiga desenvolver uma flexibilidade na compreensão e
execução de peças desenhadas que serão vitais para o seu percurso futuro.
II - Conteúdo Programático
III – Enquadramento
1º Ano
1º Semestre
Carga horária: 4h/ semana Teórico Prática
IV – Cronograma
Matéria Leccionada 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27
1. Intro.ao Desenho Técnico
1.1 Normalização
1.2 Materiais, Form. das folhas,
etc.
2 Projecções Ortogonais
2.1Representação
Tridimensional
2.2 Representação
Bidimensional
3 - Desenho Técnico
3.1 Tipos de linhas e grupos de
traços
V – Bibliografia
VI – Avaliação
Avaliação Contínua - Nota Mínima final - 9.5 Valores cumprindo as regras de assiduidade
estabelecidas no regulamento de regime de assiduidade obrigatória.
Elementos de Estudo
Em Desenho Técnico I o aluno aprenderá as regras básicas do desenho técnico, desde os princípios
teóricos à sua utilização prática, o aluno começa pelo desenho à mão livre passa para o rigoroso e
aprende a utilizar correctamente os instrumentos próprios para este tipo de desenho.
A finalidade básica do ensino do Desenho Técnico é o de se aprender uma linguagem gráfica de
representação aceite e compreendida mundialmente. Como consequência directa desenvolve-se no
aluno a imaginação construtiva, a capacidade de perceber e pensar a três dimensões, visualizando
com rapidez o objecto no espaço, por forma a transmitir para o papel o objecto com a linguagem
gráfica necessária a ser entendida por quem a lê.
O desenho técnico é uma linguagem, tem regras ainda mais estritas que o desenho genérico. O
método de representação em projecções ortogonais do desenho técnico é uma extensão do método
da geometria descritiva (criado por Gaspar Monge, séc. XVIII) que permitiu a representação precisa,
a leitura clara e inequívoca e a reprodução exacta dos objectos.
Para o futuro Engenheiro Técnico é exigível um domínio do desenho à mão livre, um entendimento
claro de um objecto através das suas principais vistas, visualiza-lo no espaço a 3 dimensões e ter
uma perfeita noção de dimensões e proporções.
A normalização surgiu com o processo da industrialização, quando foi necessário aplicar regras para
a produção no intuito de facilitar a comunicação entre vários sectores e reduzir os custos de fabrico.
A produção de objectos, passa em primeiro lugar por um projecto e de um projecto surge o desenho
que transmite a ideia gráfica e visual do produto. Para que essa ideia seja entendida por todos a
linguagem deve ser universal. Houve assim a necessidade de aplicar regras ou normas para essa
linguagem.
O Desenho Técnico tem normas para que haja uma leitura entendida por todos. Cada país possui as
suas normas próprias, mas elas tendem a universalidade.
Em Portugal para Desenho Técnico, temos as Normas Portuguesas com a sigla NP e as normas
Europeias (EN), extraídas das ISO (Normas Internacionais).
Tipos de normas existentes
Norma básica Campo de aplicação amplo - aspectos gerais;
Norma de produto Especifica todos os requisitos a satisfazer para um produto;
Norma de terminologia Termos usualmente acompanhados da respectiva definição;
Norma de ensaio Métodos de ensaio, amostragem. Utilização métodos estatísticos;
Norma de segurança Segurança de pessoas e bens;
Norma de interface Compatibilidade de produtos;
Norma de eficiência Características do produto e a adequação às respectivas
finalidades.
Organismos de normalização
NP Normas portuguesas;
EN Normas Europeias;
ISO International organization for standardization;
DIN Deutsche industrie normen;
Lista das Normas Portuguesas para Desenho Técnico (algumas normas Portuguesas têm vindo
a ser substituídas pelas normas Europeias):
NP 49:1968
Desenho técnico - Modo de dobrar folhas de desenho
NP 62:1961
Desenho técnico - Linhas e sua utilização
NP 167:1966
Desenho técnico - Figuração de materiais em corte
NP 204:1968
Desenho técnico - Legendas
NP 205:1970
Desenho técnico - Listas de peças
NP 297:1963
Desenho técnico - Cotagem
NP 327:1964
Desenho técnico - Representação de vistas
NP 328:1964
Desenho técnico - Cortes e secções
NP 671:1973
Desenho técnico. Representação convencional. Convenções de utilização geral
NP 716:1968
Desenho técnico. Cotagem e especificação de tolerâncias de elementos cónicos
NP 718:1968
Desenho técnico. Esquadrias
NP EN ISO 2203:2002
Desenhos técnicos Representação convencional de engrenagens (ISO 2203:1997)
Correspondência: EN ISO 2203:1997 IDT
NP EN ISO 5261:2002
Desenhos técnicos Representação simplificada de barras e de perfis (ISO 5261:1995)
Correspondência: EN ISO 5261:1999 IDT
NP EN ISO 5455:2002
Desenhos técnicos Escalas (ISO 5455:1979)
Correspondência:: EN ISO 5455:1994 IDT
NP EN ISO 5456-1:2002
Desenhos técnicos Métodos de projecção Parte 1: Sinopse (ISO 5456-1:1996)
Correspondência:: EN ISO 5456-1:1999 IDT
NP EN ISO 5456-2:2002
Desenho técnico Métodos de projecção Parte 2: Representações ortográficas (ISO 5456-2:1996)
Correspondência: EN ISO 5456-2:1999 IDT
NP EN ISO 5456-4:2002
Desenhos técnicos Métodos de projecção Parte 4: Projecção central (ISO 5456-4:1996)
Correspondência: EN ISO 5456-4:2001 IDT
NP EN ISO 5457:2002
Desenho Técnico – Tamanho e formato das folhas de desenho
Correspondência: EN ISO 5457:1999 IDT
NP EN ISO 6410-1:2002
Desenhos técnicos - Roscas e peças roscadas Parte 1: Convenções gerais (ISO 6410-1:1993)
Correspondência: EN ISO 6410-1:1996 IDT
NP EN ISO 6410-2:2002
Desenhos técnicos - Roscas e peças roscadas Parte 2: Implantes roscados (ISO 6410-2:1993)
Correspondência: EN ISO 6410-2:1996 IDT
NP EN ISO 6410-3:2002
Desenhos técnicos - Roscas e peças roscadas Parte 3: Representação simplificada (ISO 6410-
3:1993)
Correspondência: EN ISO 6410-3:1996 IDT
NP EN ISO 6411:2002
Desenhos técnicos - Representação simplificada de furos de centragem (ISO 6411:1982)
Correspondência: EN ISO 6411:1997 IDT
NP EN ISO 6413:2002
Desenhos técnicos - Representação de elementos estriados (ISO 6413:1988)
Correspondência: EN ISO 6413:1994 IDT
NP EN ISO 6433:2002
Desenhos técnicos - Referências dos artigos (ISO 6433:1981)
Correspondência: EN ISO 6433:1994 IDT
NP EN ISO 7519:2002
Desenhos técnicos - Desenhos de construção Princípios gerais de representação para desenhos de
conjunto e de instalação (ISO 7519:1991)
Correspondência: EN ISO 7519:1996 IDT
NP EN ISO 8560:2002
Desenhos técnicos - Desenhos de construção Representação de dimensões, linhas e malhas
modulares (ISO 8560:1986)
Correspondência: EN ISO 8560:1999 IDT
NP ISO 10209-1:2002
Documentação técnica de produtos Vocabulário Parte 1: Termos relativos aos desenhos técnicos:
generalidades e tipos de desenhos.
Correspondência: ISO 10209-1:1992 IDT
NP ISO 13715:2002
Desenhos técnicos Arestas de forma indefinida Vocabulário e indicações
Correspondência: ISO 13715:2000 IDT
Além das normas portuguesas existem as normas ISO que as poderão complementar, bem como
outras de outros organismos mundiais.
Normas ISO
Para Desenho Técnico Geral (algumas destas já são aplicadas em normas Portuguesas):
ISO 128-20:1996
Technical drawings -- General principles of presentation -- Part 20: Basic conventions for lines
ISO 128-21:1997
Technical drawings -- General principles of presentation -- Part 21: Preparation of lines by CAD
systems
ISO 128-22:1999
Technical drawings -- General principles of presentation -- Part 22: Basic conventions and
applications for leader lines and reference lines
ISO 128-30:2001
Technical drawings -- General principles of presentation -- Part 30: Basic conventions for views
ISO 128-40:2001
Technical drawings -- General principles of presentation -- Part 40: Basic conventions for cuts and
sections
ISO 128-50:2001
Technical drawings -- General principles of presentation -- Part 50: Basic conventions for
representing areas on cuts and sections
ISO 129:1985
Technical drawings -- Dimensioning -- General principles, definitions, methods of execution and
special indications
ISO 406:1987
Technical drawings -- Tolerancing of linear and angular dimensions
ISO 3098-0:1997
Technical product documentation -- Lettering -- Part 0: General requirements
ISO 3098-2:2000
Technical product documentation -- Lettering -- Part 2: Latin alphabet, numerals and marks
ISO 3098-3:2000
Technical product documentation -- Lettering -- Part 3: Greek alphabet
ISO 3098-4:2000
Technical product documentation -- Lettering -- Part 4: Diacritical and particular marks for the Latin
alphabet
ISO 3098-5:1997
Technical product documentation -- Lettering -- Part 5: CAD lettering of the Latin alphabet, numerals
and marks
ISO 3098-6:2000
Technical product documentation -- Lettering -- Part 6: Cyrillic alphabet
ISO 3272-1:1983
Microfilming of technical drawings and other drawing office documents -- Part 1: Operating
procedures
ISO 3272-2:1994
Microfilming of technical drawings and other drawing office documents -- Part 2: Quality criteria and
control of 35 mm silver gelatin microfilms
ISO 3272-3:2001
Microfilming of technical drawings and other drawing office documents -- Part 3: Aperture card for 35
mm microfilm
ISO 3272-4:1994
Microfilming of technical drawings and other drawing office documents -- Part 3: Aperture card for 35
mm microfilm
ISO 3272-5:1999
Microfilming of technical drawings and other drawing office documents -- Part 5: Test procedures for
diazo duplicating of microfilm images in aperture cards
ISO 3272-6:2000
Microfilming of technical drawings and other drawing office documents -- Part 6: Quality criteria and
control of systems for enlargements from 35 mm microfilm
ISO 5455:1979
Technical drawings -- Scales
ISO 5456-1:1996
Technical drawings -- Projection methods -- Part 1: Synopsis
ISO 5456-2:1996
Technical drawings -- Projection methods -- Part 2: Orthographic representations
ISO 5456-3:1996
Technical drawings -- Projection methods -- Part 3: Axonometric representations
ISO 5456-4:1996
Technical drawings -- Projection methods -- Part 4: Central projection
ISO 5457:1999
Technical product documentation -- Sizes and layout of drawing sheets
ISO 6428:1982
Technical drawings -- Requirements for microcopying
ISO 6433:1981
Technical drawings -- Item references
ISO 7200:1984
Technical drawings -- Title blocks
ISO 7573:1983
Technical drawings -- Item lists
ISO 10209-1:1992
Technical product documentation -- Vocabulary -- Part 1: Terms relating to technical drawings:
general and types of drawings
ISO 10209-2:1993
Technical product documentation -- Vocabulary -- Part 1: Terms relating to technical drawings:
general and types of drawings
ISO 14985:1999
Hard-copy output of engineering drawings -- Specification for the structure of control files
ISO 4172:1991
Technical drawings -- Construction drawings -- Drawings for the assembly of prefabricated structures
ISO 6284:1996
Construction drawings -- Indication of limit deviations
ISO 7437:1990
Technical drawings -- Construction drawings -- General rules for execution of production drawings for
prefabricated structural components
ISO 7518:1983
Technical drawings -- Construction drawings -- Simplified representation of demolition and rebuilding
ISO 7519:1991
Technical drawings -- Construction drawings -- General principles of presentation for general
arrangement and assembly drawings
ISO 8048:1984
Technical drawings -- Construction drawings -- Representation of views, sections and cuts
ISO/TR 8545:1984
Technical drawings -- Installations -- Graphical symbols for automatic control
ISO 8560:1986
Technical drawings -- Construction drawings -- Representation of modular sizes, lines and grids
ISO 9431:1990
Construction drawings -- Spaces for drawing and for text, and title blocks on drawing sheets
ISO/TR 10127:1990
Computer-Aided Design (CAD) Technique -- Use of computers for the preparation of construction
drawings
ISO 10209-4:1999
Technical product documentation -- Vocabulary -- Part 4: Terms relating to construction
documentation
ISO 11091:1994
Construction drawings -- Landscape drawing practice.
1.2 - Materiais, formatos das folhas, esquadrias, dobragens, legendas tipo, letras e algarismos
Materiais
Para Desenho Técnico aconselham-se instrumentos de precisão e qualidade, o que existe com
grande variedade no mercado. Para cada tipo de Desenho existem também instrumentos mais
específicos.
Actualmente com os sistemas de CAD o uso de certos instrumentos deixa quase de ser necessário,
reduzindo-se apenas ao papel, lápis, borracha e obviamente ao computador e impressora.
Formatos das folhas
A Norma NP EN ISO-5457:2002 fixa os formatos e apresentação dos elementos gráficos das folhas
de desenho de papel, partindo das dimensões de fabrico.
As dimensões são expressas em milímetros, partindo de uma série principal ISO-A.
A1
a 2
A0
a 2 A3
A2
A5
A4
a A6
A norma prevê ainda formatos alongados embora recomende que estes sejam evitados. Os
formatos alongados derivam do lado menor do formato A (Figura 2).
841
A0
594
A1 A1.0
420
A2 A2.1 A2.2
297
A4 A3 A3.1 A3.2 A3.3
Margens e Esquadria
A NP 718:1978 que ainda se encontra em vigor, define as esquadrias e margens a aplicar nas folhas
de desenho, mas tendo sido substituída a norma portuguesa relativa aos formatos pela europeia NP
EN ISO-5457:2002 que também define o valor para margens e esquadrias a aplicar em Desenho
Técnico, deve ser esta a adoptada.
Para delimitar a área de trabalho em Desenho utiliza-se uma esquadria. A esquadria é definida por
um rectângulo desenhado a traço contínuo grosso a uma certa distância do limite da folha.
O espaço compreendido entre a esquadria e o limite da folha de desenho designa-se por margem.
A NP 718 recomenda para as margens superior, inferior e lateral direita, 5 mm de largura e para
lateral esquerda, 25 mm (esta tem um espaço superior para permitir a furação). A Norma NP EN
ISO-5457:2002 recomenda para as margens superior, inferior e lateral direita, 10 mm de largura e
para lateral esquerda, 20 mm.
Relativamente à orientação das folhas a NP 718 prevê formatos ao baixo e ao alto (Figura 1) a NP
EN ISO-5457:2002 só admite folhas ao baixo (Figura 4) excepto no formato A4 que é orientado na
vertical.
A
1 2 3 4 5 6 7 8
A A
B B
C C
D D
E E
F F
1 2 3 4 5 6 7 A3
A NP EN ISO-5457:2002, propõe que se faça nas folhas várias marcas (Figura 5):
- Marcas de corte – são marcas colocadas nos quatro cantos da folha para facilitar o corte, tanto
manual como automático;
- Marcas de centragem - servem para facilitar o posicionamento dos desenhos na reprodução ou
microfilmagem e consistem em quadro marcas que definem os centros das linhas de esquadria,
3 4
5
Legenda:
1- Zona de Desenho 2
10
5
1
2- Margem da grelha de referência
3- Marca de corte
4- Formato cortado Número de Campos por formatos:
A
5- Esquadria da zona de Desenho Designação A0 A1 A2 A3 A4
1 20
5
Lado maior 24 16 12 8 6
Lado menor 16 12 8 6 4
essas marcas podem ser escolhidas livremente, mas devem ser representadas a traço contínuo
grosso (pelo menos com a mesma espessura da linha de esquadria);
- Grelhas de referência - são campos com inscrições que se localizam no espaço médio da
esquadria e o limite da folha, esse espaço é dividido em campos, consoante o formato da folha e
são constituídas por letras e números.
A NP 49:1968 – Diz respeito ao modo de dobrar folhas de desenho para Arquivo.
O modo é semelhante para todos os formatos, sejam eles ao alto ou ao baixo, o formato final ficará
com as dimensões de um A4 (21cmx29,7cm), (Figura 6).
Legendas
NP-204 (1968) Fixa os Tipos de Legendas utilizadas para Desenho Técnico (existem 7 Tipos).
Para desenhos de construção civil existem dois tipos – Legenda Tipo 6 e Legenda Tipo 7 (Figura 7).
Legenda do tipo 6
Legenda do tipo 7
Escrita redonda
h
h
h
Escrita cursiva
h
h
h
2 – PROJECÇÕES
Projectantes Convergentes
Projectantes Paralelas
Projectantes Divergentes
Nas Disciplinas de Desenho I ou II, o sistema utilizado é o Cilíndrico ou Paralelo (Figura 11), é um
sistema simples, que no caso da representação a três dimensões transmite de uma forma eficaz o
objecto, embora não corresponda à realidade visual serve para o entender e tirar directamente dele
as medidas que forem necessárias.
Trimétrica
Ortogonal Perspectiva
Axonométrica Dimétrica
Perspectiva Cavaleira
Oblíqua Axonométrica
Militar (planométrica)
Perspectivas rápidas
A NP EN ISO 5456-3:2002 define as regras a aplicar na representação de objectos por projecções
axonométricas.
Perspectivas rápidas são projecções ortogonais axonométricas. São denominadas de rápidas pela
simplicidade e rapidez de execução e resultam perfeitamente para definir um objecto a três
dimensões e ainda com a vantagem de possibilitar a medição.
Partindo de um sistema constituído por 3 eixos, referencial Triortogonal, que representa as três
dimensões no espaço e projectando esse sistema para um plano vertical π (Figura 11), obtemos a
uma projecção que podemos dizer que é a base de toda representação axonométrica.
Referencial Triortogonal
Esse sistema constituído pelos eixos das larguras Xe;, profundidades Ye, e das alturas Ze, têm como
origem o ponto O e.
Cada eixo representa uma direcção axonométrica e cada par de eixos concorrentes define Planos
Axonométricos.
O referencial Triortogonal ao projectar-se no plano π (Figura 13), aparece com o sistema deformado
bem como os seus ângulos, embora a sua soma seja sempre de 360º, a sua projecção vai sendo
alterada conforme posição dele no espaço.
Sejam α, β, e δ os ângulos que os eixos em projecção formam entre si (Figura 14), e h a recta que
passa pela origem O, esta define com X o ângulo α-90° e com Y δ-90°. Aos ângulos assim formados
denomina-se ângulos de fuga e às respectivas paralelas direcções de fuga.
O referencial ao ser projectado no Plano π, sofre uma redução dimensional em todos os seus eixos.
Denomina-se de Coeficientes de redução à relação entre a dimensão reduzida em projecção e a sua
verdadeira grandeza.
Quando a redução é igual em todos os eixos, adopta-se o valor 1 para esse coeficiente (Figura 15).
Representação
Isométrica
Representação
Dimétrica
Representação Isométrica
Considerando o referencial com os seus eixos igualmente inclinados em relação ao plano de
projecção. Esta posição origina uma projecção do referencial em que os eixos fazem entre si
ângulos iguais (Figura 17), tendo o ângulo plano o valor de 360°, cada um dos ângulos entre os
eixos é de 120°.
As unidades em cada um dos eixos no espaço, projectam-se reduzidas mas com medidas lineares
iguais, o que permite admitir um coeficiente de redução de 1 para cada eixo ou direcção
axonométrica.
Os ângulos de fuga são de 30° (Figura 18) o que permite a sua marcação com o esquadro de 30°
60° 90°, corrente.
Representação dimétrica
Na representação dimétrica (Figura 19) são utilizadas duas medidas iguais entre si e uma diferente;
nas duas iguais adopta-se o coeficiente de redução igual a 1, com aplicação nos eixos das larguras
e das alturas, no diferente, que corresponde ao coeficiente de redução no eixo das profundidades,
depende numericamente do respectivo ângulo de fuga.
A norma prevê para este eixo a aplicação do coeficiente de redução de ½ e que os ângulos de fuga
tenham valores de 7º para o eixo das larguras e de 42º para o eixo das profundidades.
A aplicação desta axonometria justifica-se quando se quiser evidenciar mais uma das vistas da
perspectiva (Figura 20).
7º
42º
A norma estabelece para esta representação um ângulo de fuga com o valor de 45º e o valor de ½
para o coeficiente de redução a aplicar no eixo das profundidades Y.
A norma prevê para esta representação dois tipos de projecção, a planométrica normal ou a
planométrica reduzida, os ângulos de fuga são os mesmos para as duas, com valores de 30º e 60º
(Figura 24 e Figura 25), mas os coeficientes de redução para a primeira tem o valor de 1, para a
segunda o valor pode ser diminuído consoante as necessidades de representação.
Resumidamente utiliza-se a construção auxiliar de um paralelepípedo para envolver uma peça que
tenha faces paralelas aos planos axonométricos, e a partir desse construção desenvolve-se a
verdadeira representação da mesma.
O Método das coordenadas utiliza-se, sobretudo quando o objecto a representar não tem faces
paralelas aos planos axonométricas (Figura 27).
Neste método começa-se por representar a planta da peça em axonometria, normalmente esta é
paralela a um dos planos axonométricos, enquadra-se a planta num polígono quadrangular ou
rectangular, marcam-se nessa base as distâncias para localização dos vértices, marcam-se em
altura os vértices e completa-se o desenho traçado as respectivas arestas.
Axonometria Explodida
A axonometria explodida é uma forma de representar o objecto com todas as suas características de
construção, detalhes de encaixe, forma de fixação de peças, etc. (Figura 28). Utiliza-se a
perspectiva isométrica como base dessa representação.
Este tipo de representação é muito utilizada para esquemas tipo «faça você mesmo».
Se o desenho em perspectiva for realizado à mão levantada, deve-se executar uma pequena
construção auxiliar de um quadrado tangente à circunferência que através da marcação de vários
pontos facilitará a construção da elipse (Figura 29)
1
8 2
8 1
7 3
7 2
6 4
5 6 3
5 4
Na realização a régua e esquadro existem vários métodos de desenhar elipses, utilizando métodos
muito precisos, para o caso das perspectivas rápidas aconselha-se métodos mais simples, pretende-
se apenas uma representação formal, pode-se substituir sem perda de valor expressivo visual, a
elipse por uma oval de quatro centros, a diferença entre as curvas da elipse e da oval assim
construída é quase nula (Figura 30).
Representação
Isométrica
Representação
Dimétrica
Preferível
Preferível
Figura 31
a b
Preferível Preferível
Projecções Triédricas
Chama-se projecção triédrica quando a projecção do objecto é efectuada em 3 planos de projecção
(Figura 35 e Figura 36).
Na maioria dos casos para a representação de um objecto utiliza-se este método, no qual após o
rebatimento para um só plano se obtém o número de vistas suficientes para completa definição do
objecto.
Legenda:
1 – Alçado Principal (vista principal)
2 – Planta (vista superior)
3 – Alçado Lateral Esquerdo
(vista lateral esquerda)
4 – Alçado Lateral Direito
(vista lateral direita)
5 - Alçado Posterior (vista posterior)
6 – Vista Inferior
Legenda:
1 – Alçado Principal (vista principal)
2 – Planta (vista superior)
3 – Alçado Lateral Esquerdo
(vista lateral esquerda)
4 – Alçado Lateral Direito
(vista lateral direita)
5 - Alçado Posterior (vista posterior)
6 – Vista Inferior
3 - DESENHO TÉCNICO
Grossura
Tipos de linha Designação relativa Utilizações
ao traço
a Linha a traço contínuo grosso 3a4 Arestas e contornos à vista
e Linha a traço contínuo fino 1 Limite de vistas ou cortes parciais se este não for um
eixo.
1. Eixos.
2. Posições extremas de peças móveis.
3. Partes situadas à frente de um plano de
corte.
d Linha a traço-ponto fino 1 4. Contornos que se fizeram rodar em torno de
um eixo não contido no plano do próprio
contorno.
LINHA DE EIXO
TRACEJADO DO CORTE
LINHA DE COTA
20
Vistas locais
Num desenho poderemos ter a necessidade de representar uma ou mais vistas locais com
projecções segundo o método do 3° diedro (Figura 43 ).
Vistas Parciais
As vistas parciais são na realidade vistas incompletas de uma peça que têm como objectivo a
redução do tempo de realização de um desenho, sem prejuízo da sua clareza. Em determinados
casos servem até para esclarecer uma determinada zona o pormenor de uma peça.
Para estes tipos de representação utilizam-se linhas de rotura (linhas ligeiramente sinuosas a traço
contínuo fino, executadas à mão livre, ou simplesmente linhas rectas em zigzag) ou linhas de
simetria (linhas a traço-ponto médio com duas pequenas linhas paralelas e perpendiculares junto às
extremidades) nas zonas que limitam áreas que não se representam.
Meia Vista
Utiliza-se a representação por meia vista para peças simétricas. A meia vista é limitada por uma
linha de simetria (Figura 44 e
Figura 45).
2 3
Figura 45 – Peça de pequena espessura, pode-se representar conforme 1, 2 ou 3
Vistas Interrompidas
Utilizam-se vistas interrompidas para representar peças compridas e uniformes. Retiram-se grandes
porções da peça sem prejudicar o desenho (Figura 46).
O valor da cota não altera, o que permite identificar o comprimento real da peça.
As zonas interrompidas são limitadas por linhas de rotura.
Vistas Auxiliares
Designam-se por vistas auxiliares as vistas suplementares que se executam quando as usuais
representadas nos principais planos de projecção não chegam para perfeito entendimento de um
determinado objecto. Isso acontece quando a peça a desenhar contém alguns elementos (furos,
concordâncias, etc.) inseridos em superfícies planas não paralelas aos planos de projecção. Para o
desenho destas vistas auxiliares usam-se planos auxiliares paralelos àquelas superfícies.
As vistas auxiliares são vistas deslocadas que revelam a verdadeira grandeza de um objecto (Figura
47).
Muitas vezes suprimem-se das vistas zonas de compreensão mais difícil utilizando-se somente
vistas auxiliares (Figura 48).
Figura 48
Figura 49
Cortes e Secções
Figura 50
Figura 51
Secção entende-se como sendo a superfície que imaginamos cortada, resultante da intersecção do
objecto com o plano secante (Figura 52).
Figura 52
Figura 53
Os cortes podem ainda ser representados com a simbologia do seu material (Quadro 2). A
marcação ou não da superfície cortada depende da escala a que for efectuado o desenho do corte
(em projectos de arquitectura ou de engenharia civil essa superfície só é preenchida em escalas de
pormenor),
Figura 55 Figura 56
As peças que contenham vários materiais justapostos, o corte deverá ser representado com essa
diferenciação de materiais, essa diferenciação poderá ser efectuada com orientação e afastamento
de tracejado diferente (Figura 57) ou no caso de peças delegadas deixando um pequeno espaço em
branco entre elas (Figura 58).
Figura 57 Figura 58
Planos de Corte
Os cortes poderão se realizados com um só plano de corte ou por vários planos de corte, evitando
assim invisibilidades e mostrando numa só vista o interior da peça.
Poderemos representar o corte usando planos paralelos (Figura 59) ou planos concorrentes (Figura
60), que resultam numa só vista em corte
Secções
As secções podem ser representadas:
- Rebatidas no local (Figura 62);
- Rebatidas deslocadas (Figura 63).
Figura 64
Escalas
A NP EN ISO 5455:2002 especifica as escalas e sua designação para desenho técnico.
Escala – Conceito
Designa-se por escala à relação entre a medida linear do desenho de um objecto (MD) e a
respectiva medida linear real (MR) desse objecto:
Medida do Desenho 1
Escala = =
Medida Real do Objecto N
1
In: pág. 7 Norma Portuguesa NP EN ISO 5455 – 2002 – Instituto Português da Qualidade
Exemplos de Escalas:
Unidade de Medida: mm
2 1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
1:1 cm
20 10 0 25 50 75 100
1:10 cm
2 1 0 5 10
1:100 m
4 3 2 1 0 5 10 15 20
1:2 cm
4 3 2 1 0 5 10 15 20
1:200 m
10 5 0 10 20 30 40 50
1:5 cm
1 0 1 2 3 4 5
1:50 m
Cotagem
Entende-se por cotagem a indicação de dimensões efectuada nos objectos desenhados. Estas
dimensões poderão ser lineares ou angulares e são indicadas com cotas, sendo estas constituídas
por números e por outros grafismos com elas relacionados (Figura 67).
A NP 297:1963 define as regras a aplicar à cotagem de desenhos.
Figura 67 - Cotagem
Regras gerais
1 – As cotas são sempre as medidas reais do objecto independentemente se este estiver reduzido
ou ampliado no desenho;
2 – Não se colocam as unidades nas cotas;
3 – Objectos desenhados a grandes escalas podem ser cotados em milímetros;
4 – Projectos de arquitectura são cotados em metros;
5 – Projectos de Engenharia são cotados em metros ou em milímetros;
6 – Pilares ou furos são cotados a eixo;
7 - Não se deve sobrepor cotas para não gerar confusão;
8 – A cotagem deverá ser maioritariamente efectuada em planta, cotas em alçados ou em cortes só
deverão ser colocadas para indicação de alturas;
9 - As Linhas que limitam as cotas (linhas de chamada), não devem tocar o desenho;
Figura 68
10 - Os números de das cotas devem ser claros e colocados sempre sobre a linha de cota;
11 - As cotas verticais colocam-se à esquerda da linha de cota;
Figura 69
12 - Entre as linhas de cota deverá existir alguma separação significativa de modo a que haja uma
leitura clara das suas cotas;
Figura 70
Figura 71
Num lugar excessivamente irregular, recorremos a uma medição radial, que consiste em fixar um
ponto central e efectuam-se as medidas de todos os ângulos (Figura 72).
A cotagem de peças em perspectiva deverá ser paralela aos planos da mesma (Figura 73).