O Plano Cruzado, implementado em 1986, foi uma tentativa do governo
brasileiro de controlar a hiperinflação que assolava o país na época. Seu principal objetivo era estabilizar a moeda, o Cruzado, e promover o crescimento econômico, através de uma abordagem heterodoxa. Inicialmente, o plano teve algum sucesso na redução da inflação, criando uma sensação temporária de estabilidade econômica. Os preços foram congelados, e a população brasileira experimentou um período de aumento do poder de compra e confiança do consumidor. No entanto, o Plano Cruzado enfrentou vários problemas. O congelamento de preços e a manutenção da indexação de preços e salários não eram sustentáveis a longo prazo. Isso levou à escassez de produtos e desequilíbrios econômicos. A inflação subjacente não foi devidamente abordada, o que resultou em uma crise quando o plano foi desmantelado. Uma das principais lições do Plano Cruzado foi que congelar preços e manter a indexação de preços e salários não era uma solução eficaz e sustentável para controlar a inflação a longo prazo. Além disso, o plano ressaltou a necessidade de reformas estruturais mais profundas na economia brasileira, em vez de soluções temporárias. O Plano Bresser, lançado em 1987 como resposta ao colapso do Plano Cruzado, tinha o objetivo de controlar a hiperinflação, promover a estabilidade econômica e implementar reformas estruturais. Ao contrário do Plano Cruzado, o Plano Bresser enfatizou menos o congelamento de preços e mais reformas econômicas e medidas de austeridade, além de ser um plano misto, utilizando tanto a abordagem heterodoxa quanto a ortodoxa. Embora tenha obtido algum sucesso inicial no controle da inflação e estabilização econômica a curto prazo, o Plano Bresser enfrentou dificuldades na implementação eficaz das reformas estruturais e a inflação retornou após um período de estabilidade. Em resumo, as principais diferenças entre o Plano Cruzado e o Plano Bresser residem nas abordagens adotadas para o controle da inflação e na ênfase nas reformas estruturais. Enquanto o Plano Cruzado priorizou o congelamento de preços e salários, o Plano Bresser concentrou-se em reformas econômicas, mas ambos enfrentaram desafios em sua implementação e revelaram a complexidade de estabilizar a economia em um ambiente de alta inflação.