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REFLEXOES SOBRE A CULTURA BRASILEIRA A formacao histérica brasileira tem suas raizes no pro- cesso de mundializacéo da civilizagdo européia. O desloca- mento da fronteira agricola do Velho Continente para as ter- fas americanas, o transplante intercontinental de grandes massas de méo-de-obra africana, a implantagdo de linhas re- gulares de comércio interoceanicas sao episédios de um pro- cesso histérico sem precedentes, que tem seu epicentro na Europa ocidental e serve de moldura a formagao do Brasil como nagao e como sistema de cultura. Uma reflexdo sobre as ralzes de nossa cultura deve ter como referéncia inicial a vaga expansionista européia do sé- culo XVI, essa época de transigao, interregno entre dois mun- dos ordenados: o da fé e o do conhecimento cientifico. Ne- nhum conceito é mais representativo desse periodo em que o homem transita entre dois sistemas de certezas do queode Fortuna, a incerteza que o espreita por todos os lados e esti- mula a audécia. Somos em verdade a criagéo de uma época em que o Conhecimento fundava-se mais na compreensao do que na explicagéo das coisas, que confiava mais na analogia do que na légica, que substitui a conscléncia de pecado pela idéia de dignidade humana, Nessa época de intensa criatividade cultural assinalam- se dois processos de particular relevo. O primeiro tem como Ponto de partida uma nova leitura de cultura classica e con- 17 —-tO sivil, ao Neoplatonismo gay jarizagao d& Solenenty Teme eairutieas rato oul ‘o mundo or ver atica, @ legitimagao do Po, no. Gh as om linguage ‘nto a ampliacdo do espace em q,,, ‘rioianeia. finale’ quténtica revolugao cultural, qug wer pensao home’. ag manifestagdes da criativida, alia, abarea dos de anatomia, com Vesalius, oe a Bramante. A penetracéo progressiyg uitetura, cor mente se explica tendo em conta o ee dols séculos anteriores pela economia Serine das formas feudais de organiza. social. O calculo econdmico, que transfor. rio homem em fatores de produgao, | do mundo exterior e era por esta |e_ radia da It stenden' do discurs avanco real de mercado em ao econémica @ ma a natureza € 0 prop reforeave 2 visao racional mado. . = A segunda manifestagao cultural de grande poder ger- minetivo assume a forma de avango da fronteira geografica mediante @ abertura de linhas de navegagao intercontinen- tais. Por esse meio, amplia-se consideravelmente a base do processo de acumulacao na Europa e estabelecem-se de for- ma permanente contatos entre as grandes civilizagdes con- temporaneas do Ocidente e do Oriente. O foco de onde Parte esse segundo vetor conducente a mundializagao da civiliza- G40 europeia & Portugal. tudo, a particularidade de i integrar- | diata de Portugal, foco de u see vten oe referéncia, ma das vertentes a que fizemos em acumular Conhecimentos teéri- 4 cay Pancnen=se Para alcancar e ae econémicos es- ° No quadro de um projet, © al reside a extraordindria antecipagao da moderni- dade. Realizou-se um estorco coordenado em multipias frer) tes, pois se tratava de, ao mesmo tempo, desenvolver a técni- ca de construcao de barcos para a navegacao de longo cur- SO, formar navegantes e outros especialistas, elaborar a téc- nica de navegagao de alto-mar, acumular conhecimentos car- tograficos, abrir novas rotas maritimas e terrestres. Um projeto dessa grandeza somente pode ser concebi- do e concretizado porque circunstancias histéricas particula- res conduziram a uma alianga precoce entre a monarquia portuguesa, ameacgada pelo movimento unificador da penin- sula, liderado pelos castelhanos, e a burguesia de Lisboa. Nao vem ao caso detalhar esse tema, tao bem estudado pelo historiador portugués Anténio Sérgio, mas convém assinalar gue foi relevante para a historia européia que o sentido de continuidade, caracteristica da agdo dos governos monarqui- cos, fosse posto a servico de um ambicioso projeto de expan- sao comercial, cuja execugao somente podia ser assegurada por homens de espirito mercantil. O Estado portugués esteve presente em todas as fases do complexo desdobramento do projeto de descoberta do caminho maritimo das Indias e de exploragao comercial des- tas. Pode-se mesmo afirmar que essa experiéncia de asso- ciagao de um poder politico, cuja legitimidade nao tinha rai- zes mercantis, com o espirito de empresa burguas serviu de modelo para a criagao das companhias de comércio e nave- gacao, que surgiram posteriormente na Holanda e na Ingla- terra como instituigdes de direito privado mas exercendo fun- des publicas. Essa intima articulagao entre o Estado e grupos mercan- tis estara igualmente presente na ocupacao, na defesa e na exploragaéo das terras americanas em que se constituira 0 Brasil. A isso cabe atribuir o sentido de continuidade que ca- racteriza a agéo portuguesa, patente na permanente preocu- Pacao de preservar e ampliar o patriménio territorial, a des- peito dos altos custos incorridos na defesa de vastas areas sem perspectiva de valia econédmica. Outra referéncia que nos ajuda a Captar o perfil do ser 19 —_—_ » de qué 08 Portugueses nae fora, pura! 19070 FO como 08 Indlesaa No Canagg ram utara! ove dor 5 qua, durante todo © proceage for Posi pom 0 uniee PO” wey gontato CoM suas Matrizeg, ing tamper nove todo 0 periodo colonial 08 portugyg.t® jando, Em face da presenca indigena tambar ae present ‘como forga de trabalho. Mas 0 peso desga ,,, megou @ fluir ies da cultura brasileira 6 avassalador, Nao noria ne oe os portugueses sAo os senhores 9 0s demaig, Bee aise escravos, pois o numero dos que nao 80 sroprietarios nem exercem fungdes de mando cresce Fapida. mente. O decisivo esteve em que os portugueses nao Somen. te partiram de técnicas mais avangadas mas continuavam 2 alimentar-se de suas fontes culturais européias. Ora, os aborigenes e os africanos haviam sido isolados de suas ma- trizes culturais respectivas e, a0 serem posteriormente Priva- dos das prdprias linguas, perdiam o senso da identidade cy. tural. Nos trés séculos do perlodo colonial desenvolve-se no a cv na aee Pasties @M sua tematica e ae ieee ane 'vos locais mas também toda expressao mais forte da nova salt Brows Seay tetura ena escultura, 0 que nao as ieee aug conte © espacn gu © surpreender, tendo em que ocupam na Sociedad A @Propriacdéo ea exploraca suscacers oe ‘@¢80 das terras brasileiras fize- voir 6.0 fal er nolan Permaneceram mediatiza- Meresseg 8 Classe comerciante woo mpedira a HTL sf PEeciticos @ Capaz de dispute Peels ee an 08 pa a esfera de po- ' see sara na orige Poca Colonial tina perce eee fe Bantam an en Movimentog Urguesia mercantil, il as atiy dager? Aires, ae Ndependentistas que “omerciais ge ane © México em 1810, Vulto permane- Gera SOb estrito Controle dos portugueses, mesmo ro parle Go que se segue imediatamente a independéncia, O des. dobramento da Coroa, ocorrido em 1822, fol obra de ho mens, como José Bonifacio de Andrada e Silva, com larga ex- periéncia no exercicio de fungdes dentro do Estado portu- gués A permanéncia de certos tragos da cultura brasileira, que nos séculos XVI e XVII apresenta sua maior forga em Olinda e Salvador da Bahia, implanta-se com vigor no Rio de Janeiro e nas Minas Gerais do século XVIII e ressurge nas ter- ras maranhenses em fins desse século e comegos do século XIX, explica-se pela estabilidade do sistema de dominacdo social latifundiario-burocratico. Na auséncia de uma classe mercantil poderosa, tudo dependia do Estado e da Igreja. A criagao cultural reflete a preeminéncia dessas instituicdes. * O ciclo barroco brasileiro, cuja expressdo mais rica é a integracao da arquitetura com a escultura, a pintura ea musi- a ocorrida no século XVIII em Minas Gerais, constitui quic4 a Ultima sintese cultural no espirito da Europa do pré- Renascimento. Sua tematica e seu poder morfogenético deri- vam da mesma viséo de mundo que nutriu os pintores fla- mengos do Quatrocentos e da primeira metade do Quinhen- tos ou, em época anterior, os construtores das catedrais géti- cas. Com o Renascimento dissolve-se essa sintese cultural, Cuja expressao mais pura encontra-se nos circulos concéntri- cos de Dante. A eclosaéo do humanismo abre na Europa um Processo criativo polifacético, que somente produzira uma nova idéia global do homem com o romantismo. O dinamismo desse novo quadro cultural reflete o fundo movel de uma sociedade competitiva, onde a criatividade tecnolégica é um dos princi- pais recursos de poder. O quadro histérico em que se forma o Brasil — articula- a0 precoce em Portugal do Estado com a burguesia e total dominio da sociedade colonial pelo Estado e pela \greja — congela o processo cultural no universo europeu pré- humanismo. Daf que se haja dito com razao ser o Aleijadinho, esse artesao e santeiro, 0 ultimo grande génio da Idade Mé- 21 meihanca da sintese medi Sere Hea pruuilaro 8/4 BXBYELORG da Sociedad SE Lik lode Sau menbagen dlINGle senNoveag escraves como um todo. aK performance do processo cultura) br, ee eesnuoes tevo, como contrapartida, crescente qr leiro nesse eee | Teen em rapida transtormagas ara Be ais atiatteaiaia de neHodd colonial Podia ser visi. ee ie ee subespécies que tendom a desaparget Ret rests te que se dlierenciam do ramo dominare Shea cultural brasileira p6s-barroco pee se &Plica ter em conta as mudangas ocorridas no con: lexto Maior ene le estava inserido 0 Pals. A Revciucao Industrial, gue, ree na Europa no ultimo quarte! do século XVIII, constitu; auténtica mutacaéo no Processo acumulativo subjacente a0 conjunto das atividades sociais. Até essa poca @ acumula. ¢40 néo absorvia mais do que uma pequena fracao do produ. 10 social e, de preferéncia, tinha lugar fora das atividades Pro- dutivas. A mecanizagao abre a porta a aumentos Consideraveis dos padrées de consumo. Os dois vetores que viabilizam a €xpansao do sistema Produtivo sao o incremento da Produtividade do trabalho so- cialea diversificacao do consumo, vale dizer, 9 Progresso ar esses dois pro- ecializasse na Produgao agricola @cesso 4 Moderna tecnologia sob Berne cP Cane de co UMO, Sem ter que investi para | 8 Produtividade fisica do trabalho. ag £ eer res cae Criadas la Sspeciaizacao ewer com u a0 externg em ©XPansao davai nat lente que permitia BA 3 ™ origem €@um exce- que estavam Penetrandg consumo Sofisticados Processo da Modernizacay craiece 'Nternacional, Era o "le, que outra co} : Ta coisa nao 22 & Sendo a utilizagho do excedente, gerado pela eapecializa a0 Na exportacdo de produtos primArios ¢ retido localmente. para modelar os padres de comportamento de forma a esti- mular a importagao de manutaturas destinadas ao consumo, cristalizando um certo padrao de divisao internacional do tra- balho. A modernizacao dependente fez que a rutura da sintese barroca conduzisse a padrées de comportamento imitativos, a um crescente bovarismo e nao a novo processo cultural criativo, a diferenga do ocorrido na Europa com a passagern da visao de mundo medieval para o humanismo. O distanciamento entre elite e povo sera a caracteristica marcante do quadro cultural que emerge nesse periodo. As elites, como que hipnotizadas, voltam-se para os centros da cultura européia, de onde brotava o fluxo de bens de consu- mo que o excedente do comercio exterior permitia adquirir. Na escala de valores desse quadro cultural, a simples visita de uma companbia teatral européia a uma cidade do Pais as- sumia a significagado de acontecimento cultural marcante na vida de uma geragao. O povo era reduzido a uma referéncia negativa, simbolo do atraso, atribuindo-se significado nulo a sua heranga cultural nao européia e recusando-se valia a sua criatividade artfstica. O indianismo de um Carlos Gomes ou de um Alencar, ao atribuir aos homens da terra valores em- prestados de outra cultura, expressa a rejeicao do povo real. E a ironia sutil com que Machado observa esse povo tem 0 sabor de uma escusa em face de um tema proibido. Assim desprezado pelas elites, 0 povo continua seu pro- cesso formativo com consideravel autonomia, o que permitira que as raizes nao européias de sua cultura se consolidem e que sua forca criativa se expanda menos inibida, em face da cultura da classe dominante. A diferenciagao regional do Bra- sil deve-se essencialmente a autonomia criativa da cultura de raizes populares. A descoberta, casual ou buscada, do pais real pelas eli- tes 6 certamente o traco mais saliente do processo cultural brasileiro no século atual. Muitos sao os fatores intervenien- tes, de origens interna e externa. O isolamento provocado pe- 23 india © @ Gree 4g, , os poss ae conduzem a um, Indueteigiga My, expor fe eccllbvarnena NO mercadg intern, ‘ oqits ia Beis tunaocaNbee ice da economia porte amar tity tela de Cae kE cultura de massas Motada ¢ecane raoretmiarioa de GIAiaao, Opera contra esse fundo enter lai de desestabilizacao do quadrg Cultural bag’? Prin acaiomk elite-povo, sae torna a Povo i" Sree de escamotear a Criativige'® Visivg) a ena é aemergéncia de uma Classe m a deste. nomica crescente que introduzirg elementos ort, cia Fie equacao do process Cultural brasiteirg, ee dy peso forma-se no quadro da Modernizacag dependes® aes Por uma industrializacao GUC Segue ag tinhag Feats de importacées, Contudo, @ grande seus elementos esta demasiado Proxima dc POVO parg Ger ignorar a Significagao Cultural deste, Mais nda: S60NI6 O Cara Ge massa da cultura da classe Média faz que suas re lagen £0M © povo sejam nao de &XclUsao, co, 8 0 caso dee ‘es bovaristas, e sim de envolvimento TACKO. Dest forma, a ascensao da Cultura de Classe mé, fim do iso Processo Cultural brasileiro ®, num Primeiro Plano, 9 Cres- i da Cultural, Que opera rant ie ¢ Mo ernizacao dependent, Num se- uma classe Ht a Se 'Ncipiente autonomia Criativa de indistrig, ree 48Sediada Pelos Valores que Veicula essa lay tem uy fi " !ar, Erm deren Ma face Voltada Para a massa Popu- &S5q masse? is " abarcando to °0 horizonte, pertfila-se on cAractaraa AT Sobre 4 Qual pesa Crescente ameaca de cy duns Seamentos "°'96nc} @ uma COnsciéncia critica el ° gray deg Dera te dia esta Contribuindo para er, Sao a i igem Acta cand area dG resign ‘alores Culturais de orige *NOVa sinter steNCia ao Processo de desca- Nese Capa. le xpressar a perso- nalidade cultural brasileira, depende, para definir-se, da con- solidagao dessa consciéncia critica, pois somente ela pode preservar OS espacos de criatividade que sobrevivem na massa popular. Na fase em que nos encontramos, de explosdo dos meios de comunicagao, © processo de globalizacdo do sistema de cultura tera que ser cada vez mais rapido, tudo levando a crer que estamos fechando 0 ciclo que se abriu no século XVI. To- dos 08 povos lutam para ter acesso ao patrim6nio cultural co- mum da humanidade, o qual se enriquece permanentemente. Resta saber quais seréo os povos que continuarao a contri- buir para esse enriquecimento e quais aqueles que serao re- egados ao papel passivo de simples consumidores de bens sulturais adquiridos nos mercados. Ter ou nao direito a criati- ‘idade, eis a questio 2 DESENVOLVIMENTO E CULTURA Vive nosso pais uma fase que nao é apenas de contesta- cao, mas também de desilusdo e ansiedade. Jaa ninguém es- capa que nossa industrializacao tardia fol conduzida no qua- dro de um desenvolvimento imitativo, que reforgou tendén- cias atavicas de nossa sociedade ao elitismo e a opressao so- cial. Formas mais sutis e mais insidiosas de dependéncia, in- filttadas nos circuitos financeiros e tecnolégicos, vieram substituir a tutela antes exercida pelos mercados externos na regulagao de nossas atividades produtivas. O processo de acumulagao foi posto a servigo da modernizagaéo desbridada do estilo de vida dos estamentos sociais de rendas médias © altas, desatendendo-se a satisfagao das necessidades mais elementares da massa da populacao. O autoritarismo politico, ao neutralizar todas as formas de resisténcia dos exclufdos, exacerbou as tendéncias anti- sociais do desenvolvimento mimético. Mas o autoritarismo, como o deus Jano, tem duas faces. Se, por um lado, favore- ceu os interesses criados da area econémica, por outro pro- Piciou o descolamento da esfera politica, que adquiriu cres- cente autonomia de decisdo sob a forma de poder tecnocrati- a Ao autoritarismo devemos @ ideologia geopolitica da “po- cia emergente”, que conduziu ao faraonismo, cuja expres- ne mais aberrante foi a frustrada construgao da via transa- az6nica. Também ai tem raizes 0 processo de endividamen- 27 Pe et ae rno, que nos conduziu a uma situago de di er erecadenie dosde a 6poca colonial, SPendéncia E proprio das situagdes de crise que aumente o Poder percepeao do homem com respeito as contradigheg do re do que ele mesmo cria. Essa hipertrofia da Percepgag ie impasses a que a historia pode conduzir uma Sociedade fie @ estranha as explosées de criatividade artistica que marcam, a vida de certos povos, mas esta longe de ser condi¢ao suf ciente para imprimir sinergia as forgas sociais 9 Canaliz4-tag num sentido construtivo, A retomada do desenvolvimento, se um Processo endg. geno, tambem requer a criatividade no plano politico, Esta somente se manifesta quando, a aguda Percep¢éo do mo. mento histérico, adiciona-se um elevado ingrediente de Von- tade coletiva. O afinamento da sensibilidade e 0 estado de extrema lu. cidez, que se produzem em certos individuos nos momentos de crise social, podem imprimir excepcional brilho a um periodo de decadéncia. Mas somente a vontade politica é ca- paz de canalizar as forgas criativas para a reconstrugao de estruturas sociais avariadas e a conquista de novos avangos na diregao de formas superiores de vida. Pode parecer paradoxal falar de decadéncia a uma ge- fragao que cresceu num clima de desabrido triunfalismo. Mas nao devemos esquecer as licdes de nossa histéria. Que 6 Nosso subdesenvolvimento senao o saldo negativo que nos deixaram repetidos socobros na decadéncia? Nos albores d@ nossa historia, ocupavamos posic¢do de vanguarda na Net logia e desfrutavamos de um nivel de vida dos mais ate in época. Foi a longa decadéncia da economia aes ciada pela metade do século XVII, que produzi e sub estruturas sociais do Nordeste, esse caso extremo regia me senvolvimento nas Américas. E que dizer da vaste Ne neira, de precoce urbanizagéo, que ocupou rr eguida posigao eminente na criagao artistica para em trar-se, como exangue, em longa letarolei o primel® de Em épocas de crise como a que ee onat 88 ox _ver é deixar de lado as idéias recebidas, gacdes cémodas. Devemos nos interrogar sobre as raizes dos problemas que afligem 0 povo, 0 que nos obriga arepu~ diar as posigoes doutrinarias fundadas no reducionisrno eco- nomico. Nao sera que 0s germes da crise atual j& corrofam nosso organismo social na fase de rapido crescimento das forcas produtivas do Pais? Nao tera sido o nosso um desses casos de mau desenvolvimento que hoje preocupam os estu- diosos da matéria? Com efeito: que vemos em nosso Pais apds um periodo de crescimento industrial intenso que se prolongou por melo século? Trés quartas partes da popula- cao urbana sofrem de caréncia alimentar. Uma leitura mesmo superficial de nossos indicadores socials poe em evidéncia que enveredamos por um caminho que nos conduz implaca- velmente a um impasse histérico. E certo que a causa imediata da crise que af esta foi o forte desequil ibrio da balanca de pagamentos, para © qual concorreram com forca fatores de origem externa. Mas aon- de nos levaria um processo de crescimento econémico que derivava seu dinamismo da reproducao indiscriminada de padrées de consumo imitados de sociedades que se benefi- ciam de niveis de produtividade e renda muitas vezes supe- riores aos nossos? Como nao perceber que os elevados pa- drées de consumo em que se instalara a chamada classe mé- dia tinham como contrapartida a esterilizagao de parte subs~ tancial da poupanga e estavam em direta contradigao com Os ambiciosos planos de investimento do setor publico? As ten- sdes estruturais que daf resultaram estao na origem da pro- clividade ao endividamento externo e das pressdes inflacio~ narias incontr: ‘olévels, essas duas tenazes que hoje imobili- zam 0 Governo e asfixiam o sistema produtivo, J Portanto, Corre apenas Opera na econ: a crise que agora aflige 0 nosso Povo nao de- do amplo processo de reajustamento que se omla mundial. Em grande medida, ela 6a mani- festacdo antecipada de um Impasse que Sé apresentaria Ne cessarlamente em nossa sociedade, que pretende reproduzir @ cultura material do capitalismo mais avangado privando a grande maioria da populagdo de bens e servigos essenciais. Como nao 6 possivel evitar que se difundam, de uma ou outra 29 forma, certos padrées de comportamento adotados 614 norias de altas rendas, surgiu no Pais uma Contr atar 3 sociedade de massas em que convivem formag Sofiat se de consumo supérfluo com caréncias essenciais ng Cada estrato social sendo na mesma familia, Mesa. Somente a criatividade politica impulsada peiq 6 coletiva poderd produzir a superacao desse impasse, Ora essa vontade coletiva 86 podera surgir se se der urn reer tro das liderangas politicas com os valores Permanentas de nossa cultura, cujas ralzes estéo na massa da Populacdo, Portanto, o ponto de partida do processo de Teconstrugag que temos pela frente tera que ser uma maior participacaado povo no sistema de decisdes. Assim, 0 desenvolvimento futu- ro podera alimentar-se da criatividade de nosso povo e efati- vamente contribuir para a satisfagao dos anseios mais legiti- mos deste. Cumpre-nos pensar em desenvolvimento a partir de uma visualizagao dos fins substantivos que desejamos alcan- gar, e nao da légica dos meios que nos é imposta do exterior. A superacdo do impasse estrutural que esta no fundo de nos- sa crise somente sera lograda se o desenvolvimento futuro conduzir a uma crescente homogeneizacao de nossa socie dade e abrir espaco a realizagdo das potencialidades de nos- sa cultura, Em um pals como o nosso, em que os que dating der parecem obsessos pela mais estreita logica econo a ditada pelos interesses de grupos privilegiados @ oor transnacionais, falar de desenvolvimento como Mei das com 0 génio criativo de nossa cultura e como oe potencialidades humanas pode parecer simples ug! ‘9 de ot pia. Mas que 6 a utopia sendo 0 fruto da percehe™ aigias mensées secretas da realidade, um afloramen'© ipl contidas que antecipa a ampliagaéo do horizonte oy dades aberto ao homem? Esta agao de aE pelos ine uma das tarefas mais nobres a serem cumprir ara peer, lectuais nas épocas de crise. Cabe-Ines eo G40 da realidade social para evitar que $¢ ® eared has de irracionalidade que alimentam aven tico; cabe-Ihes projetar luz sobre os desvaos da histéria, onde se ocultam os crimes cometidos pelos que abusam do po- der; cabe-lhes auscultar e traduzir as ansiedades e aspira- goes das forcas socials ainda sem meios préprios de expres- = O debate sobre as op¢des do desenvolvimento exige hoje uma reflexao previa sobre a cultura brasileira. A ausén- cia dessa reflexao deve-se atribuir 0 fato de que nos diagnés- ticos da situagao presente e em nossos ensaios prospectivos nos contentamos com montagens conceptuais sem raizes em nossa historia. — Devemos, portanto, comegar por indagar as relacoes que existam entre a cultura como sistema de valores e 0 pro- cesso de desenvolvimento das forcas produtivas, entre a l6gi- ca dos fins, que rege a cultura, e a dos meios, razao instru-_ mental inerente a acumulagao. Como preservar o génio inventivo de nossa cultura em face da necessidade de assimilar técnicas que, se aumentam nossa capacidade de agao, nossa eficacia, também sao veto- res de valores que com freqliéncia mutilam nossa identidade cultural? Simplificando: como apropriar-se do hardware da informatica sem intoxicar-se com 0 software, os sistemas de simbolos importados que com freqUéncia ressecam nossas raizes culturais? Esse problema se coloca hoje um pouco por toda parte, na medida em que a producao de bens culturais transformou-se em ciclépico negécio e uma das leis que re- gem esse negécio é a uniformizagao dos padrées de compor- tamento, base da criagao de grandes mercados. is Problemas desse grau de complexidade nao tém solu- ee Unica nem Otima. Os objetivos que presidem 0 avan¢o nologico sao muitas vezes contraditérios, Uns querem ma- Rae defender-se. O avango da técnica vem em ajuda a Rasy eiee E seria equivocado imaginar que as técnicas ence ine refletem o contexto cultural em que surgem. elas ja s80 9 aoe alimentam os instintos belicosos, porém técnicas se jae de uma civilizagao guerreira. Ademais, as cantes. 0 ferligam, como um sistema de vasos comuni- - Ura, no mundo atual as técnicas que avangam mais 31 _ | de financlameanta tarry malores fontes 4 un papidament®: eur veies jigadas as artes militares, Os darnaia p, SAO B esto expostos 4 seus efeitos Indiratog digposloRes T nura campos 08 er i influenciados pelos AVANGOS GUS 8¢ regi privilegiada. sao cada VOZ m zam nessa area vitas 840 88 incégnitas do problema a equa. Portanto, Mur zimos a seus elementos mals simpieg, : stern dificuldade que a questao central se cings mos ou nao possibilidade de preservar nogsq tural. Sem isso seremos reduzidos a0 papel de identidade cu! pens culturais concebidos por ou. passivos consumidores de ovos. tros Ce que um maior acesso a bens culturais methora a vida dos membros de uma coletividade. Mas, se qualidade i vscriqinadament®, pode frustrar formas de criatividade e descaracterizar a cultura de um povo. Dal que uma politica cultural que se limita a fomentar o consumo de bens culturais tende a ser inibitoria de atividades criativas ea impor barreiras 4 inovagao. Em uma época de intensa comer- cializagao de todas as dimensées da vida social, 0 objetivo central de uma politica cultural deveria ser a liberagao das forgas criativas da sociedade. No se trata de monitorar a ati- vidade criativa e sim de abrir espaco para que ela flores¢a. Necessitamos de instrumentos para remover os obsta- culos a atividade criativa, venham eles de instituig6es vene- randas que se dizem guardias da heranga cultural, de comer- See eronition de mecenas ou do poder burocratico. ee ntese, de defender a liberdade de criar, certa- S vigiada e coatada de todas as formas de liber dade, Pee He essa tera que ser uma conquista do estoco & povo. A police dea créem no génio criativo de nosso do processo de enriq nvolvimento deve ser posta a servico luecimento cultural, 0 DESENVOLVIMENTO Como pR ENDOGENO eee Desenvolvimento e criatividade- A idéia de desenvolvimento esta no centro da visao de mundo que prevalece na época atual. A partir dela o homem € visto como um fator de transformagao, tanto do contexto social e ecolégico em que esta inserido como de si mesmo. Da-se como evidente que o homem guarda um equillbrio di- namico com esse contexto: 6 transformando-o que ele avan- 0a na realizagao de suas préprias virtualidades. Portanto, a reflexAo sobre o desenvolvimento tem implicita uma teoria geral do homem, uma antropologia filoséfica. Uma vez que a idéia de desenvolvimento refere-se dire- tamente a realizagdo das potencialidades do homem, é natu- ral que ela contenha, ainda que apenas implicitamente, uma mensagem de sentido positivo, As sociedades sao considera- das desenvolvidas na medida em que nelas o homem mais cabalmente logra satisfazer suas necessidades, manifestar suas aspiragdes e exercer seu génio criador. A preocupagaéo a morfogénese social deriva dessa outra idéia simples sem 6 mediante a invengao e implementacao de novas es- eae socials que se cumpre 0 processo de desenvolvi- nee do que transformagao, 0 desenvolvimento 6 inven- do, com orta um elemento de Intencionalidade. As condi- goes requeridas para que esse elemento se manifeste com vi- 105 rlonmente, OU 88)A, 46 Irrectutiye gor dao sacha Somentes entoque Analéaico nog jean. mie ter queatdes COMO! POF GUS Fe Intanaition » oriatinigan® abort que trutos desta convergem para produzir » toate se projeto de transtormacéo social com o qual aa Identiicans og membros de uma coletividade? "y Peontudo © carater histérico do desenvolvimente Sug unicidade nao nos deve impedir de investigar a Natureza dq rocesso de invengao cultural. A inovagao nao se Fesume er, aon aum desafio: 6, antes de tudo, a manifestacao de uma possibilidade. Nisso ela se diferencia das mutacées que estao na base da evolugao natural. E porque dispde de Melos, que Ihe abrem um horizonte de opgdes, que o hornerm Inova. Essa margem de manobra tem seu fundamento na existancia de um excedente de recursos criado pela divisao S0Cial do trabalho. Concebido dessa forma ampla, o Conceito de exce_ dente surge como a pedra angular do estudo do desenvojyj_ mento. 4 A emergéncia de um excedente — Produzido pelo inter- cambio ou simplesmente pelovacesso a recursos Naturais mais generosos — abre aos membros de um grupamento hu- mano um horizonte de op¢ées: J& nao se trata de reproduzir o ° excedente, 80 permitir aprofundar no tempo e no es- Pago a diviséo Social do trabalho, viabiliza a acumulacéo, eo desenvolvimento no 6 senao uma das formas que esta pode 106 go do valores, Que 90 pode falar de dasenvol- 60 desenvolvimento quando # acurnulagao ‘de valores: que se difundem em importantes yor prbaree or aorta ojetividade: tos da co clencia do desenvolvimento preocupa-se En -processoS de criatividade. O primeira diz raspeito a oa mpenho do homem de dotar-se de instrumentos, Hem nar Sua capacidade de a¢a0. O segundo refere-se a jo ultima desses meios, aos valores qua o homem adi- o seu patrimonio existencial. endo a tecnica de natureza instrumental 6 evidente que val gesenvolvimento pressupée a existéncia de fins ou pro- * cites. Mas também @ verdade que © vetor da técnica 6 0 process de acumulagao e@ aste tem exigéncias que poder gaquirit o estatuto de fins, como ocorre com o proposito de meximizagao de lucros, ou com 0 sistema de incitagao ao tra- palho. — problema importante saber até que ponto o proces- so de acumulagao adquire autonomia para auto-reproduzir- se, subordinando @ criagao de valores a sua prdpria légica, como ocorre quando os objetos de arte sao transformados em meio de acumulacéo de riqueza. Pouco sabemos por que uma sociedade, neste ou na- quele momento de sua histdria, privilegiou a invencao de téc- nicas ou favoreceu 4 criagao de valores substantivos. Menos ainda por que uma explosao criativa destes ultimos deu-se no campo da religiosidade, da estética, da politica ou do saber puro. Contudo sabemos que a inovacao técnica possui um poder de difusao de longe superior a0 que apresentam 0s Va- lores substantivos. Uma nova tecnica pode ser faciimente as- similada num contexto cultural distinto daquele em que teve origem, mesmo que sou impacto yenha a ser consideravel. — que a légica da agao é em todas as partes & mesma: 0 teste para aferi-laé @ economia de melos escassos utllizados pare alcangar determinado fim ‘Ao passo que os valores se vos integram-se em padroes de comportamento que mente se modificam. Nada 6 mais caracteristico da civilizagéo nau que a canalizagao da capacidade inventiva para @ criag! 107 yA ADTIT OAMINN KO PFOOEHRE Hla agin), eeagua. 60 wD e a formidavel forca expariaiva @ tay wah. © $00 ng eutud do déseriotrirnento =e en ath pam explicn Que, ditusdo da civilizagdo industrial — o Donte Renee Oe oven Ua-aburwiente, Oe fins @ que se au). Serciia'e croneaee wouitulatve tendani & ser derivados de Beanie costal hivootanads. Ter exemplo: a soberania do MGs Ou A sere Feduticen a epitendmenos (por consumidor) ou restrutura” cultural refiexo da “infra. GRGIea? weondinieu), Dentro vasa otion « dIUSAO da civil. Eeis stuivialles resimiriacec avango na dominagao do > opted eral eficiéncia na utllizacho de re, Irs0S escassos = ier como rejeicao dessa visao simplificada da difusdo ga clvilizaoao industrial que se perfilou a teoria do subdesenyoj_ vimento, Cujo objeto central de estudo sao as malformacgées Socials engendradas nesse processo de difusdo. A dentncia 0 falso neutralismo das técnicas Permitiu que se restituisse visibilidade a essa dimensao oculta do desenvolvimento que € @ criac&o de valores substantivos, A endogeneidade Outra Prioridades por ela mesma definidas. A estrutura centro-periteria 98 gravita- Mportancia ie aa apie seo ©spaco em torno do nu- esse a OF inducdo S, Contudo, se Modificar pl Modificacée, song 008" UNHTOFMES, CADONGO distinguir (769 syacao « complexificagao do ncdciea inital. As at amplaetnrs e 0 sistema feudal de controle social ten ad?t esmantalar-ge Num raio de ado crescente arn to of! sreridO nucleo. E nas IIhas Britanicas que.esse ase 4 a 7d refia'a maior virulencla,estimulado pela precoce pe i - " modo capitalista de produ so Metal. As transformagdes sdcio-econdmicas aie M fue de realizacdes NO plano politico no sentido de recortar ae ritOT1O em mercados protegidos, reivindicando as tie Suesies regionais 0 direito de acesso exclusive aos mercados ecionais respectivos. Cada nagao procurard dotar-se de um estado soberano, que assumira responsabilidades crescen- tes como instrumento regulador dos subsistemas econdmi- cos nacionals- A concorréncia entre esses subsistemas na- Sonais aumentaria consideravelmente a capacidade expan- sivaem diregao a outras areas, produzindo a vaga imperialis- ja que caracterizou a segunda metade do século XIX e con- duziu aos dois conflitos mundiais da primeira metade do sé- culo atual. 2. Ocupagao dos territérios de clima temperado de baixa densidade demogratica. A deslocacao de dezenes de milhdes de europeus para territorios de clima temperado na América do Norte, na Oceania e na Africa do Sul constitui a segunda forma de expansao do nucleo industrial inicial. Tratou-se, neste caso, de ampliar a base de recursos naturais, 0 que permitiu que prosseguisse 4 expansdo das atividades agrico- las com rendimentos constantes ou mesmo crescentes. As- sim, a extraordinaria expansao da industria taxtil inglesa nao teria sido factivel sem oS baixos custos da produgao de algo- dao nos Estados Unidos. A hist6ria do capitalismo industrial esta marcada por essa formidavel expansdo geografica & nucleo central ocorrida na fase inicial, A ela i gave a a cocemente, 4 mao-de-obra al Se haja tornado \ 409 ries reais hajam crescido @ 08 Mercades cena, Ste ‘ampliado. Fol nos novos territérios incor gery soc 'se nucleo central que se produziram as condigoes ie Mmobilidade social mals propiclas ao estimulo da iniciativg essoal © A Inovacdo institucional. Se o capitalismo conduzi, a inte a 2 sociedades crescentemente homagéneas, nao obsta rigidez hierarquica de suas estruturas econémicas, deve-ec em boa medida a essa considerével melhora da relacao to. ras aravels-populacao permitida pela incorporagao dos no. vos territérios. 3. Ampliacao dos cireuitos comerciais conduzindo a for- macéo de um sistema de diviso internacional do trabalho, Esse terceiro eixo de expansao do nticleo industrial limitou-se 110 jo outro Angulo: eM seu esto jato 40 0 Tn rane eee seta da acuta Pressionan aa on ons). psiteultizir a eficdcia da acumulagao, o nua” 1 Sent oe 0 eva BIptla BUG BONE GS Herc dando ore \Fidustrias tive avqcho de subsistemas dependents. a pre num iziu slo essencial dos Sistemas tradicionals dome ae? Pa i responde pelo fato de que as populagtes haa i co anstormadas 6M reservas de mao-de-ob voale hajam ore anatureza dos vinculos de cada regiao pe Man om entro variava consideravelmente. Por \ersa t ae como. i 0 interesse ai os s merciantes do centro se limita gicionais originarios da regiao, acre ae tra- go. a penetragao no que viria a ser a periferia mente, conti ma de introdugao de novas linhas de produgao, umia a for- frente no setor agricola. O conseqilente ebandone ie aml jas de subsisténcia e o ocasional translado de ee acarretavam nas estruturas sociais modificacées a vides ordens. Também se dava o caso de que a penetragao do: fe teresses do centro assumisse a forma de controle dea o parte do sistema de producdo. No caso da exploracdo de re- cursos minerais, novas estruturas produtivas eram implanta- das no quadro de umacomplexa rede de relagdes com a eco- nomia dominante: esta absorvia 0 essencial da nova produ- ¢4o e provia grande parte dos insumos requeridos. Comum a todas as situagées referidas era 0 controle, pelos interesses do centro, da comercializagao no plano ins ternacional e da base loglstica desta. Também as intra- estruturas de transporte e armazenagem, que permitiam inte- grar as areas produtivas periféricas ao comeércio internacio- nal, eram controladas pelos interesses dos paises centrais. Na medida em que permitia diversiticar te na aes do nucleo central a cesta de bens de consumo e que faci tS ulagao, o sistema de divisdo internacion processo de acumulag! ‘dente, Em outras pale do trabalho dava eee ed eincorporar indireta> vras; ao estender sua area de influéncla -obra ao proprio sistema gos naturais @ dé méo-de-o! . ties nucleo central estava obtendo ganhos de produ: tividade. N&0 deixa de ser SI ignificativo que a primeira teoria 111

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