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ANA LAURA LIMA DE JESUS

JULLY SILVA DIAS EVARISTO

Ética na realização e submissão de artigos científicos

Uberlândia-MG
2023

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ANA LAURA LIMA DE JESUS
JULLY SILVA DIAS EVARISTO

Ética na realização e submissão de artigos científicos

Trabalho apresentado à disciplina


Redação de artigo científico da
Faculdade de Medicina, como parte dos
critérios de avaliação e de aprovação na
disciplina.

Docente: Profa. Dra. Prof. Dra.


Cristiane Martins Cunha

Uberlândia-MG
2023

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I. Concepção, proposição e a realização da pesquisa científica.

A redação científica é uma forma de escrita que visa comunicar informações


e resultados de pesquisas científicas de maneira clara, objetiva e estruturada. É uma
parte essencial da comunicação acadêmica e científica, permitindo que os
pesquisadores compartilhem suas descobertas com a comunidade científica e
contribuam para o avanço do conhecimento em suas áreas de estudo.
Acerca das diretrizes para a realização das atividades científicas dispostas
no Código de boas práticas científicas da FAPESP, uma vez que um projeto de
pesquisa é produzido, é responsabilidade do pesquisador buscar proporcionar uma
contribuição considerada original e significativa para o avanço da ciência, como
também, a convicção de sua capacidade científica para executar o trabalho de forma
adequada, bem como ter acesso aos recursos humanos e institucionais necessários
para sua execução eficiente. É importante, o pesquisador descrever de forma
precisa e objetiva os aspectos favoráveis e desfavoráveis que ele acredita terem
influência sobre a avaliação do grau de originalidade, relevância e viabilidade do
projeto. (SÃO PAULO, 2014)
Além disso, mostra-se interessante que o pesquisador informe sobre a
presença de quaisquer possíveis conflitos de interesse que possam afetar a
integridade científica dos resultados obtidos durante o desenvolvimento do projeto.
O investigador deve utilizar os procedimentos que ele considere cientificamente mais
adequados e executá-los da maneira que ele acredite ser a mais apropriada para
alcançar os objetivos científicos pretendidos. (SÃO PAULO, 2014)
Uma vez que o projeto de pesquisa é realizado em colaboração com outros
pesquisadores ou como membro de uma equipe, é responsabilidade do pesquisador
manter em sigilo os dados e informações coletados, os procedimentos executados e
os resultados parciais obtidos até a publicação dos resultados finais da pesquisa. A
divulgação dessas informações só é permitida quando expressamente autorizada
por todos os colaboradores ou coordenadores da equipe. Por fim, ao apresentar um
projeto de pesquisa, o cientista deve fornecer suas informações pessoais de forma
precisa, completa e verídica. (SÃO PAULO, 2014)

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II. Comunicação dos resultados da pesquisa e a apresentação da autoria.

Quando compartilha os resultados de sua pesquisa através de um trabalho


científico, o pesquisador tem a responsabilidade de apresentá-los com precisão,
juntamente com todos os dados, informações e procedimentos que ele considere
relevantes para a obtenção e justificação científica. Caso haja restrições éticas ou
legais que impeçam a divulgação completa, é necessário mencionar explicitamente
essa situação no trabalho. Um trabalho científico que divulgue os resultados de uma
pesquisa realizada em uma situação de possível conflito de interesse deve incluir, de
forma clara e evidente, uma declaração sobre a existência desse conflito. No geral, o
trabalho deve explicitar todas as fontes de suporte material, direto ou indireto, que
contribuíram para a realização e divulgação da pesquisa. (SÃO PAULO, 2014)

Dentro de um trabalho científico, é assumido que qualquer ideia ou


formulação verbal, falada ou escrita, que seja utilizada e não seja claramente de
conhecimento público na área de pesquisa em questão, seja uma contribuição
original dos pesquisadores listados como autores do trabalho. Caso contrário, se a
ideia ou formulação não for original, deve-se explicitamente creditar seus autores no
trabalho, independentemente de ter sido divulgada anteriormente por eles em outro
trabalho científico. Uma vez que, o cientista envie um trabalho científico para
publicação em um veículo acadêmico e que seja idêntico, ou substancialmente
similar, a um trabalho já submetido ou publicado em outro veículo, deve comunicar
explicitamente esse fato ao editor do veículo no momento da submissão, e também
no texto do trabalho. (SÃO PAULO, 2014)

No contexto de um trabalho científico, apenas os pesquisadores que tenham


expressamente concordado com a atribuição e tenham contribuído de forma direta e
substancial para a concepção ou realização da pesquisa cujos resultados são
apresentados devem ser incluídos como autores. É essencial enfatizar que o
fornecimento de recursos infraestruturais ou financeiros para a pesquisa, como
laboratórios, equipamentos, insumos, recursos humanos e apoio institucional, não é
suficiente para ser considerado autor de um trabalho decorrente dessa pesquisa.
(SÃO PAULO, 2014)

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III. Registro, conservação e acessibilidade de dados e informações.

Sobre o registro dos dados obtidos, os pesquisadores devem registrar de


forma precisa e abrangente os dados e informações coletados, os procedimentos
realizados e os resultados parciais obtidos durante o desenvolvimento de uma
pesquisa. É necessário manter os registros de uma pesquisa de forma segura por
um período significativo após a publicação dos resultados. A duração desse período
pode variar dependendo da área e das características específicas da pesquisa, mas
nunca deve ser inferior a cinco anos. Tanto os pesquisadores quanto suas
instituições de pesquisa têm a responsabilidade compartilhada de garantir essa
conservação. (SÃO PAULO, 2014)

Os registros de uma pesquisa em que tenham surgido preocupações sobre


sua exatidão científica ou ética devem ser preservados até que essas preocupações
sejam completamente resolvidas. Após a publicação dos resultados de uma
pesquisa, os registros devem estar disponíveis para outros pesquisadores,
permitindo que verifiquem a precisão da pesquisa, realizem replicação ou deem
continuidade a ela. A acessibilidade dos registros só pode ser restringida por
motivos éticos ou legais. (SÃO PAULO, 2014)

IV. Conflito de interesses e declaração de más condutas cientificas.

Existe um potencial de conflito de interesses quando o pesquisador se


encontra em situações em que a presença de interesses legítimos de outra
natureza, além do interesse em promover o avanço da ciência, pode ser
razoavelmente percebida por ele mesmo ou por terceiros como um conflito que
prejudica a objetividade e imparcialidade de suas decisões científicas, mesmo que
isso ocorra independentemente do seu conhecimento e vontade. (SÃO PAULO,
2014)

Diante dessas circunstâncias, o pesquisador deve avaliar cuidadosamente,


levando em consideração a natureza e a gravidade do conflito, se está apto a tomar
as decisões necessárias. Em alguns casos, pode ser apropriado que o pesquisador
se abstenha de tomar essas decisões. Caso o pesquisador esteja convencido de
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que um potencial conflito de interesses não afetará a objetividade e imparcialidade
das suas decisões científicas, é fundamental que a existência desse conflito seja
claramente e expressamente comunicada a todas as partes envolvidas no momento
em que as decisões são tomadas. (SÃO PAULO, 2014)

V. Avaliação pelos pares.

Todo pesquisador com credenciamento para solicitar auxílios e bolsas deve


estar disponível para emitir pareceres de mérito científico sobre assuntos
relacionados à sua área de expertise, sempre que solicitado, salvo em casos de
potenciais conflitos de interesse ou por motivos de força maior. Ao emitir pareceres
de mérito científico solicitados, é essencial que o interesse em realizar uma
avaliação científica precisa do documento em questão prevaleça sobre quaisquer
outros interesses, mesmo que legítimos. Em particular, divergências de opiniões
científicas não devem ser consideradas razões suficientes para emitir um parecer
desfavorável ao mérito científico do documento avaliado. (SÃO PAULO, 2014)

VI. Más condutas científicas.

A má conduta científica refere-se a qualquer comportamento de um


pesquisador que, intencionalmente ou por negligência, viole os valores e princípios
que definem a integridade ética da pesquisa científica e das relações entre
pesquisadores, conforme estabelecido neste código. É importante ressaltar que a
má conduta científica não deve ser confundida com erros científicos cometidos de
boa fé ou com divergências honestas em assuntos científicos. (SÃO PAULO, 2014)

A gravidade de uma má conduta científica é determinada pela evidência de


intenção de fraude ou pela negligência grave com que foi praticada. De maneira
geral as más condutas graves mais comuns são: fabricação de resultados que não
foram obtidos, falsificação de dados ou resultados e plágio. É dever de todo
pesquisador não promover, seja por ação ou omissão, a ocorrência ou ocultação de
más condutas científicas. É importante destacar que fornecer informações falsas,

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intencionalmente ou por negligência, sobre a ocorrência de possíveis más condutas
científicas é considerado má conduta científica. (SÃO PAULO, 2014)

VII. Sobre a responsabilidade das instituições de pesquisa

A preservação da integridade ética da pesquisa científica é uma


responsabilidade compartilhada entre as instituições de pesquisa e os
pesquisadores individuais. As instituições desempenham um papel fundamental ao
promover uma cultura de boa conduta científica entre os pesquisadores e
estudantes afiliados a elas, além de serem responsáveis pela prevenção,
investigação e punição de más condutas científicas que ocorram em seu ambiente.
(SÃO PAULO, 2014)

Cada instituição de pesquisa deve estabelecer políticas e diretrizes claras


para lidar com questões relacionadas à integridade ética da pesquisa. Além disso,
todos os periódicos científicos devem implementar regularmente procedimentos para
identificar más condutas científicas durante o processo de avaliação de trabalhos
submetidos para publicação. Caso seja comprovada a ocorrência de má conduta
científica que possa ter comprometido o valor científico de um trabalho já publicado
em um periódico, este deve prontamente divulgar de forma clara e explícita tal
ocorrência em seu próximo número. (SÃO PAULO, 2014)

VIII. Referências

SÃO PAULO, Secretaria de Desenvolvimento econômico, ciência e tecnologia.


Código de boas práticas científicas. São Paulo, 2014.

SCIELO. Guia de boas práticas para o fortalecimento da ética na publicação


científica [online]. SciELO, 2018. Disponível em:
<https://wp.scielo.org/wp-content/uploads/Guia-de-Boas-Praticas-para-o-
Fortalecimento-da-Etica-na-Publicacao-Cientifica.pdf> . Acesso em: 15 jun. 2023.

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