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Duarte 2000 Cap 5 Conhecimento Fonológico
fl ied [Rasey[Rise] / Jal Bil ['moru}['mugu] / fof ful ['medu}/{'mudu] / elu nasais —['métul/{'mitu] / —/@/— i! ['pstiV'poti] / [fitey['fite] / Al Bil [sdbre[J/('sobraf] / 8) fo! ['miiduy/{‘mudu] / —/i/ ful ‘Alguns destes fonemas tém apenas um fone (uma tinica realizagao foné- tica): € 0 caso de /f/, cuja tinica realizago fonética possivel é [f]. Mas hé alguns fonemas com mais do que uma realizagéo fonética possivel (alofo- nes): € 0 caso de /b/, com os alofones (b] ¢ [f]. Em seguida, enunciam-se alguns fonemas do Portugués que apresentam mais do que uma realizacdo fonética possivel, os alofones desse fonema, identificados pela nio altera- do de significado apés a comutaco dos sons: Exemplos de alofones no Portugués Pares minimos Ortografia Fonema e respectivos alofones [(abe}/('aBe} / fi = (by) (‘fade){' fade] i fal - —[AV/{O] ['agete)/['ayete] / /g/ - (gliyl* Outro caso de variagio alof6nica no Portugués remete para o fonema /V. © qual pode assumir dois formatos fonéticos, [1] ou [#], conforme o seu contexto de ocorréncia: (i) em infcio de sflaba, s6 [I] € possivel ((lagu) > Em tenmos acolo os sors dos pares (HVS) VS) © (aV/lyl sto semethantes entre s, excepto 90 tipo de ‘bsructo & pasagem doar na cavidade ora: (8, dg) sf0 cekuiva, logo, sio produc as com obstruggo total: [G.S.y) #0 ostusivas feat ade, ou se, sho produridas com aproximagSo. mas so com toque dos ariculadres, 231suas excepgies & name reza fiona de (2, i} ocomem om (e] antes de consounte sasal (cama [kemel) © ée contoante palatal (enka Cape, 0 formato das regras ou dos princpies que dio cont dos processos forclisicos depen- fe ingusgem formal aop- tade em cada modelo teseico ‘srimatcal Uma ver que © ‘objective desta sega € 0 de ‘eplictar alguns processos foroigicos do Portage sem dope neahum quadro teé- ‘ico espectico, as regras ‘enconadas serio presente as apenas enquanto desei- gio do fenémeno em bservagio mas nfo formal- tadss (para & uizagio de regeas fonolésicas escrias ‘ua lingoagem formal, con sulte-se Mateus, Andeade, Viana e Villalva (1980) ¢ Faria, Pedro, uate € Gouveia (1996), 232 endo *{'tagu); ['falu] e nao *['fatu]); (i) em final de sflaba, s6 [2] € pos- stvel ({'mel] e nfo *['mel]; {'matte] e nao *{'malte]). Assim, o fonema item dois alofones em Portugués, [1] ¢ {21, cuja ocorréncia é dependente do contexto. Finalmente, as vogais [2] ¢ [i] sao também casos de variacao alofénica no Portugués. Por ocorrerem geralmente” em posicdo dtona, diz-se que sio alofones de um fonema com o formato da vogal que surge em posigio t6nica ({'peku}/[pi' kar}; {'seku}/[si' kar); [‘sakul/[se 'kac]). Sumario Em sintese: + no é 0 facto de os falantes de uma lingua saberem articular um som, {que toma esse som um elemento do inventirio fonético dessa lingua; + oinventério fonético de uma Iingua (0 conjunto de sons usados nessa lingua para a produgio de fala) pode ser mais lato do que 0 seu inventétio fonolégico; + 0 inventario fonolégico de uma lingua € 0 conjunto de representa- Wes abstractas dos sons com funcdo gramatical nesse sistema lin- guistico (os fonemas); + adeteccdo de fonemas de uma lingua € feita pelo processo de comu- taco em pares minimos, segundo o qual se determinam 0 formato dos fonemas e as suas realizagdes fonéticas possiveis. Actividades: p. 260 5.4. Processes fonolégicos Como foi referido anteriormente, existem segmentos ou grupos de seg- mentos (as classes naturais) que sofrem ou provocam sistematicameate as mesmas mutagdes em determinados contextos (os processos fonolé- gicos), Porque so sistematicos numa dada lingua, esses processos fonolégicos integram o médulo fonolégico da gramética sob a forma de regras ou de principios’*, Os processos fonolégicos mais frequentes nas linguas do mundo podem ser distribuidos pelos cinco tipos que se seguem: yyTipos de processos fonolégicos + insercdio: produgdo de um segmento que ndo existe na representa- io fonoldgica (em alguns dialectos do Portugués, [ ‘aze] é produzido como [ej'aze}, com insergao de uma semivogal); + supressfio: apagamento de um segmento que esté representado na forma fonoldgica da palavra (em situagdo de fala espontinea, a vogal [3] do Portugués desaparece, como em [t'Kacu] para [ti!Sadu) ou em (R'pa/tu) para [Ri'paftu] ); + assimilagdo: identificagio (total ou parcial) de um segmento com tum outro segmento contextualmente préximo (em Portugués, uma fricativa palatal em final de sflaba adquire 0 vozeamento da con- soante seguinte, como em ['kaJtu] ([[] é nao vozeado por- que [t] € nao vozeado) ¢ em ['muggu] ([3] € vozeado porque [g] € vozeado)); jmilagdo: diferenciago de um segmento relativamente a um outro segmento contextualmente préximo (nos pares [‘lepe\/["lepe] e ['tede/{'tede], a vogal [e], produzida em alguns dialectos do Portugués, ¢ transformada em (e] no Portugués europeu padrio por afastamento das propriedades da vogal em relagio as do segmento que a segue); «+ metitese: transposigdio das posigdes dos segmentos (0s exros *fivile' sev] para [ilive'sdW] e *{difperetizar} para [difperezi'tar] “, constituem exemplos de metétese na produgdo de duas consoantes da palavra). Observem-se agora alguns processos fonolégicos do Portugués que envol- yer consoantes. Retome-se o primeiro exemplo que foi dado, neste cap- tulo, de ocorréncia sistemitica de um processo fonolégico no Portugués, 0 da alternfncia na qualidade da fricativa que marca 0 plural, condicionada pelo formato do segmento inicial da palavra seguinte: Produgio da marca do plural em Portugués I u a {ef kazef] [3 'daduf] [uz ‘aévul] {ufpé'cigul] [e3 "bolef] [ez'arjef] ef ‘tokef] [ug ‘gatuf] [ez ‘abef] 233 Ce234 © proceso em causa consiste numa assimilacdo, A consoante fricativa final da palavra assimila propriedades do segmento inicial da palavra seguinte: por exemplo, o [J] do determinante € néo vozeado porque 0 seg- mento seguinte ({k]) € no vozeado ((ef "kaze{1); 0 [3] do determinante vozeado porque 0 segmento seguinte ({d]) € vozeado ({ug ‘daduf}). A obser- vacio do comportamento de (f] em final de palavra-teva & formulagao da regra que dé conta do processo fonolégico em causa: — uma consoante fricativa em final de palavra produz-se como [f] antes de consoante nao vozeada; — uma consoante fricativa em final de palavra produz-se como [3] antes de consoante vozeada; — uma consoante fricativa em final de palavra produz-se como [2] antes de vogal. O proceso de assimilag&o do vozeamento da consoante seguinte também se verifica quando a fricativa palatal ({{] ou [3]) se encontra em final de sflaba, no interior da palavra: Fricativas palatais em final de sflaba, dentro da palavra 1 u (pafte] ['muggu] Upisku] ('agnu] — ['Rafpe] [fisge] ('kafke] ['megmu] (‘sefte} (rugge] Tal como em final de palavra, também dentro da palayra: — uma consoante fricativa em final de sflaba € produzida como [J] antes de consoante néo vozeada; — uma consoante fricativa em final de silaba é produzida como [3] antes de consoante yozeada. Um outro proceso fonol6gico do Portugués relaciona-se com a produgao da lateral alveolar. Como foi ja afirmado, 0 fonema /V/ pode assumir dois formatos fonéticos ((I] ou [#}), conforme o seu contexto de ocorréncia. O {11 ocorre apenas em infcio de sflaba; o (4] ocorre apenas em final de sflaba. Vejam-se os seguintes exemplos: