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Praticas Integradas em Saúde

II

Profs. Vanessa Maria Panozzo,

Material Elaborado para fins didáticos


Qual é a minha experiência com a
politica de saúde?

Narrativas.....
Problematização da realidade ?!?

PROCESSO ESTADO
HISTÓRICO

CONCEPÇÃO
DE SAÚDE
PROJETO DE
SOCIEDADE
Gênese da Política de Saúde no Brasil

▪ Final do Séc. XIX - As práticas sanitárias para o controle de doenças


que ameaçavam a manutenção da força de trabalho livre (fim da
escravidão) e a expansão das atividades econômicas no espaço da
cidade e outras áreas do campo, quando a cafeicultura era
hegemônica na economia (Costa, 1986).
▪ Campanhas Sanitárias, com o objetivo de higienizar as áreas urbanas
das epidemias. Influência europeia da descoberta da bacteriologia.
 Medicina e saúde pública eram entendidas como campos distintos;
a primeira para curar através da clínica, patologia e terapêutica, e a
segunda para prevenir doenças, prolongar e promover a saúde
através da higiene e da educação sanitária (Merhy; Queiroz, 1993).
 Assistência médica, centrada na prática liberal, nas instituições de
cunho caritativo e filantrópico - Santas Casas e Beneficência de
grupos de imigrantes - destinados aos pobres e indigentes.
Processo histórico da politica de saúde
▪Século XX: saúde pública - higienismo - controle das epidemias
e generalização de medidas de imunização - trabalho de
Oswaldo Cruz.
▪Fortalecimento do movimento operário e sindical impulsionou o
governo na criação de legislações sociais para responder à
demanda do mundo do trabalho:
▪1ª Lei de Acidentes de Trabalho em 1919.
▪Lei Carlos Chagas, em 1921, com ampliação dos serviços de
saúde pela ação estatal –
▪Criação das CAPS (Lei Eloy Chaves, 1923) : classes de
trabalhadores mais organizados, ferroviários, marítimos,
comerciários, bancários, industriários, servidores, empregados
em transportes e cargas
1940-1960
▪O Salário Mínimo é criado pela Constituição de 1934 e
regulamentado por Decreto em 1938. Somente em 1940 inicia
sua aplicação, com a publicação da sua primeira tabela.
▪Criação SENAI, SESI, SESC, LBA (1942)
▪Criação de políticas trabalhistas, salário mínimo e jornada de
8 horas – CLT (1943)
▪Reconhecido o direito de greve (1946)
▪Ideologia desenvolvimentista: desenvolver o país via
crescimento econômico - 1956 - 1960 “Anos JK”
▪Período transitório, com mudanças de vários presidentes
Politica social no período da Ditadura
Militar
• Milagre brasileiro, com a produção em massa de bens
duráveis (automóveis e eletrodomésticos) e expansão do
mercado interno de consumo;
• Internacionalização da economia brasileira;
• Agravamento das condições de vida da população;
• Expansão dos direitos sociais o mesmo tempo que houve
restrições dos direitos civis e políticos;
• Enfrentamento da questão social em forma de mix de
repressão e assistência, visando manter sob controle as
forças do trabalho → forte incremento da política social
brasileira (Behring; Boschetti, 2006).
• Centralização e concentração do poder na tecnocracia
(retirada dos trabalhadores da gestão)
• Criação de fundos e contribuições sociais como forma de
auto financiamento: FGTS, PIS-Pasep, Finsocial, FAS, Salário
educação.
ALGUNS APONTAMENTOS...

Previdência Social (1966) – unificação dos Institutos


 Acidentes de trabalho (1967)
 Funrural, para trabalhadores rurais, sem recolhimento de contribuição
(1971)
 Cobertura previdenciária para:
◦ Empregados domésticos (1973),
◦ Jogadores de futebol (1973),
◦ Autônomos (1973),
◦ Ambulantes (1978)

 Criação do BNH, com forte incremento da construção civil na construção


de moradias populares.
“[...] o bloco militar-tecnocrático-empresarial buscou adesão e legitimidade
por meio da expansão e modernização de políticas sociais” (Behring;
Boschetti, 2006).
Política de saúde no Brasil no período da Ditadura Militar:

*Desmantelamento dos poderes estaduais e municipais,


intensificando a centralização da política de saúde; ausência
de debate nos níveis regional e local; implantação de reformas
institucionais;
* Implantado o sistema de “cuidados médicos individuais como
padrão de saúde”, que orienta um crescimento avassalador
da produção quantitativa de atos médicos, com consequente
construção (financiada pelo setor público) de grande número
de hospitais, laboratórios e serviços privados e a multiplicação
de egressos das faculdades de medicina e de odontologia.
* A centralização e a concentração do poder institucional
desenharam um quadro de curativismo e de medicalização
ímpar na história do país.
* Privatização de serviços sociais: ensino universitário e
secundário e Atenção hospitalar
Processo de mudança...
 Os anos 1980 - grave crise econômica, política e social que
agravou as condições de qualidade de vida de camadas
da população brasileira. Resultou na incapacidade do
governo financiar o setor da saúde.
 O campo acadêmico, os movimentos sociais e as
categorias profissionais comprometidas com mudanças,
denunciam as condições de saúde da população, o
centralismo autoritário do regime militar e propõem
alternativas para a construção de uma nova política de
saúde efetivamente democrática, tendo como
componentes essenciais a descentralização, a
universalização e a unificação no setor – Movimento da
Reforma Sanitária
Reforma Sanitária

 [...] refere-se a um processo de transformação da


norma legal e do aparelho institucional que
regulamenta e se responsabiliza pela proteção à
saúde dos cidadãos e corresponde a um efetivo
deslocamento do poder político em direção às
camadas populares, cuja expressão material se
concretiza na busca do direito universal à saúde e
na criação de um sistema único de serviços sob a
égide do Estado (Teixeira, 1989).
 Mobilização nacional para as eleições estaduais de 1986 e para a convocação
da Assembleia Nacional Constituinte, criando as condições para a realização da
8ª Conferência Nacional de Saúde (1986), um dos eventos mais significativos de
sedimentação das propostas que vinham sendo construídas e de
encaminhamento para uma legitimidade social e política na área da saúde.
 Os princípios de universalização, descentralização, participação, e o conceito
de que a saúde é direito de todos e dever do Estado, foram objeto de uma
grande mobilização para que fossem adotados na elaboração da nova
Constituição Federal, no período da transição democrática.

PRÉ
CONSTITUIÇÃO
DE 1988
A CONSTRUÇÃO DO SUS
▪ Debate nacional sobre a questão da saúde, o governo
criou o Sistema Unificado e Descentralizado de Saúde -
SUDS, para contribuir na consolidação e o desenvolvimento
qualitativo das AIS.
▪ O SUDS estabeleceu a reorganização das atribuições dos
três níveis de poder, numa ação conjunta inédita da
Ministério da Saúde e da Previdência Social, dando ênfase
ao nível estadual.
▪ Instituiu a criação de colegiados como as Comissões
Interinstitucionais de Saúde no âmbito estadual e municipal.
▪ O SUDS alterou o papel do INAMPS, que passou a ter as
funções de planejamento, orçamentação e
acompanhamento do sistema de saúde, deixando de ser
prestador de serviço
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE- SUS
▪ Apesar dos obstáculos, o SUDS sobrevive até a aprovação da Lei
Orgânica da Saúde, em 1990, esta possível porque as forças sociais
organizadas em prol do movimento de reforma sanitária, conseguiu
incorporar suas premissas na Constituição Federal de 1988.
▪ Inovação na aplicação do princípio da Seguridade Social, que
rompe com a lógica histórica de cidadania regulada: direito a saúde
somente àqueles que, pela sua condição de trabalhador, são
contribuintes da Previdência Social.
▪ Adoção do princípio da Universalidade = cidadania plena

Seguridade Social: Resultante de lutas sociais e processo de democratização.


Conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da
sociedade, destinados assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à
assistência social, CF 1988, Art. 194
O que é SAÚDE ????
ASSISTÊNCIA
SOCIAL
A saúde tem como fatores determinantes e
condicionantes, entre outros, a
alimentação, a moradia, o saneamento
básico, o meio ambiente, o trabalho, a SAÚDE
renda, a educação, o transporte, o lazer e
o acesso aos bens e serviços essenciais; os
níveis de saúde da população expressam
a organização social e econômica do
País.
( BRASIL- LEI 8080/90)

INTEGRALIDADE
O QUE EXISTE DE
INTERSETORIALIDADE
RECURSOS?
EQUIPAMENTOS?
SERVIÇOS?
DIREITOS= CIDADANIA
Para nos acompanhar como
trabalhadores da saúde...

CUIDADO EM SAÚDE-ANTES DE
CUIDADO EM SAUDE PÓS -1988
1988
• Concepção de saúde como • Concepção de saúde a partir dos
ausência de doença determinantes e condicionantes
• Serviços –equipamentos utilizados • Serviços ofertados a partir de uma
apenas para aqueles que eram concepção de universalidade,
vinculados ao trabalho formal hierarquização e integralidade
• Modelo médico hegemônico, sem • Práticas multiprofissionais-inter(?) para a
articulação multiprofissional, relação do conceito de integralidade
apenas para uma concepção de
• Práticas emancipadoras com uma
“cura” da doença
• Práticas prescritivas/ tecnicistas
relação horizontal com o usuário-ELE
• Perspectiva de Estado liberal participa do processo
• Estado democrático de direito
O cenário do Brasil hoje...

As consequências no Brasil do cenário de


crise econômica, social e política mundial:
desfinanciamento, redução do papel do
Estado, ampliação da privatização:
“ As disputas na sociedade por projetos
universais e privatistas seguem em curso,
entremeados por várias crises econômicas, e
agravada pela contrarreforma do Estado”
(Borón, 1999).
Continuamos na Luta!!!
Referências
BEHRING, E.R.; BOSCHETTI, I Política Social- fundamentos e história. São Paulo: Cortez,
2006 (biblioteca básica do serviço Social, v.2).
BORÓN, A. Os Novos Leviatãs e a Polis Democrática: neoliberalismo, decomposição
estatal e decadência da democracia na América Latina. In: SADER, E.; GENTILI, P.
(Org.). Pós-Neoliberalismo II: que estado para que democracia?. Petrópolis, RJ:
Vozes, 1999.
COELHO, VS; DIAS, M. Saúde e desigualdade no Brasil. In: ARRETCHE, M. (Org.):
Trajetórias das desigualdades: como o Brasil mudou nos últimos cinquenta anos, São
Paulo, Editora Unesp, 2015.
COSTA, Nilson do Rosário. Lutas urbanas e controle sanitário: origens das políticas de
saúde no Brasil. 2. ed. Petrópolis: Vozes; Rio de Janeiro: ABRASCO, 1986.
FLEURY, S. Seguridade social: a agenda pendente. Saúde em Debate, Rio de Janeiro,
v. 27, n. 65, p. 414-424, set./dez. 2003.
MERHY, Emerson; QUEIROZ, Marcos. Saúde pública, rede básica e o sistema de saúde
brasileiro. Cadernos de Saúde Pública. v. 9, n. 2. Rio de Janeiro, abril e junho, 1993.
NORONHA, José Carvalho; LEVCOVITZ, Eduardo. AIS - SUDS - SUS: Os caminhos do
Direito à Saúde. In: GUIMARÃES, Reinaldo & TAVARES, Ricardo (org.). Saúde e
Sociedade no Brasil: anos 80. Rio de Janeiro: Relume-Dumará, 1994.
TEIXEIRA, Sonia Fleury (org.) Reforma sanitária: em busca de uma teoria. São Paulo:
Cortez; Rio de Janeiro: ABRASCO, 1989.

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