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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO 3º VARA DE FAMILIA

DO FORUM REGIONAL DE MADUREIRA

Processo Nº: 0035464-66.2017.8.19.0202

CHAYANE CRISTINE DE LIMA FERREIRA, brasileira, solteira, do


lar, portador da cédula de identidade nº: 28.240.061-3 expedido pelo DETRAN/RJ,
inscrito no CPF/MF sob o nº. 154.134.687-41, residente e domiciliada Estrada do Sape,
432, casa 01-A, CEP: 21550-010, tempestivamente, por meio de seu advogado
(procuração - doc 1), apresentar CONTESTAÇÃO, com fundamento no Código de
Processo civil, em face de LUAN PHILIPPE MONTEIRO GOMES, já qualificado no
processo em epigrafe, , pelo que expõe e requer a Vossa Excelência o seguinte.

DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA

Inicialmente a autora, requer o benefício da Gratuidade de Justiça, por


não ter condições de arcar com as despesas da ação judicial, sem prejuízo de seu próprio
sustento e o de sua família, juntando, neste ato, a declaração, de acordo com a Lei
nº.1060/50, modificada pela Lei nº. 7.510/86, estando caracterizado a hipossuficiência
processual do mesmo. (doc.anexo)

I) DA AÇÃO PROPOSTA

Segundo a parte autora ele teve um relacionamento amoroso com


a Ré, e em decorrência dessa relação gerou-se um filho que atualmente possui 5
anos.
A guarda da menor sempre foi de convívio em comum, haja
vista,a proximidade das residências..

Alega de forma estranha que após o primeiro ano de vida, o menor


passou a residir única e exclusivamente com o pai.

Ora senhor julgador a alegação do autor não tem qualquer nexo,


posto que, praticamente eles moravam na mesma rua.
Ainda suscitou que a Ré jamais arcou ou ajudou com as despesas
do menor. Todas as despesas sempre foram arcadas pelo Autor e os avós paternos da
criança.

Senhor Julgador a Ré com uma criança pequena como poderia


trabalhar?

O autor da ação é sustentado pelos seus pais, também unca


trabalhou.

Ironicamente suscita o autor que ao ser questionada sobre o local


para onde a criança iria a Ré não deu informações e disse simplesmente que iria leva-
lo porque “ é a mãe dele” e que somente queria saber se o Autor continuaria a arcas
com as despesas da criança.

Ora senhor julgador a grande realidade é que o autor ficou com


inveja, haja vista, que a Ré iniciou novo relacionamento e por sua vez mudou de local
de moradia, longe dos olhares maldosos do autor.

O autor requer, ainda, que a guarda seja exclusiva do mesmo.

Antes de se debruçar sobre a fundamentação jurídica do caso em


questão, faz-se necessário esclarecer algumas situações:

II) DA DEFESA DO MÉRITO


A pretensão do autor é de obter a guarda e por sua vez evitar
pagamento de pensão futuro.

Inicialmente, cumpre destacar que não se confunde o direito de


guarda com o direito de guarda alternada. Naquela compartilham-se as
responsabilidades, mesmo que o menor venha a pernoitar apenas na casa do pai, ou
apenas na casa da mãe. Já nesta alternam-se os dias que a criança ficará sob a
guarda do pai e sob a guarda da mãe (sendo, por exemplo, 15 dias com um, 15 dias
com outro).

Deve-se observar, ainda, que o interesse da criança é soberano e


indisponível. O compartilhamento da guarda da criança entre o requerente e
requerida certamente prejudicará o bom desenvolvimento da mesma, pelos seguintes
motivos: pelos pais não possuírem uma relação harmônica, pela menor possuir
problemas de saúde e por isso precisa de cuidados especiais, pelo pai não conviver
com a criança, e assim ocorrerá uma mudança brusca na rotina dela e pelo autor
morar com o seu companheiro em lugar ermo com constantes discussões. O que está
em pauta é o “Princípio do Melhor Interesse da Criança.

Vejamos o entendimento dos tribunais acerca do assunto:

AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE ALTERAÇÃO DE GUARDA.


GUARDA COMPARTILHADA. Em se tratando de discussão sobre
guarda de criança, é necessária a ampla produção de provas, de
forma a permitir uma solução segura acerca do melhor interesse da
infante. Para que a guarda compartilhada seja possível e
proveitosa para o filho, é imprescindível que exista entre os pais
uma relação marcada pela harmonia e pelo respeito, onde não
existam disputas nem conflitos, mas, no caso, diante da situação
de conflito, a guarda compartilhada é descabida. NEGADO
SEGUIMENTO AO RECURSO. Agravo de Instrumento Nº
70066152943, Sétima Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS,
Relator: Liselena Schifino Robles Ribeiro, Julgado em 18/08/2015
((grifo nosso).

Guarda de filho. Interesse da criança. Guarda compartilhada.


Visitas. 1 –A guarda compartilhada é recomendável. Visa a
continuidade das relações de parentalidade, a preservação do bem-
estar e a estabilidade emocional dos filhos menores. No entanto, se
os pais mantêm relacionamento conflituoso, não se recomenda a
guarda compartilhada. 2 - Tratando-se de criança que, desde a
separação do casal está sob a guarda da mãe, que lhe dispensa os
cuidados básicos com a criação, educação e formação,
recomenda-se manter a guarda da menor com a mãe. 3 –
Concedida a guarda da menor à mãe, deve-se resguardar o direito
de visitas do pai, cuja regulamentação deve priorizar os interesses
da criança sobre os dos pais. 4 – Apelações providas em parte. TJ-
DF - APC: 20120110811689 DF 0022461-74.2012.8.07.0001, Relator:
ANA CANTARINO, Data de Julgamento: 25/02/2015, 6ª Turma Cível,
Data de Publicação: Publicado no DJE: 10/03/2015. Pág.: 434 (grifo
nosso)

Ressalta-se, também, que a guarda não se confunde com a


extinção dos alimentos ao menor.

O autor, conforme já mencionado, tem expectativas de exonerar-


se da obrigação de prestar alimentos de seu filho, utiliza do fraco argumento de um
suposto abandono para exonerar-se de seus deveres de pai quanto à saúde
alimentação e outros auxílios à sua filha.

Desta forma, pede-se esclarecimento por parte do autor: Ele


objetiva compartilhar a guarda da criança para dar-lhe carinho e amor necessários a
seu desenvolvimento, ou para não precisar mais contribuir para sua subsistência
de forma digna? Destaca-se, entendimento do Egrégio Tribunal de Minas Gerais,
onde não exclui o dever de alimentos devido ao compartilhamento de guarda:
APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE DIVÓRCIO CONSENSUAL.
ALIMENTOS PARA OS FILHOS. GUARDA COMPARTILHADA.
REDUÇÃO. A guarda compartilhada não exclui o pagamento de
pensão alimentícia, pois o que se compartilha é apenas a
responsabilidade pela formação, saúde, educação e bem estar dos
filhos, e não a posse dos mesmos. Não atendido o binômio
necessidade - possibilidade que trata o§ 1º do
art. 1.694 do CCB/02, devem ser alterados os alimentos fixados em
primeiro grau, cabendo a sua redução, quando o alimentante
demonstrar a impossibilidade de prestá-los. Recurso conhecido e
provido. Número do processo Relator: Des.(a) ALBERGARIA
COSTA Data do Julgamento: 20/08/2009 (grifo nosso)

Ademais, deve-se ser feito estudo social através de equipe


interdisciplinar (assistente social, psicólogo dentre outros profissionais) com o fito de
demonstrar se o requerente teria condições para o exercício de possível guarda da
filha da requerida. Pois como dito anteriormente, o que está sendo analisado é melhor
interesse da criança. Retirá-la de um local onde está sendo dado todo apoio, carinho
e cuidados com sua saúde apenas para exonerar-se da obrigação de pai para
alimentos seria um disparate.

Conforme art. 1.584 § 3º do código civil brasileiro:

Art. 1584.(...)

§ 3º. Para estabelecer as atribuições do pai e da mãe e os períodos


de convivência sob guarda compartilhada, o juiz, de ofício ou a
requerimento do Ministério Público, poderá basear-se em
orientação técnico profissional ou de equipe
interdisciplinar. Código Civil brasileiro. Artigo 1.584, § 3º

DA ALIENAÇÃO PARENTAL

A alienação parental ocorre quando um dos ex-cônjuge, ou ex-


companheiro, com ou sem auxílio de outros parentes consanguíneos ou afins realizam
uma série de atos para denegrir, criticar, desvalorizar a imagem, integridade,
competência do outro ex-cônjuge, ou ex- companheiro para os seus filhos, isto no
intuito de afastar do convívio, excluir da vida dos filhos o ex- companheiro, como
ocorrido no caso em questão.

Cabe observar as atitudes tomadas pela parte autora no decorrer


deste processo configuram de plano a alienação parental. Logo quando ocorreu a
separação, , a parte requerida ainda conseguia visitar e estar com seu filho, seus bens
maiores, seu maior motivo de felicidade e alegria, o problema começou a se instalar
nos anos adiante, a parte autora juntamente com seus familiares começaram a criar
problemas com a Ré.

A alienação parental tem vários graus, a saber: grau leve, em que a


alienante começa a proibir as visitas ou a dificultá-las, grau médio, em que a alienante
faz o possível para excluir da vida dos filhos o seu genitor, faz programas interessante
nos dias de visita do genitor, toma celulares para evitar comunicação dos menores com
o seu genitor, muda de endereço sem avisar em nenhum momento a pai dos menores,
grau grave, em que ocorre acusações falsas de abuso sexual aos filhos menores, o
genitor é privado terminantemente de ver os filhos pela parte autora, acusações falsas
de violência doméstica, a parte requerida usa de terrorismo psicológico para evitar o
contato, o encontro ou a comunicação dos seus filhos com o outro genitor.

No caso em comento, a alienação parental se enquadra no GRAU


MÉDIO. Portanto, a parte requerida pretende provar todo o alegado pelo depoimento
da parte autora, depoimento dos seus filhos menores, depoimento de testemunhas e os
documentos em anexo, que sem nenhuma dúvida irão sustentar esta tese.

III) DOS PEDIDOS E REQUERIMENTOS

Por todo o exposto, requer a Vossa Excelência o seguinte:

Requer publicações em nome do Dr. ALEXANDRO DO


NASCIMENTO OAB/RJ 148.226.
A improcedência da Inicial e, via de consequência, a procedência
da Contestação apresentada.

Os benefícios da justiça gratuita, por ser a Requerida pobre no


sentido legal, conforme declaração em anexo;

A produção de todos os meios de provas admitidos no Direito,


sendo testemunhal (cujo rol segue abaixo) devendo as mesmas serem intimadas,
documental, pericial (estudo social), depoimento pessoal e ulterior juntada de
documentos;

Nestes Termos,
Pede Deferimento.

Rio de Janeiro, 26 de Fevereiro de 2018.

ALEXANDRO DO NASCIMENTO
OAB/RJ 148.226

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