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DISCIPLINA DE HISTÓRIA

Turma: A N˚: 04
11ª Classe

Tema:
Historiografia do século XX: A Crise da história do século xx, A escola dos
Annales e a história nova

Nome da Aluna: Docente:


Assmah Aiob Hussein Ismail

Beira, Maio de 2023


Índice
1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 3

1.1 Objectivos do trabalho ............................................................................................................ 4

1.1.1 Objectivo geral: ........................................................................................................... 4

1.1.2 Objectivos específicos ................................................................................................. 4

1.2 Metodologia do trabalho ou metodologia da pesquisa de trabalho .................................... 4

2. DESENVOLVIMENTO......................................................................................................... 5

2.1 A Crise da história do século xx ......................................................................................... 5

2.2 A escola dos Annales .......................................................................................................... 6

2.3 História Nova ...................................................................................................................... 8

3. CONCLUSÃO....................................................................................................................... 11

Referencias Bibliográficas ....................................................................................................... 12


1. INTRODUÇÃO

Este trabalho tem como tema Historiografia do século XX, onde vai destacar dois pontos
principais de abordagem: A Crise da história do século xx e A escola dos Annales e a história
nova.

Fala-se dentro do presente trabalho que a crise da história, se refere a um processo histórico
ligado à historiografia, no qual esta já não mais conseguiria lidar com as diferentes demandas por
produção e disseminação do conhecimento histórico no presente. Esta crise também pode ser
observada no que se refere à legitimidade da historiografia como conhecimento especializado
sobre o passado e dos historiadores como portadores deste conhecimento frente a sociedade.

Trata-se de um tema bastante importante para seu desenvolvimento, tendo em conta que a mesma
ajuda compreender sobre os factos históricos que ocorreram no século xx, principalmente,
relacionados com a crise da história do século xx e a escola dos annales e a história nova.

Neste sentido, o objectivo geral do presente trabalho é de conhecer Historiografia do século XX,
sendo que os objectivos específicos desvendar a crise da história do século xx; e explicar a escola
dos annales e a história nova.

Para o alcance desses objectivos foi usado como metodologia a pesquisa bibliográfica, que
consistiu na pesquisa livros e internet, com informações que relacionam-se com o tema da
presente pesquisa.

Para terminar, importa dizer que este trabalho foi realizado com base na metodologia de pesquisa
bibliográfica. E apresenta uma estrutura de três partes: introdução que contem apresentação do
tema, objectivo do trabalho e metodologia, sem descorar de estrutura do trabalho.
Desenvolvimento que aborda sobre textos normativos e os demais subtemas que constitui o
trabalho. A terceira parte da conclusão que apresenta as ideia finais e aspectos de reflexão que
enquadra o tema já abordado.

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1.1 Objectivos do trabalho

1.1.1 Objectivo geral:

 Conhecer Historiografia do século XX.

1.1.2 Objectivos específicos

 Desvendar a crise da história do século xx; e


 Explicar a escola dos annales e a história nova.

1.2 Metodologia do trabalho ou metodologia da pesquisa de trabalho

Para o alcance desses objectivos foi usado como metodologia a pesquisa bibliográfica, que
consistiu na pesquisa livros e internet, com informações que relacionam-se com o tema da
presente pesquisa.

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2. DESENVOLVIMENTO

2.1 A Crise da história do século xx


A crise da história, se refere a um processo histórico ligado à historiografia, no qual esta já não
mais conseguiria lidar com as diferentes demandas por produção e disseminação do
conhecimento histórico no presente. Esta crise também pode ser observada no que se refere à
legitimidade da historiografia como conhecimento especializado sobre o passado e
dos historiadores como portadores deste conhecimento frente a sociedade.

Por estar inserida em um processo onde a percepção da distância entre passado, presente e futuro
se modifica, fazendo com que as formas desenvolvidas para se lidar com as demandas históricas
do passado já não se aplicam às demandas do tempo presente, entende-se que a crise da
historiografia está fortemente ligada a uma crise do tempo (BURKE,1991).

Entre as várias correntes historiográficas da segunda metade do século o Positivismo tornou-se a


corrente preponderante. É o mesmo que dizer que no final do século predominava uma História
científica, factual, política e cronológica.

Entretanto, o Historicismo atenuava a visão estritamente positivista, reduzindo a ânsia de


encontrar leis e prever o futuro, destacando o papel activo do historiador e realçando a
subjectividade e a relatividade do conhecimento histórico.

A partir de princípios do século XX a condição de ciência privilegiada, de que a História gozava,


começou a ser posta em causa devido a vários factores:

a) A crítica feita por novas correntes historiográficas História tradicional:


b) O Materialismo Histórico trouxe uma nova concepção, materialista, da História,
acentuando o papel das massas e a importância da Hist6ria estrutural e de longa duração.
c) François Simiand denunciou o que chamou «os três ídolos da tribo dos historiadores»: o
ídolo político, o ídolo cronológico e o ídolo individual.
d) As novas correntes de pensamento: Os estudos filosóficos que vieram alargar o
conhecimento do Homem de si mesmo, o Estruturalismo que veio alterar o conceito do
Homem e, portanto, da própria História.
e) A evolução científica da época:
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 O desenvolvimento das ciências fez alterar o conceito de ciência e a atitude dos cientistas
face à ciência.
 A emergência das ciências humanas e sociais (Sociologia, Geografia Humana,
Antropologia Social e Cultural e Etnologia):
 As novas ciências passaram a ocupar-se de assuntos que antes eram tratados em História
retirando à História o exclusivo do conhecimento humano.
 A crescente importância destas ciências sociais colocou aos historiadores três novos
problemas:
 O da definição e delimitação do conteúdo específico da História.
 O da reformulação da sua função.
 O da metodologia
 O impacto das guerras mundiais:

A História tradicional positivista tornou-se incapaz de explicar as grandes transformações


provocadas pelas guerras mundiais, dai o espaço para a afirmação de novas ideias
historiográficas.

2.2 A escola dos Annales


Diante da crise em que a História se via mergulhada, no início do século XX, começaram a surgir
as mais diversas tentativas para ultrapassar a crise.

Um dos espaços privilegiados para a apresentação das novas propostas historiográficas foi a
Escola dos Annales, um movimento historiográfico surgido na França, durante a primeira metade
do século XX.

Desde o século XVIII, quando a História passou a ser notada como ciência, os métodos de se
escrever e pensar sobre História conquistaram grande evolução. A historiografia passou por
grandes modificações metodológicas que permitiram maior conhecimento do quotidiano do
passado, através da incorporação de novos tipos de fontes de pesquisa.

Ainda assim, no início do século XX, questionava-se muito sobre uma historiografia baseada em
instituições e nas elites, a qual dava muita relevância a factos e datas, de uma forma positivista,
sem aprofundar grandes análises de estrutura e conjuntura.

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Em 1929, surgiu na França uma revista intitulada Annales d‟Histoire Économique et Sociale,
fundada por Lucien Febvre e Marc Bloch. Ao longo da década de 1930, a revista se tornaria
símbolo de uma nova corrente historiográfica identificada como Escola dos Annales. A proposta
inicial do periódico era se livrar de uma visão positivista da escrita da História que havia
dominado o final do século XIX e início do XX ( BURKE,1991)

Sob esta visão, a História era relatada como uma crónica de acontecimentos, o novo modelo
pretendia em substituir as visões breves anteriores por análises de processos de longa duração
com a finalidade de permitir maior e melhor compreensão das civilizações das “mentalidades”.

O novo movimento historiográfico foi muito impactante e renovador, colocando em


questionamento a historiografia tradicional e apresentando novos e ricos elementos para o
conhecimento das sociedades. Apresentava uma História bem mais vasta do que a que era
praticada até então, apresentando todos os aspectos possíveis da vida humana ligada à análise das
estruturas.

Entre as modificações apresentadas pela Escola dos Annales, estava a argumentação de que o
tempo histórico apresenta ritmos diferentes para os acontecimentos, os quais podem ser de
simples acontecimento, conjuntural ou estrutural. a obra de fernand braudel, o mediterrâneo, foi o
grande símbolo da nova concepção apresentada. Ao considerar a História não mais apenas como
uma sequência de acontecimentos, outros tipos de fontes, como arqueológicas, foram adoptadas
para as pesquisas ( MATOS,2013.

Da mesma forma, foram incorporados os domínios dos factores económicos, da organização


social e da psicologia das mentalidades. Com todo esse enriquecimento, a outra grande novidade
da Escola dos Annales foi a promoção da interdisciplinaridade que aproximou a História das
demais Ciências Sociais, sobretudo, da Sociologia.

A Escola dos Annales deixou sua marca bem notável da historiografia desde então e continua
existindo até hoje. Desde seu surgimento, passou por quatro fases e teve grandes nomes como
representantes de cada uma.

A primeira delas, a fase de fundação, é identificada por seus criadores Marc Bloch e Lucien
Febvre. A segunda fase, já em torno de 1950, é caracterizada pela direcção e marcante produção

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de Fernand Braudel. A partir da terceira geração a Escola dos Annales passou a receber uma
identificação mais plural, na qual destacaram-se vários pesquisadores como Jacques Le Goff e
Pierre Nora. A quarta geração da Escola dos Annales é referente a um período que se inicia em
1989, neste momento há um desenvolvimento notório da História Cultural e os grandes nomes
que a representam são, por exemplo, Georges Duby e Jacques Revel.

2.3 História Nova


De acordo com MATOS (2013) O termo “História Nova” ou “Nova História” foi lançado no
mercado em 1978 por alguns membros do chamado grupo dos Annales, conforme Guy Bourdé e
Hervé Martin.

Essa enquanto proposta teórica, nascera, de acordo com Peter Burke, juntamente com a fundação
da Revista Annales, criada para “promover uma nova espécie de história” (BURKE, 1997,p.11),
por isso os historiadores ligados a Nova História são vistos como herdeiros da “Escola dos
Annales”.

No presente ensaio discutiremos a historiografia dessa tendência teórica, seus conceitos, como
também sua aplicação prática como teoria para compreensão histórica. Dessa forma, a Nova
História, conhecida como a terceira geração dos Annales, se abriria ao diálogo com as mais
diversas ciências: antropologia, sociologia, literatura, geografia, psicologia, entre tantas outras,
além de ampliar seu olhar sobre as fontes.

Entretanto, ainda podemos re-fazer a pergunta de François Dosse, em seu “História em


Migalhas”, A Nova História é herdeira dos Annales? Sob sua análise a

resposta é não. Para ele a história proposta pelo grupo que compunha o corpo editorialbda
Revista Annales d'Histoire Economique et Sociale, depois chamada Les Annales.

Economies. Societés, civilizations, nunca teve um eixo teórico claro, tinham em comumbseus
embates contra uma História “factual” e propunham, “naquele clima de 'ânsia pela totalidade',
uma história-problema, que se resumia no uso de hipóteses explícitas pelo historiador, hipóteses
'abertas' que serviriam de fio condutor para a pesquisa, articulando todos os seus passos
analíticos” (DOSSE, 1992:09).

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Nesse sentido, sem desconsiderar as continuidades entre essa proposta, conforme a citação, dos
“pais fundadores” e da chamada Nova História, Dosse afirmou que a segunda rompeu com a
primeira ao retirar o homem do “horizonte primeiro da cena social do passado” e abandonar “toda
a relação dialéctica passado/presente/futuro e a perspectiva globalizante em proveito de uma
„história em migalhas'” (DOSSE, 1992,p.11 citado por MATOS, 2013).

Sendo assim, em sua visão, enquanto o 'movimento dos Annales' teria surgido com o intuito de
fazer uma história total, centrada no homem e suas relações com o meio, a Nova História
fragmentar-se para estudar as mentalidades e imaginários em suas mais variadas estruturas e
temporalidades.

Ao mesmo tempo que a obra de Dosse discutiu os distanciamento e rupturas entre o movimento
dos Annales e a Nova História, inúmeras discussões, encabeçadas por Marc Ferro e também por
François Dosse, pipocaram sobre a aplicação do conceito de “Escola” ao movimento de
renovação historiográfica iniciada por Lucien Febvre e Marc Bloch em fins dos anos de 1929, na
Universidade de Estrasburgo, pois para ambos essa a qual a historiografia contemporânea
convencionou chamar de “Escola” não teria passado de um movimento liderado por um variado
grupo de historiadores e intelectuais (MATOS,2013,p.56).

Portanto, o termo “Escola” aplicado para explicar o movimento teórico-historiográfico liderado


por Febvre e Bloch, como sabemos, foi canonizado pelo Historiador Peter Burke em sua obra A
Escola dos Annales (1929-1989): a Revolução Francesa da historiografia.

No entanto, mesmo sob a enfática negação de Ferro sobre a existência de uma Escola de fato, não
podemos negar que existiu um forte movimento e esse liderado por um grupo, como já citado,
segundo Peter Burke. O qual acabou por se dividir em três fases distintas:

a primeira iniciada em 1920 estenderia até 1945, caracterizada pelos embates contra a história
tradicional “metódica” ou erroneamente chamada “positivista” e liderada por Lucien Febvre e
Marc Bloch; a segunda de 1946 até 1968, centrou-se mais sob os conceitos de estrutura e
conjuntura, acabou por aproximar-se muito, segundo Burke, de uma escola, com novos métodos e
propostas para a constituição de uma História serial e de longa duração e foi “dominada” pela

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presença de Fernand Braudel; a terceira e não última iniciar-se-ia em 1968, marcada pela
fragmentação, “nos últimos vinte anos, porém, alguns de seus membros do grupo transferiram-se
da história socioeconómica para a sociocultural, enquanto outros estão redescobrindo a história
política e mesmo a narrativa” (BURKE, 1997,p. 13), essa foi liderada por Jacques Le Goff e
Georges Duby.

Além dessas três fases distintas, actualmente fala-se em uma quarta geração herdeira dos
Annales, que seria a Nova História Cultural. Essa liderada pelos historiadores Roger Chartier e
Jacques Revel, teria sofrido influência da crítica de Michel Foucault. Mais voltados para a
investigação das “práticas culturais” e também influenciados em parte pela renovação marxista,
segundo Lynn Hunt, “foram além das mentalités, com o objectivo de questionar os métodos e
objetivos da história em geral” (HUNT, 1992,p.13 citado por MATOS, 2013).

Conforme vemos nessa citação, os historiadores dessa chamada quarta geração distanciaram-se
em parte da geração anterior, no entanto, não desprenderam-se do ideal principal pregado pelos
primeiros Annales, que foi a busca pela compreensão de leis anónimas que regessem as “práticas
colectivas”.

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3. CONCLUSÃO
Este trabalho chegou ao seu término e mediante o que foi abordado permite concluir que a crise
da história, se refere a um processo histórico ligado à historiografia, no qual esta já não mais
conseguiria lidar com as diferentes demandas por produção e disseminação do conhecimento
histórico no presente.

A partir de princípios do século XX a condição de ciência privilegiada, de que a História gozava,


começou a ser posta em causa devido a vários factores: A crítica feita por novas correntes
historiográficas História tradicional, O Materialismo Histórico trouxe uma nova concepção,
materialista, da História, acentuando o papel das massas e a importância da Hist6ria estrutural e
de longa duração; François Simiand denunciou o que chamou «os três ídolos da tribo dos
historiadores»: o ídolo político, o ídolo cronológico e o ídolo individual; As novas correntes de
pensamento: Os estudos filosóficos que vieram alargar o conhecimento do Homem de si mesmo,
o Estruturalismo que veio alterar o conceito do Homem e, portanto, da própria História.

A História tradicional positivista tornou-se incapaz de explicar as grandes transformações


provocadas pelas guerras mundiais, dai o espaço para a afirmação de novas ideias
historiográficas.

Diante da crise em que a História se via mergulhada, no início do século XX, começaram a surgir
as mais diversas tentativas para ultrapassar a crise. Um dos espaços privilegiados para a
apresentação das novas propostas historiográficas foi a Escola dos Annales, um movimento
historiográfico surgido na França, durante a primeira metade do século XX.

Por fim, a Nova História, conhecida como a terceira geração dos Annales, se abriria ao diálogo
com as mais diversas ciências: antropologia, sociologia, literatura, geografia, psicologia, entre
tantas outras, além de ampliar seu olhar sobre as fontes.

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Referencias Bibliográficas

BURKE, Peter. A Escola dos Annales (1929-1989): a Revolução Francesa da historiografia. São
Paulo. Fundação Editora da UNESP, 1997.

BURKE, Peter. A Escola dos Annales: 1929-1989. São Paulo: Edit. Univ. Estadual Paulista,
1991.

MATOS, Júlia Silveira . Da escola dos annales à história nova: propostas para uma leitura
teórica. Revista Expedições: Teoria da História & Historiografia V. 4, N.1, Janeiro-Julho
de,2013.

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