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Coronavírus: precauções do time cirúrgico

durante a pandemia
Atualizado em 07.05.2020

A pandemia da Covid-19, doença pelo novo coronavírus, se alastrou pelo mundo de


forma tão rápida que diversas teorias sobre a forma de disseminação foram e
continuam sendo elaboradas para justificar esta curva. Neste contexto de tentar
barrar a evolução, as especialidades médicas tentam identificar a melhor forma de
proteger a equipe de saúde durante um procedimento usual. Infelizmente a demanda
por equipamentos de proteção individual (EPIs) é tão alta que o seu uso deve ser
racionalizado.

Coronavírus e cirurgias
Mesmo durante a pandemia, procedimentos invasivos de urgência continuam sendo
necessários para o tratamento de pacientes que procuram o hospital e/ou
desenvolvem alguma patologia que necessite de intervenção durante a infecção por
corona vírus. Assim, levando em consideração que o vírus possa ser transmitido por
gotícula ou aerossol, foi criado um algoritmo para a proteção da equipe médica em
conjunto com uso conservador de EPIs.

Objetivo
Avaliar a aplicabilidade do algoritmo criado com bases na literatura e entendimento
atual, como forma de proteger a equipe de saúde e racionalizar o uso de
equipamentos de proteção.

Resultados
Em tempos de pandemia todos os pacientes são considerados infectados por Covid-19
até que se prove contrário. Este protocolo não foi aplicado em nenhuma cirurgia
eletiva, visto que as mesmas estão suspensas. Nas cirurgias de emergências todos os
pacientes eram considerados infectados e assim todos os equipamentos de proteção
necessários (N95, gorro, máscara, capote, proteção ocular) devem ser utilizados.

Já os procedimentos de urgência eram classificados em baixo e alto risco de


contaminação de acordo com a estimada carga viral do sítio cirúrgico e a possibilidade
de criação de aerossol. Todos os procedimentos em vias aéreas e endoscópicos do
trato gastrointestinal eram considerados de alto risco. Por similaridade cirurgias
abertas ou laparoscópicas em alças intestinais na presença de contaminação grosseira
também eram consideradas de alto risco.

Os pacientes eram avaliados para sintomas respiratórios sugestivos de infecção viral e


se apresentassem alguma suspeita seria testado para RT-PCR de urgência. Se não
fosse possível aguardar o resultado o paciente seria considerado infectado e a cirurgia
realizada em critério de emergência. Um paciente com sintoma respiratório, porém
com RT-PCR negativo, seria utilizado os equipamentos de proteção usuais para uma
cirurgia convencional.

adaptado de: 10.1016/j.jamcollsurg.2020.03.030

Observação: Procedimento de alto risco de contágio inclui qualquer procedimento do


trato aerodigestivo. Exemplos:
 Endoscopia digestiva;
 Cirurgia intestinal com contaminação grosseira;
 Traqueostomia;
 Broncoscopia;
 Cirurgias traqueobronquias/pulmonares;
 Intubação orotraqueal;
 Procedimentos em naso e orofaringe.
Veja mais: Covid-19 e prática cirúrgica: como um paciente manifesta a doença no pós-
operatório?

Conclusões
A pandemia tem necessitado que os hospitais se adaptem a novas estratégias e
diretrizes para uma série de cenários clínicos diversos. Este algorítimo se baseia nos
princípios da severidade da doença e o uso racional dos EPIs visto que há uma
escassez dos mesmo no mercado mundial e que em cenário individual todos os
recurso deveriam ser utilizados.

Ainda que necessite de uma validação mais ampla para que este tipo de algoritmo seja
largamente aplicado é um estudo inicial que pode ser utilizado como base ou até
mesmo em situações de urgência em locais sem a presença de condições ideais. Além
disto a utilização deste tipo de protocolo pressupõe a disponibilidade de testes para a
presença do vírus o que não é a realidade em todos os centros.

As novas perspectivas são que novos protocolos sejam divulgados especialmente


quando houver uma melhor validações dos testes sorológicos.
AVALIAÇÃO PARA PACIENTES EM PRÉ OPERATÓRIO DE CIRURGIA CARDÍACA

Paciente Paciente sintomas leves Paciente com sintomas


assintomáti IGG + para Covid IGG + para Covid
co
TC positiva inferior 25% TC positiva > 50%
IGG + para
Covid Conduta: Conduta:

TC PCR;D dimero, PCR; D dimero;


(negativa) Ecocardiograma e PFR Ecocardiograma
repetir entre 30 e 60 dias
PCR elevada e PFR repetir após 60 dias

** Pacientes com sintomas moderados a graves devem ter a cirurgia suspensa até controle da
Covid 19.

** Pacientes com IGM presente devem ter a cirurgia adiada até fazer a reversão para IGG ou
tornarem-se não reativos para ambos.

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